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Reflexões sobre o ensino superior de enfermagem à luz da pedagogia da autonomia de Paulo Freire

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ISBN: 978-85-89872-42-3

REFLEXÕES SOBRE O ENSINO SUPERIOR DE ENFERMAGEM À LUZ

DA PEDAGOGIA DA AUTONOMIA DE PAULO FREIRE

Juliana Lerche Vieira Rocha Pires

UNIFOR jharmonia@gmail.com

Epaminondas de Medeiros Jacome

UNIFOR epagis@uol.com.br

Raimunda Magalhães da Silva

UNIFOR rmsilva@unifor.br

Introdução

O Relatório da Comissão Internacional sobre Edu-cação para o Século XXI para a UNESCO reafirma a im-portância da educação no desenvolvimento dos indiví-duos e da sociedade, apontando que, para este século, “tanto indivíduos quanto os poderes públicos considera-rão a busca do conhecimento, não apenas como um meio para alcançar um fim, mas como um fim em si mesmo” (TARCIA, 2000).

Do ponto de vista da legislação vigente, conforme a Lei no 9394, de 20 de dezembro de 1996 – Diretrizes

e Bases da Educação Nacional (L.D.B.), a formação de profissionais ativos na sociedade brasileira é necessá-ria para a atuação em setores profissionais específicos, considerando o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo. Também é importante lembrar que a L.D.B., aplicada ao sistema educacional, embora seja alvo de críticas, mobiliza as escolas de enfermagem em direção às suas determinações, pois, regulamenta os dispositivos constitucionais, referenciando

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fundamental-ISBN: 978-85-89872-42-3 mente a organização do sistema educacional brasileiro.

O Capítulo IV dispõe sobre a educação superior e o Art. 43 descreve as finalidades da educação nesse nível e, en-tre elas, as que seguem:

I – estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; II – formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvi-mento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua; [...] (BRASIL, 2005)

No âmbito da formação superior em enfermagem (BRASIL, 2002), algumas competências e habilidades de-vem ser reforçadas na graduação. De forma geral são elas: atenção à saúde, tomada de decisões, comunicação, lide-rança, administração, gerenciamento e educação perma-nente. Além disso, o enfermeiro deverá possuir também competências técnico-científicas, ético-políticas, sócio-educativas contextualizadas com a realidade e com as necessidades sociais da saúde.

Neste contexto, sentimos a complexa e incômoda posição do educador de enfermagem, diante da socieda-de da informação (em que a escola não é a única fonte de aprendizagem) que se transforma de modo rápido e exige um profissional competente para atuar em diversas áreas.

Assim, para redefinir seu compromisso com a saúde da população, o curso superior de Enfermagem precisa-ria examinar, de forma rigorosa, a formação profissional oferecida aos seus graduandos. Sabemos que, atual-mente o ensino de enfermagem não só privilegia o estu-do estu-do corpo em sua dimensão biológica, como reforça a sua fragmentação. Além disso, na maioria dos cursos, há

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uma grande preocupação em oferecer conteúdo extenso, em detrimento da formação e do desenvolvimento das capacidades de trabalhar com esta informação. O ensino de graduação atual não dá ênfase à formação do apren-diz autônomo (FREIRE, 2008) que precisa conhecer sua maneira própria de apreender, para assumir a responsa-bilidade pela sua aprendizagem.

Em sua obra, Freire (2008) coloca a diferença en-tre en-treinar e formar, transferir de produzir/construir co-nhecimento, ‘ensino bancário’ de ensinar a pensar certo, com criatividade, co-participação, rigorosidade metódica e diálogo. A “franquia de mim mesmo”, que o autor co-loca, deve-se à tomada de consciência do inacabamen-to – próprio da vida – fainacabamen-to gerador da educabilidade e conectado à autonomia. De outro lado, o educador deve se aproximar de seu objeto de maneira amorosa e trans-formadora, pois não se pode “estar no mundo de luvas nas mãos constatando apenas”. O autor destaca, ainda, a importância da não-transgressão da ética e de deixar de lado o moralismo hipócrita – sendo os docentes um testemunho do seu discurso.

