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Impactos da geração fotovoltaica distribuída em uma rede de distribuição

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(1)

DEPARTAMENTO ACADˆ

EMICO DE ELETROT´

ECNICA

CURSO DE ENGENHARIA EL´

ETRICA - ELETROT ´

ECNICA

PABLO UBIRATAN PEREIRA MACEDO

IMPACTOS DA GERA ¸

C ˜

AO FOTOVOLTAICA DISTRIBU´

IDA

EM UMA REDE DE DISTRIBUI ¸

C ˜

AO

TRABALHO DE CONCLUS ˜

AO DE CURSO

CURITIBA

2018

(2)

IMPACTOS DA GERA ¸

C ˜

AO FOTOVOLTAICA DISTRIBU´

IDA

EM UMA REDE DE DISTRIBUI ¸

C ˜

AO

Trabalho de Conclus˜ao de Curso apresentado `a disciplina de TCC 2, do Curso de Engenharia El´etrica - Eletrot´ecnica do Departamento Acadˆemico de Eletrot´ecnica (DAELT) da Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a, como requisito parcial para a obten¸c˜ao do t´ıtulo de Engenheiro Eletricista.

Orientador: Prof. Dr. Raphael Augusto De Souza Benedito

CURITIBA

2018

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A folha de aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso de Engenharia Elétrica

IMPACTOS DA GERAÇÃO FOTOVOLTAICA DISTRIBUÍDA

EM UMA REDE DE DISTRIBUIÇÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação foi julgado e aprovado como requisito parcial para a obtenção do Título de Engenheiro Eletricista, do curso de Engenharia Elétrica do Departamento Acadêmico de Eletrotécnica (DAELT) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Curitiba, 20 de novembro de 2018.

____________________________________ Prof. Antonio Carlos Pinho

Coordenador de Curso Engenharia Elétrica

____________________________________ Profa. Annemarlen Gehrke Castagna, Mestre Responsável pelos Trabalhos de Conclusão de Curso

de Engenharia Elétrica do DAELT

ORIENTAÇÃO BANCA EXAMINADORA

______________________________________ Raphael Augusto de Souza Benedito, Dr. Universidade Tecnológica Federal do Paraná Orientador

_____________________________________ Raphael Augusto de Souza Benedito, Dr. Universidade Tecnológica Federal do Paraná

_____________________________________ Ulisses Chemim Netto, Dr.

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

_____________________________________ Érico Gurski, Eng

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A Deus por ter me dado sa´ude e for¸ca para superar as dificuldades. Agrade¸co a minha esposa Arianna Ramos pelo companheirismo e incentivo que me deu ao longo desses ´ultimos semestres na Universidade.

Agrade¸co a minha m˜ae Rosicler, hero´ına que me deu apoio, incentivo para sair de casa e vir morar em Curitiba para cursar Engenharia. Obrigado aos meus irm˜aos Fernando, Willian e Daniel, que nos momentos de minha ausˆencia dedicados estudo superior, sempre fizeram entender que o futuro ´e feito a partir da constante dedica¸c˜ao no presente!

Ao professor Dr. Raphael Augusto de Souza Benedito, por me acolher como orientado, apoiando e direcionando a constru¸c˜ao deste trabalho, concedendo grande parte de seu tempo, aconselhando-me com muita disposi¸c˜ao e paciˆencia.

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MACEDO, Pablo. Impactos Da Gera¸c˜ao Fotovoltaica Distribu´ıda Em Uma Rede De Distribui¸c˜ao. 2018. 103 f. Trabalho de Conclus˜ao de Curso – Curso de Engenharia El´etrica - Eletrot´ecnica, Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a. Curitiba, 2018.

O uso de geradores fotovoltaicos (FV) conectados ao sistema de distribui¸c˜ao de energia el´etrica tem apresentado um crescimentos com taxas m´edias de 30% ao ano. Ainda que no Brasil a participa¸c˜ao dessa matriz energ´etica seja baixa quando comparada com ou-tras matrizes tais como hidroel´etrica, a previs˜ao ´e que a participa¸c˜ao da energia solar fotovoltaica aumente a taxas de 358% do ano de 2017 para 2018. Associado a isso existe a necessidade de se conhecer os efeitos que a massiva implanta¸c˜ao gera¸c˜ao fotovoltaica ter´a nas redes de distribui¸c˜ao, com o prop´osito mitigar ou prevenir problemas futuros, visando a uma opera¸c˜ao normal e segura.Este trabalho aborda o estudo de impactos da gera¸c˜ao fotovoltaica sobre uma rede de distribui¸c˜ao de dom´ınio p´ublico do EPRI. Foram utilizados os mesmos crit´erios das concession´arias de energia brasileiras adotam, em termos de potˆencia permitida, conex˜ao com a rede de distribui¸c˜ao, para modificar a rede de distribui¸c˜ao original e formar cen´arios distintos, com diferentes n´ıveis de penetra¸c˜ao fotovoltaica. Durante as simula¸c˜oes foram considerados geradores FV distribu´ıdos de acordo com as cargas do modelo escolhido. Utilizando perfil de consumo e gera¸c˜ao, foram considerados abordagens com varia¸c˜ao temporal o perfil de carga, com caracter´ıstica de regi˜ao residencial e irradiˆancia solar, com caracter´ıstica de dia ensolarado sem nuvens. O programa escolhido para as simula¸c˜oes foi o OpenDSS e as simula¸c˜oes foram executadas no modo daily com intervalos de tempo de 15min. Para cada cen´ario de penetra¸c˜ao FV, foi feita uma simula¸c˜ao ao longo do dia. Em seguida foi feita a an´alise dos efeitos que o incremento da penetra¸c˜ao fotovoltaica teve no modelo de distribui¸c˜ao utilizado.

(7)

MACEDO, Pablo. Impacts Of Distributed Photovoltaic Generation In A Distri-bution Network. 2018. 103 f. Trabalho de Conclus˜ao de Curso – Curso de Engenharia El´etrica - Eletrot´ecnica, Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a. Curitiba, 2018.

The use of photovoltaic (PV) generators connected to the power distribution network has grown in avegege 30% a year on the globe. Although in Brazil the solar energy participation is still low, comparing with hydropower for instance, it increased 358% from 2017 and 2018. Therefore; there is a need to know the impacts of high PV penetration on the distribution grid, in order to create solutions and technology to avoid undesired impacts that high PV penetration will have on the grid in terms of energy’s quality.This work addresses the study of distributed photovoltaic generation on a public domain distribution network of EPRI. It was used the same requirements of Brazilian power utilities to model the original distribution network into different scenarios with different PV penetration levels.The PV systems were distributed on the same buses than the loads. The profile for consumption used on the simulation has residential characteristic, and the solar irradiance has an sunny day and without clouds, profile. The software chosen to run the simulations was OpenDSS (an open souce software). All the simulation were ran on the daily mode with time intervals of 15min, for each PV penetration scenario. Then, it was made an analysis of the results, showing the impacts that PV penetration increase has on the distribution network.

(8)

Figura 1 – Consumo mundial de energia separado por matriz energ´etica (gigawatts) 17

Figura 2 – C´elula fotovoltaica . . . 26

Figura 3 – Princ´ıpio da convers˜ao fotovoltaica em um semicondutor tipo n-p. Na ilustra¸c˜ao a potˆencia gerada est´a sendo dissipada na carga resistiva R. 26 Figura 4 – Componentes de um m´odulo fotovoltaico . . . 28

Figura 5 – Planta fotovoltaica de 10 MW . . . 29

Figura 6 – Esquema el´etrico simplificado de uma c´elula solar. . . 29

Figura 7 – Rela¸c˜oes de Tens˜ao-Corrente e Potˆencia-Tens˜ao caracter´ısticas de uma c´elula solar de Si. . . 31

Figura 8 – Rela¸c˜oes Potˆencia-Tens˜ao caracter´ısticas de uma c´elula solar de Si. . . 32

Figura 9 – Influˆencia da radia¸c˜ao solar e temperatura nas caracter´ısticas da curva I-V de uma c´elula fotovoltaica. . . 34

Figura 10 – Conex˜ao em s´erie e paralelo de dois pain´eis solares idˆenticos. (a) Conex˜ao em paralelo.(b) Conex˜ao em s´erie. . . 34

Figura 11 – Esquema de conex˜ao de m´odulos fotovoltaicos. . . 35

Figura 12 – Inversor string conectado em apenas uma string de m´odulos fotovoltaicos. 42 Figura 13 – Esquema de inversor string com conex˜ao de m´ultiplas strings na mesma entrada do inversor . . . 42

Figura 14 – Esquema de inversor string onde conex˜ao de diferentes strings ´e feita em inversores distintos. . . 43

Figura 15 – Esquema de duas strings, cada uma conectada em uma entrada MPPT de um inversor multi-string. . . 44

Figura 16 – Liga¸c˜ao de um gerador `a rede de distribui¸c˜ao de baixa tens˜ao atrav´es de um inversor. . . 48

Figura 17 – Equivalente de Th´evenin da subesta¸c˜ao no OpenDSS . . . 54

Figura 18 – Equivalente el´etrico de uma fase de um transformador . . . 55

Figura 19 – Diagrama do modelos do sistema fotovoltaico no OpenDSS . . . 61

Figura 20 – Curvas de irradia¸c˜ao e temperatura, utilizadas para caracterizar um modelo de sistema fotovoltaico. . . 63

