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Épocas de aplicação de nitrogênio e seus efeitos em componentes de produção em trigo

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO E SEUS EFEITOS EM

COMPONENTES DE PRODUÇÃO EM TRIGO

JOSÉ TIAGO BOFF

IJUÍ – RS 2010

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JOSÉ TIAGO BOFF

ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO E SEUS EFEITOS EM

COMPONENTES DE PRODUÇÃO EM TRIGO

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso de Agronomia - Departamento de Estudos Agrários da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul,

Orientador: José Antônio Gonzalez da Silva

IJUÍ – RS 2010

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TERMO DE APROVAÇÃO

JOSÉ TIAGO BOFF

ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO E SEUS EFEITOS EM

COMPONENTES DE PRODUÇÃO EM TRIGO

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Agronomia - Departamento de Estudos Agrários - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do

Sul, aprovado pela banca abaixo subscrita.

Ijuí – RS, julho de 2010.

_______________________________________ Prof. Dr. José Antônio Gonzalez da Silva

DEAg/UNIJUÍ - Orientador

_______________________________________ Eng. Agr. Mestranda. Ana Paula Fontana Valentini

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DEDICATÓRIA

DEDICATÓRIA

DEDICATÓRIA

DEDICATÓRIA

Ao meu pai José Boff (in memorian) que sempre

esteve ao meu lado, a minha mãe, que possibilitou a

realização deste sonho, meus irmãos Marcos e Marcondes

Boff, pela oportunidade e incentivo em nome da minha

formação profissional, estando ao meu lado tanto nos

momentos bons quantos mais difíceis de minha vida.

Dedico a todos que de uma forma ou de outra

contribuíram para a realização deste trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por estar sempre guiando meus passos, me dando forças para vencer todas as dificuldades da vida.

À Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUI), pelo comprometimento com a pesquisa e com o desenvolvimento regional. Ao Departamento de Estudos Agrários, professores e funcionários, pelo apoio e disponibilidade, que se fizeram úteis e indispensáveis ao desenvolvimento da atividades pretendentes.

Ao professor Dr. José Antônio Gonzalez da Silva, pela paciência, coerência, clareza e dedicação em seus ensinamentos sempre disposto a atender minhas necessidades e dúvidas. Uma pessoa a quem sempre terei um enorme respeito em consideração por tudo àquilo que fez por mim na vida acadêmica, pelo apoio total e indispensável ao desenvolvimento e conclusão desta pesquisa.

Aos demais professores que participaram do processo de minha formação acadêmica.

Aos colegas bolsistas e estagiários do Grupo de Pesquisa de Sistemas Técnicos de Produção Animal e Vegetal do Curso de Agronomia, Edegar Matter, Tânia Carla Mattioni, Renan Wentz, Geverson Capelari, Diovane Antonow, Cristiano Fontaniva, Juliana de Oliveira, Jordana Eschiavo, Rogério Vieira, Gabriel Batisti, pelo incansável trabalho deste a implantação até a conclusão do experimento.

Aos funcionários do Instituto Regional de Desenvolvimento Rural (IRDeR), Adair e Cezar e todos aqueles que não mediram esforços na execução e condução dos trabalhos e pelos momentos de apoio, diversão e descontração.

Aos meus pais, por terem me proporcionado cursar um ensino de nível superior e por terem acreditado que seu filho alcançaria seus objetivos.

A minha namorada Patrícia Perkoski, pelo apoio em todos os momentos difíceis e compreensão ao longo de todo o curso de Agronomia.

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ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO E SEUS EFEITOS EM COMPONENTES DE PRODUÇÃO EM TRIGO

JOSÉ TIAGO BOFF Orientador: Prof. Dr. José Antônio Gonzalez da Silva

RESUMO

O trigo (Triticum aestivum L.) é uma cultura amplamente difundida no mundo pelos inúmeros derivados obtidos pela sua industrialização que vão desde a farinha para fabricação de pães, massas, biscoitos, do farelo usado na alimentação animal como complemento vitamínico até o gérmen utilizado na indústria farmacêutica, produção de óleos e dietéticos. Atualmente, as diferentes cultivares lançadas no mercado evidenciam comportamento distintos de expressão dos componentes de produção, aliado as formas de fornecimento de nitrogênio e sistemas de cultivo que disponibilizam maior ou menor quantidade de nutrientes pela taxa de decomposição. O presente trabalho tem por objetivo, determinar a viabilidade de adubação nitrogenada em estádios iniciais e mais avançados em trigos de padrão multicolmos, visando à maximização dos componentes de produção em dois sistemas de cultivo (soja/trigo; milho/trigo). O experimento foi conduzido no Instituto Regional de Desenvolvimento Rural (IRDeR), pertencente ao Departamento de Estudos Agrários (DEAg) da UNIJUÍ, localizado no município de Augusto Pestana (RS), nos anos de 2008 e 2009. O delineamento experimental foi de blocos casualizados com três repetições num modelo fatorial, genótipos (BRS-Guamirim e Fundacep Nova Era), épocas de aplicação de nitrogênio (0, 10, 20, 30, 40, 50, 60), dias após a emergência (DAE) e dois ambientes de cultivo (soja/trigo; milho/trigo). Os anos de cultivo influenciaram fortemente na expressão dos componentes de rendimento de grãos e produção final em trigo, principalmente alicerçado nas condições de precipitação pluviométrica. As épocas de aplicação de nitrogênio evidenciaram mudanças com base no padrão genético da cultivar e no precedente cultural pela maior ou menor taxa de decomposição orgânica da palhada.

Palavras Chave: Trigo; adubação nitrogenada; ambientes de cultivo; época de adubação.

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...9 1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...11 1.1 A Cultura do Trigo...11 1.2 Descrição Botânica ...12 1.3 Estádios de Desenvolvimento...12

1.4 Trigos Unicolmos e Multicolmos ...14

1.5 Interação Cultivar x Afilhamento ...15

1.6 Fisiologia da Planta de Trigo em Resposta ao Afilhamento...16

1.7 Nitrogênio e Suas Relações Solo – Planta ...18

1.8 Soja e Milho como Cobertura de Solo na Cultura do Trigo...20

2 MATERIAIS E MÉTODOS ...22

2.1 Localização do Campo Experimental ...22

2.2 Caracterização do Experimento...22

2.3 Genótipos Avaliados ...23

2.4 Análise de Solo...24

2.5 Variáveis a Serem Mensuradas...24

2.6 Análise estatística ...25 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...26 CONCLUSÃO ...37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...38 ANEXOS ...44 APÊNDICES ...47

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Recomendação de adubação nitrogenada para a cultura do trigo e/ou triticale, RS/SC. ...21 Tabela 2. Resumo da analise de variância dos efeitos principais e de interação para os distintos caracteres de importância agronômica em trigo sobre condições de manejo descritos. DEAg/UNIJUI, 2010. ...27 Tabela 3. Caracteres de importância agronômica em trigo correlacionadas ao ano de plantio, época de aplicação de nitrogênio e genótipos testados. DEAg/UNIJUI, 2010.

...32 Tabela 4. Caracteres de importância agronômica em trigo correlacionadas ao ano de plantio e genótipos testados com ausência de interação.DEAg/UNIJUI, 2010. ...34 Tabela 5. Ajuste de equação e parâmetros de regressão para o caráter rendimento de grãos em trigo. DEAg/UNIJUI, 2010...36

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Área experimental de trigo 2008. IRDeR/DEAg/UNIJUI...49

Figura 2. Área experimental de trigo 2008. IRDeR/DEAg/UNIJUI...49

Figura 3. Área experimental de trigo 2009. IRDeR/DEAg/UNIJUI...50

Figura 4. Área experimental de trigo 2009. IRDeR/DEAg/UNIJUI...50

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INTRODUÇÃO

O trigo (Triticum aestivum L.) é uma cultura amplamente difundida no mundo pelos inúmeros derivados obtidos pela sua industrialização que vão desde a farinha para fabricação de pães, massas, biscoitos, do farelo usado na alimentação animal como complemento vitamínico até o gérmen utilizado na indústria farmacêutica, produção de óleos e dietéticos.

Além disto, é alimento básico para cerca de 30% da população mundial e fornece em torno de 20% das calorias consumidas pelo homem, pois possui uma grande quantidade de amido no grão além de conter uma proteína denominada de glúten que não é encontrada em outros alimentos (SEAGRI, 2009).