Deste modo, a formação do profissional de enfer-magem deveria contar cada vez mais com parcerias entre instituições de ensino e instituições de saúde, no senti-do de formar profissionais detentores de competências alicerçadas em conhecimentos sólidos, capazes de ino-var, de trabalhar em equipe e interdisciplinarmente, com sentido crítico e reflexivo, de forma a gerir a incerteza e a complexidade dos cuidados de enfermagem. Estas metas pressupõem que parte significativa da formação seja feita em situação real, necessitando por isso da cola-boração dos profissionais da prática de ensino, no âmbito da supervisão dos estudantes. Neste contexto formativo,

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ISBN: 978-85-89872-42-3 o professor supervisor deveria propiciar ao estudante, o

desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitu-des que contribuam para a formação de competências nas dimensões cognitivas, comunicacionais, atitudinais e técnicas (UNIVERSIDADE DE AVEIRO, 2004).

Esta reflexão também é oportuna porque, no cor-rente ano, comemora-se 40 anos de criação da UERN (Universidade Estadual do Rio grande do Norte), pela Lei Municipal Nº. 20/68 de 28 de setembro de 1968, assina-da pelo prefeito Raimundo Soares de Souza na ciassina-dade de Mossoró (RN). O curso superior de enfermagem foi um dos integrantes pioneiros, nessa constituição universitária.

Na presente investigação, questionamos: (1) Quais as abordagens utilizadas pelos professores no ensino de graduação em enfermagem? (2) O professor prepara o aluno para ser um futuro profissional com postura crítica, reflexiva e de tomada de decisão?

Pressupostos Teóricos: Por uma educação humanista e crítica

A universidade exerce um importante papel social, visando à construção do conhecimento científico e de formas de interação com a prática mediante condições que estimulam a reflexão, a capacidade de observação, análise crítica e resolução de problemas, possibilitando a autonomia de idéias e a formulação de pressupostos (FREIRE, 2008). Para isso, deveria propor atividades que possibilitassem aos alunos o desenvolvimento de atitudes e ações crítico-reflexivas, tendo como objetivo a formação do aluno/pessoa/cidadão. Isso significa su-perar a fragmentação e a linearidade do conhecimento, a centralização no papel do professor e a carência de contextualização.

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Segundo Paulo Freire (2008), ensinar exige reflexão crítica sobre a prática, em um movimento dinâmico e dia-lético entre o fazer e o pensar sobre esse fazer. O educador precisa voltar-se para si mesmo, adotando uma postura questionadora sobre sua formação e conscientizar-se de que esta deve ser permanente e contínua, acompanhando as transformações da realidade. Na verdade, é pensando criticamente a prática atual ou a passada que se pode melhorar a próxima prática. Assim, ao sermos reflexivos, os fatos ocorridos no dia-a-dia podem ser trabalhados e aproveitados na melhoria de nosso fazer (FREIRE, 2008).

A preocupação em refletir sobre a formação ofere-cida ao futuro profissional da saúde, especialmente o de enfermagem, onde ainda predomina a formação técnica pautada no modelo biomédico, implica em enfatizar a formação do professor, ponto-chave de todo o processo educacional. Também destacamos a importância de de-senvolver competências e atitudes humanistas no ensino clínico. Através delas é que os estudantes vão construin-do sua identidade profissional, em uma apropriação gra-dativa, realizada em diferentes fases, em um processo de introjecção dos modelos de referência.

Freire (2008) nos ensina, ainda, que na construção da identidade assumem particular importância as rela-ções interpessoais e a forma como o poder é nelas viven-ciado. É nas relações com os outros, isto é, em alterida-de, que os estudantes, ao agirem enquanto profissionais, evidenciam a sua especificidade, o seu poder, a sua iden-tidade. Nestas relações, o “outro” nunca é um parceiro vivido como “neutro” ou indiferente. Da mesma forma, o modo como é vivenciada uma relação interpessoal, como o poder/saber de cada um é aceito e respeitado, poten-cialmente influencia na construção da identidade.

