Curso de Processo Administrativo
Escola da Advocacia Geral da
União/MG
Cristina Campos Esteves 14 e 17 de novembro de 2014
Sumário
• Instauração e Instrução do Processo Administrativo • Legitimação – Competência
• Impedimento – Suspeição
• Forma – Tempo – Lugar – Comunicação dos Atos Administrativos • Decisão Administrativa
• Arquivamento e Extinção do Processo • Recurso e Revisão Administrativo
• Anulação, Revogação e Convalidação • Desistência
• Aplicação de Penas e Nulidades
Os temas serão abordados com base na Lei 9.784, de
1999, que disciplina o processo administrativo
federal e que afirma:
Art.69. Os processos administrativos
específicos
continuarão a reger-se por lei própria,
INSTAURAÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
Capítulo IV – Do Início do Processo
Arts.5º a 8º da Lei 9.784, de 1999.
Art.5º O processo administrativo pode
iniciar-se de
ofício
ou a
pedido do interessado
.
INSTAURAÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
Capítulo IV – Do Início do Processo
Arts.5º a 8º da Lei 9.784, de 1999.
Art.6º Requisitos:
• Requerimento por escrito
• Indicação da autoridade a quem o pedido é dirigido
• Identificação do interessado/representante • Domicílio do requerente
• Fatos e fundamentos • Data e assinatura
INSTAURAÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
Capítulo IV – Do Início do Processo
Arts.5º a 8º da Lei 9.784, de 1999.
Art.6º ...
Parágrafo único. É vedada à Administração a
recusa
imotivada
de recebimento de documentos, devendo o
servidor orientar o interessado quanto ao suprimento
de eventuais falhas.
Capítulo VI – DOS INTERESSADOS
Arts.9º e 10 da Lei 9.784, de 1999.
Art.9º São legitimados como interessados no processo administrativo:
Pessoas físicas ou jurídicas deflagradores Terceiros que possam ser afetados
Organizações e Associações representativas de direitos coletivos
Pessoas e Associações legalmente constituídas para defesa de interesses difusos
INSTAURAÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
Capítulo IV – Do Início do Processo
Arts.5º a 8º da Lei 9.784, de 1999.
Art.10º São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio.
Código Civil
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I - os menores de dezesseis anos (...)
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Capítulo VI – DA COMPETÊNCIA
arts.12 a 17 da Lei 9.784, de 1999.
Art.11 A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
Art. 13 Não podem ser objeto de delegação: I – a edição de atos de caráter normativo; II – a decisão de recursos administrativos;
Capítulo VI – DA COMPETÊNCIA
arts.12 a 17 da Lei 9.784, de 1999.
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos,
os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade
delegante.
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar
explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado.
Art. 17 Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir.
Capítulo VII - IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO
Arts. 18 a 21 da Lei 9.784, de 1999.
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o
interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.
Capítulo VII - IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO
Arts. 18 a 21 da Lei 9.784, de 1999.
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.
Capítulo VIII - FORMA – TEMPO – LUGAR DOS ATOS
Arts.22 a 25 da Lei 9.784, de 1999.
Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.
§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo,
com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável.
§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido
quando houver dúvida de autenticidade.
§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo
órgão administrativo.
§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencialmente e
Capítulo VIII - FORMA – TEMPO – LUGAR DOS ATOS
Arts.22 a 25 da Lei 9.784, de 1999.
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração.
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior.
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o dobro, mediante comprovada justificação.
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão, cientificando-se o interessado se outro for o local de realização.
Capítulo IX - COMUNICAÇÃO DOS ATOS
Arts.26 a 28 da Lei 9.784, de 1999.
Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.
§ 1o A intimação deverá conter:
I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa; II - finalidade da intimação;
III - data, hora e local em que deve comparecer;
IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar;
V - informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento;
Capítulo IX - COMUNICAÇÃO DOS ATOS
Arts.26 a 28 da Lei 9.784, de 1999.
Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.
§ 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de comparecimento.
§ 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.
§ 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio
indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial.
§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.
Capítulo IX - COMUNICAÇÃO DOS ATOS
Arts.26 a 28 da Lei 9.784, de 1999.
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado.
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla defesa ao interessado.
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.
Capítulo VI – DA INSTRUÇÃO
Arts. 29 a 47 da Lei 9.984, de 1999.
