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Diane Mota Mello Freire

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Academic year: 2021

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A INTERNET NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES ALFABETIZADORES.

DIANE MOTA MELLO FREIRE Mestranda em educação e Currículo. Orientador: Prof. Dr. Fernando Almeida Resumo

Existe a preocupação em melhorar a qualidade da educação, principalmente a fim de minimizar o analfabetismo, com implementação de Programas de Formação de Professores Alfabetizadores e com a instalação laboratórios de informática nas escolas. Assim de fato é necessário que os professores saibam interagir com informática e articule ao processo ensino-aprendizagem. Entretanto, a metodologia do programa de formação não insere a utilização da informática e/ou Internet, nem direcionada a formação do professor tampouco no processo de alfabetização direcionada ao aluno. O presente projeto de pesquisa tem como proposta investigar como a Internet pode contribuir no processo de alfabetização, através de análises baseadas em teorias semiótica e construtivistas de aprendizagem de sites educativos e buscar formas de incentivar os professores alfabetizadores a utilizarem Internet como recurso pedagógico no processo de alfabetização.

Palavras Chaves: Alfabetização, Internet e Formação de professores.

1.Introdução

A escolha do tema de pesquisa surgiu a partir das experiências por mim vivenciadas, durante a participação do Programa de Formação de Professores PEC – Municípios, em 2004, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, em que desenvolvi o Trabalho de Conclusão na área de alfabetização e formação de professores, em seguida, na especialização, em 2006, apresentei um projeto de curso de informática educacional para o Ensino fundamental - Ciclo I com metodologias da educação a distância.

Também, em 2006, integrei a equipe do Núcleo Regional de Tecnologias Educacionais (NRTE) de Mogi das Cruzes, exercendo a função de Assistente Técnico Pedagógico na área de Tecnologias Educacionais, contribuindo com orientações e capacitações de professores para uso de tecnologias no processo ensino-aprendizagem nas escolas estaduais.

Ao mesmo tempo, participei do curso de Formação de Professores Alfabetizadores – Letra e Vida, em 2007, surpreendentemente constatei a ausência de metodologias envolvendo o uso da informática e/ou Internet no processo de formação do alfabetizador. A alfabetização

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e informática são temas que, ao meu ver, possuem relevância na sociedade contemporânea, a ausência desta articulação foi um tanto decepcionante.

Atualmente, integro o quadro da Oficina Pedagógica, da Diretoria Regional de Ensino de Mogi das Cruzes, como Bolsista Mestrado pela Secretaria Estadual de Educação de São Paulo, em que auxilio a responsável da Oficina e a supervisão no acompanhamento do Projeto Ler e Escrever, implantado por esta Secretaria em todas as escolas de Ciclo I da rede estadual. Em virtude deste contato aproximado com professores alfabetizadores, a reflexão sobre a fundamental importância do processo de alfabetização, tornou-se aguçada.

2. Referencial Teórico

2.1 Contexto da Alfabetização

A Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo (SEESP), empenha-se para melhorar a qualidade da educação, principalmente a fim de minimizar o analfabetismo, implementando Programas de Formação de Professores Alfabetizadores, os mais recentes são: • Programa de Professores Alfabetizadores - Letra e Vida, iniciado em 2003, um dos objetivos deste programa, por exemplo, é “contribuir para uma mudança de paradigma no que se refere à didática da alfabetização quanto à metodologia de formação de professores” 1;

Ler e Escrever: atualmente em desenvolvimento nas escolas, iniciado em 2007 nas escolas da capital paulista, estendido para toda rede no ano de 2008.

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), sempre houve demanda para os programas de alfabetização, o que faltou muitas vezes foram programas de qualidade, claramente delineados para seus diferentes perfis, e com o nível de profissionalização que se espera de qualquer atividade.

De acordo com este Instituto, os programas que tenham como foco minimizar o analfabetismo deve priorizar a qualificação dos alfabetizadores que se constitui um elemento central para o seu sucesso. O descuido neste aspecto proporciona o fracasso de boa parte dos programas de alfabetização que marcam a história do país.

Enquanto enfrentamos o desafio de alfabetizar 16 milhões de analfabetos, o próprio conceito de alfabetizado sofre alterações ao passar dos anos. O Instituto Brasileiro de

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Geografia e Estatística (IBGE) nas suas estatísticas considera alfabetizada a “pessoa capaz de ler e escrever pelo menos um bilhete simples no idioma que conhece”, adotamos, assim, o

conceito de analfabeto funcional, incluindo todas as pessoas com menos de quatro séries de estudos concluídas. Com este critério, mais adequado à realidade do mundo contemporâneo, o número de analfabetos aumenta para mais de 30 milhões, considerando a população de 15 anos ou mais.

O melhor “remédio” para o analfabetismo é assegurar escola para todos na idade regular. Porém, se essa escola não for de qualidade, os analfabetos funcionais continuarão a existir, que apesar de ficarem até oito anos na escola, não conseguem avançar além das séries iniciais.