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Objetivos

• Avaliar, sob o ponto de vista do aluno, as abor-dagens de ensino no Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, sediada no Município de Mos-soró (RN).

• Identificar como o aluno de enfermagem avalia criticamente sua formação acadêmica.

• Identificar como o aluno percebe o ensino e a pesquisa tal como é aplicado na realidade de seu curso universitário.

Metodologia

Tipo de estudo

Utilizamos, no estudo, uma abordagem quantitati-va, de caráter transversal e de avaliação descritiva por meio da aplicação de um questionário fechado (anexo 1).

Local

O estudo foi desenvolvido no Curso de Enferma-gem, integrante da Universidade Estadual do Rio Gran-de do Norte, sediada no Município Gran-de Mossoró (RN). A escolha dessa instituição se deve ao fator de ser a única universidade de Enfermagem no município de Mossoró com turma no sétimo período.

Amostra

O questionário foi aplicado aos discentes do 7o

perí-odo do curso de enfermagem. O número total de 25 parti-cipantes corresponde à população total de alunos da

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tur-ISBN: 978-85-89872-42-3

ma, que estiveram presentes no momento da aplicação do questionário.

Critério de Inclusão – todos os alunos do 7o período,

presentes no dia da aplicação do teste.

Critério de Exclusão – todos os alunos ausentes no dia da aplicação do teste.

Instrumento de coleta de dados

A coleta de dados ocorreu no mês de setembro de 2008. Foi utilizada como instrumento de coleta de dados, a aplicação de um questionário (anexo 1) constituído de 21 perguntas fechadas, dividido em dois tópicos:

• Dados pessoais.

• Dados de formação do educando, abordando áreas de “estímulo à pesquisa”, “dinâmica do ensino”, “avaliação da instituição quanto ao en-sino” e “formação ética e social”.

Organização e apresentação dos dados

Após a coleta dos dados, os mesmos foram avalia-dos de forma descritiva. Utilizou-se o programa SPSS na versão 13.0.

Aspectos éticos

O projeto foi enviado ao comitê de ética da Univer-sidade de Fortaleza, buscando atender aos aspectos con-tidos na Resolução 196/96 do Código de Ética do Conse-lho Nacional de Saúde, sobre pesquisa envolvendo seres humanos (BRASIL, 2008).

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Resultados

Os dados de pesquisa aqui relacionados têm início com a análise descritiva do perfil dos discentes. Poste-riormente, os resultados são agrupados em blocos que indicam comportamentos e práticas de educação viven-ciadas pelos alunos do 7o período do curso de

enferma-gem de Mossoró, a conhecer “estímulo à pesquisa”, “di-nâmica do ensino”, “avaliação da instituição quanto ao ensino” e “formação ética e social”.

Perfi l dos informantes

Dos 25 alunos do curso de enfermagem de Mossoró que responderam ao questionário, a faixa etária de 18-21 anos correspondeu a 44% e a de 22-25 anos também ob-teve o mesmo percentual (44%). A maioria era composta por discentes do sexo feminino (80%), de religião católica (68%). A renda familiar predominante foi entre 3-4 salá-rios (32%) e 5-7 salásalá-rios (32%). Os dados estão distribuí-dos na tabela 1.

Tabela 1 – Identificação:

Variáveis Freqüência Percentual Percentual Válido Percentual Acumulado 1) Idade 18 – 21 anos 11 44.0 44.0 44.0 22 – 25 anos 11 44.0 44.0 88.0 26 – 29 anos 2 8.0 8.0 96.0 Acima de 34 anos 1 4.0 4.0 100.0 Total 25 100.0 100.0 2) Sexo masculino 5 20.0 20.0 20.0 feminino 20 80.0 80.0 100.0 Total 25 100.0 100.0