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias.
(...)
§ 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados
Capítulo VI – DA INSTRUÇÃO
Arts. 29 a 47 da Lei 9.984, de 1999.
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.
Direito de Petição
Capítulo VI – DA INSTRUÇÃO
Arts. 29 a 47 da Lei 9.984, de 1999.
Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiência de outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos.
Capítulo VI – DA INSTRUÇÃO
Arts. 29 a 47 da Lei 9.984, de 1999.
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias.
Capítulo VI – DA INSTRUÇÃO
Arts. 29 a 47 da Lei 9.984, de 1999.
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo.
§ 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na
motivação do relatório e da decisão.
§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão
fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.
Capítulo VI – DA INSTRUÇÃO
Arts. 29 a 47 da Lei 9.984, de 1999.
Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condições de atendimento.
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão.
Capítulo VI – DA INSTRUÇÃO
Arts. 29 a 47 da Lei 9.984, de 1999.
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva apresentação implicará arquivamento do processo.
Capítulo VI – DA INSTRUÇÃO
Arts. 29 a 47 da Lei 9.984, de 1999.
•
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou
diligência ordenada, com antecedência mínima
de três
dias úteis
, mencionando-se data, hora e local de
realização.
Capítulo VI – DA INSTRUÇÃO
Arts. 29 a 47 da Lei 9.984, de 1999.
•
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão
consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de
quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade
de maior prazo.
§ 1
oSe um
parecer obrigatório e vinculante
deixar de ser emitido
no prazo fixado,
o processo não terá seguimento até a
respectiva apresentação
, responsabilizando-se quem der causa
ao atraso.
§ 2
oSe um parecer
obrigatório e não vinculante
deixar de ser
emitido no prazo fixado, o processo
poderá ter prosseguimento
e
ser decidido com sua
dispensa,
sem prejuízo da
responsabilidade de quem se omitiu no atendimento
.
Capítulo VI – DA INSTRUÇÃO
Arts. 29 a 47 da Lei 9.984, de 1999.
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o
direito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias,
salvo se outro prazo for legalmente fixado.
Alegações Finais
Sua não apresentação no prazo encerra preclusão?
É possível dilação do prazo?
Capítulo VI – DA INSTRUÇÃO
Arts. 29 a 47 da Lei 9.984, de 1999.
Art. 46. Os interessados têm
direito à vista
do processo
e a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e
documentos que o integram, ressalvados os dados e
documentos de terceiros
protegidos por sigilo ou pelo
direito à privacidade, à honra e à imagem
.
Princípio da Publicidade
Lei 12.527, de 18 de novembro de 2011 – LAI
Capítulo VI – DA INSTRUÇÃO
Arts. 29 a 47 da Lei 9.984, de 1999.
Art. 47. O órgão de instrução que não for competente
para emitir a decisão final elaborará relatório indicando
o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento
e formulará proposta de decisão, objetivamente
justificada, encaminhando o processo à autoridade
competente.
Capítulo XII – DO DEVER DE DECIDIR
Arts.48 e 49 da Lei 9.784, de 1999.
Art.48. A Administração tem o dever de
explicitamente emitir decisões nos processos
administrativos
e
sobre
solicitações
ou
reclamações, em matéria de sua competência.
Art.49. Concluída a instrução de processo
administrativo, a Administração tem o prazo de
até trinta dias para decidir, salvo prorrogação
Capítulo XII – DO DEVER DE DECIDIR
Arts.48 e 49 da Lei 9.784, de 1999.
Significado de Poder
ação
Faculdade de ação Dever omissão
(competência)
PoderEsfera Privada
Poder Esfera Pública
Capítulo XII – DO DEVER DE DECIDIR
Arts.48 e 49 da Lei 9.784, de 1999.
•
Decisão final – é aquela que enfrenta a
questão objeto do processo administrativo,
subsequentemente
ao
encerramento
da
instrução.
•
Prazo de 30 dias prorrogáveis por igual
período (contados do encerramento da
instrução).
Ultrapassado esse prazo,
caracteriza-se infração funcional, podendo o
interessado pode
recorrer ao Judiciário.
Capítulo XII – DA MOTIVAÇÃO
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com
indicação
dos fatos e dos fundamentos jurídicos
, quando:
(...)
§ 1
oA motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo
consistir em declaração de concordância com fundamentos de
anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que,
neste caso, serão parte integrante do ato.
