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OS IMPACTOS DA PANDEMIA DA COVID-19 NA SAÚDE MENTAL DOS INDIVÍDUOS THE IMPACTS OF THE COVID-19 PANDEMIC ON INDIVIDUALS MENTAL HEALTH

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THE IMPACTS OF THE COVID-19 PANDEMIC ON INDIVIDUALS ‘MENTAL HEALTH

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SHEILA MILENE FELÍCIO FELIX

Artigo apresentado ao Curso de Psicologia do Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ, como requisito parcial para a obtenção do título de Psicóloga, obtendo

Conceito ____________ Data: ________________ ( ) Aprovada ( ) Reprovada BANCA AVALIADORA _____________________________________________________________ Profa. Ms. Ana Sandra Fernandes Arcoverde da Nóbrega

(Orientadora - UNIPÊ)

______________________________________________________________ Profa. Silvana Queiroga da Costa Carvalho

(Membro – UNIPÊ)

________________________________________________________________ Profa. Mônica Domingos Bandeira

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No Brasil, a pandemia da Covid-19 produziu efeitos sem precedentes, não apenas de ordem biomédica e epidemiológica, mas também impactos sociais, econômicos, políticos, culturais e históricos. Os eventos de epidemias e pandemias são emergências da área de saúde que causam grande número de adoecimentos e mortes. Esta pesquisa trata-se de um estudo descritivo e qualitativo, realizado através de um formulário online, com o objetivo de identificar quais impactos foram causados na saúde mental dos indivíduos. Os critérios inclusivos da amostra foram pessoas com idade de 18 anos ou mais e residentes no Brasil. Os participantes responderam um questionário sociodemográfico e uma entrevista semiestruturada construída pela pesquisadora. Os dados foram analisados por meio do pacote Microsoft office Excel, em sua versão Plus 2019 e pela técnica de Análise de Conteúdo Temática de Bardin. Os aspectos éticos pertinentes as pesquisas envolvendo seres humanos foram considerados, e os resultados apresentaram que os impactos na saúde mental dos indivíduos causados pelo contexto pandêmico foram os medos da morte, do futuro, do desemprego e da contaminação. E os principais sentimentos causados pelo isolamento social foram sintomas de ansiedade, irritação, estresse, depressão, angústia, entre outros. Todos os dados da pesquisa estão entrelaçados pela subjetividade dos indivíduos, onde cada um sente e ver o mundo de maneira singular, vivenciando e experienciando os contextos de formas diferentes. Por isso é extremamente importante que a psicologia se detenha sobre esses impactos, pois é a profissão que tem a responsabilidade de pensar sobre as questões da saúde mental da população.

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In Brazil, the Covid-19 pandemic produced unprecedented effects, not only biomedical and epidemiological, but also social, economic, political, cultural and historical impacts. Epidemics and pandemics events are health emergencies that cause large number of diseases and deaths. This survey is a descriptive and qualitative study, conducted through an online form, with the purpose of identifying which impacts were caused on individuals' mental health. The inclusive criteria of the sample were people aged 18 years or older and living in Brazil. The participants answered a sociodemographic questionnaire and a semi-structured interview built by the researcher. The data were analyzed using the Microsoft office Excel package, in its Plus 2019 version and by Bardin's Thematic Content Analysis technique. The ethical aspects pertinent to research involving human beings were considered, and the results showed that the impacts on the mental health of individuals caused by the pandemic context were the fears of death, the future, unemployment and contamination. And the main feelings caused by social isolation were symptoms of anxiety, irritation, stress, depression, anguish, among others. All the research data are intertwined by the subjectivity of individuals, where each one feels and sees the world in a unique way, experiencing and experiencing the contexts in different ways. That is why it is extremely important for psychology to dwell on these impacts, since it is the profession that has the responsibility to think about the population's mental health issues.

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1 INTRODUÇÃO

CONTEXTO HISTÓRICO DAS PANDEMIAS NO MUNDO

A história da humanidade é marcada por grandes epidemias e pandemias que assolaram grandes nações e dizimaram suas populações, a falta de conhecimento das causas dessas doenças e as condições sanitárias das cidades contribuíram para esses acontecimentos, causando limitações no crescimento demográfico mudando muitas vezes a natureza da história (REZENDE, 2009).

De acordo com Rezende (1998, p.153):

[…] epidemia se caracteriza pela incidência, em curto período de tempo, de grande número de casos de uma doença, ao passo que a endemia se traduz pelo aparecimento de menor número de casos ao longo do tempo. A distinção entre epidemia e endemia não pode ser feita, entretanto, com base apenas na maior ou menor incidência de determinada enfermidade em uma população. Se o elevado número de casos novos e sua rápida difusão constituem a principal característica da epidemia, para a definição de endemia já não basta o critério quantitativo. O que define o caráter endémico de uma doença é o fato de ser a mesma peculiar a um povo, país ou região.

