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A Igreja de Jesus Cristo no mundo em crise

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Academic year: 2021

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A Igreja de Jesus Cristo no Mundo

em Crise

por Dr. Harding M eycr

A ntes de m ais n ad a quero ag ra d e c e r pelo convite que me foi dirigido pelo C entro A cadêm ico V III de Setem bro desta F acu ld ad e de T eo lo gia de dar uma conferência nesta série sôbre o tem a: «A Igreja de C risto no M undo em C rise».

A ceitei o convite, ap esar de meu conhecimento ain d a lam entà- velm ente im perfeito da lín gua portuguêsa, pois rep resen ta uma honra e um prazer todo especial fa la r em uma ocasião como esta.

Lamento profundam ente o fato de não ter assistido às p ales­ tras antecedentes desta Sem ana de T eo lo g ia Contem porânea. G ostaria im ensam ente de tê-las ouvido, pois o tem a que escolheram in d ica, cer­ tam ente, um dos problem as v ita is de nossa existên cia tanto eclesiástica como pessoal. T e ria sido de gran d e proveito p ara mim sab er como os irm ãos das outras denom inações ev an g élicas vêem esta crise de nosso mundo que tanto nos preocupa e’ inquieta.

E com isso já entrei no tema que me coube. Pois é lógico que, antes de definirm os nossa atitu d e diante do mundo Cm crise, precisam os saber em que resid e esta crise.

Com eçarei com algumas reflexões preliminares.

Suponho que na escolha do tema g e ra l desta Sem ana de T eo ­ lo gia como também n as deliberações a respeito de sua form ulação tenha sido levado em consideração o tom profundam ente bíblico do conceito «m undo em crise». Segundo o E vangelho de João (c. 3, 17-19), êste; mundo está sujeito a uma crise incessante, cuja origem e essência residem no fato de que a luz d iv in a veio ao mundo e os homens, não obstante., am aram m ais as trev as do que a luz. E em João 12, 31 é declarado expressam ente: «A g o ra chegou o momento da crise do m undo».

Esta id éia de que as ag itaçõ es do munido nascem d e certa for­ ma da rev elação d ivin a en co n tra-se também, de vez em quaiido, nos escritos de Lutero. Diz êle, por exem plo: «N isi istos tum ultus viderem , verbum Dei in mundo esse non crederem ». (S e eu não v isse êsses tumultos, não poderia crer que a p a la v ra de Deus está no m undo).

D aí im põe-se a pergunta d e c isiv a p ara o desenvolvim ento de nossas reflexões: será que a crise do mundo, que de certo não cons­ titui um fenômeno restringido a nossa época atu al, tendo, porém, a l­ cançado, hoje, a sua forma m ais acen tu ad a, será q ue essa crise tem um sentido cristão oculto? S e rá que sua origem e suas raízes residem no evento de C risto? E se ria , por conseguinte, possível entendê-la como uma crise fundam entalm ente cristã?

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C aso essa suposição seja ac e rtad a, teríam os alcançado com isso dois resultados decisivos:

primeiro: A Igreja de C risto estaria diretam ente envolvida nesta

crise, tendo, ao menos tempo, uma responsabilidade tôda especial d i­ an te dela. Nós cristãos nunca m ais poderíam os ig n o rá-la ou re tira r- nos num recinto ao ab rigo de tôdas as agitaçõ es. A questão que tanto nos ocupa, se nós, como Ig reja de C risto, temos responsabilidade em face da crise do mundo e, conseqüentem ente, a o brigação d e in tervir nela, esta questão estaria uma vez por tôdas respondida d e m aneira afirm ativ a.

segundo: C aso a nossa hipótese de que a crise do mundo tem

uma b ase cristã, seja correta, tal crise teria um aspecto altam ente, po­ sitivo. S eria preciso prim eiro aceitá-la como tal em vez de querer superá-la precipitadam ente. D everíam os ap ro v ar o fato básico da crise.

Tudo isso nos le.va a pergun tar em quê reside a essência da crise do mundo .atual. Sabem os todos que se trata de um fenômeno multiform e. Isso v a le ain d a m ais p ara o B rasil do que p ara os países norte-am ericanos ou europeus. O eixo das tenções, p ara assim dizer, é incom ensuràvelm ente m aior neste país do que na E uropa C en tral ou na A m érica do N orte. A p a la v ra conhecida de Roge.r B astide de que o B rasil seja um a «te rra de co n trastes», dem onstra ser v erd ad eira em tôdas a s nossas exp eriên cias cotidianas. A d istân cia entre pobreza e riqueza, entre cam adas sociais de cultura muito elev ad a e b aix a, entre zonas de técnica altam en te d esenvolvida e regiões subdesen­ v o lvid as é infinitam ente m aior do que nos p aíses europeus. Por isso a s crises são m ais freqüentes e. revelam um ca rá te r m ais polimorfo e, talvez, m ais inquietador.

