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UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL EM PROCEDIMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO EM CONSULTÓRIOS ODONTOLÓGICOS

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UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL EM PROCEDIMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO EM CONSULTÓRIOS

ODONTOLÓGICOS

Autor: Sérgio dos Santos Reda1 Orientador: Profª. Msc. Ruth C. C. S. Sacco2

1

Pesquisador Responsável: Administrador de Empresas (ESTÁCIO DE SÁ), Fiscal do Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais (CRO/MG).

2Pesquisador Colaborador: Cirurgiã-dentista e Especialista em Odontopediatria pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL, Mestre em Saúde Coletiva pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA). Professora de Saúde Coletiva do Instituto de Estudos Farmacêuticos da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (IFAR/PUC-GO).

RESUMO

O presente artigo apresenta as medidas de proteção individual que devem ser adotadas durante os procedimentos de esterilização dos instrumentos utilizados em consultório odontológico, evidenciando a aplicação da Segurança e Medicina do Trabalho em ambientes voltados ao tratamento da saúde bucal, a fim de promover e preservar a saúde dos que laboram em ambientes odontológicos. Trata-se de trabalho de revisão de literatura, com pesquisa em bases de dados nacionais com enfoque na identificação das medidas de proteção e/ou prevenção contra os riscos biológicos. Observou-se que em termos de literatura e recomendações são muitas as existentes, mas ainda é preciso divulgar a importância de se tomar cuidados básicos para proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores em odontologia.

Palavras-chave: Segurança do Trabalho, Consultório Odontológico, Equipamento de Proteção Individual.

ABSTRACT

This article introduces what the individual protection measures should be adopted during sterilization of instruments used in dental practice, focusing on the implementation of safety and occupational medicine in environments dedicated to oral health treatment, in order to promote and preserve the health of working in dental environments. It is work of literature review, with research in national databases with a focus on identification of measures of protection and/or prevention of biological hazards. It was noted that in terms of literature and recommendations are many existing ones, but you still need to publicize the importance of taking care to protect the physical integrity and health of workers in dentistry.

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1 INTRODUÇÃO

No Brasil, assim como em diversas partes do mundo, temas relacionados a acidentes de trabalho e/ou doenças profissionais possíveis de ocorrer em um ambiente laboral parecem estar sendo discutidos em diversas áreas do conhecimento. Na área odontológica, em função dos riscos ambientais porventura existentes nesta atividade, isto não parece ser diferente. A Vigilância Sanitária (VISA) de um lado e a Biossegurança, do outro, pode-se dizer, são campos do conhecimento relacionados à prevenção de riscos e prevenção de danos à saúde dos indivíduos e ambos têm auxiliado os profissionais Cirurgiões Dentistas (CD) no exercício de suas atividades, em seus consultórios odontológicos.

Os riscos ambientais, segundo a Portaria nº. 3.214, de 08 de junho de 1978, e da Lei nº. 6.514, de 22 de dezembro de 1977, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) discorrem sobre “Segurança e Medicina do Trabalho” e através da Norma Regulamentadora (NR) nº. 9, 9.1.5, menciona que riscos ambientais são os “agentes

físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador” (BRASIL, 2011), sendo os agentes:

9.1.5.1: Físicos: Ruído, vibração, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes e não ionizantes, o infrassom e o ultrassom;

9.1.5.2: Químicos: Substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão;

9.1.5.3: Biológicos: Bactérias, fungos, bacilos, protozoários, vírus, parasitas, dentre outros.

Para a VISA, conforme a Lei Federal nº. 8.080, de 19 de setembro de 1990, Art. 6º., § 1º., biossegurança é um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e serviços de interesse da saúde, abrangendo:

O controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo;

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O controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde.

Dentre as medidas de interesse público/sanitário, o cuidar da saúde e a preservação da vida, obrigação nata, inclusive, dos profissionais da saúde, surge a biossegurança não como proposta, mas como um fator coadjuvante na prevenção de acidentes e/ou de doenças relacionadas ao trabalho.

Observa-se que vários autores procuraram definir o que seja biossegurança na área odontológica, por exemplo, Martins (2005) e Medeiros (1999) mencionam:

“Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços capazes de comprometer a saúde do homem, dos animais, das plantas, do ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos (MARTINS, 2005):

Biossegurança possui como fim o controle de possíveis infecções, através do emprego de métodos adequados à limpeza, conservação, preparo, manutenção, desinfecção e esterilização de materiais, seja no armazenamento, no controle e fornecimento de material profissional, instrumentais e equipamentos envolvidos em unidades cirúrgicas, ambulatoriais e outros, em um consultório odontológico (MEDEIROS, 1999).”

