O que o cardiologista precisa
saber sobre doença
aterosclerótica não coronária
Paulo Magno Martins Dourado
Acidente vascular cerebral
Isquemia cerebral transitória
Infarto do miocárdio
Angina pectoris
Claudicação intermitente
Isquemia periférica, gangrena,
necrose
Doença Vascular Coexistente
CAD PAD Stroke (n = 198) (n = 100) (n = 161) (n = 100) (n = 198) (n = 161) Coex iste nt D ise as e (% )CAD = coronary artery disease; PAD = peripheral arterial disease. Ness J et al. J Am Geriatr Soc. 1999;47:1255-1256.
Coexistent Stroke (n = 351) Coexistent PAD (n = 236) Coexistent CAD (n = 612) 56 28 68 42 32 26 0 10 20 30 40 50 60 70
Doença Arterial Carotídea
Circulation 2001; 103: 163-82
AVC é a terceira causa de morte (EUA)
Mais de 700 mil casos de AVC / ano (EUA) 4,4 milhões de sobreviventes de AVC (EUA) Custo do AVC em 1999: 51 bilhões de dólares Pacientes de alto risco para AVC podem ser identificados e tratados na população
AVC (pai): 2,4 X AVC (mãe): 1,4 X Antecedentes familiares Homens: 174/100 mil Mulheres*: 122/ 100 mil Sexo Negros: 233/100 mil Brancos: 93/100 mil Raça
Risco dobra a cada década a partir de 55 anos
Idade
Fatores de risco não modificáveis para AVC
Fatores de risco modificáveis para AVC
Circulation 1998; 97: 501-509: 58-64
HAS é o maior fator de risco para AVC
HA sistólica isolada aumenta substancialmente o risco de AVC
Redução da PA diastólica de apenas 6 mmHg diminui o risco de AVC em 42%
Tratamento da HA sistólica isolada em >60 anos reduz o risco de AVC em 36%
No Brasil ainda se morre mais de AVC que de DAC devido ao pobre controle da HAS
Fatores de risco modificáveis para AVC
Circulation 2001; 103: 163-82
Hipertensão arterial (1,4 a 4X) Tabagismo (1,8X)
Dislipidemia (1,8X: 240-279; 2,6X > 280 mg/dl)
Outras doenças cardíacas
Diabetes e resistência à insulina (1,8 a 6X)
Doença carotídea assintomática (2X) Fibrilação atrial (2,6 a 4X)
50% DA carotídea assintomática 68% (warfarina) 21% (aspirina) Fibrilação atrial (não valvar) 20% a 30% Dislipidemia ? Diabetes 50% no primeiro ano; 100% em 5 anos Tabagismo 38% HAS
Redução de risco de AVC Tratamento do fator
Tratamento dos fatores de risco e AVC
Circulation 2001; 103: 163-82
Exame físico (palpação e ausculta) Duplex-Scan de carótidas
Tomografia Computadorizada Ressonância Nuclear Magnética
Angiograma
Tomografia de Carótidas
Ressonância de Carótidas
Normais Obstrução
Após AIT em presença de DA carotídea
significativa a chance de ocorrência de AVC é de 30% a 40% em 5 anos
Após AVC isquêmico a chance de recorrência do evento é de 40% a 50% em 5 anos
Apenas 20% dos casos de AVC são precedidos por AIT
Pacientes com doença carotídea com freqüência têm aterosclerose em múltiplos vasos
Doença Arterial Carotídea
Doença Arterial Carotídea:
O benefício da intervenção
supera o risco?