Sem querer reduzir artificalm ente o c a rá te r multiform e da crise, atual, temos que exam inar se existe um denom inador comum p ara tô­ d as essas crises, ao menos p ara as m ais im portantes dentre elas. S erá que se pode d elin ear algo como a forma fundam ental dessa crise que seria a crise por excelência?

Com isso não pretendem os assum ir uma atitude m eram ente teórica. A nossa atitud e é nem m ais nem menos que a do bom médico que não somente constata e com bate os sintom as, m as procura a o ri­ gem dêles p a ra poder cu rar a doença.

0 pensam ento básico de tôdas as reflexões seguintes será o de que o âm ago desta crise multiform e do mundo atu al pode ser design ad o pelo conceito ide «sec u la riz a ção ».

Isso, naturalm ente, rep resen ta, por ora, uma m era hipótese. A té que ponto e em que sentido esta hipótese rep resen ta a verd ad e, será

exam inado na prim eira p arte desta conferência que in titu larei:

1 —' A Secularização como Conseqüência Necessária e Legí­ tima da Fé Cristã.

Superficialm ente co n siderada, a secu lariz ação parece sign ificar algo como a em ancipação do homem da tutela eclesiástica, o a fa sta ­ mento de cousas, conceitos e pessoas da esfera da Ig reja e, conse­

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qüentem ente, de Deus. E sta noção da secu larização é geralm ente aceita.

S e bem que seja p arcialm en te exata, não descreve ela a atitud.e secularizad a na sua essência m ais íntim a. S ecu larização não é sim ples­ mente a inclinação do homem p ara o mundo, mas antes, a experiência de que é livre do mundo, a consciência d.e sua autonomia e sua liberdade

diante de tôda a natureza- T ra ta -s e da inclinação do homem para si mesmo e a essa sua atitud e de liberdade e autc-nomia corresponde seu do­

mínio sôbre o mundo e sua responsabilidade p ara com o mesmo. S e c u la ri­ zação, portanto, sign ifica que o homem alcançou a consciência de sua independência e m aioridade. C onsidera o mundo e a v id a como algo que está a sua disposição, que está entregue a sua fôrça dom inadora e responsabilidade'.

Reconhecendo que exatam ente nisso reside a essência ida ati­ tude secu larizad a, rev ela-se im ediatam ente a linha reta que conduz da fé cristã ao fenômeno da secu larização . Pois essa lib erd ad e diante do mundo ca ra teriz a justam ente a atitude da fé cristã. P a ra os cris­ tãos os deuses dêste mundo foram destronados. T ô d as aq u elas po­ tências num inosas dian te das quais o pagão piedoso trem ia, v en e­ rando-as ao mesmo tempo, foram d erru b ad as. Os cristãos crêem, ao contrário, num Deus além do cosmo, além de tôdas as esferas onde: os deuses rein aram e p ara onde os pagãos d irigiam a sua atenção religiosa.

Por isso os cristãos foram considerados pelos p agão s como impiedosos e ateus. Enquanto que o p agão devoto sentia-se na sua vid.a com pletam ente cercado por fôrças num inosas, às quais se. su­ je itav a e obedecia, o cristão confessa e testem unha que nem anjos, nem principados, nem poderes, nem cousas do presente, nem do porvir, nem v id a, nem morte poderão sep ará-lo de Deus (Rom . 8,38 s ) .

Q uando P aulo fala do homem antes de C risto, descreve-o co­ mo escravizad o pelos «elem entos fracos e pobres» do mundo, g u ar­ dando ansiosam ente dias, meses e tempos oportunos (G ál. 4 ,9 ). D escreve-o como sendo ain d a menor, sujeito à tutela, até que. C risto o liberte, pondo fim a seu estado de escravo, tornando-o sim ultâ-neam ente filho am ado do Deus verd ad eiro (G ál. 4,1 s s ).

Sendo filho de Deus, o homem tornou-se também herdeiro le­ gítim o do mundo, «co -herdeiro de C risto », como diz P aulo (Rom. 8 ,1 7 ). E isso sign ifica que o homem está livre do temor piedoso, do mêdo escravizad o r dian te d.os podêres do mundo. É recolocado no lu g a r que lhe pertence pela vontade do criad o r: o lu gar do senhor sô­ b re a criatu ra.

