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O uso de tecnologias de informação e comunicação no cuidado à saúde bucal de pessoas idosas

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

DAYANA DAMAZIO

O USO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO NO CUIDADO À SAÚDE BUCAL DE PESSOAS

IDOSAS

Florianópolis 2017

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Dayana Damazio

O USO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO NO CUIDADO À SAÚDE BUCAL DE PESSOAS

IDOSAS

Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a conclusão do curso de Graduação em Odontologia.

Orientadora: Profa. Dra. Ana Lúcia Ferreira Mello.

Florianópolis 2017

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Dayana Damazio

O USO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO NO CUIDADO À SAÚDE BUCAL DE PESSOAS

IDOSAS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do título de cirurgião-dentista e aprovado em sua forma final pelo Departamento de Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina.

Florianópolis, 16 de outubro de 2017.

Banca Examinadora:

________________________ Profa. Dra. Ana Lúcia Ferreira Mello

Orientadora

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________ Profa. Dra. Renata Goulart

Membro

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________ Dra. Alessandra Ferreira Martins Warmling

Membro

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Dedico este trabalho ao meu avô, Laudelino Antonio Teixeira (in

memoriam), fonte de amor e

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus avós, pelo amor incondicional que me deram a vida toda. Em especial, meu vô Lode (in memoriam), que é minha inspiração de ser humano e sempre me ensinou a trilhar pelo caminho do bem, com respeito e humildade.

Aos meus pais, pela pessoa que sou e por todo o esforço que fizeram para que eu chegasse até aqui. Por tudo o que passamos juntos durante esse período da minha faculdade, por sempre me apoiarem e serem meu porto seguro. Meu sonho está se realizando graças a vocês, não tenho palavras para conseguir agradecer. Essa conquista é nossa!

Às minhas irmãs, Camila (in memoriam) e Luiza, por dividirem a vida comigo e me ensinarem tanto sobre as coisas simples. Camilinha, por me fazer conhecer o amor puro, a gargalhada mais gostosa e a ver o mundo de outra forma. Luiza, por estar em todos os momentos comigo, dividindo angústias e felicidades, vibrando junto a cada conquista. Vocês são a parte mais linda de mim.

Aos meus familiares, por estarem sempre me apoiando, por me reerguerem sempre que precisei, pelo apoio e amor.

Ao meu noivo e melhor amigo, Mateus. Sempre sensível e paciente, fonte de calma nas horas difíceis e de amor em todas as outras. Obrigada por sempre me fazer acreditar em mim. Você foi essencial.

Aos amigos que fiz durante esses anos de UFSC. A cada um, muito obrigada. Eu, com certeza, não teria chegado até aqui sem vocês. Guardo no meu coração todos os momentos. Eu tive muita sorte por ter tanta gente do bem do meu lado.

À minha orientadora, Dra. Ana Lúcia Ferreira Mello, por todo o carinho e a atenção comigo. Por entender minhas dificuldades e sempre me tranquilizar. Você é fonte de inspiração como profissional e ser humano. Aprendi muito para a vida com você.

A toda a equipe de profissionais da SEOVE, e a cada idosa que gentilmente participou deste trabalho.

Aos membros da minha banca, Profa. Dra. Renata Goulart e Dra. Alessandra Ferreira Martins Warmling, que aceitaram o convite de fazer parte dessa etapa da minha vida. Muito obrigada por contribuírem para o meu crescimento.

À Universidade Federal de Santa Catarina, pela oportunidade de ter um ensino de qualidade, com ótimo corpo docente, e me possibilitar ser um ser humano melhor.

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Se as coisas são inatingíveis... ora! Não é motivo para não querê-las... Que tristes os caminhos, se não fora A presença distante das estrelas!

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RESUMO

Este estudo tem por objetivo compreender o uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no cuidado à saúde bucal de pessoas idosas cuja capacidade funcional apresenta algum grau de comprometimento. Trata-se de um estudo de intervenção, de abordagem qualitativa, no qual foram realizadas orientações sobre cuidados diários de higiene bucal a cuidadores de idosos. Para tanto, a comunicação foi realizada por via remota com vinte profissionais de enfermagem, responsáveis pelo cuidado de idosos, em uma ILPI. Os participantes foram solicitados a preencher um formulário sobre as condições de saúde e saúde bucal de residentes. Além disso, os profissionais enviaram imagens fotográficas da cavidade bucal dos idosos (dentes, mucosas e próteses) via e-mail. A partir dessas informações, a equipe de pesquisadores elaborou um plano individual de cuidado e higiene bucal, repassado também por e-mail para os profissionais de enfermagem aplicarem por três semanas. Após esse período, cinco profissionais foram entrevistados pessoalmente, e dados qualitativos foram coletados sobre a experiência de implantação dos cuidados com apoio de TICs, especialmente em relação às dificuldades existentes e superadas. Os resultados do estudo indicam que o uso de tecnologia no apoio aos cuidados em saúde bucal pode facilitar o trabalho dos profissionais de enfermagem, levando maior conforto e saúde aos idosos. No entanto, permanecem os entraves relativos à disponibilidade de tempo para que os cuidadores sigam as orientações dos planos adequadamente.

Palavras-chave: idoso. saúde bucal. Tecnologias de Comunicação e Informação.

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ABSTRACT

This study aims to understand the use of Information and Communication Technologies (ICT) in the oral health care of elderly people whose functional capacity presents some degree of impairment. It is an intervention study, with a qualitative approach, in which guidance was given on daily care of oral hygiene to caregivers of the elderly. For this, the communication was carried out remotely with twenty nursing professionals, responsible for the care of the elderly, in an ILPI. Participants were asked to fill out a form about the health and oral health conditions of residents In addition, the professionals sent photographic images of the oral cavity of the elderly (teeth, oral mucosa and prostheses) by e-mail. From this information, the team of researchers developed an individual plan of care and oral hygiene, also sent by e-mail for nursing professionals to apply for three weeks. After that period, five professionals were personally interviewed, and qualitative data were collected about the experience of implanting care with ICT support, especially in relation to existing and overcome difficulties. The results of the study indicate that the use of technology to support oral health care can facilitate the work of nursing professionals, leading to greater comfort and health for the elderly. However, obstacles remain on the availability of time for caregivers follow the guidelines of the plans properly.

Keywords: elderly. oral health. Communication and Information Technologies.

