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Análise do Perfil e Grau de Incidência de Barreiras Não-tarifárias Sobre as Exportações Brasileiras de Frutas

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Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009,

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

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ANÁLISE DO PERFIL E GRAU DE INCIDÊNCIA DE BARREIRAS NÃO-TARIFÁRIAS SOBRE AS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE FRUTAS

vslirio@ufv.br

Apresentação Oral-Comércio Internacional

MARCELO DIAS PAES FERREIRA; VIVIANI SILVA LÍRIO; TALLES GIRARDI DE MENDONÇA.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA, VIÇOSA - MG - BRASIL.

Análise do Perfil e Grau de Incidência de Barreiras Não-tarifárias

Sobre as Exportações Brasileiras de Frutas

Grupo de Pesquisa: Comércio Internacional Resumo

Este trabalho teve como objetivos identificar, por produto selecionado e por mercado de destino, as principais barreiras não-tarifárias – BNT incidentes sobre as exportações brasileiras de frutas selecionadas (banana, limão, maçã, manga, melão e uva) e calcular, através de indicadores, o grau de incidência dessas barreiras de 1995 a 2007. Os resultados indicam que o Nafta emitiu duas vezes mais notificações que a União Européia (UE), e que o Mercosul quase não fez uso dessa ferramenta. No entanto, deve-se considerar que há diferenças entre as notificações emitidas pelo Nafta e a UE, como o fato das notificações européias serem mais genéricas enquanto as do Nafta serem específicas. Os índices de freqüência e de cobertura apresentaram valores de 100 % para o Nafta em todos os anos, para a UE, os índices apresentaram o valor de 100 % a partir de 1998, com exceção de 2006. Para o Mercosul, o índice apresentou valores não-nulos somente nos anos de 1998, 2002 e 2007. Entretanto, as regiões que apresentaram maiores índices de freqüência e de cobertura foram as que apresentaram maiores crescimentos como destino das exportações brasileiras das frutas selecionadas.

Palavras-chave: BNT, Mercado Internacional, Fruticultura, Acordos Internacionais, Exportações.

Profile and Incidence Degree Analysis of Non-tariffs Barriers over

Brazilian Fruits Exports

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This paper aims to investigate the main non-tariffs barriers over Brazilian exports of selected fruits (banana, lemons/limes, apple, mango, melon, and grape). It was done analyses for selected products and for destination markets. Besides that, indexes of covering degree were calculated for these barriers from 1995 to 2007. The results showed that Nafta delivered twice more notifications than European Union (EU), and the Mercosul has not done it often. However, there are differences between the notifications delivered by Nafta and EU. The main point is that European notifications were general, while the Nafta delivered specific notifications. The frequency and covering indexes from Nafta were 100 % in all analysis years. The EU also had high indexes, once that this presented 100 % in both indexes since 1998, except the year of 2006. The indexes from Mercosul were not null in 1998, 2002, and 2007. Moreover, the regions that presented the highest indexes were also the regions that the Brazilian fruit exportations had the highest growth.

Keywords: Non-tariffs Barriers, International Market, Orcharding, International

Agreements, Exportations.

1-Introdução

O escasso conhecimento dos impactos das Barreiras Não-Tarifárias (BNT) sobre as atividades produtivas, a renda e o emprego de um país, aliados à sua ampla utilização pelos países, tem gerado diversos debates em fóruns internacionais. No que tange à fruticultura, as exportações de frutas in natura enfrentam fortes barreiras em mercados importantes, a exemplo do norte-americano, do japonês e de vários países da União Européia, justificadas pela presença de doenças e pragas nas áreas de produção ou de resíduos tóxicos nos produtos comercializados.

De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG, 2008), o Brasil é o terceiro produtor mundial de frutas, superado, apenas, pela China e Índia. Em 2005, a produção brasileira de frutas alcançou um volume de 40,6 milhões de toneladas, 35,3% maior do que as 30 milhões colhidas em 1990 (incluindo morango melancia e melão). O país é grande produtor de laranja, banana, coco e mamão. A relevância da base agrícola da cadeia produtiva das frutas é grande, e abrange atualmente cerca de 2,17 milhões de hectares, gerando aproximadamente 4 milhões de empregos diretos.

Ademais, é preciso destacar que a geração de empregos é uma das características importantes do setor, já que o mesmo utiliza intensivamente a mão-de-obra em operações manuais como pulverização, colheita, capina e combate às formigas, dentre outras atividades. Para se ter uma idéia dessa relevância, enquanto na colheita de grãos, como soja e milho, são empregados, em média, 2 homens por hectare, na colheita das frutas é necessário em média 20 trabalhadores por hectare, podendo chegar, no caso da goiaba, a 132 empregados (AGRIANUAL, 2005). Assim, deve-se destacar que a fruticultura é uma atividade de alto valor de mercado, que gera renda para o homem do campo e colabora com a redução do desemprego e do êxodo rural.

Contudo, a despeito da grande relevância do setor, o Brasil tem participação pouco expressiva no cenário internacional - aproximadamente 1,2% - apesar de se apresentar como um dos maiores produtores mundiais de frutas. Dados da FAEMG (2008) indicam que esforços têm sido feito, nos últimos anos, para transformar o Brasil num importante

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ator no mercado internacional de frutas. Bons resultados já foram alcançados com o crescimento constante do volume exportado e da receita gerada com as exportações de frutas in natura e processadas. Porém, um dos fatores ainda responsáveis pela fraca inserção do País no mercado externo é a atratividade das vendas domésticas, que faz com que mais de 50% do total produzido tanto para consumo "in natura" quanto para o processamento de suco, seja absorvido pelo mercado interno.

Além disso, pode-se destacar que o mercado mundial de frutas é constituído, em sua maior parte, por frutas de clima temperado, típicas da produção e do consumo dos países do Hemisfério Norte, embora seja elevado o potencial de mercado de frutas tropicais, que poderá ser explorado pelo País desde que sejam realizados investimentos em marketing e divulgação da fruta brasileira no exterior.

Outro importante entrave à inserção das frutas brasileiras no mercado internacional são as barreiras ao comércio, sejam essas tarifárias ou não tarifárias. Ambas as barreiras prejudicam o desempenho das exportações. No entanto, o uso das barreiras tarifárias tem sido cada vez menos freqüente em decorrência dos acordos e negociações multilaterais.