Assim , o homem pela fé cristã volta a ser o que originalm ente era e d ev ia ser: o senhor da te rra, que. não a explora, nem faz com ela o que quer, mas que se reconhece responsável p ara com a mesma. A meta d essa resp o n sab ilid ad e é a de que. o mundo sirv a ao homem e. não o escravize de nôvo. P ortanto, o objetivo dêsse senhorio do homem sôbre a terra consiste em que êste mundo con­ tinue a ser só mundo, a saber, um mundo subordinado ao homem, como está expresso no relato da criação do G ênesis (c. 1, 2 8 ).

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E sta lib erd ad e responsável do homem diante d.o mundo, que é restab elecid a p ela fé cristã, tem o ca rá te r de. lib erd ad e re a l e v e rd a ­ d eira. N ão é lim itad a por norm as nítid as decretad as d a p arte de Deus, que indicassem exatam ente o que deva ou não d.eva ser feito nas circu n stân cias concretas da v id a. D eus, ao contrário, quer ünicam en- te que o homem assum a a resp o n sab ilidade p ara com o mundo, m as não ordena que faça isso ou aquilo’. O homem não é sim plesm ente executor deí instruções e ordens divinas. T al conceito não seria mais do que uma n egação da liberdade responsável e da autonom ia do ser humano.

A o p ergu n tar o que se deve fazer na v id a profana, o homem é rem etido ao próprio raciocínio. O mesmo está autorizado a tom ar tôdas as decisões n ecessárias.

N este sentido, o Apóstolo P aulo repetidam ente ap ela ao racio ­ cínio, ao pensam ento racio n al, quando trata da questão ética. Exorta os cristãos a «do kim azein », isto é, exam inarem criticam ente «qual seja a vo n tad e de D eus, o bom, o a g ra d á v e l e o perfeito» (Rom . 12, 2). Encontram os o mesmo conceito de «dokim azein» em F il. 1, 10: devem os «ex am in ar qual seja o justo e o in justo». No capítulo 4, veTs. 8 d a mesm a c a rta, Paulo resum e as suas exortações éticas na seguinte frase sim ples e sig n ificativ a: «F inalm ente, irm ãos, tudo o que é verd ad eiro , tudo o que é resp eitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é am ável, tudo o que é boa fam a, se algum a v irtu d e h á e se! algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensam ento».

E ssa lib erd ad e resp o n sável, que Paulo atrib ui ao hemem e que envolve tanto a sua independência e seu senhorio diante do mundo quanto a sua plena resp o n sab ilid ad e e. autonom ia nas decisões con­ cretas, ex p ressa-se de m an eira monumental na frase m em orável, que encontram os duas vêzes: «T ô d as as cousas me são líc ita s», ou melhor a in d a: «T en h o poder sôbre tôdas as cousas, m as nem tô d as convêm ».

(1 Cor. 6, 12 e 10, 23).

E sta id é ia da lib erd ad e responsável e da autonom ia em relação às ações no mundo, que a fé cristã concede ao homem, começou a ser esquecida logo após a época do N T . A esfera da política penetrou no E vangelho e na Igreja. Isso aconteceu d e m an eira in cisiva sob Constantino e m ais ta rd e nas ten tativ as do papado rom ano de esta­ belecer um domínio m undial de ca rá ter p o lítico-espiritual. T ô d a essa época constitui um retrocesso p ara a éra precedente àq u ela em ancipa­ ção hum ana efetuad a p ela fé cristã.

Com o fim da Idade M éd ia term ina também a éra de C onstan­ tino e das te n tativ as p ap ais d elin ead as acim a. Isso n aturalm ente não aconteceu de repente, m as sim, passo a passo. N a R en ascen ça, no Humanismo e com o início da filosofia m oderna, nasce uma nova cons­ ciência da autonom ia e lib erd ad e hum ana em relação à v id a e às decisões profanas.

Tem os que m encionar também, e de m an eira p articu lar, a R e­ form a de Lutero. Em contraposição ao papado romano, com sua id éia do domínio p o lítico -esp iritual do mundo, Lutero desenvolve a doutrina dos d ois reinos, a qual constitui, com sua distinção entre

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o reino espiritual-religioso e' o político-profano, a expressão dogm ática do fenômeno da secularização . A cen tua sem pre de nôvo a autonom ia e independência do reino secular. A norm a que determ ina êste mun­ do não é uma lei re v e lad a, d iv in a ou cristã, m as sim, a lei n atu ral da razão. Diz Lutero, p ara citar ap en as um a frase sig n ificativ a: «T ô- das as cousas e instituições d.o mundo são g o vern ad as pelo home.m segundo seu raciocínio e sua sab edo ria n atu ral, im plantada pc-r Deus. Jesus C risto não pretende fazer algo d e nôvo ou diferente aqui, mas deixa as cousas como e s t ã o . . . » ( W A 21, 3 9 4 ).