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LISTA DE QUADROS Quadro 1 – categorias, subcategorias e códigos

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS DA – Doença de Alzheimer

CEP – Comitê de Ética em Pesquisa

ILPI – Instituição de Longa Permanência para Idosos SEOVE – Sociedade Espírita Obreiros da Vida Eterna SB – Saúde Bucal

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ... 21 2. REVISÃO DA LITERATURA ... 23 3. OBJETIVOS ... 31 4. MÉTODO ... 33 4.1 Desenho do Estudo ... 33 4.2 Local do estudo ... 33 4.3 Participantes ... 33 4.4 Critério de Inclusão ... 33 4.5 Critérios de Exclusão... 33 4.6 Intervenção ... 34 4.7 Aspectos Éticos ... 35 5. RESULTADOS ... 37 6. DISCUSSÃO ... 45 7. CONCLUSÃO ... 49 REFERÊNCIAS ... 51

Apêndice A – Formulário aos cuidadores referente às condições de saúde geral e bucal e capacidade funcional do idoso e instruções para as fotos... ... 57

Apêndice B - Formulário preenchido referente às condições de saúde geral e bucal e capacidade funcional do idoso e instruções para as fotos... ... 61

Apêndice C – Roteiro para coleta dos dados qualitativos ... 67

Apêndice D – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Idosos... ... 69

Apêndice E – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Cuidadores ... 74

Anexo A – Parecer consubstanciado do CEP... 79

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1. INTRODUÇÃO

Um dos maiores desafios da saúde pública atual é o envelhecimento populacional (LIMA-COSTA; VERAS, 2003). A população idosa está aumentando proporcionalmente de forma acelerada em países com diferentes níveis de desenvolvimento. No Brasil, a faixa etária acima de 60 anos representa 12,1% de sua população total de acordo com projeções para o ano de 2016 (IBGE, 2016). A população do estado de Santa Catarina alcançou, em 2016, 6.910.553 habitantes entre seus 295 municípios, o equivalente a 3,4% da população total do País. Florianópolis, a capital, apresenta uma população de 477.798 habitantes, sendo que o total de idosos representa 12,02% do total da população (IBGE, 2016).

À medida que um maior número de pessoas atinge idades mais avançadas, há uma tendência de alteração no padrão de morbidade e de causas de morte, além de se tornarem predominantes as doenças crônicas não transmissíveis e suas complicações (SANTOS, 2011). A maioria das pessoas idosas padece de algum tipo de problema de saúde – crônico e/ou degenerativo ou por ingesta de diferentes fármacos –, gerando um reflexo negativo na saúde bucal nesta faixa etária. Além disso, as doenças bucais como cárie e, principalmente, as doenças periodontais poder afetar a saúde geral dos idosos (BAUMGARTNER; SCHIMMEL; MÜLLER, 2015).

Os processos patológicos tornam-se graduais pela falência da capacidade do organismo em responder positivamente às mais diversas agressões. Muitos idosos tornam-se fragilizados ou incapacitados de realizar tarefas do dia a dia, necessitando de pessoas que os auxiliem e se responsabilizem por fornecer cuidados.

Por várias razões, muitos idosos são institucionalizados para receber a atenção e o auxílio de pessoal capacitado. A condição dos idosos institucionalizados pode variar consideravelmente, desde a independência até aqueles que necessitam de monitoramento constante. Assim, a capacidade funcional se define pelo grau de dificuldade em realizar atividades devido a um problema físico ou de saúde e que gera impactos sobre os papéis e atividades na sociedade (PEREIRA et al., 2012).

Vale ressaltar a importância de estudos que busquem promover práticas adequadas de cuidado, considerando as dificuldades vivenciadas no cotidiano, oferecendo a estas pessoas e a seus cuidadores

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possibilidades de manutenção da saúde bucal, diante do impacto do comprometimento da capacidade funcional em suas vidas (WARLMING, 2016).

Nesse contexto, o uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) seria uma alternativa interessante para auxiliar o cuidado à saúde bucal, especificamente, a teleodontologia, que envolve troca de informações clínicas e de imagens à distância para acompanhamento e planejamento de tratamento, tendo a capacidade de melhorar o acesso, assim como a prestação de cuidados (JAMPANI et al., 2011).

A partir do exposto, apresenta-se a pergunta norteadora deste estudo: como se dá o uso de TICs no cuidado à saúde bucal de pessoas idosas cuja capacidade funcional apresenta algum grau de comprometimento?

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2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1 O uso de TICs no cuidado à saúde bucal

Entender as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e a teia que se forma pela influência que exercem nos processos de produção do saber, nos cursos de formação e na relação homem-máquina, é o grande desafio para aqueles que desejam utilizá-las no cotidiano do processo educativo (SANTOS, 2001). As TICs não foram originadas com finalidades educacionais, mas, atualmente, oferecem um leque de possibilidades para se trabalhar atividades de ensino-aprendizagem de forma interdisciplinar, sendo consideradas como uma área com pluralidade de competências e elementos que potencializam a construção de ambientes formativos em vários níveis de complexidade (TELES, 2001). Esses recursos tecnológicos seriam capazes de atuar como novos processos de aprendizagem que oferecem possibilidades de renovar ou mesmo romper com a concepção do modelo tradicional da educação (MORAES, 2006).

No caso da odontologia, a crescente demanda na utilização dessas tecnologias tem por finalidade facilitar a prática clínica diária do cirurgião-dentista. Os aplicativos são desenvolvidos para automatizar tarefas e proporcionar um melhor controle dos dados clínicos e administrativos, facilitando o cadastro dos pacientes e odontogramas complementados por imagens digitalizadas, anamneses, além de possibilitar controle da agenda, fornecedores, balanço financeiro e estoque. Pode servir também como ferramenta de marketing (DOTTA; TELES, 2003).

Atualmente, a área de informática para saúde dispõe de ferramentas e instrumentos para apoiar a organização administrativa da consulta clínica, a captura, o armazenamento e o processamento das informações do paciente, o auxílio no diagnóstico, a orientação terapêutica e o acesso às informações visando à melhora do conhecimento profissional e a disponibilidade deste conhecimento onde e quando ele for necessário, para uma adequada tomada da decisão. Além disso, a progressiva redução de custo dos computadores, bem como a simplificação de seu uso, a melhoria do acesso à internet, a utilização de computadores de mão e a conexão sem fio (wireless), em lugares carentes de especialistas, seguramente, como já ocorre em vários pontos do mundo, só vem a contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços de saúde prestados à população (WECHSLER et al., 2003).

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Esta área vem se tornando ainda mais atraente uma vez que a tecnologia avança e o uso de smartphones se populariza. Além disso, atualmente, estes aparelhos vêm equipados com câmeras digitais e aplicativos que, combinados, se tornam uma ferramenta de qualidade. Esta abordagem ainda oferece praticidade e baixo custo, atingindo populações com altos níveis de necessidade e que não têm acesso aos cuidados (ESTAI et al., 2015).

A literatura tem ressaltado também o benefício do uso das TICs no ensino da odontologia, destacando sua utilidade também como ferramenta educacional. A forma tradicional de lecionar vem dividindo lugar com cursos de educação continuada, simulador de procedimentos clínicos, programas para comunicação em tempo real, entre outros procedimentos (FONTANELLA; SCHARDOSIM; LARA, 2007).

