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Treinamento resistido para crianças entre 10 e 12 anos de idade

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL– UNIJUÍ

DHE – DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

MATHEUS GELATI PASCOAL

TREINAMENTO RESISTIDO PARA CRIANÇAS ENTRE 10 E 12 ANOS DE IDADE

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MATHEUS GELATI PASCOAL

TREINAMENTO RESISTIDO PARA CRIANÇAS ENTRE 10 E 12 ANOS DE IDADE

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso de Educação Física da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Educação Física

Orientadora: Profª Ma. Stela Maris Stefanello

Stefanello

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DEDICATÓRIA

Dedico a Deus e a todas as pessoas de bem, que almejam por um mundo melhor.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pois ele é a minha inspiração, minha fé e meu destino. Tudo que tenho na vida foi conquistado com a sua bênção. Obrigado, meu Deus, por me dares muito mais do que eu preciso, e por me abençoares muito mais do que eu mereço!

Também a minha família. Principalmente aos meus pais, Volnei Pascoal e Sandra Gelati. A vocês sou grato pela vida e por sempre me incentivarem durante todo o meu percurso acadêmico.

Aos meus professores, Mauro Bertollo, Paulo Carlan, Osmar Laureano, Eloísa de Souza Borkenhagen Bohrer, Dari Francisco Göller, Robson Machado Borges, Moane Marchesan Krug, Leopoldo Schonardie Filho, Fabiana Ritter Antunes, e principalmente a minha professora e orientadora Stela Maris Stefanello Stefanello, por todo o suporte que me foi dado. Meu muito obrigado a todos pela dedicação que vocês tiveram para que chegasse esse momento.

Agradeço ainda aos meus amigos e a todas as pessoas que acreditaram em mim, fazendo parte desta trajetória, direta ou indiretamente. Sem vocês a realização deste seria inviável.

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“Treinar nos dá uma saída para as

energias reprimidas criadas pelo stress e

tonifica o espírito, assim como os

exercícios condicionam o corpo.”

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RESUMO

Durante muitos anos questionou-se sobre a recomendação do Treinamento Resistido (TR) para crianças e adolescentes, no entanto, atualmente, tem sido amplamente recomendado como forma de desenvolver nesse público hábitos de vida saudáveis, além de melhor desenvolvimento físico, motor, tratamentos para ansiedade e depressão infantil. Nesse sentido, o estudo discutiu, a partir da literatura os pontos positivos e negativos do TR na vida e saúde para as crianças entre 10 e 12 anos de idade, bem como apresentou as recomendações do quando utilizar esse tipo de treinamento nessa faixa etária, e a influência dessa atividade no desenvolvimento físico do público em estudo. Dessa forma, a pesquisa foi realizada a partir de uma revisão bibliográfica, adotando-se os critérios de busca avançada na base de dados Google Scholar, permitindo concluir que não restam dúvidas sobre os benefícios do treinamento resistido para a saúde de crianças e pré-adolescentes, desde que respeitadas as recomendações vigentes as quais foram pontuadas ao longo desta pesquisa.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Proposta de atividades a serem desenvolvidas no TR ... 16 Tabela 2- Síntese dos principais indicadores relativos ao treinamento resistido para crianças e adolescentes ... 18

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LISTA DE ABREVIATURAS

ACSM American College of Sports Medicine ATPcp Adenosina trifosfato creatina-fosfatada CMH Cardiomiopatia hipertrófica

NSCA National Strenght and Conditioning Association

% Percentual

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 09

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 12

2.1 RECOMENDAÇÕES DA UTILIZAÇÃO DO TREINAMENTO RESISTIDO EM CRIANÇAS NA FAIXA ETÁRIA ENTRE 10 A 12 ANOS ... 12

2.2 PROPOSTAS DE TREINAMENTOS RESISTIDOS PARA CRIANÇAS NA FAIXA ETÁRIA DE 10 A 12 ANOS ... 15

2.3 INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO RESISTIDO NO DESENVOLVIMENTO FÍSICO DAS CRIANÇAS ... 19

3 METODOLOGIA ... 21

3.1 TIPO DE PESQUISA ... 21

3.2 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ... 21

3.3 ANÁLISE DOS DADOS ... 22

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 23

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 26

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1. INTRODUÇÃO

O Treinamento Resistido (TR) pode ser caracterizado como treinamento de força, uma vez que promove ativação proposital, especificamente de grupos musculares a partir de um meio ou força exterior. Nesse tipo de treinamento, normalmente são utilizados além do próprio peso corporal, equipamentos com diversas funcionalidades e pesos, destinados aos exercícios em diferentes ativações da musculatura tais como: barras, halteres, elásticos, molas e máquinas. A musculação é o exemplo mais conhecido de TR, chamando a atenção e predileção de muitas pessoas, aumentando cada vez mais a procura pelas academias (TEIXEIRA et al., 2015).

De acordo com Santarém (2012), o TR para crianças e adolescentes foi amplamente discutido entre os diferentes estudiosos da área, em que se questionava acerca dos benefícios, vantagens, desvantagens e quais os melhores exercícios a serem praticados com essa faixa etária, na busca de propor protocolos de atividades voltados para o desenvolvimento infantil, de forma efetiva e lúdica.

