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XIII Congresso Brasileiro de Sociologia

29 de maio a 1 de junho de 2007, UFPE, Recife (PE)

Grupo de Trabalho 21: Sindicato, Trabalho e Ações coletivas

Título: Formas de informalização no espaço urbano: estudo sobre as

“consultoras Natura” na cidade de São Paulo

Autora: Ludmila Costhek Abílio

Instituição: Universidade Estadual de Campinas, departamento de

Pós graduação em Ciências Sociais

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Formas de informalização no espaço urbano: estudo sobre as “consultoras Natura” na cidade de São Paulo

Ludmila Costhek Abílio GT 21 Sindicato, Trabalho e Ações coletivas

Resumo

Este artigo apresenta uma reflexão sobre a precarização do trabalho e sua espacialização no urbano, mais especificamente na cidade de São Paulo. O foco da análise reside no trabalho informal e em seu imbricamento com a economia formal. Faz-se uma discussão acerca da atual indefinição sociológica do conceito de informalidade, tendo-se como perspectiva sua centralidade nas relações de produção e da acumulação. A reflexão baseia-se em uma pesquisa empírica sobre as chamadas “consultoras Natura” na cidade de São Paulo. Atualmente, mais de 400 mil mulheres revendem os produtos dessa empresa no país, sem qualquer relação de trabalho formalizada. Mulheres de heterogêneas condições sociais e ocupações, que realizam a revenda dos produtos tanto nos bairros mais pobres como nos mais ricos das cidades. O que está em questão é o obscurecimento das relações de trabalho, problematizado por meio de revendedoras que realizam a maior parte da distribuição dos produtos dessa empresa sem se reconhecerem nem serem reconhecidas como trabalhadoras. Portanto, propõe-se uma reflexão sobre a informalização, e sobre relações de trabalho que tornam indiscerníveis o lugar do trabalhador assim como seu próprio reconhecimento.

Introdução

Neste artigo propomos uma reflexão sobre a precarização do trabalho, considerando a informalidade como uma de suas formas centrais e contemporâneas. Partimos de um estudo empírico em andamento sobre as chamadas consultoras Natura, para assim traçar uma análise sobre a atual dificuldade sociológica em dar formas ao trabalho informal e, conseqüentemente, reconhecer o lugar do trabalhador no processo produtivo. Temos assim como cerne da análise a indiscernibilidade que hoje forma as cadeias produtivas que se estendem pela cidade.

As trabalhadoras estudadas realizam hoje praticamente toda a distribuição dos produtos dessa empresa de cosméticos pela cidade de São Paulo. Numa relação de trabalho que não passa por qualquer forma de regulação, há um total obscurecimento dessa atividade como uma forma de trabalho. Não são oficialmente reconhecidas pela empresa como trabalhadoras, e muitas delas também não se reconhecem como tal.

Desse modo, partimos da atividade dessas mulheres para refletirmos sobre formas contemporâneas de precarização do trabalho que hoje demandam um exercício sociológico de

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reconhecimento e análise. É possível afirmar que nas últimas décadas o mercado de trabalho se reconfigurou mundialmente: com mais intensidade em alguns países, mais recentemente em outros, há um processo em andamento de precarização das relações de trabalho. No contexto mundial da chamada globalização, referenciais teóricos que orientavam a análise das relações de trabalho se deslocam e esvaziam-se de sentido. A produção da teoria encontra-se num momento de perda e procura de parâmetros. O estudo insere-se no debate sociológico que vem buscando discernir e definir as reconfigurações das relações de produção no seu elo com as formas contemporâneas da acumulação capitalista.

A precarização do trabalho hoje constitui-se mundialmente por meio das terceirizações, subcontratações e por diversas formas de flexibilização do trabalho. No Brasil, pode ser definida pelo aumento de ocupações sem carteira assinada, por contratos de trabalho temporários, por trabalhadores que são demitidos e tornam-se prestadores de serviços, assim como pelo crescimento de atividades que não passam por qualquer forma de regulação e compõem o campo cada vez mais vasto das atividades informais. A ausência de regulação significa que o trabalhador não terá mais seu tempo de trabalho regulamentado, e tampouco os direitos e proteções que estão diretamente vinculados ao trabalho regulado. A precarização do trabalho traduz-se, portanto, em relações de trabalho que não têm mais uma jornada definida, uma relação salarial estabelecida nem direitos garantidos.