D esde o fim do pensam ento m edieval, a id éia d a lib erd ad e e da autonom ia do homem alastrou-se de modo triu n fal por todos os setores d a v id a hum ana. D estacam -se como m arcos histórico« dêsse desenvolvim ento a fam osa «D eclaração da Independência» dos E stados U nidos, a R evolução F ran cesa, o M an ifesto Com unista e a revolução técnica e ind ustrial, com seus resultados enorm es e esp eta­ culares.

Tam bém tudo o que c a ra te riz a a nossa situação atu al, sem d ú­ vida, faz p arte dêsse movimento da secu larização legítim a: a evolu­ ção da n acio n alid ad e, a in d u strialização , as te n tativ as em prol da independência econôm ica, tanto do indivíduo como dos povos. Tudo o que está acontecendo no âmbito dêsses m ovimentos é uma expressão da m aioridade a lca n çad a pelo homem. T ra ta -se sem pre da realização de seu senhorio sôbre o mundo, da evolução d.a lib erd ad e e autonom ia, d esen cadeada p ela fé cristã.

Tom ando consciência dêste fato, não é m ais possível, para a Igreja de C risto, in terp retar a secu larização como movimento p re­ ponderantem ente n egativo , que deve ser reprimid.o ou até anulado. Devemos, pelo menos em tese, a c e ita r tôdas essas form as de seculari- zação, seja a in d u strialização , a n acio n alização ou a socialização, mes­ mo tendo, a últim a, as feições am eaçad o ras do m arxism o. Pois são ten tativas legítim as da p arte do homem de adm in istrar, na lib erd ad e responsável dc herdeiro, a h eran ça que Deus lhe deu, a saber, o mundo.

É claro que nesta altitu d e su rge a questão d ecisiv a: será que a Igreja de C risto n ad a m ais pode fazer dian te daqueles movimentc-s, a não se r aprová-los? Tem os que ac eitar sem crítica todos êsses fenô­ menos da secu larização ? D eve a Ig reja, portanto, d eix ar a sec u la ri­ zação entregue a si mesma?

Sei, e os senhores o sabem igualm ente', que o luteranism o freqüentem ente é repreendido no sentido de que sua doutrina dos dois reinos o levou a esta conseqüência. A firm a-se que nós luteranos a b a n ­ donamos o m undo num a autonom ia ilusó ria, sendo por isso culpados pelo paganism o da época atu al e seus resultados d evastad o res. Nossos críticos não nos poupam a alusão ao s acontecim entos duran te o T e r ­ ceiro R eich na A lem anha. Dizem que o luteranism o alem ão não so­ mente dem onstrou-se im potente, m as, além disso, com sua doutrina dos dois reinos, fortificou e confirm ou a id eologia n azista.

Bem, não querem os, de certo, recu sar com pletam ente essa c ri­ tica. Estam os dispostos a o u vi-la. M as, por outro lado, não nos d e - xamos le v a r por uma atitu d e de pânico, que rejeita a doutrina dos dois reinos e assim nos im pede de refletir com o b jetividade sôbre o v e rd a ­

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deiro sentido d essa doutrina e sôbre1 o fenômeno da secu larização le­ gítim a.

E com isso já passam os p ara a segun d a parte de nossas refle­ xões.

II~ O Secularismo como Degeneração da Secularização

Justam ente por ser no sentido d elineado acim a uma conseqüên­ cia n ec essária e legítim a do evento de C risto, a secu larização continua a depender até certo ponto da fé cristã. D eve ficar num certo sentido relacio n ad a com a fé em C risto, p ara que possa continuar a ser se­ cu larização legítim a e v erd ad eira.

Como é que temos de entender essa relação ? Como é que podemos fa la r nela sem an u lar de nôvo aq u ela lib erd ad e, autonom ia e independência do homem, que' nos p arece tão essencial?

P a ra poder responder, temos de v o ltar prim eiro ao Nôvo T es­ tam ento, perguntando onde reside a b ase d aq u ela lib erd ad e que é atrib u íd a ao homem, quanto às su as ações no mundo.

A resposta d ad a pela E scritura S a g ra d a é n ítida. E ssa liber­ d ad e secu lar origina-se do fato de o homem reconhecer o Deus v e r­ d adeiro. Sim ultâneam ente com êsse reconhecim ento da fé, o homem experim enta o am or de D eus, que. o s a lv a e ju stifica, sem le v a r em conta as su as obras no mund.o. O homem, portanto, reconhece que o Deus transcendente, sem con sid erar a m an eira de v iv e r e a g ir do homem no mundo, lhe proporciona uma existência nova e v erd ad eira. Sem aten tar p ara as suas ações na vid.a concreta e cotidiana, Deus cuida do homem de um modo absoluto e abundante. N ão há nada que. poderia pôr em d ú vid a êste fato. «P o rq u e estou bem certo ■— escreve P aulo aos Rom anos (8, 38) — de que nem morte, nem vid a, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do porvir, nem altu ra, nem profundidade, nem qualquer outra criatu ra poderá se'parar-nos do am or de De.us, que está em C risto Jesus nosso S e ­ nhor».