No entanto, apesar de não ter se chegado a nenhum consenso, com a crescente demanda de crianças e jovens nas academias no cenário atual, faz-se necessário desenvolver pesquisas que concentrem um embasamento teórico acerca dos aspectos mencionados anteriormente, de forma a possibilitar o atendimento seguro a essa população.

Segundo Silva Filho (2013), ao planejar os exercícios que serão aplicados no TR, deve-se pensar na forma em que deve-serão executados e como deve-serão acompanhados no deve-seu desenvolvimento com as crianças e pré-adolescentes, pois, deve ser trabalhado de forma segura, promovendo assim o aumento do gasto calórico, consequência da aceleração da taxa metabólica, e consequentemente, perda de peso, gordura e tecido adiposo, com aumento da massa magra, e de melhor qualidade de vida.

Além desses aspectos relacionados à saúde infantil, o TR promove o ganho de força muscular, melhora o condicionamento e a aptidão física, prevenindo e reabilitando lesões, melhorando o desempenho físico e outras habilidades motoras dos. De acordo com Santarém (2014), tem sido observado significativas melhoras relacionadas à saúde, massa corporal, densidade óssea, aptidão cardiovascular e adoção de hábitos saudáveis para o corpo e a mente a partir do TR.

Porém, apesar dos benefícios mencionados acima, existe ainda certa resistência por parte dos pais para não iniciar as crianças ao TR, acreditando na possibilidade de prejudicar ou interromper o desenvolvimento estatural, que encontra-se ainda em desenvolvimento. No entanto, os achados na literatura indicam que não existem efeitos adversos que restringem essa

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faixa etária à realização do TR, pois ao contrário, melhora o desenvolvimento e a aptidão física, não interfere nas cartilagens de crescimento ou no sistema cardiovascular, conforme destacado por Santarém (2012).

Durante muitos anos questionou-se sobre a recomendação do Treinamento Resistido (TR) para crianças e adolescentes, no entanto, atualmente, tem sido amplamente recomendado como forma de desenvolver nesse público hábitos de vida saudáveis, além de melhor desenvolvimento físico, motor, tratamentos para ansiedade e depressão infantil. Nesse cenário, o estudo surgiu da necessidade em discutir a partir na literatura os pontos positivos e negativos do TR na vida e saúde de crianças entre 10 e 12 anos de idade.

Esse estudo, partiu do entendimento que vem ao encontro do que Oliveira et al. (2017) afirmam acerca da pertinência em se desenvolver hábitos saudáveis e exercícios físicos desde a infância, proporcionando maior qualidade de vida, e promovendo o desenvolvimento infantil desde que sejam respeitadas as fases do desenvolvimento em que as crianças se encontrem, e a capacidade de realizar diferentes tipos de exercícios.

Considerando que diversos estudos apontam para a importância do desenvolvimento de hábitos saudáveis desde a infância, o TR surge como uma estratégia interessante de exercício físico para crianças, sendo uma modalidade eficaz para melhorar o desenvolvimento motor e incitar a prática da atividade física desde cedo, aumentando as chances de tornar adultos mais ativos.

Assim, trabalhando-se com o TR de forma lúdica, através do brincar, a criança não vai se sentir entediada, mas, instigada a se aprofundar e aprender mesmo sem ter essa finalidade em mente, permitindo a exploração do mundo a sua volta, sendo a principal estratégia a ser utilizada como forma de atividade física que atrai o público infantil.

Partindo desses pressupostos, o estudo buscou responder a seguinte problemática de pesquisa: Quais são os pontos positivos e negativos do treinamento resistido em crianças na faixa etária entre 10 e 12 anos? Para tanto, objetivou-se discutir a partir da literatura sobre os pontos positivos e negativos do Treinamento Resistido na vida e saúde para as crianças entre 10 e 12 anos de idade, bem como, especificar as recomendações do quando utilizar o essa atividade nessa faixa etária; além de analisar as prescrições de treinamentos resistidos apresentados na literatura atual e, por fim discutir acerca da influência do treinamento resistido no desenvolvimento físico das crianças.

Nesse sentido, o trabalho encontra-se organizado em três capítulos. O primeiro apresenta uma breve revisão bibliográfica, abordando discussões acerca das recomendações

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teóricas do treinamento resistido para a faixa etária em estudo, como também os benefícios, as sugestões e influência dessa atividade no desenvolvimento infantil.

No segundo capítulo apresenta-se a metodologia adotada no estudo, bem como o tipo de pesquisa, os instrumentos e a forma pela qual os dados foram coletados e analisados. Por fim, no terceiro capítulo, encontram-se os principais achados na literatura acerca do treinamento resistido em crianças na faixa etária entre 10 e 12 anos, como também, a análise e as discussões realizadas entre os artigos selecionados e que se incluíam dentro dos critérios da pesquisa.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Nesse capítulo, são apresentadas as propostas de diferentes autores sobre os benefícios, as contraindicações, a prescrição e os tipos de treinamento recomendados para a faixa etária entre 10 a 12 anos.