Tal processo tem de ser compreendido num contexto de inovação produtiva e de transnacionalização da produção. A primeira possibilitou o desemprego de mão-de-obra tanto no setor industrial quanto no setor de serviços. Mundialmente, milhares de trabalhadores dos mais diversos ramos de atividade foram e são substituídos pela automatização da produção. A transnacionalização da produção possibilita uma mobilidade do capital de recuo e avanço frente às organizações e resistência dos trabalhadores em todo o mundo (Silver, 2006; Portes, 1989); e ainda, o aproveitamento da ausência de proteções sociais e da força de trabalho rebaixada dos países subdesenvolvidos (Silver, 2006; Sassen, 1998). A possibilidade de extensão das cadeias produtivas por mais diversos países propicia uma desvinculação progressiva do capital com o social: o fechamento de fábricas – e migração da produção para outro país, as demissões em massa destituem o poder de negociação dos trabalhadores, assim como possibilitam relações de trabalho cada vez mais precarizadas, no sentido de serem desreguladas e menor remuneradas.

A precarização do trabalho, portanto, assumiu as mais diversas formas e conseqüências nessas décadas. Em países desenvolvidos, o Estado do Bem Estar é reconfigurado por meio dos desmanches sociais, da desregulação do trabalho e do desemprego (Castel, 1998; Wacquant, 2001). Por outro lado, países subdesenvolvidos – que desde sempre foram o locus

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da exploração e da má remuneração da mão-de-obra, seja pela não consolidação de um Estado Social, seja pela relação fundante dessas sociedades entre pobreza e rebaixamento da força de trabalho (Oliveira, 1978) – também apresentam novas formas de precarização do trabalho, formas essas que combinam antigas e modernas relações de trabalho desreguladas e desprotegidas socialmente. (Sassen, 1998; Pochmann, 2004; Portes & Hoffman, 2003; Antunes, 2006).

Tomando como referência um modelo industrial fordista/de assalariamento, que possibilitava a crítica acerca das relações de produção, uma visualização do lugar do trabalhador no processo produtivo, assim como uma teorização acerca das formas e meios da acumulação na cidade, coloca-se a reflexão: como pensar atualmente as relações de produção que têm lugar no urbano? É possível delimitar a funcionalidade de uma força de trabalho não só cada vez mais excluída das relações de trabalho regulamentadas como cada vez mais desempregada?

As reconfigurações do trabalho na cidade: a discussão sobre o trabalho informal

A metrópole é compreendida como o lugar da espacialização e da possível visibilidade do processo produtivo. Assim, as reconfigurações do trabalho no espaço urbano orientam a reflexão. Partindo da atual dificuldade teórica de delimitar o lugar do trabalhador nas relações de produção, buscamos demarcar o deslocamento de referências que já puderam orientar a teoria, tendo o urbano como o espaço empírico dessas reconfigurações.

Mike Davis, em Planeta de Favelas, analisa o crescimento populacional das metrópoles nas últimas décadas, que, no entanto, não foi acompanhado pelo crescimento econômico. Nessa “expansão urbana perversa” (Davis, 2006) forma-se um imenso “proletariado informal” (Portes & Hoffman, 2003; Davis, idem): milhares de trabalhadores, desempregados, subocupados, que se tornam microempreendedores, “autônomos”, “por conta própria”, fazedores de “bicos” entre outras definições do trabalho precário. Alejandro Portes e Kelly Hoffman problematizam no mesmo sentido, relacionando os últimos 20 anos de políticas neoliberais com a concentração da riqueza, o aprofundamento da desigualdade social, a formação de uma classe de microempreendedores e o aumento do contigente de trabalhadores informais (Portes & Hoffman, 2003). Dados apresentados pela OIT em 2006 indicam que há 103 milhões de trabalhadores informais na América Latina. No Brasil, o índice de trabalhadores informais está próximo dos 50% nas principais regiões metropolitanas do país (OIT, 2006). Nas últimas décadas, a discussão acerca do conceito de informalidade complexifica-se. Comumente associado à pobreza, à marginalidade e às formas não modernizadas de trabalho, sociologicamente o trabalho informal tem de ser entendido por sua centralidade na economia: impossibilita uma abordagem que pense na economia informal como eufemismo da