N esta certeza in ab aláv e l resid e o fundam ento da lib erd ad e e independência d ian te do mundo. Por saberem que Deus cuidou dêles de m an eira tão absoluta e incondicional que nenhum acontecim ento no mundo, nem suas próprias ações poderiam an u lar êste fato, os crentes são capazes de en fren tar o mundo na atitud e da lib erd ad e despreocupada e soberana. Por isso é muito sign ificativo que a frase de P aulo «T en h o poder sôbre tôdas a s cousas, m as nem tôdas con­ vêm », é p reced id a pelo versículo: « . . .v ó s vos lav astes, fôstes san tifi­ cados, fôstes justificad.os, em o nome do Senhor C risto e no E spírito de nosso D eus» (1 Cor. 6, 11).

T endo isso em m ente, reconhecem os logo o específico- da secu la­ rização atual. A independência e lib erd ad e do homem frente ao mun­ do, que hoje em dia está se realizando, se nos defro n ta, em princípio,

desligada de seu fundamento original, a sab er, da fé cristã.

C onsiderando-se o fato em si, a possibilidade de um tal desli­ gam ento, em tese, não pode se r contestada. Tam bém n ão querem os dizer, que um tal desligam ento não d ev eria ocorrer.

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D evem os, porém, a sse v e ra r o seguinte: visto que a secu lariza- ção a tu a l conservou a lib erd ad e e autonom ia dian te do mundo, não guardando, porém, a fé cristã como base dessa lib erd ad e, surge o p erigo fatal de que êste movimento de secu larização se p erv erta e de­ genere. A quilo que resta r g o staria de cham ar d.e «secularism o », fe­ nômeno êste que deve ser distinguido nitidam ente da secu larização le­ gítim a. É êste secularism o que constitui, a meu v er, a própria C m ais profunda crise do mundo.

Em que resid.e a diferença entre secularism o e secularização ? Pode se r c a ra te riz ad a da seguin te m an eira: o secularism o representa uma secularização que não conservou se.u c a rá te r puram ente secular e profano, mas assum iu um a pretensão pse.udc-religiosa tornando-se, com isso, fenômeno religioso.

T em os de esclarecer ta l afirm ação. C onstitui um ca racterístico essencial e específico do ser humano que êle d eseja encontrar um sentido supremo da v id a. A lm eja ardentem ente a sse g u rar a sua v id a, não som ente no que está acontecendo na hora presente, mas sim, na to talid ad e de sua existên cia. P rocura uma resposta v á lid a de antem ão p ara tôdas as p ergu n tas e todos os problem as, que ainda possam su rgir. S u as ações e' pensam entos por isso sem pre visam o futuro. Q uer an tecip ar e pôr a salvo de m an eira total e defin itiva êste seu futuro. A q uela asp iração fundam ental que faz p arte de seu ser, é preenchida unicam ente quando pod.e afirm ar frente' a si mesmo: ag o ra encontrei a resposta p ara tôdas as circu n stân cias e situações, p ara todos os problem as e acontecim entos d a m inha v id a presente e futura.

P ara o crente, esta questão fundam ental já está respondida d.e m an eira plena e d efin itiva. S a b e bem certo que sua existência total está nas mãos protetoras de Deus. Com esta certeza b ásica e in ab a­ lá v e l enfrenta os acontecim entos no mundo. Pode fazer isso numa atitud e objetiva, re a lista , despreocupada, n ad a m ais procurando do que uma solução ad eq u ad a e co rreta dos problem as concretos do mo­ mento.

P ara o homem, porém, que deixou de saber-se filho am ado de Deus, a situação é totalm ente diferente. D esconhecendo aq u ela cer­ teza de que sua existência v e rd ad e ira está bem g u ard a d a por Deus, a sua asp iração n atu ra l p ara o sentido de v iv e r, p ara uma resposta global de todos os seus problem as presentes e futuros não encontra resposta. O homem se vê, por conseguinte, obrigado a procurar pela própria fôrça, im agin ação e in telig ên cia algo que pudesse satisfazer a êste desejo profundo. E é evidente que êle, desconhecendo o Deus transcendente, procurá-lo-á na esfera im anente.

A g o ra n asc e o secularism o com suas num erosas v ariaçõ es e com êle, a crise calam itosa de’ nosso' tempo.

