CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DA
FIBRA DA FOLHA DO LICURI - SYAGRU
CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DA
FIBRA DA FOLHA DO LICURI - SYAGRU
CORONATA (MARTIUS) BECCARI
Ana Ricl ¹*, Nadia M. José ², Ricardo F. Carvalho ³
Ana Ricl * - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA). Rua Emidio Santos, s/n. Barbalho, Salvador, Bahia, Brasil. – anaricl@oi.com.br
Nadia M. José ² - Universidade Federal da Bahia, Instituto de Quími ca - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química - Rua Barão de Geremoabo, s/n. Ondina, Salvador, Bahia,
Brasil
Ricardo F. Carvalho³ - Universidade Federal da Bahia, Escola Politécnica, Mestrado em Engenharia Ambiental Urbana. Rua Prof. Aristides Novis, 2. Federação , Salvador, Bahia, Brasil.
TÓPICOS A SEREM ABORDADOS
Apresentar os resultados encontrados na caracterização
das fibras da
folha do licuri mediante densidade e composição química dos
componentes: lignina, celulose e hemicelulose.
Apresentar os resultados encontrados na análise do comportamento térmico
das fibras da folha do licuri (fibra do licuri).
Os resultados são discutidos
com base
nos gráficos da análise
termogravimétrica (TGA) e calorimetria diferencial de varredura (DSC), e de
observações microscópicas
dessas fibras nas imagens da microscopia
eletrônica de varredura (MEV)
Motivação
beneficio
ambiental
ambiental
Fibras substituindo os Fibras substituindo os recursos recursos não renovnão renovááveisveis
beneficio científico
dados e informações cientificas sobre fibras brasileiras
Gerar benefícios para ao
semi
semi
-
-
á
á
rido através do
rido
aumento do
aproveitamento da
palmeira.
beneficio econômico
ciência e tecnologia geração de materiaiscom baixo custo
beneficio
t
t
é
é
cnico
cnico
-
-
social
social
despertar para riqueza do semi-árido
Geração de emprego e renda minimizar a fome e a pobreza
CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DA FIBRA DA FOLHA DO LICURI
SYAGRU CORONATA (MARTIUS) BECCARI
Objetivos dessa Caracterização
Avaliar
Avaliar as características
da fibra da folha do Licuri, com
vistas ao seu uso como reforço em
compósitos de matriz polimérica,
para diferentes aplicações.
(
comportamento fí
comportamento f
ísico e mecânico do
sico e mecânico do
comp
compó
ósito)
sito)
.
Foto : A n a R ic l
Aspecto:
Comp
Comp
ó
ó
sitos *
sitos
ou
Materiais Compostos
O que é?
“ Pode-se considerar um compósito como sendo qualquer material multifásico que exiba uma
propor
proporççãoãosignificativasignificativadas propriedades de ambas as fases que o constituem, de tal
modo que é obtida uma melhor combinaçuma melhor combinação ão de propriedadesde propriedades” (CALLISTER 2002).
“É o resultado do processamento de processamento de doisdoisou mais produtos de diferentesdiferentespropriedadespropriedades
físicas e químicas para gerar um produto final com produto final com caractercaracteríísticas especificas e prsticas especificas e préé- -definidas
definidasem função da aplicação desejada” (CARVALHO, 2005).
“São materiais de moldagem estruturalmoldagem estrutural, formado por uma fase contínua polimpolimééricarica(matriz) e reforçada por uma fase descontinua (fibras)(fibras) que se agregam agregam fisicofisico--quimicamentequimicamenteapós um processo de crosslinking polimérico (cura) (ABMCO, 2008).
Classificação:
*Compósitos
este termo surgiu quando a industria decidiu por uma expressão mais abrangente que “plástico reforçado”.
Cerâmicas reforçadas Estrutural
Plásticos reforçados Reforçados com fibras
Plástico (poliéster) reforçado com fibras naturais (licuri),
descontinuas, orientadas aleatoriamente Metais reforçados
Reforçados com partículas
Nesta pesquisa ABMCO
Considerando a
Considerando a
Fibra
Fibra
Natural
Natural
...
...
1.
Depende das características dos
componentes da fibra e sua
estabilidade química,
2.
secção transversal,
3.
comprimento,
4.
fração volumétrica...
Aspecto: Performance dos Compósitos
... E a composição química
varia
varia
de esp
de esp
é
é
cie para esp
cie para esp
é
é
cie...
cie...