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pobreza, constitui-se como forma específica das relações de produção, residindo no cerne de muitas sociedades (Oliveira, 1978; Portes & Castells, 1989; Sassen 1989; Portes & Hoffman, 2003; Willians & Winderbank, 1998). As formas mais modernas e sofisticadas da produção têm em sua cadeia produtiva relações de trabalho precarizadas: muitas delas compõem o campo das ocupações informais.1

A discussão em torno do trabalho informal inicia-se em sua própria nomeação. Trabalho informal, emprego informal (Willians & Winderbank, 1998), economia informal (Sassen, 1989; Portes & Castells, 1989), trabalho desregulado. Termos que sempre poderão ser criticados, visto que ocupações informais podem passar por algum tipo de regulação; e, principalmente, por não ser possível uma separação dualista entre formal e informal, visto que o campo de atividades da informalidade está profundamente imbricado com a economia formal. O termo informalidade refere-se a um campo de relações de trabalho muitas vezes irreconhecíveis – dada sua ausência de qualquer regulação socialmente estabelecida – que, no entanto, configuram as formas mais atuais da acumulação capitalista. O que está em questão é que o trabalho informal tem de ser compreendido em sua centralidade na produção, o que demanda uma abordagem que ultrapasse a oposição entre formal e informal para alcançarmos os elos que hoje compõem as cadeias produtivas, nas quais o trabalho informal muitas vezes compõe tanto etapas da produção quanto da distribuição e circulação de mercadorias.

A pesquisa empírica: a relação de trabalho das “consultoras Natura”

Centramos a pesquisa na cidade de São Paulo. Nossa pesquisa refere-se às mulheres que se tornaram revendedoras de uma das maiores indústrias de cosméticos do Brasil. A escolha dá-se por dá-ser uma indústria que hoje combina relações de produção arcaicas e modernas.

A empresa de cosméticos Natura ocupa atualmente o lugar de 113a maior receita do país.

Com um lucro líquido de 460 milhões em 2006 (site FSP), vem se consolidando como uma das mais importantes empresas desse setor no Brasil. Com algumas filiais na América Latina, neste ano estendeu sua distribuição para a França. Seus proprietários encontram-se classificados entre as 600 maiores fortunas do mundo. O que torna a empresa Natura

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Saskia Sassen, ao investigar o trabalho informal em Nova York, encontrou uma relação entre pequenas oficinas de marcenaria dos bairros pobres da cidade e as grandes empresas de mobilíario (Sassen, 1989). No ramo da indústria têxtil brasileira, por exemplo, o produto final pode ter passado pelas mãos de bordadeiras que trabalham em casa, cooperativas de costureiras, entre muitos outros pequenos empreendimentos que passam a “prestar serviço” para fábricas de vestuário (prestação de serviço que pode ser formalizada no trabalho de cooperativas, por exemplo, ou assumir relações de trabalho quase que escravistas, com imigrantes ilegais).

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relevante para essa pesquisa é a possível correspondência entre suas taxas de lucro cada vez maiores e as relações de trabalho que implementou nos últimos 30 anos.