Atualmente, esta espécie representa cerca de 32% da produção mundial de grãos com suas áreas de cultivo localizadas nos mais diversos países, sendo que as mais produtivas são encontradas na Europa, Ásia e América do Norte. Dentre os maiores produtores encontramos União Européia (27 países), China, Índia, Rússia, EUA e Canadá, sendo que EUA e Canadá também são os maiores exportadores e China, Índia, Rússia, Japão e o Brasil os maiores importadores do produto (CONAB, 2010)

O Brasil produz em torno de 6 milhões de toneladas de trigo por ano e possui uma demanda potencial de 10 milhões de toneladas o correspondente a aproximadamente 60 kg.habitante-¹. ano-¹ (SEAGRI, 2009), por esse motivo se caracteriza como um grande importador deste produto. É um país que apresenta todas as condições para o cultivo de trigos de boa qualidade. As atuais e potenciais regiões tritícolas brasileiras são: Região Sul, Região Centro-Sul e a Região Central. As regiões Sul e Centro-Sul, representam a cerca de 98% da área atualmente cultivada, a Região Central, embora ainda pouco cultivada com trigo, em sua

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maioria, representa um enorme potencial para a produção para a cultura, tanto no regime de sequeiro, quanto no regime irrigado.

A área cultivada com trigo na safra 2009/10 é de 2.428,0 mil hectares distribuídas em três regiões e oito estados da federação. A maior concentração de cultivo está localizada no Estado do Paraná, região Sul, com 1.299,6 mil hectares, correspondente a 53,0% da área total seguido do Rio Grande do Sul com 859,8 mil ha (36,0%). A produção nacional para safra 2009/10, está em torno de 5.026,2 mil toneladas gerada pela produtividade média de 2.070kg ha-1. (CONAB, 2010).

O trigo, por ser da família das Poaceas (anteriormente gramíneas), não tem como característica a fixação biológica de nitrogênio, necessitando assim, que esse nutriente seja suprido através de fertilizantes para completar seus processos biológicos que determinarão o crescimento e reprodução da planta. A cultura do trigo apresenta resposta significativa na aplicação de nitrogênio, o que determina ser fornecido às plantas em diferentes épocas, mesmo na adubação de base como em cobertura para não ocorrer perdas desse nutriente no ambiente.

Existem cultivares recomendadas para cultivo no Sul do Brasil que apresentam padrões de afilhamento diferentes, denominados genótipos uni e multicolmo, sendo que estes devem ser considerados na época de realização da adubação nitrogenada na cultura. Neste sentido, o potencial de afilhamento é uma característica importante nos genótipos de trigo, esse afilhamento pode contribuir efetivamente para o aumento do número de grãos por área e, conseqüentemente proporcionar um maior rendimento de grãos.

O presente trabalho tem por objetivo, determinar a viabilidade de adubação nitrogenada em estádios iniciais e mais avançados em trigos de padrão multicolmos, visando à maximização dos componentes de produção em dois sistemas de cultivo.

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1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1 A Cultura do Trigo

O trigo é um componente básico da alimentação humana, é um dos cereais mais produzidos mundialmente, principalmente pela grande demanda de seus derivados como: pães, massas, biscoitos, entre outros. A produção mundial desta espécie de estação fria é superior a 600 milhões de toneladas por ano, sendo a segunda maior produção de grãos a nível mundial (USDA, 2009). O Brasil concentra sua produção na região Sul do país, os principais estados produtores são o Paraná e o Rio Grande do Sul com a participação de cada um, respectivamente de 53,0% e 36,0%, a qual são responsáveis por mais de 90% da produção nacional, que em média é de quatro milhões de toneladas (CONAB, 2010). Este montante representa menos de 50% do consumo interno do cereal, fazendo com que o Brasil seja um dos principais países importadores de trigo no mundo.

A produção brasileira de trigo diminuiu significativamente nas últimas décadas e, mesmo que tenha apresentado uma pequena recuperação recente, representa apenas 0,4% da produção mundial. Não é só a baixa produção da cultura que impede o país de produzir mais para sua auto-suficiência, apesar de possuir tecnologia e condição de competitividade para produzir trigo e suprir grande parte de sua demanda, o triticultor perde essas vantagens por questões de logística e distorções de mercado, a partir do momento que o produto sai dos limites das propriedades. A previsão é de que sejam cultivadas, em 2010, cerca de 5.026,2 mil toneladas gerada pela produtividade média de 2.070 kg há-1, 10,7% menor que a área cultivada na safra 2009. Muitos produtores da região sul estão migrando para lavoura de aveia, cevada e canola que apresentam melhores condições

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mercadológicas. (CONAB, 2010). Uma maior competitividade na triticultura nacional é de fundamental importância para o Brasil atingir a auto-suficiência em produção. Para isto, é necessário incrementar o potencial genético de rendimento de grãos em condições de lavoura, e proporcionar ambiente favorável para que as cultivares consigam expressar de forma benéfica maiores produtividades.

1.2 Descrição Botânica

O trigo pertence à família das gramíneas – Poaceae, tribo Triticeae (Hordeae), sub-tribo Triticinae e gênero Triticum. Compreende quinze espécies que são reunidas em três grupos. A classificação das espécies é decorrente do seu número de cromossomos, como série diplóide (2n = 2x = 14 cromossomos), tetraplóide (2n = 4x = 28 cromossomos) e hexaplóide (2n = 6x = 42 cromossomos) (MORAES FERNANDES, 1999).

O trigo diplóide possui diferentes genomas que são A, B, D, G, que contribuíram para o desenvolvimento dos demais. Os tipos tetraplóide (AABB) são originários do cruzamento natural de duas espécies diplóides e cultivados principalmente em regiões da Europa e EUA, pois necessitam de grande quantidade de frio para se desenvolverem. O trigo hexaplóide (AABBDD) apresenta três genomas que no processo de evolução envolveram três espécies diferentes formando hoje a espécie Triticum aestivum L. e seus genes de qualidade de panificação são provenientes da espécie Aegilops squarosa de genoma DD. (MORAES FERNANDES, 1999).

1.3 Estádios de Desenvolvimento

Os estádios de desenvolvimento são importantes pois permite definir de modo preciso as épocas ideais dos tratos culturais além de permitir sincronismo de entendimento das fases do desenvolvimento das plantas entre técnicos e produtores das plantas. Além disso, o estádio de desenvolvimento, em trigo, é um importante indicador do momento de aplicação do nitrogênio. No trigo várias escalas têm sido usadas, no entanto, o referido projeto está baseado segundo a proposta de Feekes-Large.

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De acordo com a escala de Feekes-Large (1954) é dividido em cinco etapas e dentro delas suas respectivas subdivisões:

A: Afilhamento

- Estádio 1: Emergência do coleóptilo e das primeiras folhas. - Estádio 2: Início do afilhamento.

- Estádio 3: Afilhos formados.

- Estádio 4: Alongamento das bainhas foliares. - Estádio 5: Bainhas foliares eretas.

B: Alongamento do Colmo

- Estádio 6: Primeiro nó do colmo visível. - Estádio 7: Segundo nó do colmo visível. - Estádio 8: Última folha é visível.

- Estádio 9: Lígula da última folha é visível. - Estádio 10: Emborrachamento.

C: Espigamento

- Estádio 10.1: Primeiras espigas recém visíveis - Estádio 10.2: ¼ do processo de espigamento..

- Estádio 10.3: ½ do processo de espigamento completo. - Estádio 10.4: ¾ do processo de espigamento completo. - Estádio 10.5: Todas as espigas fora da bainha.

D: Florescimento

- Estádio 10.5.1: Início do florescimento.

- Estádio 10.5.2: Florescimento completo na ponta da espiga. - Estádio 10.5.3: Florescimento completo na base da espiga.

- Estádio 10.5.4: Florescimento terminado e início da formação do grão.

E: Maturação

- Estádio 11.1: Grão em estado leitoso.

- Estádio 11.2: Grão em estado de massa mole. - Estádio 11.3: Grão em estado de massa dura. - Estádio 11.4: Grão maduro. Palha morta.

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1.4 Trigos Unicolmos e Multicolmos

Atualmente, existe a necessidade de utilizar estratégias eficientes de seleção de genótipos com diferentes padrões de afilhamento para promover um incremento do rendimento de grãos, por meio do número de afilhos, seja com elevada ou reduzida expressão desse caráter.