2.1 RECOMENDAÇÕES DA UTILIZAÇÃO DO TREINAMENTO RESISTIDO EM CRIANÇAS NA FAIXA ETÁRIA ENTRE 10 A 12 ANOS

As recomendações acerca da utilização do treinamento resistido em crianças e pré-adolescentes foi discutida durante muito tempo, como forma de se construir um protocolo de atividades que não dificultassem ou comprometessem o desenvolvimento estrutural, e a atrofia muscular. No entanto, no decorrer desses estudos ficou demonstrado que não existe nenhuma restrição cientificamente comprovada para a realização de exercícios nessa faixa etária. Em contrapartida, é importante considerar que a prescrição e o acompanhamento desses exercícios seja realizada por profissional habilitado e com conhecimentos acerca do desenvolvimento infantil (BENEDET, 2013).

Na figura 1, são apresentados os principais benefícios do TR para crianças e pré-adolescentes (10 a 12 anos), a partir das considerações de Pinto (2014).

Figura 1- Benefícios do Treinamento Resistido na fase infanto-juvenil

Fonte: adaptado de Pinto (2014).

Ganho de força muscular Maior condicionamento Maior aptidão física Aliado na melhora do desempenho de outros esportes

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Além desses benefícios observados na figura 1, pode-se citar o aumento da densidade mineral óssea, melhora na autoestima, proporciona momentos de integração e socialização das crianças, aumento da flexibilidade, lateralidade e equilíbrio, além de correção postural, fortalecimento do core, melhora nos desempenhos escolar a partir da maior capacidade de concentração, e talvez o mais importante nos dias atuais, que está diretamente atrelado ao uso intensificado de mídias e tecnologias, evita o sedentarismo (PINTO, 2014).

A melhoria do desempenho escolar em crianças do ensino fundamental e médio que praticavam TR foi comprovada pelos estudos realizados em pesquisa feita em março de 2018 pela Universidade Norte Americana Illinois (EUA), ao constatarem que tem um rendimento aproximadamente 20% superior aos alunos sedentários.

Esses resultados estão relacionados com a produção de sinapses neuronais aumentada a partir da prática de exercícios físicos, em decorrência do desenvolvimento de células cerebrais e a criação de novas conexões interneurais, mantendo assim, a mente sempre jovem e ativa. Assim, a prática de exercícios físicos contribui para a melhoria da concentração, da fixação de conteúdo, desenvolvimento do raciocínio lógico e da memória, apurando os reflexos e o foco na prática de exercícios dinâmicos (QUEVEDO, 2013).

Da mesma forma, evidencia-se que o condicionamento físico do jovem é melhorado com a prática da musculação, bem como a melhora da capacidade respiratória, resultado do treino com frequência, fazendo com que seu corpo vá sofrendo adaptações, melhorando a capacidade cardiorrespiratória, ampliação da absorção de oxigênio para o suprimento das necessidades dos órgãos envolvidos na realização dos exercícios. (SANTARÉM, 2014).

Importante considerar, que apesar de proporcionar todos os benefícios citados acima, é imprescindível que antes de iniciar o treinamento resistido, além de passar por uma anamnese com um profissional habilitado e os pais/ responsáveis, dentro do possível sejam apresentados exames médicos, histórico familiar, aula experimental e teste ergométrico (QUEVEDO, 2013). Na realidade, conforme apresentado por Santarém (2012), é necessário que sejam tomadas todas as providencias e cuidados para que o TR cumpra de fato com seu objetivo, proporcionando melhora na qualidade de vida, desenvolvimento de hábitos saudáveis, sem causar traumas, aversões ou lesões. Nesse sentido, o educador físico, além de se amparar de informações relacionadas a saúde de seus alunos, precisa planejar e escolher os treinamentos de acordo com a idade, objetivo e desenvolvimento da criança.

Como alternativa para evitar os riscos apresentados, é importante que a prática do TR seja composta por atividades aeróbicas, que podem ser iniciadas com caminhadas curtas, corridas leves, hidroginástica se a academia oferecer desse espaço, ciclismo ou circuitos kids

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de baixa intensidade. Com o decorrer da prática, pode-se ir aumentando a intensidade das atividades aeróbicas moderadas se pratique com esses jovens, atividades aeróbicas em intensidade baixa e moderada.

Através do aumento da força a partir do TR obtém-se a prevenção e reabilitação de lesões, melhor funcionalidade músculo-articular, aumento da potência, melhor controle corporal e postural, esta, por sua vez, corrobora com o fortalecimento da coluna vertebral, prevenindo dores e lesões tanto região lombar quanto na cervical (QUEVEDO, 2013).

No decorrer da transição entre a infância e adolescência, existe a fase a descoberta corporal, e a entrada na puberdade, consequentemente os caracteres sexuais, o início das funções reprodutivas e a fase do estirão. Nesse processo, além do afloramento hormonal e das capacidades já mencionadas, começa-se a desenvolver a autoestima, a vaidade, a importância com o corpo e com a forma como os outros os percebem, e infelizmente a maioria deles se frustra diante dos padrões estabelecidos pela sociedade para a estética e a beleza.