No Brasil, atualmente mais de 450 mil pessoas são “consultoras” da empresa, isto é, revendem seus produtos. O fato é que quase meio milhão de pessoas trabalham para a Natura sem qualquer tipo de contrato. Existem algumas lojas no país, a maior parte da distribuição da produção passa pelas consultoras. Mulheres, das mais variadas idades e condições sociais, formam esse universo de “vendedoras independentes”. Pessoas com as mais diversas ocupações: trabalhadoras domésticas, assalariadas, com carteira registrada, sem carteira, mulheres com baixo rendimento, com rendimentos médios, aposentadas, entre outras. Enfim, variam de desempregadas que têm a revenda dos cosméticos como sua atividade principal a empregadas que apenas complementam sua renda com essa atividade. A empresa hoje combina a inovação tecnológica com uma intensa desregulamentação das relações de trabalho. A partir dela podem-se observar tanto as inovações tecnológicas, modernização da produção e alto investimento em pesquisa e desenvolvimento, como a relação de trabalho de milhares de desempregadas, subocupadas, enfim, um universo heterogêneo de pessoas que trabalham para a empresa sem qualquer tipo de vínculo formalizado e que se inserem nas mais diversas redes de trabalho da cidade.

A pesquisa empírica é recente e ainda está em andamento; portanto, as reflexões aqui apresentadas baseiam-se em um estudo que se encontra em fase inicial. Nesses meses de pesquisa, conversamos com algumas consultoras e ex-consultoras, observamos a relação de trabalho em alguns locais em que essas mulheres atuam, além de pesquisarmos artigos de revista e sites da internet . De saída já fica explícita a dificuldade em mapear e delimitar um perfil dessas vendedoras. A total ausência de regulação aliada à heterogeneidade do universo da pesquisa já aponta para o fato de que essas mulheres apresentam diferentes condições socioeconômicas e trajetórias ocupacionais.

Quanto à cadeia produtiva da empresa, apresentamos alguns dados preliminares. Nos últimos dez anos a empresa mostra um crescimento em seu faturamento. Nos anos 90 internacionalizou sua distribuição para Peru, Bolívia, Argentina, Chile e México. Em 2005 abriu uma loja em Paris, tendo como objetivo internacionalizar a distribuição para a Europa. Sua produção permanece sediada no Brasil. Em 2001 a empresa inaugurou o maior centro de pesquisa e desenvolvimento em cosméticos da América Latina, no município de Cajamar, próximo à cidade de São Paulo. Atualmente são fabricados 400 produtos, que compõem as linhas de higiene pessoal, tratamento e maquiagem. A estratégia empresarial baseia-se na constante renovação de seus produtos, edificando a imagem de uma empresa brasileira que investe em pesquisa e tecnologia e que “não pára no tempo” (slogan de um de seus principais

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produtos). Atualmente, tem projetos de pesquisa e desenvolvimento de cosméticos em parceria com universidades públicas, financiados por agências paulistas de fomento à pesquisa. Em paralelo ao forte investimento na pesquisa e desenvolvimento dos produtos, correm processos judiciais, tais como os das vendedoras do mercado Ver-o-peso, em Belém do Pará, que acusam a empresa de ter patenteado suas fórmulas, que no final se tornaram componentes de uma linha de produtos feitos exclusivamente com elementos extraídos da floresta amazônica (site O Estado de São Paulo).2

A empresa desenvolve uma forte estratégia de marketing, apoiada no desenvolvimento responsável e na responsabilidade social. Seus produtos têm como característica serem feitos à base de produtos naturais vindos da flora brasileira. Anualmente, recebe prêmios tais como o do Valor Social, voltados para a responsabilidade social. Tem parcerias com ONGs pelo Brasil, direcionadas para alfabetização, artesanato, capacitação de jovens. Algumas parcerias estão voltadas para o trabalho com cooperativas no Norte e Nordeste do país. Vários desses projetos baseiam-se no trabalho voluntário das consultoras (site Natura, site Valor).

O sistema de distribuição da empresa fundamenta-se majoritariamente na relação com as consultoras. Cada produto tem uma pontuação que corresponde ao seu preço e a vendedora só pode efetuar o pedido quando totalizar aproximadamente R$200. São feitos os pedidos, a empresa entrega-os às consultoras e elas têm até 21 dias para efetuar o pagamento. A distribuição dos produtos é garantida por todo o Brasil, em mais de 4.500 municípios (site Natura).

