carbo carrinho de botijão

carbo

carrinho de

botijão

Os botijões de gás contém GLP (gás liquefeito de petróleo), a principal fonte de energia de uso doméstico no Brasil, sobretudo para cozimento. Há por vol-ta de 99 milhões de botijões em circulação por todo o país e diariamente são entregues 1.5 milhões de unidades aos consumidores.

Distribuição: feita por meio de empresas regulamentadas pela ANP (Agência Nacional de Petróleo).

Modelo mais comum: P-13 (figura 1), cuja capacidade em volume líquido é de 31,5L e peso líquido de 13 kg.

Os botijões de gás são trocados a cada compra: o consumidor entrega seu ci-lindro vazio e recebe outro cici-lindro igual cheio de gás e lacrado. Esse processo pode ser feito de três formas distintas:

× Compra na rua, por meio de carros autorizados;

× Retirada no posto do distribuidor;

× Compra / encomenda por telefone.

Os atuais mecanismos de transporte exigem muito do profissional de entre-ga, expondo-o a posições constrangedoras e esforços frequentes, que são prejudiciais à sua musculatura.

CARBO foi projetado para auxiliar o transporte individual

de botijões, buscando atender as exigências do serviço

prestado com agilidade e segurança para o usuário.

O transporte de longa distância - do posto da empresa de distribuição até a casa dos clientes - é feito por veículos motorizados.

Os autorizados para efetuar o transporte desses botijões, segundo a Resolu-ção ANP nº26/2015, são: motocicleta com sidecar (figura 2), motocicleta com semirreboque (figura 3), triciclo (figura 4), caminhonete PBT até 3,5 ton (figura 5) e caminhão PBT até 16 ton (figura 6).

VeíCulos autorizados

Para curtas distâncias, utiliza-se equipamentos de propulsão mecânica. Atu-almente não existem projetos voltados apenas para o transporte de botijões.

Atuais: similares aos de transporte de cargas (caixas ou de galões de água). Linguagem industrial, com estrutura simples e tubular e com algumas partes adicionais, sem muita preocupação ergonômica ou estética.

equipamentos atuais

Figuras 7 e 8: carrinho com botijões e carrinho de transporte de galões de água. Mesmo se tratando de produtos diferentes, a estrutura de ambos é praticamente idêntica.

Figuras de 2 a 6, da esquerda para direita: motocicleta com sidecar (3), motocicleta com semirrebo-que (4), triciclo (5), caminhonete PBT (6) e caminhão PBT (7).

Como já mencionado, os produtos concorrentes são aqueles voltados para o transporte de carga em geral. Os produtos similares são todos aqueles utilizados para carregar objetos, preferencialmente cilíndricos, como cilindros de oxigênio, galões de água, cilindros de mergulho e projetos de transporte de água como o Roll Water e Hippo Roller. Achamos como soluções formais possíveis o uso de carrinhos, alças, mochilas (backpack para mergulhadores) e sistemas de transferência de cargas.

Algumas distribuidoras visitadas possuem e utilizam esses carrinhos para auxiliar no movimento horizontal dos botijões e vasilhames do estoque. O custo aproximado varia entre R$ 150,00 à R$ 200,00 (preço consultado em lojas da Rua Florêncio de Abreu).

O uso de alças e mochilas foi descartado por se tratar de uma carga bem mais pesada, geralmente transportada em terrenos com diferentes rugosidades, obstáculos, escadas e até mesmo animais. Além disso, seu uso pode gerar posições inadequadas, como torções lombares durante o movimento vertical. O grupo discutiu, entre outras coisas, duas soluções existentes para o transporte em escadas: roda tripla ou esteira acoplada na traseira do carrinho, diminuindo o atrito com os degraus. Ficou definido o uso de uma plataforma de alojamento do botijão em uma altura confortável para o entregador no momento que este remove o botijão do veículo. Para a criação dessa plataforma, o grupo realizou um benchmarking de soluções possíveis, pensando inicialmente em três: sistema pneumático (pistões de ar), sistema hidráulico e molas. O grupo descartou o sistema pneumático pelo fato de este tem uma baixa durabilidade quando comparada as outras opções; o sistema hidráulico foi descartado devido ao peso e custo elevados. A definição de molas está mais detalhada em “definições projetuais”. Em anexo consta a ficha análise com maior detalhamento de produtos similares.

pesquisa e análise de similares

O profissional de entrega de gás trabalha 40 horas por semana, deslocando e segurando, de diversas maneiras, cilindros de gás de 15kg a 45kg.

