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ANÁLISE DE ASPECTOS ERGONÔMICOS NA COLHEITA DE AÇAÍ NA ILHA DO COMBU - BELÉM - PARÁ

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ANÁLISE DE ASPECTOS ERGONÔMICOS

NA COLHEITA DE AÇAÍ NA ILHA DO

COMBU - BELÉM - PARÁ

Anaglória Domingues Lima (Unama)

anadlima@hotmail.com

Heloisa da Silva Santos (Unama)

heloisa_ss@hotmail.com

Tiago Magella Miranda de Araújo (Unama)

tiagomagella@ig.com.br

O açaí é o principal produto do extrativismo vegetal do Estado do Pará, sendo de fundamental importância para a economia, em virtude de sua tradição na alimentação de grande parte da população, principalmente a ribeirinha, e também devido àà crescente utilização na indústria alimentícia em produtos para exportação. A pesquisa concentrou-se dentro da cadeia produtiva do açaí, na atividade de colheita, que se constitui de uma atividade pouco estruturada, onde são utilizados instrumentos e ferramental rudimentares, exigindo grande esforço físico, além de sujeitar o trabalhador a uma série de riscos de acidentes e lesões devido à adoção de posturas penosas, sob condições ambientais e de trabalho desfavoráveis. A pesquisa foi desenvolvida na ilha do Combu em Belém, onde grande parte da comunidade sobrevive da colheita do açaí, e teve caráter exploratório e qualitativo, através de um levantamento de dados por observações de campo e aplicação de entrevistas estruturadas por meio de questionário estruturado, com o objetivo de analisar e avaliar as condições ergonômicas de trabalho, e sugerir melhorias na execução da atividade de colheita do fruto, acarretando ganho na qualidade de vida e produtividade dos coletores de açaí.

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1. Introdução

A palavra ergonomia, derivada dos termos gregos ergo (trabalho) e nomos (regras, leis naturais), é uma ciência que estuda a adaptação do trabalho ao homem. Segundo Iida (2000), a ergonomia estuda o relacionamento entre o homem e seu trabalho, envolvendo não apenas o aspecto físico, mas também os aspectos organizacionais de programação e controle desse trabalho, visando proporcionar segurança, satisfação e o bem-estar dos trabalhadores, otimizando o desempenho global do sistema.

Sendo considerada como uma ciência multidisciplinar, a mesma pode ser aplicada em diversas áreas, como indústria, setor de serviços, agricultura e até mesmo nas atividades do cotidiano. Dentre seus diversos campos de aplicação, demos ênfase à questão ergonômica na agricultura, mais especificamente na colheita do açaí.

Segundo MMa/SCA (apud BACELAR, 2006, p. 3) “o açaí é o nome mais popular do fruto da palmeira tipicamente tropical do gênero Euterpe, de cujas espécies três: Olerácea, Mart, que ocorre principalmente no estuário do rio Amazonas (Pará e Amapá); Precatoria, Mart (Amazonas e Mato Grosso); Edulis, Mart (florestas atlânticas e centro-sul do Brasil)”.

O açaí é o principal produto do extrativismo vegetal do Estado do Pará e da região amazônica, sendo de fundamental importância para a economia paraense, em virtude de sua tradição na alimentação de grande parte da população, principalmente a ribeirinha, e também devido à crescente utilização na indústria alimentícia, em produtos para exportação. Apesar disto, os métodos utilizados na extração e beneficiamento do fruto ainda são rudimentares e existem poucas pesquisas envolvendo a análise ergonômica.

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Figura1 – Fluxograma da cadeia produtiva do açaí e seus derivados (Fonte: MORAES et al. 2008)

Na cadeia produtiva do açaí, a colheita do açaí é realizada pelos produtores nativos. Eles podem ser coletores proprietários das terras, coletores contratados para executar a colheita ou coletores invasores de áreas de várzea onde se encontrem açaizeiros com fruto disponível. Na etapa jusante na cadeia, encontramos duas saídas do fruto para o mercado: pode ser destinado diretamente ao mercado atacadista para comercialização (feiras específicas do produto) ou pode ser destinado ao próprio mercado atacadista por via de um atravessador, o que vem acontecendo com freqüência, ocasionando o inflacionamento do preço final. Os clientes a jusante do mercado atacadista de frutos são os mercados de varejo (maquineiros e supermercados) e o segmento agroindustrial, principal responsável pelo desenvolvimento de novos produtos para os mercados estadual, nacional e internacional. A partir desses canais, o consumidor final pode então, degustar do vinho de açaí e seus derivados.

