Perlita grosseira Perlita fina Martensita Ferrita Cementita
Processos de Fabricação I
Aula 3 : Diagramas de transformações Isotérmicas
e TRC
Cinética de reações - Estado sólido
Apesar dos diagramas de fase não incluírem o fator tempo, as
transformações de fase são dependentes do mesmo. Ou seja o
tempo necessário para nuclear e crescer um novo arranjo no
interior do material
A dependência em relação ao
tempo da taxa de transformação é
conhecida
por
cinética
de
transformação
A formação de uma nova fase ou de um novo arranjo ordenado
de átomos ocorre por nucleação e crescimento
Cinética de reações - Estado sólido
Formação da perlita através do resfriamento da austenita
A transformação de uma fase em outra depende da difusão
atômica e do tempo
Cinética de reações - Estado sólido
Fr aç ão tr ansf ormada yO processo de transformação é geralmente verificado com um exame
ao microscópio ou da medição de alguma propriedade física e
plotados seguinte gráfico
onde, K e n são constantes independentes do tempo
Equação de Avrami y = 1 – exp(-kt
n)
Cinética de reações - Estado sólido
A temperatura é uma das variáveis do processo de tratamento
térmico sujeita a controle, e a mesma pode ter uma profunda
influência sobre a cinética de transformação
Tempo (min)
Curvas em forma de S para y em função do log t para a recristalização do cobre
Por cen tag em d e rec ris taliz aç ão
Cinética de reações - Estado sólido
Para a maioria das transformações de fase isotérmicas, a taxa
de reação r, varia exponencialmente com a temperatura
R - constante universal dos gases
T - temperatura absoluta
A - constante independe da temperatura
Q - energia de ativação da reação
Transformações multifásicas
As estruturas são mantidas em condições de equilíbrio somente
quando o resfriamento ou aquecimento é extremamente lento
–
tornando-se inviável
Aplica-se normalmente o resfriamento e aquecimento fora do
equilíbrio, no qual as transformações são deslocadas em
relação ao diagrama de fases, e são conhecidos por:
• Super-resfriamento
• Sobreaquecimento
Diagramas de transformações isotérmicas
Perlita
Considere a reação eutetóide abaixo, para o sistema Fe-Fe
3C
γ(0,76%p C) α(0,022%p C) + β(6,7%p C) resfriamento aquecimento
Com o resfriamento a austenita se transforma em ferrita e
cementita (perlita)
Nucleação e
crescimento de perlita
nos contornos de
Diagramas de transformações isotérmicas
Perlita
Curvas em S com a porcentagem de transformação em função
do tempo
Diagramas de transformações isotérmicas
Perlita
O diagrama de transformação
Isotérmica relaciona o tempo e
a temperatura
Válido somente para aço
eutetóide
t◦C
Diagramas de transformações isotérmicas
Perlita
(ou gráfico de transformação tempo temperatura - TTT)
Taxa de transformação controlada pela taxa de nucleação da perlita
Processo de transformação do ferro γ em perlita
Quanto menor o tempo maior a taxa de resfriamento
Fora do equilíbrio
Diagramas de transformações isotérmicas
Perlita
Para temperaturas logoabaixo do eutetóide é necessário tempos da ordem de 105 s 3 540 Preciso para transformações com temperaturas constantes ao longo da reação Fora do equilíbrio
Diagramas de transformações isotérmicas
Perlita
Micrografias eletrônicas
Perlita fina
Diagramas de transformações isotérmicas
Perlita
Curva real tratamento térmico isotérmico - ABCD Resfriamento muito rápido - AB Tratamento isotérmico - BCD Fora do equilíbrio 3,5 15 Início Fim
Logo abaixo da temperatura
eutetóide tem-se a perlita grosseira Com a diminuição da temperatura a difusão do C diminui e obtém-se a perlita fina
Diagramas de transformações isotérmicas