As negociações multilaterais para a liberalização do comércio tiveram início em 1947, com o estabelecimento do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio - GATT, que congregava regras de conduta das políticas de comércio internacional. O intuito era de que as políticas comerciais adotadas pelos países membros do GATT estivessem condicionadas, em certa medida, pela necessidade de serem legitimadas pelo Acordo.

A partir de então, oito rodadas de negociações multilaterais de comércio foram realizadas visando, prioritariamente, retrações nas tarifas as importações. A Rodada Uruguai, uma das principais, resultou em cortes da ordem de 40% nas tarifas médias dos países desenvolvidos. Porém, o movimento mais importante foi o início da liberalização de dois setores amplamente protegidos e subsidiados pelos países desenvolvidos: agricultura e têxteis (Krugman; Obstefeld, 2005).

Há que se considerar, por outro lado, a existência das referidas “novas regras” de funcionamento do mercado externo, que têm exigido das empresas exportadoras – em suas mais variadas áreas de atuação - a adoção de sistemáticas regras de controle produtivo e ampliação do conhecimento continuado sobre as exigências qualitativas de seus mercados de destino.

Na realidade, as Barreiras Não-Tarifárias - BNT ganharam importância como mecanismo de proteção paralelamente às reduções nas tarifas advindas dessas negociações. A título de exemplificação, cite-se que como mecanismos de restrição ao acesso aos mercados agrícolas e agroindustriais, os países desenvolvidos utilizaram direitos

antidumping, impostos compensatórios, subsídios, cotas, padrões sanitários e

fitossanitários, dentre outras medidas.

Segundo Faria (2004), com as reduções tarifárias advindas das negociações multilaterais de comércio, os governos passaram a utilizar novas formas de protecionismo para atender à demanda de setores domésticos pouco competitivos. A crescente utilização das chamadas Barreiras Não-Tarifárias - BNT tem feito com que as autoridades tomadoras de decisão, cientistas e as partes potencialmente interessadas no comércio internacional busquem compreender a ampla variedade de instrumentos classificados como BNT e seus possíveis efeitos nos fluxos de comércio.

Na prática, as normas e os regulamentos técnicos e fitossanitários podem representar exigências legítimas de segurança e de proteção à saúde do homem, de animais

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e plantas. Todavia, podem, em alguns casos, assumir caráter protecionista quando não apresentam a necessária transparência, ou quando impõem procedimentos morosos e/ou dispendiosos para a avaliação da conformidade requerida, além de regulamentos excessivamente rigorosos ou inspeções caracterizadas por arbítrio ou excesso de zelo (BRASIL, 2003).

Neste contexto, observa-se que as normas e regulamentos de caráter técnico e fitossanitário, que funcionam como BNT e possuem a mesma função das barreiras alfandegárias (proteger os mercados), têm representado sérios entraves à expansão da fruticultura brasileira no mercado internacional. Em síntese, a crescente utilização de BNT vem prejudicar o desempenho do setor como exportador, afetando os preços e as quantidades de frutas comercializadas internacionalmente.

A partir do que foi exposto, este trabalho tem como objetivo geral a identificação das principais BNT existentes para as exportações da fruticultura brasileira (banana, limão tahiti, manga, maçã, melão e uva) e quantificar o grau de incidência dessas barreiras, no período compreendido de 1995 a 2007. Especificamente, pretende-se: Identificar, por produto selecionado e por mercado de destino, as principais barreiras não-tarifárias – BNT incidentes sobre as exportações brasileiras de frutas selecionadas, qualificando eventos ou períodos significativos; Calcular, através de indicadores selecionados, o grau de incidência dessas barreiras.

A literatura que trata de BNT incidentes sobre a fruticultura é escassa e relativamente recente, entretanto, alguns trabalhos se destacam. Faria (2004) analisou os efeitos da imposição de barreiras técnicas e fitossanitárias nas exportações brasileiras de mamão. Passoni et. al. (2006) analisaram os principais entraves à exportação brasileira de banana, citros, manga, mamão, melão e uva, considerando, além das BNT, outras variáveis externas e internas. Souza e Amato Neto (2007) identificaram alguns elementos que contribuem para a entrada de pequenos e médios produtores de manga e uva, da região de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), no mercado global. Souza e Burnquist (2007) e Sousa, Carvalho e Lima (2007) mensuraram os efeitos das BNT sobre as exportações brasileiras de Melão. Por último, Telteboim et. al. (2007) realizaram um estudo a respeito dos Limites Máximos de Resíduos (LMR) e suas implicações no comércio internacional de frutas.

Este trabalho traz, entre outras, duas contribuições, que no seu conjunto, geram um diferencial dos trabalhos anteriores. Em primeiro lugar, este trabalho abrange seis frutas, assim, traz uma visão mais ampla da fruticultura brasileira. Em segundo, utiliza metodologia que permite mensurar a freqüência e a cobertura das BNT sobre as exportações de frutas brasileiras.

Este estudo fornece informações relevantes para os setores envolvidos direta e indiretamente com a fruticultura, tais como: produtores, cooperativas, empresas fornecedoras de insumos, exportadores, organizações sindicais, agências de desenvolvimento, governos municipais, estaduais e federal, ONG’s e o meio acadêmico em geral.

Além desta seção introdutória, esta contida neste trabalho as seguintes seções: Referencial Teórico sobre o comércio internacional; Metodologia e Fonte de Dados, onde serão apresentados como são calculados os Índices de Freqüência e o de Cobertura e a origem dos dados utilizados; Principais Destinos das Exportações Brasileiras de Frutas, com finalidade de contextualização; Resultados e Discussões, onde são expostos e

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discutidos os resultados oriundos da aplicação da metodologia; uma breve conclusão; e por último, a Bibliografia consultada.

2-Referencial Teórico

A importância do comércio externo na promoção do crescimento econômico e da riqueza nacional não é uma questão recente. A doutrina mercantilista, até meados do século XVIII, já se preocupava em manter superávits na balança comercial, a fim de elevar a oferta interna de metais preciosos, principalmente de ouro e prata. Todavia, foi a partir do surgimento das teorias clássicas de comércio internacional que a preocupação com o comércio entre os países se tornou mais evidente (Faria, 2004).