O uso das TICs está suportado pela internet e, devido a este fato, segundo Tangoa (2006), ocorrem dois impactos: o primeiro é a disponibilização das informações interativas da internet para o aprendiz, através das publicações eletrônicas dos sites especializados; o segundo ocorre pelas características interativas da internet, que permite a transmissão de informações entre dois pontos quaisquer ligados à rede, em ambos os sentidos, com grande velocidade. Ainda segundo o autor, os recursos da internet podem ser utilizados para simular praticamente qualquer situação que ocorra num contexto educacional, como aulas e palestras, sessões para tirar dúvidas, discussões de casos clínicos, avaliações, trabalhos em grupo, conversação telefônica, transmissão de vídeo e de áudio em tempo real ou sob demanda, entre outros (TANGOA, 2006).

Um estudo realizado na Índia mostrou que as tecnologias podem ser uma ferramenta de impacto significativo na odontologia e que o desafio de sua ampla implementação depende não só dos profissionais, como também das autoridades no desenvolvimento de projetos coletivos na área. A pesquisa mostrou ainda que a teleodontologia pode melhorar a qualidade de vida de pacientes, antes desatendidos, em zonas muito distantes dos centros de saúde ou em situação que os impossibilitem de receber o cuidado (CHHABRA et al., 2012).

As TICs podem servir também como forma de conhecimento e apoio clínico para profissionais cuidadores que trabalham em ILPI, auxiliando-os na melhoria dos cuidados a saúde bucal dos moradores, assim como identificando facilitadores da promoção da saúde. Este estudo constatou que as TICs não são amplamente utilizadas nestas

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instituições; quando são, possuem limitações quanto ao uso, como treinamento deficiente para funcionários, dificuldades no acesso à internet, falta de formação em informática, custos e competências. No que diz respeito aos residentes, o estudo percebeu que suas barreiras incluem deficiências cognitivas e psicossociais, além do conhecimento limitado de informática e internet. Sendo assim, compreendeu-se a necessidade de educação e treinamento, a ambos os envolvidos em TIC, para que se consigam melhorias na promoção de saúde bucal através deste meio (ADEBAYO; DUREY; SLACK-SMITH, 2015).

Reafirmando esse pensamento, outro estudo foi realizado na Austrália a fim de determinar quais os principais obstáculos que 10 mil enfermeiras da Federação Australiana de Enfermagem enfrentavam durante a adoção de sistemas de saúde usando TIC. Dentre os resultados, a falta de mão de obra qualificada, a falta de acesso a computadores e a falta de apoio foram os mais apontados. Embora a idade não tenha sido apontada entre as principais limitações, ela se correlacionou com a maioria das dificuldades apontadas, concluindo-se que a faixa etária das profissionais influencia diretamente no conhecimento e no correto uso de computadores por parte das enfermeiras (ELEY et al., 2009).

Sem dúvidas, como visto anteriormente, o papel do enfermeiro atualmente está cada vez mais interligado às TICs, e este meio vem se tornando crucial nas estratégias de melhoria da saúde. Na pesquisa supracitada, aplicada a membros da Federação Australiana de Enfermagem, a maioria dos entrevistados (83%) afirmou que já utilizava computadores como ferramenta nas práticas de trabalho, porém quase metade relatou necessitar de mais treinamento e incentivo por parte dos seus empregadores. Os profissionais sugeriram a introdução de um curso capacitante padrão em TIC a fim de garantir seu máximo aproveitamento. Diante disso, é possível pensar que a tecnologia implantada por si só, sem o conhecimento específico, se torna insuficiente para o sucesso no uso deste meio (ELEY et al., 2008).

Na Europa, um estudo nessa mesma linha também comprovou a eficácia do uso de teleodontologia para diagnóstico. Em oito lares de idosos, 235 residentes participaram desta pesquisa, que se deu da seguinte forma: os pacientes foram examinados duas vezes; na primeira, o cirurgião-dentista realizou o exame via vídeo, e depois, no segundo momento, os pacientes foram examinados presencialmente pelo mesmo profissional. Os diagnósticos estabelecidos através da gravação de vídeo

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e face a face foram comparados. No total, 55% dos pacientes apresentaram alguma patologia dentária. As avaliações feitas via TICs foram mais rápidas que os exames presenciais, com sensibilidade diagnóstica de quase 95% e a especificidade de 94%. Os resultados mostram que a teleodontologia tem excelente precisão para diagnósticos de patologia dental e que seu uso pode permitir que os exames para os idosos que vivem em ILPI sejam mais regulares e feitos com qualidade por profissionais dentistas, via remota (QUEYROUX et al., 2017).

1.2 A saúde bucal de idosos residentes em ILPI

O fenômeno do envelhecimento populacional impulsionou o crescimento do número de Instituições de Longa Permanência para idosos (ILPI). À medida que a expectativa de vida aumenta, há maior número de idosos que apresentam comprometimento cognitivo, algum grau de dependência e maior necessidade de cuidados em saúde. Com o passar dos anos, idosos se tornam vulneráveis, o que implica não só em maior fragilidade, mas em mais necessidade de apoio emocional e cuidados específicos. (PEARSON; CHALMERS, 2004; PRETTY, 2014; SCHEMBRI; FISKE, 2005).

Em relação à saúde bucal, pessoas idosas possuem risco de desenvolvimento de doenças bucais aumentado, uma vez que, com o envelhecimento, há declínio da capacidade motora, baixa autoestima, falta ou dependência para realizar higiene bucal, perda de visão, deficiência auditiva e comprometimento da capacidade cognitiva. Associa-se, ainda, o fato de que, dentre as necessidades de higiene e cuidados com medicação, a higiene bucal tem baixa prioridade, de modo que esse cuidado acaba não sendo praticado de modo adequado, tampouco regular. Assim, as complicações principalmente relacionadas à alimentação e doenças oportunistas se agravam, afetando diretamente na qualidade de vida dessas pessoas (PRETTY, 2014; UNFER et al., 2012; BRUNETTI et al., 2002).

A perda total dos dentes entre idosos está em declínio, porém a perda parcial de dentes continua e interfere diretamente em sua qualidade de vida. A doença cárie permanece sendo a condição mais prevalente, não só a cárie radicular, como também a cárie coronal. Foi visto, ainda, que a maioria dos idosos tem alguma experiência com doença periodontal e que esta está relacionada à perda de dentes no final da vida. Em relação ao câncer bucal, evidenciou-se que não é uma

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condição comum, porém, uma vez que se apresenta, é de grande impacto na vida desses pacientes. A condição de boca seca é prevalente, gerando efeitos sobre o bem estar físico, a fala, a ingestão de alimentos e o uso de próteses dentárias ( THOMSON, 2014; THOMSON, 2004).

