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Relatório de Atividades Ano Económico 2018

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Relatório de Atividades

Ano Económico 2018

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Relatório de Atividades

Ano Económico 2018

Sobre o FAMR:

Criado em julho de 2005 e com sede na cidade da Praia – Cabo Verde, o Fundo Autónomo de Manutenção Rodoviária (FAMR) é um fundo do Estado, dotado de autonomia administrativa e financeira, que tem por objetivo o financiamento sustentado e contínuo da gestão da preservação das estradas que integram a rede rodoviária do país, garantindo a durabilidade das infraestruturas viárias.

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FICHA TÉCNICA

Identificação:

Relatório de Atividades do Fundo Autónomo de Manutenção Rodoviária (FAMR): Ano Económico de 2018.

Objetivo:

O presente relatório expõe detalhadamente os resultados ligados às atividades de funcionamento e às operações de financiamento e investimento do FAMR para o ano económico de 2018. Este documento tem por objetivo servir como uma ferramenta de suporte às decisões de gestão do Conselho Diretivo (CD) do FAMR e de fornecer, às entidades responsáveis pela sua monitorização e fiscalização, dentre as quais citam-se o Ministério das Infra-Estruturas, do Ordenamento do Território e Habitação (MIOTH) e o Ministério das Finanças (MF), elementos conclusivos para a avaliação de desempenho e averiguação da conformidade das atividades realizadas.

Metodologia:

Para a elaboração do presente relatório de atividades, fez-se recurso à análise de dados primários gerados pelo próprio FAMR e à recolha e análise de dados secundários relacionados ao setor rodoviário. O tratamento destes dados fez utilização de softwares informáticos simples e sua interpretação fez recurso à observação de variáveis e indicadores que possibilitam a medição da performance do FAMR, nos quais incluem-se, entre outros:

 A variação das receitas arrecadadas

 A evolução dos níveis das despesas de funcionamento

 Os financiamentos/investimentos realizados em intervenções rodoviárias  O total das restituições da Taxa de Serviço de Manutenção Rodoviária

(TSMR) Elaboração:

____________________________________ Hegel Lubrano Teixeira Napoleão Fernandes Presidente do Conselho Diretivo (PCD), FAMR

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ÍNDICE DE CONTEÚDOS

FICHA TÉCNICA ... i

LISTA DE GRÁFICOS ... iii

LISTA DE TABELAS ... iv

LISTA DE ACRÓNIMOS E ABREVIAÇÕES ... v

1 SUMÁRIO EXECUTIVO ... 1

2 ASPETOS INSTITUCIONAIS E DE FUNCIONAMENTO ... 2

2.1 Órgãos e serviços de gestão ... 2

2.1.1 Gestor Executivo, Conselho Diretivo e Consultivo ... 2

2.1.2 Suporte à gestão administrativa e operacional ... 4

2.2 Auditorias e ações de inspeção e fiscalização ... 5

2.3 Resumo das despesas de funcionamento ... 7

3 TAXA DE SERVIÇO DE MANUTENÇÃO RODOVIÁRIA ... 11

3.1 Receitas arrecadas provenientes da TSMR ... 11

3.2 Restituições da TSMR ... 13

4 PLANO ANUAL DE MANUTENÇÃO RODOVIÁRIA ... 17

4.1 Resumo anual da execução financeira do PAMR ... 17

4.2 Execução do PAMR em 2018 ... 18

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 24

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Evolução das Despesas de Funcionamento do FAMR ... 8

Gráfico 2 - Evolução das Despesas de Funcionamento do FAMR por Categoria ... 10

Gráfico 3 - Evolução das Receitas Arrecadadas da TSMR ... 12

Gráfico 4 - Evolução das Receitas Arrecadadas da TSMR por Petrolífera ... 13

Gráfico 5 - Evolução da Devolução da TSMR ... 14

Gráfico 6 - Evolução da Devolução da TSMR por Ilha ... 16

Gráfico 7 - Evolução da execução financeira do PAMR ... 18

Gráfico 8 - Execução financeira do PAMR por Ilha e Intervenção Rodoviária (2018) ... 20

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iv

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Execução financeira do PAMR por Ilha e Intervenção Rodoviária (2018) ... 19

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LISTA DE ACRÓNIMOS E ABREVIAÇÕES

AID Associação Internacional para o Desenvolvimento

BCER-CV Brigadas de Conservação das Estradas e Ruas de Cabo

Verde

BVC Bolsa de Valores de Cabo Verde

CCT Conselho de Concertação Territorial

CCV CORREIOS DE CABO VERDE, SARL

CdC Casa do Cidadão

CVE Escudos Cabo-Verdianos

DGPOG Direção Geral de Planeamento, Orçamento e Gestão

ENACOL ENACOL - EMPRESA NACIONAL COMBUSTIVEIS, SA

FAMR Fundo Autónomo de Manutenção Rodoviária

GRT Gestão da Restituição da TSMR

ICE Imposto sobre Consumos Especiais

IE Instituto de Estradas

IGF Inspeção-Geral das Finanças

MF Ministério das Finanças

MIOTH Ministério das Infra-Estruturas, do Ordenamento do

Território e Habitação

OE Orçamento de Estado

PAMR Plano Anual de Manutenção Rodoviária

PwC PricewaterhouseCoopers

REMADOR Reabilitação e Manutenção por Desempenho e Obrigação

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vi

SEMAC-EN Serviços de Manutenção Corrente em Estradas Nacionais

SSATP Africa Transport Policy Program

TSMR Taxa de Serviço de Manutenção Rodoviária

TSRP Transport Sector Reform Project

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1

1 SUMÁRIO EXECUTIVO

O Relatório de Atividades do Fundo Autónomo de Manutenção Rodoviária (FAMR) para o ano económico de 2018 relata, detalhadamente, desde os aspetos institucionais e de funcionamento, passando pelas operações de arrecadação e restituição da Taxa de Serviço de Manutenção Rodoviária (TSMR) e fechando com a análise minuciosa da implementação do Plano Anual de Manutenção Rodoviária (PAMR), o que foi o resultado das ações realizadas e decisões tomadas por parte das entidades responsáveis pela gestão da instituição.