Para os economistas clássicos, o fluxo internacional ocorre como resultado de diferentes níveis de produtividade entre os países. Porém, esses economistas não se preocupavam em identificar os fatores responsáveis por tal diferença. A existência dessa lacuna no desenvolvimento da teoria clássica motivou os economistas Eli Heckscher (1919) e Bertil Ohlin (1933) a estudarem as causas para o padrão comercial entre os países. Assim, surgiu a Teoria da Dotação de Fatores, também conhecida por teoria moderna do comércio internacional. Essa estrutura teórica afirma que as vantagens comparativas de um país na produção de uma determinada mercadoria originam-se da abundância relativa dos fatores de produção e da intensidade com a qual os fatores são empregados no processo de produção (Krugman e Obstefeld, 2005).

Os testes utilizando o modelo de Heckscher-Ohlin mostraram a insuficiência dos modelos teóricos clássicos em responder questões relacionadas à natureza dos fluxos comerciais entre os países, e isso motivou a busca por explicação em modelos analíticos alternativos. Assim sendo, visando ampliar o escopo de análise, as novas teorias do comércio internacional surgiram nos anos sessenta e ganharam relevância a partir da década de oitenta. Essas abordagens incorporam, em seu escopo analítico, as hipóteses dos retornos crescentes à escala e diferenciação de produtos. Com essas novas suposições, o intercâmbio entre os países seria do tipo intra-industrial e não mais refletiria apenas as vantagens comparativas, como no caso do intercâmbio inter-industrial.

Se, por um lado, os defensores do livre comércio ilustram por meio de modelos teóricos que o comércio internacional pode maximizar o valor da produção total e beneficiar todos os países participantes, por outro, apesar dos benefícios gerados pelo comércio entre os países, em todo o mundo barreiras comerciais são utilizadas, principalmente, para atender à demanda por proteção de importantes grupos políticos e econômicos.

De fato, os governos possuem muitos instrumentos de política comercial e podem utilizá-los para diferentes finalidades. Dentre os mecanismos mais usuais, encontra-se a imposição de restrições tarifárias. Assim, o objetivo da tarifa pode ser, por exemplo, um aumento na receita do governo ou a proteção de determinada indústria. Todavia, a maior parte dessas tarifas é criada para estimular a produção no mercado interno de indústrias que concorrem com os produtos importados e, assim, as tarifas reduziriam a quantidade produzida ao afetarem os preços.

Em virtude dos históricos debates sobre as perdas decorrentes de imposição tarifária e das várias rodadas de negociações multilaterais de comércio realizadas no âmbito do GATT, as barreiras tarifárias sofreram progressivas retrações e a expectativa é

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de que continuem sendo reduzidas. Porém, paralelamente, o uso de barreiras não-tarifárias vem ganhando força como nova forma de proteção. De fato, a impossibilidade de aumento nas tarifas faz com que os governos adotem novos mecanismos para protegerem os mercados como, por exemplo, a utilização de exigências técnicas e sanitárias rigorosas.

De acordo com Faria (2004), na realidade, a definição e a classificação das BNT são ainda bastante controversas na literatura especializada. Em conseqüência da falta de consenso sobre a definição e a classificação das BNT, no presente estudo será adotada a definição e a classificação de BNT sugerida pela SECEX (BRASIL, 2003) segundo normas dessa secretaria,

“Barreiras não-tarifárias são as leis, regulamentos, políticas ou práticas de um

país que visam restringir o acesso de produtos importados em seu mercado”

Os dois grupos de restrição ao comércio são Barreiras Tarifárias e Barreiras Não-Tarifárias. Entre as restrições do primeiro grupo, a mais utilizada são as tarifas e, como comentado anteriormente, a imposição desse tipo de restrição reduz a quantidade importada de um país em decorrência da elevação dos preços da mercadoria.

Dentre as restrições do segundo grupo, as restrições quantitativas englobam tanto as cotas de importação, quanto as cotas de exportação. Ambos os tipos restringem o volume de comércio e alteram os preços do bem no país importador. O efeito das cotas sobre o volume e preços dos bens comercializados é análogo ao das tarifas; porém, o governo não obtém receita com a imposição de cotas (Krugman e Obstefeld, 2005). Os licenciamentos de importações são exigências do governo do país importador para administrar previamente as restrições ao comércio, podendo assumir caráter discriminatório ou geral. Já os procedimentos alfandegários podem ser classificados em três categorias: procedimentos de valoração alfandegário (construção de preços diferentes dos declarados para efeitos de cobrança de tarifas); procedimentos de classificação alfandegário (utilização de classificações incompatíveis com as internacionais com o objetivo de impor tarifas); procedimentos de desembaraço alfandegário (documentação, inspeção e práticas correlatas que podem inibir ou impedir o comércio).

As medidas compensatórias, por seu turno, são direitos especiais para contrabalançar qualquer subsídio concedido no país exportador. Pode ocorrer por meio da aplicação de alíquotas ad valorem, ou específicas ou pela combinação de ambas. À semelhança dessas medidas, as salvaguardas são mecanismos que um país pode lançar mão para combater importações que, de alguma forma, estejam causando um efeito negativo, ainda que potencial na ordem econômica daquele país.

As barreiras não-tarifárias de caráter técnico, como as normas e regulamentos técnicos, sanitários e fitossanitários são as de maior interesse no presente trabalho, uma vez que as exportações de frutas brasileiras são amplamente influenciadas por normas, procedimentos e regulamentos fitossanitários.

Importante observar que as normas e regulamentos técnicos são exigências legítimas dos governos para garantir padrões de qualidade, segurança e proteção à saúde dos consumidores, bem como de proteção ao meio ambiente. Entretanto, as normas e os regulamentos podem assumir caráter protecionista se não apresentarem a necessária transparência ou impuserem procedimentos morosos ou dispendiosos para avaliação de conformidade.