Entre idosos residentes em ILPI, o estudo de Chalmers et al. (2002) verificou a incidência de cárie, em amostra aleatória, em dois grupos: os que já residiam na instituição há algum tempo e os novos integrantes. Vale ressaltar que os participantes de ambos os grupos eram funcionalmente comprometidos com algum grau de deficiência cognitiva. Estes possuíam história dental, higiene bucal e características sociais semelhantes. A incidência de cárie coronal foi de 64%, enquanto a radicular, 49 %. Os resultados apontam que os idosos já chegam nessas instituições com a saúde bucal comprometida. Nota-se, ainda, que a incidência de cárie é alta, mostrando assim o quão desafiador é para os cuidadores promover e manter a saúde bucal de pacientes nessas condições.

Outra pesquisa, na mesma linha, investigou a relação entre a saúde bucal de idosos institucionalizados e o grau de dependência e estados cognitivos. Participaram 185 idosos em duas categorias: os que recebiam cuidados em higiene bucal das enfermeiras e os que realizavam autocuidado. Os resultados mostraram que a prevalência de cárie foi de 28% e que o número de raízes residuais aumentou proporcionalmente ao grau de comprometimento cognitivo. O indíce de higiene bucal foi notavelmente maior nos residentes que recebiam os cuidados dos profissionais; destes, os não cooperativos tinham pior higiene bucal, assim como maior índice de cárie. Portanto, os pesquisadores concluíram que a higiene destes pacientes é deficiente quando realizada por conta própria, e que o profissional cuidador é de suma importância neste cuidado. Contudo, sua atuação na manutenção do padrão de higiene bucal depende de muitos fatores (ZULUAGA et al., 2012).

Em ambiente de uma ILPI, estudos reportam que o cuidado à saúde bucal dos idosos piora e se torna uma tarefa ainda mais complexa. Em pesquisa realizada por Unfer et al. (2012), cuidadores relataram dificuldades relacionadas à falta de tempo e de treinamento adequado para facilitar os cuidados, a outras prioridades no cuidado, à falta de interesse dos idosos capazes pelo autocuidado bucal e ao aumento dos empecilhos quando o idoso tem algum tipo de comprometimento (físico ou mental). Frente a isso, o atendimento destes idosos em ILPI exige

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uma abordagem multidisciplinar, pensando-se em ações que estimulem residentes e profissionais a perceber a importância deste cuidado (UNFER et al., 2012).

Reafirmando a importância do cuidador no processo de manutenção da saúde bucal frente ao decrescente funcionamento motor e cognitivo dos idosos ao longo do tempo, o estudo de Blinkhorn et al. (2012) testou uma intervenção inovadora com os enfermeiros cuidadores de um grupo de pacientes. Primeiramente, a equipe de enfermagem identificou as principais barreiras na oferta de cuidados bucais aos residentes, como falta de equipamento adequado, falta de protocolos específicos e falta de conhecimento. A partir dos resultados obtidos, uma equipe multidisciplinar com nutricionistas, dentistas e enfermeiros projetou um manual de higiene bucal contendo protocolos e material de educação em saúde bucal. Como resultado, alcançaram-se melhorias na saúde bucal dos residentes, como redução de placa, de gengivite e de profundidade de bolsas periodontais. Os protocolos foram aceitos de forma positiva na rotina diária e o conhecimento dos profissionais relacionado à saúde bucal aumentou. Entende-se, a partir de tais resultados, que intervenções que visem facilitar a rotina de cuidados e a vida dos idosos devem ser desenvolvidas.

Na Suécia, desde 1999, é lei o direito a tratamento odontológico para indivíduos dependes em situação de ILPI, assim como treinamento em cuidados de saúde bucal para os cuidadores enfermeiros desses pacientes. Um estudo feito para explorar atitudes e conhecimentos sobre saúde bucal em um lar de idosos, anos depois dessa regulamentação, revelou algumas questões. Dos 454 enfermeiros participantes da pesquisa, 89% consideraram a saúde bucal indispensável para o completo cuidado do residente, porém ainda indicaram problemas em relação à implementação e conhecimentos específicos; 35% declararam não ter tido acesso à educação formal de saúde bucal. Diante disso, entende-se que a maioria possui consciência em relação à importância do cuidado, mas que, ainda assim, é de suma importância que a educação em saúde bucal seja de fácil acesso, para que consiga motivar os profissionais diariamente. Ressalta-se, ainda, que estes enfermeiros necessitam de acompanhamento de assistência especializada em higiene bucal (WÅRDH; JONSSON; WIKSTRÖM, 2012).

Em outro estudo, realizado na Alemanha, Jordan et al. (2012) avaliaram os efeitos na saúde bucal dos idosos institucionalizados de uma ação educativa para enfermeiros e auxiliares. Como resultado, obteve-se aumento nas competências dos profissionais, bem como a

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higiene dos residentes melhorou significativamente. Ainda, o treinamento possibilitou uma aproximação entre enfermeiros e dentistas, uma vez que os indicadores de necessidade de tratamento se aprimoraram no período da pesquisa.

Paralelamente a isso, os agravos bucais dos idosos institucionalizados estão associados à rotina de cuidados e ao tempo de institucionalização, assim como correlacionados à renda e ao estilo de vida adotado por essas pessoas ao longo de suas vidas (FERREIRA; DE MAGALHÃES; MOREIRA, 2008).

Sabendo que má condição bucal leva a desnutrição, dor e isolamento social, e que, além disso, a condição de higiene bucal piora em ILPI, um estudo foi realizado a fim de revisar estratégias usadas para promover ou melhorar os cuidados neste meio. Foram 20 estratégias incluídas neste estudo, todas desenvolvidas por técnicos em SB ou dentistas e executadas por profissionais de enfermagem. Concluiu-se, então, que estratégias voltadas para o conhecimento (fornecendo informações gerais), criação de modelos de cuidado ou maneiras de facilitação de comportamento foram apontadas como os principais determinantes para o sucesso na melhoria dos cuidados de saúde bucal deste grupo de pacientes (WEENING-VERBREE et al., 2013).

Em Barcelona, uma pesquisa foi realizada com o intuito de descobrir a frequência de escovação dos dentes e limpezas de próteses, por parte de 196 cuidadores, de idosos institucionalizados. Alguns resultados relevantes foram que 92% dos cuidadores foram treinados para cuidar de pessoas idosas, 67% foram treinados em cuidados de higiene bucal para idosos e 73% reconheceram a existência de protocolos institucionais sobre saúde bucal. As variáveis que explicam a menor frequência de escovação dos dentes e próteses dentárias pelos cuidadores foram: falta de treinamento no cuidado de pessoas idosas, falta de conhecimento sobre importância dos cuidados de saúde bucal ou desconhecimento de protocolos de saúde bucal. Assim, estima-se que, quando bem capacitados, estes profissionais podem obter êxito no cuidado à saúde bucal (CORNEJO-OVALLE et al., 2013).