Quando as crianças e os pré-adolescentes iniciam o TR, ou qualquer outra forma de atividade física, elas já chegam nessa fase com maior segurança e confiança nas suas habilidades, perfis e, de certa forma, fragilidades também, pois, se não existir uma vida repleta de hábitos saudáveis fora da academia ou longe dos treinamentos, as crianças não perceberão imediatamente o efeito do treinamento físico, podendo se desestimularem e até deprimirem-se por não estarem dentro dos padrões.

No decorrer desse trabalho, não é objetivo tratar da obesidade infantil nem do sedentarismo, muito pelo contrário, o foco é reforçar a pertinência do habito de desenvolver atividades físicas, como por exemplo o TR, e consequentemente, melhorar os aspectos físicos, biológicos e psicossociais desses praticantes.

Nesse viés a musculação contribui nesse período com os benefícios estéticos que a modalidade traz. Souza (2015) explica que desde o início dos treinamentos, o planejamento deve considerar o controle, evitando os excessos e a ênfase no imediatismo, tanto característico dessa fase, abordando sempre que possível com o enfoque na promoção da saúde, tanto física quanto mental dos praticantes. Quando o TR é bem planejado e apresentado de forma correta as crianças e pré-adolescentes, os mesmos sentem-se motivados, e tem o emagrecimento, melhora da postura e aumento do volume muscular como principais resultados.

Da mesma forma, Benedet (2013) contribui que o treinamento resistido proporciona ainda o aumento da flexibilidade, da amplitude corporal e dos movimentos, tão importantes para a atividade física. Nesse viés, o autor explica que os exercícios devem promover a utilização da maior amplitude articular possível, e em todas as aulas, priorize-se um momento

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inicial e outro final para o alongamento, evitando com isso o risco de lesões ou fraturas, e diminuindo a fadiga muscular, e aumentando da coordenação motora.

2.2 PROPOSTAS DE TREINAMENTOS RESISTIDOS PARA CRIANÇAS NA FAIXA ETÁRIA DE 10 A 12 ANOS

Nesse capítulo serão apresentadas as principais propostas de treinamentos resistidos para as crianças na faixa etária do estudo. Diversos autores contribuíram para que se chegasse a essas recomendações, entre eles destacam-se Lima et al (2014) quando explicam que o TR não precisa ser desenvolvido somente na modalidade da musculação em academias. Existem diversas alternativas de atividades que podem partir de exercícios funcionais utilizando o próprio peso corporal, para o ganho de valências físicas.

Os autores ainda relembram que durante muito tempo, nas aulas de Educação Física, foram ministrados exercícios calistênicos, com o objetivo de desenvolver e melhorar o condicionamento físico de forma ampla, e consequentemente o aumento da aptidão física e da força muscular, respectivamente. Essas aulas eram planejadas de acordo com o plano de ensino do professor para cada série, e normalmente eram realizadas nos dias chuvosos em que não era possível realizar os demais esportes na quadra ou pátio das escolas.

Pinto (2014) explica que a propostas devem ser planejadas e prescritas de acordo com a faixa etária, ampliando-se assim a intensidade respectivamente conspirando a zona de idade e as habilidades físicas e motoras dos praticantes. O autor contribui ainda, explicando que os exercícios devem ser analisados e trazidos para a realidade da faixa etária de 8 a 10 anos por exemplo, lançando-se mão de um treinamento mais dinâmico, em razão da baixa capacidade anaeróbica do metabolismo infantil.

Assim, para essa faixa etária, os exercícios devem envolver força rápida, poucas repetições, uma série em cada exercício com intervalos mais prolongados, atividades mais dinâmicas e interativas com o objetivo de estimular e motivar o praticante. O autor ainda corrobora, destacando que no início do TR, o ideal é que as atividades sejam realidades uma vez por semana, no entanto, como forma de melhorar os desempenhos, duas vezes na semana, é indicado para trazer melhores resultados.

Já para os praticantes entre 10 a 13 anos, não é indicada a realização de exercícios que envolvam muitas alavancas em razão do potencial muscular ainda baixo. É nessa faixa etária que ocorre o estirão, desencadeado por maior elevação estrutural e crescimento desproporcional dos membros, como citado anteriormente. De acordo com Santarém (2014), nessa fase, o

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desenvolvimento da força deve ser promovido por exercícios gerais e específicos, tais como: simulação de movimentos de luta, puxada, remada, de empurrar, exercícios com corda, bola e fitas. Como é um público mais desenvolvido, o autor sugere que seja adotada uma frequência de duas vezes na semana alternadamente, e quando possível associar com esportes, natação, danças e jogos coletivos.

A literatura apresenta ainda, que a prática do TR nessa faixa etária (10 a 12 anos) deveria ser realizada com treino individualizado, professor exclusivo do tipo personal trainner ou personal kids, pela atenção que deve ser redobrada com as crianças e pré-adolescentes na execução correta dos exercícios (QUEVEDO, 2013). O autor ainda explica que, em academias, existe um fluxo muito grande de pessoas, com diferentes objetivos e que também necessitam de acompanhamento de um educador físico continuo, assim, o envolvimento de crianças nesse meio, aumenta a possibilidade de se machucar, realizando movimentos mau executados, que poderão ocasionar lesões ou quem sabe um problema ainda maior.