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ISBN: 978-85-89872-42-3 3) Religião católica 17 68.0 68.0 68.0 evangélica 6 24.0 24.0 92.0 sem religião 2 8.0 8.0 100.0 Total 25 100.0 100.0 4) Renda familiar 1 a 2 salários 5 20.0 20.0 20.0 3 a 4 salários 8 32.0 32.0 52.0 5 a 7 salários 8 32.0 32.0 84.0 7 a 9 salários 3 12.0 12.0 96.0 10 ou + salários 1 4.0 4.0 100.0 Total 25 100.0 100.0

Estímulo à pesquisa:

As respostas dos discentes quanto ao estímulo à pesquisa (tabela 2, 6, 7 e 11), revelam que em sua visão, a grande parte dos professores (60%) estimula ensino/ pesquisa, enquanto 68% afirmaram que os docentes pro-porcionam atividades de pesquisa. Deste modo, o equi-valente a 72% dos alunos de enfermagem do 7o período

participa de projetos de pesquisa. Destes, 15 (60%) par-ticipam de projetos de pesquisa e são do sexo feminino e 10 (40%) estão entre 18-21 anos. Assim, 8 (32%) são do sexo feminino, participam de projetos de pesquisas e en-contram-se na faixa etária acima referida, contudo estes dados não foram estatisticamente significantes.

Tabela 2 – Respostas dos discentes quanto ao estímulo à

pesquisa:

Variáveis Freqüência Percentual Percentual Válido Percentual Acu-mulado 1) Os professores estimulam ensi-no/pesquisa? sim 15 60.0 60.0 60.0 não 2 8.0 8.0 68.0 às vezes 8 32.0 32.0 100.0 Total 25 100.0 100.0

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2) Você participa de projetos de pesquisa?

sim 18 72.0 72.0 100.0

não 6 24.0 24.0 28.0

Atualmente não. Participei

projeto educação ambiental 1 4.0 4.0 4.0

Total 25 100.0 100.0

3) Os professores proporcio-nam atividade de pesquisa?

Alguns professores 2 8.0 8.0 8.0 Ao longo de algumas disciplinas 1 4.0 4.0 12.0 Às vezes 2 8.0 8.0 20.0 Não 3 12.0 12.0 32.0 Sim 17 68.0 68.0 100.0 Total 25 100.0 100.0

Tabela 6 – Você participa de projetos de pesquisa? X Idade:

Idade Total 18 – 21 anos 22 – 25 anos 26 – 29 anos acima de 34 anos Você participa de projetos de pesquisa? Atualmente não. Partici-pei projeto educação ambiental 0 1 0 0 1 Não 1 4 0 1 6 Sim 10 6 2 0 18 Total 11 11 2 1 25 Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)

Pearson Chi-Square 7.828(a) 6 .251

Likelihood Ratio 8.525 6 .202

N of Valid Cases 25

a 10 cells (83.3%) have expected count less than 5. The minimum ex-pected count is .04.

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Tabela 7 – Você participa de projetos de pesquisa? X Sexo:

Sexo

Total Masculino Feminino Você participa de projetos

de pesquisa?

Atualmente não. Participei

projeto educação ambiental 0 1 1

Não 2 4 6

Sim 3 15 18

Total 5 20 25

Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)

Pearson Chi-Square 1.042(a) 2 .594

Likelihood Ratio 1.162 2 .559

N of Valid Cases 25

a 5 cells (83.3%) have expected count less than 5. The minimum ex-pected count is .20.

Tabela 11 – Idade x Sexo x Você participa de projetos de pesquisa?

Você participa de projetos de pesquisa? Sexo Total Masculino Feminino Atualmente não. Participei

projeto educação am-biental

Idade 22 – 25 anos 1 1

Total 1 1

Não Idade 18 – 21 anos 0 1 1

22 – 25 ANOS 2 2 4

Acima de 34 anos 0 1 1

Total 2 4 6

Sim Idade 18 – 21 anos 2 8 10

22 – 25 anos 0 6 6

26 – 29 anos 1 1 2

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ISBN: 978-85-89872-42-3 Chi-Square Tests

Você participa de projetos

de pesquisa? Value df

Asymp. Sig. (2-sided) Atualmente não.