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Na realidade, já foram realizados alguns esforços no sentido de ampliar a transparência dos procedimentos de restrição ao comércio. Durante a Rodada Uruguai, foi criada a Organização Mundial do Comércio - OMC e dois acordos sobre barreiras técnicas foram negociados: o Acordo sobre Barreiras Técnicas (Technical Barriers to Trade

Agreement) - TBT, e o Acordo sobre Medidas Sanitárias e Fitossanitárias - SPS. O objetivo

da criação desses acordos era impedir que exigências sobre regulamentos e normas técnicas, bem como medidas que visem a proteção e a saúde de pessoas, animais e plantas, se convertam em barreiras ao comércio internacional. Para tanto, essas normas e regulamentos devem ser harmonizados, sendo estabelecidos com base em regras internacionalmente aceitas.

3-Metodologia e Fonte de Dados

3.1-Identificação e hierarquização das barreiras não-tarifárias incidentes sobre as exportações de frutas selecionadas.

Inicialmente foi realizado um amplo levantamento – por fruta selecionada e seus principais mercados de destino – de modo a mapear os fluxos de exportação desses produtos. Em uma etapa posterior, foram levantadas todas as notificações identificadas como barreira não-tarifária sobre cada um dos produtos selecionados, em cada um dos mercados de destino particulares.

A partir de então, as barreiras (para cada produto e mercado considerado), foram classificadas como técnicas ou fitossanitárias, a fim de que se possa melhor identificar e classificar as mesmas entre suas diferentes composições.

Finalizado esse procedimento, a etapa seguinte consistiu em calcular os índices de freqüência e de cobertura para cada uma das frutas, verificando o grau de incidências das BNT selecionadas como representativas na pesquisa.

3.2-Abordagem de inventário: índice de freqüência e de cobertura.

A abordagem de inventário – representada pelos cálculos dos índices de Freqüência e Cobertura (IF e IC), permite estimar o montante do comércio sujeito às barreiras não-tarifárias ou sua freqüência de aplicação sobre setores específicos ou países. Esses dados são coletados por item tarifário e pela natureza das medidas, tendo por uma de suas principais limitações, segundo Junqueira (2006), citando Bora et al (2002), o fato de não contemplar as medidas de suporte doméstico ou aquelas relacionadas à exportação.

Várias pesquisas já foram desenvolvidas utilizando essas referências. De acordo com Miranda (2001), dois desses trabalhos pioneiros foram os realizados por Pereira (1989), que analisou os padrões agregados para as exportações brasileiras. Viegas (2003) verificou os impactos das barreiras comerciais dos Estados Unidos e União Européia sobre as pauta de exportações agrícolas brasileiras.

A razão de cobertura de comércio (Índice de Cobertura) indica o percentual do comércio sobre o qual incidem as barreiras não-tarifárias. Sua estrutura é descrita pela equação (1):

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(

)

100 * * 1 1             =

= = m i jm m i jm jm ij M N M C (1)

em que: Cij= coeficiente de cobertura das BNT incidentes sobre o grupo i (fruta selecionada) composto de m linhas tarifárias e impostas pelo país j (cada um dos mercados

de destino); Mjm= valor das importações do país j dos produtos m pertencentes ao grupo i; jm

N = 0, se há incidência de alguma BNT sobre o produto m e Njm= 1, se não há incidência de BNT sobre o produto m. De acordo com Bellonia (2006), este índice permite estimar o montante de comércio sujeito às barreiras.

O segundo índice utilizado, o Índice de Freqüência, mostra o percentual do fluxo de mercadorias pertencentes a um dado grupo sujeito a BNT, em um país, sendo representado por:

(

)

100 * * 1 1             =

= = m i jm m i jm jm ij L N L CF (2)

em que: CF = índice de freqüência das barreiras não tarifárias incidentes sobre o ij

grupo i (fruta selecionada), composta de m linhas tarifárias e impostas pelo país j (mercados de destino selecionados). L = 0, se a linha tarifária não é exportada pelo país jm

(Brasil) e L = 1, se a linha tarifária é exportada pelo país (Brasil). jm Njm=0, se não existe incidência de barreiras não tarifárias sobre a linha tarifária eNjm= 1, se existe incidência

de barreira não tarifária sobre a linha tarifária.

Ljm= número de mercadorias que compõem o grupo i.

Importante salientar que, segundo Viegas (2003), quando o Coeficiente de Freqüência apresenta um valor elevado, há indicação apenas da intenção de proteção pelo país j, e as mercadorias de maior valor de importação do grupo i podem não estar sujeitas a

BNT. Na presente pesquisa, toma-se por referência que o Brasil tenha potencial efetivo de exportação das frutas selecionadas se esse produto tiver sido exportado para algum de seus parceiros comerciais durante o período em análise. Todavia, é importante considerar que

“os índices de freqüência e de cobertura não dão nenhuma indicação, por exemplo, dos efeitos que as BNT’s podem ter nas decisões sobre preço e quantidade dos exportadores. Além disso, não levam em consideração qualquer medida interna de proteção ou de imperfeição de mercado, além de não darem qualquer informação sobre o impacto econômico das BNT’s nos preços, produção, consumo e comércio internacional.” (Bellonia, 2006: 24)

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Diante disso, a estimação de ambos os coeficientes permite uma melhor avaliação da incidência das barreiras. Ademais, Miranda (2001), citada por Junqueira (2006), afirma que, apesar de estes indicadores não permitirem a quantificação precisa dos efeitos da imposição das BNT, informam o grau de sua incidência e podem reforçar a compreensão dos fluxos de comércio bilateral.

Em adição, Beghin e Bureau (2001) afirmam que a análise é útil no sentido de indicar o grau de importância do problema e em quais setores e países as barreiras não-tarifárias são mais encontradas. A Tabela 1 mostra a relação entre os índices de freqüência (IF) e cobertura (IC)

Tabela 1 - Relação entre índices de freqüência e de cobertura.

Relação entre IC e IF IF baixo

IF alto

IC baixo

Linhas Tarifárias Poucas Muitas Valor da Exportação

Baixo Baixo Irrelevância dos produtos na

pauta ou Impedimento à

Exportação Sim Sim

Grau de proteção Baixo Médio

IC alto

Linhas Tarifárias

Poucas Muitas Valor da Exportação

Alto Alto Irrelevância dos produtos na

pauta ou Impedimento à

Exportação Não Não

Grau de Proteção Médio Alto Fonte: Junqueira (2006), elaborado com base em Viegas (2006).