Além do consumo da polpa do fruto, tanto do “vinho de açaí” quanto dos seus derivados (como sucos, energéticos, picolés, e sorvetes, por exemplo) a palmeira apresenta várias possibilidades de aproveitamento de suas partes: o caroço, como adubo para o cultivo de hortaliças e plantas ornamentais, e ainda na fabricação de bijuteria e o gomo terminal, de onde se retira o palmito para alimentação humana ou animal.

O maior produtor de açaí do Brasil é o Estado do Pará. As maiores ocorrências de açaizais localizam-se as margens dos rios (mata de igapó, podendo ocorrer em matas de terra firme), com destaque para as ilhas, entre as quais foi enfatizada a ilha do Combu, localizada no Distrito Administrativo do Outeiro, na capital paraense, e situada à margem esquerda do rio Guamá,

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4 tendo à sua frente (do outro lado do rio) o Campus da Universidade Federal do Pará (UFPA), estando a uma distância de 1,5 km ao sul da parte continental da cidade de Belém. A ilha compreende uma área de aproximadamente quinze quilômetros quadrados.

O manejo do açaizeiro se dá através de técnicas de extrativismo tradicionais, praticadas intensamente pelo caboclo ribeirinho. A atividade de colheita do açaí é pouco estruturada, utilizando instrumentos e ferramental rudimentares, exigindo grande força física, além de sujeitar o trabalhador a uma série de riscos de lesões e acidentes, devido à adoção de posturas penosas sob condições ambientais e de trabalho desfavoráveis. Conhecendo o emprego dos princípios da ergonomia e a complexidade do processo de colheita do açaí, pôde-se apontar as implicações existentes na atividade do coletor.

Iida (2000) comenta que os trabalhos agrícolas, em geral, são árduos e envolvem grande força muscular, além da execução de posturas inconvenientes, em ambientes desfavoráveis, como a exposição direta ao sol, chuvas e ventos. Em virtude dessa realidade, observou-se a necessidade de identificar e avaliar os fatores ergonômicos no trabalho de colheita do açaí.

Cabe ressaltar que a motivação em estudar este tema se deu devido ao mesmo estar relacionado com as condições de trabalho em uma atividade que constitui também uma das principais riquezas culturais do Estado do Pará, que é o açaí.

2. Referencial Teórico 2.1. Ergonomia

De acordo com Moraes e Soares (1989), várias são os conceitos de ergonomia. Alguns autores a classificam como ciência, outros como tecnologia. Para IEA, International Ergonomics Association, (apud DUL & WEERDMEESTER, 2004, p.1) “ergonomia é uma disciplina científica que estuda as interações dos homens com outros elementos do sistema, fazendo aplicação da teoria, princípios e métodos de projeto, com o objetivo de melhorar o bem-estar humano e o desenvolvimento global do sistema.”

“A ergonomia estuda os diversos fatores que influenciam no desempenho do sistema produtivo e procura reduzir as suas conseqüências nocivas sobre o trabalhador” (IIDA, 2005, p.3). Ou seja, seu objetivo é aumentar a eficiência humana, através de dados que permitam que se tomem decisões lógicas, visando à adaptação das tarefas ao homem. Quer se trate de um produto para consumo público ou de um posto de trabalho, oferecendo vantagens ergonômicas através da melhoria do bem-estar, da redução de custos e da melhoria da qualidade e produtividade. Assim, a concepção de qualquer produto ou sistema deve integrar critérios ergonômicos desde a fase de projeto, de forma a assegurar a sua eficiência.

Conforme Moraes e Montalvão (2003), o objeto da Ergonomia, seja qual for a sua linha de atuação, ou as estratégias e os métodos que utiliza, é o homem no seu trabalho, realizando a sua tarefa cotidiana. Esse trabalho real e concreto compreende o trabalhador, enquanto executa sua tarefa, com máquinas, ferramentas, equipamentos e meios de trabalho.

