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É através da cronologia do cotidiano que a crônica é inserida na vida, criando um espaço privilegiado para leitura deleite e a recriação.

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É através da cronologia do cotidiano que a

crônica é inserida na vida, criando um espaço

privilegiado para leitura deleite e a recriação.

Estejam convidados a conhecer o mundo fascinante

da “crônica”, surpreender-se em saber que ela não

é de agora, mas que os tempos sempre foram de

“crônica”.

(3)

Antes de nos aprofundarmos em nossa aula, veremos a origem da palavra

crônica:

O elemento radical dessa palavra vem do grego chronos, que significa

tempo.

Na tradução clássica, o deus Chronos representava o tempo! Esse mesmo

elemento está presente em muitas palavras, como cronograma e cronômetro

.

(4)

Você já leu uma crônica esportiva?

Crônica policial?

Crônica social?

Como já deve ter percebido, o foco do

nosso estudo é: Produção textual - crônica.

Imagem: AnselmiJuan / GNU Free Documentation License/acessado

Imagem: Botix / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported

Imagem: Wevertoncordeiro / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported

(5)

Crônica refere-se a um gênero

textual que aparece em certos

jornais e revista e tem um espaço

reservado para uma determinado

assunto.

Boa parte do público leitor é

“fanático” por esse tipo de texto.

Muitas vezes, os que se interessam

por esportes gostam de ler a

crônica esportiva.

Um outro exemplo são as pessoas

que leem jornais ou revistas para

saberem o que está se passando

com as socialites; isso é uma

crônica da moda!

Portanto, diariamente,

encontramos crônicas sobre os

mais variados assuntos.

(6)

Elementos da crônica

- clara e objetiva;

- irônica;

- crônica ou séria;

- não escolhe assunto,

fala sobre tudo;

- conversa com todos;

- retrata o pitoresco das

cenas;

- aparecem nas revistas

e principalmente em

jornais;

- apresenta-se nos

diários pessoais.

(7)

- É um texto dissertativo que veicula pontos de vista do autor fazendo

reflexões.

- Enfoca fatos reais, podendo retratá-los ou não.

- Uso de linguagem padrão sem possibilidade de ambiguidade, deverá ser

claro e objetivo, algumas vezes, poderá assumir um tom informal.

- Descritivo, retratando de forma verbal, as pessoas e os fatos. Selecionando

os aspectos mais relevantes e significativos.

(8)

- É descritivo, pois a pretensão é despertar no ouvinte leitor a completa

impressão do objeto, pessoa ou espaço que está sendo descrito.

- O texto é narrativo, quando se refere aos fatos acontecidos.

- Texto curto, leve ou humorístico, algumas vezes, crítico, mostra o dia a dia

da sociedade.

(9)

- Parte de um fato, destacando a particularidade sobre o cotidiano como

ponto de partida para a produção textual.

- DICA:

- Observe a organização do texto, se está adequada à utilização dos sinais

de pontuação e a sua intenção, pois os gráficos serão significativos para o que

se pretende transmitir para o leitor.

- É indispensável que consiga perceber a particularidade que há, de

exclusivo, de fascinante, ou até mesmo engraçado nas situações do

cotidiano pelas quais passam para que então produza uma boa crônica.

.

(10)

Devido à linguagem apresentada

na crônica e à maneira de como

os

temas

são

abordados,

encontramos as características

da crônica em diversos gêneros

textuais.

As semelhanças percebidas nos gêneros, remete-nos à ideia de que, durante a história, sempre se escreveu a crônica.

Seja nas histórias que apresentam um romântico ou herói, um nobre ou plebeu. As pessoas sempre retrataram seu modo de viver em sua época. Apropriando-se de um tipo de texto breve, contanto histórias e tecendo comentários.

Atualmente, alguns compositores ainda fazem isso. Eles observam e retratam os fatos do cotidiano. Alguns de maneira poética, lírica acompanhados por músicas.

(11)

OS REPENTISTAS FAZEM CRÔNICAS QUANDO, EM VERSOS, CANTAM O COTIDIANO DA POPULAÇÃO.