É possível encontrar divergência de escolha do melhor biótipo de planta para o caráter número de afilhos, visto que genótipos de trigo com menor capacidade de afilhamento são dependentes de uma adequada densidade de semeadura, já que possuem menor efeito compensatório do número de espigas por unidade de área, apesar de apresentarem maior fertilidade de espiguetas e maior massa de grãos por espiga (SCHEEREN et al., 1995). Entretanto, estes genótipos, são dependentes do aumento da densidade para compensar o menor número de espigas por unidade de área (VALÉRIO et al., 2008). Por outro lado, a seleção de plantas com elevado número de afilhos tem sido amplamente empregada no melhoramento de plantas com intuito de maximizar o rendimento de grãos de diferentes constituições genéticas (PETR e FREY, 1966).

Conforme OZTURK et al. (2006), o efeito da competição é determinante na produção de afilhos, com implicações diretas no rendimento de grãos e nos demais componentes. Desta forma, a identificação do número ideal de indivíduos por unidade de área pode determinar o máximo rendimento de grãos, sem o risco de ter excesso ou falta de plantas, o que dificultaria o rendimento de grãos (MUNDSTOCK, 1999).

A capacidade de emissão de afilhos totais e afilhos férteis é variável entre os genótipos, conforme estudos com aveia (GALLI, 1996) e trigo (WOBETO, 1994), ou seja, ocorrem diferenças entre o número total de afilhos emitidos e nem todos produzem espigas e/ou panícula, sendo que muitos abortam, principalmente por fatores ambientais devido ao manejo (densidade de semeadura, profundidade de semeadura) ou clima (temperatura, radiação solar, fotoperíodo). A interação entre estes fatores determina que um maior número de afilhos possa não se traduzir, diretamente, em um aumento linear no rendimento de grãos (VALÉRIO et al., 2008).

Segundo VALÉRIO et. al. (2008) as maiores produtividades de grãos foram obtidas com menor densidade para os genótipos com elevado potencial de afilhamento, e com densidade mais elevada para os genótipos de reduzido potencial

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de afilhamento. Para a maioria dos genótipos com reduzido afilhamento, o aumento da densidade de semeadura foi determinante no incremento da produção dos caracteres número de afilhos férteis por metro linear e rendimento de grãos. Esta maior variação para os genótipos com menor afilhamento pode ser justificada pela necessidade de aumentar a densidade de modo a compensar o reduzido número de afilhos emitidos por estes genótipos, alcançando desta forma maiores rendimentos. O mesmo autor ainda relata que, devido ajuste da densidade para genótipos com reduzido potencial de afilhamento, potencializa o melhor aproveitamento de recursos com o meio, proporcionando a produção uniforme de afilhos sem haver o excessivo gasto de energia em beneficio de afilhos com desenvolvimento retardado. Genótipos com reduzido potencial de afilhamento são mais dependentes da densidade de semeadura, em termos produtivos.

Os afilhos tardios têm pequeno número de grãos por espiga, poucas espiguetas férteis e poucos grãos por espigueta, dificultando assim, o aproveitamento de genótipos de trigo afilhadores, quando submetidos a elevadas densidades (VALÉRIO, 2008).

Genótipos com maior produção de afilhos, quando submetidos a grandes densidades têm seu desenvolvimento afetado pela maior competição entre plantas do que os genótipos com reduzido afilhamento, diminuindo desta forma o aproveitamento de nutrientes pela planta, além de proporcionar maior facilidade ao acamamento e moléstias (OZTURK et al., 2006).

1.5 Interação Cultivar x Afilhamento

O número de afilhos emitidos pela planta é variável e depende de vários fatores que podem atuar de forma isolada ou conjuntamente sobre o dossel de plantas. Segundo MUNDSTOK (1999), para o trigo, as variedades de hábito hibernal (rasteiro) afilham mais do que as de hábito primaveril (ereto) e as variedades tardias mais que as precoces.

O rendimento de trigo não parece estar associado à capacidade de afilhamento ou mortalidade de afilhos (HUCL & BAKER, 1988). As diferenças encontradas entre genótipos para a capacidade de afilhamento, rendimento e componentes do rendimento (HUCL & BAKER, 1989) mostram a forma diferenciada para a competição inter e intraplantas. Grupos de cultivares de baixo afilhamento ou

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sem afilhamenro e cultivares de livre afilhamento não diferem na forma consistente, ao longo dos anos, quanto a mortalidade dos afilhos (HUCL & BAKER, 1991).

A densidade de semeadura é uma das técnicas culturais que mais podem influenciar o rendimento de grãos, bem como outros caracteres agronômicos. A variação da produtividade em relação à densidade de semeadura está relacionada ao potencial do genótipo em produzir afilhos férteis, uma vez que a densidade de semeadura influencia de forma direta o número de espigas produzidas por unidade de área, que aliado ao número de grãos por espiga e à massa de grãos, determinam o rendimento de grãos nos cereais.

A densidade adequada que determina o máximo rendimento de grãos pode não estar diretamente relacionado capacidade de emissão de afilhos. Destacando os genótipos que tem menor potencial de afilhamento, em virtude de apresentarem a maior relação de efeito compensatório com os demais componentes, como a massa de grãos.

Atualmente, a densidade utilizada na cultura do trigo pode variar de 250 a 400 sementes viáveis por metro quadrado, tal recomendação da CBPT-2007 (Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo, 2007) tem por base o ciclo das cultivares e a característica para duplo propósito. Neste sentido, o comportamento diferencial de cada cultivar, no que diz respeito à emissão e sobrevivência de afilhos, e o ambiente de cultivo, devem ser considerados com maior ênfase para as recomendações técnicas da cultura.

As cultivares diferem na capacidade de emissão de afilhos, no ciclo, na arquitetura de planta e no potencial produtivo. Estas diferenças podem interferir na capacidade absorção, assimilação e conversão do nitrogênio à produção de grãos. Além disso, a cada ano são lançados novos genótipos que, por apresentarem base genética diferenciada, podem apresentar resposta distinta à dose e à época de aplicação do nitrogênio (SANGOI et. Al., 2007).

1.6 Fisiologia da Planta de Trigo em Resposta ao Afilhamento

Os fatores ambientais influenciam o afilhamento. A temperatura do ar, se baixa, permite que a planta emita um maior número de afilhos. A disponibilidade de água, nutrientes minerais e boas condições físicas do solo favorece o crescimento geral da planta, refletindo se na maior produção de afilhos. O fator de maior efeito é

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o espaçamento entre plantas. Quando elas estão afastadas há a emissão de maior número de afilhos (MUNDSTOCK,1999); (CADORE 2008).

A radiação solar é a fonte de energia para a fotossíntese e atua como um fator ambiental que regula o crescimento e o desenvolvimento das plantas (WEI & DENG, 1996). Nesse sentido, a qualidade da luz modula precocemente o alongamento do caule, também pode modular a capacidade dos cereais em emitir e produzir afilhos férteis. As mudanças nas condições de luz do ambiente, muitas vezes determinada em função do nível de competição estabelecida, promovem alterações na elongação do colmo, entre nós de planta e afeta o desenvolvimento dos afilhos (VALÉRIO, 2008).

O controle do desenvolvimento dos afilhos em gramíneas parece ocorrer através da sincronização entre a divisão e o alongamento celular, e estes processos estão relacionados às condições hormonais das plantas (ALVES, 1998).

O rendimento depende do desenvolvimento foliar até a granação, ao passo que o rendimento final depende da fotossíntese da folha bandeira e da espiga. MEROTTO JUNIOR (2005), destaca que as relações existentes entre o colmo principal e os afilhos afetam o número de afilhos férteis em cereais e isso depende das condições ambientais presentes durante a iniciação do primórdio do afilhos e em estádios de desenvolvimento subseqüentes. Segundo MAS et aI. (2004), estresses do ambiente durante a emergência dos afilhos podem inibir a sua formação e, em estádios posteriores, podem causar a sua senescência precoce.

A senescência precoce de afilhos é particularmente critica nas condições de cultivo do sul do Brasil, onde o número de espigas produzidas por unidade de área é considerado muito baixo (GALI, 1996) e, conforme WOBETO (1994), mesmo que o número de afilhos emitidos seja relativamente elevado, a sua sobrevivência é extremamente baixa. Para que um afilho sobreviva uma primeira condição é que ocorra um sincronismo entre o crescimento do colmo principal e os afilhos.