Moraes (1989), afirma que a ergonomia tem como centro focal de seus levantamentos, análises, pareceres, diagnósticos, recomendações, proposições e avaliações, o homem como ser integral. A vocação principal da ergonomia é recuperar o sentido antropológico do trabalho, gerar o

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5 conhecimento atuante e reformador que impede a alienação do trabalhador, valorizar o trabalho como agir humano através do qual o homem se transforma e transforma a sociedade, como livre expressão da atividade criadora, como superação dos limites da natureza pela espécie humana.

2.2. Ergonomia na Agricultura

A ergonomia aplicada no setor rural é mais recente do que na indústria. Iida (2000) considera que os avanços na ergonomia na agricultura e na mineração são lentos devido ao baixo poder de barganha das categorias e à dispersão que desarticula os trabalhadores.

Para Iida (2005), os trabalhadores agrícolas têm poucas oportunidades de aperfeiçoamento e são pouco remunerados, sendo muitas vezes insuficiente para suprir suas necessidades de sobrevivência. Forçados pela sociedade consumidora, muitas vezes são levados a adquirir produtos supérfluos, com sacrifício de sua própria alimentação e saúde.

Denotando que as atividades florestais e agrícolas no Brasil são árduas e muitas das máquinas empregadas são rudimentares, exigindo grande esforço físico do trabalhador, devido ao baixo nível de mecanização; quando é mecanizada, o esforço físico é reduzido; por outro lado, exige mais concentração e esforço psicológico (IIDA, 2000. p.98).

Essa ciência é aplicada, na medida em que o seu objetivo é a atividade humana, sempre estando em sintonia com o contexto em que se insere e com os objetivos em vista. Estes se prendem geralmente com a eficácia das ações, não perdem de vista a segurança e o conforto dos autores. Ressalta-se a importância da ergonomia à saúde durante a execução das atividades diárias, para a obtenção de uma melhor qualidade de vida para o trabalhador. Pois ela se preocupa com as condições gerais de trabalho, tais como, a iluminação, os ruídos e a temperatura, que geralmente são conhecidas como agentes causadores de males na área de saúde física e mental, mas que os estudos procuram traçar os caminhos para a correção.

3. Metodologia

A pesquisa desenvolvida foi de caráter exploratório e qualitativo. Para o levantamento dos dados, primeiramente foram feitas observações de campo, tendo como finalidade conhecer qual a real dificuldade apresentada pelos coletores de açaí no momento de execução da colheita do fruto. E como consolidação qualitativa dos dados, já que não é possível obter informações direcionadas somente com a observação, foram aplicadas entrevistas estruturadas através de questionários “on site” com os mesmos, a fim de avaliar as condições ergonômicas de trabalho.

A observação de campo contribui para “identificar e obter provas a respeito de objetivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam o seu comportamento” (LAKATOS, 1996, p. 79). O que acaba ocasionando um contato direto entre o observador e a realidade observada. De acordo com Boni & Quaresma (2005, p. 4) a técnica aplicada é conhecida como observação assistemática, pois não é dotada de planejamento ou controle de meios técnicos especiais, mas procura recolher e registrar os fatos da realidade do campo pesquisado. Dentro da observação de campo foram abordados os seguintes aspectos da análise ergonômica:

- a duração da jornada de trabalho; - a função do trabalhador;

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6 - o ciclo da tarefa;

- e os tipos de ferramentas e equipamentos utilizados.

A entrevista é definida por Haguette (apud BONI & QUARESMA, 2005, p. 5) como um “processo de interação social entre duas pessoas na qual uma delas, o entrevistador, tem por objetivo a obtenção de informações por parte do outro, o entrevistado”. Mediante essa técnica bastante utilizada para pesquisas de campo, buscou-se coletar informações objetivas e subjetivas, considerando sempre o público alvo, nas suas condições de compreensão das perguntas, para que se conduzisse uma conversação contínua, aspecto fundamental para alcançar o objetivo.

As entrevistas estruturadas se caracterizam por trabalhar com questionários descritos também como estruturados, pois as perguntas são formuladas antecipadamente à pesquisa, para que aconteça uma objetividade no resultado e propicie uma comparação entre os respondentes e não entre as perguntas feitas em cada entrevista.