Teoricamente, a primeira epidemia relatada na história da humanidade foi a peste bubônica, tal narrativa é encontrada na Bíblia, o texto relata que a praga matou os filisteus porque receberam castigo divino por tomarem dos Hebreus a arca do senhor. No texto original hebraico, a palavra Epholin quer dizer inchaço ou tumoração que se refere a bubões na região inguinal, por isso o uso do nome peste bubônica (REZENDE, 2009).

Outras grandes epidemias foram narradas pelos historiadores, como a peste de Atenas que aconteceu entre 428 a 430 a.C., a enfermidade era desconhecida e castigava os atenienses, apresentava-se como sintomas fortes dores de cabeça, vermelhidão nos olhos, aparência sangrenta da garganta e da língua, hálito fedido e respiração ofegante (TUCIDÍDES, 2001).

Segundo Lopes (1969, p. 163-164 apud REZENDE, 2009, p. 74-77), a peste de Siracusa ocorreu no ano 396 a.C e dizimou o exército cartaginês logo após cercar a cidade de Siracusa, espalhou-se rapidamente pelos soldados matando-os com sintomas como diarreia, tumores na área do pescoço, fortes dores nas costas, feridas na superfície do corpo e incoerência mental. A peste do século III d.C. apresentava sintomas de calor interno, vômitos, olhos sangrentos, necrose em algumas regiões do corpo, perca de visão e audição. Surgiu entre os anos 251 a 266 no Egito e apressadamente se alastrou pelo norte da África, Itália e Grécia.

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A peste de Antonina surgiu no século II d.C. no ano 166, apresentando sintomas semelhantes ao da peste de Atenas, causou grande devastação na cidade de Roma e depois em toda Itália (CARTWTIGHT, 1991, p. 13 apud REZENDE, 2009, p. 76).

Um dos primeiros casos de pandemia do mundo foi a peste de Justiniano que se alastrou aceleradamente pelos países asiáticos e europeus entre os anos de 541 e 543 d.C., os sintomas eram semelhantes aos das pestes anteriormente descritas e teve seu pico no ano de 542 com registros estimados entre 5.000 a 10.000 mil mortos por dia (GIBERT, 2019, p. 121-122).

Na metade do século XIV a peste negra surgiu em Florença e se alastrou rapidamente pela Europa persistindo por muito tempo, foi umas das mais devastadoras pragas que atingiu essa região e dizimou grande parte da população europeia. Um dos sintomas era o aparecimento de manchas negras no corpo das pessoas e que por isso foi chamada de peste negra (MARTINO, 2017).

Em dezembro de 2019, surgiu na cidade de Wuhan na China, indivíduos infectados com um novo coronavírus, apresentando sintomas iniciais de tosse, febre, dispneia, e diarreia, agravando-se para um quadro semelhante de pneumonia. Por conta da rápida disseminação do vírus no dia 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou que o surto da doença (Covid-19) causada pelo novo coronavírus constituiu-se uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Este é o nível mais alto de alerta da Organização Mundial de Saúde (OMS) e segundo o Regulamento Sanitário Internacional (RSI) uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), “é um evento extraordinário que pode constituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta coordenada e imediata” (OPAS/OMS, 2020).

Somente no início de março, a OMS qualificou a Covid-19 como uma Pandemia e, a partir deste mês, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) estão auxiliando o Brasil e todos os outros países com as orientações e as medidas de proteção ao surto da COVID-19 (OPAS/OMS, 2020).

A Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional foi declarada seis vezes na história: nos momentos de pandemia de H1N1 em abril de 2009, na disseminação internacional de poliovírus em maio de 2014, no surto de Ebola na África Ocidental em agosto de 2014, no caso do vírus da Zika em fevereiro de 2016 e no surto de ebola na República Democrática do Congo em maio de 2018. É responsabilidade do diretor-geral

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da OMS determinar se um evento constitui uma ESPII, após determinação é realizada uma convocação de um comitê especialista chamado Comitê de Emergências do RSI. Este comitê prepara um parecer sobre as medidas recomendadas, incluindo medidas de saúde a serem implementadas, para prevenir ou reduzir a propagação mundial de doenças, evitando possíveis problemas desnecessários no comércio e tráfego internacional (OPAS/OMS, 2020).

A SAÚDE MENTAL NOS EVENTOS DE EMERGÊNCIAS E DESASTRES

Nos primeiros 50 anos do século 20 foram realizados trabalhos esporádicos que envolviam eventos de emergências e desastres, esses trabalhos tinham fortes influências da psiquiatria e tinham uma visão voltada para segunda guerra mundial. O primeiro estudo acerca das reações emocionais das pessoas envolvidas em desastres incluindo acidentes em minas, trem e desastres marítimos, foram realizados em 1909 pelo psiquiatra e pesquisador Edward Stierlin. Em 1920 no Canadá foi realizada nessa área a primeira pesquisa científica pelo pesquisador Samuel Prince (COELHO, 2006).