2.2. Possibilidades de Integração entre Alfabetização e Internet2

Para se desenvolver habilidades de leitura e escrita se faz necessário incluir atividades que sejam significativas e que estejam presentes na sociedade contemporânea, a Internet, por exemplo, pode ser utilizada, no espaço escolar para o acesso à informação, à cultura e ao lazer.

Como nos afirma Abramowicz (2006), existe uma tendência de ruptura de fronteiras culturais e disciplinares no currículo, que aponta para a transversalidade e o multiculturalismo, como conseqüência aparecem temas contemporâneos que precisam integrar-se ao currículo, como, por exemplo, as novas tecnologias.

A construção do currículo escolar não pode ficar alheia a estas transformações, encontrar formas de utilização destes recursos, é um dos caminhos para haver compatibilidade com nossos objetivos de democracia, igualdade e justiça social.

Segundo Tajra (2007), é essencial que o professor se aproprie da tecnologia para proporcionar formas mais interativas para o aprendizado do aluno, aproximando e despertando interesse à aprendizagem.

Ou seja, para que a Internet faça parte do processo de alfabetização, é necessário que os professores se apropriem e saibam interagir com ela para que possibilitem a interação de seus alunos, utilizando-a como metodologia de ensino no processo de alfabetização.

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A Internet é um imenso sistema de redes gateways e de computadores permanentemente interligados entre si a nível mundial e que funcionam como emissores e receptores de informação (...).Disponível em http://www.knoow.net/ciencinformtelec/informatica/internet.htm#vermais. Acessado em 10/10/2008

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A princípio o professor foi o transmissor de informações, atualmente se observarmos o conceito de Internet, podemos perceber que ela possibilita a comunicação e a troca de informação. Com efeito, muda-se o papel do professor, de transmissor para mediador entre informação e conhecimento.

A Internet, atualmente, tornou-se de fundamental importância para o desenvolvimento da sociedade. Segundo Os Indicadores de Qualidade de Educação 3, as escolas precisam se

equipar, possibilitando que todos estudantes tenham acesso a computadores e Internet e que participem de projetos educativos utilizando a informática, principalmente os que envolvem leitura e escrita.

“Pesquisas realizadas em universidades brasileiras sinalizam que as novas tecnologias digitais podem se constituir em ferramentas importantes para o desenvolvimento de

processos construtivos de aprendizagem, para a criação de novos espaços de aprendizagem, ampliação de contextos e maior incentivo aos processos cooperativos de produção de conhecimento” (MORAES, 2002).

Observa-se, então, a necessidade de uma formação continuada de professores, para que desenvolvam competências para utilizar a Internet como recurso de ensino, o que permitirá o acesso à informação auxiliando o desenvolvimento de pesquisas, resolução de problemas e transformando a informação em conhecimento. Nesse momento a Internet mostrou-se uma ferramenta de grande potencial, podendo ser um elemento motivador para as crianças se interessarem pela aprendizagem e serem alfabetizadas em um contexto significativo e atual.

“A informática, a cada dia, apresentará novos e poderosos recursos, programas cada vez mais atraentes visualmente e os colocará à disposição da educação. Assim, são necessárias, ao professor, formação específica e consciência crítica para o uso dessa tecnologia com seus alunos”. (LEITE E D’ESTEFANO, 2006: 12).

Além disso, uma iniciativa que considero significativa, foi a implantação de laboratórios de informática nas escolas de ciclo I do ensino fundamental, em 2005, pela Secretaria de Estado da Educação de São Paulo. Esta iniciativa foi necessária e oportuna ao

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contexto da atualidade, pois indivíduos que nunca tiveram contato com a Internet, podem agora fazê-lo em horário de aula nas escolas, mas isto tornou-se um desafio para o professor, pois muitos não sabem utilizá-la e sem capacitação adequada, não atingiremos seu potencial de utilização.

Através de pesquisa realizada em uma escola que já utiliza informática na alfabetização, Leite e D’Estefano constaram existir: “desvinculação das atividades realizadas

na sala de informática com o conteúdo trabalhado em sala de aula e na concepção de escrita subjacente a essas atividades” (2006:10) sinalizando a importância de se incluir esta

metodologia na formação de professores.

Certamente, a articulação entre o processo de alfabetização e o uso da Internet, pode contribuir facilitar e motivar a aprendizagem, possibilitar novas formas de interação com textos escritos, estimular o desenvolvimento da escrita das crianças. Além disso, incentivar a compreensão pelos de que as tecnologias fazem parte do cotidiano de toda a sociedade e que a escola tem o papel de inserir recursos tecnológicos para auxiliar no aprendizado do aluno.

Espera-se assim que a escola não fique desvinculada da realidade da sociedade, contribuindo para a formação de crianças preparadas para uma participação efetiva na construção de uma sociedade democrática e solidária.

“Numa perspectiva emancipadora da educação, a tecnologia contribui muito pouco para a emancipação dos excluídos se não for associada ao exercício da cidadania”. (GADOTTI, 2000:8).