(9)

rizar um modelo de sistema fotovoltaico. . . 64 Figura 22 – Diagrama unifilar do sistema de teste IEEE 33 barras. . . 66 Figura 23 – Redu¸c˜ao da potˆencia entregue pela subesta¸c˜ao, de acordo com o aumento

do n´ıvel de penetra¸c˜ao fotovoltaica . . . 70 Figura 27 – Tens˜ao ao longo dos barramentos, para hor´ario de gera¸c˜ao FV m´axima

em todos os cen´arios. . . 70 Figura 24 – Regi˜ao em vermelho representa a ´area do sistema onde come¸cam haver

tens˜oes abaixo de 0,95pu, para o carregamento utilizado . . . 71 Figura 25 – Tens˜ao ao longo do dia nos barramentos Barra28 e Barra09. . . 71 Figura 26 – Tens˜ao ao longo do dia nos barramentos Barra18 e Barra33, os mais

distantes da subesta¸c˜ao. . . 72 Figura 28 – Perdas nas linhas para per´ıodo de um dia para diferentes n´ıveis de

penetra¸c˜ao FV. . . 73 Figura 29 – Energia total dissipada nas linhas de distribui¸c˜ao ao longo da simula¸c˜ao

di´aria para diferentes cen´arios de penetra¸c˜ao FV. . . 73 Figura 30 – Distribui¸c˜ao das cargas existentes no sistema original . . . 76 Figura 31 – Modelo de rede de distribui¸c˜ao a ser utilizado Ckt5 publicado pelo EPRI. 76 Figura 32 – Perfil de consumo de cargas residenciais usado na simula¸c˜ao . . . 77 Figura 33 – Perfil de consumo de cargas comerciais de m´edio porte usado na simula¸c˜ao 77 Figura 34 – Perfil de consumo de cargas comerciais de pequeno porte usado na

simula¸c˜ao . . . 78 Figura 35 – Perfil de irradiˆancia solar para um dia ensolarado e um dia com nuvens,

no mˆes de mar¸co no hemisf´erio norte . . . 78 Figura 36 – Comportamento da corrente e tens˜ao fornecida pelo painel a diferentes

n´ıveis de temperatura e irradia¸c˜ao solar . . . 81 Figura 37 – Perfis de consumo dos trˆes perfis de consumidores utilizados na

simula-¸c˜ao, residencial, comercial pequeno porte (PQ) e comercial m´edio porte (MD) . . . 82 Figura 38 – Curva de gera¸c˜ao fotovoltaica considerando conversor monof´asico. . . . 82 Figura 39 – Curva de potˆencia ativa entregue pelo alimentador, para diferentes

(10)

mento na rede,`as 12 horas para penetra¸c˜ao FV 115% . . . 84 Figura 41 – Curva de potˆencia reativa entregue pelo alimentador, para diferentes

n´ıveis de penetra¸c˜ao FV . . . 84 Figura 42 – N´ıvel de tens˜ao para uma das fases do barramento 791 `a 0,1km da

subesta¸c˜ao. . . 85 Figura 44 – N´ıvel de tens˜ao para uma das fases do barramento 74436 `a 5,2194km

da subesta¸c˜ao. . . 85 Figura 43 – N´ıvel de tens˜ao para uma das fases do barramento 63662 `a 0,9717km

da subesta¸c˜ao. . . 86 Figura 45 – Perdas totais observadas, adotando as curvas de potˆencia di´aria . . . . 87 Figura 46 – Comuta¸c˜ao do tap no regulador de tens˜ao para n´ıveis de penetra¸c˜ao FV

de 0% e 25% . . . 88 Figura 47 – Comuta¸c˜ao do tap ro regulador de tens˜ao para n´ıveis de penetra¸c˜ao FV

de 50% e 75% . . . 88 Figura 48 – Comuta¸c˜ao do tap ro regulador de tens˜ao para n´ıveis de penetra¸c˜ao FV

de 104% e 115% . . . 89 Figura 49 – Rela¸c˜ao entre n´ıvel de tens˜ao e distˆancia da subesta¸c˜ao de cada

bar-ramento na rede, em um momento de atua¸c˜ao do regulador na fase B. . . 89 Figura 50 – Rela¸c˜ao entre n´ıvel de tens˜ao e distˆancia da subesta¸c˜ao, penetra¸c˜ao FV

25% e 50% . . . 90 Figura 51 – Rela¸c˜ao entre n´ıvel de tens˜ao e distˆancia da subesta¸c˜ao, penetra¸c˜ao FV

(11)

Tabela 1 – Modo de conex˜ao em fun¸c˜ao da potˆencia instalada. . . 47

Tabela 2 – N´ıveis de tens˜ao aceit´aveis para tens˜ao nominal inferior ou igual a 1kV. 49 Tabela 3 – Tempo m´aximo de desconex˜ao para condi¸c˜oes cr´ıticas de tens˜ao. . . . 49

Tabela 4 – Tempo m´aximo de desconex˜ao para condi¸c˜oes cr´ıticas de tens˜ao. . . . 50

Tabela 5 – Parˆametros b´asicos do elemento Circuit . . . 54

Tabela 6 – Parˆametros b´asicos do elemento Transformer . . . 55

Tabela 7 – Parˆametros b´asicos do elemento RegControl . . . 56

Tabela 8 – Parˆametros b´asicos do elemento Load . . . 57

Tabela 9 – Parˆametros b´asicos do elemento Load . . . 58

Tabela 10 – Parˆametros b´asicos do elemento LineCode . . . 59

Tabela 11 – Parˆametros b´asicos do elemento Line . . . 59

Tabela 12 – Parˆametros b´asicos do elemento Capacitor . . . 60

Tabela 13 – Parˆametros b´asicos do elemento PVSystem . . . 61

Tabela 14 – Informa¸c˜oes de linha e carga do sistema de teste IEEE 33 barras. . . . 67

Tabela 15 – Comparativo entre os valores obtidos no OpenDSS do sistema de teste IEEE 33 barras com Durce (2012) . . . 69

Tabela 16 – Caracter´ısticas Gerais do sistema de distribui¸c˜ao Ckt5. . . 75

Tabela 17 – Dados El´etricos painel solar modelo CS3K-275 da CanadianSolar. . . 79

Tabela 18 – Cinco cen´arios de penetra¸c˜ao FV . . . 79

Tabela 19 – Inversores modelados no OpenDSS. . . 80

Tabela 20 – Quantidade de Inversores modelados no OpenDSS por cen´ario de gera-¸c˜ao. . . 80

(12)

REN21 Rede de Pol´ıticas de Energia Renov´avel para o S´eculo XXI

BNEF Bloomberg Novos Financiamentos de Energia

CO2 Di´oxido de carbono

COP21 Conferˆencia das Na¸c˜oes Unidas sobre as Mudan¸cas Clim´aticas de 2015

COS Centro de Opera¸c˜ao do Sistema

EIA Administra¸c˜ao de Informa¸c˜oes sobre Energia dos EUA

UCSD Univesidade da Calif´ornia San Diego

PMP Ponto de M´axima Potˆencia

FF Fator de Forma

FC Fator de Capacidade

FV Fotovoltaico (a)

MPPT Rastreamento de ponto de potˆencia m´axima

BoS Balance of system equipment

FD Fator de desiquil´ıbrio

(13)

Isaída Corrente entregue pela c´elula solar para realizar trabalho [A];

Iph Corrente fotovolt´aica [A]

ID Corrente de diodo [A]

I0 Corrente de satura¸c˜ao reversa do diodo (A);

ICC Corrente de curto-circuito entre os terminais de uma c´elula FV (A);

VCA Tens˜ao de circuito aberto entre os terminais de uma c´elula FV (V);

RS Resistˆencia em s´erie de um modelo de c´elula fotovolt´aica [Ω]

RSH Resistˆencia paralela de um modelo de c´elula fotovolt´aica [Ω]

GT Irradia¸c˜ao solar [W/m2]

TC Temperatura de em uma c´elula solar [K]

n Fator de idealidade do diodo, valor adimensional determinado experi-mentalmente;

e Carga de elementar do el´etron [C];

k Constante de Boltzman [J/◦K]);

VC Tens˜ao nos terminais da c´elula solar [V]

ηF V Eficiˆencia de convers˜ao fotovolt´aica.

(14)

1 – INTRODU ¸C ˜AO . . . 16 1.1 Tema . . . 17 1.1.1 Delimita¸c˜ao do Tema . . . 18 1.2 Problemas e Premissas . . . 19 1.3 Objetivos . . . 20 1.3.1 Objetivo Geral . . . 20 1.3.2 Objetivos Espec´ıficos . . . 20 1.4 Justificativa . . . 20

1.5 Procedimentos Metodol´ogicos . . . 21

1.6 Estrutura do Trabalho . . . 21

2 – REVIS ˜AO DA LITERATURA . . . 23

2.1 ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA . . . 23

2.1.1 A C´elula Fotovoltaica . . . 25

2.1.1.1 M´odulo fotovoltaico . . . 27

2.1.1.2 Caracter´ısticas de uma c´elula FV . . . 28

2.1.1.3 Associa¸c˜ao de c´elulas e m´odulos fotovoltaicos . . . 34

2.1.2 Sistemas Fotovoltaicos . . . 35

2.1.2.1 Sistemas Fotovoltaicos Isolados (SFI) . . . 36

2.1.2.2 Sistemas Fotovoltaicos Conectados `a Rede (SFVCR) . . 37

2.1.2.3 Sistemas H´ıbridos (SFH) . . . 37

2.1.2.4 Fator de capacidade (FC) . . . 38

2.1.2.5 Penetra¸c˜ao Fotovoltaica (F Vpen) . . . 38

2.1.3 Inversores e outros componentes de sistemas FV . . . 39

2.1.3.1 Inversores para a conex˜ao `a rede el´etrica . . . 40

2.1.3.2 Rastreamento do ponto de m´axima potˆencia MPPT . . . . 41

2.1.3.3 Inversores String . . . 42

2.1.3.4 Inversores Multi-String . . . 43

2.1.3.5 Inversor Modular . . . 44

(15)

2.1.3.8 Detec¸c˜ao de Ilhamento . . . 45

2.1.3.9 Chave de desconex˜ao de corrente cont´ınua . . . 46

2.1.3.10 Prote¸c˜ao contra fuga de corrente . . . 46

2.1.4 Normas T´ecnicas . . . 46

2.1.4.1 Modo de conex˜ao . . . 47

2.1.4.2 Regula¸c˜ao de Tens˜ao . . . 48

2.1.4.3 Desequil´ıbrio de Tens˜ao . . . 49

2.1.4.4 Fator de Potˆencia . . . 50

2.1.4.5 Ilhamento . . . 50

2.2 Considera¸c˜oes finais sobre o cap´ıtulo . . . 51

3 – MODELAGEM DE UM CIRCUITO NO OPENDSS . . . 52

3.1 O software OPENDSS . . . 52

3.1.1 Fluxo de Potˆencia no OpenDSS . . . 52

3.1.2 Modelos dos Elementos do Sistema El´etrico . . . 53

3.1.2.1 Subesta¸c˜ao . . . 53 3.1.2.2 Transformador . . . 54 3.1.2.3 Regulador de Tens˜ao . . . 56 3.1.2.4 Cargas . . . 57 3.1.2.5 Linhas de Distribui¸c˜ao . . . 58 3.1.2.6 Bancos de Capacitores . . . 59 3.1.2.7 Sistema Fotovoltaico . . . 60