O questionário aplicado abordou os seguintes aspectos ergonômicos:

- a postura do corpo (tronco cabeça) em relação à posição vertical, postura ereta; - a posição dos braços na atividade;

- a existência de esforço estático;

- a existência de posições forçadas dos membros superiores; - a exigência de força nas mãos durante a execução da tarefa; - a repetitividade de movimentos específicos;

- o apoio aos pés;

- o esforço muscular na coluna ou outra parte do corpo; - a acessibilidade ao material de uso contínuo;

- e a existência de pausas, ou intervalos para descanso entre os ciclos.

A análise busca interpretar o questionário e mostrar um dos seguintes critérios: - condição ergonômica em geral excelente;

- boa condições ergonômicas; - condição ergonômica razoável; - condição ergonômica ruim; - e péssima condição ergonômica.

Através da aplicação de estudos ergonômicos no processo de colheita do açaí, que apresenta características físicas e ambientais desfavoráveis de trabalho, objetivou-se identificar as condições de trabalho dos coletores da Ilha do Combu, com a intenção de esboçar um diagnóstico que aponte a situação atual de trabalho na colheita do açaí.

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7 Segundo a EMBRAPA (2008) o processo de colheita do açaí se inicia 180 dias depois da antese (o ato da abertura das flores, quando um de seus órgãos sexuais amadurece e o perianto abre-se, iniciando o ciclo reprodutivo das flores), ocasião em que camada externa do fruto ou casca, apresenta uma coloração roxo-escura recoberta por uma camada acinzentada.

A colheita é uma operação complexa para os coletores, pois os estipes, caule de situação aérea e com ramos na parte superior, atingem facilmente de 10 a 15 metros de altura, com o perigo de tombamento ou quebra dos mesmos, evidenciando riscos de acidentes sérios ou até mesmo à morte.

Partindo para a análise feita durante a etapa de observação, descrevem-se as informações recolhidas:

- Um escalador experiente é capaz de, em uma mesma touceira (parte da árvore que fica viva no solo, e de onde se desenvolvem vários caules), passar de um estipe para o outro sem descer ao solo, coletando de 3 a 5 cachos em uma única subida. Com isso um escalador habilidoso é capaz de colher de 150 a 200 kg de frutos numa jornada de trabalho de 6 horas;

- O coletor tem a como principal a função de escalar a árvore e colher o fruto, fazendo o uso de algumas ferramentas necessárias para a execução da tarefa;

- Dentro das condições climáticas da região norte, logo na ilha do Combu, é importante ressaltar que a colheita, preferencialmente, é realizada pela manhã, pois as chuvas, normalmente acompanhadas de ventos fortes, ocorrem com maior freqüência no período vespertino e tornam mais difícil a escalada nos estipes, que ficam mais escorregadios;

- O ciclo da colheita do açaí se inicia no momento após a organização, por parte do coletor, de todos os instrumentos necessários para sua atividade, quando o mesmo escala o açaizeiro. Na execução da tarefa de colheita o coletor tem o ciclo de aproximadamente 13s para cada cacho colhido;

- Atualmente para realizar a colheita o apanhador se equipa com terçado ou facão (utilizado para ajudar a desprender o cacho do estipe) e a peconha (aro trançado de folhas do açaizeiro, que serve de apoio para os pés na hora da escalada).

A operação de colheita é finalizada quando o cacho é depositado ao solo e passa para as etapas seguintes, que são a debulha dos caroços (retirada dos frutos do cacho para dentro de um paneiro), que ainda é realizada pelo mesmo coletor que colheu os frutos. E após o acondicionamento nos paneiros (cestos de palha de açaí) é feito o transporte do fruto para a produção dos seus derivados.

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Figura 2 - Escalada do estipe na colheita de açaí (Fonte: Canto 2001)

Na análise feita durante a etapa de entrevista estruturada com aplicação do questionário, descrevem-se as informações coletadas que estão visualmente ligadas a figura 2:

- O corpo, considerando tronco e cabeça, não fica na posição vertical durante a colheita, há um severo desvio na coluna, em função da posição de sustentação das pernas e uma necessidade constante de manter o pescoço para cima, para a visualização do cacho que está sendo cortado;

- Os braços não trabalham na posição de conforto de 90º em relação ao corpo, na maioria do tempo, se mantêm ou muito contraídos, ou muito esticados;

- Existe um esforço estático constante, pois no momento em que se pára para o corte do cacho as pernas sofrem toda a pressão para que o coletor sustente seu corpo junto ao caule do açaizeiro;