2.3 Contextualização da pesquisa e exposição do problema

Se for considerado o conceito de alfabetizado adotado nos últimos anos pelo IBGE, citado no capítulo 2.1, temos o analfabeto funcional, uma outra parte da população que apresenta dificuldade na leitura e escrita, no município de Mogi das Cruzes esta taxa é de 17,1 ou seja, 40.339 de jovens e adultos que freqüentaram a escola, foram alfabetizados, mas não conseguem fazer uso da língua escrita.

Atualmente os professores da rede pública estadual paulista estão sendo capacitados através do Programa de Formação de Professores Alfabetizadores – Letra e Vida. Além disso foram instalados laboratórios de informática nas escolas de ciclo I na rede estadual. No município de Mogi das Cruzes, temos 43 escolas que atendem o ciclo I do Ensino Fundamental, 86,4% possuem Sala Ambiente de Informática e 77,3 % possuem acesso à

Internet neste ambiente. Os laboratórios possuem 5 ou 10 computadores, sendo distribuídos

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Entretanto, a metodologia do Programa não insere a utilização da Internet, nem direcionada ao professor durante a formação tampouco no processo de alfabetização direcionada ao aluno.

4. Objetivos

Faz-se necessário estudo sobre as contribuições que a Internet pode oferecer ao processo de alfabetização.

Analisaremos em primeiro lugar como a Internet pode contribuir com o processo de alfabetização. Em seguida, considerando que o professor é o articulador da prática, buscaremos formas de incentivá-los a utilizarem Internet como recurso pedagógico no processo de alfabetização.

5. Metodologia

Como os objetivos desta pesquisa é analisar como a Internet poderia contribuir no processo de alfabetização, realizaremos:

• levantamento de sites educativos considerados infantis;

• análise do conteúdo disponível nestes sites. Esta análise será baseada na teoria semiótica, para revelar a relação existente entre os símbolos (ícones dos sites) com os conteúdos de aprendizagem que permitem a interação com o alfabetizando.

• classificação dos sites:

- elaborando categorias para análise de forma indutiva ou dedutiva; - de acordo com a teoria construtivista de aprendizagem da alfabetização; - observando formas de interação oferecida pelos sites ao alfabetizando (aluno);

O objetivo desta análise é classificar sites educativos que contribuem com o processo de alfabetização. Após esta análise e classificação dos conteúdos, realizaremos atividades de alfabetização, utilizando o laboratório de informática de uma escola estadual do município de Mogi das Cruzes, com professores alfabetizadores e alunos. Realizaremos observação durante a aplicação de atividades, relacionadas aos conteúdos disponibilizados pelo site, das formas de interpretação e interação do conteúdo dos sites pelos alunos e professores. O tratamento dado às informações coletadas será qualitativo.

Posteriormente confrontaremos os dados obtidos pela análise realizada com a aplicação de atividades na prática. Ao realizar este confronto , será possível sugerir estratégias de atividades para contribuir com o processo de alfabetização e com a formação do professor alfabetizador para que saibam como utilizar de forma adequada e produtiva sites educativos, tendo como base os princípios

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de aprendizagem construtiva e autônoma.

5.1 Alguns sites educativos: http://www.duende.com.br/ http://www.divertudo.com.br/ http://www.iguinho.com.br/ http://www.turmadamonica.com.br/ http://www.plenarinho.gov.br/ecologia http://www.smartkids.com.br http:// www.chapeco.sc.gov.br http://www.canalkids.com.br http://www.qdivertido.com.br http://www.estadinho.com.br http://www.iguinho.com.br http://www.metaforas.com.br http://meninomaluquinho.educacional.com.br/ http://www.ecokids.com.br/ http://www.ibama.com.br http://www.lixo.com.br http://www.butantan.gov.br http://www.zoologico.sp.gov.br 6. Considerações Finais

Por todas as idéias apresentadas, possivelmente, colaboraremos para a formação de professores alfabetizadores a utilizarem sites educativos na alfabetização infantil, tornando o aprendizado mais significativo.

A escola não ficará desvinculada da realidade social do indivíduo, e a construção do conhecimento dar-se-á de forma mais autônoma e prazerosa.

Segundo Freire (1996), o professor e a escola têm o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos, sobretudo os das classes mais populares, chegam a ela, saberes construídos na prática comunitária, deve, também, existir na escola espaço para discussão da razão de ser de alguns saberes, que fazem parte da realidade em relação ao ensino dos conteúdos.

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O que poderia propiciar uma mudança na maneira do professor compreender a sua prática, aprimorar o processo de ensino-aprendizagem e assumir uma nova postura como educador.

7. Referências Bibliográficas

ABRAMOWICZ, Mere [et al]. Currículo e Avaliação: uma articulação necessária – textos e

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LEITE, S. A. S. ; D’ESTEFANO, C. B. F. . A informática no processo de alfabetização escolar: um, estudo de caso. Práxis Educativa, v. 1, p. 17-39, 2006.

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Referências

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