Segundo Molina (2006, p.51):

Os primeiros estudos de que se têm registro têm a ver com as guerras mundiais, principalmente o fenômeno que se deu nesse tempo, como o estresse pós-traumático, conhecido também como fadiga de batalha, neurose de guerra e flashbacks. Podemos dizer que esse tipo de ocorrência, na História, é o primeiro fenômeno psicológico que começa a ser estudado […]

De acordo com as primeiras pesquisas, a psicologia tinha como foco diagnosticar a forma como os indivíduos respondiam aos eventos de emergências e desastres. Em 1944 o psiquiatra Erich Lindemann realizou o primeiro estudo na área de intervenção pós-desastre, o estudo foi fundamentado na avaliação sistemática das análises das respostas dos envolvidos (sobreviventes e familiares) levantando informações acerca das reações psicológicas apresentadas após o incêndio ocorrido numa boate localizada em Boston. Tal estudo foi o início histórico da sistematização das pesquisas e intervenções na área de emergências e desastres (COELHO, 2006).

No ano de 1970 foi publicado um manual de primeiros socorros em desastres, pela Associação Psiquiátrica Americana, contendo diversos tipos de reações psicológicas e conceitos básicos para identificação de pessoas perturbadas emocionalmente (ALAMO, 2007). No I Congresso de Psicologia das Emergências e Desastres, ocorrido na cidade de Lima no Peru, foi criada a Federação Latino-americana de Psicologia das Emergências e

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Desastres (FLAPED), visando agrupar psicólogos que tinham interesses na temática (CARVALHO; BORGES, 2009).

No Brasil em 1987 ocorreu um acidente radiológico com césio-137, que contaminou várias pessoas na cidade de Goiânia e foi definido como o maior acidente radioativo do país, este acidente foi o marco para o processo histórico das pesquisas e intervenções da psicologia de emergências e desastres no Brasil. O I Seminário Nacional de Psicologia das Emergências e Desastres foi realizado em 2006 na parceria do Conselho Federal de Psicologia e da Secretaria Nacional de Defesa Civil, onde no evento, foi relacionada a composição da formação dos futuros profissionais na área (OLIVEIRA, 2006).

Os eventos de epidemias e pandemias são emergências da área de saúde que causam um grande número de adoecimento e mortes, geram problemas econômicos críticos e graves impactos psicossociais. A sociedade fica com seus recursos locais ameaçados trazendo grandes transtornos para população. Nesses eventos são necessárias intervenções externas para atender a população nas demandas referente a saúde mental. Dependendo da relevância do evento e do nível de vulnerabilidade estima-se que pelo menos metade da população expresse algum indício psicopatológico, porém é importante ressaltar que nem todos esses indícios sejam classificados como doença, podendo ser reações normais acerca do evento (OPAS/OMS, 2006).

É de extrema importância que os profissionais da saúde mental reconheçam as desigualdades referente as vulnerabilidades das populações, principalmente as que se referem aos níveis socioeconômico, gênero e idade. As populações que apresentam maiores dificuldades para reestruturar seus meios de sobrevivência e ter apoio social são as de grupos mais vulneráveis, estas populações vivem de forma precária, com recursos escassos e acesso limitado aos serviços sociais e de saúde (OPAS/OMS, 2006).

Após eventos de emergências e desastres é possível encontrar pessoas com crises psicológicas, essas crises são caracterizadas como um período de desarmonia psicológica, que resulta de um fato ou circunstância produzido por um problema que não pode ser solucionado com os métodos de enfrentamento conhecido (ROBERTS, 2000, p. 3–30 apud FRANCO, 2012, p. 54).

Os profissionais de saúde mental precisam fazer avaliações referente as manifestações psíquicas externalizadas pelos envolvidos nos eventos para avaliar a transitoriedade ou indicação de uma condição patológica. A prolongação no tempo dessas

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manifestações, o sofrimento intenso, o comprometimento considerável das atividades sociais e do cotidiano e as possíveis condutas suicidas, são critérios para determinar manifestações psicopatológicas (OPAS/OMS, 2006).

Os transtornos psíquicos que surgem com periodicidade nos sobreviventes de eventos de emergências e desastres são os episódios de depressão e os comportamentos de estresse agudo transitório. As características das perdas e os diversos fatores de vulnerabilidade são características que podem aumentar o risco dos surgimentos dos transtornos psíquicos.