Parti-cipei projeto educação ambiental

Pearson Chi-Square .(a) N of Valid Cases 1

Não Pearson Chi-Square 1.500(b) 2 .472

Likelihood Ratio 2.093 2 .351

Linear-by-Linear

As-sociation .179 1 .673

N of Valid Cases 6

Sim Pearson Chi-Square 2.880(c) 2 .237

Likelihood Ratio 3.440 2 .179

Linear-by-Linear

As-sociation .089 1 .765

N of Valid Cases 18

a. No statistics are computed because IDADE and SEXO are cons-tants.

b. 6 cells (100.0%) have expected count less than 5. The minimum ex-pected

count is .33.

c. 4 cells (66.7%) have expected count less than 5. The minimum ex-pected count is .33.

Dinâmica do ensino:

Os resultados mostram (tabela 3, 8, 9 e 10) que 84% dos professores permitem indagações, curiosida-des e críticas. A memorização mecânica do ensino ainda se encontra presente nos dias atuais, visto que 52% dos alunos responderam “às vezes” (destes 28% têm entre 18-21 anos) e 24% disseram que “sim” (destes 20% têm de 22-25 anos), não sendo estatisticamente significan-te (p=0.076). Apesar dessignifican-te achado, a aprendizagem em sala de aula não se faz pela transferência de conheci-mento do professor (44%). A maioria dos entrevistados

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(60%) concorda que há respeito à autonomia, dignidade e identidade do educando pelo professor – destes, 10 (40%) são alunos de 22-25 anos – dados estatisticamente sig-nificantes (p=0.02). Também foi confirmado que existe aprendizagem interativa professor-aluno para a produ-ção do conhecimento (72%) – 10 (40%) estando entre 22-25 anos (p=0.073).

Tabela 3 – Dinâmica do ensino:

Variáveis Freqüência Percentual Percentual Válido Percentual Acumulado 1) Na sua formação o

professor permite in-dagações, curiosidades e críticas? sim 21 84.0 84.0 84.0 não 0 0 0 0 Às vezes 4 16.0 16.0 100.0 Total 25 100.0 100.0 2) A memorização mecânica do ensino é presente em sua apren-dizagem? sim 6 24.0 24.0 24.0 não 6 24.0 24.0 48.0 Às vezes 13 52.0 52.0 100.0 Total 25 100.0 100.0 3) Sua aprendizagem se faz pela transferência do conhecimento do professor? sim 5 20.0 20.0 20.0 não 11 44.0 44.0 64.0 Às vezes 9 36.0 36.0 100.0 Total 25 100.0 100.0

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4) Existe respeito à au-tonomia, dignidade e identidade do educan-do pelo professor? sim 15 60.0 60.0 60.0 não 0 0 0 0 Às vezes 10 40.0 40.0 100.0 Total 25 100.0 100.0 5) Existe aprendizagem interativa professor-aluno para produção conhecimento?

sim 18 72.0 72.0 72.0

não 0 0 0 0

Às vezes 7 28.0 28.0 100.0

Total 25 100.0 100.0

Tabela 8 – A memorização mecânica do ensino é presen-te em sua aprendizagem? X Idade

Idade Total 18 – 21 anos 22 – 25 anos 26 – 29 anos Acima de 34 anos A memorização mecânica do ensino é presente em sua aprendizagem? Sim 4 2 0 0 6 Não 0 5 0 1 6 Às vezes 7 4 2 0 13 Total 11 11 2 1 25 Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)

Pearson Chi-Square 11.422 (a) 6 .076

Likelihood Ratio 14.036 6 .029

Linear-by-Linear Association .032 1 .859

N of Valid Cases 25

a. 10 cells (83.3%) have expected count less than 5. The minimum ex-pected count is .24.

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Tabela 9 – Idade x Existe aprendizagem interativa pro-fessor-aluno para produção conhecimento?