Circulation 2001; 103: 163-82
A endarterectomia continua a ser o padrão ouro do tratamento intervencionista
A incidência de complicações ligadas à
intervenção cirúrgica e à angiografia é elevada Em pacientes assintomáticos os riscos tendem a superar os benefícios da intervenção
A experiência da equipe cirúrgica é fundamental na decisão pelo tratamento intervencionista
Tratamento da DA Carotídea
Pacientes de alto risco para endarterectomia Podem ser submetidos a angioplastia
1,7% AVC na internação 0,9% Mortalidade cirúrgica 69 anos (34 a 92)* Idade média 9918 Número de intervenções 1990 a 1995 Período
Perfil de segurança da endarterectomia
(Análise comunitária/ Estudo de Maryland)
Avaliação de Placas da Aorta
Circulation November 7, 2000 120 100 80 60 40 20 0 % of pat ient s w ith sign ificant aortic ath eroscler osis 33.3% 40% 79.3% 100% II III IVDegree of Carotid Atherosclerosis
Avaliação de Placas da Aorta
Corti et al (Circulation, 2002; 106: 2884 - 7)
Redução de lípides e regressão de placas na aorta
Pl asma li p id l ev el s (mg /d l) 350 300 250 200 150 100 50 0 N=21 patientes HDL: increase ~5% LDL: decrease ~30-35% Total Cholesterol LDL Cholesterol HDL Cholesterol Follow-up (Weeks) -6 0 6 12 18 24 30 36 42 48 54
Aneurisma de Aorta
Torácica
Homens brancos n= 1008 Homens negros n= 1251
Aorta Torácica
Strong et al. JAMA 1999; 281: 727-35
Pathobiological Determinants of
Atherosclerosis in Youth Study - PDAY
Faixa etária (anos) Faixa etária (anos)
Freqü
ência
(%
)
Estria gordurosa Lesão elevada
100 100 99,7 99,8 3,3 3,6 9,8 21,2 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 15-19 20-24 25-29 30-34 100 100 100 100 3,9 4,2 8,7 18,3 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 15-19 20-24 25-29 30-34
Mulheres brancas n= 367 Mulheres negras n=330
Strong et al. JAMA 1999; 281: 727-35
Aorta Torácica
Pathobiological Determinants of
Atherosclerosis in Youth Study- PDAY
Faixa etária (anos) Faixa etária (anos)
Freqü
ência
(%
)
Estria gordurosa Lesão elevada
100 100 100 100 0 4,1 3,9 15,4 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 15-19 20-24 25-29 30-34 100 100 100 100 1,5 5,2 9,2 23 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 15-19 20-24 25-29 30-34
Aneurisma de aorta torácica
Representa apenas 10% dos casos de AA; Lues é etiologia mais comum
TC e RNM são métodos de eleição para diagnóstico Investigar coronárias e valva aórtica no AA
ascendente; Estudo angiográfico se necessário Tratamento da HAS pode retardar expansão
AAT sintomático, > 6 cm ou rapidamente expansivo tem indicação cirúrgica
(mortalidade: 75% a 80% em 5 anos)
20.0% 18.0% 16.0% 14.0% 12.0% 10.0% 8.0% 6.0% 4.0% 2.0% 0.0% 7.2% 5.3% 6.5% 14.1% 3.5 to 3.9 4.0 to 4.9 5.0 to 5.0 >6.0 Initial Aortic Size (cm)
Graphic representation of cumulative natural risks posed by aneurysms of various sizes. Yearly risk of rupture, dissection, or death.
Risco anual de complicação* do AAT em
função do diâmetro da aorta
•Complicação: dissecção, ruptura ou morte
* Complicação: dissecção, ruptura ou morte
Elefteriades JA in Current Diagnosis&Treatment in Cardilogy 2002: 582-594
Risco de complicação* do AAT em função do
diâmetro da aorta
5 6 7 8 40 30 20 10 0-10 Ascendent Aortic Size (cm)
Incressed risk of complication (%) A 4 5 6 7 8 40 30 20 10 0
Descendent Aortic Size (cm)
Incressed risk
of complication (%)
50 B
The hinge-points “ (arrowsa) in the cumulative, life-time incidence of complications (rupture or dissectlon) of thoracic aortic aneurysins, basedon size. By the time the aorta reaches the climansions on the xaxis, the percentage of patients shown on the y-axis has already incurred rupture on dissellion. As Curve for the ascending aorta. B: Curve for the descending aorta.