Atividades cotidianas: dirigir e estacionar o veículo com os botijões, instalar o produto, verificar o que foi recolhido e receber o pagamento do cliente. O manuseio dos botijões expõe o trabalhador a posições que prejudicam sua saúde. Mesmo que bem treinado, a alta frequência de repetição de tarefas multiplica as chances deste usuário lesionar-se.

Além da força física, seu trabalho exige atenção. Muitas vezes é necessário que ele entre em residências, cada uma com suas características: portões, escadas e outros obstáculos físicos, como objetos e animais. É importante que este profissional tome diversos tipos de cuidado para preservar a sua segurança e a integridade do ambiente.

Seu trabalho, por ser baseado na mobilidade, está sujeito às variações climáticas, incluindo exposição solar, frio e chuva.

definição do problema

costumer journey

leva até o carro do cliente deixa ao lado do veículo

coloca dentro do veículo retira o vazio e guarda

organiza o estoque

leva até o balcão retira o vazio guarda no local apropriado

iNíCiO DO fiM DO

TURNO TURNO

instala leva o vazio coloca no veículo descarta

carrega o caminhão atende p/ demanda no posto

(ou sidecar ou moto) deixa na porta recebe o dinheiro entrega o total arrecadado

fica rondando onde o guarda?

faz um tempo

diferente de viagens

17h

8h

O modo como o trabalhador transporta os botijões é bastante descuidado. Os botijões P-13, mais comuns, chegam a pesar em torno de 28kg, sendo carregados nos ombros ou como sacolas de supermercados. Essas práticas podem levar a um acidente no caminhar e costumam causar desgastes nos ombros e costas, além de que o processo de se levantar o botijão até a altura do ombro pode levar a lesões também na coluna e nos membros superiores (incluindo ombro, pulso etc).

Outro problema identificado é que, devido ao volume da carga, há uma dificuldade para visualização e reconhecimento do espaço em volta do usuário durante a entrega nas casas dos clientes. Dentro dessas condições o entregador precisa conseguir descarregar o botijão, levá-lo até o ponto de troca - que geralmente se localiza nos fundos da casa -, efetuar a troca e instalação, trazer o botijão vazio de volta ao veículo e carregá-lo.

× O qUe fAz

Instala / faz a troca Tira e coloca no caminhão

Verifica botijões Carrega botijões nas costas

Sobe e desce escadas Conduz o veículo

Força ombros e pulsos para carregar Verifica vazamentos

Recebe dinheiro

× O qUe SeNTe

Dores nas costas Calor

Mão lesionada Cansaço

Suor Fome

× O qUe PeNSA / fAlA

“Tem cão? Escada?” (análise do ambiente) “Quero instalar logo”

“Quanto devo levar?” “Tem lugar para estacionar?”

“Ganharei gorjeta?” “Sou forte o suficiente?”

“Isso dá muito trabalho!” “Seria bom se fosse mais leve”

“Vou demorar mais para trabalhar” “Que desconfortável”

“Isso vai atrasar meu turno” “Não vejo a hora de chegar em casa!”

× O qUe OUve

“Quer água?” “Tem troco?”

“Aceita cartão?” “Pode deixar aqui mesmo”

“Quanto é?” “Pode instalar, por favor?”

identifiCação das neCessidades

persona

requisitos de projeto

1. Possuir preço acessível;

2. Ter a capacidade de transportar com segurança e sem maiores esforços, mesmo em piso irregulares e corredores estreitos;

3. Ser operado por 01 (um) usuário;

4. Não aumentar consideravelmente o tempo de trabalho, a menos que a melhora na qualidade de trabalho compense o aumento;

5. Ser resistente / durável;

6. Possuir bom movimento horizontal, com possibilidade de auxílio no sentido vertical;

7. Transportar o padrão P-13, com ajustes até o P-45;

8. Transportar uma quantidade máxima de 2 botijões por vez;

9. Reduzir os esforços do transporte de botijão;

10. Ser voltado para o entregador;

11. Ser de uso intuitivo, com função clara;

12. Absorver o impacto do peso do botijão;

13. Subir escadas;

14. Ter equilíbrio para evitar tombamentos;

15. Ter uma superfície de contato com as mãos (pegas) confortável, para evitar calos e outros danos físicos;

16. Ter uma base fixa, para evitar que o botijão se desloque e provoque acidentes, como cair no pé do usuário;

17. Alcançar uma altura confortável, para evitar torsões na retirada dos botijões do caminhão e facilitar o carregamento dos botijões;