CHEGANÇA

Sou Pataxó,

sou Xavante e Cariri, Ianonami, sou Tupi Guarani, sou Carajá. Sou Pancararu, Carijó, Tupinajé, Potiguar, sou Caeté, Ful-ni-o, Tupinambá.

Depois que os mares dividiram os continentes

quis ver terras diferentes. Eu pensei: "vou procurar um mundo novo,

lá depois do horizonte, levo a rede balançante pra no sol me espreguiçar". Eu atraquei

num porto muito seguro, céu azul, paz e ar puro... Botei as pernas pro ar. Logo sonhei

que estava no paraíso, onde nem era preciso dormir para se sonhar.

Mas de repente

me acordei com a surpresa: uma esquadra portuguesa veio na praia atracar. De Grande-nau, um branco de barba escura,

vestindo uma armadura me apontou pra me pegar. E assustado

dei um pulo da rede, pressenti a fome, a sede, eu pensei: "vão me acabar". me levantei

de borduna já na mão. Ai, senti no coração, o Brasil vai começar.

Antonio Nóbrega e Wilson.

(12)

Eles vivem penando Aqui na Terra Esperando O que Jesus prometeu E Jesus prometeu Coisa melhor Pra quem vive Nesse mundo sem amor Só depois de entregar O corpo ao chão Só depois de morrer Neste sertão Procissão (Gilberto Gil) Olha lá Vai passando A procissão Se arrastando Que nem cobra Pelo chão

As pessoas Que nela vão passando

Acreditam nas coisas Lá do céu As mulheres cantando Tiram versos Os homens escutando Tiram o chapéu Eu também Tô do lado de Jesus Só que acho que ele Se esqueceu

De dizer que na Terra A gente tem

De arranjar um jeitinho

Pra viver

Muita gente se arvora A ser Deus

E promete tanta coisa Pro sertão

Que vai dar um vestido Pra Maria

E promete um roçado Pro João

OBSERVE A LETRA DA MÚSICA DE GILBERTO GIL, NELA SÃO APRESENTADOS ELEMENTOS DE

CRÔNICA, DESCREVENDO UMA PROCISSÃO , ATRAVÉS DELA PODEMOS FAZER REFLEXÕES

REFERENTES ÀS SITUAÇÕES DE UM POVO SOFRIDO DO SERTÃO.

Entra ano, sai ano E nada vem

Meu sertão continua Ao Deus dará

Mas se existe Jesus No firmamento Cá na Terra Isso tem que se acabar

Imagem: Carlos.anjos.lopes / Creative Commons

Attribution-Share Alike 3.0 Unported

(13)

A crônica não está presente

apenas nas músicas.

Antes disso, pode-se

encontrá-la na poesia , em busca de um

lirismo reflexivo.

Segue um exemplo do

poema de Manuel Bandeira,

cronista tanto em prosa como

em versos.

Dele, há vários

“poemas--crônicas”, como este :

Momento num café

Quando o enterro passou

Os homens que se achavam no café Tiraram o chapéu maquinalmente Saudavam o morto distraídos Estavam todos voltados para a vida Absortos na vida

Confiantes na vida.

Um no entanto se descobriu num gesto largo e demorado Olhando o esquife longamente

Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalidade Que a vida é traição

E saudava a matéria que passava Liberta para sempre da alma extinta

(14)

A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira pessoa, ou

seja, o próprio escritor está "dialogando" com o leitor. Isso faz com que a crônica

apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a visão do

cronista.

Geralmente, as crônicas apresentam linguagem simples, espontânea, situada entre a

linguagem oral e a literária. Isso contribui também para que o leitor se identifique com

o cronista, que acaba se tornando o porta-voz daquele que lê.

(15)

AS FORMAS COMPOSICIONAIS DA CRÔNICA

O caráter episódico

Os episódios casuais do cotidiano vivido por seres comuns é que se

tornam os heróis do gênero.

O lirismo

(16)

O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; (...)