3.1.2.7.1 Curva de Irradia¸c˜ao e Temperatura . . . 62

3.1.2.7.2 Curva XY . . . 63

3.1.2.7.3 C´odigo para o OpenDSS . . . 64

3.2 Simula¸c˜ao do Circuito de Teste IEEE 33 Barras . . . 65

3.2.1 Caracter´ısticas do sistema . . . 65

3.2.2 Simula¸c˜ao e Resultados . . . 66

3.2.3 Circuito Original . . . 67

3.2.4 Circuito com GD . . . 68

3.2.5 Efeitos sobre a curva de carga . . . 68

(16)

3.3 Considera¸c˜oes finais sobre o cap´ıtulo . . . 73

4 – SIMULA ¸C ˜OES COMPUTACIONAIS E RESULTADOS . . . 75

4.1 Descri¸c˜ao do sistema de distribui¸c˜ao . . . 75

4.2 Curvas de Carga . . . 77

4.3 Perfil de irradia¸c˜ao solar . . . 78

4.4 Pain´eis Fotovoltaicos . . . 79

4.5 Resultados . . . 80

4.5.1 Caracteriza¸c˜ao das cargas e dos geradores fotovoltaicos . . . 81

4.5.2 Efeitos sobre a curva de carga . . . 82

4.5.3 Caracteriza¸c˜ao dos n´ıveis de tens˜ao . . . 85

4.5.4 N´ıveis de Perdas . . . 86

4.5.5 Regulador de Tens˜ao . . . 87

4.6 Considera¸c˜oes finais sobre o cap´ıtulo . . . 91

5 – CONCLUS ˜AO . . . 92

Referˆencias . . . 94

Apˆ

endices

97

APˆENDICE A–C´odigo OpenDSS Sistema IEEE 33 Barras . . . 98

APˆENDICE B–Perfis de irradiˆancia e de demanda . . . 100

(17)

1 INTRODU ¸C ˜AO

A energia gerada pelo Sol, ´e hoje uma das alternativas energ´eticas mais promissoras para prover a energia necess´aria ao desenvolvimento humano devido ao seu baixo impacto ambiental (TSOUTSOS; FRANTZESKAKI; GEKAS, 2005) e acessibilidade em termos de cobertura da irradia¸c˜ao solar sobre a superf´ıcie da terra.

Hoje essa ´e a alternativa de gera¸c˜ao de energia renov´avel com as maiores taxas de crescimento no mundo de acordo com (REN21, 2017) com taxa de cresciemnto do 25% ao ano no mundo. Estima-se que as instala¸c˜oes do tipo tendem a crescer anualmente 80 GW (2020) , 143 GW (2030) e 206 GW (2040) (BNEF, 2015).

As proje¸c˜oes ilustradas na Figura 1 mostram aumento na participa¸c˜ao das fontes de energia renov´aveis na matriz energ´etica mundial. Ainda que o mesmo gr´afico ilustre maior participa¸c˜ao de combust´ıveis fosseis, ´e de interesse mundial diminuir a participa¸c˜ao dessa matriz no futuro dado seus efeitos nocivos para com o meio ambiente (TSOUTSOS; FRANTZESKAKI; GEKAS, 2005). O g´as natural tamb´em ´e um combust´ıvel f´ossil por´em muito menos poluente do que os derivados do petr´oleo, isso explica o crescimento acentuado projetada para o consumo do g´as nos pr´oximos anos, mesmo que este seja poluente.

Ainda que as proje¸c˜oes apontem para o crescimento acentuado das fontes reno-v´aveis, ´e poss´ıvel que essas previs˜oes sejam conservadoras. Dado que diversas legisla¸c˜oes recentes determinam a redu¸c˜ao de emiss˜oes de CO2 na atmosfera, tais como a COP21,

que conta com pa´ıses tais como China e diversos outros que se comprometeram a reduzir a emiss˜ao de gases do efeito estufa na atmosfera. Dado que a maior parte da gera¸c˜ao de energia el´etrica consumida no planeta hoje, provˆem da queima de combust´ıveis f´osseis ´e de se esperar que esses pa´ıses diversifiquem sua matriz energ´etica dando mais espa¸co para energias limpas tais como a solar.

(18)

Figura 1 – Consumo mundial de energia separado por matriz energ´etica (gigawatts)

petróleo e outros líquidos

gás natural renováveis nuclear carvão mineral 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 250 200 150 100 50 0 2015 Fonte: EIA (2017) 1.1 Tema

Como ilustrado na Figura 1 as fontes energ´eticas mais utilizadas na atualidade ainda s˜ao provenientes da gera¸c˜ao t´ermica originada da queima de combust´ıveis f´osseis. A preferˆencia por esse modelo de gera¸c˜ao se d´a por diferentes fatores. Sob aspecto da gera¸c˜ao de energia essas fontes possuem maior controle operativo, ou seja a gera¸c˜ao pode ser facilmente controlada pela unidade geradora (PINHO; GALDINO, 2014).

Outro ponto positivo das fontes de gera¸c˜ao cl´assicas ´e a capacidade das mesmas armazenarem energia em sua forma bruta: energia potencial da ´agua na barragem, g´as natural, urˆanio, entre outras. E quando solicitada pela carga esse potencial energ´etico pode ser ent˜ao imediatamente alocado para a gera¸c˜ao de energia el´etrica. Essa possibilidade de se armazenar energia em outras formas que n˜ao el´etrica representa uma seguran¸ca para a opera¸c˜ao e planejamento do sistema, uma vez que o controle do pre¸co e da qualidade da energia el´etrica pode ser assegurado (PINHO; GALDINO, 2014).

Diferentemente dos recursos energ´eticos supracitados as fontes renov´aveis como solar e e´olica, possuem matrizes energ´eticas que n˜ao podem ser armazenadas, (Sol e o vento respectivamente) al´em de serem fontes intermitentes, comprometendo portanto o controle da gera¸c˜ao. Estas fontes de energia est˜ao submetidas `as varia¸c˜oes di´arias do tempo, n˜ao podendo portanto serem controladas, apenas estimadas pelo COS (Centro de Opera¸c˜ao do Sistema) para uma melhor aloca¸c˜ao dos recursos energ´eticos em determinada planta.

(19)

demais fontes renov´aveis apresenta, a particularidade de poder ser facilmente instalada em ´areas urbanas, aproximando o consumidor da unidade geradora sem a necessidade do transporte de energia por linhas de alta tens˜ao. O excedente de energia n˜ao utilizado pelo usu´ario que gera a energia pode alocado para outra carga no mesmo sistema de distribui¸c˜ao, o que pode gerar descontos ou cr´editos na conta de luz do usu´ario, dependendo da pol´ıtica da companhia de distribui¸c˜ao.

Portanto, visto o eminente aumento da penetra¸c˜ao fotovoltaica nos Sistemas de Distribui¸c˜ao, o estudo e a avalia¸c˜ao dos poss´ıveis impactos que seus diferentes n´ıveis de penetra¸c˜ao podem inferir no sistema ´e o objetivo deste trabalho. Os impactos a serem mensurados s˜ao: n´ıveis de tens˜ao, fluxo de potˆencia e opera¸c˜ao de tap no regulador de tens˜ao.

1.1.1 Delimita¸c˜ao do Tema

Este trabalho visa apresentar os efeitos causados por geradores FV em sistemas de distribui¸c˜ao. Os aspectos a serem estudados ter˜ao foco no perfil de tens˜ao, fluxo de potˆencia ativa/reativa e opera¸c˜oes de tap.

Para as simula¸c˜oes foi utilizado um modelo de distribui¸c˜ao de dom´ınio publico do EPRI (Electric Power Research Institute), bem como os perfis de demanda da carga. Tamb´em foram utilizados modelos computacionais de pain´eis solares baseados no compor-tamento real do elemento gerador. O perfil de irradiˆancia utilizado foi concedidos pela UCSD (Universidade da Calif´ornia San Diego) para este estudo.

Nos barramentos do modelo computacional da rede de distribui¸c˜ao, foram acresci-dos diferentes potˆencias de arrays FV. A inser¸c˜ao dos arrays foi distribu´ıda homogenea-mente no modelo de distribui¸c˜ao, obedecendo os crit´erios da legisla¸c˜ao brasileira que ser´a abordado na Subse¸c˜ao 2.1.4. Dessa formar utilizando-se do mesmo modelo de distribui¸c˜ao do OpenDSS ser˜ao criados diferentes cen´arios de penetra¸c˜ao FV, em cada cen´ario ser˜ao inclusos geradores FV com diferentes potˆencias resultando em cen´arios com diferentes n´ıveis de penetra¸c˜ao FV.

Os distintos cen´arios ser˜ao ent˜ao utilizados nas simula¸c˜oes di´arias, utilizando-se o mesmo perfil de carga e de irradiˆancia solar. Ao todo estabelecidos cinco cen´arios da rede de distribui¸c˜ao com n´ıveis de penetra¸c˜ao FV por volta de 25%, 50%, 75%, 104%, 115%. O motivo da escolha desses patamares ´e avaliarmos os efeitos com discretiza¸c˜oes de

(20)

penetra¸c˜ao FV de 25%. Um perfil de irradiˆancia solar: um dia ensolarado.

Portanto ser˜ao realizadas ao todo 6 simula¸c˜oes, 5 para cada um por cen´ario com diferentes n´ıveis de irradiˆancia e um para o circuito original sem gera¸c˜ao FV que ´e o caso base desse trabalho. Foi utilizado em todas as simula¸c˜oes o mesmo perfil da carga.

A defini¸c˜ao de penetra¸c˜ao FV nesse trabalho ´e a raz˜ao da gera¸c˜ao FV pela carga total instalada. Entende-se por gera¸c˜ao FV instalada a soma dos valores nominais de todos os pain´eis FV, e a carga total instalada a soma de todas as cargas consumidoras. Podemos equacionar essa defini¸c˜ao da seguinte forma.