Nos eventos de emergências e desastres foi possível observar comportamentos violentos e uso exagerado de álcool, já nos efeitos mais prolongados foi visto, transtornos de adaptação, transtornos psicossomáticos, luto patológico, estresse pós-traumático, abuso de álcool e de substâncias que resultam na dependência (OPAS/OMS, 2006).

A MANIFESTAÇÃO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS NO CONTEXTO DA PANDEMIA DA COVID-19

Desde do início da pandemia, à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) tem manifestado grande preocupação com os países que apresentam grandes vulnerabilidades sociais. No Brasil as fragilidades estruturais e as gigantes desigualdades foram evidenciadas pela crise provocada pela pandemia, despindo todas as aflições e mazelas das populações mais carentes (OPAS/OMS, 2020).

No intuito de evitar um colapso do Sistema de Atenção à Saúde e devido à falta de tratamento ou vacina para a infecção da Covid-19, o distanciamento social tornou-se o principal método para proteger a população e diminuir a contaminação. Entretanto essa medida traz várias limitações para grande parte da população brasileira, onde, 35 milhões não tem acesso a saneamento básico, assim como, 38 mil não possuem registro no Cadastro de Pessoa Física (CPF), ocasionando invisibilidade nas políticas públicas de proteção social e econômica. Também é possível observar um grande aumento das violências, a impossibilidade de um efetivo distanciamento e um intenso sofrimento da saúde mental (SANTOS, 2020 et al.; KRAFUNI, 2020).

Os impactos sociais causados pela pandemia atingem com mais intensidade, as populações, indígenas, quilombolas, mulheres, negros, pessoas com deficiências, LGBTQI+, pessoas em situação de extrema pobreza, moradores de rua e pessoas em situação de cárcere. O distanciamento social afetou consideravelmente a forma de

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subsistência de muitas famílias, atingindo também grupos como as prostitutas, outros profissionais do sexo, diaristas, empregadas domésticas e vendedores do comércio informal (TONIOLO, 2020).

Segundo Pires, Carvalho e Xavier (2020, p.1),

São várias as dimensões que tornam as populações de baixa renda mais expostas a contaminação pelo novo coronavírus, tais como o uso de transporte público, o número maior de moradores por domicílio, o acesso à saneamento básico, o acesso à saúde e a dificuldade de manter o isolamento social sem perda excessiva de renda ou do emprego.

No Brasil, o poder público, de um modo inescrupuloso e previsto tem feito a população mais vulnerável ser vítima da omissão das políticas públicas, ocasionando desigualdades sociais e raciais que impossibilitam o acesso a saúde, saneamento básico e água potável. A dignidade da população mais vulnerável é totalmente atingida por essas limitações, acarretando o aumento à exposição dos fatores de risco. Essa situação pode ser vista nos meios de comunicação, quando surgem relatos de pessoas que morreram com suspeita da Covid-19 e não conseguiram ser atendidas, depois de longos dias de espera por um leito de hospital. As restrições orçamentárias do sistema de saúde pública e da administração do orçamento público, produz um cenário de omissão que leva a um panorama de disparidades e de impactos sociais e econômicos, causando negligência com a vida da população (SANTOS et al, 2020).

Diferente dos outros países do mundo, no Brasil, as narrativas da necessidade do isolamento social, tem sido tensionada pela disputa político-científico-ideológico, essa radicalização tem sido alimentada pelas falas irresponsáveis do Presidente da República, causando movimentos contrários as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) (SOUZA; BRIONE; MANCAMBIRA, 2020). Desde do começo de 2019 o Governo Federal vem aniquilando as instituições públicas, e vem trazendo prejuízos nos âmbitos da ciência, da saúde, da educação, da previdência social, dos direitos trabalhistas, da cultura, do meio ambiente e das populações indígenas (SILVA; PIRES; PEREIRA, 2020).

Diante de todo cenário dramático social, político e sanitário que concerne essa crise causada pela pandemia no Brasil, em especial no sistema de saúde (SUS), é necessário fazermos reflexões acerca das desigualdades sociais, repensando a legalidade da acumulação de capital e da distribuição de renda designada aos milionários e bilionários encarregados pelas causas das desigualdades (SILVA; PIRES; PEREIRA, 2020).

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O objetivo do estudo foi identificar os impactos causados pela pandemia da COVID-19 na saúde mental dos indivíduos, verificando quais emoções e sentimentos foram apresentados pelos indivíduos no isolamento social, quais os principais medos apresentados e os principais impactos sociais, econômicos e emocionais foram causados pelo contexto da pandemia e do isolamento social na vida dos indivíduos.