3.3-Fonte de dados

Os dados secundários necessários à realização da pesquisa, caracterizados pelas séries de volume exportado e preços de exportação, foram coletados no site do Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), através do sistema ALICEWEB. Além desses, foram utilizadas as notificações relativas às frutas selecionadas, contidas no site da OMC, para identificação das barreiras impostas ao comércio. Utilizou-se, também, o Índice de Preços no Atacado dos Estados Unidos (IPA-EUA), com base no mês de dezembro de 2007, para deflacionar os valores em dólares estadunidenses referentes às exportações brasileiras das frutas objetos deste estudo.

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Nesta seção são apresentadas informações relativas aos principais importadores de bananas, limões, maçãs, mangas, melões e uvas. Inicialmente, são expostos dados agregados a respeito da participação dos principais destinos das exportações das frutas selecionadas e do crescimento desta ao longo do período de análise. Posteriormente, as exportações serão desagregadas, a fim de verificar o comportamento de cada fruta ao longo do período analisado.

Identificar os principais destinos das exportações brasileiras das frutas consideradas neste estudo se faz necessário para se conseguir uma simplificação e tornar o modelo proposto objetivo, concentrando as análises dos resultados no que é relevante. Três foram os principais destinos das exportações brasileiras das frutas selecionadas: UE, Mercosul e os países membros Nafta. Como é observado na Figura 1, estes três blocos foram destino de cerca de 99% das exportações brasileiras em peso líquido de frutas de 1995 a 2007.

Mercosul 26% Nafta 4% U.E. 69% Outros 1%

Figura 1 – Participação por destino das exportações brasileiras de bananas, limões, maçãs, mangas, melões e uvas em peso liquido (kg) de 1995 a 2007.

Fonte: ALICEWEB/SECEX/MDIC, 2008 – Elaboração dos Autores.

Entretanto, informações de exportações baseadas apenas em peso líquido não são aceitáveis para este estudo, haja vista que aqui se analisa seis tipos diferentes de frutas, e cada uma possui peculiaridades no sistema de produção e no comportamento do consumidor que criam diferenças entre seus preços. Diante disto, as próximas informações apresentadas terão base em valores monetários em detrimento do volume exportado.

A participação por mercado de destino das exportações brasileiras de frutas referentes às receitas em dólares (US$) de 1995 a 2007 é mostrada na Figura 2. Nota-se comportamento semelhante à participação em peso líquido exportado, uma vez que União Européia ocupa a primeira posição, seguida do Mercosul, e em terceiro o Nafta. Essas três

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regiões representam, conjuntamente, cerca de 98 % das exportações brasileiras das frutas em receita de exportação. U.E. 83% Outros 2% Nafta 7% Mercosul 8%

Figura 2 – Participação por destino das exportações brasileiras de bananas, limões, maçãs, mangas, melões e uvas em valor (US$) de 1995 a 2007 deflacionada pelo IPA dos EUA com base em dezembro de 2007.

Fonte: ALICEWEB/SECEX/MDIC, 2008; IPEA, 2008 – Elaboração dos Autores.

Ao se comparar a Figura 1 com a Figura 2, constata-se que a UE, Nafta e os outros países pagaram melhores preços pelas frutas do que o Mercosul e/ou importaram as frutas de maior preço. Uma vez que houve aumento nas participações relativas das exportações em peso líquido para valor exportado naquelas regiões, enquanto houve uma diminuição na participação do Mercosul.

Diante da conjuntura exposta, as análises, prospecção das notificações e os cálculos dos Índices de Freqüência e de Cobertura foram efetuados somente para os três principais destinos das exortações brasileiras de frutas selecionadas – União Européia, Mercosul e Nafta.

De forma geral, as exportações brasileiras de Bananas, Limões, Maçãs, Mangas, Melões e Uvas cresceram substancialmente no período de análise deste trabalho (Figura 3). Elas passaram de US$ 81,6 milhões em 1995, para US$ 542,3 milhões em 2007, representando um crescimento médio anual de 19,72 %. A principal região responsável pelo o crescimento das exportações brasileiras foi a UE, com média de anual de crescimento de 21,15 %, passando de US$ 58,8 milhões em 1995, para US$ 466,2 milhões em 2007. As exportações para o Mercosul cresceram a uma média taxa irrisória, 0,97 % a.a., passando de US$ 8,8 milhões em 1995, para US$ 13,8 milhões em 2007. Crescimento mais robusto teve as exportações para o Nafta e para os Outros países, cada um com média anual de aproximadamente 32 %. Entretanto, as receitas das exportações das frutas selecionadas oriundas destes dois blocos foram, na média, menores que as oriundas da UE e do Mercosul, diminuindo a relevância desta taxa de crescimento elevada. Na verdade, de 1996 a 2003, as exportações que tiveram como destino o Nafta e os Outros países

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mantiveram-se em um patamar baixo e constante, a partir de 2004 as receitas de exportações referentes a esses destinos crescem substancialmente, o que elevou as suas taxas médias de crescimento.

y = 4E+07e0,1972x R2 = 0,9403 0 100.000.000 200.000.000 300.000.000 400.000.000 500.000.000 600.000.000 1 9 9 5 1 9 9 6 1 9 9 7 1 9 9 8 1 9 9 9 2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4 2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7

Figura 3 – Evolução da receita em US$ das exportações brasileira de banana, limão, maçã, manga, melão e uvas de 1995 a 2007, deflacionada pelo IPA dos EUA com base em dezembro de 2007

Fonte: ALICEWEB/SECEX/MDIC, 2008; IPEA, 2008 – Elaboração dos Autores.

A fim de melhor ilustrar esse crescimento, o comportamento das exportações de cada fruta é apresentado a seguir, com exceção dos dados referentes à manga, que apresentam inconsistência na fonte utilizada1. Porém, os dados utilizados na construção de informações agregadas nesta seção, bem como os que serão apresentados na seção de resultados e discussões, englobam a linha tarifária da manga.