Martins (2005) também explicitou que biossegurança é um conjunto de estudos e procedimentos que visa evitar ou controlar eventuais problemas suscitados por pesquisas biológicas com ou por suas aplicações, invocando, inclusivamente a qualidade da pesquisa, do meio ambiente e da saúde do trabalhador por fim, é algo ligado ao avanço científico e tecnológico que busca resultados em áreas do conhecimento científico.

No Brasil, a Lei Federal nº. 11.105, de 25 março de 2005, que dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança, através do Art. 1º., estabelece normas de segurança bem como sobre a manipulação, o armazenamento, a pesquisa, a liberação no meio ambiente e o descarte de organismos geneticamente modificados (tido como principal foco desta lei) tendo como objetivo, o estímulo ao avanço científico na área da biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal, destacando que é importante promover segurança no meio ambiente, tendo, como órgão regulador, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).

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No Estado de Minas Gerais, a Resolução nº. 1.559, de 13 de agosto de 2008, estabelece quais as condições para instalação e funcionamento de estabelecimentos de assistência odontológica, sediados nos Municípios de Minas Gerais (BRASIL, 2011). Em síntese, o assunto abordado trata das condições mínimas para segurança à vida do CD e dos seus pacientes em um consultório odontológico.

Barbosa e outros (2000, p.56) adverte que “O profissional [e os pacientes] que

trabalha na área odontológica está exposto a riscos em seu ambiente de trabalho, que podem afetar e comprometer a sua saúde”, devendo, em função disto, serem adotadas

medidas preventivas e isto invoca biossegurança, ou seja, a indução de fatores que possam contribuir à preservação da saúde dos trabalhadores.

Sabe-se que o principal propósito da biossegurança é empregar medidas profiláticas, ou seja, promover ações que possam prevenir danos à saúde das pessoas em seus ambientes, seja dos CD’s em suas clínicas e/ou consultórios odontológicos, seja a de seus pacientes em tratamento. No entanto, o ápice da prevenção somente poderá ser alcançado se regulamentos de biossegurança forem empregados. A negligência de normas de segurança sanitária e o de biossegurança podem resultar em danos ou agravos, durante a prestação dos serviços (TEN; PEREIRA; DARUGE, 2002).

Lima e Ito (2000) citados por Razaboni (2011) mencionaram que, como profilaxia, devem-se empregar medidas de segurança que possam prevenir a transmissão de doenças a todos os que lidam em consultórios odontológicos. Dentre essas medidas estão o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), esterilização do instrumental, desinfecção dos equipamentos, do ambiente e a anti-sepsia do paciente. Duval (1999, p.14), por sua vez, menciona que os profissionais envolvidos no processamento de artigos e superfícies em serviços de saúde devem “utilizar Equipamentos de Proteção Individual – EPI, conforme

a técnica utilizada para o processamento e de acordo com o estabelecido pela legislação vigente”.

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No Brasil, a Portaria nº. 3.214/78 do MTE regula vários assuntos pertinentes à Segurança e Medicina do Trabalho, dentre elas, a NR-6, sobre Equipamento de Proteção Individual (EPI) e a NR-32, sobre como deve ser empregada Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde (SSTSS), dentre outras.

Para Guandalini, Melo e Santos (1997), “Na Odontologia, o profissional e equipe

são expostos diariamente a uma grande variedade de microorganismos da microflora bucal do paciente [...]”, portanto, as atividades exercidas em consultório odontológico

podem oferecer risco à saúde humana em função dos riscos biológicos ali provavelmente existentes.

A NR-32, 32.2.1.1, da Portaria nº. 3.214/78 do MTE indica quais medidas de segurança devem ser tomadas nos ambientes que envolvam o tratamento da saúde humana, isto, para evitar a disseminação de infecções e controlar os riscos ambientais porventura existentes e dentre eles, os biológicos que se destacam pela patogenicidade que apresentam: microorganismos geneticamente modificados ou não, as culturas de células, os parasitas, as toxinas e outros que podem estar presentes.

Existem normativos vigentes que alertam sobre a importância da prevenção de danos à saúde, por exemplo, a SSTSS editada pela Portaria nº. 3.214/78, do MTE, menciona, no item 32.1.1, que a finalidade da edição da NR-32 é “estabelecer as diretrizes

básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral”.