2 METODOLOGIA

Tratou-se de uma pesquisa de campo, descritiva e de natureza qualitativa que foi realizada com 30 participantes, por meio digital, em todo o território nacional, sendo criado um espaço na plataforma Google Forms, onde os participantes tiveram acesso ao TCLE, a um questionário sociodemográfico e a uma entrevista semiestruturada elaboradas pela pesquisadora, a primeira contendo perguntas para caracterização sociodemográfico e a segunda contendo perguntas abordando o objetivo da pesquisa, enviada através de um link de acesso, que foi compartilhado por meio de redes sociais.

Para a realização do presente estudo a amostra foi composta por 30 pessoas de todos os gêneros, com o critério de inclusão de ter idade entre 18 e 59 anos, ser residentes no Brasil e que estivessem dispostos a responder o questionário online. A amostra foi selecionada por meio da técnica de amostragem não probabilística, utilizando a estratégia da bola de neve. O critério exclusão foi a falta de preenchimento de algum quesito dos questionários, e a análise dos dados foram por meio do pacote Microsoft office Excel, em sua versão Plus 2019 e pela técnica de Análise de Conteúdo Temática de Bardin. Onde todos os aspectos éticos pertinentes as pesquisas envolvendo seres humanos foram considerados.

3 RESULTADOS

Os dados da tabela 01 revelaram as análises descritivas dos dados sociodemográfico, onde indicaram que 80% dos participantes eram do sexo feminino e 20% do sexo masculino, sendo 50% com idade entre 18 a 29 anos, enquanto 16,66% tinham de 40 a 60 anos. Quanto à identidade de gênero 80% se identificaram como mulheres cisgênera, 16,66% como homens cisgênero e 3,33 % como homem transgênero. No que se refere a orientação sexual 70% se identificaram como heterossexual e 13,33% como bissexual, sendo que 53,33 % são solteiras(os), 33,33% casadas(os) e 13,33 estão

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em união estável. A renda familiar dos participantes varia em 46,66% ganhando até 1 salário mínimo, 6,66% ganham de 2 a 5 salários mínimos e 10% ganham mais de 5 salários mínimos. Sobre a escolaridade dos participantes 50% tem nível superior incompleto, 40% tem mestrado e pós-graduação e só 3,33% tem ensino médio completo.

Tabela 01- Frequência e percentual das variáveis sociodemográficas

Variáveis (f) (%) Sexo Feminino 24 80,00% Masculino 6 20,00% Idade 18 a 29 anos 15 50,00% 30 a 39 anos 10 33,33% 40 a 50 anos 3 10,00% 51 a 60 anos 2 6,66% Identidade de gênero Mulher Cisgênera 24 80,00% Homem Cisgênero 5 16,66% Homem Transexual/Transgênero 1 3,33% Orientação sexual Heterossexual 21 70,00% Homossexual 5 16,66% Bissexual 4 13,33% Estado Civil Solteiras (os) 16 53,33% Casadas (os) 10 33,33% União Estável 4 13,33% Renda Familiar 1 salário mínimo 14 46,66% De 2 a 3 salários mínimos 2 6,66% De 4 a 5 salários mínimos 2 6,66%

Maior que 5 salários mínimos 3 10,00%

Escolaridade

Ensino médio completo 1 3,33%

Mestrado 6 20,00%

Pós Graduação 6 20,00%

Superior Completo 2 6,66%

Superior Incompleto 15 50,00%

Fonte: Dados Próprios

O quadro 1 a seguir faz referência a categorização sobre a participação do isolamento social. As respostas foram organizadas em 2 subcategorias, nomeadas como:

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Participou do isolamento social e Não participou do isolamento social obtendo um total de 20 e 10 respostas respectivamente.

Quadro 1 - Frequência de respostas à categoria Participação do Isolamento Social Categoria Subcategoria Exemplo de Respostas f

Participação do isolamento Social Participou do isolamento social

“Sim, por sou grupo de risco, tenho medo de me infectar e infectar as pessoas próximas a mim”(P2); “Sim, para mim proteger e proteger a minha família” (P22); ” Sim. Para me proteger e proteger o que dependem de alguma forma de mim” (P24) 20 Não Participou do isolamento social ou participou em parte

“Não, pois trabalho em serviço de saúde” (P14); “Não, estou trabalhando e não temos muitos caso na cidade”(P5); “Não, por que tenho ido para o trabalho durante a semana” (P13); “Em partes, continuo trabalhando mas evito saídas desnecessárias e de cunho social.”(P20);

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Fonte: Dados Próprios

Os dados do quadro 2 referem-se à categorização sobre os maiores medos apresentados na pandemia, as respostas foram organizadas em subcategorias. O medo da morte e do futuro apresentaram maior índice com 36,67% das respostas, enquanto o medo da fragilização da saúde mental apresentou menor índice com 10% das respostas dos participantes.