Um estudo de intervenção com objetivo de testar a eficácia de treinamento específico em saúde bucal para técnicos de enfermagem foi realizado nos Estados Unidos em três lares de idosos. Estes profissionais foram treinados por um psicólogo e um higienista bucal, através de métodos didáticos e hands-on, indicando produtos e usando técnicas de cuidados bucais baseadas em evidências. Os técnicos em enfermagem

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também foram orientados sobre práticas de controle comportamental centradas na pessoa. Os resultados foram obtidos por meio das medidas de índice de placa, placa em prótese dentária e gengivite. Observou-se que, passado o período de oito semanas de estudo, melhoras significativas aconteceram nos residentes em relação à saúde bucal, assim como filmagens obtidas ao longo da pesquisa indicaram que o cuidado ficou mais completo e longo. o que demonstra que intervenções educativas melhoram significativamente a qualidade do cuidado (SLOANE et al., 2013).

Outros estudos ainda correlacionam saúde bucal e mortalidade em idosos. A pesquisa de Klotz et al. (2017) avaliou essa relação em residentes de quatorze ILPI na Alemanha. Os idosos foram divididos em grupo de intervenção, que receberam educação e cuidados em saúde bucal, e grupo-controle. Após doze meses, foi determinada a mortalidade dos participantes e detectou-se associação direta entre maior mortalidade dos participantes do grupo controle. Ainda que estudos adicionais sejam necessários para investigar os motivos dessa associação, através dos resultados obtidos acredita-se que higiene e saúde bucal afetam o risco de mortalidade dos moradores institucionalizados, e que, nesse sentido, programas de intervenção nessa área passam a assumir papel crucial na vida desses indivíduos.

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3. OBJETIVOS 3.1 Objetivo geral

O objetivo deste estudo é compreender o uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no cuidado à saúde bucal de pessoas idosas cuja capacidade funcional apresenta algum grau de comprometimento.

3.2 Objetivos específicos

 Elaborar um plano de cuidados de saúde bucal a idosos com algum grau de comprometimento da capacidade funcional, a serem realizados no âmbito de ILPI;

 Analisar o uso de TICs nas estratégias de cuidados em saúde bucal de idosos, com algum grau de comprometimento, em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI).

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4. MÉTODO

4.1 Desenho do Estudo

Trata-se de um estudo de intervenção, com abordagem qualitativa. 4.2 Local do estudo

O estudo foi realizado no município de Florianópolis (SC), na instituição de longa permanência para idoso (ILPI) SEOVE – Sociedade Espírita Obreiros da Vida Eterna, entidade privada sem fins lucrativos. 4.3 Participantes

Participaram do estudo vinte profissionais de enfermagem, cuidadores de idosos que trabalham na instituição. Adicionalmente, foram incluídas no estudo onze idosas residentes.

4.4 Critério de Inclusão

 Cuidadores – ser cuidador formal de idosos, profissional de enfermagem, com vínculo empregatício com a instituição SEOVE; conhecer como se operam recursos tecnológicos como celular e computador (e-mail); estar trabalhando na instituição ao longo de todo o período (intervenção e coleta de dados).

 Idoso – estar em condições físicas e cognitivas de participar do estudo e ter a imagem da sua boca (dentes, gengivas e próteses) registrada com uma câmera de celular.

4.5 Critérios de Exclusão

 Cuidador – estar em licença por qualquer motivo no momento da pesquisa.

 Idoso – possuir déficit cognitivo que impeça a compreensão da realização do estudo; estar em estado de saúde frágil ou hospitalizado no momento da pesquisa.

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4.6 Intervenção

4.6.1 ETAPA 1 – COLETA DE INFORMAÇÕES SOBRE A CONDIÇÃO DE SAÚDE GERAL E BUCAL DOS IDOSOS

A intervenção se deu inicialmente pelo preenchimento, pelos cuidadores, de um formulário (apêndice A) com informações sobre as condições de saúde geral e bucal e capacidade funcional do idoso. Neste momento, também foi solicitado que o cuidador registrasse a situação de saúde bucal do idoso (dentes, mucosas e próteses) com imagens tiradas com aparelho celular.

Os cuidadores receberam instruções sobre a tomada dessas imagens, que não deveriam conter a face do idoso, restringindo-se à cavidade bucal.

As informações, o formulário preenchido e as fotos foram enviadas aos pesquisadores por e-mail específico para uso na pesquisa (apêndice B).

4.6.2 ETAPA 2 – DESENVOLVIMENTO DO PLANO DE

CUIDADOS DIÁRIOS E HIGIENE BUCAL

A partir dessas informações, o pesquisador teve o intervalo de uma semana para elaborar um plano de cuidado específico para o idoso. O plano foi enviado ao cuidador também por e-mail. Desse momento até duas semanas seguintes, foi solicitado, ao cuidador, a implementação da rotina de cuidados conforme orientações recebidas.

Semanalmente, os profissionais foram contatados via telefone celular pela equipe de pesquisadores para acompanhamento da intervenção e retirada de dúvidas. Ficou disponível aos cuidadores o próprio e-mail e também uma linha telefônica para que as dúvidas fossem sanadas ao longo do tempo destinado à intervenção.

1.1 ETAPA 3 – COLETA DE DADOS QUALITATIVOS

Após um período de duas semanas contínuas de orientações à distância e implementação dos cuidados de saúde e higiene bucal, os profissionais foram entrevistados pessoalmente, fazendo uma análise sobre a experiência de implantação dos cuidados com apoio de TICs,

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especialmente em relação às dificuldades existentes e superadas, segundo um roteiro (apêndice C).

Os dados foram analisados por meio da técnica de Análise de Conteúdo de Bardin. A Análise de Conteúdo de Bardin é um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) dessas mensagens (BARDIN, 2011).

Seguindo o método, a análise textual é feita em três etapas: (a) a pré-análise, (b) a exploração do material e (c) o tratamento dos resultados, com inferência e interpretação.

4.7 Aspectos Éticos

Este estudo seguiu a Norma 466/2012, que tem como função implementar diretrizes regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina (CEP/UFSC), situado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Foi aprovado segundo parecer 2.280.861 (anexo A). Os sujeitos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (apêndices D e E).