A s p ergun tas e -os problem as com que o homem se defronta p ara serem respondidos e resolvidos assum em , de repente, um a re le ­ v ân cia ex ag e rad a e absoluta. N ão se tra ta m ais de ac h ar ap en as uma resposta a esta ou aq u ela questão concreta, um a solução p ara êste ou aq u êle problem a lim itado, mas sim, de encontrar a resposta f.nal que dá à v id a um sentido absoluto e, cc-m isso, perfeição, in tegrid ad e e segu ran ça d efin itivas.

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De lá resulta uma atitude desm edida, intolerante, absolutista, fa­ n ática. P erde-se a m an eira objetiva, realista e sen sata de en carar as n ecessidades e os problem as cotidianos no seu ca rá te r relativo e li­ m itado. Sem pre parece' estar em jôgo o problem a total da vid.a. C erta s soluções da questãc social, política ou cultural, em si mesmas indubitàvelm ente corretas e resp eitáveis, tornam -se errad as e fatais pelo sim ples fato de serem co n sideradas soluções finais p ara todos os pro-blemas da v id a hum ana.

Em vez de fazer m odestam ente o necessário nas situações concretas, pretend.e-se resolver o problem a total da existên cia. P r e.- tende-se realiza r o absoluto em vez do concreto, o perfeito- em vez do correto, o melhor em vez do bom. Soluções ac ertad as transform am -se em doutrinas intolerantes d.e salv ação , program as lo uváveis p ara o trabalho político ou social em planos presunçosos de reform ar e re­ novar o mundo inteiro, reconhecim entos corretos em id eo lo gias e x a l­ tad as, ex ag erad as e desm edidas, dentre as quais n ecessàriam en te uma exclui e combate, a outra.

E com isso estam os na crise.

Q ualquer fenômeno da secularização legítim a, assum indo pre- tenções perfeicionistas, não ap en as torna-se. uma utopia, mas, o que é pior, perverte-se. T ran sfo rm a-se em antônimo de secularização a u ­ tên tica ,isto é: torna-se uma nova form a de escravização do homem, uma n ev a forma de desum anização. Pois quando um fenômeno da secularização tem a pretensão de proporcionar o sentido da vid.a e rea liz a r a felicidade, absoluta e a p erfeição defin itiva do mundo e d.a hum anidade, acontece in evitavelm en te que o homem real, a saber, o indivíd.uo concreto n ão é m ais levado a sério. P erde a relev ân cia prim ordial, é desvalorizado ou transform ado em meio p ara concreti­ zação daquele id eal absoluto e futuro-.

Exam inem os sob êste ponto de' v ista d.ois fenômenos de. nosso tempo atu al, que constituem , também aqui no B rasil, problem as de pri­ m eira ordem: o nacionalism o e o

marxismo-Q uanto à evolução da nacionalidade não pode ser pôsto em d.úvida que rep resen ta uma form a da secularização legítim a e au tên ­ tica. Seu objetivo é o de que’ um povo tome consciência d e seu c a rá te r p articu lar, de sua trad ição , dos dons e talentos que lhe são- pró­ prios. Sim ultâneam ente v isa restrin g ir e a fa sta r as influên cias estran ­ g eiras p ara que a nação alcan ce finalm ente a sua v e rd ad e ira autonom ia e independência.

M as esta n acio n alização legítima sem pre tem ao seu lado, qual som bra, o nacionalismo, que fenom enclògicam ente pertence ao secula-

rismo. E ncontram os no mundo presente exem plos numerosos p ara ve­

rificar o que seja tal nacionalism o. Nós alem ães o experim entam os de m an eira exem plar durante o T erceiro Reich, A nação tornou-se a m ais a lta expressão do sentido da v id a. Ela estab elecia o que e.ra bom e mau. E ra algo eterno, venerad.o religiosam ente.. F a la v a -se exp ressa­ mente numa relig ião do san gue e da terra.

A debâcle foi total. A assim cham ada «etern id ad e» do T e r ­ ceiro Reich durou apenas 12 anos. O fim significou p ara a m aioria dos alem ães frustração e niilism o prático.

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A razão da catástrofe não residiü prim ordialm ente nas derro tas m ilitares ou numa política errad a, m as sim, e.m últim a an álise, na essên­ cia própria do nacionalism o. Êsse n;acionalism o in evitavelm en te condu- ziía à desum anidade e por isso devia fracassar. E sta desum anidade não sòmente se dirigiu contra tudo o que era alien íg en a, por exem plo, con­ tra os judeus, m as igualm ente contra os indivíduos do próprio povo. Foram sac rific ad as ao ídolo da nação a liberdade, a dign id ad e e a v id a do índivíduo, da fam ília e de uma geração in teira.