Ao consultarmos o site, vemos que tornar-se uma vendedora é simples: basta cadastrar-se. Ao tornar-se consultora, a mulher recebe “gratuitamente” uma sacola da empresa e um kit com amostras dos produtos e as revistas – que são o principal instrumento de trabalho das consultoras. Segundo o site, elas podem receber, também gratuitamente, cursos de maquiagem, entre outros, e a cada cinco anos um broche da empresa. (Idem)

A empresa desenvolve diversos tipos de incentivo às consultoras; existe um ranking das melhores vendedoras, que ganham prêmios por sua atuação. São realizados periodicamente encontros para apresentação e demonstração dos novos produtos, e também para a motivação dessas trabalhadoras. A relação das consultoras com a empresa é mediada pelas promotoras. Estas têm com a empresa um outro tipo de relação, que ainda não foi por nós pesquisado. As promotoras são responsáveis por algum setor da cidade, e conseqüentemente pela relação com as vendedoras daquela região.

2 No final de 2006, a empresa chegou a um acordo com a associação das vendedoras do mercado Ver-o-peso. Esta

passou a ter direito a um percentual não divulgado sobre a venda dos produtos que tivessem em sua fórmula determinados ingredientes. (site INPI)

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Dessa forma, até aqui percebe-se a atualidade da empresa: por um lado um alto investimento voltado para a pesquisa e desenvolvimento, para a internacionalização da sua distribuição, assim como para o marketing (e o marketing social). Por outro, a atualização de formas precarizadas do trabalho, vendedoras que recebem gratuitamente “cursos, broches e sacolas”, numa relação de trabalho que não se estabelece como trabalho. Não são vendedoras, são consultoras. Não recebem capacitação para o seu trabalho, mas ganham cursos; não recebem os instrumentos necessários para sua atividade, mas ganham amostras e catálogos. Por um lado, alta tecnologia, produtos de qualidade, imagem de empresa moderna; por outro a reprodução de formas totalmente desreguladas do trabalho.

As consultoras Natura

Como afirmamos anteriormente, é difícil definir perfis das vendedoras. Mas há características constitutivas da relação de trabalho e da situação socioeconômica que a priori podem ser definidas. Nessa indiscernibilidade, muitas consultoras têm na atividade mais uma forma de sociabilidade do que uma ocupação propriamente dita. São aquelas mulheres que se cadastraram, têm os catálogos em casa e vendem para amigas ou compram elas mesmas os produtos. Para essas mulheres, a venda não está diretamente relacionada à geração de renda, e sim muito mais ao consumo dos produtos e às vivências que giram em torno dele. Percebemos esse tipo de relação com a venda geralmente em donas-de-casa, que não saem e nem saíam para trabalhar fora do lar. Há um segundo tipo de relação, daquelas mulheres que têm uma outra ocupação como atividade principal e a venda dos produtos como uma forma de complementar a renda. São manicures, secretárias, entre outras trabalhadoras do setor de serviços, que fazem a venda no seu próprio local de trabalho. Pode-se afirmar que há uma outra categoria de vendedoras, as quais têm a venda como sua atividade principal. Para estas há uma relação de trabalho mais claramente estabelecida; algumas até mesmo determinam uma jornada diária de trabalho como consultoras.

Quanto à ocupação das consultoras, chegamos à questão central da análise. Muitas dessas mulheres estão desempregadas há alguns anos; encontraram nas vendas uma atividade que garanta alguma geração de renda. Mulheres que já estiveram no mercado de trabalho, porém não conseguiram mais encontrar um emprego. Para essas mulheres a atividade aparece inicialmente como um “bico”, tornando-se para muitas sua principal fonte de renda. São essas consultoras que em dado momento constituem uma relação outra com seu trabalho, estabelecem por conta própria uma jornada de trabalho. Em uma conversa breve, uma vendedora nos fala: “Depois que meus filhos saem para a escola, saio para a rua a uma da tarde e só retorno às 20hs. Todos os dias da semana.” Quanto à sua relação com o trabalho, “meu sonho é virar promotora”, o que significaria outro estatuto de sua atividade em sua

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relação com a empresa: ser promotora significa ter jornada e local de trabalho definidos, salário fixo e prêmios (baseados nos índices de venda de suas unidades).