Existe aprendizagem interativa professor-aluno para produção conhecimento? Total Sim Às vezes Idade 18 – 21 anos 5 6 11 22 – 25 anos 10 1 11 26 – 29 anos 2 0 2 Acima de 34 anos 1 0 1 Total 18 7 25 Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)

Pearson Chi-Square 6.962(a) 3 .073

Likelihood Ratio 7.787 3 .051

Linear-by-Linear Association 4.322 1 .038

N of Valid Cases 25

a. 6 cells (75.0%) have expected count less than 5. The minimum ex-pected count is .28.

Tabela 10 – Idade x Existe respeito à autonomia, digni-dade, identidade do educando pelo professor?

Existe respeito à autonomia, dignidade, identidade do educando pelo professor? Total

Sim Às vezes Idade 18 – 21 anos 2 9 11 22 – 25 anos 10 1 11 26 – 29 anos 2 0 2 acima de 34 anos 1 0 1 Total 15 10 25

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Chi-Square Tests

Value df Asymp. Sig. (2-sided)

Pearson Chi-Square 14.394(a) 3 .002

Likelihood Ratio 16.518 3 .001

Linear-by-Linear Association 8.475 1 .004

N of Valid Cases 25

a. 6 cells (75.0%) have expected count less than 5. The minimum ex-pected count is .40.

Instituição de ensino:

A tabela 4 mostra que a maior parte (64%) dos infor-mantes declarou que a instituição de ensino faz com que o professor cultive humanização e tolerância, além de es-timular o desenvolvimento à curiosidade (60%) e propor-cionar formação ética do profissional (84%).

Tabela 4 – Avaliação da instituição quanto ao ensino:

Variáveis Freqüência Percentual Percentual Válido Percentual Acumulado 1) A instituição de

ensino faz o professor cultivar humanização e tolerância? sim 16 64.0 64.0 64.0 não 1 4.0 4.0 68.0 às vezes 8 32.0 32.0 100.0 Total 25 100.0 100.0 2) A instituição estimu-la o desenvolvimento à curiosidade? sim 15 60.0 60.0 60.0 não 1 4.0 4.0 64.0 às vezes 9 36.0 36.0 100.0 Total 25 100.0 100.0

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3) A instituição pro-porciona formação éti-ca do profi ssional?

sim 21 84.0 84.0 84.0

não 2 8.0 8.0 92.0

às vezes 2 8.0 8.0 100.0

Total 25 100.0 100.0

Formação ética e profi ssional:

Evidencia-se na tabela 5 que a totalidade dos dis-centes revela consciência do “inacabado” no futuro pro-fissional. A maioria (96%) informa que a sua formação aceita e respeita diferenças (cor, idade, raça, nível social) além de que, na futura vida profissional, não consideram seu saber como único verdadeiro. O bom senso é exerci-tado (64%) e há recusa ao fatalismo (56%).

Tabela 5 – Formação ética e social:

Variáveis Freqüência Percentual Percentual Válido Percentual Acumulado 1) No futuro profi

ssio-nal, você tem consci-ência do inacabado?

sim 25 100.0 100.0 100.0

não 0 0 0 0

Às vezes 0 0 0 0

Total 25 100.0 100.0

2) Sua formação aceita e respeita diferenças – cor, idade, raça, nível social?

sim 24 96.0 96.0 96.0

não 0 0 0 0

Às vezes 1 4.0 4.0 100.0

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3) Sua formação exercita o bom senso?

sim 16 64.0 64.0 64.0

não 0 0 0 0

às vezes 9 36.0 36.0 100.0

Total 25 100.0 100.0

4) Na futura vida profi s-sional, você considera seu saber como verdadeiro?

sim 0 0 0 0

não 24 96.0 96.0 96.0

às vezes 1 4.0 4.0 100.0

Total 25 100.0 100.0

5) Na formação existe recu-sa ao fatalismo? sim 4 16.0 16.0 16.0 não 14 56.0 56.0 72.0 às vezes 7 28.0 28.0 100.0 Total 25 100.0 100.0

Conclusões

Como vimos, as grandes transformações sociais e comportamentais que vivemos desafiam as tradicionais práticas educativas, consideradas por Freire(2008)como “burocráticas”, refletindo a retenção e evasão escolar e reafirmando a exclusão social. Romper com esta situação representa um desafio: educar para enfrentar as exigên-cias do mundo contemporâneo, por meio do desenvolvi-mento humano, cultural, científico e tecnológico, contan-do com o envolvimento tanto contan-dos profissionais ligacontan-dos à educação, das famílias, governantes e entidades de clas-se (SEVERINO e PIMENTA, 2002).