P enF V = Pn i=1P otF V(i) Pm j=1P otCarga(j) (1) Onde:

• P otF V(i) - a potˆencia de pico do i-´esimo gerador FV instalado da rede [kW ];

• P otCarga(j) - a carga instalada da j-´esima unidade consumidora da rede;

• n - total de geradores FV instalados na rede; • m - total de unidades consumidoras na rede;

1.2 Problemas e Premissas

Devido a sua f´acil instala¸c˜ao em telhados e terra¸cos, a energia a solar possui caracter´ıstica distribu´ıda, portanto uma rede de distribui¸c˜ao pode conter centenas de unidades microgeradoras que podem ser em centros urbanos ou rurais. Em termos de transporte de energia isso representa uma redu¸c˜ao de perdas nos sistemas de transmiss˜ao, visto que menos potˆencia ´e requerida pela subesta¸c˜ao. Nesse novo cen´ario a unidade geradora tamb´em est´a alocada mais pr´oxima da carga e ser´a visto nesse trabalho o impacto que isso gera em termos de perdas nas linhas de distribui¸c˜ao. A gera¸c˜ao distribu´ıda tamb´em propicia mais flexibilidade no mercado energ´etico, visto que o consumidor pode se tornar fornecedor de energia nas horas em que sua gera¸c˜ao excede seu consumo.

Em alguns locais, como na Europa o cliente pode vender para a concession´aria a energia que n˜ao consome, no Brasil esse excedente gera cr´editos ao cliente, que poder´a consumir a energia que forneceu em algum outro momento em que seu consumo exceder sua gera¸c˜ao (ANEEL, 2012). Tendo em vista os subs´ıdios fiscais da ANEEL (2012), ´e razo´avel admitir que em curto prazo muito do crescimento das fontes renov´aveis se dˆe por conta da gera¸c˜ao distribu´ıda, visto os incentivos ao consumidor.

(21)

A rede de distribui¸c˜ao como conhecemos, pode sofrer efeitos indesejados dados com a populariza¸c˜ao da gera¸c˜ao distribu´ıda. ´E esperado, por exemplo, que vari¸c˜oes s´ubitas de irradiˆancia solar causada por nuvens possa interferir nos n´ıveis de tens˜ao de uma determinada ´area cujo n´ıvel de penetra¸c˜ao solar seja alto, ou que o fluxo de potˆencia ocorra em diferentes sentidos nos hor´arios de m´axima gera¸c˜ao FV. Portanto estudos dos impactos da GD s˜ao importantes para que haja adequa¸c˜ao dos sistemas de distribui¸c˜ao para operar adequadamente em cen´arios de alta penetra¸c˜ao FV.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Nesse trabalho, ser´a dado foco para a avalia¸c˜ao dos impactos de diferentes n´ıveis de penetra¸c˜ao de gera¸c˜ao fotovoltaica distribu´ıda, em um modelo de rede de distribui¸c˜ao. Para tal an´alise ser´a feito uso do OpenDSS que possibilita fluxos de potˆencias em intervalos discretos de tempo com auxilio da interface COM, que possibilita controlar as simula¸c˜oes via outras plataformas, nesse estudo utilizamos a interface com o Matlab.

1.3.2 Objetivos Espec´ıficos

• Acrescentar arrays FV no modelo original do OpenDSS, de forma a obter cinco diferentes cen´arios de penetra¸c˜ao FV,

• Executar as simula¸c˜oes no OpenDSS para o caso base onde n˜ao h´a GD,

• Executar simula¸c˜oes no OpenDSS para os cinco cen´arios con GD, considerando perfil de irradiˆancia solar de dia claro.

• Comparar os n´ıveis de tens˜ao, consumo, perdas, fluxo de potˆencia e opera¸c˜oes de tap para os 6 cen´arios.

1.4 Justificativa

Como visto anteriormente em Se¸c˜ao 1.2 a inclus˜ao de grandes quantidades de renov´aveis em nossa matriz energ´etica ´e iminente, e como consequˆencia novos estudos e tecnologias estar˜ao sendo desenvolvidos ao longo do extensivo processo da integra¸c˜ao dessas novas matrizes energ´eticas nos sistemas el´etricos de potˆencia. Portanto a relevˆancia deste estudo para a ´area da engenharia el´etrica situa-se na no entendimento de como

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futuros altos n´ıveis de penetra¸c˜ao fotovoltaica podem afetar a qualidade da energia el´etrica que dever´a estar dentro dos n´ıveis de tens˜ao, frequˆencia e continuidade estipulados pelas normas das agˆencias reguladoras.

1.5 Procedimentos Metodol´ogicos

Etapa 1 - Pesquisa bibliogr´afica: Estudar a respeito do assunto atrav´es da leitura de artigos, publica¸c˜oes e livros a respeito da integra¸c˜ao de renov´aveis nas redes de distribui¸c˜ao de energia bem como seus impactos. Nessa etapa ser´a feito um estudo a respeito dos recentes avan¸cos da integra¸c˜ao de renov´aveis e das ferramentas e modelos que pesquisadores vem se utilizando para an´alises e pesquisas.

Etapa 2 - Modelagem e simula¸c˜oes: Construir no OpenDSS um sistema de distri-bui¸c˜ao pequeno, baseado em crit´erios apresentados na literatura, fazer o fluxo de potˆencia e validar os resultados com valores dispon´ıveis na literatura. Neste modelo acrescentar de gera¸c˜ao FV, e simular diferentes cen´arios de gera¸c˜ao FV. Utilizar um modelo de rede de distribui¸c˜ao de dom´ınio publico, acrescentar gera¸c˜ao FV seguindo os crit´erios que ser˜ao discutidos nas pr´oximas se¸c˜oes.

Etapa 3 - An´alise dos Resultados: Verificar altera¸c˜oes nas caracter´ısticas de tens˜ao, perdas t´ecnicas, n´ıveis de tens˜ao, regula¸c˜ao da tens˜ao e frequˆencia, para cara um dos diferentes n´ıveis de penetra¸c˜ao FV simulados.

1.6 Estrutura do Trabalho

O trabalho de conclus˜ao de curso ser´a desenvolvido considerando as seguintes etapas e separa¸c˜ao de cap´ıtulos.

Cap´ıtulo 1: Introdu¸c˜ao Possui a apresenta¸c˜ao do trabalho, tema, problemas, objetivos, diretrizes e procedimentos metodol´ogicos a serem seguidos.

Cap´ıtulo 2: Revis˜ao da Literatura Apresentar conceitos b´asicos e defini¸c˜oes de pai-n´eis FV. Apresentar as normas t´ecnicas brasileiras que definem os crit´erios para a instala¸c˜ao de GD no sistema de distribui¸c˜ao, e que foram utilizados para modelar o sistema.

Cap´ıtulo 3: Modelagem dos Circuito no OpenDSS. Apresentar conceitos b´asicos sobre a ferramenta OpenDSS tais como: modelagem dos elementos constituintes sis-tema de distribui¸c˜ao, geradores FV, transformadores e demais elementos. Elabora¸c˜ao

(23)

de um modelo pequeno de sistema de distribui¸c˜ao.

Cap´ıtulo 4: Simula¸c˜ao Computacionais e Resultados Desenvolvimento e implemen-ta¸c˜ao de modelo de distribui¸c˜ao no openDSS. Analisar os impactos causados pela conex˜ao de distintos n´ıveis de penetra¸c˜ao de geradores fotovoltaicos, focando nos aspectos de tens˜ao, perdas t´ecnicas, n´ıveis de tens˜ao, regula¸c˜ao da tens˜ao.

(24)

2 REVIS ˜AO DA LITERATURA

Neste cap´ıtulo ser´a dada ˆenfase `a gera¸c˜ao el´etrica fotovoltaica, bem como para a composi¸c˜ao do sistema el´etrico de distribui¸c˜ao, o qual ´e o ve´ıculo que torna poss´ıvel a gera¸c˜ao distribu´ıda.

Como j´a visto no Cap´ıtulo 1, o crescimento do consumo mundial de energia el´etrica ocorre de forma vertiginosa e as previs˜oes s˜ao que as fontes de energia renov´aveis ir˜ao responder por grande parte dessa demanda. O modelo tradicional verticalizado da gera¸c˜ao, transmiss˜ao, distribui¸c˜ao e oferta de servi¸cos em energia, pode estar no come¸co de sofrer grandes mudan¸cas. Bem como o modelo onde grandes centrais geradoras s˜ao constru´ıdas para atender a carga (MASTERS, 2013).

A permiss˜ao de conex˜ao ou acesso das linhas de transmiss˜ao e distribui¸c˜ao para produtores de energia independentes, que queiram comercializar a energia a um pre¸co mais competitivo, possibilitam os clientes com demanda contratada superior `a 500kW a escolher quem ser´a seu fornecedor de energia el´etrica (ANEEL, 2004). J´a para clientes de pequeno porte a micro gera¸c˜ao possibilitaria abater o excedente gerado, em sua fatura de energia gerando cr´editos ao consumidor. Al´em dos benef´ıcios econˆomicos, outras motiva¸c˜oes ajudam a estimular o crescimento da gera¸c˜ao distribu´ıda em pequena escala, como o aumento da preocupa¸c˜ao ambiental ligado `a constru¸c˜oes de grandes centrais geradoras, vulnerabilidade de um sistema centralizado de gera¸c˜ao e crescente demanda por confiabilidade no fornecimento de energia (MASTERS, 2013).

2.1 ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA

O efeito fotovoltaico foi primeiramente observado por Becquerel 1 em 1839, que

iluminando uma solu¸c˜ao de cloreto de prata (AgCl) e ´acido observou gera¸c˜ao de tens˜ao e corrente nos eletrodos em contato com a solu¸c˜ao. No ano de 1876 W.G Adams e R. G. Day observaram o mesmo efeito fotovoltaico sobre um material s´olido feito de selˆenio o qual foi precursor dos primeiros dispositivos que poderiam ser chamados de c´elulas fotovoltaicas, fabricadas por C. E. Fritis em 1883.Por volta de 1887, H. Hertz descobriu o efeito fotovoltaico em eletrodos de metal expostos `a radia¸c˜ao ultra-violeta UV (PINHO;

1Alexandre-Edmond Becquerel (1820–1891), por causa de seu trabalho, o efeito fotovoltaico tem sido

(25)

GALDINO, 2014).