18. Linguagem de “produto robusto”, para maior aceitação do usuário.

× Descrição: Bruno, 28 anos Altura: 1,70m

× Profissão: entregador de botijão de gás; atua sozinho. Possui umajornada de trabalho de 40h/semana

× Hábitos comuns durante o trabalho: transportar utilizando o ombro; movimentos de torção da coluna; geralmente força mais um lado do corpo.

sketChs: geração de alternatiVas

sketChs: geração de alternatiVas

sketChs: geração de alternatiVas

sketChs: geração de alternatiVas

definições projetuais

O funcionamento do produto é, sobretudo, limitado à etapa de descarregar o veículo e instalação do botijão na casa do cliente, envolvendo o deslocamento horizontal e vertical do botijão de gás no processo de entrega.

Para o deslocamento vertical, foi pensada uma plataforma móvel, cujo deslocamento está limitado a alturas confortáveis para o usuário, de acordo com a altura dos botijões e dos veículos. Essa redução do deslocamento permite que o usuário carregue os pesos por uma distância menor, evitando possíveis torções e diminuindo o caso de acidentes de trabalho.

Já no deslocamento horizontal, existe a grande variedade de ambientes que o usuário tem de atravessar, da rua até o local de instalação, como diferentes pisos e inclinações e principalmente escadas. Estas são um grande empecilho para a movimentação dos carrinhos e para a segurança do botijão. Para tanto foi desenvolvido um apoio emborrachado na parte traseira, de forma que sirva de apoio ao equipamento, guiando o movimento e prevenindo que o mesmo perca o contato com a escada: uma situação de risco.

Figura 18: render da solução final, com o carrinho carregado com 2 botijões. estrutura:

× Aço Carbono 1020

Corpo da plataforma:

× Fibra de vidro do tipo E, com alma interna metálica;

× Tubos de teflon para substituir o rolamento linear

(por ser mais barato e atender melhor às necessidades);

× “Assento” dos botijões em laminado;

× Mola de tração e mola a gás.

materiais

empunhadura:

O movimento de erguer o cilindro de gás gera uma inclinação com torção do tronco, podendo gerar lesões musculares ou até mesmo, a longo prazo, distúrbios osteo-musculares, relacionados ao levantamento inadequado de uma carga com valor considerável (IIDA, pg.165). Aproximadamente 60% dos problemas musculares são causados por levantamento de cargas e 20% puxando ou empurrando-as (BRIDGER, 2003). De acordo com a equação de NIOSH, a carga unitária deve ter peso máximo de 23kg (IIDA, pg. 185).

empunhadura (pega): a solução final foi escolhida por atender melhor os requisitos ergonômicos durante o transporte de dois botijões P-13 ou um P-45, sendo mais eficiente enquanto o carrinho estiver inclinado. Ela possibilita que o trabalhador se posicione mais próximo do carrinho durante o deslocamento do botijão. Isso ocorre devido à pega do carrinho não tocar no abdômen do trabalhador, por não ter uma barra central. Levando em conta o aspecto tátil, a escolha de materiais para revestimento da pega considerou o uso de elastômeros.

Consultando o benchmarking, notamos que a maioria das alturas das pegas giram em torno de 110 a 115 cm. Também é interessante que a forma da pega permita ao usuário uma variação de posições, de forma que ele possa escolher e variar a posição de maneira confortável.

× Altura do cotovelo de homem brasileiro, em pé, ereto (feRReiRA,

1988):

5%: 96,5 cm; 50%: 104,5cm; 95%: 112 cm;

Pintura: fosca, pois evita reflexos e pontos fortes de luz.

aspeCtos ergonômiCos

manuseio do equipamento

a

b

C

d

e

figura 20: progressão das situações de uso - carrinho compactado (a); plataforma destravada e elevada

(b); plataforma sob efeito do peso do botijão (c); carrinho travado com peso do botijão (d); inclinação para seguir o percurso (e).