A área foliar também pode afetar a quantidade de afilhos através do nível de competição, causando redução na superfície fotossintética ativa, podendo restringir a disponibilidade de carboidratos para sustentar a produção de afilhos (ALMEIDA et al., 2000). Assim, o sistema de manejo ao qual as plantas são submetidas está diretamente relacionado à síntese e aproveitamento de recursos de fotoassimilados, sendo determinante para a maior sobrevivência de afilhos (VALÉRIO, 2008).

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O efeito do fotoperíodo foi bem discutido nas culturas de trigo e cevada por MIRALLES & RICHARDS (2000), os quais observaram a redução do número de afilhos por folha emergida em função do aumento do fotoperíodo. Os autores ainda destacam que a taxa de surgimento de afilhos aumenta quando as plantas se desenvolvem em fotoperíodo curto e decrescem quando transferidas para fotoperíodo longo. Destaca-se, assim, a necessidade de realizar a semeadura no período em que proporcione ao genótipo maximizar a produção de afilhos, ou seja, na época recomendada para cada cultura, conforme zoneamento agro-climático de cada região.

Nesse sentido os entendimentos de como as plantas detectam, respondem e se adaptam aos estímulos do ambiente é muito importante para melhor exploração agrícola dos genótipos hoje disponível.

1.7 Nitrogênio e Suas Relações Solo – Planta

O nitrogênio é considerado um elemento essencial para as plantas, por fazer parte das moléculas de clorofila, aminoácidos, DNA, citocromos e de todas as enzimas e coenzimas (MARIOT et al., 2003). Além disto, quando em deficiência, no período de afilhamento, ocasiona assincronia na emissão de afilhos. Quando a deficiência ocorre neste período, os afilhos têm pouca chance de sobreviver, mesmo que a planta receba suplementação de nitrogênio em períodos posteriores (MUNDSTOCK, 1999), afetando consideravelmente o rendimento de grãos da cultura, justamente em virtude da exportação de carboidratos do colmo principal para os novos afilhos ser reduzida.

A necessidade de nitrogênio das culturas é definida pela espécie em questão, pela sua produtividade de matéria seca, pelo seu potencial de exploração do solo, pela competição com ervas daninhas, entre outros fatores. As espécies leguminosas geralmente têm sua necessidade suprida através da fixação biológica. Por outro lado, as gramíneas são altamente dependentes de suprimento mineral para expressar seu potencial produtivo (WENDLING, 2005).

Predominantemente o nutriente é encontrado no solo na forma orgânica, apenas uma pequena parcela é encontrada na forma inorgânica. As formas de nitrogênio no solo disponíveis para absorção pelas plantas são a amônia (NH4) e o

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não muito baixo, a amônia é rapidamente convertida em nitrato, o qual representa a principal fonte para as plantas nessas condições (RAIJ, 1981); (FREGONEZI, 2001). A absorção de amônia é geralmente mais rápida que a absorção de nitrato, numa ampla faixa de condições ambientais. As taxas de absorção de amônia e de nitrato são afetadas pelo pH, enquanto a absorção de amônia é normalmente favorecida pela elevação do pH, a absorção de nitrato é favorecida pelo aumento da acidez do meio. O nitrogênio é um elemento muito dinâmico no solo, pois sofre diversos processos que modificam sua forma, entre os quais estão os processos microbianos de mineralização, imobilização e desnitrificação. O estoque desse elemento no solo é o resultado do balanço entre a mineralização e a imobilização que ocorre no solo, ou seja, quando a mineralização é maior do que a imobilização, vai ocorrer um aumento líquido do N mineral no solo, do contrário ocorre uma redução (WENDLING, 2005).

A matéria orgânica do solo é a principal fonte de nitrogênio para as culturas, porém necessita ser mineralizada para que ocorra a liberação e a absorção pelas plantas. Porém, a disponibilidade também é afetada pelo tipo de matéria seca que está sobre o solo, ou seja, a relação C/N que esta matéria apresenta (WENDLING et. al.2007).

A necessidade de nitrogênio pode ser suprida de diferentes formas, através da mineralização do tecido vegetal com relação carbono/nitrogênio (C/N) baixa, pela matéria orgânica, por dejetos de animais, assim como de fontes industrializadas como uréia, nitrato de amônio e sulfato de amônio (WENDLING et. al.2007).

As fontes de nitrogênio para as culturas podem ser tanto na forma nítrica (NaNO3, KNO3), amoniacal [(NH4)2SO4], nítrico-amoniacal (NH4NO3) e amídica

(uréia) (Mielniczuk, 1982). Entre essas, a uréia é a mais utilizada na agricultura brasileira, sendo a mais concentrada (45% de N) e conseqüentemente de menor custo. O sulfato de amônio apesar de ser menos concentrado (21% de N), e de maior custo, tem algumas vantagens como o fornecimento adicional de enxofre. O nitrato de amônio é menos utilizado do que os anteriores, possuindo uma concentração de N intermediária entre o sulfato de amônio e a uréia (32% de N), tem um custo mais elevado, porém seu uso pode ser interessante em alguns casos de aplicação superficial (YANO, TAKAHASHI e WATANABE 2005). Segundo estes autores, comparando a eficiência agronômica desses fertilizantes nitrogenados na

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aplicação em cobertura na cultura do trigo, não verificaram diferenças significativas para produção de grãos.

O nitrogênio é perdido principalmente pela lixiviação de nitrato, volatilização de amônia e emissão de N2, N2O e outros óxidos de nitrogênio (ANGHINONI, 1986).

Normalmente, menos de 50% do nitrogênio aplicado sob a forma de fertilizante é utilizado pelas culturas (BREDEMEIER, 2000).

1.8 Soja e Milho como Cobertura de Solo na Cultura do Trigo

São relativamente recentes os estudos da influência dos resíduos culturais deixados na superfície do solo sobre o rendimento de culturas semeadas em sucessão. Embora grande quantidade de nitrogênio possa existir na parte aérea das culturas de cobertura, a quantidade real de N que será aproveitada pela cultura em sucessão irá depender do sincronismo entre a decomposição da biomassa e a taxa de demanda da cultura (BRÁZ, et al.,2006).

O suprimento adequado do nitrogênio no sistema plantio direto é mais complexo do que no sistema convencional de cultivo. A principal razão para isso está relacionada com a quantidade e qualidade de resíduos da cultura anterior remanescente sobre o solo, podendo disponibilizar ou imobilizar nitrogênio para a cultura subseqüente (WENDLING et. al.2007).

A disponibilidade deste nutriente no solo está vinculada, entre outros fatores, à relação carbono/nitrogênio (C/N) dos resíduos culturais, principalmente no sistema plantio direto, onde os mesmos permanecem na superfície do solo (ROS et.al. 2003). A disponibilidade do N no solo proveniente da adubação nitrogenada é influenciada, além da relação C/N, por outros fatores, como o tipo de solo e a precipitação pluviométrica, que variam conforme o ano e o local (ROS et.al. 2003).

As leguminosas desempenham um papel fundamental como fornecedoras de nutrientes ao solo. O uso de leguminosas tem a vantagem de colocar nutrientes prontamente disponíveis para as culturas sucessoras, devido à rápida decomposição dos resíduos (BRÁZ, et al. 2006). De acordo com FLOSS (2000), as palhadas de gramíneas são fornecedoras de nutrientes às culturas sucessoras a médio e longo prazo, especialmente fósforo e potássio na camada superficial.

Segundo WENDLING et. al. (2007), recomenda-se a aplicação de 40 kg.ha -1 de N para o trigo após a soja (solo com 2 a 3 % de MO) para expectativa de

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produtividade entre 2.000 - 3000 kg.ha-1 de trigo. Para produção de trigo após o milho, num solo com teor médio de MO (2–3 %), recomenda-se aplicação de 60 kg.ha-1 de N para expectativa de produtividade entre 2.000 - 3000 kg.ha-1 de trigo.

Para teores baixos de MO (< 2 %), deve-se aumentar a quantidade em 20 kg.ha-1 de N em cada faixa de expectativa de produtividade. Em se tratando de teores altos de MO (> 3 %), pode-se reduzir em 20 kg.ha-1 de N em cada faixa de expectativa de produtividade. E solos com teor de MO superior a 4 % não apresentou resposta à aplicação de N no trigo após a soja, ou seja, o aporte residual da palhada da soja mais as quantidades fornecidas pelo solo foram suficientes para suprir as necessidades da cultura para a produtividade alcançada (WENDLING et. al.2007).