Dentre as cinco frutas tratadas a partir de agora nesta seção, a que representou maior parcela nas receitas de exportação foi o melão, (Figura 4), seguida da uva, maçã, banana e limão. Em média, a fruta que recebeu o maior preço por kg exportado foi a uva, seguida do limão, maçã, melão e banana (Tabela 2).

1 A quantidade e o valor das exportações de mangas frescas ou secas apresentam valores nulos de 1996 a

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13 Uvas 28% Bananas 13% Limões 7% Maçãs 21% Melões 31%

Figura 4 – Participação na receita de exportações das frutas selecionadas de 1995 a 2007.

Fonte: ALICEWEB/SECEX/MDIC, 2008; IPEA, 2008 – Elaboração dos Autores.

Tabela 2 – Preços médios (US$/Kg) por mercado de destino (FOB) e geral referente ao período de 1995 a 2007.

Banana Limão Maçã Melão Uva

UE 0,34 0,66 0,61 0,56 1,97

Mercosul 0,15 0,43 0,98 0,54 1,31

Nafta 5,62 0,55 0,61 0,61 2,28

Outros 0,78 0,52 0,54 0,56 2,54

Geral 0,20 0,66 0,60 0,56 1,98

Fonte: ALICEWEB/SECEX/MDIC, 2008; IPEA, 2008 – Elaboração dos Autores.

As exportações brasileiras de bananas tiveram como principais destinos o Mercosul e a UE, uma vez que estas regiões representaram 54,79 % e 44,82 % das exportações em valor, respectivamente, totalizando cerca de 100 %. O total das exportações de bananas em valor apresentou taxa média anual de crescimento de 16,2 % de 1995 a 2007, passando de US$ 5,6 milhões em 1995 para US$ 44,4 milhões em 2007. O preço médio de pago pelo kg da banana exportada foi de US$ 0,20, sendo o maior preço médio pago pelo Nafta, US$ 5,62/kg e menor pago pelo Mercosul, US$ 0,15/kg (Tabela 2). Os dados referentes à banana neste estudo englobam a fruta fresca e seca, sendo os dados disponibilizados de forma agregada na fonte consultada. Possivelmente, o Nafta importou do Brasil mais bananas secas do que frescas, haja vista que aquele produto passou por processos que agregaram valor, explicando o fato desta região pagar um preço médio de tal magnitude.

Para o limão, o principal destino foi a UE, absorvendo 95,15 % das exportações brasileiras em valor deste produto, seguida do Nafta, com 4,03 % de participação. A taxa de crescimento médio anual das exportações de limões em valor no período de análise foi de 42,85 % , passando de US$ 94,4 mil em 1995, para US$ 41,7 milhões em 2007. Essa taxa de crescimento das exportações foi a maior observada dentre as calculadas neste estudo, entretanto, esse elevado crescimento relativo não é tão relevante, uma vez que nos

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primeiros anos de análise, as exportações de limões eram insipientes. O preço médio de exportação do kg limão foi de US$ 0,66, sendo o maior preço médio pago pela UE, US$ 0,66/kg, e o menor pago pelo Mercosul, US$ 0,43/kg (Tabela 2).

A UE também foi a maior importadora de maçãs do Brasil. De 1995 a 2007 ela foi destino de 93,08 % das exportações de maçãs em valor. Mercosul e Nafta somados tiveram cerca de 1 % de participação, enquanto que os outros países representaram 6,59 %. As irrisórias participações do Mercosul e do Nafta como destino das exportações brasileiras de maçãs é atribuído ao fato dessas duas regiões serem tradicionais produtores desta fruta, sobretudo a Argentina no Mercosul e os Estados Unidos no Nafta. As exportações de maçãs brasileiras cresceram a uma taxa média anual de 20,7 %, passando de US$ 8,6 milhões em 1995, para US$ 68,7 milhões em 2007, apresentando um preço médio de US$ 0,60/kg. O Mercosul praticou o maior preço médio pelas maçãs brasileiras, US$ 0,98/kg, enquanto os outros países pagaram o menor, US$ 0,54/kg (Tabela 2).

O melão também teve como principal destino de exportação a UE. Esta região foi destino de 96,52 % das exportações brasileiras em valor, enquanto Mercosul e Nafta representaram apenas 2,39 % e 0,98 % respectivamente. A predominância da UE como destino do melão é em parte atribuída à infra-estrutura logística e a proximidade dos principais estados produtores – Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia e Piauí – daquele mercado. As exportações brasileiras de melão tiveram crescimento médio anual de 13,17 %, passando de US$ 22,7 milhões em 1995 para US$ 128,2 milhões em 2007, com preço médio de US$ 0,56/kg. O Nafta pagou o maior preço médio pelo kg do melões, US$ 0,61, enquanto o Mercosul pagou o menor, US$ 0,54 (Tabela 2).

A UE, novamente, foi o principal destino das exportações brasileiras de uvas, 81,02 %. Em seguida vem o Nafta com 12,27 %, e o Mercosul com 3,93. O crescimento médio das exportações em valor foi de 27,75 % passando de US$ 14 milhões em 1995 para US$ 169,7 milhões em 2007, com preço médio de US$ 1,97/kg, sendo o maior preço médio praticado pelos outros países, US$ 2,54/kg, e o menor pelo Mercosul, US$ 1,31/kg (Tabela 2). Vale ressaltar que mesmo essas três regiões sendo tradicionais produtores de uvas, essas se destinam, sobretudo, à produção de vinho, explicando assim o crescimento das exportações brasileiras de uvas, principalmente as de mesa.

5-Resultados e Discussões

5.1-Quantificação das BNT’s incidentes sobre as frutas – Notificações SPS e TBT

As notificações sobre requerimentos sanitários, fitossanitários e técnicos tiveram início com a criação da OMC e do estabelecimento dos acordos SPS e TBT em 1995, e, portanto, tais documentos só passaram a existir a partir daquele ano. Em cada documento consta, dentre outras informações, que país ou bloco econômico o emitiu, quais países ou regiões são afetadas pela notificação e quais produtos sofrem as restrições.