renDers

modelos físiCos: VolumétriCo

modelos físiCos: aparênCia

desenho téCniCo

desenho téCniCo

anexo: fiCha análise

Alça / Carregador de galão de água Carrinho circular preto para suporte de botijão Carrinho carga rápida para blocos, Scanmetal BOVENAU-CP300 One Grip Magna Cart - MCX

miniatura nome dimensões material peso Custo função declarada funcionalidade observações

Não informado Diâmetro de 300mm, altura de 90mm Garfo de 0,38m; 0.8 x 0.6 x 1.35m Roda em chapa de 2.2mm Diâmetro: 0.5 a 0.59m Altura mín: 0.83m Altura máx: 0.96m 17 x 14 x 3cm Aberto: 100 x 28.5 x 40cm; Fechado: 64 x 38.5 x 5cm; Plástico Plástico Roda em chapa de aço c/ rolamento de esfera Aço carbono c/ pintura eletrostát. a pó Plástico ABS Alumínio de alta resistência, com rodas embor-rachadas Não informado Não informado Não informado 26.5 kg Aprox. 100g 3.2 kg R$21.24 R$14.99 Não informado R$1539.92 U$2.3 (R$8.38) R$184.99

Carregador de galão d’água (5 ou 20 litros) para facilitar

o transporte

Feito para servir de suporte para botijão de gás P2 a P13

Transporte de blocos de concreto em obras civis

Transportador de tambor

Ideal para o transporte de vários sacos, com

capacidade para transportar até 10 kg

Carrinho para carga de até 68kg

Alça para transporte de galão de água. A alça se acopla ao gargalo, dando uma pega melhor ao galão

Possui 3 rodízios de polipropileno posicionados para distribuir o peso igualmente. Possui pedal trapezoidal c/ contrapeso, alça contínua e rodas montadas sobre rolamentos. Sistema de elevação e

trava do tambor com pedal

---Carrinho compacto para carga de caixas.

Prateleira dobrável para caixa e pegador

c/ altura ajustável

---Estrutura muito fina. Não possui muito controle da posição do botijão por apenas permitir empurrar ou puxar usando a alça.

---anexo: fiCha análise

Alça Lev-Fácil Back Pack Mergulhador, SEASUB Alça pegador Garra, para garrafão de água mineral, Maxchamas Mochila suporte costal para cilindro CO₂ / O₂ WMO1CMAR Carrinho de Mão Industrial, Zeyuan Não informado 60 x 50 x 50cm Não informado Não informado 1130 x 255 x 300mm 1120 x 522 x 460 mm Pneu de 10” x 3,5” Alumínio Plástico, cadarço, náilon reforçado, c/ fivela plástica Aço com acabam. zincado e cabo de PVC Aço inoxx Não informado Aço. Roda de 10’’ com câmara Não informado 800g Não informado Não informado 15 kg 10 kg, suporta até 180 kg R$19.60 R$279 R$9.42 R$395 R$315.26 U$9.8 a U$16.5

Alça porta garrafão de água mineral de 10 a 20L

Cinta suporte de fixação de cilindro de mergulho

Alça para transportar galão de água

Suporte costal para Cilindro, com alças adaptadas para Suporte Frontal de Garrafas

PETs (1L, 2L, 2.5L e 3L)

Carrinho para transporte de cilindro de gás O₂

Carrinho para transporte de cargas industriais

A alça se acopla ao gargalo do galão, dando uma pega melhor ao galão e facilitando o seu transporte ---Alça em sistema interfixo de tesoura

Colete c/ suporte para cilindro de CO₂ com

sistema de amarra e apoio frontal de sacolas para garrafas

PET ---Alça / Carregador de galão de água ---O sistema utilizado exige um segundo movimento da mão, contração dos musculos

para apertar o sistema interfixo de tesoura

anexo: fiCha análise

System RoMedicTM ReTurn 7600 Carrinho para transporte de botijão (caseiro) CRLG2, Carro Gás P13 G2 Drimec 111-Hsr-1040-BW4 T02 - Carro de transporte de galão de leite Altura: 1210 mm; base: 795 x 672 x 45 mm Não informado 300 x 345 x 1100mm 1260 x 530mm Tamanho da base: 375 x 375 mm, Altura do cabo: 1080 mm Não informado Não informado Ferro pintado em esmalte, tubo reforç. c/ rodas em alumínio Alumínio. Roda de 10’’ com câmara Aço carbono, solda MIG. Roda maciça de 6’’ c/ rolete 26 kg, suporta 205 kg Não informado Não informado 16 kg 5,8 kg, com capacidade de carga de 60 kg Não informado Não informado Não informado Não informado R$124 Carrinho de transferência cama-cadeira de rodas para