A antecipação da fertilização pode ser viável em anos de baixas precipitações pluviais, permitindo dessa forma a recuperação do nitrogênio aplicado antecipadamente ou do residual das culturas anteriores.

A cultura antecedente sendo a soja proporciona melhores condições para o desenvolvimento e rendimento de trigo, quando comparada à cultura antecedente o milho. A inclusão de soja nos sistemas de produção torna-se vantajosa devido à rápida mineralização de resíduos (raízes e parte aérea) da cultura, que, pelo volume e estrutura, são facilmente degradados pela microflora do solo (relação C/N baixa), promovendo a liberação de N mais rapidamente no sistema. Sendo a cultura antecessora o milho, torna-se necessário o aumento da dose de nitrogênio, pois os resíduos da cultura têm relação C/N alta, promovendo um período de imobilização de N e liberação mais lenta desse nutriente no solo (BRÁZ, et al. 2006).

A recomendação de adubação nitrogenada para cereais esta baseada na cultura antecedente, na expectativa de produção e do teor de matéria orgânica do solo. Como está descrito na tabela 1 abaixo.

Tabela 1. Recomendação de adubação nitrogenada para a cultura do trigo e/ou triticale, RS/SC.

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2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Localização do Campo Experimental

O experimento foi conduzido no Instituto Regional de Desenvolvimento Rural (IRDeR), pertencente ao Departamento de Estudos Agrários (DEAg) da UNIJUÍ, localizado no município de Augusto Pestana (RS), nos anos de 2008 e 2009. A localização geográfica de 28° 26' 30 26" de latitud e a sul e 54° 00' 58' 31 de longitude W, com solo pertencente a unidade de mapeamento Santo Ângelo e é classificado como um latossolo vermelho distroférico típico, possui uma média anual de precipitação pluviométrica equivalente a 1600mm.

2.2 Caracterização do Experimento

Nos dois anos de cultivo (2008 e 2009), o experimento foi semeado em condições de campo experimental em ausência de irrigação, em delineamento de blocos ao acaso, com quatro repetições, num modelo fatorial genótipos (Guamirim = Precoce; Nova Era = Tardio), épocas de aplicação de nitrogênio (0, 10, 20, 30, 40, 50, 60) dias após emergência, e precedente cultural, (soja e milho). A densidade de semeadura foi de 300 sementes aptas m-2. Cada parcela foi composta por cinco linhas de cinco metros de comprimento, com espaçamento de 0,20 metros entre linhas. No primeiro ano de cultivo o experimento foi semeado no dia 23 de maio de 2008, no ano seguinte a semeadura foi realizada no dia 22 de maio de 2009.

O experimento foi adubado conforme necessidade referente à amostra de solo do ano de 2009 e segundo a recomendação do manual de adubação e calagem de 2004. O controle de pragas e moléstias foi realizado com o uso de fungicida,

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assim como o controle de plantas invasoras o qual foi realizada mediante capina manual e uso de herbicidas.

No experimento foi considerado para adubação de cobertura com uréia, o tipo de precedente cultural, sendo, portanto 40 kg de N ha-1 na área com cobertura de soja e 60 kg de N.ha-1 na área com cobertura de milho.

2.3 Genótipos Avaliados

Os genótipos avaliados foram BRS-Guamirim e Fundacep Nova Era, que apresentam as seguintes características:

Cultivar BRS-Guamirim: Classe: Tipo pão (W = 358)

Ciclo: Super-precoce - 125 dias da semeadura à colheita Altura de planta: porte baixo (75-80 cm)

Perfilhamento: intensa capacidade de afilhamento

Produção: Potencial de rendimento de grãos elevado. Potencial produtivo superior a 4.000 kg.ha-¹ (EMBRAPA, 2006).

Reação à debulha natural: moderadamente resistente Oídio: resistente

Ferrugem da folha: resistente

Manchas foliares: moderadamente resistente Giberela: moderadamente resistente

Acamamento: tolerante

Germinação da espiga: moderadamente resistente Vírus do mosaico: susceptível

Cultivar Fundacep Nova Era: Classe comercial: trigo brando

Ciclo: médio à tardio - 156 dias da semeadura à colheita Estatura da planta: baixa (81 cm)

Oídio: moderadamente resistente

Ferrugem da folha: moderadamente susceptível Manchas foliares: moderadamente resistente

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Giberela: susceptível Acamamento: tolerante

Germinação da espiga: susceptível Vírus do nanismo: susceptível

2.4 Análise de Solo

Após definida a área em que foi implantado o experimento foi feita uma análise de solo, onde a coleta deu-se de modo uniforme com número de sub-amostras, definido de acordo com a necessidade, de no mínimo 15 pontos para obtenção de uma amostra composta, a fim de se ter uma boa representatividade das condições de fertilidade da lavoura.

A área utilizada apresenta sistema de semeadura direta, adubação em linha e sistema de rotação de culturas, em dois anos de cultivo.

2.5 Variáveis a Serem Mensuradas

Rendimento de grãos (RG)

Para avaliação do rendimento de grãos foi realizado a colheita de três linhas centrais de cada parcela e trilhadas individualmente. Posteriormente foi realizada a pesagem, sendo que o valor real foi ajustado para a unidade kg ha-1.

Número de Afilhos Férteis (NAF)

Para esta avaliação foi realizado a contagem dos afilhos de um metro linear da linha central de cada parcela considerando as duas extremidades

Massa de mil grãos:

Foi determinado pela contagem de 1000 grãos (retiradas aleatoriamente) e pesagem em balança de precisão, do rendimento de grãos de cada parcela.

NGE, PGE, PE, NEF, NEE, CE, PPE:

Para compor estas avaliações foi realizada a colheita em cada parcela de 10 espigas de forma aleatória.

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2.6 Análise estatística

Os dados foram submetidos a análise de variância para detecção da presença ou ausência de interação entre os fatores. A partir daí, com base nestas informações procederam-se o teste de comparação de médias e ajuste de equação de regressão para explicar o comportamento de expressão dos caracteres em trigo dos distintos genótipos frente as diferentes épocas de aplicação de nitrogênio em cada ambiente de cultivo (milho e soja).

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na tabela 2, considerando o precedente cultural soja foi observado que, as grandes diferenças na produção final e seus componentes, se deram de forma mais pronunciada nos anos de cultivo (2008 e 2009), e dos genótipos testados (Nova Era = Tardia; Guamirim = Precoce), visto que, apresentaram diferenças em praticamente todos os caracteres testados, exceto, PPE para ano e NEE no genótipo. Além disso, é importante destacar que nos efeitos principais (Ano, Genótipo, Época), a maior magnitude de quadrado médio foi para ano de cultivo, seguido do genótipo e por último, da época de aplicação de nitrogênio. Na época de aplicação, apenas o componente direto do rendimento de grãos, NAF, expressou alteração, o que deve ter refletido na alteração do rendimento de grãos. Já, para o precedente cultural milho, fato relevante foi detectado, pois, todos os caracteres diretos e indiretos do rendimento de grãos e produção final mostraram diferenças nos efeitos principais, com exceção do NEE para o genótipo e do PE, NEF, PGE e PPE, para a época de aplicação de nitrogênio. Nesta condição, ficou evidenciado a maior participação na alteração da produção final, da época de aplicação de nitrogênio, seguido de genótipo e por último do ano de cultivo. Este fato, torna relevante em retificar que o tipo de precedente cultural é um dos fatores que altera fortemente a expressão dos componentes de produção nessa espécie. Além disso, considerando o percentual de redução soja versus milho, ficou constatado uma redução de 14,64% no RG, e de 21,01% no NAF. No NEF o percentual de redução ficou 67,9% e, para as outras variáveis os valores percentuais foram poucos expressivos. Contudo fica claro com base na média geral e percentual de redução, os benefícios pronunciados do precedente cultural soja na expressão dos componentes de produção. Para DAMBRÓS (2008) estudando genótipos de trigo de distintos ciclos de produção, as

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cultivares precoces, independente do ambiente de cultivo (resíduo de soja e milho) expressa forte capacidade de enchimento de grãos em relação a de ciclo mais tardio que expressou menor desempenho neste caráter. Este mesmo autor relata que os efeitos das doses de nitrogênio em cada ambiente de cultivo, tanto na ausência de adubação nitrogenada como em valores mais reduzidos (40 Kg de N. ha-1) evidenciaram diferenças no rendimento de grãos e demais componentes, exceto na MMG, e que a partir daí, independente dos genótipos testados, o NAF foi o componente de rendimento que expressou maior contribuição com os acréscimo nas doses de adubação, porém, doses acima de 120 Kg de N. ha-1 estabilizaram a expressão de todos os componentes diretos do RG.