No in´ıcio do s´eculo XX M. Planck desenvolveu a teoria que explica a radia¸c˜ao do corpo negro (publicado em 1901)2, estabelecendo a rela¸c˜ao entre energia do f´oton E

(expressa em joules [J] ou el´etrons-volt [eV]) e a frequˆencia de ressonˆancia f (expressa em Hetz [Hz]) como E = hv, onde h ´e conhecido como a constante de Plank. Logo depois em 1905, A. Einstein descobriu que f´otons possuem n´ıveis de energia discretos demoninados quanta de luz e usou isso para desenvolver uma teoria que explicaria o efeito fotoel´etrico3

observado por Hertz em 1887.

Em 1916 o cientista polˆones J. Czochralski, descobriu um m´etodo (publicado em 1918) para a confec¸c˜ao de lingotes de cristais de sil´ıcio, m´etodo que ´e utilizado ainda hoje na fabrica¸c˜ao de semicondutores. O lingote de sil´ıcio monocristalino que ´e uma estrutura cristalina ´unica ´e cortadas por lˆaminas de diamante em finas bolachas chamadas wafers, que s˜ao finas fatias de sil´ıcio puro, as quais s˜ao mat´eria-prima da ind´ustria eletrˆonica para a fabrica¸c˜ao de componentes eletrˆonicos tais como c´elulas fotovoltaicas (KIRK, 2014).

Entre os anos 1939 e 1940 R. Ohl, um engenheiro da Bell Telephone Laboratories, e seu grupo de pesquisadores desenvolveram um material semicondutor com a jun¸c˜ao p-n e observaram efeito fotovoltaico nas amostras de Si quando iluminadas por uma lˆampada incandescente de 40W. Essas jun¸c˜oes p-n eram conhecidas originalmente como “barreiras”e agora s˜ao usadas em larga escala em dispositivos comutadores de estado s´olido, tais como c´elulas fotovoltaicas de alta eficiˆencia (KIRK, 2014).

As primeiras c´elulas fotovoltaicas fabricadas `a partir de lˆaminas de sil´ıcio cristalino atingiram uma eficiˆencia de convers˜ao de energia solar para energia el´etrica de 6%, gerando uma potˆencia de 5mW com ´area de 2cm2 (PINHO; GALDINO, 2014). Por muito tempo o

efeito fotovoltaico permaneceu como curiosidade cientifica, at´e que a explora¸c˜ao espacial e a crise do petr´oleo, propiciaram grande avan¸co no setor.

No in´ıcio da gera¸c˜ao fotovoltaica, por volta de 50 anos atr´as, a energia necess´aria para produzir um painel fotovoltaico era superior do que a energia que aquele painel poderia produzir ao longo de todo seu tempo de vida ´util. Durante as ´ultimas d´ecadas, atrav´es de melhorias na eficiˆencia dos pain´eis e m´etodos de manufatura, o tempo de retorno energ´etico foi reduzido para 3-5 anos, dependendo dos n´ıveis de irradia¸c˜ao solar

2A lei de Planck descreve a densidade espectral da radia¸ao eletromagn´etica emitida por um corpo

negro em equil´ıbrio t´ermico a uma determinada temperatura T.

(26)

na localidade onde o painel ´e instalado. Hoje o custo da energia fotovoltaica chega a USD 2,5 por watt-pico e o objetivo para 2020 ´e reduzir esse custo para USD 1 por watt pico (KALOGIROU, 2013).

Apesar de seu custo elevado se comparado com outras matrizes mais tradicionais, sistemas fotovoltaicos s˜ao economicamente vi´aveis em diversas regi˜oes remotas, especial-mente onde o suprimento de potˆencia das fontes convencionais ´e impratic´avel e custoso. Obt´em-se outra vantagem, quando sistemas FV distribu´ıdos est˜ao conectados na rede de distribui¸c˜ao. Pelo fato potˆencia FV ser ofertada em hor´arios de pico de demanda (horas do dia) aliviando a carga sobre os equipamentos que comp˜oem o sistema de distribui¸c˜ao visto que as a gera¸c˜ao de eletricidade FV ocorre pr´oximo aos lugares onde esta ´e consumida, reduzindo perdas no sistema e aumentando a confiabilidade no sistema (KALOGIROU, 2013).

Atualmente o material mais utilizado na fabrica¸c˜ao de c´elulas solares ´e o Sil´ıcio. Embora este n˜ao ofere¸ca os melhores n´ıveis de eficiˆencia este tipo de c´elula solar possui os menores custos de fabrica¸c˜ao, al´em de fazer uso de uma mat´eria-prima, barata abundante e n˜ao t´oxica. Portanto ao longo desse trabalho ser´a dado foco apenas `a essa tecnologia de c´elula solar.

2.1.1 A C´elula Fotovoltaica

A c´elula solar ou c´elula fotovoltaica (Figura 2) ´e um dispositivo eletrˆonico que converte diretamente energia luminosa em eletricidade pelo efeito fotovoltaico. Suas caracter´ısticas de tens˜ao, corrente e resistˆencia, variam quando submetidas `a luminosidade. Individualmente esses dispositivos possuem tens˜ao de circuito aberto de 0,3 at´e 0,7 volts (PINHO; GALDINO, 2014). Portanto, para aplica¸c˜oes pr´aticas diversas c´elulas solares s˜ao combinadas em s´erie formando m´odulos fotovoltaicos, que s˜ao capazes de fornecer n´ıveis de tens˜ao adequados para uso. Na Figura 2 pode ser observado uma fotografia de uma c´elula fotovoltaica.

Uma c´elula solar ´e um semicondutor de grande ´area plana, consistindo de uma jun¸c˜ao p-n criada pela adi¸c˜ao de impurezas (dopantes) no cristal semicondutor (para as c´elulas solares mais comuns de sil´ıcio, o cristal ´e formado de quatro liga¸c˜oes covalentes com os ´atomos vizinhos). Na situa¸c˜ao em que essas impurezas sejam ´atomos de f´osforo, que possuem 5 el´etrons na camada de valˆencia, apenas quatro el´etrons ser˜ao necess´arios

(27)

Figura 2 – C´elula fotovoltaica

Fonte: http://www.siliconsolar.com/solar-panels.html

para alocar o ´atomo dentro da estrutura cristalina do sil´ıcio. Portanto o quinto el´etron pode ser movido livremente no material. Essa regi˜ao do cristal, por conter excedente em cargas negativas livres, ´e chamado de regi˜ao-n.

O mesmo se aplica para a regi˜ao p: atrav´es da dopagem do cristal com ´atomos de boro, o qual possui apenas trˆes el´etrons na camada de valˆencia, um el´etron sempre ser´a necess´ario para que as liga¸c˜oes na estrutura do cristal estejam completas. Esse el´ e-tron poderia ser emprestado de algum ´atomo vizinho, logo a posi¸c˜ao do el´etron faltante seria trocada. Esse el´etron faltante pode, portanto, ser visto como um “buraco”com uma carga positiva, tal que pode se movimentar livremente pelo material. Dessa forma exis-tem muito mais cargas positivas do que el´etrons livre nas regi˜oes tipo-p (KRAUTER, 2010).

Figura 3 – Princ´ıpio da convers˜ao fotovoltaica em um semicondutor tipo n-p. Na ilustra¸c˜ao a potˆencia gerada est´a sendo dissipada na carga resistiva R.

parte traseira raio solar

incidente contato frontal

Fonte: (KRAUTER, 2010)

(28)

uma metade e ´atomos de f´osforo na outra, ser´a formado que se chama jun¸c˜ao-pn. Nesse tipo de jun¸c˜ao os ´atomos livres do lado n passam para o lado p preenchendo as lacunas do material; isso gera excesso de cargas negativas na jun¸c˜ao p e ausˆencia de el´etrons na jun¸c˜ao n. Logo essas cargas aprisionadas criam um campo eletromagn´etico entre as duas jun¸c˜oes que torna mais dif´ıcil para o el´etron sair da regi˜ao n e ir para a regi˜ao p. O processo alcan¸ca o equil´ıbrio quando os el´etrons livres no material tipo n n˜ao s˜ao capazes de quebrar a barreira de potencial gerada pelo campo el´etrico (KRAUTER, 2010).

Quando f´otons com energia superior `a barreira de potencial (“gap”), incidem sobre a jun¸c˜ao-pn, ocorre a gera¸c˜ao de pares el´etron-lacuna, gerando uma diferen¸ca de potencial entre o lado p e o lado n isso ´e ilustrado na Figura 3. Quando uma carga ´e adicionada entre as jun¸c˜oes uma corrente (Iph) flui para a jun¸c˜ao de menor potˆencia atrav´es de um

condutor passando pela carga e potˆencia ´e dissipada.

2.1.1.1 M´odulo fotovoltaico

A c´elula fotovoltaica produz sozinha pouca eletricidade, gerando diferen¸cas de potencial podem chegar `a 0.3 V para c´elulas de germˆanio e 0.7 para c´elulas de sil´ıcio). Para conseguir tens˜oes mais adequadas para aplica¸c˜oes pr´aticas essas c´elulas s˜ao agrupadas em s´erie, formando o que s˜ao chamadas de “strings” (elemento plano de cor preta ilustrado na Figura 4).

Cada m´odulo ´e tipicamente constitu´ıdo de 6x10 c´elulas fotovoltaicas, por causa da fragilidade das “strings”, elas s˜ao alocadas entre duas lˆaminas de pl´astico e dentro de uma estrutura de alum´ınio ´e coberta por vidro, por onde a luz solar incide, formando um estrutura a qual chamamos de painel fotovoltaico. O material pl´astico entre as “strings” ´

e geralmente EVA (Etileno Acetato de Vinila) que ´e um material transl´ucido que ap´os submetidos a um processo t´ermico de cozimento `a v´acuo se transforma em um gel, encapsulando o painel prevenindo a entrada de umidade e impurezas no mesmo aumentando a vida ´util do equipamento. Os vidros s˜ao feitos de materiais n˜ao refletivos para evitar perdas por reflex˜ao (VILLALVA, 2013). A Figura 4 ilustra os elementos constituintes de um painel fotovoltaico.

Um sistema ou uma planta fotovoltaica pode conter centenas de m´odulos que s˜ao conectados em s´erie ou paralelo formando arrays que s˜ao ilustradas na Figura 5. Adiante ser´a abordado as configura¸c˜oes mais utilizadas.