idosos e deficientes físicos

Carrinho para transporte de botijão produzido

caseiramente

Transporta 2 galões ou botijões

Para transporte de galões de 20L

Carro industrial para transporte de galão de leite

de 50L. Pode ser utilizado tanto para galão de plástico

como para de metal

---Carrinho para transporte de botijão

de gás com gancho como trava para o

botijão Carrinhho de mão

com 2 prateleiras para galão de água,

botijão de gás Sistema de prateleiras dobráveis projetado p/ galões de água de 20L -

anexo: entreVistas

entrevista 1 - entregador

Acompanhamento de entrega de botijão P-13 em residência com escadas

entregador: Diego, 28 anos Data: 15/04 empresa: Copagaz

Relato

Acompanhamos o trabalho em uma casa com a escada com cerca de 22 degraus. Bruno dirigia um caminhão com as laterais vazadas em que existia uma porta metálica que ele abriu e puxou o botijão cheio que estava mais próximo. Segurou a parte de cima e a parte debaixo, impulsionou para a parte de trás do ombro, que já estava suja, demonstrando que o funcionário utiliza sempre este método de transporte. Ele ficou com as costas curvadas de um lado, em uma clara posição constrangedora, subindo as escadas. Durante o percurso da escada o entregador perguntou se existiam cachorros soltos, demonstrando a preocupação e relatando que já foi mordido. No final da escada, o funcionário suspirou e perguntou para cliente, uma mulher de 49 anos, se podia deixar o botijão na frente da porta. Ela reclamou da tendinite, mas aceitou. O entregador estava ofegante quando questionamos sobre qual era o maior problema de entregar botijões, o qual ele respondeu: “cachorro, eles mordem os tornozelos e escada”.

Questionamos sobre o peso e a posição em que se carregava o botijão, que foi respondida com “Ah, tranquilo (ofegante). A gente acostuma (apóia-se na parede)”. Perguntamos sobre dores nas costas ou ombros e ele disse: “Ah, quem não tem, né? Faz parte”.

Ele ainda relatou que é motorista e entregador, fica o dia todo na rua e entrega a mercadoria por demanda. A recarga e troca de botijões é também feita por ele e pelo estoquista responsável da distribuidora para qual ele trabalha.

entrevista 2 - Cliente da Distribuidora

Acompanhamento de entrega de botijão P-13 em residência com escadas

Cliente: Maria, 49 anos Profissão: Cozinheira Data: 15/04

Relato

A mulher possuí tendinite gerada pelo trabalho. Para pegar o botijão deixado na porta da sua casa logo após a entrega ela afasta as duas pernas uma da outra, se curva ligeiramente pra frente e pega o botijão com apenas uma mão. Ela reclama do peso e continua carregando o botijão P-13 cheio com apenas uma mão. “Minhas costas já são ferradas, aí tenho que fazer isso (sic)”. Oferecemos ajuda, ela recusa.

Chegando na cozinha ela coloca o botijão no chão de forma abrupta, provocando barulho e diz: “Agora vou te ensinar como instala”, encaixando o dispositivo de gás com a palma da mão forçando pra baixo.

Ela segura a mão que empurrou com a outra, demonstrando dor e verifica se há vazamento, para então concluir a instalação.

anexo: questionário

1. Você utiliza o botijão de gás?

3. De quanto em quanto tempo é necessário trocar o botijão na sua casa?

4. Você poderia nos descrever seu botijão ou, se souber, nos indicar o tipo? Das 20 respostas, 14 utilizavam P-13; 1 utilizava P-5; 1 utilizava P-20; 4 usuários não souberam responder.