No entanto, é preciso considerar que a maioria das pessoas (pais/responsáveis) não tem condições financeiras de manter um profissional especificamente para o acompanhamento das atividades físicas de seus filhos, por isso, é importante destacar, o papel dos administradores das academias em oportunizar horários para os pequenos praticantes, de modo que tenham atenção e espaço necessário para o desenvolvimento do TR.

A tabela 1 apresenta a proposta de TR elaborada por Lima et al (2014), com exercícios que promovem o ganho da força, em diversidade e compondo o TR, duas vezes por semana, sendo cada aula com duração de 50 minutos. A proposta do autor é para 16 semanas, durante quatro meses, no decorrer do ano letivo, sendo desenvolvido em três fases.

Tabela 1- Proposta de atividades a serem desenvolvidas no TR

Fases Atividades

Fase 1 4 semanas

Coleta de dados iniciais, onde nenhum aluno está treinado

Alongamento inicial

Flexão de braço: 2 séries de 10 repetições. Abdominais: 2 séries de 20 repetições. Agachamento: 2 séries de 10 a 15 repetições. Lançamento de medicine ball: em dupla 10 arremessos de cada braço.

Salto horizontal: 10 saltos.

Panturrilha em pé: 2 séries de 15 a 20 repetições.

Prancha: 30 segundos na posição. Alongamento final

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4 semanas

Alongamento inicial

Flexão de braço: 3 séries de 15 repetições. Abdominais: 3 séries de 20 repetições. Agachamento: 3 séries de 20repetições. Lançamento de medicine ball: em dupla 20 arremessos de cada braço.

Salto horizontal: 20 saltos.

Panturrilha em pé: 3 séries de 20 repetições. Prancha: 2 séries de 30 segundos na posição. Alongamento final

Fase 2 4 semanas

Verificação do progresso, que ocorre na metade do treinamento

Alongamento inicial

Flexão de braço: 4 séries de 12 repetições. Abdominais: 4 séries de 15 repetições. Agachamento: 4 séries de 20repetições. Lançamento de medicine ball: em dupla 20 arremessos de cada braço.

Salto horizontal: duas séries de 30 saltos. Panturrilha em pé: 3 séries de 20 repetições. Prancha: 2 séries de 40 segundos na posição. Alongamento final

4 semanas

Alongamento inicial

Flexão de braço: 2 séries de 25 repetições. Abdominais: 2 séries de 40 repetições. Agachamento: 4 séries de 15 repetições. Lançamento de medicine ball: em dupla, duas séries de 15 arremessos de cada braço. Salto horizontal: uma série de 40 saltos. Panturrilha em pé: 4 séries de 15 repetições. Prancha: 4 séries de 30 segundos na posição. Alongamento final

Fase 3 Verificação dos ganhos ocasionados pelo

treinamento nos discentes (nova coleta de dados).

Fonte: adaptado de Lima et al (2014).

A partir disso, fica evidenciado a necessidade do treinamento resistido ser desenvolvido associado às práticas desportivas. Primeiramente, é importante considerar a pertinência da elaboração de um planejamento voltado para as características individuais dos alunos, e, a partir de então orientar exercícios prescritos para o ganho da força e da aptidão física e, consequentemente, tenham condições de praticar e vivenciar jogos ou a brincadeiras. Recomenda-se inicialmente na primeira fase, a realização de anamnese e avaliação física subsidiando ao educador físico o conhecimento das habilidades dos alunos, dos objetivos e metas.

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Benedet (2013, p.45) traz para a discussão uma síntese dos principais indicadores relativos ao treinamento resistido para crianças e adolescentes, demonstrado na tabela 2:

Tabela 2 - Síntese dos principais indicadores relativos ao treinamento resistido para crianças e adolescentes

Características dos exercícios e da sessão

Realizar 8 a 12 exercícios estruturais para todo o corpo; 8 a 15 repetições; volume moderado; intensidade moderada a baixa; isotônico; treinamento cardiovascular e de flexibilidade concomitante; 2 a 3 vezes na semana em dias alternados; variar sistematicamente as sessões; utilizar inicialmente o peso do corpo seguido de equipamentos ou acessórios adequados ergonomicamente.

Enfatizar

Amplitude completa; técnica correta; ambiente, materiais e equipamentos adequados e seguros; supervisão por adultos qualificados; relação instrutor/aluno não maior que 1:10; ingestão adequada de líquidos e alimentos; priorizar força, resistência, equilíbrio e coordenação.

Evitar

Intensidade e volume elevados; caráter competitivo, power lifting e body building; esteróides anabolizantes e substâncias ilícitas; suplementos de forma arbitrária; equipamentos e ambiente do adulto.

Mitos

TR provoca lesões e compromete indicadores antropométricos (peso, estatura), cardiorrespiratórios, hemodinâmicos e flexibilidade.

Verdades

Treinamento rigoroso pode prejudicar a saúde; programas adequados à maturidade física e emocional são seguros e promovem melhorias nas habilidades motoras, no bem estar psicossocial e na resistência a lesões.