Para outras muitas mulheres, a atividade de venda realiza-se dentro de seu local de trabalho. Mulheres que têm uma ocupação principal, que não é a das vendas. Em sua maioria, do que verificamos, trabalhadoras do setor de serviços; realizam as vendas nos intervalos, na hora do almoço. Essas mulheres tornam-se uma referência da marca Natura dentro de seus trabalhos. E então, fica posta a indiscernibilidade dessa atividade. Não são consultoras no sentido de que não se reconhecem enquanto tais; a atividade da venda aparece como uma atividade que não é trabalho, não é uma ocupação, é algo para o qual não temos nome, que significa nada além de um complemento de renda. A manicure, a secretária, a faxineira, a enfermeira, entre tantas outras ocupações de baixa remuneração – e nem sempre de baixa qualificação – levam consigo os catálogos para o local de trabalho; todos os trabalhadores dali tornam-se clientes em potencial, mas ela não aparece como uma vendedora, aquela é simplesmente uma atividade paralela.

Do que pesquisamos, para as donas-de-casa que se tornam revendedoras a atividade não é vivenciada como um trabalho; no entanto, aparece como uma atividade possível para quem não pode sair de casa para trabalhar.

A questão da heterogeneidade socioeconômica dá a dimensão das reconfigurações do trabalho nestas últimas décadas. Há um grande número de consultoras na periferia da cidade, mas elas também vêm dos bairros de classe média: mulheres até com o segundo grau ou superior completos, que não conseguem encontrar um emprego formal na cidade.

A precarização do trabalho e o desemprego estão no cerne do crescimento do número de consultoras. Mulheres desempregadas, mulheres que cada vez mais têm ocupações de baixa remuneração, mulheres que vivem a instabilidade das ocupações informais. Para todas essas, a venda dos produtos torna-se uma saída, na maioria das vezes paliativa, mas que, mesmo assim, garante alguma geração de renda.

Alternativas para geração de renda são muitas (sem entrarmos no mérito de qual renda), e compõem cada vez mais o vasto e indefinido campo da informalidade. Podemos definir elementos fundamentais desse campo, tais como a instabilidade, o tempo de trabalho não contabilizável, a dificuldade em delimitar qual o lugar desse trabalhador no processo produtivo; no entanto, muitas dessas atividades, ainda que provisórias e precárias, são vividas como uma ocupação. Podem não ser vividas como um emprego – dada a ausência de jornada e de local de trabalho definido – mas há um cotidiano que se estabelece a partir dessas atividades na maioria das vezes. No que concerne à atividade das consultoras, entre outras atividades que se inserem no chamado sistema de vendas diretas, essa relação de trabalho fica

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obscurecida – mulheres que não conseguem nem mesmo definir o quanto retiram por mês com essa atividade, o quanto dedicam de seus dias à venda, visto que esta permeia e está imbricada com outras atividades que compõem o seu dia.

Vendedoras, consumidoras, veículos de propaganda

Um aspecto importante a ser analisado sobre o obscurecimento dessa relação de trabalho é o fato de que as consultoras são também consumidoras dos produtos da empresa. Há uma outra diferenciação importante para pensarmos nesse aspecto: entre as vendedoras há aquelas que coletam os pedidos e só conseguem entregar os produtos quando atingiram a pontuação necessária, e aquelas que investem nos produtos – fazem um estoque dos mais vendidos, garantindo assim uma entrega mais rápida. Esse segundo grupo, pelo que observamos, consegue obter maior renda com a venda dos produtos: o fato de não haver a demora na entrega garante a fidelidade das clientes. Para tanto, é preciso que haja uma outra fonte de rendimento, que garanta a realização do estoque. Encontramos histórias de mulheres que montaram pequenas “lojas” Natura, com o investimento de seus maridos, por exemplo. Além do estoque, há a formação de redes de trocas entre as vendedoras – pela internet, ou entre conhecidas de uma mesma região –, o que também garante a acessibilidade aos produtos.