Curva de sobrevida em função da opção
terapêutica adotada na abordagem do AAT
• Elefteriades JA in Current Diagnosis&Treatment in Cardilogy 2002: 582-594
100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% elective surgery medical therapy emergency surgery 0 1 2 3 4 5 Year
Long -term survival rates based on treat ment. Medically trealed patients had, of couse, smalller and less symptomatic aneurysms. Note particularly that patients having emergent surgery not only manifested a higher
likelihood of perioperative mortality, but also had a poorer long-term outlook. On the other hand, patients who receive elective surgery, showed excellent survival rates, comparable to an age and sex-matched normal population.
Aneurisma de Aorta
Abdominal
Homens brancos n= 996 Homens negrosn= 1136
Strong et al. JAMA 1999; 281: 727-35
Aorta Abdominal
Pathobiological Determinants of
Atherosclerosis in Youth Study- PDAY
Faixa etária (anos) Faixa etária (anos)
Freqü
ência
(%
)
Estria gordurosa Lesão elevada
100 100 100 100 13,1 18,3 37,3 65,2 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 15-19 20-24 25-29 30-34 100 100 100 100 4,8 16,3 40,9 57,3 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 15-19 20-24 25-29 30-34
Mulheres brancas n= 294 Mulheres negras n=327
Strong et al. JAMA 1999; 281: 727-35
Aorta Abdominal
Pathobiological Determinants of
Atherosclerosis in Youth Study- PDAY
Faixa etária (anos) Faixa etária (anos)
Freqü
ência
(%
)
Estria gordurosa Lesão elevada
100 100 100 100 6,8 15,5 37,9 61,5 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 15-19 20-24 25-29 30-34 100 100 100 100 2,9 18,4 29,6 55,3 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 15-19 20-24 25-29 30-34
Fatores de risco para AAA
N Eng J Med 2003; 348: 1895-91; Clinician Reviews 2001 11(9): 58-64
Sexo masculino
Tabagismo atual ou passado (90% dos casos de AAA) e DPOC
Aterosclerose
Idade
Implicações do aneurisma
de aorta abdominal (AAA):
Clinician Reviews 2001 11(9): 58-64
Apenas 1 em cada 3 casos de AAA é diagnosticado antes do rompimento AAA sintomático está sujeito a
risco elevado de rompimento
A incidência de AAA triplicou nos últimos 30 anos
O
AAA é a décima causa de morte em homens> 55 anos nos EUA
Implicações do aneurisma
de aorta abdominal (AAA):
Clinician Reviews 2001 11(9): 58-64
O AAA não tem sido diagnosticado na prática A principal razão é sua não inclusão
no diagnóstico diferencial
A incidência de AAA aumenta com a idade e é 4 vezes maior no sexo masculino
DAC e DAOP dobram o risco de AAA
Risco de rompimento do AAA
N Eng J Med 2003; 348: 1895-91 100 75 50 25 0 Patient s Surv iv in g w itrou t rupt ure (% ) 3.0-3.9 cm 4.0-5.5 cmMonths withiut Rupture from Frist Measu rement of Aneurysm
Risk of Rupture of Aneurysm According to the Frist Measured Aortic Diameter.
The analysis is based on informati on from 1792 men and 465 women with Abdominal aortic aneurysms.
