ESTAÇÃO DE AVISOS DE ENTRE DOURO E MINHO
Circular nº 1
22 . 01. 2010
VINHA
DOENÇAS DO LENHO
(A luta contra estas doenças não é possível sem a aplicação de medidaspreventivas)
ESCA
A Esca é uma doença do lenho das videiras, causada por um complexo de fungos, que se manifesta no início do Verão, às vezes com a morte repentina das videiras (apoplexia). Algumas videiras mais gravemente atacadas pela Esca (e outras doenças do lenho), devem ser arrancadas e a lenha retirada da vinha e queimada.
Algumas videiras atacadas, mas que conservam ainda uma parte sã, podem ser recuperadas, através de uma poda adequada, procurando-se desta forma reconstituir a videira, mantendo-a em produção e atrasando o seu declínio definitivo.
ESCORIOSE
As varas destinadas a enxertia devem ser
colhidas em cepas comprovadamente
isentas de escoriose e eliminar
sistemáticamente os cinco ou seis primeiros gomos da base da vara, aproveitando para enxertia apenas as porções de vara daí para cima, pois nesta doença, os gomos atacados são principalmente os da base.
Consulte as fichas técnicas nºs 55 e 70
PODRIDÃO DAS RAÍZES DA
VIDEIRA (ARMILLARIA)
Na preparação de terreno para
plantação de novas vinhas, devem ser retirados cuidadosamente e queimados todos os restos de madeira e raízes provenientes de
outras videiras, árvores ou matos
anteriormente existentes no local.
Durante o Inverno, devem-se arrancar as videiras atacadas pela podridão das raízes (Armillaria spp.) e retirar cuidadosamente todas as raízes da videira arrancada. A cova resultante do arranque e retirada das raízes deve ficar aberta até ao fim do Verão seguinte, o que pode ajudar à eliminação de restos do fungo causador da doença (Armillaria). Não deve plantar novas videiras no mesmo local. Não existe tratamento eficaz contra esta doença, pelo que todas as medidas para a evitar e controlar devem ser preventivas.
Consulte a ficha técnica nº 102
© Rep ro d u çã o su jeita a a u to rizaçã o Impresso na Estação de Avisos de Entre Douro e Minho
Realização técnica:
J. F. Guerner Moreira (Eng.º Agrónomo) Carlos Coutinho (Ag. Técnico Agrícola)
Impressão e expedição: C. Coutinho, Licínio Monteiro, Maria de Fátima Santos
DIVISÃO DE PROTECÇÃO E CONTROLO FITOSSANITÁRIO ESTAÇÃO DE AVISOS DE ENTRE DOURO E MINHO Quinta de S. Gens Estrada Exterior da
Circunvalação, 11 846 4460 – 281 SENHORA DA HORA
MEDIDAS DE PREVENÇÃO DAS
DOENÇAS DO LENHO, NA VINHA,
DURANTE A PODA
Podar com tempo seco e sem vento. Podar as videiras doentes em último lugar. Desinfectar os instrumentos de poda com lixívia.
Evitar abrir feridas ou fazer cortes de grande superfície nos ramos mais grossos.
Não fazer cortes rentes, cuja cicatrização provoca a formação de “rolhões” para o interior do tronco, que dificultam a circulação da seiva. Proteger as feridas da poda maiores, com pincelagem de uma pasta fina fungicida, com unguentos de enxertia ou betume industrial. Cortar, tanto quanto possível e queimar as varas que apresentem sintomas de esca e de escoriose.
Não acumular lenha de poda nos arredores das vinhas, deixando-os aí durante o Inverno, pois constituem importantes focos de infecção de doenças do lenho.
COCHONILHAS
Nas vinhas infestadas, deve proceder-se durante o Inverno a um tratamento localizado, utilizando um óleo mineral.
Durante a poda, é necessário retirar a casca de algumas videiras onde se veja que existem posturas (protegidas sob massas de “algodão” branco) e cochonilhas abrigadas para passar o Inverno, deixando-as mais expostas ao frio e aos tratamentos fitossanitários. Todas as lenhas e outros resíduos desta operação devem ser queimados no local.
ARANHIÇO VERMELHO
Eliminar o mais possível, durante a poda, as varas com ovos de Inverno de aranhiço.