(29)

Figura 4 – Componentes de um m´odulo fotovoltaico

Vidro temperado, anti-reflexivo Material encapsulante - EVA Células fotovoltaicas Material encapsulante - EVA Conectores de cobre "Back Sheet"

Conector MC4 (padronização para painés FV). 1 2 3 4 5 6 9 1 2 5 4 3 6 9 7 8 Caixa de junção Frame de alumínio 7 8

Fonte: Componentes de um m´odulo fotovoltaico. Cortesia: Bosh Solar Energy AG.

2.1.1.2 Caracter´ısticas de uma c´elula FV

Um gerador FV ´e composto por um conjunto de c´elulas solares, conex˜oes e suportes. Como visto anteriormente na Subse¸c˜ao 2.1.1 c´elulas solares s˜ao feitas de materiais semicondutores, geralmente sil´ıcio, que s˜ao especialmente tratadas para formar um campo el´etrico positivo (parte de tr´as) e negativo no outro lado, o qual ´e direcionado ao Sol. Quando energia solar (f´otons) incidem sobre a parte negativa da c´elula, el´etrons se desprendem dos ´

atomos do semicondutor, criando um par “el´etron-buraco”, este el´etron impossibilitado de atravessar a barreira de potencial entre as jun¸c˜oes, ´e conduzido para a jun¸c˜ao n por condutores el´etricos que ligam as duas partes do painel. Essa corrente el´etrica ´e denominada fotocorrente, Iph. Durante os per´ıodos escuros as c´elulas solares n˜ao est˜ao ativas e portanto

funcionam como diodos, e se estiverem ligadas `a um gerador geram uma corrente chamada “corrente de diodo”, ID. Uma c´elula solar pode ser representada por um equivalente de

modelo de diodo como pode ser visto na Figura 6 (KALOGIROU, 2013). O circuito pode ser usado para c´elulas, m´odulos ou arrays FV.

(30)

Figura 5 – Planta fotovoltaica de 10 MW

Fonte: By AleSpa (Own work) [CC BY-SA 3.0

(https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0)], via Wikimedia Commons

Figura 6 – Esquema el´etrico simplificado de uma c´elula solar.

Fonte: (KALOGIROU, 2013)

Como mostrado na Figura 6, o modelo cont´em uma fonte de corrente Iph, um

diodo e uma resistˆencia em s´erie RS que representa a resistˆencia em s´erie dentro de cada

c´elula solar. O diodo tamb´em apresenta uma resistˆencia de shunt, RSH, como mostrado na

Figura 6. Aplicando a equa¸c˜ao de Kirchhoff das corrente no circuito da Figura 6, pode-se determinar a corrente entregue para a carga, I, em fun¸c˜ao das demais correntes no circuito.

Iph− ID − IRSH − I = 0

(31)

I = Iph− ID

V + IRS

RSH

(2)

Uma vez que a resistˆencia de shunt, RSH, ´e muito maior do que a resistˆencia

na carga, enquanto a resistˆencia em s´erie, RS, ´e muito menor, a dissipa¸c˜ao de potˆencia

no interior da c´elula pode ser considerada nula. Portanto, ignorando o terceiro termo da Equa¸c˜ao (2), a corrente entregue pela c´elula fotovoltaica ´e a diferen¸ca da fotocorrente, Iph

pela corrente no diodo, ID a qual deriva da equa¸c˜ao de Schokley4, dado por:

Isaída= Iph− ID = Iph− I0.[exp( eVC

nkTC

) − 1] (3)

Onde:

• Isaída - Corrente entregue pela c´elula solar para realizar trabalho [A];

• Iph - corrente fotogerada [A];

• I0 - corrente de satura¸c˜ao reversa do diodo [A];

• n - fator de idealidade do diodo, valor adimensional determinada experimentalmente; • e - carga de el´etron (1,602 × 10−19[C]);

• k - constante de Boltzman (1,38 × 10−23[J/K]);

• TC - temperatura da c´elula [K];

• VC - tens˜ao nos terminais da c´elula [V].

A Figura 7 ilustra a curva I-V de uma c´elula solar quando submetida um certo n´ıvel de irradia¸c˜ao solar (GT) e de temperatura (TC). A corrente proveniente de uma

c´elula solar depende do n´ıvel de tens˜ao sobre a mesma e a quantidade de irradia¸c˜ao solar incidente. Quando os terminais da c´elula s˜ao curto-circuitados a corrente (Isaída) ´e levada

ao valor igualando-se ao valor da corrente de curto-circuito (ICC), e a tens˜ao sobre a c´elula

´ e nula.

Quando os terminais da c´elula est˜ao abertos a tens˜ao alcan¸ca valor m´aximo (tens˜ao de circuito-aberto, VCA), e a corrente ´e zero. Por´em, em cada um desses casos a potˆencia

entregue pela c´elula ´e nula. A curva t´ıpica de tens˜ao e corrente mostrada na Figura 7 apresenta o intervalo de combina¸c˜oes de corrente e tens˜ao. Nessa representa¸c˜ao, uma conven¸c˜ao de sinais ´e utilizada, o qual toma como positiva a corrente gerada quando o Sol ilumina a c´elula e uma tens˜ao positiva ´e aplicada sobre os terminais da mesma.

4William Bradford Shockley Jr. (1910-1989), f´ısico e inventor norte-americano, ganhador do prˆemio

(32)

Figura 7 – Rela¸c˜oes de Tens˜ao-Corrente e Potˆencia-Tens˜ao caracter´ısticas de uma c´elula solar de Si.

A

B

C

D

1/𝑅

ó𝑡𝑖𝑚𝑜

E

1/𝑅

𝐼

𝐼

á

𝑉

á

0

I

V

Fonte: Adaptado de Kalogirou (2013)

Supondo que uma resistˆencia vari´avel seja conectada nos terminais de uma c´elula, o ponto de opera¸c˜ao seria determinado em fun¸c˜ao da intersec¸c˜ao da curva I-V da c´elula solar, com a reta I-V da equa¸c˜ao resistˆencia da carga que ´e dada por R = V /I. Duas poss´ıveis intersec¸c˜oes est˜ao ilustradas na Figura 7.

Nesse caso a intersec¸c˜ao seria entre a reta da condutˆancia S (S = 1/R), com a curva I-V da c´elula fotovoltaica. Portanto, a potˆencia entregue seria o produto da tens˜ao e corrente circulando pela resistˆencia `a medida que variamos a mesma de zero (onde

Isaída = ISC e Vsaída = 0) at´e a resistˆencia m´axima (onde Vsaída = VOC e Isaída = 0 ). Se

para cada incremento na resistˆencia, for plotado um gr´afico da potˆencia dissipada no resistor pela tens˜ao nos terminais do mesmo, ser´a obtido um gr´afico com as caracter´ısticas da Figura 8.

A m´axima potˆencia de entregue pela c´elula ser visualizada no ponto C da Figura 7 onde a resistˆencia Rótima propicia a maior entrega de potˆencia FV, podendo ser calculada

por:

Pmax = Imax× Vmax (4)

O ponto C da Figura 7 ´e chamado de ponto de m´axima potˆencia (PMP), o qual ´e ponto de opera¸c˜ao Pmax,Imax, Vmax onde a sa´ıda ´e maximizada. Pode-se escrever a

(33)

potˆencia m´axima Pmax, em fun¸c˜ao de um parˆametro adicional chamado fator de forma,

FF, podendo-se calcular a potˆencia m´axima da seguinte forma:

Pmax = ISC × VOC × F F (5)

Fazendo-se uso da Equa¸c˜ao (4) pode-se reescrever a Equa¸c˜ao (5) da seguinte forma:

F F = Pmax ISCVOC

= ImaxVmax

ISCVOC

(6)

O valor de FF, descreve a caracter´ıstica da curva I-V. Para c´elula FV de qualidade, esse valor atinge valores torno de 0,7 para as condi¸c˜oes de teste. Por´em esse valor diminui a medida que a temperatura aumenta, como ser´a visto mais adiante nessa se¸c˜ao.

Figura 8 – Rela¸c˜oes Potˆencia-Tens˜ao caracter´ısticas de uma c´elula solar de Si.

C

E

𝐼

á

𝑉

á

0

P

V

Fonte: adaptado de Kalogirou (2013)

Eficiˆencia ´e um outro parˆametro que descreve a performance de uma c´elula FV. A eficiˆencia de convers˜ao fotovoltaica ηF V ´e definida pela raz˜ao entre a potˆencia el´etrica

gerada, pela irradiˆancia solar incidente sobre as c´elula (GT), conforme equacionado na

Equa¸c˜ao (7). ηmax = Ppmp Pirrad = VmaxImax AGT (7) Onde:

(34)

• Ppmp - Potˆencia no ponto de m´axima potˆencia;

• Pirrad - potˆencia luminosa sobre a ´area da c´elula FV;

• Vmax - tens˜ao no ponto de m´axima potˆencia;

• Imax - corrente no ponto de m´axima potˆencia;

• A - ´area da c´elula solar[m2];

• GT - irradia¸c˜ao solar [W/m2]

A eficiˆencia declarada pelo fabricante, ´e determinada sob condi¸c˜oes padronizadas de teste, considerando o n´ıvel de irradiˆancia solar de 1000W/m2 perpendicular `a superf´ıcie da c´elula, temperatura da c´elula fotovoltaica de 25◦C e espectro da irradia¸c˜ao solar distribu´ıdo de sob um ˆangulo de eleva¸c˜ao de 41,8◦ atrav´es da atmosfera (AM1,5)5 (KRAUTER, 2010).

Por raz˜oes f´ısicas, a eficiˆencia da convers˜ao FV de uma c´elula de sil´ıcio, tem um limite te´orico de 28%, as c´elulas FV dessa tecnologia hoje no mercado possuem eficiˆencia em torno de 16% (KRAUTER, 2010).

As caracter´ısticas da curva I-V observada na Figura 7, s˜ao v´alidas apenas para para certo n´ıvel de irradia¸c˜ao (GT), e temperatura da c´elula TC. Os efeitos desses dois

parˆametros sobre as caracter´ısticas da curva I-V s˜ao ilustradas na Figura 9.Como mostrado na Figura 9 a tens˜ao de circuito aberto VCA, aumenta logaritmicamente com o n´ıvel de

irradia¸c˜ao solar (Gt), enquanto a corrente de curto-circuito (ICC) cresce linearmente.