- Existem posições forçadas dos membros superiores, durante todo o ciclo operacional, ou seja, desde a subida no caule até a descida com o cacho pendurado por uma das mãos;

- As mãos tem que fazer bastante força principalmente para se segurar durante a subida e descida do caule;

- Há repetitividade nos golpes aplicados com o facão para desprendimento do cacho do açaizeiro;

- Os pés não ficam apoiados em posição de alívio ou conforto, pelo contrário estão em constante pressão com a peconha;

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9 semelhante ao de uma sanfona, onde o coletor se estica puxando-se pelas mãos e se comprimi com os pés presos a peconha, à medida que vai a tentando alcançar o topo do caule para chegar ao cacho;

- O principal material de uso constante (facão) fica ao alcance do coletor, porém de forma indevida, já que fica preso ao corpo do coletor por dentro da roupa podendo causar um acidente sério;

- E o último ponto do questionário traz a necessidade de pausa entre os ciclos, que não existem entre um e outro por serem muito curtos, mas como na maioria dos entrevistados os coletores eram seus próprios patrões se permitiam um descanso curto ou para tomar água, algo em torno de 2 minutos a cada 4 cachos retirados.

Os resultados finais da análise do questionário, juntamente com as condições observadas, caracterizam a atividade de colheita do açaí como de péssima condição ergonômica.

5. Conclusão

A análise dos princípios ergonômicos na colheita do açaí mostrou um quadro desfavorável, no que diz respeito à realização dessa atividade de forma segura e adequada. A ocorrência de situações que possam causar algum tipo de dano à saúde do trabalhador são constantes, em virtude das condições inseguras de trabalho e da prática de posturas nocivas à saúde.

Após avaliar as condições de trabalho e todos os elementos que estão relacionados com a atividade estudada pôde-se entender a complexidade de se realizar um trabalho de correção ou prevenção ergonômica, como forma de proporcionar mais conforto e segurança aos trabalhadores.

Dentro do possível para colaborar com a operação de colheita foram sugeridos padrões, como por exemplo, higienização na atividade já desde a coleta, quando intencionou-se utilizar uma lona plástica em baixo do açaizeiro, com a finalidade de diminuir a contaminação do fruto e o contato com sujidades. Entre outras observações destaca-se, a imediata seleção dos caroços após a colheita, com a remoção de produtos indesejáveis à comercialização e ao processamento. Os produtos rejeitados não devem ser mantidos sobre o solo por longos períodos, pois são focos de contaminação dos produtos sadios.

A melhora na qualidade de vida e conseqüentemente na produtividade, dos coletores da comunidade da ilha do Combu em Belém do Pará, passa por problemas primordiais como re-educação, tanto escolar quanto social, pois a tendência de implantar métodos que pudessem colaborar com a diminuição de problemas causados pela falta de um estudo ergonômico, sofre um entrave na cultura do ribeirinho, que tem como valor a manutenção de sua identidade cultural.

6. Referências

AGRENEB, Geração de renda na cadeia produtiva do açaí em projeto de abastecimento de

energia elétrica em comunidades isoladas no município de Manacapuru- AM, 2006.

Disponível em: http://cdeam.ufam.edu.br/artigos/103.pdf. Acesso em: 4 março 2008.

DUL, Jan & WEERDMEESTER, Bernard. Ergonomia prática. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2004.

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10 Em Tese, Aprendendo a entrevistar: Como fazer entrevistas em ciências sociais,

2005.Disponível em: http://www.emtese.ufsc.br/3_art5.pdf. Acesso em: 29 março 2008.

EMBRAPA, Sistema de Produção do Açaí, 2006. Disponível em: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Acai/SistemaProducaoAcai_2ed/pagi nas/colheita.htm. Acesso em: 15 abril 2008.

GRANDJEAN, Etienne. Manual de Ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. 2 ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2005. IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgard Blücher, 2000. MARCONI, Marina de Andrade & LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragem e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996.

MORAES, Ana Maria de & MONTALVÃO, Cláudia. Ergonomia: conceitos e aplicações. 3. ed. Rio de Janeiro: IUSER, 2003.

MORAES, Ana Maria de; SOARES, Marcelo M. Ergonomia no Brasil e no mundo: um quadro, uma fotografia. Rio de Janeiro, Univerta/ ABERGO/ ESDI-UERJ, 1989.

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