Consulte a ficha técnica nº 107
NEMÁTODOS DA VINHA
Na preparação de terrenos para plantação ou re-plantação de vinhas, é importante fazer colheita de amostras de terra para análise nematológica, para detecção de nemátodos transmissores de vírus. As espécies Xiphinema
index e Xiphinema italiae, que são as transmissoras de vírus, podem causar à Vinha elevados prejuízos. A sua detecção no solo deve ser feita sempre antes da plantação das vinhas e no caso da sua existência, o tratamento precoce evitará posteriores prejuízos.
Consulte a ficha técnica nº 7 (Nova série)
PREVENÇÃO DO EFEITO DE
GEADAS DE PRIMAVERA NA VINHA
Nos locais mais sujeitos a geadas, a poda da Vinha deve ser efectuada o mais tarde possível. Por este processo, atrasa-se o início da rebentação, protegendo a maior parte da nascença de cachos de eventuais geadas tardias.
POMÓIDEAS
CANCRO EUROPEU DA MACIEIRA
Em pomares onde existam focos desta doença, os cortes maiores da poda de Inverno devem ser de imediato tratadas com uma pasta fungicida ou isoladas com outro produto. Depois da poda, é benéfico efectuar um tratamento à base de cobre (hidróxido, oxicloreto ou sulfato), sobretudo nas árvores ou nas áreas do pomar afectadas.
MONILIOSE
Durante a poda, devem-se eliminar frutos atacados pela moniliose mumificados, que ficam suspensos nas árvores. Estes frutos devem ser retirados do pomar e queimados junto com a lenha de poda, de modo a diminuir as possibilidades de disseminação da doença.
COCHONILHA DE S. JOSÉ
Nos pomares onde se verifique a presença desta praga, deve haver o cuidado de praticar uma poda que torne a copa das árvores, menos densa, sobretudo na sua parte superior, contrariando a formação de “chapéus”. Esta técnica facilita a penetração das caldas insecticidas e da luz, um melhor arejamento e
impede o desenvolvimento de grandes
populações de cochonilha de S. José.
Consulte a ficha técnica nº 10
ARANHIÇO VERMELHO
Estimativa do risco
Em Protecção Integrada, deve fazer-se agora a estimativa do risco por observação e contagem dos ovos de Inverno.
(A Estação de Avisos presta apoio à realização desta estimativa).
PULGÃO LANÍGERO
Este afídeo passa o Inverno em forma de larva hibernante nos rebentos ladrões junto do colo das árvores, nas fendas da casca e nos tumores produzidos nos ramos e troncos pela sua acção picadora-sugadora.
Na imagem da esquerda, as setas indicam os locais de hibernação do pulgão lanígero; na da direita, pormenor de tumor provocado num ramo de macieira
por ataque de pulgão lanígero. (Desenhos de M. Baggiolini)
Durante o Inverno, podem ser tomadas diversas medidas para reduzir as populações de pulgão lanígero: ► corte e queima de rebentos ladrões infestados e de ramos fortemente infestados; ► suprimir os tumores, desinfectando as feridas com uma pasta à base de cobre ► aplicação de um óleo mineral sobre as árvores afectadas, procurando atingir bem as colónias de pulgão.
Na plantação de novos pomares, devem usar-se porta-enxertos resistentes (
E.M.
II, X, XII, XIII;M.M. 104, 106, 109, 111; M.I. 778, 779,
789, 793). Variedades resistentes são, por exemplo: Reineta cinzenta do Canadá, Golden delicious, Jonathan…Consulte a ficha técnica 51
BROCA DOS RAMOS (ZÊUZERA)
Em pomares de macieiras, pereiras, nogueiras, oliveiras e outras espécies, incluindo plantas ornamentais como lilás, tília, etc., devem procurar-se as entradas das galerias das larvas e proceder à destruição da zeuzera com um arame grosso (de ramada), introduzido até ao fundo da galeria onde a larva se aloja. Na poda, procurar eliminar os ramos atacados com brocas activas.
Recomenda-se especial atenção a pomares novos ou recém-plantados, nos quais os ataques de zeuzera podem causar elevados prejuízos.
Consulte a ficha técnica 106
Aspectos do desenvolvimento da Zêuzera
RATOS NOS POMARES
Em solos com boa drenagem, localizados junto de cursos de água ou com abundância de água de rega, dá bons resultados fazer o alagamento dos pomares infestados por ratos, durante o Inverno, como meio de combater esta praga. O alagamento deve ser feito em períodos curtos (1 a 2 horas), de modo a não matar as árvores por asfixia das raízes.
O rato mais vulgar nos pomares é o rato toupeira (Microtus sp.). (Cauda curta, cabeça pouco distinta do corpo, olhos pequenos, orelhas curtas e ocultas na pelagem).