No caso das vendedoras que têm de juntar os pedidos para alcançar a pontuação, ocorre um outro processo. Para garantir que a entrega seja feita, a consultora encomenda alguns produtos que não foram pedidos. Resultado: muitas consultoras tornam-se consumidoras do que vendem, obscurecendo mais ainda a relação; percebemos que é comum a renda proveniente da venda ser revertida na compra de produtos para consumo próprio.

Tanto em um caso como em outro, não é a empresa que corre riscos, são as vendedoras. Caso o estoque não tenha saída, o prejuízo é da vendedora; caso algum cliente não pague pelo pedido, é a vendedora que está em dívida com a empresa; e, o que é principal, ao tornarem-se consumidoras, o custo da atividade da venda reverte para a empresa na venda de mais produtos.

Portanto, esse é um caminho para pensarmos na informalidade não só como a ausência de regulação do trabalho, mas também como a diminuição dos riscos do capital. As perdas na distribuição estão muito mais presentes para as consultoras do que para a empresa, isto é, as consultoras arcam com os riscos da venda. O fato é que atualmente muitas vendedoras estão endividadas, seja por seu próprio consumo, seja pela inadimplência de clientes.

Além de serem consumidoras-vendedoras, essas mulheres também realizam um outro trabalho, o do marketing direto. O fato de haver consultoras por toda a cidade é também o fato

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de que a propaganda da empresa está em qualquer lugar. Mulheres que demonstram os produtos, explicam o uso, expõem seus catálogos, realizando cotidiana e intensivamente a difusão da marca. Novamente, retornamos à indiscernibilidade do processo produtivo: mulheres que trabalham para a empresa numa atividade que não aparece como trabalho, realizando – sem qualquer tipo de remuneração – o marketing direto nos mais diversos locais da cidade.

Conclusões

Retomando a questão da ausência de formas do trabalho informal, centenas de milhares de pessoas trabalham para a empresa, mas definir estatisticamente quem são demandaria uma pesquisa que provavelmente não teremos condições de realizar, devido à total ausência de dados, tais como local de moradia, trajetória ocupacional, renda mensal. Portanto, o universo das consultoras é praticamente indelimitável; fica a possibilidade de definir referências que orientem a análise. Nesse sentido, essa é uma atividade que se delineia no sentido forte de informalidade, como dar formas ao universo dessas trabalhadoras? Hoje o caminho que se coloca como imperativo ao fazer sociológico é de um intenso exercício de investigação, para que possamos, a partir das observações empíricas, reencontrar parâmetros que definam as atuais reconfigurações do trabalho.

Para além do perfil dessas mulheres, a informalidade também aparece na impossibilidade de delimitar a relação de trabalho que se estabelece com a empresa. São trabalhadoras autônomas? São representantes comerciais? Trabalham para a empresa? Indiscutivelmente trabalham para a empresa, mas sua relação de trabalho talvez ainda não tenha um nome que dê conta de explicitar qual a relação que está posta. Os termos sociológicos vão se esvaziando de sentido na medida em que a precarização vai assumindo novas formas. É uma atividade, uma ocupação, como denominar essa relação de trabalho?

Para além da relação de trabalho, como quantificar o tempo de trabalho dessas mulheres? Aqui adentramos o campo de uma total indiscernibilidade. É praticamente impossível estabelecer uma relação entre tempo de trabalho e rendimento, e talvez essa impossibilidade esteja no cerne da relação entre informalização do trabalho e acumulação da empresa: é como se essa forma precária de trabalho significasse uma total desvinculação da empresa com seu “setor” de distribuição. Certamente que há elos não formalizados – temos como hipótese que o mapeamento da atividade das consultoras passa pelo trabalho das promotoras; no entanto, o contingente de vendedoras é tão grande que essa não é uma questão central para o faturamento da empresa.