Capítulo XII – DA MOTIVAÇÃO
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
Capítulo XII – DA MOTIVAÇÃO
A motivação é considerada princípio por
alguns doutrinadores com fundamento no
art.93, inciso X, da CR de 1988 e art.2º da Lei
9.784,de 1999.
Capítulo XII – DA MOTIVAÇÃO
•
Elementos do Ato Administrativo
Competência
Finalidade
Forma
Motivo
e
Objeto
Capítulo XII – DA MOTIVAÇÃO
•
Conceito de motivo
Conjunto de razões
de fato
ou
de direito
que
conduzem o agente à manifestação da vontade
constitutiva do ato administrativo.
Teoria da Substanciação
Motivos ≠ Motivação
Capítulo XII – DA MOTIVAÇÃO
Art.26 da Lei 8.666/1993 X Art.50, IV, da Lei
9.784/1999.
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no
inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o
retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias,
à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos.
Capítulo XIV - EXTINÇÃO DO PROCESSO
Arts.51 e 52 da Lei 9.784, de 1999.
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se
tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.
Extinção natural do processo
Capítulo XIV - EXTINÇÃO DO PROCESSO
Arts.51 e 52 da Lei 9.784, de 1999.
Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita,
desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.
§ 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia
atinge somente quem a tenha formulado.
§ 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso,
não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige
.
Extinção por vontade do interessado
Capítulo XIV - EXTINÇÃO DO PROCESSO
Arts.51 e 52 da Lei 9.784, de 1999.Desistência
Inexiste abdicação do direito material e, em consequencia, o interessado pode iniciar outro processo.X Renúncia
Atinge diretamente o direito material e o interessado
não pode iniciar outro processo.
ARQUIVAMENTO DO PROCESSO
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos
solicitados ao interessado forem necessários à
apreciação de pedido formulado, o não atendimento
no prazo fixado pela Administração para a respectiva
apresentação implicará arquivamento do processo.
Desistência
Capítulo XV - ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO DO ATO
ADMINISTRATIVO
Arts.53 a 55 da Lei 9.784, de 1999.
Art. 53. A Administração
deve anular
seus
próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e
pode revogá-los
por motivo de
conveniência ou oportunidade
, respeitados os
direitos adquiridos.
Capítulo XV - ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO
DO ATO ADMINISTRATIVO
Arts.53 a 55 da Lei 9.784, de 1999.ANULAÇÃO
Ato viciado
Efeitos ex tunc
Competência da própria
Administração ou do
Judiciário
REVOGAÇÃO
Ato válido – Invalidação
fundada no interesse
público (conveniência e
oportunidade)
Efeitos ex nunc
Competência exclusiva da
Administração
Capítulo XV - ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO
DO ATO ADMINISTRATIVO
Arts.53 a 55 da Lei 9.784, de 1999.
Não podem ser revogados:
1. Os atos que já esgotaram seus efeito;
2. Os atos vinculados;
3. Os atos que originaram direitos adquiridos;
4. Os atos que integram a sequencia de procedimentos
administrativos, em virtude da preclusão;
5. Os
atos
administrativos
opinativos
(pareceres,
certidões, declarações e atestados)
Capítulo XV - ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO DO
ATO ADMINISTRATIVO
Arts.53 a 55 da Lei 9.784, de 1999.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos
administrativos
de que decorram efeitos favoráveis
para os destinatários
decai em cinco anos,
contados
da data em que foram praticados, salvo comprovada
má-fé
Princípio da Estabilidade das Relações Jurídicas
Principio da Segurança Jurídica
Capítulo XV - ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO DO
ATO ADMINISTRATIVO
Arts.53 a 55 da Lei 9.784, de 1999.
Art. 54. (...)
§ 1
oNo caso de efeitos patrimoniais contínuos, o
prazo de decadência contar-se-á da
percepção do
primeiro pagamento
.
§ 2
oConsidera-se exercício do direito de anular
qualquer medida de autoridade administrativa que
importe impugnação à validade do ato.
Capítulo XV – CONVALIDAÇÃO DO ATO
ADMINISTRATIVO
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem
lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos
que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser
convalidados pela própria Administração.
Supressão de defeitos pra preservação dos efeitos do ato.