A intenção hum anista, que sem d úvida estêve na base da na­ cionalização, p erverteu-se numa desum anidade de proporções a ssu sta­ doras, porque a nação como ta l foi e le v ad a ao sentido absoluto, ac alv o suprem o d.a v id a, enquanto o homem real, o indivíduo concreto foi ignorado, desvalorizado e, finalm ente, desprezado.

Encontram os algo idêntico no marxismo.

N a su a concepção b ásica êle também se nos defronta como fe- fenômeno dentro dos lim ites da secu larização legítim a. Sua intenção origih al é a de restitu ir ao p roletariado a sua hum anidade in tegral. Pois o proletárici segundo M arx e E ngels, está vivendo num estado d es­ umano, enquanto não p articip ar de m an eira criad o ra e consciente na form ação da n atureza, realiza d a no âmbito da socied ad e. M a rx e En­ gels por conseguinte podem, repetidam ente e com razão, d esig n ar a sua doutrina de humanismo. F alam nela como sendo um «hum anism o re a l», uma «recu p eração do homem» ou sem elhante.

M as aqui também opera-se aq u ela perversão fatal d a sec u lariz a­ ção legítima em secularismo falso.

Em vez de restrin g ir o seu objetivo à supressão de certas ab e r­ rações g ra v e s existentes e com isso à restituição do indivíduo concreto, do homem atu al a sua plena hum anidade, seus direitos, sua d ign idade e su a independência, o m arxism o pretende proporcionar a todo o mun­ do a salv ação defin itiva que to rn ará supérflua tôda a relig ião e es­ p eran ça religio sa.

E sta tendência p ara o perfeicionism o necessariam ente tran sfo r­ ma no contrário o humanismo tencionado pelo m arxism o. V isan d o o alvo longínquo do aperfeiçoam ento do mundo, desvia-se do homem real e concreto. Êste homem re a l tem apenas um v alo r provisório, sendo mero meio p ara a realização do alvo id eal e longínquo. Por causa dêste id eal sacrificam -se os direitos, a d ign id ad e e a liberdade, de gerações in teiras.

Os exem plos concretos desta desum anização são tão numerosos e notórios que não precisam ser referidos.

Enquanto que relativam en te a sua intenção b ásica o m arxism o pode entender-se como humanismo, o mesmo na sua forma de ideolo­ g ia transform a-se no oposto.

A qui de nôvo repete-se o que já acc-nteceu na R evolução F ran ­ cesa, no nacionalism o do T erceiro R eich na A lem anha e em tôdas as form as de uma secu larização to rn ada secularism o ab so lutista: a p er­ versão p ara a desum anidade. A an tig a sentença concebida na R evolu­ ção F ran cesa sempre de nôvo dem onstra ser v e rd ad e ira: A revolução devora seus próprios filhos.

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O que v a lia p ara o nacionalism o e p ara o marxismo-, v ale, em princípio, p ara q u aisquer fenômenos da sec u lariz ação , seja a in d u stria­ lização, a so cialização c-u program as políticos de alcan ce m undial. T o ­ dos têm como objetivo a lib erd ad e, d ign id ad e e autonom ia dc- homem, m as estão ao mesmo tempo na tentação im inente de se transform arem em uma espécie de m essianism o profano, que', visando a id éia de uma perfeição vin d o u ra, esquecem -se do homem concreto e atu al, abusando dêle e assim term inam num a nova escravização d.o mesmo.

E sta d eg en eração d a secu larização p ara o secularism o cons­ titui a calam id ad e do mundo moderno. A qui resid e a forma b ásica desta crise que nos atem oriza.

Co-m isso entram os na te rc eira e últim a parte, de nossas refle­ xões, isto é, na pergunta:

III — Qual é a tarefa da Igreja de Jesus Cristo diante dêste secularismo de nossa época?

Espero que uma coisa tenha ficado suficientem ente evidente, após tôdas as reflexões an terio res: a Ig reja de C risto tem responsabili­ d ad e dian te do mundo secularizado . Pois a secu larização como tal é d ese n cad ea d a p ela fé cristã. Tem o seu ponto de p artid a naquela «k risis to kosmo touto» da qual falou o E vangelho de João e que foi d escrita pelo Apóstolo Paulo.

M as como é que essa resp o n sab ilidade pode concretizar-se ade­ quadamente?

Isso também decorre do que foi dito até ag o ra. P oderia resum ir- se brevem ente em três pontes.

Primeiro: A Igreja de C risto deve p recaver-se contra a ten ta­

tiv a d e restrin g ir, reprim ir ou an u lar a secularização .