A influˆencia da temperatura na c´elula ´e mostrada na Figura 9b, o principal efeito do incremento da temperatura pode ser observado na tens˜ao de circuito-aberto (VCA) que

decresce linearmente conforme, diminuindo portanto a eficiˆencia da c´elula (η). Nesse caso, tamb´em pode ser observado que h´a um pequeno incremento da corrente de curto-circuito (ICC) com o aumento da temperatura.

Portanto dados aos efeitos da irradiˆancia e temperatura ao longo do dia, a tens˜ao ideal (para que m´axima potˆencia possa ser extra´ıda da c´elula) a ser aplicada sobre os terminais da c´elula FV variam. Ser´a visto mais a frente que o inversor de potˆencia tem um papel fundamental em garantir que a m´axima potˆencia seja obtida da c´elula, esse recurso ´

e chamado rastreamento de ponto de potˆencia m´axima (MPPT).

(35)

Figura 9 – Influˆencia da radia¸c˜ao solar e temperatura nas caracter´ısticas da curva I-V de uma c´elula fotovoltaica.

𝐼 0 I 𝑉 á 0 V 0 I 𝐼 𝑉 á 0 I V Irradiância Temperatura da Célula FV (a) (b)

Fonte: adaptado de Kalogirou (2013)

2.1.1.3 Associa¸c˜ao de c´elulas e m´odulos fotovoltaicos

Na pr´atica, pain´eis solares podem ser conectados em s´erie ou paralelo. A Figura 10 ilustra como a curva I-V ´e modificada no caso de duas c´elulas FV idˆenticas serem conectadas em s´erie ou paralelo. Como pode ser visto no caso das c´elulas serem colocadas em paralelo a tens˜ao de circuito aberto permanece inalterada entretanto a corrente de curto-circuito duplica; no caso da conex˜ao ser feita em s´erie a tens˜ao de cic´utio aberto dobra enquanto a corrente de curto-circuito permanece a mesma.

Figura 10 – Conex˜ao em s´erie e paralelo de dois pain´eis solares idˆenticos. (a) Conex˜ao em paralelo.(b) Conex˜ao em s´erie.

𝐼 + 𝐼 0 I 𝑉 0 V 0 I 𝐼 0 I V Duas células (a) (b) Uma célula 𝐼 , 𝐼 𝑉 , 𝑉 𝑉 , 𝑉 Uma célula Duas células

Fonte: adaptado de Kalogirou (2013)

Na conex˜ao em s´erie o terminal positivo de um painel solar ´e ligado ao terminal negativo de outro painel, assim subsequentemente, at´e que se o n´ıvel de tens˜ao desejado

(36)

seja alcan¸cado. J´a na associa¸c˜ao em paralelo os terminais positivos s˜ao conectados entre si bem como os terminais negativos. Em uma planta fotovoltaica tˆem-se as duas configura¸c˜oes, que possibilitam a gera¸c˜ao de energia em correntes e tens˜oes adequadas para aplica¸c˜oes pr´atica (PINHO; GALDINO, 2014). A Figura 11 apresenta um diagrama esquem´atico com as nomenclaturas que diferentes configura¸c˜oes de c´elulas podem levar, de acordo com as liga¸c˜oes que s˜ao feitas entre elas.

Figura 11 – Esquema de conex˜ao de m´odulos fotovoltaicos.

Módulo FV

Células solares conectadas em série

"String"

Módulos FV em série

"String" é projetada para fornecer nível de potência adequado para o

inversor utilizado. Em alguns sistemas pequenos, a

"String" é o próprio "Array"

"Array" Strings em paralelo Módulo FV ≈36 células 36 células em série = 12V nominal (Vmp 18V aprox.) 72 células em série = 24V nominal (Vmp 36V aprox.) Célula FV 0,5V 5A = 2.5watts

Fonte: Adaptado: Stapleton e Neill (2012)

2.1.2 Sistemas Fotovoltaicos

Existem trˆes configura¸c˜oes distintas de instala¸c˜oes FV podendo estes ser: Sistemas Fotovoltaicos Isolados (SFI) - que em geral necessitam de algum tipo de armazenamento

(37)

sendo estes geralmente baterias, Sistemas Fotovoltaicos Conectados `a Rede (SFVCR) e Sistemas H´ıbridos (SFH) (PINHO; GALDINO, 2014).

2.1.2.1 Sistemas Fotovoltaicos Isolados (SFI)

Os sistemas fotovoltaicos isolados s˜ao tamb´em chamados de sistemas autˆonomos, s˜ao empregados em locais onde n˜ao h´a servi¸co de distribui¸c˜ao el´etrica. Esse tipo de instala¸c˜ao ´e comum em zonas rurais, ilhas ou qualquer outro lugar remoto, distante dos principais centros de consumo de energia, o que torna a constru¸c˜ao de redes el´etricas para essas regi˜oes financeiramente invi´aveis para as concession´arias de energia.

Nesse tipo de sistema o gerador, independentemente da natureza da matriz energ´etica, deve ter potˆencia nominal suficiente para atender `a carga a qualquer instante de tempo. Dessa forma o dimensionamento do mesmo deve ser feito de forma que a demanda m´axima requisitada pela carga seja atendida. No caso de um sistema residencial convencional, a demanda m´axima pode ocorrer em hor´arios onde n˜ao haja incidˆencia solar suficiente para atender `a potˆencia demandada. Portanto, ´e necess´ario que hajam baterias, ou outros acumuladores de energia, que n˜ao s´o sejam capazes de armazenar o excesso de energia gerada, mas que possam entregar a potˆencia para estas situa¸c˜oes de alta demanda.

Sob o ponto de vista da instala¸c˜ao fotovoltaica, sistemas isolados diferem grande-mente dos sistemas conectados `a rede de energia. Naquela configura¸c˜ao h´a necessidade de uma unidade respons´avel pelo controle e condicionamento de potˆencia, composta por um inversor (que e converte a energia cont´ınua para alternada em casos de necessidade) e um controlador de carga o qual distribui a energia gerada entre as cargas enviando o excedente para as baterias. A carga da bateria ´e administrada por esse dispositivos obedecendo seu perfil de carga da mesma, prolongando a vida ´util das baterias e oferecendo diversos tipo de prote¸c˜ao. Portanto para todo o tipo de instala¸c˜ao fotovoltaica com baterias o controlador de carga ´e um dispositivo obrigat´orio (VILLALVA, 2013).

Em sistemas fotovoltaicos isolados o uso de baterias ´e indispens´avel, pois a instala¸c˜ao n˜ao ´e conectada na rede de energia, logo a bateria funciona como um elemento que armazena o excedente da energia gerada durante o dia a qual fica dispon´ıvel para posterior consumo durante as horas da noite. Na maioria dos sistemas fotovoltaicos a bateria tamb´em funciona como uma fonte de tens˜ao est´avel para o controlador de carga e o inversor de frequˆencia, isso ´e necess´ario visto que a tens˜ao nos terminais dos m´odulos ´e

(38)

inst´avel devidos efeitos de sombreamento que ocorrem durante o dia que geram perfil de tens˜ao com diversas rampas.

2.1.2.2 Sistemas Fotovoltaicos Conectados `a Rede (SFVCR)

Diferentemente do sistema autˆonomo, o sistema fotovoltaico conectado `a rede el´etrica opera em locais j´a atendidos pela rede, operando em paralelismo com a mesma. Esse tipo de sistema supre parcialmente ou totalmente a demanda de consumidores residenciais, comerciais e industriais, direcionando o excedente da energia gerada para a rede de distribui¸c˜ao `a qual o consumidor est´a ligado. Em alguns pa´ıses esse excedente ´e revertido em compensa¸c˜oes monet´arias para o produtor, j´a a legisla¸c˜ao brasileira (ANEEL, 2012) permite apenas que esse excedente seja revertido em cr´editos na conta de luz do consumidor.

Os sistemas fotovoltaicos conectados `a rede podem ser classificados de acordo com a maneira como a gera¸c˜ao ´e configurada, podendo estas serem centralizadas, constituindo-se plantas com centenas de m´odulos fotovoltaicos, que somam grande capacidade de gera¸c˜ao el´etrica; ou micro e mini-sistemas que possuem natureza distribu´ıda conectadas radial-mente no sistema de distribui¸c˜ao, sistemas os quais podem ser instalados por consumidores comuns. De acordo com Villalva (2013) os SFVCR podem ser divididos em trˆes categorias.

Microgera¸c˜ao: potˆencia instalada at´e 100kW;

Minigera¸c˜ao: potˆencia instalada entre 100kW e 1MW; Usinas de eletricidade: potˆencia acima de 1MW.

Neste trabalho ser´a dado foco aos efeitos da Micro e Minigera¸c˜ao FV em sistemas de distribui¸c˜ao, portanto ser´a abordado mais a fundo aos elementos constituintes desses sistemas, de modo que esse conhecimento seja usado para modelar os equipamentos nas simula¸c˜oes.

2.1.2.3 Sistemas H´ıbridos (SFH)

Os sistemas h´ıbridos, levam esse nome pois possuem outras fontes de gera¸c˜ao de energia al´em da fotovoltaica por isso s˜ao chamados de h´ıbridos. Podendo tamb´em ter parte de sua matriz energ´etica composta por energia e´olica, queima de combust´ıveis f´osseis

(39)

entre outra fontes. Devido `a sua complexidade, estes sistemas necessitam de algum tipo de controle capaz de integrar os v´arios geradores, de forma a otimizar a opera¸c˜ao para o usu´ario. Em geral este sistema ´e utilizado para atendimento a cargas em corrente alternada (CA) necessitando-se, portanto, de um inversor (PINHO; GALDINO, 2014).

2.1.2.4 Fator de capacidade (FC)

O fator de capacidade ´e um dos ´ındices utilizados na caracteriza¸c˜ao de empre-endimentos de gera¸c˜ao de energia el´etrica. Este indicador pode ser calculado pela raz˜ao da energia fornecida pelo equipamento dentro do intervalo de tempo definido, pelo total da energia que o equipamento teria fornecido se estivesse operando em potˆencia nominal dentro desse intervalo de tempo.