Fonte: Benedet (2013, p.45).

Considerando as observações realizadas por Benedet (2013), convém destacar ainda que o desenvolvimento das capacidades motoras deve ser trabalhada inicialmente, para que as mesmas possam auxiliar no progresso da força, bem como, da saúde física e esportiva.

De acordo com Kenney et al. (2013) foram estabelecidas diretrizes básicas para a realização de exercícios de força em crianças, orientadas por profissionais norte-americanos (American College of Sports and Medicine (2011); National Strenght and Conditioning Association (2009), U.S. Olympic Committee e Society of Pediatric Orthopaedics). Essas orientações nortearam o planejamento de exercícios físicos para cada faixa etária, de acordo com as etapas a seguir:

a) 7 anos ou menos deve ser feita introdução de exercícios básicos com pouco ou nenhum peso desenvolvendo o conceito de sessão de treinamento Foco nas técnicas dos e exercícios

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b) 8 a 10 anos deve aumentar gradualmente o número de exercícios e praticar sempre a boa técnica em todos os movimentos, a introdução de sobrecarga é sempre gradativa e progressiva, mantendo exercícios simples;

c) 11 a 13 anos o ensino deve compreender todas as técnicas básicas dos exercícios. Observar a técnica e manter a progressão lenta das cargas com a introdução de exercícios mais avançados (KENNEY et al., 2013, p. 15).

Nesse sentido, é possível frisar que entre muitos fatores, o programa de treinamento proporciona o aumento da força de resistência, hormônios anabólicos e o metabolismo.

2.3 INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO RESISTIDO NO DESENVOLVIMENTO FÍSICO DAS CRIANÇAS

De acordo com Samulski et al. (2013) a realização de exercícios para desenvolver capacidade anaeróbia e força muscular em crianças e adolescentes, apresenta respostas positivas para esse faixa etária. Relacionado a força muscular, os autores explicam que a partir da realização de exercícios que objetivam desenvolver ou aumentar esse fator, nessa faixa etária, tem-se respostas dos estímulos de forma semelhante aqueles apresentados pelos adultos, quando se considera a força relativa à massa muscular.

Da mesma forma, Santos et al. (2015) explicam que o treinamento resistido, além de desenvolver as capacidades físicas, pode influenciar positivamente em outro problema comum nessa faixa etária, os desvios posturais. Nesse sentido, além de todos os benefícios que a prática do treinamento resistido pode gerar para crianças e adolescentes, evidencia-se ainda, sua pertinência tanto no cenário educacional, como ferramenta na promoção da saúde desses educandos, e consequentemente como programa de saúde pública.

Assim, nas aulas de Educação Física escolar, podem ser inseridos alguns elementos do treinamento resistido de forma lúdica e recreativa, focando apenas nos benefícios já citados. Nesse viés, diversas atividades voltadas para o treinamento diário dos alunos, podem ser inseridas no cotidiano escolar, desde que adaptadas a fase de desenvolvimento em que os alunos se encontram, entre elas pode-se citar: pular corda, baseando-se numa adaptação do treinamento pliométrico, a escalada de árvores ou traves de futebol para o uso da resistência muscular localizada em membros superiores, além de exercícios funcionais que utilizam o peso corporal como resistência (SAMULSKI et al.; 2013).

Conforme destacado anteriormente, as atividades físicas melhoram o condicionamento físico através de exercícios aeróbios e musculares. Ficou evidenciado que não é necessário ter um espaço específico para a realização dos exercícios físicos, eles podem ser iniciados com

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uma simples caminhada, andar de bicicleta, nadar, patinar, correr, sendo essas sempre presentes na vida das crianças e, se configuram como exercícios aeróbios, melhorando o condicionamento físico nessa faixa etária. Já o treinamento resistido, pode ser planejado com exercícios direcionados aos grupos musculares, tais como: musculação, funcional e a ginástica localizada desenvolvendo as duas capacidades físicas, musculares e aeróbia.

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3 METODOLOGIA

Neste capítulo é apresentada a metodologia adotada no decorrer do estudo. Assim, são descritas as considerações quanto ao tipo de pesquisa, os instrumentos de coleta de dados e a forma pela qual eles foram analisados.

3.1 TIPO DE PESQUISA

A pesquisa foi realizada por meio de uma revisão de literatura, buscando reunir e sintetizar os resultados encontrados em pesquisas prévias que analisaram exclusivamente os efeitos do treinamento resistido em crianças na faixa etária de 10 a 12 anos.

O presente trabalho caracterizou-se como um estudo descritivo, partindo-se da pesquisa bibliográfica e de fatos observados no decorrer da prática profissional no acompanhamento diário em academias e durante a realização dos estágios supervisionados, buscando-se conhecer a teoria associada aos estudos práticos. Assim, busca-se descrever características de uma determinada população, fenômenos ou relação entre variáveis. Nesse estudo, foram descritos os resultados apontados na pesquisa quanto aos aspectos relacionados ao treinamento resistido e o desenvolvimento infantil.