Isso, porém, acontece quando a Ig reja basean d o -se num direito cham ado de n atu ral interpretado e sancionado por ela, decreta nor­ m as e instruções éticas definidas ou recom enda certos program as polí­ ticos e sim ultâneam ente rejeita outros, como faz, por exem plo, a Igreja C ató lica-R o m an a. E sta tendência p ara uma espécie de' teo cracia sign ifica n ad a menos d.o que a an u laç ão da autonom ia do homem e sua recolocação sob tutela.

Sou de opinião de que esta interdição, por assim dizer, c-pera- se' também quando a Ig reja d eclara poder estab elecer norm as defini­ d as p ara a v id a política ou profana em g eral, baseando-se' na id éia da realez a de C risto e da presença d e C risto nos acontecim entos do mundo. Parece-m e que esta tendência p ara algo como uma cristo- crac ia está ocorrendo em B arth.

Segundo: Em contraposição a estas ten tativ as cabe à Ig reja com­

preender e ap ro v ar a secu lariz ação como movimento divinam ente ou­ torgado p ara um a lib erd ad e responsável do homem dian te do mundo, p ara a concretização daquele senhorio do homem sôbre’ a natureza, que o riginalm ente lhe era atribuíd.o pelo C riado r. A Ig reja não deve d eixar os homens de hoje a sós na evolução da secu larid ad e. Deve en co rajá-lo s e proporcionar-lhes n esta sec u lariz ação uma sã consci­ ência. S e a Ig reja não o fizer desobedecerá a Deus.

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N este tocante não podemos absolver inteiram ente a Ig reja. T e ­ mos até de conceder que' o secularism o moderno, que está na base da crise do mundo de hoje, surgiu porque a Ig reja, pelo menos em parte, deixou de cum prir a ta re fa que lhe cabe. P ela condenação g e ra l d a secularização, pronunciada de m an eira exp lícita ou im plícita pela Ig re­ ja, aq u ela ficou entregue a si mesma e assum iu por conseguinte’ aquêle ca rá ter pseudc-religioso, que a levou ao secularism o.

Terceiro: A p esar do fato de que a Ig reja deve ap ro v ar a se­

cularização como tal, ela te.m, não obstante, uma função crítica em relação à mesma. T a l função consiste em controlar a secularização para que não assum a pretensões m essiân icas, perm anecendo, porém, como fenômeno puram ente secular.

P oderia, por conseguinte, falar-se de uma função d e sen tin ela, que a Igreja exerce de modo v icário em favor da secu larização . E la

controla a conservação do c a rá te r m eram ente profano d o raciocínio, ( a fim de que êste não u ltrap asse os seus próprios lim ites.

A Ig reja n ão exerce esta função p er tem er que as id eo lo gias do secularism o pudessem pôr em perigo a fé cristã. N ão se tra ta de uma espécie de apologética

proibitiva-Pelo contrário, ela assum e esta função crítica de sentinela em benefício e por cau sa da própria sec u la riz ação , a fim de que esta seja realiza d a de m an eira correta e ad eq uad a e não le v e o mundo e a hum anidade à catástro fe que inevitàvelm ente seg u irá ao secularismo.

A s m an eiras de exercer esta função v ic á ria de sentinela são inum eráveis. A Ig reja pode ex ercê-la não apenas por meio de' pro­ clam ações oficiais e tom adas de posição de. ca rá te r público, m as p a r­ ticularm ente atra v é s d e seu s membros que vivem todos no mundo.

A voz da Ig reja de C risto, que ecoa no mundo p ela bôea e pela atitud e dos cristãos, certam ente não é quanto ao conteúdo, uniform e.

(N ão existe uma política cristã uniform e, nem uma só doutrina cristã da arte, da p ed ago gia, do direito ou da econom ia). M as a voz dos cristãos é, por assim dizer, uníssona, tendo a m esm a nota dom inante. N ão é um a voz estran h a, eclesiástica, p ied esa ou edifican te, m as a voz com preensível do raciocínio puro, do pensam ento razo ável e obje^ tivo, «dokim azein » como tinha dito o Apóstolo Paulo.

É sim ultâneam ente a voz da lib erd ad e e d.a d ign id ad e do in ­ divíduo concreto, do homem atual, a voz do realism o de v isão que d esm ascara as feições in evitàvelm en te desum anas de q ualquer ideo­ lo gia o program a que promete aos homens um a felicid ad e id eal, abso­ luta e total.

É a voz que já ouvimos na ca rta do A póstolo P aulo aos F ili- penses c. 4, 8: «F inalm ente, irm ãos, tudo o que é verd ad eiro , tudo o que é resp eitável, tud.o o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é am ável, tudo o que é boa fam a, se algum a v irtu d e há e’ se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensam ento».

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