Para aplica¸c˜oes solares, o fator de capacidade ´e expresso para um intervalo de tempo de 24horas, e pode ser escrito conforme equa¸c˜ao abaixo (URBANETZ et al., 2010):

F C = Rt2 t1 Psaídadt PF V × (t2− t1) (8) Onde:

• Psaída - ´e a potˆencia instantˆanea gerada nos m´odulos fotovoltaicos;

• PF V - ´e potˆencia de pico do conjunto de m´odulos FV no sistema;

• t1 e t2 - valores inicial e final do intervalo de tempo observado.

2.1.2.5 Penetra¸c˜ao Fotovoltaica (F Vpen)

Outro ´ındice utilizado para caracterizar um sistema de gera¸c˜ao distribu´ıdo ´e a penetra¸c˜ao fotovoltaica, este ´ındice ´e a raz˜ao do potencial FV instalado no sistema de distribui¸c˜ao pela soma de todas as cargas instaladas. A penetra¸c˜ao FV esta expressa na Equa¸c˜ao (9). F Vpen= Pn i=1PF V(i) Pm j=1PCarga(j) (9) Onde:

• PF V(i) - a potˆencia de pico da i-´esimo gerador FV instalado da rede [kW ];

• PCarga(j) - a carga instalada da j-´esima unidade consumidora da rede;

• n - total de geradores FV instalados na rede; • m - total de unidades consumidoras na rede;

(40)

2.1.3 Inversores e outros componentes de sistemas FV

Os sistemas fotovoltaicos de microgera¸c˜ao s˜ao pequenos sistemas, com potˆencia de at´e 100kW que englobam geralmente pequenas instala¸c˜oes residenciais e comerciais de baixo consumo de energia. J´a a minigera¸c˜ao ´e geralmente observada em com´ercios e industrias, que possuem potˆencia de gera¸c˜ao fotovoltaica entre 100kW at´e 1MW.

Os principais componentes de um conjunto fotovoltaico s˜ao os m´odulos FV e o inversor do qual ser´a abordado na pr´oxima se¸c˜ao. Os demais elementos necess´arios s˜ao conhecidos coletivamente como balance of system equipment (BoS) e frequentemente devem obedecer a regula¸c˜oes regionais e/ou nacionais dependendo de onde o conjunto fotovoltaico seja instalado (HANKINS, 2010). Os componentes principais que comp˜oem o BoS s˜ao listados abaixo:

• Cabeamento CC incluindo o cabeamento inter-array (cabeamento usado para conec-tar os v´arios m´odulos e strings juntos para formar um painel fotovoltaico), o cabo do gerador fotovoltaico para a caixa combinadora PV (se necess´ario) e o cabo da caixa combinadora fotovoltaica para o inversor.

• Combinador fotovoltaico, normalmente necess´ario apenas quando o gerador fotovol-taico tem mais de uma cadeia paralela e est´a localizado entre o gerador fotovoltaico e o inversor.

• Caixas de jun¸c˜ao do m´odulo localizadas na parte de tr´as de cada m´odulo; nessa caixa est˜ao os fios usados para conectar as c´elulas fotovoltaicas que formam o m´odulo. • Os dispositivos de prote¸c˜ao e desconex˜ao, como os disjuntores / seccionadores

principais CC e CA, s˜ao frequentemente exigidos por muitos padr˜oes e c´odigos locais. • Prote¸c˜ao contra raios e surtos.

• Medi¸c˜ao: o edif´ıcio ter´a um medidor de eletricidade usado para medir os fluxos de eletricidade dentro e fora da edifica¸c˜ao. Os instaladores podem incorporar esse medidor no novo sistema fotovoltaico ou instalar um novo medidor, dependendo se o medidor atual atende aos requisitos do sistema. Os medidores podem ser brutos ou l´ıquidos.

• Cabeamento CA conectando ao inversor ao medidor e o medidor `a rede el´etrica. • Aterramento / cabos de aterramento para o array.

• Monitoramento: a maioria dos sistemas fotovoltaicos incorpora algum tipo de moni-toramento para que o propriet´ario possa ver as sa´ıdas de seu sistema e quaisquer

(41)

problemas, como uma diminui¸c˜ao na produ¸c˜ao de energia, possam ser rapidamente identificados.

Neste trabalho ser´a dado foco `as caracter´ısticas dos inversores que comp˜oem o sistema fotovoltaico.

2.1.3.1 Inversores para a conex˜ao `a rede el´etrica

Os inversores utilizados em instala¸c˜oes fotovoltaicas, tˆem como fun¸c˜ao principal converter a corrente cont´ınua gerada nos m´odulos fotovoltaicos em corrente alternada, que pode ser ent˜ao tanto, consumida pelo usu´ario quanto enviada para a rede de distribui¸c˜ao.Nos sistemas autˆonomos os inversores CC-CA fornecem tens˜oes el´etricas alternadas em seus terminais. J´a nos sistemas conetados `a rede os inversores CC-CA funcionam como fonte de corrente e n˜ao tem a capacidade de fornecer tens˜ao para os consumidores. Este tipo de inversor funciona apenas quando a rede el´etrica estiver operando dentro de determinados n´ıveis de tens˜ao e frequˆencia. Todos os inversores conectados `a rede possuem as fun¸c˜oes b´asica descritas abaixo:

• Converter corrente cont´ınua do array FV em corrente alternada, a qual pode ser utilizada pelo usu´ario ou enviada para a rede de distribui¸c˜ao atrav´es do medidor de energia. Sem esse tipo de inversor ´e imposs´ıvel exportar a energia fotovoltaica gerada para a rede de distribui¸c˜ao.

• Garantir que a potˆencia alimentada para a rede de distribui¸c˜ao est´a dentro dos n´ıveis de tens˜ao e frequˆencia especificados pela concession´aria. Caso o inversor n˜ao seja capaz de converter a potˆencia CC para condizer com a frequˆencia e tens˜ao adequada da rede, o equipamento n˜ao deve transmitir energia para a rede.

• Utilizar o recurso de MPPT (rastreamento de ponto de potˆencia m´axima) para garantir que a m´axima potˆencia poss´ıvel est´a sendo extra´ıda do array fotovoltaico, para as atuais condi¸c˜oes de insola¸c˜ao e temperatura.

• O inversor tem sistemas de prote¸c˜ao embutidas, para garantir que o inversor se auto-desligue quando a rede de distribui¸c˜ao n˜ao est´a operando dentro dos n´ıveis tolerados de tens˜ao ou frequˆencia.

Os inversores conectados `a rede podem possuir algumas diferen¸cas as quais est˜ao relacionadas aos fatores abaixo:

(42)

• se o inversor possui ou n˜ao um transformador; • a frequˆencia de comuta¸c˜ao do inversor ;

• como o array FV e o inversor se conectam um com o outro; • se o inversor permite entrada de um ´unica ou m´ultiplas strings;

• se o inversor foi desenvolvido para alimenta¸c˜ao monof´asica ou trif´asica.

2.1.3.2 Rastreamento do ponto de m´axima potˆencia MPPT

Conforme abordado na Subsubse¸c˜ao 2.1.1.2 o MPPT (Maximum Power Point Tracking), ou rastreamento do ponto de m´axima potˆencia, tem a fun¸c˜ao de garantir que para todo instante de tempo a potˆencia entregue pelo conjunto de m´odulos fotovoltaicos seja m´axima levando-se em conta o n´ıvel de irradia¸c˜ao e temperatura do m´odulo a Figura 7 ilustra a rela¸c˜ao tens˜ao-potˆencia no MPPT.

Devido `as condi¸c˜oes de insola¸c˜ao e temperatura variarem aleatoriamente ao logo do dia, o prop´osito dessa fun¸c˜ao, nos inversores conectados `a rede, ´e encontrar uma tens˜ao ´

otima a ser aplicada pelo inversor nos terminal do conjunto. Essa tens˜ao proporcionar´a que os m´odulos entreguem a potˆencia m´axima poss´ıvel para as condi¸c˜oes de temperatura e insola¸c˜ao naquele momento.

O princ´ıpio de funcionamento do MPPT consiste em um algoritmo, alterando in-tencionalmente a tens˜ao terminais do conjunto fotovoltaico, e observando o comportamento da potˆencia fornecida pelo conjunto determina a tens˜ao ideal para a melhor eficiˆencia do equipamento. O algoritmo consiste em incrementar ou decrementar a tens˜ao em pequenos steps at´e que encontre um ponto de m´aximo na curva PxV o joelho da curva ilustrada na Figura 8.

Para os casos onde h´a sombreamento parcial de uma string conectada ao inversor o perfil da curva PxI apresenta outra forma, nesse tipo de situa¸c˜ao a curva PxI apresenta um m´aximo local e um global, e o algoritmo pode nesse caso situar o n´ıvel da tens˜ao em um m´ınimo local.

Uma estrat´egia para contornar esse problema ´e em casos onde o sombreamento ´e inevit´avel, na concep¸c˜ao do projeto, o projetista prefira que o sombreamento ocorra apenas sobre apenas uma sobre uma string do que parcialmente em v´arias (VILLALVA, 2013). Em conjunto com essa a¸c˜ao, o projeto deve contemplar inversores multi-strings (explicado em Subsubse¸c˜ao 2.1.3.4) dessa forma o inversor aplicar´a a tens˜ao ideal para a obten¸c˜ao

(43)

de m´axima potˆencia individualmente para cada uma das string conectadas no mesmo, eliminando a possibilidade do inversor trabalhar em um m´aximo local na curva PxV.

2.1.3.3 Inversores String

S˜ao utilizados em sistemas de pequeno porte que variam 1kWp ate 11kWp. Inversores desse tipo possuem apenas um rastreador de ponto de potˆencia (MPPT) e a tens˜ao CC entrada pode variar de extra baixa tens˜ao (ELV) at´e 1000 volts CC (baixa tens˜ao, LV). Esse tipo de inversor pode ser conectado em grande variedade de maneiras conforme as configura¸c˜oes est˜ao ilustradas nas figuras: Figura 12, Figura 13 e Figura 14.

Figura 12 – Inversor string conectado em apenas uma string de m´odulos fotovoltaicos.

Inversor String Quadro de distribuição Rede Inversor de String Quadro de distribuição Rede Inversor String

Fonte: Stapleton e Neill (2012)

Figura 13 – Esquema de inversor string com conex˜ao de m´ultiplas strings na mesma entrada do inversor Inversor String Quadro de distribuição Rede Inversor de String Quadro de distribuição Rede Inversor String

Referências

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