Função:1. da geografia,
2. das condições do solo,
3. das condições do clima.
força de ligação entre matriz e fibra
(a interface é responsável pela aderência da fibra à matriz)
ação direta sobre a deformação e a fratura dos compósitos
A liderança no consumo de
compósitos, no âmbito internacional
está localizada na
construção civil
Á
Á
rea Brasileira:
rea Brasileira:
Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte
Paraíba, Alagoas, Sergipe, Pernambuco
Bahia
Bahia
:
:
23,4%
23,4%
municí
munic
ípios
pios
40,5%
40,5%
área
á
rea
(40% Indice vulnerabilidade “Alta” e “Média Alta””)
30,9%
30,9%
habitantes
habitantes
al
al
é
é
m
m
do vale do Jequitinhonha,
do vale do Jequitinhonha,
(N) Minas Gerais e
(N) Minas Gerais e
parte do norte do Esp
parte do norte do Esp
í
í
rito Santo,
rito Santo,
numa extensão total de
969 589,4km², 20 858 264 hab
.
O SEMI-ÁRIDO
Unesco(2003)
35% área do planeta: terra seca
F o to : A n a R ic l F o to : A n a R ic l
Foco:
Foco:
a 360km de Salvador
a 360km de Salvador
13.054 hab. (IBGE, 2007)
495,91
495,91
km²
F o to : A n a R ic l F o to : A n a R ic l F o to : A n a R ic lO LICURI,
o coquinho.
Licuri: 32%
adultos, vivem
do licuri !
Momento 1
Pesquisas atuais (amêndoa)
IFBA, seus pesquisadores, Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Embora ocupe uma vasta extensão de terra
e seja considerada uma das principais palmeiras do semi-árido brasileiro,
o licuri é pouco estudado.
A Folha
F o to : A n a R ic lCaracter
Caracterí
ísticas marcantes:
sticas marcantes:
1) resiste de 3 a 4 anos de estiagem, sem perder o
“
“verde
verde”
”
2) Vive em meio a água, solo profundo, em meio a
pedras...
O LICURI, Syagrus coronata
e
Arara-azul-de-Lear
Metodologia e os Processos
Fibra do Licuri e caracterizações
Etapa 1
Etapa 1
- Fibra do
-
Fibra do
Licuri
Licuri
Obtenção e preparação das fibras
Coleta – desfibramento – tratamento previo
Etapa 2
Etapa 2
-Fibra
-
Fibra
Caracterização morfológica,
quimica, fisica e mecânica
;
Etapa 4
Etapa 4 -Resina e Comp
Resina e Comp
ó
ó
sito
sito
Caracterização física e mecânica.
1
1
°
°
Passo
Passo
Procedencia
Procedencia
2
2
°
°
Passo: Tratamento preliminar
Passo:
Tratamento preliminar
Corte da folhas - Separação das pinas
Remoção da “cera” - Secagem ao sol
3
3
°
°
Passo: Lavagem com
Passo:
Lavagem com
água
á
gua
Secagem 60°C
4
4
°
°
Passo:
Passo: Tratamento alcalino
Tratamento alcalino
imersas em sol. de NaOH,
temperatura ambiente, sem agitação, 24h
Branco
0,75% NaOH
1,5% NaOH
Lavadas, à pH da água inicial. Estufa a 60 ± 5°C, comcirculação,à peso constante, (≤ 1% peso). Preservadas em
estufa desligada.
Etapa 3
Etapa 3
–
–
Corpos de prova
Corpos de prova
Preparação e moldagem
Metodologia e Cuidados
Coleta do Licuri
F o to s : A n a R ic l1
1
°
°
Passo
Passo
Procedencia
Procedencia
2
2
°
°
Passo:
Passo: Tratamento preliminar
Tratamento preliminar
Corte da folhas - Separação das pinas
Remoção da “cera” - Secagem ao sol
Branco
1.50% NaOH
0,75% NaOH
Uma amostra
Em forma de fiosImersão
400ml, agitação bastão de vidro 5 x troca de água a cada 10´
Lavagens
Fotos: Ana Ricl
Metodologia e os Processos
Fibra do Licuri e caracterizações
Secagem
Vácuo 6 pol. Hg,20 min.