Da mesma forma, adotou-se da pesquisa bibliográfica feita a partir de material já elaborado como livros e artigos científicos (GIL, 2008). Nessa revisão buscou-se realizar uma análise crítica sobre a literatura atual da educação física escolar e o treinamento resistido para crianças e adolescentes como ferramenta de inclusão e benéfica para a promoção de saúde.

3.2 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Os artigos foram selecionados a partir das publicações realizadas no período de 2014-2019, utilizando-se como descritores de busca, os temos: treinamento resistido and crianças; desenvolvimento infantil and treinamento resistido.

Incluíram-se nesse estudo os artigos publicados no idioma português, que estavam disponíveis na íntegra e que foram publicados entre os anos de 2014 e 2019. Foram excluídos artigos que não estavam de acordo com o assunto da pesquisa e que não estavam disponíveis na íntegra.

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3.3. ANÁLISE DOS DADOS

Após a leitura dos artigos, selecionaram-se publicações referentes ao trabalho desenvolvido com crianças e pré-adolescentes, tanto artigos quanto monografias e dissertações. As informações foram reunidas com base no objetivo do estudo, e posteriormente os dados foram discutidos e analisados.

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4 RESULTADOS E DISCUSSSÕES

Este capítulo apresenta os estudos utilizados acerca do treinamento resistido, e os aspectos pertinentes a serem considerados quando recomendado para crianças e pré-adolescentes devido as inúmeras discussões ocorridas no passado quanto aos benefícios ou não desse tipo de atividade para a faixa etária estudada. Com o objetivo de discutir os estudos bibliográficos que versam sobre essa temática, pesquisou-se na base de dados google acadêmico, publicações realizadas no período de 2014 a 2019, e após realização das leituras dos resumos, selecionaram-se alguns estudos para serem discutidos nesse capítulo.

De acordo com Cavalcanti (2017) durante o desenvolvimento infantil, a criança apresenta alterações que influenciam sua capacidade física e respostas aos diferentes exercícios físicos. Dessa forma, o autor reitera que ao aplicar o treinamento de força para crianças, é preciso que seja seguindo os critérios de acordo com a idade, para que não sejam oferecidos riscos a sua saúde e ao desenvolvimento. A utilização de cargas inadequadas pode provocar alterações estruturais tanto musculares quanto articulares responsáveis pelo crescimento.

Em estudo realizado com crianças iniciantes da modalidade de muay thai, Oliveira e Oliveira (2018) avaliaram 9 participantes, com média de idade de 10 (±1,7) anos. As aulas ocorriam duas vezes por semana com duração de 1 hora/aula. Os testes pré intervenção foram aplicados dois dias antes do início das aulas, padronizando-se os comandos para o teste, bem como o local e sua aplicação foi individualizada, limitando as interferências externas nessa fase de aplicação. As médias obtidas para os testes foram: Impulsão horizontal 1,6 (±0,3) metros; Arremesso de Medicine Ball 1,7 (±0,5) metros (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2018).

Após aplicação dos testes, os alunos passaram por um período de intervenção de 8 semanas. No decorrer das aulas as crianças participavam de brincadeiras lúdicas envolvendo aspectos lúdicos, com foco na preparação física e condicionamento, utilizando-se seu próprio peso corporal em exercícios que focalizavam a potência de membros superiores e inferiores, como no ensino e treinamento de chutes e socos específicos do Muay Thai. Após este período os testes foram novamente aplicados, obtendo-se os seguintes resultados médios: Impulsão horizontal 1,8 (±0,3) metros e para o arremesso de Medicine Ball 1,9 (±0,5) metros (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2018).

A esse respeito, Cavalcanti (2017) e Pinto et al (2014) explicam que entre os benefícios do treinamento de força para crianças destacam-se, o aumento da força muscular, da resistência muscular, da densidade óssea, do condicionamento físico, das adaptações bioquímicas (sangue e ácido lático) musculares, entre outras já citadas anteriormente.

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Nos estudos de Oliveira e Oliveira (2018), os autores observaram que houve um pequeno aumento na média dos parâmetros avaliados, sendo 15% na Impulsão Horizontal e 25% no arremesso de Medicine Ball. Os autores reiteram que apesar da intervenção ter sido realizada em curto período de tempo, observou-se uma melhora significativa no desempenho frente aos testes realizados no pré para a fase pós-intervenção (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2018). Em estudo desenvolvido por Colledam, Arruda e Oliveira (2012), com 61 crianças divididas em quatro grupos (controle masculino e feminino e intervenção masculino e feminino) e que foram submetidas a um programa de treinamento durante aulas de Educação Física por 12 semanas, foi encontrado um aumento significativo nos testes de Impulsão Vertical no grupo treinado em relação ao grupo controle

Nos estudos realizados por Matvienko e Ahrabi- Fard (2010) os autores constataram que as intervenções exercidas em ambiente extraescolar baseadas em sessões de saltos, corridas e exercícios com bola, na avaliação da potência muscular sobre os testes de Impulsão Horizontal e Impulsão Vertical, durante oito semanas, com três a cinco sessões semanais, contribuíram para os resultados significativos, especialmente no teste de Impulsão Horizontal.