O objetivo desse estudo foi identificar, por meio de revisão sistemática da literatura, quais as medidas preventivas e os EPIs recomendados em procedimentos de esterilização em odontologia.

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2 METODOLOGIA

A metodologia utilizada nessa pesquisa foi revisão de literatura, abrangendo o período de 2001 a 2011, a partir da busca nas bases de dados LILACS e SciELO, a fim de identificar as medidas preventivas e os EPIs recomendados para uso durante procedimentos de esterilização em ambientes odontológicos.

A busca foi realizada com os seguintes descritores em língua portuguesa: “Biossegurança”; “Biossegurança em Odontologia”; “Saúde”; “Equipamentos de Proteção Individual em Saúde”; “Estratégias e Ação em Segurança”; “Fatores de Risco e Controle de infecção”.

3 MEDIDAS DE PROTEÇÃO NOS PROCEDIMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO DE INSTRUMENTOS EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO

3.1 Medidas de proteção e/ou prevenção contra os riscos biológicos

Muitos autores mencionam que a prevenção de acidentes e/ou de doenças relacionadas ao trabalho ainda é o melhor método a ser aplicado em um ambiente de trabalho. Para Rio (2001, p.9):

O trabalho constitui-se numa das mais importantes fontes de realização humana, esteja ele relacionado à satisfação de necessidades materiais básicas de sobrevivência ou a necessidades de realização individual e social mais sofisticadas (RIO, op cit).

A NR-32, 32.1.1.1, Inciso I, da Portaria nº. 3.214/78 e da Lei nº. 6.514/77, do MTE, indica duas fases reservadas à prevenção de riscos biológicos:

A primeira é a identificação dos riscos biológicos em função da localização geográfica e da característica do serviço de saúde e seus setores, considerando as fontes de exposição e reservatórios; as vias de transmissão e de entrada; a transmissibilidade, patogenicidade e virulência do agente; a persistência do agente

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biológico no ambiente; estudos e outras informações científicas, epidemiológicas ou dados estatísticos.

A segunda concerne na avaliação do local de trabalho e do trabalhador, considerando a finalidade e a descrição do local de trabalho; a organização e procedimentos de trabalho; a possibilidade de exposição; a descrição das atividades e funções de cada local de trabalho; as medidas preventivas aplicáveis e seu acompanhamento.

Em suma, de acordo com os normativos citados acima, o procedimento inicial é o reconhecimento e a avaliação dos riscos biológicos e a localização das áreas com potencial para contaminação.

Os riscos biológicos possuem uma classificação que pode ser individual, moderada, elevada e de extrema elevação à coletividade, de acordo com o Anexo I da NR-32, da Portaria nº. 3.214/78 do MTE., que referencia as classes como:

De risco 1: baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade, com baixa probabilidade de causar doença ao ser humano;

De risco 2: risco individual moderado para o trabalhador e com baixa probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças ao ser humano, para as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento; De risco 3: risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças e infecções graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento;

De risco 4: risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem causar doenças graves ao ser humano, para as quais não existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.

Dentre as medidas preventivas, as seguintes são sugeridas como preventivas, e devem ser implementadas na ordem em que são apresentadas, conforme a NR-9, 9.3.5 da Portaria nº. 3.214/78, do MTE:

Medidas profiláticas: A realização de exames e vacinação dos agentes envolvidos na atividade (NR-7, 7.4.1-7.4.2, 7.4.2.1; NR-32, 32.2.2.1, “d” e “e”; 32.2.4.17, 32.2.4.17.1-32.2.4.17.7); Vacinação contra: Hepatite-B, Sarampo, Rubéola, Parotidite, Tétano e outras, seguindo prescrição médica;

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Medida Administrativa: Capacitação, instrução e treinamento dos agentes em áreas de riscos à saúde (NR-32.2.4.9, 32.1.4.9.1; Adoção de Programa de Prevenção de Risco Ambiental (PPRA) e do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), conforme NR-9, 9.1 e NR-7, 7.1.1;

Medida para Proteção Coletiva (EPC): Esterilização de máquinas e equipamentos (emprego de Autoclave, estufa e uso de processo químico); Descarte de lixo conforme as classes: comum, contaminado e/ou de materiais pérfuro-cortantes; Desinfecção do ambiente (piso, paredes, bancadas, armários, reservatórios e mangueiras de água e das peças de mão, das brocas e pontas, e campos operatórios); Transporte de materiais para biópsia em acondicionamento correto; em caso de radiação, uso de biombo.