Estufa com ventilação
Fanem Controlador Modelo A-HT, 60°C,24h
Álcali
3
3
°
°
Passo: Lavagem com
Passo:
Lavagem com á
água
gua
Secagem 60°C
4
1.50%
Ensaios
Metodologia de Investigação
Fibra do Licuri
Densidade Aparente
(picnometria)
Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)
(textura superficial, informações cristalográficas e
morfológicas da superfície das fibras)
Análise Termogravimétrica (TG)
Análise Calorimétrica Exploratória Diferencial (DSC)
(comportamento termogravimétrico e a estabilidade térmica das fibras)
Celulose
Lignina
Análise Químicas na Fibra do Licuri
Método Van Soest
(1965)Extração em detergente neutro
Resíduo em detergente neutro
Hemicelulose
Medida como perda de peso
Lignina
Medida como perda de peso
Celulose
Medida como perda de peso
inicio
fim
Resíduo em detergente ácido
Lignina, celulose e sílica solúvel
Resíduo lignina-cutina
Extração em detergente ácido
Hidrólise H2SO4,72%
KMnO4
fim
fim
Amostra moída e seca; <1mm
Métodos Análises Químicas
Weende:(não mais atende a pesquisadores; falhas identificadas nos avanços das
pesquisas).
TAPPI:Technical Association of Pulp and Paper Industry. (julho, acesso)
Van Soest:Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
Metodologia de Análise/Testes
Fibra do Licuri
Van Soest, 1965
(TAPPI 2000) (TAPPI 222 m-88) (TAPPI T19 om-54) Avaliar composição dos constituintes. Celulose Lignina Hemicelulose. Shimadzu 50, 10mg, 10°C/min.,50ml/min. N², cápsula de alumínio
com tampa Análise Calorimétrica Exploratória Diferencial Shimadzu TG50, 10°C/min., ambiente à 800°C, 50ml/min N². Avaliar o comportamento termogravimétrico e a estabilidade térmica. Análise Termogravimétrica
FEG (Field Electron Gun), AMRAY. Amostras analisadas após serem recobertas em ouro (gold spputer). Avaliar a microestrutura
textura superficial, e morfológica da superfície.
Microscopia de varredura
Picnometria, Seção transversal do fio.
Densidade aparente
FIBRAS
DE
LICURI
MÉTODO OU
CONDIÇÕES BÁSICAS
OBJETIVO
EXPERIMENTO
AMOSTRA
Licuri
FiIbra seca
fibra in natura
Relato das investigações
–
Estudo morfológico (MEV)
As fibras têm uma direção preferencial ao
comprimento da folha. Nas fibras in natura
pode-se observar os vasos, as células
parênquimáticas e a massa do mesofilo
envolvendo os vaso
X 107
X 572
Licuri
0,75% NaOH
Relato das investigações
–
Estudo morfológico (MEV)
Observa-se:
desfribilamento e protusões na superfície, os vasos espiralados e fissuras
X 1050 X 1000
1,5% em NaOH
Fibra seca in natura e tratadas
100 200 300 400 500 600 700 800 0 20 40 60 80 100 Amostra A M a s s a ( % ) Temperatura (ºC) 100 200 300 400 500 600 700 800 0 20 40 60 80 100 M a s s a ( % ) Temperatura (ºC) Amostra B 100 200 300 400 500 600 700 800 0 20 40 60 80 100 M a s s a ( % ) Temperatura (ºC) Amostra C 100 200 300 400 500 600 700 800 0 20 40 60 80 100 M a s s a ( % ) Temperatura (ºC) Amostra DEstabilidade
térmica até
250°C
10-30% perda
de massa
290-300°C
Hemicelulose
(92%)*
35-75% perda
de massa
350-400°C
Celulose
(32%)*
* AGRELA, 2009 100 200 300 400 500 600 700 800 0 20 40 60 80 100 Amostra A Amostra B Amostra C Amostra D M a s s a ( % ) Temperatura (ºC)Relato das investigações
–
Estudo termogravimétrico (TG)
22%
de resíduo
600°C
Branco
Licuri
FiIbra seca e tratada
0 100 200 300 400 500 600 E n d o F lu x o d e C a lo r Temperatura (ºC) Legenda:
Preto: amostra branco Vermelho: in natura
Verde: tratada 0,75% álcali Azul: tratada 1,5% álcali
Resultado qualitativo
Perda de umidade, voláteis... < 100°C
Dois picos exotérmicos Degradação: a partir de 250°C
Hemicelulose: 295 – 305°C Celulose: 350 – 365°C
IMTHURM, 2000.