Esses estudos vêm ao encontro com a explicação de Marsoleki (2015) quando explica que a prática de atividade esportiva tem se tornado uma possibilidade de aumento da força em indivíduos pré-adolescentes, possibilitando a melhoria da coordenação motora, o aumento da ativação da unidade motora e outras adaptações neurológicas não determinadas no estudo. O autor ainda explica que o ganho de força é comprovado devido a questões neurológicas quando trabalhado em indivíduos pré-púberes, e não pelo desenvolvimento muscular.

Oliveira e Oliveira (2018) ainda complementam que dependendo da fase de desenvolvimento da criança, sugere-se que sejam usufruídos dos impulsos normais de movimento da mesma, para que seja estimulado o desenvolvimento ósseo e muscular, e consequentemente, inibindo as chances de se tornar uma pessoa sedentária futuramente.

Para tanto, Cavalcanti (2017) explica acerca da importância em escolher atividades compatíveis com as capacidades das crianças. As atividades apropriadas para crianças, iniciantes em treinamento resistido, são os exercícios calistênicos, exercícios pliométricos, peso do próprio corpo, cordas elásticas e bolas medicinais.

A criança, durante o processo de crescimento e maturação, deve ter suas condições específicas respeitadas, pois a resposta obtida nem sempre é a esperada. Entender as necessidades e os desejos da criança ao buscar uma modalidade esportiva onde a exigência técnica é alta para que se possa praticar o esporte de forma satisfatória faz com que os cuidados nessa fase se tornem uma grande responsabilidade para o treinador (MARSOLEKI, 2015).

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Dessa forma, Cavalcanti (2017) concorda com o proposto por Lima et al (2014) e Benedet (2013 acerca dos cuidados a serem observados antes de iniciar o programa de TR com crianças, optando-se por iniciar com exercícios simples e aumentar a carga gradualmente. Esse planejamento, deve observar que em cada série, os exercícios devem atingir todos os principais e maiores grupos musculares; exercícios para membros inferiores, ombros, peito, costas, membros superiores, abdominais e lombares, realizados entre seis a 15 repetições.

No entanto, é preciso considerar as alterações que o corpo da criança sofre durante a fase de crescimento, bem como, a maneira que estas alterações influenciam na capacidade física e na resposta ao exercício, sendo muito importante para um programa de exercícios seguro e saudável, conforme Marsoleki (2015).

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do estudo, foi possível concluir que para se trabalhar com a faixa etária entre dez e doze anos é necessária uma qualificação diferenciada, valências relacionadas à psicologia infantil, psicomotricidade, noções pedagógicas, ludicidade, conhecimentos cerca do desenvolvimento infantil e das habilidades físicas e motoras dessa fase. Logicamente, além disso, proporcionar segurança ao trabalho físico que será praticado.

Nesse cenário, cabe ao educador físico, conhecer o seu trabalho, as melhores formas de aplicar seus conhecimentos na prática, planejando e criando estratégias que viabilizem a execução da proposta a ser realizada.

Assim, foi possível concluir ainda que o treinamento resistido, para crianças e adolescentes entre 10 e 12 anos, podem realizar regularmente essa modalidade de atividade física, desde que, sejam acompanhadas e orientadas por profissionais habilitados, que adote, além do planejamento individual dos exercícios, conheça as habilidades e capacidades dos alunos, trabalhando de forma especifica de acordo com as individualidades biológicas e conscientes que os fins estéticos ficam para segundo plano.

Cabe ainda destacar a importância de conhecer as recomendações do quando utilizar o Treinamento resistido nessa faixa etária, como forma de trazer resultados significativos a partir dos treinamentos, sem causar recusa ou lesões nesse público. Não existe uma proposta ideal a ser recomendada de exercícios físicos para crianças nessa faixa etária, no entanto, é importante considerar que o planejamento das mesmas deve ocorrer de forma lúdica, sem cobranças por resultados e, principalmente, do encaminhamento de atividades a serem executadas de forma correta, tendo o máximo possível disponibilidade de tempo para orientar, acompanhar e corrigir sempre que necessário.

As prescrições de treinamentos resistidos para crianças entre 10 a 12 anos recomendados pela literatura, são aqueles que promovem o desenvolvimento infantil de forma saudável, lúdica, a partir de atividades simples. A ideia desse tipo de treinamento para o público em estudo, deve ser feito de maneira correta e com um acompanhamento correto, no intuito de trazer não apenas benefícios para os indicadores de saúde, como também, reduzir índices de obesidade e melhorar na composição corporal do praticante.

Evidenciou-se que em crianças e pré-adolescentes o TR traz diversos benefícios para saúde e também alguns estudos mostraram que trouxe melhoras no rendimento escolar, mas deve-se lembrar que esse trabalho feito nas aulas de Educação Física, ou nas academias, tem que ter um acompanhamento de um profissional bem capacitado, onde ele deve saber as

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limitações de cada praticante, começando de forma mais fácil e ir aumentando gradativamente exercícios e cargas e também salientar que esse trabalho é uma forma de prazer para criança, jamais se esquecendo do lúdico.

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