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Em geral, a prática pedagógica do docente de en-fermagem costuma seguir um modelo eclético, que valo-riza os fundamentos da pedagogia tradicional, incorpora aspectos do ideário humanista, orienta-se por ações pre-conizadas pelo modelo tecnicista, mas considera também valores do discurso progressista. Todavia, é necessário formar profissionais flexíveis e críticos, aptos à inserção em diferentes setores profissionais da sociedade brasi-leira (SAUPE, 1993). Por outro lado, Freire (2008) também coloca que [...] o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa... Que o pensar do educador somente ganha autenticidade na au-tenticidade do pensar dos educando, mediatizados am-bos pela realidade, portanto na intercomunicação (FREI-RE, 2003).

Os resultados desta investigação (ou estudo explo-ratório) foram positivos à luz dos ensinamentos de Freire (2008), tomados como base teórica do estudo. Observa-se que a maioria dos discentes era do Observa-sexo feminino, en-tre 18-25 anos, de religião católica, com renda familiar entre 3-7 salários mínimos. Além disto, acima de 60% dos docentes estimula atividades de ensino-pesquisa. Em decorrência, os resultados apontam que 72% dos alunos estão envolvidos em projetos de pesquisa.

Foi possível constatar que os docentes e a insti-tuição de ensino encontram-se empenhados em propor-cionar um aprendizado interativo, contextualizado, hu-manizado, ético, respeitando a autonomia, dignidade e identidade do educando e as diferenças sócio-culturais. A memorização mecânica do conhecimento ainda encon-tra-se presente atualmente. É interessante identificar que os participantes da pesquisa revelam consciência do “inacabado” no futuro profissional e não consideram seu

(20)

ISBN: 978-85-89872-42-3 saber como único verdadeiro, exercitando-se o bom

sen-so e recusando o fatalismo.

Na busca por acompanhar as mudanças sociais, os educadores em enfermagem vêem demonstrando um interesse cada vez maior pelas práticas educativas e repensando a formação do profissional. Como afirmam (FAUSTINO e EGRY, 2002)“faz-se necessário avançar não apenas no preparo de um novo profissional, mas, acima de tudo, de um indivíduo crítico, cidadão preparado para aprender a criar, a propor, a construir”.

Portanto, é importante e de extrema necessidade preparar profissionais com capacidade técnica para in-fluenciar nas decisões políticas e com sensibilidade po-ética para melhor compreender a condição humana. O processo de ensino-aprendizagem na enfermagem, além de facilitar o conhecimento essencial a uma prática te-rapêutica, quer seja no âmbito da graduação ou da pós-graduação, deverá promover as capacidades intelectuais e as competências para a investigação, avaliação crítica do exercício profissional e dos planos de ação política (SÁ, 1999).

Bibliografi a

BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/comissao/eticapesq. htm>. Acesso em 15 set. 2008.

______. Ministério da Educação e Desportos. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases. Bra-sília (DF) 1996. Disponível em: <http://www.mec.gov.br/ legis/pdf/LDB.pdf>. Acesso em 04 maio 2005.

______. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. [S.l.]: [s.n.], 2002.

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ISBN: 978-85-89872-42-3

FAUSTINO, R.L.H.; EGRY, E.Y. A formação da enfermeira na perspectiva da educação: reflexões e desafios para o futuro. Rev Esc Enferm. São Paulo, v. 36, n. 4, p. 332-7, 2002.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessá-rios à prática educativa. 37a ed. São Paulo: Paz e Terra,

2008.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003.