(trecho da crônica O amor acaba. Paulo Mendes Campos. In: O amor acaba. Editora Civilização Brasileira – Rio de Janeiro, 1999, pág. 21)

(17)

Leio no jornal a notícia de uma mulher que pariu no corredor do Hospital Fêmina. Jovem, negra, pobre, pariu no corredor do hospital, com poucos socorros, em pleno banco estofado, em meio a enfermeiras, médicos e pacientes. Somente abriu as pernas e deu à luz. Pariu no corredor do hospital. Gritou por ajuda, clamou por assistência médica. No entanto, o tempo não pôde esperar e acabou parindo em pleno corredor. Gestante pariu no corredor de hospital. A enfermeira disse que havia falta de quartos. Fêmina apresentava super lotação de parturientes. E a pobre negra somente abriu as pernas e

deu à luz.

Eis que de seu ventre surge um menino magro. De muito peso não é, mas tem peso de homem, de obra de ventre de mulher. É uma criança pálida e franzina. Mas tem a marca de

homem, marca de humana oficina.

Pariu no corredor do hospital. Entre diversas enfermeiras, médicos e pacientes. Mulher pobre. Sozinha. Miserável. Gestante. Jovem demais. Negra. Baixo nível. Ignorante. Um bicho, uma coisa - não foi tratada como digna parturiente. E pariu no corredor do hospital. E eis que de seu ventre salta uma criança pequena. É tão bela como um sim numa sala negativa. Não é responsabilidade dos profissionais, nem do hospital, nem das autoridades. O que têm a ver com o fato? Deixa a mulher parir em pleno corredor. E ela, o que faz? Jovem e destemida dá à luz sobre um banco estofado, sem recursos e com pouco auxílio. E eis que de seu ventre nasce o menino. Somente após o ocorrido, a jovem é amparada. Nos braços, o rebento abençoado infecciona a miséria com vida nova e sadia.

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Então, já falamos muito sobre crônica. E aí, bateu uma vontade de se tornar um cronista?

Seguem

umas dicas para você elaborar uma excelente crônica.

Titulo sugestivo: o título tem que chamar a atenção do leitor. O que ele sugere? Apenas pelo titulo já dá para inferir o assunto da crônica?

Cenário curioso: eleve seu pensamento e imagine as pessoas com quem você convive, os lugares que frequenta, quais os assuntos que circulam no lugar onde você vive e, principalmente, o que tenha ocorrido no dia a dia que mais lhe chamou atenção.

Foco narrativo: você deverá escolher qual será o seu ponto de vista a apresentar. Escreverá em 1º pessoa (eu vi, eu senti) ou será autor personagem? Ou vai escrever na 3º pessoa (eles sentiram, ele fez)?

Personagem: deverá determinar o número de personagens que haverá em sua crônica. Serão reais ou feitos da imaginação? Poderá você ser uma delas?

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Escrevendo uma crônica

Enredo: será feito a partir de um fato narrado de um episódio banal do dia a dia? Descrição narrada de que forma? Tom: poético, humorístico, irônico ou reflexivo.

Tempo: jamais deverá esquecer que a crônica acontece em um curto espaço de tempo, poderá ser em minutos, horas... Desfecho: como será o final da sua crônica? Aberto, surpreendente ou conclusivo?

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Ao terminar de escrever a sua crônica, faça uma revisão de seu texto, observando se ele apresenta

todos os elementos do seguinte roteiro:

• Foi colocado o título?

• Está claro:

– quem são as personagens? – o que ocorreu (o fato)? – onde tudo aconteceu? – quando ocorreu o fato?

– o modo como tudo aconteceu? – por que tudo ocorreu? (motivos) – o desfecho do texto?

• É possível identificar com clareza o começo, meio e fim do texto?

• O diálogo, se houver, foi reproduzido corretamente? (Dois pontos, parágrafo e travessão)

• Há respeito às margens?

• As ideias estão organizadas em parágrafos?

• Há aproveitamento adequado das linhas?

• Há erros de ortografia? Quais?

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Pronto!

Acredito que após todas as explicações e

exemplos de crônicas, você já possui ideias

prontas na sua mente e deseja colocá-las em

prática.

Portanto, escreva, leia, revise e reescreva se for

preciso.

Poderá pedir que alguém leia a sua crônica e dê

uma opinião, tenha uma excelente produção

textual!

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