Quadro 2 - Frequência de respostas à categoria Maiores medos da Pandemia

Categoria Subcategoria Exemplo de Respostas f %

Maiores medos da pandemia Medo da morte/Medo do futuro

“medo de morrer e/ou perder meus entes queridos”(P6); “Perder alguém que amo ou morrer”(P23); “Que mundo meu filho enfrentará”(P8); “Expectativa negativa do futuro. Insegurança”(P28).

11 36,67

Medo da contaminação

“Acho que eu ou alguém da família, ou amigos pegarem”(P4); “Ficar doente ou contaminar alguém”(P30); “Algum familiar ser contaminado”(P15).

7 23,33

Crise econômica

Desemprego, perder um parente ou amigo, escaces”(P13); “Aumento de valores de alimentos”(P5); “Que o país quebre literalmente” (P11).

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Desemprego

“O desemprego”(P12); “A dificuldade de procurar emprego, além do medo de não ter mais uma renda”(P17); “Desemprego, perder um parente ou amigo, escaces”(P13).

4 13,33

Fragilidade da saúde mental

“O impacto sobre a saúde mental das pessoas. Infelizmente mexeu com muita gente”(P1); “Preocupação com a Saúde mental da população, [...]”(P2); “De ter problemas psicológicos e de não conseguir pagar as contas”(P19).

3 10,00

Fonte: Dados Próprios

O quadro 3 mostra a categorização referente aos sentimentos em relação ao isolamento social, onde os sentimentos de ansiedade, medo e estresse obtiveram maior índice com 62,07% das respostas e os sentimentos de incapacidade, tranquilidade, impotência, cansaço e infelicidade apresentaram menor índice com 3,45% das respostas.

Quadro 3 - Frequência de respostas à categoria Sentimentos em relação ao isolamento social

Categoria Subcategoria Exemplo de Respostas f %

Sentimentos em relação ao isolamento Ansiedade/ Medo/ Estresse

“Ansiosa e estressada”(P16); “Inicialmente tranquila, hoje com medo e ansiosa”(P14). “Muita ansiedade, compulsão por comida ou cigarro”(P18); “Ansioso, triste, stressado”(P22); 18 62,07 Tristeza /Infelicidade/ Depressão/ Impaciência /Irritação

“Triste, deprimida, cansada, infeliz”(P19); “As vezes muito triste, ansiosa, nervosa”(P8); “Extremamente ansiosa e depressiva”(P21); “Impaciente, procrastinadora e bem comigo mesma”(P2);

5 17,24

Adaptação/ Angústia

“Entediada no começo, agora estou achando que tô mais adaptada”(P3); “Nos primeiros meses era atordoante e sufocante. Hoje já tenho uma rotina e estou bem adaptado”(P9); “De início, indiferente. Depois me senti angustiado”(P29); “Variando entre esperança e angústia”(P23).

3 10,34

Preocupação/ Sufocamento

“Ansiosa e preocupada com o futuro”(P20); “[…]preocupação com o risco de contrair ou transmitir a doença.”(P26); “Sufocada”(P27); “Nos primeiros meses era atordoante e sufocante […]”(P9).

2 6,90

Incapacidade/ Tranquilidade /Impotência/

“Incapaz e mal na maior parte do tempo”(P1); “[…] a obrigatoriedade me fez sentir impotência”(P13); "Triste, deprimida, cansada,

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Cansaço/ Infelicidade

infeliz"(P19); “Razoavelmente tranquilo”(P30).

Fonte: Dados Próprios

O quadro 4 mostra os resultados da categorização que foi nomeada como impactos sociais, econômicos e emocionais causados pela pandemia, onde todos os grupos apresentaram 13 respostas, sendo os impactos emocionais associados as questões como o isolamento social, o distanciamento de amigos e familiares, a sobrecarga de trabalho, entre outros. Nos impactos econômicos os principais foram a perca de renda e o desemprego. Já nos impactos emocionais a ansiedade, a insegurança, o estresse, a angústia, entre outros, foram os mais citados.

Quadro 4 - Frequência de respostas à categoria Impactos sociais, econômicos e emocionais

Categoria Subcategorias Exemplo de Respostas f

Impactos sociais, econômicos e emocionais Isolamento social/ Distanciamento de amigos e familiares/ Sobrecarga de trabalho/ Vulnerabilidade financeira das famílias/ Fortalecimento de laços familiares

"Me isolei totalmente das outras pessoas, estou vivendo sozinha em casa, perdi o emprego por 6 meses"(P2); "Não poder socializar com os amigos tem sido bem desolador. Particularmente, a pandemia não me trouxe impactos financeiros mas, me causa muita tristeza saber da necessidade de tantas famílias”(P8); "sobrecarga de trabalho, serviços domésticos e isolamento da minha família extensa que sou muito apegada"(P6); "As relações de trabalho são as piores e o distanciamento dos amigos e da família me deixa deprimida e a situação do país me deixa aflita.me sinto pressionada no trabalho"(P19); "Ao contrário da maioria das pessoas, pra mim foi menos impactante emocionalmente pois a minha rotina me deixava extremamente ansiosa, então uma pausa dela foi muito necessária. Em impacto social, apesar de tudo, fortaleceu os laços com a família e econômicos não teve muito pois continuamos recebendo durante a pandemia"(P15)