Para ser eficiente, o alagamento deve ser repetido duas ou três vezes durante o Inverno. A água invade e destrói as galerias e ninhos dos ratos e as reservas alimentares aí acumuladas, obrigando-os a abandonar os pomares e matando parte deles.
Pode fazer-se em macieiras, pereiras e laranjeiras. O alagamento também se pode fazer em pomares de pessegueiros, mas com água sempre corrente e de forma rápida, procurando conduzi-la para as entradas das galerias dos ratos. É preciso ter em conta que os
pessegueiros asfixiam rapidamente quando
alagados (em pouco menos de meia hora).
A manutenção do pomar com um enrelvamento apenas na entre-linha e com a linha limpa de ervas, constitui uma protecção contra os ataques de ratos nos pomares.
NESPEREIRA DO JAPÃO
PEDRADO
Ao preverem-se condições de tempo húmido e chuvoso, recomenda-se a realização de tratamentos com produtos à base de cobre (hidróxido, oxicloreto ou sulfato), até à fase inicial de desenvolvimento dos frutos. A seguir a esta fase e até à mudança de cor dos frutos do verde para amarelo, podem ser utilizados produtos à base de dodina (SYLLIT 400 SC, SYLLIT 65 WP, DODIVAL), folpete (FOLTENE, FOLPAN 80 WDG, FOLPETIS WG, AKOFOL 80 WDG, FOLPAN 50 WP AZUL, FOLPEC 50 AZUL, ORTHO PHALTAN, BELPRON F-50, FOLPEC 50, AKOFOL 50 WP, ORTHO PHALTAN, FOLPAN 500 SC) ou zirame (THIONIC WG, ZIDORA AG, ZICO).
PRUNÓIDEAS
CEREJEIRA
CANCRO BACTERIANO
Recomenda-se a aplicação, logo que os gomos comecem a inchar - o que já se nota nesta altura em algumas variedades - de uma calda contendo um produto à base de cobre (calda bordalesa). O tratamento deve atingir muito bem o tronco e os ramos das árvores. Lembramos que esta calda poderá ainda ter um efeito de protecção de geadas fracas.
ALGUMAS MEDIDAS PREVENTIVAS
► corrigir a acidez do solo, quando necessário, aplicando calcário;► fazer um controlo adequado das ervas infestantes
► fazer apenas podas em verde, após a colheita das cerejas, evitando as podas de Inverno;
► proteger as feridas de poda extensas ou de quebra ou corte de ramos, com uma pasta fungicida;
PESSEGUEIRO
LEPRA DO PESSEGUEIRO
A lepra do pessegueiro é uma doença sempre presente nesta região. O seu combate, para ser eficaz, deve ser feito preventivamente e iniciado muito cedo.
A data de realização do primeiro tratamento, é muito importante e deve ser determinada pelo
aparecimento das pontas verdes ou
avermelhadas no centro das escamas dos gomos terminais (ver o quadro seguinte).
Nessa altura deve ser aplicada uma calda à base de sulfato de cobre, (calda bordalesa), hidróxido de cobre ou oxicloreto de cobre.
Com o decorrer do desenvolvimento do pessegueiro, os novos orgãos que se vão formando, terão de ser protegidos contra esta doença, se o tempo decorrer frio e chuvoso. Essa nova protecção deve ser feita com fungicidas orgânicos, dado que o cobre é fitotóxico para a vegetação do pessegueiro.
Em vegetação, devem ser utilizados
produtos à base de: dodina, enxofre, metirame, tirame ou zirame.
PIOLHO VERDE DO PESSEGUEIRO
O piolho verde do pessegueiro (Myzus
persicae) causa elevados prejuízos nesta cultura.
provocando a esterilização, o dessecamento precoce e a queda das flores. As picadas destes piolhos nos ovários das flores e nos pequenos
frutos, provocam a sua deformação. Nas variedades cujas flores têm pétalas grandes (corolas rosáceas), impede a abertura das flores. Deforma igualmente as folhas que acabam por enrolar e encarquilhar. O piolho verde é também um dos vectores do vírus que provoca a grave doença da Sharka nos pessegueiros.
Deve ser aplicado um aficida
específico, no estado fenológico B-C, para destruir as fêmeas fundadoras, apenas se estas forem detectadas, impedindo a sua reprodução e os ataques precoces deste piolho. Este tratamento é também eficaz contra o piolho preto (Brachycaudus persicae), cujas fêmeas começam por esta altura a reproduzir-se.