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5. RESULTADOS

Participaram do estudo onze idosos, todas do sexo feminino, com idades entre 62 e 95 anos. A média de tempo de institucionalização foi de 6,5 anos. Dentre os cinco profissionais de enfermagem participantes, um possuía graduação em enfermagem e os outros quatro eram técnicos em enfermagem. A idade varia entre 40 e 47 anos. Três relataram trabalhar no cuidado de idosos desde a sua formação, contabilizando um tempo médio de 8 anos de atuação com este grupo.

Após análise das fotos e formulários, foram desenvolvidos planos de cuidados específicos para cada idoso participante. Esses protocolos de cuidado bucal continham explicações detalhadas sobre a higienização dos dentes, mucosa língua, lábios e próteses dentárias. Essas informações foram divididas em períodos, nos turnos: manhã, depois do almoço e antes de dormir. Os planos continham, ainda, todos os materiais que seriam utilizados, e foram aplicados por três semanas. Após este período, os profissionais envolvidos no processo foram entrevistados.

A partir da análise dos conteúdos das entrevistas, emergiram duas categorias e cinco subcategorias. As categorias foram: “as TICs como aliadas no cuidado a saúde bucal”, com as subcategorias “percepção sobre o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação” e “recebimento e aplicação dos planos de cuidado”; “práticas de cuidado à saúde bucal” com as subcategorias “realização das instruções de higiene bucal”, “características do cuidado a saúde bucal das idosas na instituição” e “atuação dos profissionais de enfermagem no cuidado a saúde bucal das idosas”. O quadro 1 apresenta os códigos e categorias revelados.

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Quadro 1: categorias, subcategorias e códigos

CATEGORIA SUBCATEGORIA AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO COMO ALIADAS NO CUIDADO A SAÚDE BUCAL DO IDOSO Percepção sobre o uso das Tecnologias

de Informação e comunicação

Recebimento e aplicação dos planos

de cuidados Realização das instruções de higiene bucal PRÁTICAS DE CUIDADO À SAÚDE BUCAL DO IDOSO

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Características do cuidado a saúde bucal das idosas na

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A atuação dos profissionais de enfermagem no cuidado a saúde bucal das idosas

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5.1 Percepção sobre o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação

Segundo os profissionais que estiveram envolvidos na tomada das fotos e no preenchimento dos formulários, com posterior envio via e-mail e aplicativo no celular, este processo se deu de maneira tranquila. Em suas falas, eles também demonstraram satisfação em ver as TICs trazendo benefícios:

Tudo hoje é tecnologia. Isso só traz benefícios. Eu acho este trabalho de extrema importância para o futuro do idoso. Eles têm dificuldade de ir. Quem sai daqui e vai ao consultório do dentista?

Na tirada das fotos, os profissionais tiveram dificuldades em relação à angulação da câmera e à aceitação por parte do idoso, porém alegaram não ter demorado na realização dessa atividade.

Nas fotos, tínhamos algumas dificuldades como: algumas idosas não abrirem a boca, da angulação do celular e o não conhecimento sobre fotografia. Na parte do envio do material, relataram a facilidade de se utilizar, neste processo, aplicativos de mensagem no celular, assim como e-mail. Relataram também que a tirada de dúvidas fluiu de forma eficaz, via aplicativo no celular, entre profissionais e pesquisadores.

5.2 Recebimento e aplicação dos Planos de Cuidados

Os planos foram recebidos pela enfermeira-chefe, via e-mail, que precisou adequá-los à instituição para que se tornassem efetivos; por conta própria, ela desenvolveu uma planilha.

Teve a adaptação dos planos à instituição. Se ficasse só no prontuário, não surtiria efeito. Os profissionais pegariam, fariam a evolução e pronto.

Segundo ela, após receber os planos, eles foram impressos e anexados aos prontuários das onze idosas.

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E como eu não poderia colar todas as folhas no banheiro, eu criei a planilha para facilitar a realização dos cuidados. Se não, ia se perder, se ficasse só no papel.

Para a construção da planilha, os planos recebidos foram adaptados de acordo com semelhanças entre a condição bucal das idosas, e os cuidados das participantes da pesquisa utilizados como base para os planos das demais idosas residentes da instituição. Assim, a planilha com os cuidados relativos a dentes, língua, mucosa, lábios e próteses contemplava as 26 idosas residentes. Impressa e plastificada, a planilha foi exposta no banheiro, em cima da pia, para que fosse de acesso de todos. Todos os cuidados foram explicados, individualmente, a cada profissional, assim como a cada idosa que realizava os cuidados por conta própria. Na parte das idosas dependentes, surgiram mais dúvidas ao longo da realização dos cuidados, devido à sua condição de saúde frágil.

5.3 Realização das instruções de higiene bucal

Segundo os profissionais entrevistados, as idosas independentes realizavam o cuidado sozinhas, sem supervisão ou orientação. Após a implementação dos planos de cuidados, foram usadas estratégias para que se acompanhassem mais de perto essas idosas:

Mudamos o lugar da escovação pra conseguir orientar mais de perto. Para elas criarem o hábito certo, e, quando se empoderarem deste conhecimento, elas possam fazer sozinhas [sic]. Em relação às acamadas, o cuidado já era realizado com mais atenção, porém, mudanças nas rotinas de cuidados aconteceram:

De manhã é hora de tirá-las da cama, da troca de fraldas, do banho, do café... Então tentamos encaixar a higiene bucal neste meio tempo. As de manhã a gente já faz a higiene no banho e já ficam prontas. Mas, mesmo assim, às vezes não se consegue fazer em todas.

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Todos os profissionais relataram sobre a mudança o uso do produto gluconato de clorexidina 0,12%, no lugar do enxaguante bucal à base de salicilato de metila 1g, mentol 2g e extrato eucalipto 30g que era utilizado anteriormente. Eles também mostraram entusiasmo ao saber da função terapêutica do produto, assim como todos os benefícios que trará as idosas, inclusive suspendendo as compras do enxaguante antes usado para passar a fornecer clorexidina 0,12%. Em relação aos outros materiais utilizados para os cuidados, a instituição já os possuía. Foi alegado que higiene bucal é uma deficiência na instituição, mas que a implantação do projeto dentro da instituição motivou toda a equipe.

5.4 Características do cuidado a saúde bucal das idosas na instituição

Dentre as idosas independentes, os profissionais relataram a importância de conversar e explicar tudo o que estava acontecendo, mostrando a elas que o procedimento estava sendo feito para a melhora em sua qualidade de vida. Assim, com calma, elas entendiam e os deixavam tirar as fotos:

[...] a partir do momento que você explica pra elas a importância do cuidado, elas acabam entendendo e aceitando, se sentem mais valorizadas e capacitadas.

O plano de cuidados foi explicado individualmente a cada uma. O local de higiene foi mudado para que as residentes, mesmo realizando a higiene sozinha, o fizessem da maneira adequada.

A gente tinha esse cuidado mais com as acamadas. As mais independentes faziam sozinhas, achávamos que elas realizavam do jeito certo.