Tabela 2. Resumo da analise de variância dos efeitos principais e de interação para os distintos caracteres de importância agronômica em trigo sobre condições de manejo descritos. DEAg/UNIJUI, 2010.

Quadrado Médio / Soja

RG NAF MMG NGE CE PE NEF NEE PGE PPE

Fonte de Variação GL (kg ha-1 ) (nº) (g) (nº) (cm) (g) (nº) (nº) (g) (g) Bloco 3 743105* 122 6,90 68* 0,61 0,39* 2,58 0,1 0,25* 0,03* Ano (A) 1 16572722* 4992* 153,92* 7491* 25,09* 13,7* 77,2* 6,5* 12,14* 0,00 Genótipo(G) 1 10560186* 9787* 488,55* 1955* 31,82* 1,01* 130* 0,2 0,51* 0,06* Época(E) 6 799756* 1470* 6,70 5,18 0,14 0,03 1,2 0,6 2,02 0,01 A x G 1 25402222* 153 319,34* 217* 0,00 0,48* 0,4 0,1 0,36* 0,01 A x E 6 131891 21 16,27* 26 0,56 0,12* 1,3 0,4 0,07* 0,01 G x E 6 172211* 141 14,39* 6 0,14 0,01 0,7 0,2 0,10 0,01 A x G x E 6 109279 10 6,54 17 0,03 0,07 0,5 0,4 0,06 0,01 Erro 81 55875 55 2,75 12 0,24 0,03 1,2 0,2 0,02 0,01 Total 111 - - - - Média Geral - 2541,49 84,79 34,61 33,10 8,46 1,59 14,5 2,20 1,14 0,42 CV (%) - 9,30 8,81 4,79 10,46 5,85 11,5 7,61 21,6 12,6 16,9

Quadrado Médio / Milho

RG NAF MMG NGE CE PE NEF NEE PGE PPE

Fonte de Variação GL (kg ha-1) (nº) (g) (nº) (cm) (g) (nº) (nº) (g) (g) Bloco 3 89,65 94 10,47* 9 0,00 0,05 0,4 0,3 0,06 0,01 Ano (A) 1 1040850* 160 111,80* 4056* 1,43* 5,55* 34,3* 3,9* 5,63* 0,03* Genótipo(G) 1 1776852* 7540* 197,74* 3543* 31,29* 2,03* 124* 2,0 1,13* 0,09* Época(E) 6 7915179* 1902* 5,56* 32* 1,56* 0,03 3,30 0,9* 0,02 0,01 A x G 1 24939537* 1 454,98* 282* 4,01* 0,48* 14,2* 0,4 0,49* 0,01 A x E 6 2674154* 11 7,46* 45* 1,03* 0,09* 4,3* 0,5 0,06* 0,01 G x E 6 568724* 285* 6,29* 17 0,19 0,06 1,2 0,6 0,02 0,01 A x G x E 6 1835940* 18 2,11 6 0,24 0,03 3,1 0,2 0,02 0,01 Erro 81 41647 45 1,79 10 0,14 0,02 1,0 0,2 0,01 0,01 Total 111 - - - - Média Geral - 2169,20 66,97 34,76 32,66 8,39 1,58 4,67 2,25 1,13 0,44

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CV (%) - 9,40 10,06 3,85 9,79 4,59 9,6 7,1 24 1,47 12,9 % Redução

Soja vs. Milho 14,64 21,01 -0,43 1,32 0,82 0,62 67,9 -2,27 0,87 -4,04 * Significância em 5% de probabilidade de erro; RG = Rendimento de Grãos; NAF = Numero de Afilhos Férteis; MMG = Massa de Mil Grãos; NGE = Numero de Grãos por Espiga; CE = Comprimento de Espiga; PE = Peso de Espiga; NEF = Numero de Espiquetas Férteis; NEE = Numero de Espiquetas Estéreis; PGE = Peso de Grão por Espiga; PPE = Peso de Palha da Espiga; CV = Coeficiente de Variação

Com base nas informações obtidos na tabela 2, as analises prosseguiram a partir das informações da presença e ausência de interação dos fatores de tratamento testados. Portanto, na tabela 3, na presença de interação ano versus genótipo, foi possível observar que para o cultivo em 2008, a cultivar guamirim, expressou superioridade no rendimento de grãos, frente a cultivar Nova Era (Guamirim = 3709 kg ha-1; Nova Era = 2142 kg ha-1), principalmente influenciado pela MMG e PE, que foi significativamente superior para esta cultivar. Por outro lado, mesmo a Nova Era tendo apresentado desempenho inferior, mostrou superioridade no NGE em relação a cultivar Guamirim, (Guamirim = 37,7; Nova Era = 46,8). Já, para o ano de 2009, comportamento distinto foi detectado, mostrando superioridade da Nova Era no rendimento de grãos, possivelmente influenciado para alterações superiores no NGE, PE e PGE. Segundo Rodrigues et al. (2003), o rendimento de grãos em trigo pode ser estimado pelos seus componentes, os quais por sua vez, são definidos em pré-antese (número de espigas.m-2 e número de grãos.espiga-1) e em pós-antese (peso de grãos). Segundo Floss (2004), a capacidade de armazenamento da cultura de trigo depende do número de espigas por unidade de área, do número de espiguetas por espigas, do número de grãos por espigueta e da massa individual do grão.

Na tabela 3, para os efeitos de interação época de aplicação de nitrogênio e anos de cultivo, ficou constatado diferenças entre os anos de cultivo que envolveram a ausência de aplicação de nitrogênio, como da época 10, 20, e 30 Dias Após Emergência (DAE), a a partir daí, os demais épocas não mostraram diferenças. Cabe destaca, que as diferenças entre as épocas de aplicação zero ate 30 DAE, não foram detectada para o ano de 2008, porem, com aplicações mais tardias houve redução da MMG, o que para o ano de 2009 as diferenças entre épocas de aplicação não foram constatadas. Para a variável PE, em cada época de aplicação, o ano de 2008 permitiu maior expressão em todas as épocas, exceto, aos 60 DAE, o mesmo comportamento acontecendo para variável PE em 2009. Já para época de aplicação de nitrogênio, considerando o desempenho das cultivares nos caracteres

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RG e MMG, ficou constatado que a cultivar Guamirim foi significativamente superior a Nova Era considerando todas as épocas de aplicação de nitrogênio, e que na comparação individual das cultivares frente as épocas de aplicação mostrou maior estabilidade em comparação a Nova Era, que diferiu no ponto zero em relação as demais épocas. Já para a MMG na cultivar Guamirim, o mesmo comportamento foi observado. Segundo Pufal (1999) & Wendling et. al. (2007), o cultivo do trigo em sucessão a cultura da soja proporciona uma boa produtividade com uma pequena resposta do trigo ao nitrogênio aplicado em cobertura, pois a soja, além de promover aumento na disponibilidade de nitrogênio, devido à fixação do N atmosférico, deixa resíduos vegetais de fácil decomposição, o que promove um rápido aumento da disponibilidade de nitrogênio na camada superficial do solo.Já, o trigo cultivado após o milho proporciona maior resposta ao nitrogênio aplicado. Peres & Suhet (1986), e Cadore (2008), revisando trabalhos de adubação nitrogenada no Brasil, verificaram diferentes respostas do trigo ao nitrogênio, devido principalmente, às variações na fertilidade do solo, no clima, nas cultivares e nas práticas culturais.