Em regra, esses vícios localizam-se nos elementos: competência, forma e objeto
Capítulo XVI - RECURSO ADMINISTRATIVOS
e REVISÃO
Arts.56 a 55, da Lei 9.784, de 1999.
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de
legalidade e de mérito.
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se
não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo
independe de caução.
§ 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria
enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão
impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o
recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417,
Capítulo XVI - RECURSO ADMINISTRATIVOS
e REVISÃO
Arts.56 a 55, da Lei 9.784, de 1999.
Súmula 21 do Supremo Tribunal Federal
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo
Capítulo XVI - RECURSO ADMINISTRATIVOS
e REVISÃO
Arts.56 a 55, da Lei 9.784, de 1999.
Fundamentos Princípio da Hierarquia
Direito de Petição – art.5, inc.XXXIV, ‘a’, da CR
de 1988
Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa
Prazo de reconsideração
5 dias corridos, sem
interrupção ou suspensão.
Capítulo XVI - RECURSO ADMINISTRATIVOS
e REVISÃO
Arts.56 a 55, da Lei 9.784, de 1999.
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três
instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa.
Ainda que o processo se inicie por recurso. A todo tempo
prevalece a regra da autotutela.
Art.58
Legitimados
Art.59
Prazo processual de 10 dias para interposição
contados da ciência do interessado (art.26, §3º)
Art.60
forma de interposição é o requerimento
Art.61
em regra não tem efeito suspensivo em razão da
natureza autoexecutável da decisão administrativa
Capítulo XVI - RECURSO ADMINISTRATIVOS
e REVISÃO
Arts.56 a 55, da Lei 9.784, de 1999.
Art.62
os interessados tem 5 dias para apresentar
alegações.
Art.63 hipóteses de não-conhecimento
I - fora do prazo;
II - perante órgão incompetente;
III - por quem não seja legitimado;
IV - após exaurida a esfera administrativa.
Capítulo XVI - RECURSO ADMINISTRATIVOS
e REVISÃO
Arts.56 a 55, da Lei 9.784, de 1999.
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá
confirmar,
modificar,
anular
ou
revogar,
total
ou
parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua
competência.
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo
puder decorrer gravame à situação do recorrente
, este
deverá ser cientificado para que formule suas alegações
antes da decisão.
Reformatio in Pejus
•
Julgamento do recurso de forma a agravar a
situação do recorrente.
+
Indeferimento do pedido do Recorrente Agravamento da situação do Recorrente•
Origem no Direito Penal – art.617 do CPP.
Art.64. O órgão competente para decidir o recurso
poderá confirmar, anular ou revogar, total ou
parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de
sua competência.
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste
artigo puder decorrer gravame à situação do
recorrente, este deverá ser cientificado para que
formule suas alegações antes da decisão.
Quando deve ser oportunizada a apresentação
de alegações?
Quando o processo estiver pronto para ser
enviado à autoridade competente para decidir
o recurso.
Em outras palavras, depois de
Capítulo XVI - RECURSO ADMINISTRATIVOS
e REVISÃO
Arts.56 a 55, da Lei 9.784, de 1999.
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem
sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido
ou
de
ofício,
quando
surgirem
fatos
novos
ou
circunstâncias
relevantes
suscetíveis
de
justificar
a
inadequação da
sanção aplicada
.
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá
resultar agravamento da sanção.
Recurso deflagrador – Novo processo administrativo
Inexistência de prazo legal – Imprescritibilidade
Capítulo XVII – PRAZOS
Arts.66 e 67 da Lei 9.784, de 1999.
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial,
excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o
vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal.
§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no
mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos
Capítulo XVIII – SANÇÕES
Art.68 da Lei 9.784, de 1999.
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade
competente, terão natureza pecuniária ou consistirão em
obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito
de defesa.
Bibliografia
• CARVALHO FILHO, José dos Santo. Manual de Direito
Administrativo. Ed.Lumen Juris.
• CARVALHO FILHO, José dos Santo. Processo Administrativo
Federal: Comentários à Lei n. 9.784 de 29/1/1999. Ed.Lumen Juris.
• FIGUEIREDO, Lúcia Valle. Curso de Direito Administrativo.
Ed.Malheiros.
• BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito
Administrativo. Ed.Malheiros.
• ZYMLER, Benjamin. Direito Administrativo e Controle. Ed.Fórum. • DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Discricionaridade Administrativa