5. Qual o maior problema na hora de substituir / instalar seu botijão de gás? Como isso é feito? (respostas transcritas)

- “Subir a escada é o principal problema”;

- “Transporte em escadas e dentro de casa, principalmente quando minha mãe está sozinha pois ela não aguenta o peso”;

- “Na hora de enroscar a mangueira, que às vezes está alargada, fico com medo de colocar e ficar vazando o gás. Compro do caminhão e ele deixa na garagem. Para levar até o corredor que fica ao lado da cozinha, uso um tapete por baixo e vai puxando. Na hora de instalar, peço ajuda ao meu filho. Quando o gás acaba, abaixo a torneira e tiro o botijão. Eu mesmo confiro se tem vazamento ou não, colocando detergente em volta”;

- “Transporte”;

- “O maior problema está no transporte ate o local da troca, o funcionário da empresa de gás tem que atravessar um grande corredor com ele nas costas, acho muito esforço”;

- “Nada”;

- “Encaixar o dispositivo de gás e verificar se está vazando. Usamos a espuma da esponja pra ver se está formando bolhas. Se sim, está vazando”;

- Dentro de casa não tenho problemas, o único são os cachorros, que ficam agitados e impedem o entregador de levar o botijão. Quem instala sou eu, carregando da garagem até um percurso reto que vai até o quintal. Na casa da minha mãe também é usado o botijão, mas eu quem faço a instalação por conta do peso, que a impede de carregar. Ela possui dois: um em uso e outro de reserva. Quando o que ela costuma usar acaba e calha do entregador estar por perto, ele mesmo efetua a troca e instalação. Do contrário, eu substituo o reserva pelo em uso”;

- “Eu compro do distribuidor. Geralmente temos um reserva. Trocamos o botijão e no dia seguinte vamos ao distribuidor e trocamos o vazio pelo cheio. Já cheguei a desrosquear, sendo que às vezes esta muito justo e você tem que fazer muita força. Tem que ter atenção na hora de apertar, para não acontecer isso. Quando você rosqueia de volta, fazemos o teste com a bucha com espuma, para ver se não está vazando. Enfim, a rosca é um problema. Dependendo do que você usa para fazer força no suporte da rosca, pode gerar uma faísca e correr o risco de explodir, com os resquícios de gás do botijão. Em casa temos um suporte com rodinhas, próprio para o transporte de botijões, que já fica encaixado ao botijão, sendo trocado só quando acaba o gás. Lá em casa, a cozinha fica no andar superior. O problema principal é subir com o cheio. Geralmente sobem duas pessoas: o da frente segura pela alça superior e o de trás pelo pé. Sempre são duas pessoas que carregam. Preferimos buscar porque o centro de distribuição nunca chegou a oferecer o serviço de entrega e instalação e o carrinho que passa na rua cobra mais caro”;

- “Um dos maiores problemas é saber como fazer a instalação com segurança. Quais os procedimentos necessários. Da muita insegurança por ser algo perigosos caso vaze o gás e não há nenhuma instrução visível. Outro dia a minha mãe estava ensinando como trocar e instalar o botijão novo para o meu irmão. Ele foi buscar o botijão que temos no andar de baixo que usamos menos pra colocar na cozinha do andar de cima e dai na hora de instalar chamou a minha mãe. Parece que tem uma válvula no cano que vc precisa girar e depois desrrosquear do botijão de gás para depois colocar no novo.

Depois de instalado minha mãe ensinou que se colocar espuma la na saída de gás aonde conecta o cano da pra verificar se esta vazando gás. Temos 3 botijoes em casa, um para a cozinha externa, outro para a interna e outro para esquentar a água do ofuro e da pia. Minha mãe comprou suportes com rodas para para transportar os botijoes de um lugar para o outro apenas arrastando.”

- “Não sei responder”;

- “Ligo para distribuidora, recebo o butijão, troco, entrego o antigo ao funcionário da empresa. Verifico se há vazamentos, em seguida uso normalmente. Até o momento não encontrei problemas nesse processo”;

- “Transporte dentro de casa, devido a distância do armazenamento, mas o pior mesmo é conseguir encaixar o dispositivo de gás, dessa última vez demorei uns 10 minutos, porque ela não encaixa e fica rodando”;

- “Desinstalar e instalar um novo, pois o local onde fica o botijão é muito estreito (do lado externo de casa, entre uma parede e uma escada)”;

- “O peso”;

- “Encaixar o dispositivo de gás e verificar vazamento”; - “Encaixar o dispositivo”;

- “Encaixar o dispositivo de gás , verificar vazamento, botijóes amassados, peço para a pessoa que traz o gás fazer a substituição”;

- “Colocar dentro do carro e verificar se está vazando após a instalação”;

- “Como o local de instalar o botijão de gás fica na garagem, próximo ao portão e ainda por cima térreo, o trabalho não fica muito difícil. E sempre temos auxílio do técnico vendedor do gás”.