É como se houvesse um imenso exército “industrial” (qual o termo?) de reserva, de mulheres consultoras em potencial. Nesse sentido, o estudo dessa relação de trabalho nos possibilita ir

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além da atividade em si; a relação totalmente informalizada de trabalho tal qual se constitui entre a empresa e as vendedoras realiza-se em um contexto de altas taxas de desemprego e da intensificação da precarização do trabalho. Assim, mulheres tornam-se cotidianamente consultoras, concorrendo com suas vizinhas, tendo dupla atividade dentro de seus locais de trabalho. A questão é que a precarização garante que hoje milhares de mulheres estejam dispostas a se tornarem consultoras, independentemente da renda que isso lhes traga. Por um lado, a precarização; por outro, um trabalho que não aparece enquanto tal; e assim, mulheres que estão dentro e fora do mercado formal de trabalho passam a dedicar horas de seu dia para uma atividade que, para grande parte delas, não é vivenciada como uma ocupação.

Recuperamos a discussão feita por Saskia Sassen sobre as relações de trabalho na “cidade global”. Sem nos adentrarmos na discussão que gira em torno dessa noção, é interessante refletirmos sobre como um trabalho precarizado e nem mesmo reconhecido permeia as mais diversas relações de trabalho e de produção pela cidade (Sassen, 1998a e b). Nas mais sofisticadas empresas que passam a compor os centros financeiros da cidade, é certo que estarão presentes trabalhadoras de baixa remuneração e, com várias delas, o catálogo dos cosméticos. Analisando os caminhos dessas mulheres, chegamos não só ao campo da informalidade mas traçamos as redes de produção e serviços que se estabelecem na cidade, que estão calcadas na relação entre precarização do trabalho e acumulação capitalista. Nessa análise buscamos levantar alguns elementos que possibilitassem a problematização sobre a informalidade na sua relação com a cidade. Ao visarmos dar formas à informalidade, temos também como horizonte alcançar parâmetros que orientem a análise dos elos entre as relações de produção e a acumulação capitalista nas suas formas urbanas e contemporâneas. Nesse sentido apontamos para a atualidade da rede de produção e distribuição da empresa aqui tratada. Atualidade no sentido das novas relações que se estabelecem entre a modernização da produção e a precarização do trabalho, e que se constituem no elo com as reconfigurações do urbano. Mulheres desempregadas, mulheres que circulam pelos centros financeiros e comerciais da cidade em suas ocupações de baixa remuneração, mulheres que trabalham nos pequenos estabelecimentos de serviço que estão em qualquer rua de São Paulo. Das garagens que “viram” salões de beleza na periferia aos edifícios envidraçados da Av. Berrini, está garantida a distribuição dos produtos.

Essa pesquisa tem como horizonte compreender a centralidade dessa relação de trabalho para a acumulação da empresa. Tal problematização passa pelo cerne da atual perda de parâmetros sociológicos. A relação estabelecida nesse sistema de vendas diretas não é nova; no entanto, atualiza-se e demanda novas abordagens na sua atual configuração, que se estabelece permeada pela relação entre desemprego, precarização do trabalho e novas

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constituições das relações de produção no espaço urbano. Como discernir a funcionalidade dessa mão-de-obra que realiza seu trabalho de uma forma que não aparece como trabalho? Quais são os subsídios materiais para dar formas a essa atividade? É possível contabilizar o tempo de trabalho dessas mulheres? É possível delimitar o valor que agregam à marca na realização do marketing direto? É possível quantificar os lucros que tais vendedoras trazem à empresa quando garantem uma distribuição que prescinde de locais regulamentados de venda, assim como de qualquer regulação do trabalho que realizam? A impossibilidade de delimitar a funcionalidade do trabalho informal para a acumulação torna-se questão central para a sociologia contemporânea. O reconhecimento da acumulação em suas formas contemporâneas no urbano requer um passo além. Em certo sentido, nossos referenciais teóricos não dão mais conta de ao menos nomear as formas mais atuais da exploração do trabalho.

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http://www.bndes.gov.br/conhecimento/revista/rev2403.pdf Site Arcoweb:

Referências

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