É obtida continuando com o resfriamento isotérmico
Como ocorre com a perlita, a
microestrutura da bainita consiste de ferrita e cementita
540
Entre 300 – 540◦ - bainita superior
Ripas finas e estreitas ou agulhas de ferrita separadas por partículas alongadas de cementita
De 200 - 300◦ - bainita inferior
Placas finas de ferrita e partículas estreitas de cementita
Bainita
Diagramas de transformações isotérmicas
Bainita
Micrografias eletrônicas
Bainita superior Bainita inferior
Diagramas de transformações isotérmicas
Cementita globulizada
Um aço perlítico ou bainítico aquecido abaixo de temperatura
eutetóide entre 18 e 24h se transformará em Cementita
globulizada
No lugar das lamelas alternadas de ferrita e cementita, o
carbeto de ferro aparece de forma esférica
1000x 700◦C
Diagramas de transformações isotérmicas
Martensita
É obtida com o resfriamento rápido (têmpera), esta estrutura
não se encontra em equilíbrio
O rápido resfriamento evita a difusão do carbono, e caso tenha
alguma difusão resultará nas formação de fases ferrita e
cementita
A austenita CFC se transforma na martensita
TCC (tetragonal de corpo centrado)
Não é uma transformação exclusiva
do sistema ferro-carbono
Diagramas de transformações isotérmicas
Martensita
A taxa de transformação da martensita é independente do
tempo
Martensita
em ripas (ou maciça)
Martensita
Lenticular (ou placas)
Diagramas de transformações isotérmicas
Martensita
Como a taxa de transformação da martensita é independente do tempo, a sua transformação não aparece no
diagrama de fases Fe-Fe3C
As temperaturas nos quais as linhas estão localizadas variam conforme a composição da liga, e devem ser baixas para evitar a difusão do C
M(0%) M(50%) M(90%) Estável In st áv el Perlita Bainita 540◦C Transformação atérmica Aço ao carbono 727
Diagramas de transformações isotérmicas
Martensita
Os elementos de liga (ex.: Cr, Ni, Mo e W) podem criar 2 joelhos no diagrama de transformação isotérmica
Esses deslocamentos aumentam o tempo da transformação da perlita e da bainita
Aços comum carbono -> principal elemento de liga C
Aços liga -> contém concentrações apreciáveis de elementos de liga (Cr, Ni, Mo e W Fase perlítica Fase bainítica Estável Instável Aço liga 727
Diagramas de transformações - resfriamento contínuo
Os tratamento isotérmicos não são práticos pois é necessário o resfriamento rápido e a manutenção da temperatura acima da eutetóide
A maioria dos tratamentos térmicos ocorre de maneira contínua até a temperatura ambiente
O diagrama de temperatura isotérmico só é válido para condições de temperaturas constantes
Para condições onde a temperatura se altera constantemente aplica-se os diagramas de resfriamento contínuo - TRC
Aço ao carbono eutetóide 727
Diagramas de transformações - resfriamento contínuo
Diagramas de resfriamento contínuo - TRC, para esta situação o tempo da reação inicial e final são retardados
Para a microestrutura martensita, pode-se aplicar tanto o diagrama de transformação isotérmico ou o TRC
Aço ao carbono eutetóide
As curvas isotérmicas são deslocadas para tempos mais longos e temperaturas menores
Temos duas curvas sobrepostas uma com taxa de resfriamento moderadamente rápida e outra lenta
Início da transformação após o período de tempo correspondente a intersecção da curva de resfriamento com a curva de reação e término da mesma maneira com as suas respectivas curvas
Diagramas de transformações - resfriamento contínuo
Aço ao carbono eutetóide
Início
Término 727
Taxa de têmpera crítica -> taxa de temperatura
mínima para produzir uma estrutura
totalmente martensítica