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Perca de renda e Desemprego

"Mais gastos e menos fonte de renda."(P3); "Redução de renda, devido ao impacto nas relações de trabalho."(P7); "Percas financeiras."(P14); "Diminuição de renda"(P13); “Redução de 25% do meu salário. "(P29); "Perdi o emprego e fiquei sem dinheiro, e isso me abalou bastante[…]”(P1); "Tive que vender a minha casa, o desemprego de meu esposo."(P12); "[…], perdi o emprego por 6 meses"(P2)

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Ansiedade/ Insegurança/ Estresse/ Angústia/ Preocupação/ Raiva/ Pânico/ Desmotivação/ Frustração/ Sintomas psicossomáticos

"Crises de ansiedade e crises de pânico na hora de dormir"(P18); "Desenvolvimento de ansiedade"(P28); "Contas atrasadas, fiquei fora da faculdade pq so tm aulas EAD por enquanto, isso me deixou mais ansiosa."(P11); "Econômicos não houve. Mas emocionais foram muitos. Estresse, ansiedade, angústia, preocupação com o futuro, raiva etc"(P23); "Não tivemos impactos econômicos, mas o maior impacto emocional que senti foi o aumento de estresse"(P25); "[…]Emocionais: Sensação de incerteza quanto ao futuro, frustração devido a incapacidade de programar próximos passos."(P20); "Insegurança, ansiedade[…]"(P26). “Crises de ansiedade e crises de pânico na hora de dormir”(P18); “Ainda não consegui um emprego, estamos somente com uma renda na família, estou com gastrite nervosa novamente.”(P17);

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Fonte: Dados Próprios

4 DISCUSSÃO

O resultado desta pesquisa mostrou que a maioria dos participantes puderam realizar o isolamento social e os que não puderam foi pelo fato da necessidade de trabalhar presencialmente. Muitas pessoas não puderam ficar em casa ou porque trabalham na área de saúde ou integram outros serviços essenciais (DIAS et al. 2020).

É importante ressaltar que foi identificado uma preocupação dos participantes desta pesquisa, em relação a prática do isolamento, especialmente por aqueles que não puderam cumprir tal medida rigorosamente.

O isolamento social tem sido uma experiência desagradável, o distanciamento dos parentes, as incertezas referentes ao vírus, a perda de liberdade e a melancolia, tem o poder, eventualmente, de trazer consequências traumáticas. Sentimentos como raiva, ideação suicida ou o próprio suicídioforam relatados em epidemias anteriores (BROOKS et al. 2020). Segundo Ornell et al. (2020) o número de pessoas que ficam com a saúde mental afetada ao longo das epidemias tem predisposição a ser maior que o número de infectados e os impactos psicossociais e econômicos tornam-se inestimáveis diante dos vários contextos.

Os sintomas referentes a saúde mental apresentados pelos participantes desta pesquisa são semelhantes a estudos anteriormente realizados, não só em pesquisas da área de emergências e desastres, que tem como principal sintoma o estresse pós-traumático, mas também em estudos recentes sobre a pandemia da Covid-19. Segundo o artigo publicado pela International Federation Of Red Cross And Red Crescent Societies (IFRC)

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(2020), as reações e comportamentos comuns dos indivíduos em contextos pandêmicos são, os medos da contaminação, dos sintomas das doenças, de perda de renda, medo de perder o emprego, sensação de desamparo e depressão, desconfiança e raiva,

estigmatizações referente aos pacientes e profissionais da saúde.

Dados relatados na cartilha publicada pela Fiocruz (2020), nomeada Saúde Mental e Atenção Psicossocial na pandemia da Covid-19, destaca reações e sentimentos apresentados pelos indivíduos, como irritabilidade, angústia, tristeza, desamparo, tédio, solidão e distúrbios do apetite e do sono. Apresentando também conflitos interpessoais com familiares e colegas de trabalho, violência doméstica e violência aos profissionais de saúde.

Numa pesquisa realizada na China sobre respostas psicológicas imediatas e associadas a pandemia da Covid-19 foi identificado que os participantes apresentaram sintomas moderados e severos de ansiedade, depressão e estresse. Na mesma pesquisa, dados associados a ser mulher, estudante e pessoas que apresentavam alguma comorbidade, foram fatores significativos para agravarem os sintomas citados acima. O fato dos indivíduos receberem notícias precisas sobre a situação local da doença e formas de prevenção, foram fatores substanciais relacionados a menores níveis de ansiedade, depressão e estresse (WANG et al., 2020).