Adoção de Proteção Individual (EPI): quando as medidas de controle coletivo não puderem ser adotadas eficazmente ou como complemento a esta.

3.2 Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

De acordo com a NR-6, da Portaria nº. 3.214/78, da Lei nº. 6.514/77, editada pelo MTE, item 6.3 “a”, o uso de EPI somente deve ser adotado se a proteção coletiva estiver em fase de implantação ou se esta não for suficiente e também faz algumas considerações sobre EPI:

Item 6.1: Define EPI como “[..] todo dispositivo ou produto, de uso individual

utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”;

Item 6.6: Atribui ao empregador a responsabilidade de adquirir o EPI adequado para cada risco; exigir o uso; fornecer somente o aprovado pelo MTE; Orientar e treinar o uso; Substituir os danificados e Registrar a entrega; O Art. 166 da Lei 6.514/77 adverte que o uso de EPI somente deve ser implementado se “[...] as

medidas de ordem geral não ofereçam proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados”;

Item 6.7: Estabelece obrigações ao trabalhador que é usar, guardar, conservar, cumprir as determinações do empregador dentre outras.

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Pode-se dizer que o uso e o emprego de recursos capazes de controlar algum tipo de risco ambiental em um ambiente de trabalho dependem de alguns fatores relacionados à responsabilidade entre pessoas, sejam elas físicas ou jurídicas. Em matéria de segurança em ambientes laborais isto foi legislado pelo MTE, por exemplo, no Art. 157 da Lei nº. 6.514/77 do citado Ministério, que determina que, de um lado, toda empresa deve “cumprir

as normas de segurança e medicina do trabalho” e “Instruir os empregados [...] quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais”;

e do outro, de acordo com o Art. 157, desta vez em relação aos empregados [e todos que pertencem à empresa, inclusive seus executivos], salienta que devem “observar as normas

de segurança e medicina do trabalho [...]”.

Não se pode afirmar que os assuntos relacionados à Segurança e Medicina do trabalho, ou seja, os que tratam da prevenção de acidentes e/ou de doenças relacionadas ao trabalho seja uma opção a ser adotada ou não em um ambiente laboral. Se observada a legislação, percebe-se que podem ocorrer penalidades tanto para as pessoas jurídicas, quanto às pessoas físicas.

Com relação à pessoa jurídica, o item III do Art. 157 da Lei nº. 6.514/77 do MTE adverte que esta pessoa deve “adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão

regional [...]” e “facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente”, pois,

pelo Art. 201 da mesma Lei, as empresas podem sofrer penalidades tanto em relação ao descumprimento da legislação, quanto a qualquer quesito relacionado à Segurança do Trabalho.

E quanto aos empregados, Art. 158, além de observar [e cumprir] as normas expedidas pelo empregador, também devem colaborar para a aplicação dos dispositivos de segurança implementados, pois, de acordo com o Parágrafo único do Artigo 158, “Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada”, alínea “a”: da observância “das instruções expedidas pelo empregador”.

Na esfera criminal, de acordo com o Código Civil brasileiro, Art. 159 citado por Barbosa e outros (2000, p.66), “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência

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dano”, desta forma, entende-se que todos devem colaborar com a implementação de

medidas de prevenção de acidentes e/ou de doenças relacionadas ao trabalho, entre elas, a da adoção de EPI’s quando não for possível implementar medidas de prevenção coletiva e/ou em complemento a esta.

Com relação aos EPI’s, Guandalini, Melo e Santos (1997, p.13) relataram que “O equipamento de proteção individual é um uniforme para os trabalhos clínicos” e conforme Medeiros (1999), devido às características das atividades executadas em um consultório Odontológico, deve-se fazer uso não só de EPI’s adequados, mas também de roupas apropriadas. De acordo com a NR-32, 32.2.4.6, da Portaria nº. 3.214/78, do MTE., “Todos

os trabalhadores com possibilidade de exposição a agentes biológicos devem utilizar vestimenta de trabalho adequada e em condições de conforto” e que, no item 32.2.4.6.2,

“Os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com os [EPI’s] e as vestimentas

utilizadas em suas atividades laborais”.