No combate ao piolho verde, podem ser utilizados, por exemplo, os seguintes produtos: ACTARA 25 WG, CONDOR, CONFIDOR, CONFIDOR O-TEQ, CORSARIO, COURAZE, DECIS, DECIS EXPERT, DELTAPLAN, FASTAC,
GAUCHO, KLARTAN, KOHINOR 20 SL,
MAVRIK, etc…
OLIVEIRA
OLHO DE PAVÃO
Recomenda-se o tratamento durante o Inverno contra esta doença, que pode provocar uma desfoliação grave das oliveiras, com um produto à base de cobre (hidróxido, óxido cuproso, oxicloreto) ou de difenoconazol e tebuconazol . Na Primavera deve ser aplicado zirame.
TUBERCULOSE
(
Pseudomonas savastanoi)
Durante o Inverno
► Remover os nódulos, retirando os ramos que os suportam
► Desinfectar as feridas de poda e de cortes com uma pasta (250 gr sulfato de cobre + 250 gr de cal e 3 litros de água)
►Iniciar a poda nas árvores sãs e desinfectar as ferramentas de poda com lixívia
► Queimar a lenha de poda.
Nódulos provocados pela tuberculose da oliveira em raminhos novos
Sensibilidade de variedades de Oliveira a diversas doenças
Doença Sensíveis Medianamente sensíveis Pouco sensíveis
gafa Galega, Bico de Corço,
Maçanilha, Cordovil de Castelo Branco, Conserva de Elvas, Cornicabra, Carrasquinha, Redondil
Gordal, Madural, Arbequina Cobrançosa, Negrinha, Picual, Verdeal Alentejana, Blanqueta, Azeiteira, Carrasquenha
olho-de-pavão Picual, Cornicabra, Cordovil
de Serpa, Negrinha, Madural, Redondil, Carrasquenha de Elvas, Maçanilha, Conserva de Elvas
Gordal, Cobrançosa Galega vulgar, Cobrançosa
cercosporiose Não existe informação para
variedades portuguesas
Gordal, Cobrançosa Galega vulgar, Cobrançosa
tuberculose da oliveira
Galega vulgar, Cordovil de Serpa, Carrasquenha, Bical de Castelo Branco, Blanqueta, Maçanilha, Verdeal Transmontana Blanqueta, Santullana, Gordal, Negrinha Redondil, Cobrançosa, Galega, Cordovil de Castelo Branco, Blanqueta de Badajoz, Picual, Galega Grada de Serpa
Fonte: Laura Torres (coord.), Manual de Protecção Integrada do Olival, Viseu, 2007
CITRINOS
MÍLDIO OU AGUADO
Efectuar durante o Inverno, (sobretudo se
ocorrerem períodos chuvosos prolongados),
tratamentos contra o míldio, aplicando uma calda bordalesa. Nos locais sujeitos a geadas, esta calda pode ter um efeito protector contra o frio, se for alcalina, ou seja se contiver uma dose reforçada de cal (por exemplo, 1,5 kg de sulfato de cobre + 2 kg de cal). Deve haver o cuidado de atingir com a calda toda a copa da árvore e dar atenção especial à parte inferior da copa. Pode também ser usada outra calda à base de cobre, nas formas de oxicloreto ou hidróxido e ainda especialidades à base de fosetil-alumínio (ALIETTE Flash, ETYLIT Premier, FOSBEL 80 PM, ALFIL). O fosetil de alumínio combate também a gomose.
GOMOSE PARASITÁRIA DOS
CITRINOS
Trata-se de uma doença provocada por diversas espécies do fungo Phytophthora muito comuns nos solos da região, sendo as espécies
mais comuns Phytophthora parasitica e
Phytophthora citrophthora, que provocam o declínio
progressivo das árvores.
Sintomas mais característicos:
► a casca do tronco junto ao colo da árvore seca e destaca-se em placas;
► são visíveis, por vezes, escorrimentos de goma acastanhada (seiva);
► amarelecimento progressivo da
folhagem;
► os ramos vão secando aos poucos, por secções, até à morte da árvore.
Laranjeira gravemente atingida pela gomose parasitária, já com parte dos ramos secos
Como medidas preventivas, recomenda-se afastar do colo do tronco das árvores as águas, quer de rega, no Verão, quer as águas que correm pelos laranjais durante o Inverno.