Foram relatados satisfação e interesse por parte destas idosas à medida que a pesquisa evoluía.

À medida que você vai fazendo os cuidados com eles, vai virando rotina. Agora, chega o horário,

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eles vêm atrás da gente pedindo para fazer, então isso é muito legal.

As dificuldades surgiram mais por parte das acamadas, tanto na tirada das fotos, devido à dificuldade de conseguir fazê-las abrir a bocaquanto na realização da higiene pelo mesmo motivo. Então, esperava-se com calma pelo tempo da idosa e tentava-se outra vez mais tarde. Buscava-se realizar o máximo de vezes que se conseguisse no caso específico de três idosas acamadas mais resistentes.

5.5 A atuação dos profissionais de enfermagem no cuidado a saúde bucal das idosas

Foi alegado que o cuidado bucal já era realizado pela equipe de profissionais, mas que, com a entrada do plano de cuidados, o pocedimento passou a demandar mais tempo da equipe, o que gerou alguma resistência por parte dos profissionais.

Hoje nós estamos na fase de se adequar, principalmente os profissionais [sic].

Contudo, foi relatado o interesse em conseguir se adaptar à nova rotina e poder fazer os cuidados da melhor maneira possível. Os profissionais tiveram um bom entendimento do plano de cuidados e foi relatado que, quando alguma dúvida surgia, consultava-se a enfermeira coordenadora, que entrava em contato com os pesquisadores, solucionando a questão. A equipe foi unânime em relação à boa assistência dos pesquisadores, mesmo via telecomunicações, em relação à rotina de cuidados bucais. Ainda assim, os profissionais relatadram a necessidade de dentistas na casa para a realização de procedimentos. Por parte da enfermeira-chefe, ela enfatizou a importância do projeto no sentido de motivar e mostrar aos profissionais a relevância dos cuidados em saúde bucal, conscientizando-os sobre realizar as tarefas da melhor maneira, a fim de melhorar a saúde dos idosos.

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6. DISCUSSÃO

Os achados deste estudo corroboram com Unfer (2012), no qual cuidadores relataram dificuldades relacionadas à falta de tempo e de treinamento adequado para facilitar os cuidados, a outras prioridades no cuidado, à falta de interesse dos idosos capazes pelo autocuidado bucal e ao aumento das dificuldades quando o idoso tem algum tipo de comprometimento (físico ou mental). Frente aos dados do estudo citado e deste agora apresentado, é notável que o atendimento de idosos em ILPI exige uma abordagem multidisciplinar, pensando-se em ações que estimulem residentes e profissionais a perceber a importância deste cuidado.

Nesta mesma linha, reafirmando a importância do cuidador no processo de manutenção da saúde bucal frente ao decrescente funcionamento motor e cognitivo dos idosos ao longo do tempo, o estudo de Blinkhorn (2012) testou a inserção de protocolos de saúde bucal na rotina de um grupo de profissionais de enfermagem cuidadores de idosos institucionalizados, e obteve como resultado melhorias na saúde bucal dos residentes, bem como redução de placa, gengivite e profundidade de bolsas periodontais. Os protocolos foram aceitos de forma positiva na rotina diária e o conhecimento dos profissionais relacionado à saúde bucal aumentou. Os resultados presentes nesta pesquisa reafirmam a ideia de que as intervenções que procurem facilitar a rotina de cuidados e a vida desses idosos devem ser desenvolvidas.

Por meio deste estudo, percebeu-se o quão importante são ações educativas que motivem e gerem conhecimentos aos profissionais de enfermagem envolvidos no processo de cuidado bucal dos idosos. Neste mesmo contexto, Jordan et al. (2012) avaliaram os efeitos de uma ação educativa para enfermeiros e auxiliares na saúde bucal de um grupo de idosos institucionalizados. Como resultado, obteve-se o aumento nas competências dos profissionais, e a higiene dos residentes melhorou significativamente. Ainda, o treinamento possibilitou uma aproximação entre enfermeiros e dentistas, uma vez que os indicadores de necessidade de tratamento se aprimoraram no período da pesquisa. As TICs podem ser utilizadas na transmissão de conhecimento e apoio clínico para profissionais cuidadores que trabalham em ILPI, auxiliando na melhoria dos cuidados à saúde bucal dos residentes, assim como identificando elementos facilitadores para a promoção da saúde.

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Entretanto, a literatura afirma que as TICs não são amplamente utilizadas em ILPI, e, quando são, possuem limitações quanto ao uso, como treinamento deficiente para funcionários, dificuldades no acesso à

internet, falta de formação em informática, custos e competências. Em

relação aos residentes, percebeu-se que as barreiras incluem deficiências cognitivas e psicossociais. Há necessidade de treinamento para os profissionais envolvidos, para que se obtenha o máximo de aproveitamento da inserção das TICs nestes cuidados, assim como de estratégias a fim de orientar os idosos (ADEBAYO; DUREY; SLACK-SMITH, 2015).

Os recursos de internet também podem ser utilizados para simular praticamente qualquer situação que ocorra num contexto educacional, como aulas e palestras, sessões para tirar dúvidas, discussões de casos clínicos, avaliações, trabalhos em grupo, conversação telefônica, transmissão de vídeo e de áudio em tempo real ou sob demanda, entre outros (TANGOA, 2006). Essa área vem se tornando ainda mais atraente uma vez que a tecnologia avança e o uso de smartphones se populariza. Além disso, atualmente, estes aparelhos vêm equipados com câmeras digitais e aplicativos, que, combinados, se tornam uma ferramenta de qualidade. Esta abordagem ainda oferece praticidade e baixo custo, atingindo populações com altos níveis de necessidade e que não têm acesso aos cuidados (ESTAI et al, 2015).

Os resultados presentes neste estudo nos mostram que as TICs estão interligadas com as estratégias de facilitação do cuidado bucal, porém, para que a interação aconteça de maneira ideal, é necessário o aprimoramento no uso de TICs. Nessa linha, uma pesquisa com membros da Federação Australiana de Enfermagem foi aplicada a fim de identificar como se dava o uso das TICs pelos enfermeiros. A maioria dos entrevistados (83%) afirmou já utilizava computadores como ferramenta nas práticas de trabalho, porém quase metade relatou necessitar de mais treinamento e incentivo por parte dos seus empregadores. Os profissionais sugeriram a introdução de um curso capacitante padrão em TIC a fim de garantir seu máximo aproveitamento. Isso leva a pensar que a tecnologia implantada por si só, sem o conhecimento específico, se torna insuficiente para o sucesso no uso deste meio (ELEY et al., 2008).