0 12 24 36 48 60 >5.5 cm
Prognóstico do AAA
N Eng J Med 2003; 348: 1895-91; Clinician Reviews 2001 11(9): 58-64
Em média o AAA cresce 0,2 cm por ano;
Somente 10% a 15% dos pacientes sobrevivem à ruptura do AAA
Maior diâmetro inicial, tabagismo atual, seguimento inadequado e maior pressão de pulso aceleram
expansão do AAA
Risco anual de ruptura:
Diâmetro entre 5 e 6 cm: 5% a 10%; 7 cm: 20% Mortalidade cirúrgica do AAA roto: 50%
(cirurgia eletiva: 4,5%)
Modalidades de tratamento
do AAA
N Eng J Med 2003; 348: 1895-91; Clinician Reviews 2001 11(9): 58-64
Colocação de prótese por técnica endovascular Cirurgia convencional
Controle dos fatores de risco e de co-morbidades AINH e esteróides podem acelerar expansão e
Aorta Torácica Artérias Renais Stent Aneurisma Extravasamento Artérias Ilíacas
Implicações do aneurisma
de aorta abdominal (AAA):
N Eng J Med 2003; 348: 1895-91; Clinician review 11(9): 58-64
O aneurisma é definido pelo aumento de pelo menos 50% do diâmetro do vaso
O aneurisma parece resultar de um processo Inflamatório com dilatação e deposição de placa Em 20% dos casos a primeira manifestação do AAA é a ruptura aguda
A mortalidade da cirurgia de emergência do AAA é da ordem de 50%
Implicações do aneurisma
de aorta abdominal (AAA):
75% dos casos de AAA são assintomáticos
O AAA normalmente tem localização infra-renal
A eventual presença de hematúria simula litíase renal
Massa abdominal pulsátil é observada em
< 50% dos casos; sopro abdominal é mais comum
Doença das Artérias Renais
Artérias Renais N = 60 Pacientes
Angiografia Não-Invasiva
0 10 20 30 40 50 60 70 Normal %DS Angio RNMFigure 1. Ordinate shows patients with renal artery stenosis in terms of severity (<40%, 40% to 60%, >60%). Abscissa shows numbers of patients. In each group, patients, pacients are separated in terms of severity of their CAD. Severity of CAD was equally distributed in each group and in the population as a whole. Three-vessel CAD was the most common (*p. <0.05).
Renal artery stenosis (%)
Patients (No.) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 <40% (n=56) 40-60% (n=45) >60% (n=51) All (n=152) 3-vessel 2-vessel 1-vessel no CAD
Aterosclerose generalizada
Aorta Abdominal Artérias Ilíacas Artérias Femorais
Artérias Poplíteas
Artérias das Pernas Oclusão Colaterais Oclusão Colaterais Oclusão Colaterais Ressonância
Circulation 2001; 103: 163-82
Pacientes com AVC ou AIT têm em geral aterosclerose em múltiplos territórios
Pacientes com AVC ou AIT têm risco mais elevado de sofrer IAM
DAC predispõe a doença cerebrovascular
60% dos pacientes com DAOP desenvolvem DAC ou DA carotídea
40% dos pacientes com DAC desenvolvem DAOP
Aterosclerose generalizada
Am Heart J 2003; 145: 622-27
Paciente mais idoso
Com mais fatores de risco Mais história prévia de DAC
Maior frequência de AI que de IAM com supra de ST
SCA com DANC coexistente
(estudo OPUS TIMI 16) n=10281
Maior frequência de envolvimento multiarterial
Am Heart J 2003; 145: 622-27
2X maior risco de morte ou reinfarto
50% maior risco de morte, reinfarto ou angina com internação
Maior risco de AIT ou AVC
Tratamento menos agressivo nessa população em parte explica evolução pior
SCA com DANC coexistente (estudo OPUS
TIMI 16) n=10281 – Evolução em 10 meses
Tem-month mortality rate in patients with EVD and patients without EVD. Kaplan -Meier Per cent age Logrank test p=0 Time (days) 0 2 4 6 8 0 50 100 150 200 250 300 Prior EVD No EVD presença de DANC
Tem-month composite events in patients with EVD and patients without EVD. Kaplan -Meier Per cent age Logrank test p=0 Time (days) 0 50 100 150 200 250 300 0 5 10 15 20 25 30 Prior EVD No EVD
Avaliação de Placas da Aorta
Association Between Arterial Stiffness and Atherosclerosis
The Rotterdam Study
11 10 9 8 0 DC (1 0 /k P )
Peripheral arterial disease
No Yes
p=0.08
p=0.006
Plaques in the aorta 11
10 9 8 0
Quartile of common carotid intima-media thickness
Plaques the carotid artery P<0.001 P<0.001 11 10 9 8 0 11 10 9 8 0
no mild moderate severe
DC ( 10 /kP ) DC ( 10 /kP ) DC ( 10 /kP ) 1 2 3 4
no mild moderate severe
Mean DC per quartile of common carotid intima-media thickess and per category of presence Of peripheral arterial disease, pleques inthe aorta, adjusted for age, sex, MAP, and heart rate in elderly subjects of the Rotterdam Study. Bars indicate 95% Ct, probability value indicate P for trend, except for peripheral arterial disease, in which the P-value indicates P for difference Between the groups.