SÁ, L.D. E a enfermagem no século XXI? Rev Bras En-ferm. [S.l.], v. 52, n. 3, p. 375-84, 1999.

SAUPE, R. A prática pedagógica da(o) docente de gra-duação em enfermagem. Rev Cienc Saúde. [S.l.], v. 12, n. 1, p. 121-30, 1993.

SEVERINO, A.J., PIMENTA, S.G. Apresentação da cole-ção. In: PIMENTA, S.G., ANASTASIOU, L.G.C. Docência no ensino superior. São Paulo: Cortez; 2002.

TARCIA, R.M.L. Docente do ensino superior: a impor-tância da formação pedagógica para a qualidade do en-sino. Rev Ciências Educ. [S.l.], v. 3, n. 4, p. 158, 2000. UNIVERSIDADE DE AVEIRO, Escola Superior de Saúde. Modelo de acompanhamento dos alunos da ESSUA em estágio clínico. Aveiro (PT): Escola Superior de Saúde, [s.n.], 2004.

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ANEXO

QUESTIONÁRIO

DADOS PESSOAIS:

1-Nome: 2-Idade:

18/21anos-1( ), 22/25anos-2( ), 26/29anos-3( ), 30/33anos-4( ), acima 34anos-5( )

3-Sexo:

masculino-1( ), feminino-2( ), não definido-3( ) 4-Religião:

católica-1( ), evangélica-2( ), espírita-3( ), outra-5( ), sem religião-6( )

4-Renda familiar:

1 a 2 salários-1( ), 3 a 4 salários-2( ), 5 a 7 salários-3( ), 7 a 9 salários-4( ), 10 ou mais-5( )

5-Período do curso:

5o período-1( ), 6o período-2( ), 7o período-3( )

DADOS DA FORMAÇÃO DO EDUCANDO:

6-Os professores estimulam o ensino e a pesquisa? sim-1( ), não-2( ), às vezes-3( )

(23)

ISBN: 978-85-89872-42-3

8-Os professores proporcionam alguma atividade de pes-quisa?

9-Na sua formação o professor permite indagações, curio-sidades, perguntas e críticas ?

sim-1( ), não-2( ), às vezes-3( )

10-A memorização mecânica do ensino dos conteúdos ainda encontra-se presente em sua aprendizagem? sim-1( ), não-2( ), às vezes-3( )

11-A sua aprendizagem se faz pela tranferência do co-nhecimento feita pelo professor?

sim-1( ), não-2( ), às vezes-3( )

12-Existe um respeito á autonomia, á dignidade, e á iden-tidade do educando, por parte do professor?

sim-1( ), não-2( ), às vezes-3( )

13-Existe uma aprendizagem interativa, onde professor e aluno juntos podem aprender ensinar e produzir conhe-cimentos?

sim-1( ), não-2( ), às vezes-3( )

14-A sua instituição de ensino exige do professor o culti-vo da humanização e da tolerância?

sim-1( ), não-2( ), às vezes-3( )

15-A sua instituição de ensino estimula o desenvolvimen-to da curiosidade?

(24)

ISBN: 978-85-89872-42-3 16-A instituição proporciona a formação ética do

profis-sional?

sim-1( ), não-2( ), às vezes-3( )

17-Como futuros profissionais vocês têm a consciência do inacabado?

sim-1( ), não-2( ), às vezes-3( )

18-Na sua formação você está qualificado a aceitar e a respeitar as diferenças (cor, idade, raça, social)?

sim-1( ), não-2( ), às vezes-3( )

19-Na sua formação ocorre um exercício do bom senso? sim-1( ), não-2( ), às vezes-3( )

20-Em sua futura vida profissional você considera seu sa-ber como verdadeiro (dono da verdade)?

sim-1( ), não-2( ), às vezes-3( )

21-Na sua formação existe uma recusa ao fatalismo? sim-1( ), não-2( ), às vezes-3( )

Referências

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