Entende-se que estas notificações não se configuram necessariamente em barreiras ao comércio, e, de certa forma, ajudam a tornar mais transparente os requisitos de cada país. Entretanto, se usados de forma freqüente e discriminatório, estes mecanismos indicam que há intenção de criar obstáculos à entrada de determinado produto.

Desde 1995, o lançamento de notificações SPS e TBT na base de dados da OMC referentes à frutas cresceu substancialmente, passando de nove em 1995 para 85 em 2007.

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Durante todo o período, as notificações SPS e TBT sobre as frutas totalizaram 994, sendo 912 do tipo SPS e 82 do tipo TBT.

A Tabela 3 mostra quantas notificações atingiram as exportações brasileiras de cada fruta aqui estudada e que bloco econômico as emitiu. Vale ressaltar, que uma mesma notificação pode afetar diversos produtos. Aqui, foi considerado o número de vezes que cada fruta constou em uma notificação de determinado bloco econômico, e não quantas notificações foram emitidas.

Tabela 3 – Número de notificações SPS e TBT por blocos econômicos sobre as exportações brasileiras de frutas

Banana Limão Maçã Manga Melão Uva Total

UE 35 35 31 30 29 33 193

Mercosul 2 2 2 2 2 3 13

Nafta 59 71 76 47 46 103 402

Total 96 108 109 79 77 139 608

Fonte: OMC, 2008 - Elaboração dos Autores

O Nafta emitiu cerca de duas vezes mais notificações que a União Européia, enquanto o Mercosul quase não fez uso desse mecanismo (Tabela 3). Aparentemente, o Nafta apresentou mais exigências do que a União Européia, entretanto, três observações são pertinentes. Primeiro, as notificações emitidas pela União Européia são mais genéricas do que as emitidas pelo Nafta, ou seja, enquanto a primeira região emite uma notificação que abrangem várias frutas, resíduos e/ou problemas sanitários e fitossanitários, o Nafta lança uma série de notificações para cada fruta, resíduo e/ou problema sanitário ou fitossanitário. Segundo, as notificações da União Européia, na maioria das vezes, têm como emitente essa própria entidade, enquanto no Nafta, as notificações foram emitidas individualmente por cada país membro, levando a um maior número de notificações por parte deste bloco econômico. Por último, os Limites Máximos de Resíduos (LMR) devem ser considerados. Teltoboim et. al. (2007) constataram que para as frutas selecionadas em seu estudo (abacaxi, laranja, maçã, manga e uva), os LMR adotados pelos EUA são, geralmente, mais permissivos que os adotados pela UE. Em outras palavras, mesmo sendo em menor número, as notificações emitidas pela UE podem ser mais restritivas que as emitidas pelo Nafta. Aqueles autores dão como exemplo o agroquímico Malathaion, utilizado na cultura da maçã. Segundo eles, os EUA exigem que o resíduo existente nas maças sejam de 8 mg/kg, já a UE exige que este resíduo não ultrapasse 0,5 mg/kg.

Observa-se também na Tabela 3, que a União Européia e o Mercosul não concentraram as notificações em uma fruta específica, visto que o número de notificações que atingiu cada fruta não varia muito. Já o Nafta, concentrou as notificações nas uvas, maçãs e limões. A concentração das notificações sobe estas frutas possui objetivos protecionistas, haja vista que os EUA, principal país associado ao Nafta, produz estes três tipos de frutas.

No que tange ao conteúdo das notificações ao longo do tempo, foi constatado mudança nas justificativas. Inicialmente, as principais justificativas eram referentes a preocupações com a sanidade vegetal. Elas tinham o intuito de proteger a produção doméstica de possíveis doenças ou pragas que podiam entrar no país por meio das frutas. Gradativamente, essa justificativa ficou menos freqüente, dando espaço a notificações que

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objetivavam a diminuição de resíduos químicos nas frutas, com o intuito de proteger a saúde humana.

A mudança de enfoque das notificações possui uma lógica de fácil compreensão. Visando atender as exigências iniciais de controle de doenças nas plantas e pragas, os produtores de frutas fizeram uso cada vez mais freqüente de agroquímicos. O uso intensivo desses produtos diminuiu as notificações que visavam a controle fitossanitário, mas, elevou o número notificações que tinha como justificativa a saúde humana, uma vez que estes agentes agroquímicos, dependendo da concentração, podem prejudicar a saúde do consumidor da fruta.

5.2-Cobertura, Freqüência e Relevância das BNT

A freqüência com que as notificações SPS e TBT atingiram as exportações brasileiras de frutas, bem como a parcela de cobertura sobre o valor exportado apresentam comportamentos diferentes dependendo do bloco econômico. Na Tabela 4, observa-se que o Mercosul apresentou, com exceção dos anos de 1998, 2002 e 2007, valores nulos tanto para o Índice de Freqüência, quanto para o de Cobertura. Já a UE começa a apresentar 100 % de IF e IC a partir de 1998, com exceção do ano de 2006. O Nafta, por sua vez, apresentou 100% nos dois índices em todo o período de análise.

Tabela 4 – Índices de Freqüência e Cobertura (em %) sobre as exportações agregadas de bananas, limões, maçãs, mangas, melões e uvas, por Bloco Econômico de 1995 a 2007

UE Mercosul Nafta IF IC IF IC IF IC 1995 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 100,00 1996 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 100,00 1997 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 100,00 1998 100,00 100,00 20,00 14,77 100,00 100,00 1999 100,00 100,00 0,00 0,00 100,00 100,00 2000 100,00 100,00 0,00 0,00 100,00 100,00 2001 100,00 100,00 0,00 0,00 100,00 100,00 2002 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 2003 100,00 100,00 0,00 0,00 100,00 100,00 2004 100,00 100,00 0,00 0,00 100,00 100,00 2005 100,00 100,00 0,00 0,00 100,00 100,00 2006 16,67 9,66 0,00 0,00 100,00 100,00 2007 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

Fonte: Resultados da Pesquisa

Por meio desses índices, constatou-se que as exportações das frutas selecionadas para o Mercosul quase não foram afetadas por restrições técnicas, sanitárias ou fitossanitárias. Já o Nafta e a UE, mostraram-se bem mais restritivos quanto a importação das frutas selecionadas do Brasil, apresentando elevados graus de proteção. Entretanto, compando-se esses índices com o comportamento das exportações das frutas selecionadas no mesmo período, constata-se que há uma incoerência. As taxas de crescimento médias

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anuais das exportações de frutas selecionadas com destino ao Nafta e à UE apresentaram valores consideráveis, 31,6 % e 21,5 % respectivamente, enquanto a taxa de crescimento médio anual das exportações para o Mercosul foi de 0,97 %. Assim, outros fatores contribuíram para o aumento das exportações brasileiras das frutas selecionadas.