Extração da lignina do Pinus taeda
Pico 1: 258 – 340°C Pico 2: 387 – 435°C Pico 3: 735 - 774°C SANTOS, 2006. Fibra de coco Hemicelulose: 220 – 260°C Celulose: 240 – 350°C Lignina: 280 - 500°C AGRELA, 2009. Piassava Hemicelulose: 301,6°C Celulose: 378,9°C Lignina: 280 - 500°C
Composição química
Variação dos constituintes pelo álcali
FDA: fibras em detergente ácido - celulose, lignina;
FDN: fibras em detergente neutro
-
celulose, hemicelulose, fração de lignina-096 95,0 ±0,3
-94,1 ±0,6
94,1 ± 0,2 Celulose, hemicelulose, lignina %
6,09 83,2 ±0,6 9,26 80,4 ±0,6 88,6 ± 0,5
Lignina e celulose (%)
12,43 19,0 ±0,6 14,79 14,4 ±0,7 16,9 ± 0,9 Lignina (%) -14,88 11,9 ±0,3 -26,25 13,9 ±1,0 8,0 ± 0,6 Hemicelulose (%) 8,08 62,6 ±1,2 4,85 64,8 ±1,0 68,1 ± 0,8 Celulose (%) -0,9324 -1,1464 0,8300 Densidade (g/ml)%
∆
1,50%
%
∆
0,75%
Tratamento com sol. NaOH
In
natura
Componente
Remoção pelo álcali (literatura)
1) lignina, parte da hemicelulose, ácidos graxos, cera; frações de baixo grau de polimerização.
2) impurezas;
3) OH da fibra com Na da soda = celulose sódica
Relato das investigações
Álcali atacou a lignina (12-15%)
e parte da celulose;
Não percebe-se
ataque a hemicelulose
N=3
o álcali a 0,75%:
maior poder de ataque à lignina
o álcali a 1,50%:
maior poder de ataque à celulose
Hemicelulose< ligninina
Atenuação devido
ataque preferencial á lignina
E ou demais constituintes
CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DA
FIBRA DA FOLHA DO LICURI - SYAGRU
CORONATA (MARTIUS) BECCARI
•
Favorece adesão fibra à matriz:
•a presença de
protusões
•aumento da
rugosidade
Estabilidade térmica
até 250°C;
•
Comportamento de
degradação
definido -
dois picos exotérmicos:
(290 a 305°C, hemicelulose)
(350 a 400°C, celulose).
Desfavoráveis: Quantidade de matéria orgânica envolvendo a fibra.CONCLUSÃO
CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DA
FIBRA DA FOLHA DO LICURI - SYAGRU
CORONATA (MARTIUS) BECCARI
Composição química
86 a 91%
de celulose e lignina;
teor comparáveis à:
Hemicelulose:
curauá;
Celulose:
cânhamo, linho, juta, sisal e rami)
Lignina:
cana, madeira e bambu;
Remoção mais acentuada
(impurezas,
orgânicos)à
0,75% sol. NaOH.
AGRADECIMENTOS
Em especial, nosso carinho para:
Dr. Claudio Marcos Ricl Oliveira
– Escritório de Advocacia
Eng°João Kenkite Tan – Xerox do Brasil
Téc. Químico José Cleverton Carvalho Almeida
- Instituto Federal da Bahia
Doutorando Ednaldo Conceição Sousa Graduando Eng. Química Danilo Hansen Guimarães
- Instituto de Química, UFBa
Téc. em Materiais Paulo
- Escola Politécnica, UFBa
Pós-doutorando Gleidson Giordano Pinto de Carvalho
- Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
d. Enedina e Solange Santos Marinho - Caldeirão Grande
Fim
Motivação
beneficio ambiental
ambiental
aumentar o potencial de utilidade da palmeira (folhas); Fibras substituindo os Fibras substituindo os recursos recursos não renov
não renovááveisveis
Gerar benefícios para ao
semi
semi
-
-
á
á
rido
rido
em função do
aumento do aproveitamento da palmeira.
beneficio t
t
é
é
cnico
cnico
-
-
social
social
despertar para riqueza do semi-árido
Novos materiais de construção Geração de emprego e renda minimizar a fome e a pobreza
beneficio econômico
investimento semi
investimento semi--áárido baiano, rido baiano, extensivo ao territ
extensivo ao territóório brasileirorio brasileiro;
ciência e tecnologia geração de materiais
com baixo custo
beneficio científico
dados e informações cientificas sobre fibras brasileiras
Licuri
CONCLUSÃO:
1
Aceita-se a
variância entre os
métodos de lavagem;
2
Há baixo grau de
dispersão e alta
representatividade
da média;
3
As metodologias
não são diferentes
entre si, o branco
está dentro do intervalo
de 95% de confiança
do resultado do
in natura
Variância
Teste de F (Fischer):
verificar se os dois métodos diferem em precisão; Percentual de Variância
verificar o grau de dispersão e representatividade da média; Teste de Cochran
verificar a precisão do método.
Intervalo de confiança
Distribuição t de Student
verificar se as duas metodologias não são diferentes entre si.