No precedente cultural milho, no ano de 2008 destacou fortemente o genótipo Guamirim na expressão do MMG. Por outro lado, os caracteres NGE, CE, PE e NEF foram mais pronunciadas para Nova Era. Já para o ano de 2009, esse mesmo comportamento foi observado, porem, destacando a Nova Era na expressão do MMG. É importante comentar que o ano de 2009 evidenciou precipitação superior e mais adequada do que ano de 2008 conforme o anexo 1 e anexo 2, dando suporte para sugerir que genótipos mais tardios podem ter a expressão de seus componentes facilitados, durante a época de desenvolvimento da planta. Segundo WALL (1997), a expressão do potencial de produtividade de um genótipo em uma região depende de fatores genéticos e ambientais, especialmente o fotoperíodo, a temperatura, a precipitação pluvial e a radiação solar. Outros fatores também são importantes na expressão dos componentes de produção, de acordo com RODRIGUEZ (2000), a incidência de baixas temperaturas retarda o desenvolvimento e aumenta o tempo de crescimento das sementes, já com a ocorrência de temperaturas elevadas ocorre uma diminuição no período de crescimento além de promover uma sensível redução no rendimento em trigo. Isso acontece porque com elevadas temperaturas há um aumento no metabolismo de transporte de assimilados principalmente da folha bandeira para a espiga, mas pelo fato de ocorrer uma elevação na respiração, não necessariamente aumente a taxa

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de enchimento da semente. Ainda na tabela 3, no precedente cultural milho para as interações que envolvem épocas de aplicação de nitrogênio e ano de cultivo, a MMG mostrou estabilidade nos dois anos de avaliação, porem, a adição de nitrogênio aos 20, 30 e 40 DAE, maximizaram a MMG no ano de 2008 em relação a 2009. No NGE a diferença entre anos, foi fortemente evidente, caracterizando a safra de 2008 como a de melhores desempenhos médios nos caracteres avaliados, alem do que, mesmo o ano de 2009 tendo apresentado desempenho médio inferior, evidenciou menor estabilidade frente as épocas de aplicação de nitrogênio. No PE, todas as épocas que foram adicionadas nitrogênio na cultura do trigo, mostraram superioridade frente aos anos de cultivo, porem, cabe destacar que na dose zero, diferenças foram detectadas no ano de 2008, ao contrario do ano seguinte, que evidenciou estabilidade nessa variável. O mesmo acontecendo para o NEF, porem, não diferindo entre os anos, exceto, na aplicação aos 60 DAE. Portanto, com base nos dados obtidos, o NEF tende a mostrar reduções em aplicações mais tardias, possivelmente pela necessidade de requerer maiores quantidades de nitrogênio em momentos anteriores, sobre resíduo de milho. Contudo, o CE e PGE mostraram estabilidade para o ano de 2009, frente as épocas de aplicação do elemento químico, já em 2008 a ausência de nitrogênio determinou a redução de expressão dessas variáveis, alem disso, as diferenças em cada dose foram fortemente evidenciadas no PGE ( 10 a 60 DAE), onde o CE mostrou mesmo comportamento. Desta forma o parcelamento da adubação nitrogenada pode proporcionar uma maior eficiência na assimilação do nutriente pelo trigo, diminuindo as perdas por lixiviação em anos chuvosos e por volatilização em anos secos (MUNDSTOCK, 1999). Já ROS et.al. (2003), comenta que aplicando nitrogênio parte na semeadura e o restante em cobertura, aumenta a disponibilidade de nitrogênio no solo nos estádios de maior demanda deste nutriente pela cultura de trigo. Este autor também comenta que a antecipação da adubação nitrogenada em condições de alta precipitação pluviométrica, pode não possibilitar a maior disponibilidade de nitrogênio no solo na época de maior demanda de N as culturas, devido as perdas de nitrato por lixiviação. Na interação que envolveu épocas de aplicação de nitrogênio para diferentes cultivares (tabela 3), ficou constatado a superioridade da cultivar Guamirim na produção de afilhos, independentemente da época de aplicação de nitrogênio, alem do que, a ausência de aplicação como a de adições tardias de nitrogênio mostraram inferioridade em relação as outras épocas de aplicação,

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também observado no genótipo Nova Era. Contudo, nesta condição, o MMG mostrou forte estabilidade ao longo das épocas de aplicação de nitrogênio para essas duas cultivares, no entanto, na amplitude de 10 a 60 DAE a superioridade foi expressiva do genótipo Guamirim. Segundo Silva et al., (2005), o caráter MMG expressa forte efeito sobre o rendimento de grãos, sendo este componente primário o de potencial para seleção de genótipos superiores para o rendimento de grãos. Para Vieira et al., (2009) a cultivar Guamirim obteve desempenho superior no componente massa média de grãos refletindo diretamente em maximizar o rendimento final tanto no ambiente com resteva de soja como na resteva de milho. Conforme MARTINS et al., (2009) estudando comportamento de cultivares de aveia branca sobre diferentes tipo de resíduo cultural, verificaram fortes diferença no ciclo total, principalmente pelo resíduo de milho em atrasar a maturação, porém de reduzido efeito na massa de mil grãos, independente dos sistemas de sucessão (soja e milho).

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Tabela 3. Caracteres de importância agronômica em trigo correlacionadas ao ano de plantio, época de aplicação de nitrogênio e genótipos testados. DEAg/UNIJUI, 2010.

PRECEDENTE CULTURAL SOJA ANO

2008 2009 GEN

RG MMG NGE PE PGE RG MMG NGE PE PGE GUA 3709a 39,5a 35,7b 1,9a 1,4a 1987b 33,8a 22,1b 1,0b 0,6b

NERA 2142b 32,0b 46,8a 1,9b 1,4a 3226a 33,0a 27,7a 1,4a 0,9a Épocas de Aplicação de Nitrogênio

MMG PE ANO

0 10 20 30 40 50 60 0 10 20 30 40 50 60 2008 A36,4a A36,9a A37,7a A38,0a B34,8a B34,5a B35,0a A2,1a A1,9ª A2,0a A1,8a A1,8a A1,8a A1,5a 2009 A33,9b A32,1b A33,7b A32,9b A32,2a A34,2a A34,8a A1,1b A1,3b A1,1b A1,2b A1,2b A1,2b A1,2b

PGE ANO

0 10 20 40 50 60 2008 A1,6ª A1,5a A1,5a A1,4a A1,3a A1,3a A1,1a

2009 A0,7b A0,8b A0,7b A0,8b A0,8b A0,8b A0,8a Épocas de Aplicação de Nitrogênio

RG MMG GEN

0 10 20 30 40 50 60 0 10 20 30 40 50 60 GUA A2506a A2828a A2959a A2968a A2803a A3036a A2938a A37,4a A35,1a A35,5a A38,8a A36,6a A36,2a A37,0a NERA B1788b A2486b A2315b A2624b A2064b A2128b A2232b B30,9b A33,8b A32,9b A32,1b A32,4b A32,4b A32,9b

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PRECEDENTE CULTURAL MILHO ANO

2008 2009 GEN

MMG NGE CE PE NEF PGE MMG NGE CE PE NEF PGE GUA 39,1a 31,4b 7,7b 1,7b 13,8b 1,3a 33,0b 22,6b 7,9b 1,1b 13,4b 0,7b NERA 32,4b 45,8a 9,2a 1,8a 16,6a 1,3a 34,4a 30,6a 8,6a 1,5a 14,4a 1,0a

Épocas de Aplicação de Nitrogênio

MMG NGE ANO

0 10 20 30 40 50 60 0 10 20 30 40 50 60 2008 A35,4a A35,5a A35,0a A35,8a A36,2a A36,3a A35,9a B32,7a A41,0a A40,2a A37,7a A40,6a A37,7a A40,6a 2009 A34,5a A34,9a A33,4b A32,5b A31,8b A34,2a A34,5a A27,8b A25,8b A27,8b A25,8b A27,1b A25,3b A26,5b

PE NEF ANO

0 10 20 30 40 50 60 0 10 20 30 40 50 60 2008 1,5a 1,8a 1,9a 1,7a 1,8a 1,7a 1,8a 13,6a 16,0a 16,2a 15,3a 14,8a 15,0a 15,5a 2009 1,4a 1,3b 1,3b 1,3b 1,3b 1,3b 1,3b 14,2a 14,0a 14,2a 14,6a 14,6a 13,7a 13,3b

CE PGE ANO

0 10 20 30 40 50 60 0 10 20 30 40 50 60 2008 B7,4a A8,6a A8,8a A8,4a A8,9a A8,5a A8,7a B1,1a A1,4a A1,4a A1,3a A1,4a A1,3a A1,3a 2009 A8,1a A8,1a A8,1a A8,5a A8,7a A8,1a A8,1a A0,9a A0,8b A0,9b A0,8b A0,9b A0,8b A0,9b

Épocas de Aplicação de Nitrogênio

NAF MMG GEN

0 10 20 30 40 50 60 0 10 20 30 40 50 60 GUA B53,0a A81,6a A70,2a A70,6a A97,7a A84,2a B68,7a A35,6a A37,0a A36,3a A35,6a A35,4a A36,4a A36,2a NERA B41,6b A65,2b A66,6b A64,0b A65,8b A61,3b B56,6b A33,4a A33,5b A34,1b A32,7b A32,6b A34,3b A33,2b

* Médias seguidas da mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem estatiscamente entre s, em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste de Tukey. GUA = Guamirim; NERA = Nova Era; RG = Rendimento de Grãos; NAF = Numero de Afilhos Férteis; MMG = Massa de Mil Grãos; NGE = Numero de Grãos por Espiga; CE = Comprimento de Espiga; PE = Peso de Espiga; NEF = Numero de Espiquetas Férteis; NEE = Numero de Espiquetas Estéreis; PGE = Peso de Grão por Espiga; PPE = Peso de Palha da Espiga.