Os resultados referentes aos impactos sociais, emocionais e econômicos apresentados pelos participantes estão interligados e associados com todo o contexto pandêmico. A pandemia trouxe várias consequências para sociedade, atingindo com violência a população mais vulnerável, que vive na informalidade e mora em áreas precárias. Essa grande crise sanitária trouxe também uma ascendência da informalização do trabalho, da mão de obra terceirizada, das subcontratações e dos assalariados. Essa população precisará de eficácia das políticas públicas e de uma rede de proteção social, para ampara-las e assisti-las evitando o aumento da fome e da pobreza extrema (COSTA, 2020).

O desemprego, a perda da renda e a sobrecarga de trabalho foram os principais impactos econômicos relatados pelos participantes desta pesquisa, informação que se confirma pela pesquisa realizada pelo IBGE (2020) no mês de setembro, que registrou uma alta de 33,1% na taxa de desemprego neste mesmo mês, comparada aos dados relatados em maio.

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Diante de todas as discussões citadas acima, é importante ressaltar as orientações técnicas disponibilizadas pelos órgãos reguladores dos serviços de saúde. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) 2006, elaborou documento denominado como “Proteção da saúde mental em situações de epidemias”, que contém orientações técnicas aos profissionais da área para manejo as populações atingidas por contextos epidêmicos ou pandêmicos. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) 2020, criou a cartilha “Saúde mental e Atenção Psicossocial na pandemia da Covid-19”, com recomendações gerais referente aos cuidados com a saúde mental, disponibilizando para população em geral, através do site da Fiocruz.

A sociedade Brasileira de Psicologia (SBP) 2020, produziu documento com orientações técnicas para psicólogos e psicólogas, acerca dos atendimentos aos profissionais da área da saúde que estão trabalhando na linha de frente de combate a Covid-19. O Conselho Federal de Psicologia – CFP (2020), em 26 de março de 202, publicou orientações referente a pratica da profissão de forma on-line, através da resolução nº 04/2020 e também noticiou no site oficial, orientações dadas pelo Organização Mundial da Saúde (OMS), sobre o papel da Psicologia e as estratégias de atuação profissional no contexto pandêmico.

Todo esse material foi elaborado para orientar os profissionais da área de saúde mental, a fim de apresentar técnicas dos acolhimentos psicológicos e psicoterapêuticos, diante de todo sofrimento mental da população durante a pandemia da Covid-19.

5 CONCLUSÃO

Foi possível identificar neste estudo os medos, sentimentos e impactos provocados pelo contexto pandêmico que afetaram a saúde mental dos indivíduos. Os medos da morte, da contaminação, do futuro, do desemprego estão totalmente interligados com os sintomas de estresse, depressão, ansiedade, raiva, entre outros, apresentados pelos participantes durante o isolamento social. Todos os dados levantados pela pesquisa estão entrelaçados pela subjetividade dos indivíduos, onde cada um sente e ver o mundo de maneiras diferentes, com consequências e pluralidades diversas. Por isso é de extrema importância o aprofundamento da discussão sobre os impactos da pandemia na saúde mental da população.

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Esses impactos percebidos durante o contexto pandêmico, poderá aparecer de forma mais marcante após esse contexto. Já existem estudos que apontam que a próxima pandemia poderá ser da saúde mental, reportagens citam a existência de uma pandemia silenciosa acontecendo no decorrer da crise da Covid-19 e que para além dos impactos da saúde emocional, atrelados a isso, ainda existe os impactos sociais e econômicos, que afetam diretamente a população mais vulnerável.

O Brasil é um país que não apresentou um plano nítido de contingência, este plano colaboraria para sistematização do combate ao vírus e para o enfretamento da crise sanitária do país. Sem falar que temos na presidência um governo negacionista, que não dá a devida importância para ciência, consequentemente, traz grandes incertezas sobre a gravidade da doença, levando a desobediência da população referente as medidas de contenção da disseminação do vírus.

Fica ressaltado a importância de implementações de políticas públicas da saúde mental, para buscar estratégias de respostas, antes, durante e depois das crises pandêmicas, para que os profissionais como psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais, estejam na linha de frente desempenhando funções de liderança nas equipes de gerenciamento de crises.

Por fim, entende-se que embora a pesquisa tenha trazido e confirmado dados já estudados em situações de emergências e desastres, é importante ressaltar a necessidade da psicologia de se deter em estudos aprofundados sobre os impactos da pandemia na vida da população, pois é a profissão que se debruça e que tem a responsabilidade de pensar junto com outras profissões sobre as questões referente a saúde mental.

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