Na Odontologia, de acordo com Razaboni (2011); Gandalini, Melo e Santos (1997); e NR-32, 32.2.4 da Portaria nº. 3.214/78 (Brasil, 1978), os EPI’s recomendados são:

Aventais: para evitar o contado da pele e roupas pessoais com os microorganismos do campo de trabalho, do tipo não cirúrgico para ser utilizado no ambiente de trabalho e o do tipo cirúrgico estéril, para realização de procedimentos críticos;

Gorro: para cobrir o cabelo e orelhas, protegendo-os principalmente dos aerossóis. Devem ser de uso único e descartados em lixo contaminado;

Luvas: descartáveis, para proteção das mãos e, após uso, devem ser postas em lixo contaminado. Dos tipos disponíveis destacam-se as do tipo comercial para serem utilizadas quando for manipular material e/ou instrumental contaminado, durante os procedimentos de limpeza e desinfecção do ambiente de trabalho; para exames clínicos; do tipo látex não estéreis, quando o procedimento for semicrítico e cirúrgicas estéreis.

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Máscara: descartáveis, para proteção das vias aéreas superiores. Devem ser confortáveis, de boa adaptação, não tocarem os lábios e nem a ponta do nariz, não serem irritantes e não possuírem odor;

Óculos de Proteção: contra fatores biológicos e mecânicos, fechados lateralmente.

Sapatilhas: serem confeccionadas em algodão, polipropileno ou em plástico. São consideradas obrigatórias em procedimentos críticos.

Gandalini, Melo e Santos (1997) mencionaram, também, que os pacientes, ou seja, os agentes que procuram por algum tipo de tratamento dentário da mesma forma que os profissionais em odontologia também precisam utilizar EPI’s e complementos de proteção, de acordo com o procedimento a que serão submetidos, por exemplo:

Óculos de Segurança: para evitar acidentes com instrumentos perfurantes e projeção de partículas líquidas e/ou sólidas diversas;

Gorro descartável: para proteção do cabelo do paciente contra os aerossóis;

Roupa cirúrgica ou de campo: para proteção das vestes.

Outra consideração que deve ser observada encontra-se na NR-32, 32.2.4.7, da Portaria nº.3.214/78, do MTE.: “Os Equipamentos de Proteção Individual – EPI,

descartáveis ou não, deverão estar à disposição em número suficiente nos postos de trabalho, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou reposição”.

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3.3 Esterilização

Sobre esterilização, Guandalini, Melo e Santos (1997, p.30) mencionam ser um “processo capaz de destruir todas as formas de vida microbiana como bactérias, fungos e

vírus, inclusive na sua forma vegetativa e esporulada”. Duval (1999, p.18) complementa

esta definição relatando que esterilização “é o processo de eliminação de todos os

microorganismos presentes no instrumental [...].

De acordo com Duval (1999, p.10), “Todo instrumental reutilizável empregado nos

serviços de saúde deve ser rigorosamente limpo e desinfetado ou esterilizado antes do uso em cada paciente [...].”, sendo que alguns passos devem ser seguidos para aproveitar e

garantir a qualidade no reuso e a segurança dos trabalhadores: “Descontaminação;

Limpeza; Enxágüe; Secagem; Esterilização; Armazenamento”.

Durante os procedimentos de esterilização, os profissionais podem ficar expostos aos riscos ocupacionais do tipo biológicos (bactérias, fungos, vírus e outros parasitas), devido ao contato com secreções humanas.

Uma das formas de se evitar contaminação nesse processo é a utilização de EPIs. Entretanto, o simples fato de se utilizar esses equipamentos não significa que a proteção estará completa, pois é necessário, também, avaliar a existência de riscos ambientais relacionados, por exemplo, o modo em que se descarta um lixo gerado no consultório.

A prevenção ainda é considerada a melhor forma de prevenir danos à saúde de todos os trabalhadores, inclusive, os que laboram em procedimentos clínicos, e a esterilização é considerada “uma das mais importantes etapas de um programa de controle

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4 CONCLUSÕES

Observa-se que, embora existam vários dispositivos legais e literatura correlacionada, a disseminação de informações sobre segurança do trabalho junto aos CD’s e seus auxiliares, a preservação da saúde e da integridade física destes profissionais e dos seus pacientes é um fator que pode auxiliar na prevenção de doenças e de acidentes relacionados ao trabalho, principalmente.

Sugere-se a realização de novo estudo, desta vez, em trabalho de campo, para verificação de como os quesitos de segurança do trabalho estão sendo observados pelos profissionais de Odontologia em seus consultórios, de modo a observar a coordenação da teoria com a prática.

REFERÊNCIAS

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