As próprias notificações SPS e TBT podem ter contribuído para o aumento das exportações brasileiras, haja vista que elas são um meio transparente de divulgação de informações sobre as exigências do mercado externo. De posse das informações contidas nas notificações, o setor exportador frutícola brasileiro pôde se adaptar, a fim de se enquadrar nas exigências.

A relevância destas barreiras ao comércio também deve se questionada. Outros fatores dificultam significativamente as exportações brasileiras de frutas. Passoni et. al. (2006), analisaram os principais entraves nas exportações brasileiras de banana, citros, manga, mamão melão e uva, aplicando questionários em 19 empresas, responsáveis por 46 % do total embarcado de frutas em 2005. Aqueles autores constataram que essas empresas observaram uma diminuição nos entraves estabelecidos por outros países à exportação brasileira. Constataram também que os custos com logística e a política cambial afetaram sobremaneira o desempenho das empresas exportadoras de frutas.

Questões mercadológicas e do modo como se dão as transações entre exportadores brasileiros e importadores também são relevantes. Os relacionamentos entre o setor frutícola brasileiro com os importadores no mercado global, sobretudo os varejistas da UE, contribuíram de forma efetiva para o crescimento das exportações das frutas selecionadas. O varejo europeu possui restrições até mais severas que as impostas pela UE. Entretanto, estas restrições têm por objetivo atender as necessidades dos consumidores europeus. Assim, os varejistas buscam, ao mesmo tempo em que impõe restrições, desenvolver mecanismos que permitam que seus fornecedores as atendam. Souza e Amato Neto (2007) constatam que a característica dos relacionamentos mantidos entre o setor exportador de mangas e uvas frescas da região de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) e o mercado global, principalmente o europeu, contribuíram sobremaneira para o desempenho das exportações oriundas daquela região. Aqueles autores listam como conseqüência deste relacionamento o desenvolvimento de técnicas de irrigação e cultivo, suporte financeiro e introdução de alguns certificados, tal como EurepGap (Euro-Retailer Produce Working Group – EUREP e Good Agriculture Pratices – GAP). É importante destacar também os esforços de vários produtores nacionais com relação à adoção da Produção Integrada de Frutas (PIF) que, embora não seja equivalente ao Eurepgap, é reconhecida pelos europeus como um protocolo de boas práticas agrícolas, o que favorece o acesso dos produtores ao mercado europeu.

Da parte do varejo das outras regiões abordadas neste estudo, Nafta e Mercosul, não se percebe um relacionamento com esse grau de integração. O estreito relacionamento com a UE teve como conseqüência, também, a maior participação que esta região obteve como destino das exportações brasileiras das frutas selecionadas.

Do que foi posto a respeito de outros condicionantes das exportações brasileiras de frutas, fica claro que as BNT tem importância relativa. Mas mesmo a existência de outras variáveis que afetem a inserção do setor frutícola brasileiro no mercado internacional, as BNT possuem um papel relevante. Sousa, Campos e Lima (2007), em estudo sobre as exportações brasileiras de melão, observaram que as barreiras técnicas e fitossanitárias são as principais barreiras não-tarifárias incidentes sobre as empresas analisadas naquele

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trabalho, impondo a elas elevados custos. Assim, de acordo com a teoria do comércio intencional, a elevação dos custos gera um deslocamento na curva de oferta de frutas no pais exportador, diminuindo a quantidade exportada por este país. Portanto, os valores elevados do IF e do IC relacionados ao Nafta e à UE, mostram que os produtores brasileiros, que exportam para estes mercados, tem um custo mais elevado em decorrência das exigências impostas, e se não fossem tais exigências, eles poderiam exportar uma quantidade maior de frutas.

6-Conclusão

O desempenho das exportações das frutas selecionadas teve um comportamento inverso do esperado em relação ao uso das notificações SPS e TBT por parte das regiões analisadas. Das três regiões para as quais o Brasil mais exportou, o Mercosul praticamente não apresentou notificações restritivas junto a OMC, no entanto, as exportações para essa região cresceram a taxas insipientes. Já a UE e o Nafta mostraram-se bem mais restritivas à importação de frutas, entretanto, as taxas de crescimento das exportações para esses destinos apresentaram valores elevados.

Constatou-se que as exportações de frutas sofrem influência de outras variáveis. As deficiências logísticas e a política cambial, de acordo com a literatura consultada, mostraram-se mais restritivas, na visão dos exportadores brasileiros, do que as próprias BNT.

A forma como se deu a comercialização também contribui para o crescimento das exportações brasileiras de frutas. As relações entre os agentes econômicos, principalmente entre o varejo europeu e os exportadores brasileiros, mostraram-se mais positivas que as negociações entre os governos.

Por fim, os altos IF e IC que as exportações com destino ao Nafta e a UE sofrem, revelam que o aumento das exportações para essas regiões foi acompanhado de um aumento do custos da atividade, referentes à adequação as exigências. Assim, sem essas exigências, o Brasil poderia possuir uma posição mais privilegiada no mercado internacional de frutas.

A visão do exportador, bem como a competitividade do setor frutícola brasileiro não foram tratados de forma direta neste trabalho. Portanto, estudos qualitativos que aprofundem a discussão sobre as BNT incidentes sobre as exportações das frutas tratadas aqui responderiam a algumas questões que ainda não estão claras, pois levariam em conta a percepção do setor exportador. Também seria de relevância estudos quantitativos que relacionassem a imposição de BNT com a competitividade do setor frutícola brasileiro no mercado internacional. Contudo, fica evidente que os acordos SPS e TBT contribuíram sobremaneira para a transparência das exigências dos principais parceiros comerciais brasileiros na exportação de frutas.

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Referências

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