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Na tabela 4, que envolve ausência de interação entre os fatores testados, ficou indicado, que sobre o precedente cultural soja, os caracteres NAF, CE, e NEF foram superiores para o ano de 2008, a passo que, o PPE não detectou diferenças. Aliado a isto, desempenhos distintos foram observados entre as duas cultivares. Na Guamirim o NAF foi maximizado e, para genótipo Nova Era o CE, NEF e PPE foram superiores, exceto, para o NEE. No precedente cultural milho diferenças foram observadas, em que o ano de 2009 permitiu acréscimo em relação ao ano anterior, destacando a cultivar Nova Era com a de maior PPE. Segundo FLOSS (2000) a palhada de gramíneas também fornece benefícios as culturas subseqüentes, porém fornecem nutrientes às culturas a médio e longo prazo, especialmente na camada superficial, necessitando de doses mais elevadas na base ou aplicações em estádios iniciais.

Tabela 4. Caracteres de importância agronômica em trigo correlacionadas ao ano de plantio e genótipos testados com ausência de interação.DEAg/UNIJUI, 2010.

Ausência de Interação

PRECEDENTE CULTURAL SOJA PRECEDENTE CULTURAL MILHO ANO NAF (n°) CE (g) NEF (n°) NEE (n°) PPE (g) NEE (n°) PPE (g) 2008 90,8a 8,9a 15,3a 1,9b 0,41a 2,07b 0,42b 2009 78,7b 7,9b 13,7b 2,4a 0,42a 2,44a 0,45a

GENOTIPO

NAF CE NEF NEE PPE PPE GUA 94,1a 7,9b 13,4b 2,1a 0,39b 0,40b NERA 75,4b 8,9a 15,6a 2,2a 0,44a 0,46a

* Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna, não diferem estatiscamente entre s, em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste de Tukey. GUA = Guamirim; NERA = Nova Era; NAF = Numero de Afilhos Férteis; CE = Comprimento de Espiga; NEF = Numero de Espiquetas Férteis; NEE = Numero de Espiquetas Estéreis; PPE = Peso de Palha da Espiga.

Na tabela 5, esta indicado o ajuste de equação de regressão e estimativa de parâmetros para quantificar o desempenho de genótipos nas destintas condições de cultivo. Portanto, no ano de 2008 sobre resíduo de milho, a cultivar Nova Era evidenciou comportamento quadrático, em que pela equação Y= -b/2c, permitiu determinar o ponto máximo da tendência. Nesse sentido, com base nas épocas de aplicações de nitrogênio, evidenciou melhor comportamento na expressão de rendimento de grãos a adição do elemento químico aos 38 DAE. Já para a cultivar Guamirim no mesmo ano e precedente cultural, evidenciou um momento de aplicação mais ajustadas aos 45 DAE. Cabe destacar que a cultivar Guamirim

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evidenciou maior capacidade de afilhamento que a cultivar Nova Era, como evidenciado nas médias apresentados anteriormente no caráter. Neste sentido, por ser uma cultivar precoce, adubações mais tardias parecem incrementar o numero de afilhos férteis nessa cultivar. A resposta do trigo ao nitrogênio é variável e está de acordo com a cultivar utilizada, principalmente pela sua capacidade diferenciada de absorção e utilização, acarretando em diferenças no crescimento e desenvolvimento do grão e conseqüentemente em reflexos no acamamento, afilhamento e produção final de grãos (MUNDSTOCK, 1999). Na cultivar Nova Era no ano de 2008 sobre resíduo de soja o modelo quadrático indicou a época de aplicação de nitrogênio apropriada em torno de 31 DAE, o que para Guamirim também na mesma condição aos 36 DAE. Para tanto cabe destacar, que mesmo a soja apresentando uma condição mais favorável de fornecimento de nitrogênio nos estádios iniciais de crescimento da planta, mostra desempenhos finais de produção, quando aplicado em épocas mais tardias. Além disso, cabe ressaltar, as respostas diferenciadas do tipo de precedente cultural e do ano de cultivo na expressão do caráter. No genótipo Nova Era para o ano de 2009 sobre o precedente cultural milho e cultivar Guamirim neste mesmo ano, mas precedente cultural soja, mostraram tendência linear, indicando que, a cada um dia a mais para a aplicação do fertilizante, há um acréscimo de 9,80 e 7,74 kg ha-1, respectivamente, de rendimento de grãos, considerando a amplitude de zero a 60 DAE. Contudo nos demais genótipos, considerando sua produção nos distintos anos e condições de cultivo, o ajuste de equação não foi obtido, sendo portanto apresentado os valores médios em cada condição, conforme apresentado na tabela 5.

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Tabela 5. Ajuste de equação e parâmetros de regressão para o caráter rendimento de grãos em trigo. DEAg/UNIJUI, 2010.

Fonte de Quadrado Parâmetros TRATAMENTO Variação Médio Intercepto (a) Linear (bx) Quadrática (cx2) Dias Line 548180,0* - - - - NERA 2008 MILHO Quad 714015,2* 1227,41 34,65 -0,46* 38 Line 924562,2* 2146,21 9,08* - - NERA 2009 MILHO Quad 74226,2ns - - - - Line 5369004,3* - - - - GUA 2008 MILHO Quad 1989065,1* 1821,95 68,05 -0,76* 45 Line 37230,3ns - - - - GUA 2009 MILHO Quad 3356,6 ns - - - - Line 2972,5 ns - - - - NERA 2008 SOJA Quad 1028425,3* 1850,77 33,7 -0,55* 31 Line 49434,0 ns - - - - NERA 2009 SOJA Quad 278473,0 ns - - - - Line 338580,0 ns - - - - GUA 2008 SOJA Quad 649264,5* 3324,72 31,87 -0,44* 36 Line 672545,0* 1755,16 7,74* - - GUA 2009 SOJA Quad 66783,2 ns - - - -

VALORES MEDIOS OBTIDOS NAS EPOCAS DE APLICAÇÃO DE N TRATAMENTO 0 10 20 30 40 50 60 NERA 2008 MILHO 1014,3 1655 1626 1741,8 1793 1788,3 1756 NERA 2009 MILHO 1604,8 2676,3 3107 3042,5 3111,5 3239,8 3268 GUA 2008 MILHO 2003,3 2360 2360 2553,8 2198,8 2929,3 2526 GUA 2009 MILHO 1604,3 1721,3 1762 1844,3 1656,5 1631,8 1869 NERA 2008 SOJA 1719,8 2399,3 2103 2589,3 2149,8 2080,8 1968 NERA 2009 SOJA 3259,8 3607,3 3951 3879,3 3825,3 3673,3 3771 GUA 2008 SOJA 1857 2574,5 2527 2660 1989,8 2176,8 2437 GUA 2009 SOJA 1553 2050 1967 2056,8 1782,3 2399 2109 * Significância em 5% de probabilidade de erro; ns = não significativa em 5% de probabilidade de erro; GUA = Guamirim; NERA = Nova Era; Line = Linear; Quad = Quadrática.

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CONCLUSÃO

Os anos de cultivo influenciaram fortemente na expressão dos componentes de rendimento de grãos e produção final em trigo, principalmente alicerçado nas condições de precipitação pluviométrica.

As épocas de aplicação de nitrogênio evidenciaram mudanças com base no padrão genético da cultivar e no precedente cultural, pela maior ou menor taxa de decomposição orgânica da palhada.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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