Aconselha-se também a limpeza das ervas junto do colo das árvores e evitar a manutenção de ramos e folhagem até ao solo (que dificultam o arejamento do tronco e permitem a permanência da humidade em seu redor). No fundo, para reduzir a possibilidade de ataques de Phytophtora, devem ser tomadas todas as medidas que ajudem a manter seca a zona do colo e o próprio tronco da árvore.
Em tratamento de árvores atingidas pela doença, pode ser utilizado sulfato de cobre ou fosetil-alumínio.
VÍRUS DA TRISTEZA DOS CITRINOS
O vírus da tristeza dos citrinos é uma doença responsável por elevada mortalidade nos citrinos. Tem como vector mais eficaz o afídeo preto dos citrinos (Toxoptera citricidus). Em face da dispersão do afídeo por toda a região de Entre Douro e Minho, e da sua possível contribuição para a dispersão do vírus da tristeza, recomenda-se:► a utilização de porta-enxertos tolerantes ao vírus, em novas plantações (por exemplo, Poncirus trifoliata);
► não utilizar a laranjeira azeda como porta-enxerto ► vigiar e combater o piolho preto nas árvores em que apareça.
ELIMINAÇÃO DE LENHAS DE PODA
Toda a lenha resultante das operações de poda e arranque de árvores e videiras, deve ser retirada do terreno e queimada o mais breve possível. Se a lenha se destinar a consumo doméstico, deve ser armazenada em lugar seco, abrigado da chuva, para impedir que os esporos dos fungos (botrytis, esca, escoriose, cancro da macieira, chumbo, etc.) se libertem na natureza, infectando árvores e videiras sãs. Em vinhas, pomares e olivais onde seja usual proceder à trituração e incorporação da lenha da poda no solo, esta prática poderá ser realizada, mas na condição de ser previamente retirada e queimada toda a lenha proveniente de plantas afectadas pelas doenças do lenho e das raízes atrás referidas.
CONTROLO DE INFESTANTES
Durante o Inverno, é vantajoso manter o solo coberto com vegetação. A presença de ervas nas vinhas e pomares durante o Inverno, em nada prejudica as videiras e as árvores, quando estas estão em pleno repouso vegetativo. Uma parte das
infestantes é destruída pela geada, durante o Inverno.
A presença de ervas infestantes contribui para a protecção do solo da erosão e para a melhoria da sua permeabilidade e da sua estrutura. Além disso, os nitratos existentes no solo, libertados em resultado da humidade e das temperaturas amenas do Outono, são absorvidos
pelas infestantes e assim temporariamente
imobilizados, em vez de serem arrastados para as águas superficiais e subterrâneas, poluindo-as. Enfim, a vida microbiana do solo é favorecida pela actividade das raízes das ervas espontâneas e pela matéria orgânica que a decomposição destas plantas proporciona.
Assim, uma vinha ou um pomar "mal cuidados" durante o Inverno, podem revelar-se muito mais limpos do ponto de vista ambiental, que uma parcela muito agradável à vista...
No entanto, nos pomares, deve manter-se a linha limpa de ervas, para evitar possíveis ataques de ratos nas raízes e podridões do colo das árvores.
PLANTAS ORNAMENTAIS
EM VIVEIROS, PARQUES E JARDINS
COCHONILHAS
Inúmeras plantas ornamentais, de ar livre e de estufa, são atacadas e frequentemente destruídas por cochonilhas de diversas espécies. Muitas das cochonilhas que se encontram nas ornamentais, são também pragas de árvores de fruto e da Vinha. Como medidas preventivas, sugere-se a utilização de plantas sãs, Recomenda-se a realização de tratamentos de fim de Inverno, aplicando caldas à base de óleos minerais (GARBOL, TOLFIN, CITROLE, OLEOFIX, VEROL, POMOROL, SOLEOL, FITANOL, KLIK 80).
PROCESSIONÁRIA DO PINHEIRO
Em culturas ornamentais, e em espaços urbanos, com pequeno número de árvores atacadas, é fácil colher os ninhos à mão, cortando os ramos ou parte de ramos atacados, queimando-os de seguida.
Os pelos das lagartas têm propriedades urticantes, capazes de provocar alergias, pelo que é necessário proteger-se com fato, luvas e máscara, antes de executar esta operação.