Diagramas de transformações - resfriamento contínuo
Aço ao carbono eutetóide 727
Desloca o joelho de início da perlita Para taxas maiores que a crítica temos apenas martensita
Para baixas taxas de resfriamento teremos 100% perlita
O carbono e outros elementos de liga também deslocam o joelho da perlita e da bainita para tempos mais longos, reduzindo a taxa de resfriamento crítica
Ou seja a razão da inclusão de elementos de liga tem como objetivo facilitar a formação da martensita e seções retas espessas
Diagramas de transformações - resfriamento contínuo
Aço liga - ABNT 4340 727
início da perlita deslocado Bainita
A taxa de resfriamento crítica é diminuída pela presença do
carbono, e ligas de Fe-Fe
3C com 0,25%p C não são utilizadas
para a obtenção da martensita devido a necessidade de taxas
de têmpera muito rápidas para serem aplicadas na prática
Basicamente os diagramas de transformação isotérmicos e TRC
são de certa forma diagramas de fase com a introdução do
tempo
E os mesmos permitem prever a microestrutura após um dado
intervalo de tempo
Perlita
É o microconstituinte formado pela cementita (dura e frágil) e a ferrita (mole e dúctil)
Melhora das seguintes características mecânicas
Aumentando-se a fração da Fe3C, teremos um aço mais duro e resistente
Comportamento mecânico - ligas Fe-Fe
3C
0,76 Lrt
Le Dureza
Perlita
Com o aumento da dureza e da resistência mecânica temos uma redução na ductilidade e da tenacidade
Ductilidade reduzida com o aumento da %p C
Impacto
Δl
Comportamento mecânico - ligas Fe-Fe
3C
Perlita
Perlita fina
mais resistente e dura e menos dúctil
Perlita grosseira Maior ducilidade
A perlita fina é mais resistente devido a maior área de contornos de fase por unidade de volume de material
Aços esferoidizados extremamente dúcteis
Bainita
Os aços bainíticos são mais resistentes e duros que os
perlíticos, e possuem uma boa ductibilidade
Comportamento mecânico - ligas Fe-Fe
3C
Eles apresentam uma estrutura mais fina que a perlita
Martensita
É a microestrutura mais dura e resistente das ligas de aço (frágil)
Solução sólida supersaturada de carbono (não se forma por difusão)
Forma de agulhas e possui a estrutura TCC
Peças grandes podem trincar devido as tensões Internas
Suas propriedades são devido a capacidade dos átomos de carbono intersticiais restringirem os movimentos das discordâncias
Comportamento mecânico - ligas Fe-Fe
3C
Martensita revenida
A martensita é externamente dura e não pode ser utilizada na maiorias das aplicações
O tratamento de revenimento reduz as tensões internas e aprimoram a ductilidade e a tenacidade, com o aquecimento do aço martensítico abaixo da temperatura eutetóide durante um dado tempo Normalmente de 200-600◦C
A martensita revinida é obtida pela difusão
Comportamento mecânico - ligas Fe-Fe
3C
Martensita TCC, monofásica
Martensita revenida
(fase α + Fe3C)
Martensita Revenida
Fases α + Fe
3C (cementita)
AUSTENITA
Ferro γ (configuração CFC)
Perlita
(α + Fe
3C) + uma
fase próeutetóide
Bainita
(fases α + Fe
3C)
Martensita
(fase TCC) Resfriamento lento Resfriamento moderado Resfriamento rápido (têmpera) reaquecimentoPossíveis transformações envolvendo a decomposição da austenita
Bibliografia utilizada:
CALISTER, W. D. Fundamentos da Ciência e Engenharia de Materiais. 2ª edição. LTC, 2006. ISBN: 978-85-2161-515-6.
COLPAERT, H. Metalografia dos produtos siderúrgicos comuns. 4ª ed São Paulo: Edgard Blücher, 2008.
CHIAVERINI, Vicente. Aços e ferros fundidos: características gerais, tratamentos térmicos, principais tipos. 7 ed. São Paulo: Associação Brasileira de Metalurgia e Metais, 1998.