Além das práticas de cuidado e do contexto educacional na odontologia, o uso das TICs cresce também na área de diagnóstico bucal, outro ponto que seria de grande contribuição à manutenção da saúde bucal de idosos em ILPI. O estudo de Queyroux et al. (2017)

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verificou a eficácia da teleodontologia nesse processo. Obteve-se, como resultado, que as avaliações feitas via TICs foram mais rápidas que os exames presenciais, com sensibilidade diagnóstica de quase 95% e a especificidade de 94%. Dessa forma, tem-se que a teleodontologia apresenta excelente precisão para diagnósticos de patologia dental, e que seu uso pode permitir que os exames para os idosos que vivem em ILPI sejam mais regulares e feitos com qualidade por profissionais dentistas, via remota. O estudo corrobora com os resultados desta pesquisa, que revelaram a necessidade do olhar do profissional dentista para além das práticas de cuidado.

Levando-se em conta os estudos vistos aqui, entende-se que o número de ILPI vem crescendo proporcionalmente com a necessidade de aprimoramento no cuidado a saúde bucal de idosos nessas condições. Estratégias que facilitem o cuidado à saúde bucal e, principalmente, que motivem estes cuidadores sobre a importância da saúde bucal na qualidade de vida do paciente são de suma importância. Esta pesquisa possui relevância pois procurou entender como se dá a implementação da TIC neste cuidado, suas lacunas e benefícios, gerando, assim, informação para que, futuramente, este meio possa trazer benefícios a todos os envolvidos neste processo.

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7. CONCLUSÃO

Os resultados deste estudo fornecem informações relevantes sobre a inserção das TICs nas práticas do cuidado à saúde bucal de idosos em ILPI, apontando alguns dos benefícios, bem como suas lacunas.

A contribuição dos resultados tem implicações para a prática odontológica, sobretudo para a atuação no âmbito de ILPI, mostrando a relevância do uso da tecnologia associado à educação nessa área, evidenciando os ganhos que a teleodontologia pode trazer na interação entre dentistas, profissionais da enfermagem e idosos.

Percebeu-se, também, com os resultados, a necessidade de novas estratégias nas práticas do cuidado, como a implementação de protocolos de cuidados. A aplicação dos planos pode facilitar a vida dos profissionais de enfermagem envolvidos neste processo, tanto para superar as barreiras na rotina de cuidados, quanto para a inserção de ações preventivas específicas. Sugere-se a realização de estudos no sentido de aprimorar o uso das TICs como ferramenta auxiliar para o cuidado à saúde bucal do idoso, bem como para avaliar seus impactos, tanto no trabalho dos profissionais de enfermagem, quanto na saúde bucal dos residentes em ILPI. Consequentemente, é interessante que se estude também a repercussão das novas estratégias na qualidade de vida dos idosos com capacidade funcional comprometida.

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REFERÊNCIAS

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Apêndice A – Formulário aos cuidadores referente às condições de saúde geral e bucal e capacidade funcional do idoso e instruções para as fotos

Data:

Nome (iniciais):

Sexo: ( ) masc ( ) fem Idade:

Há quanto tempo o idoso se encontra na instituição: Faz uso de próteses dentais: ( ) sim ( ) não ( ) não sei De que tipo ( ) fixas ( ) removíveis ( ) não sei

Possui implantes? ( ) sim ( ) não ( ) não sei

Realiza higiene bucal sozinho: ( ) sim ( ) não ( ) não sei Possui quantos dentes naturais? ____

Tem os lábios ressecados? ( ) sim ( ) não ( ) não sei Quantas vezes escova os dentes ao dia?

Usa escova elétrica? ( ) sim ( ) não ( ) não sei Usa pasta de dente? ( ) sim ( ) não ( ) não sei Usa fio dental? ( ) sim ( ) não ( ) não sei Quantas vezes limpa as próteses removíveis ao dia? Higieniza a língua? ( ) sim ( ) não ( ) não sei

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Capacidade Funcional Lawton

Sem ajuda: 3 Com ajuda parcial: 2 Não consegue: 1 1. O(a) sr(a) consegue usar o telefone?__

2. O(a) sr(a) consegue ir a locais distantes, usando algum transporte, sem necessidade de planejamentos especiais?__

3. O (a) sr(a) consegue fazer compras?__

4. O(a) sr(a) consegue preparar suas próprias refeições?__ 5. O(a) sr(a) consegue arrumar a casa?__

6. O(a) sr(a) consegue fazer trabalhos manuais domésticos, como pequenos reparos?__

7. O(a) sr(a) consegue lavar e passar sua roupa?__

8. O(a) sr(a) consegue tomar seus remédios na dose e horários corretos?__

9. O(a) sr(a) consegue cuidar de suas finanças?___ Total: _______ pontos

Quais são as maiores dificuldades para fazer a higiene bucal do idoso?

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- 01 Foto da cavidade bucal: De boca aberta de frente arcada inferior (dentes de baixo)

- 01 Foto da cavidade bucal: De boca aberta de frente arcada superior (dentes de cima)

- 01 foto do sorriso do idoso de frente

- Referência: Da ponta do nariz ao final do queixo (não aparecer os olhos, cabelo)

- Luminosidade: Foto em luz natural

- 02 Fotos de cada prótese removível fora da boca (uma da parte interna e uma da externa)

- Favor salvar o nome dos arquivos somente com as iniciais do nome do idoso.

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Apêndice B – Plano de cuidados; formulário preenchido referente às condições de saúde geral e bucal e capacidade funcional do idoso e fotos

Paciente DOT, 84 anos

Condição bucal

Com prótese parcial superior e aprox. 10 dentes naturais.

* Identificar os recipientes das próteses Plano de Cuidados

Quando fazer?

Ao acordar Depois do almoço Antes de dormir Como

fazer?

Dentes Escovação dos dentes, abranger as arcadas superior e inferior, os lados direito e esquerdo, e as partes interna e externa dos dentes. Escovação dos dentes, abranger as arcadas superior e inferior, os lados direito e esquerdo, e as partes interna e externa dos dentes.

Escovação dos dentes, abranger as arcadas superior e inferior, os lados direito e esquerdo, e as partes interna e externa dos dentes. Uso de fio dental entre todos os dentes da boca. Língua Higienização da língua, com escova dental, com movimentos de dentro para fora. Higienização da língua, com escova dental, com movimentos de dentro para fora. Higienização da língua, com escova dental, com movimentos de dentro para fora.

Próteses Com escova dental limpar todas as superfícies, com uso de creme dental ou sabão neutro. Com escova dental limpar todas as superfícies, com uso de creme dental ou sabão neutro.

Com escova dental limpar todas as superfícies, com uso de creme dental ou sabão neutro. Paciente retira as próteses para dormir. Limpeza das próteses com metal 1 copo de água + 1 colher de bicarbonato, ambas por 30 minutos.

Referências

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