ALGUMAS INDICAÇÕES
PARA AGRICULTURA
BIOLÓGICA
BATATEIRA
MÍLDIO
Fungicidas homologados: hidróxido de cobre óxido cuproso oxicloreto de cobre sulfato de cobre Medidas preventivas: utilizar “sementes” certificadas e
variedades resistentes ou menos susceptíveis
Práticas culturais:
evitar o excesso de azoto fazer a rotação da cultura
plantar em compassos mais largos para melhorar o arejamento
evitar regas por aspersão, sobretudo ao final do dia
manter os solos drenados eliminar os restos da cultura
cortar a rama da batateira cerca de duas semanas antes da colheita, para evitar a contaminação dos tubérculos
Estas medidas, recomendadas para a cultura biológica da batata, podem ser adoptadas também noutros modos de produção, com muitas vantagens.
ESCARAVELHO
Insecticidas autorizados em agricultura biológica:
► azadiractina (ALING; FORTUNE AZA) ► spinosade (SPINTOR)
As aplicações devem ser realizadas nas fases larvares L1 e L2 do escaravelho, logo na primeira geração, de forma a evitar ataques tardios e a reduzir o número de adultos hibernantes para o ano seguinte.
Estado L1 Estado L2 (imagens ampliadas cerca de 3 X) Práticas culturais:
sementeiras temporãs - perturbam e dificultam o desenvolvimento da praga
rotações de quatro anos ou mais
AGRADECIMENTO
Os técnicos da Estação de Avisos de Entre Douro e Minho, agradecem, reconhecidos, todo o apoio voluntário que ao longo do ano
lhes foi prestado, desinteressada e
graciosamente, por todos os observadores biológicos e/ou meteorológicos. Os dados fornecidos pelos observadores locais têm especial importância para a elaboração dos Avisos Agrícolas.
Informação sobre os produtos fitofarmacêuticos indicados nesta circular, de acordo com dados disponíveis no sítio
web www.dgadr.min-agricultura.pt consultado em
21/01/2010.
RESTRIÇÕES DE USO DE
PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS
EM RESULTADO DO
ESTABELECIMENTO DE LIMITES
MÁXIMOS DE RESÍDUOS (LMR)
(EM VIGOR A PARTIR DE 19 DE MARÇO DE 2008) Cultura Substância activa Intervalo de segurança (dias) Nº máximo de aplicações por ano mancozebe batateira 7 ameixeira 28 4 cerejeira 28 4 macieira 28 pereira 28 pessegueiro 28 4 uvas para vinho 56 uvas de mesa 28 metirame batateira 21 macieira 28 5 pereira 28 5 vinha 56 6 propinebe batateira 14 4 macieira 120 3 pereira 120 3vinha 63 Após início
da floração tirame cerejeira 14 ameixeira 14 3 macieira 35 4 pereira 35 4 pessegueiro 42 3 damasqueiro 42 3 zirame cerejeira 42 3 ameixeira 21 3 macieira 42 4 pereira 42 4 pessegueiro 42 3 damasqueiro 42 3 nespereia 42 4
A análise de resíduos pode ser feita no laboratório da DRAPN (Senhora da Hora)
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Técnicos da Divisão de Protecção das Culturas: Técnicos afectados ao serviço de Avisos: Eng.º Agrónomo J. F. Guerner Moreira;
Ag. Técnico Agrícola Carlos Coutinho; Assistente Técnico Licínio Monteiro; Técnicos de outros sectores que colaboram nos Avisos: Eng.ª Agrónoma Gisela Chicau; Eng.º Tec. Agrário Alcino Castro; Téc. Profissional Paula Pequito; Assistente Técnica Maria de Fátima Santos;
Observadores: Adriano José Matos Carvalho/Celorico de Basto; Albano Gonçalves Pereira e Cunha Machado/Mondim de Basto; Alípio da
Fonseca/Resende; Ana Maria R. Teixeira/Penafiel; António Caldas/Melgaço; António Oliveira da Costa/Braga; Cremilde Fátima M. Pinto/ Escola Profissional de Agricultura do Marco de Canaveses; Fernando Luis Fonseca Pereira/ Matosinhos; Fernando Simões de Moura/Gondomar; Henrique da Silva Pinho/ Castelo de Paiva; José Paulo Teixeira Moura/ Ribeira de Pena; José Teixeira dos Santos/ Maia; Manuel Morgado/ Barcelos; Manuel Ribeiro Martins Bouçanova/ Póvoa de Varzim; Márcio Lourenço/Monção; Maria Isabel Araújo Moreira/Trofa; Mário Dias/ Amares; Nuno Miguel Fraga/ Escola Profissional de Agricultura de Fermil/ Celorico de Basto; Rui Miguel de Viseu Botelho Cardoso/Resende; Severino Baptista Fernandes/Póvoa de Lanhoso; Vitor Manuel Silva Azevedo/Ponte da Barca.