O relatório tem efetivamente início no segundo capítulo, onde avaliam-se para os aspetos institucionais e de funcionamento, o trabalho realizado pelos órgãos de gestão da instituição, a arquitetura legal de suporte à gestão, as condições físicas e materiais colocadas à disposição dos recursos humanos, o resultado das auditorias e das ações de inspeção e fiscalização a que foi sujeita e que realizou e, resumidamente, o nível das despesas de funcionamento da instituição.

Após avaliação dos aspetos institucionais e de funcionamento o relatório analisa o resultado das operações de arrecadação e restituição da TSMR. O terceiro capítulo começa assim por ilustrar a evolução anual das receitas arrecadadas provenientes da TSMR e de sua procedência por entidade distribuidora de combustível, para depois finalizar examinando os montantes da TSMR devolvidos anualmente e sua respetiva distribuição por ilha e pelos principais requerentes.

Analisada a arrecadação das receitas e examinadas as restituições da TSMR, o presente relatório passa para o quarto e penúltimo capítulo, onde é apreciado anualmente a execução financeira do PAMR e detalhadamente, por ilha e intervenção rodoviária, a sua implementação ao longo do ano económico de 2018.

O atual relatório termina no quinto capítulo realizando suas considerações finais sobre as avaliações e análises efetuadas para as principais informações e dados apresentados, apontando também, de forma resumida, quais são as perspetivas para o futuro, mais concretamente, para o ano económico de 2019.

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2

2 ASPETOS INSTITUCIONAIS E DE FUNCIONAMENTO

2.1 Órgãos e serviços de gestão

2.1.1 Gestor Executivo, Conselho Diretivo e Consultivo

Relativamente aos órgãos de gestão do FAMR, destaca-se o fato de no ano de 2018 ter sido nomeado pela primeira vez, após alteração e republicação dos seus Estatutos por via do Decreto-Lei nº 9/2017, de 6 de março, o órgão deliberativo da entidade. O Conselho Diretivo (CD) do FAMR foi nomeado através do Despacho conjunto nº 3/2018, de 17 de janeiro, período até quando a instituição esteve sob a liderança única e exclusiva do seu atual Gestor executivo, nomeado através do Despacho conjunto nº 44/2017, de 8 de agosto. À semelhança dos anos passados, o FAMR operou ao longo de 2018 sem o órgão de consulta e apoio na definição das suas linhas gerais de atuação, a ser o seu Conselho Consultivo (CC). Em caso de eventual constituição futura deste órgão, os Estatutos da entidade preveem que seja composto por representantes da área das finanças, viação e segurança rodoviária, infraestruturas, da Associação Nacional dos Municípios, dos Transportes Rodoviários e da Defesa do Consumidor.

No decorrer do ano de 2018, o Gestor executivo, de acordo com o que são suas competências estatutárias, dirigiu técnica e administrativamente o FAMR assegurando a sua gestão corrente. No exercício das suas funções e sob as instruções da tutela, o Gestor esteve em representação de ambas as instituições num total de três missões internacionais, que decorreram nos meses de fevereiro, julho e setembro, nomeadamente em Nairóbi – Quénia, Abuja – Nigéria e Lisboa – Portugal. Tais missões tiveram por objetivo a participação de Cabo Verde no 11º Fórum Anual de Negociadores de Investimentos em Países em Desenvolvimento, no Encontro Anual do Africa Transport Policy Program (SSATP) e na realização de um Benchmarking de cooperação junto da Infraestruturas de Portugal, S.A. (IP, S.A.), da Direção-Geral do Território (DGT) e da Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento Território (IGAMAOT).

A nível interno o Gestor executivo representou o FAMR em diversas ocasiões importantes, dentre as quais destacam-se a assinatura do Acordo de Nível de Serviço (ANS) com a Casa do Cidadão (CdC), o que possibilitou que os pedidos de restituição da Taxa de Serviço de Manutenção Rodoviária (TSMR) fossem passíveis de serem realizados presencialmente nos balcões de atendimento daquela instituição; a

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3 apresentação do programa Brigadas de Conservação das Estradas e Ruas de Cabo Verde (BCER-CV) no primeiro Conselho de Concertação Territorial (CCT); a apresentação realizada no processo colaborativo para a criação de um Fundo como instrumento de desenvolvimento estatístico de Cabo Verde, promovido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE); a apresentação em reunião técnica de trabalho entre Fundos, Governo e Municípios, com vista à execução plena dos projetos financiados; e a apresentação realizada em mesa redonda organizada pela Bolsa de Valores de Cabo Verde (BVC) sobre a alavancagem dos Fundos como instrumento de aceleração da dinâmica do crescimento económico de Cabo Verde.

Por fim, ainda a nível interno, destacam-se como sendo dentre as atividades realizadas pelo Gestor executivo em representação do FAMR, a apresentação do estudo de viabilidade e diploma de criação da Estradas de Cabo Verde, E.P.E., realizada ao Ministério das Finanças, e a apresentação em Conselho de Ministros do estudo de viabilidade e diploma de criação da Infraestruturas de Cabo Verde, S.A., ambas realizadas na qualidade de ponto focal do Ministério das Infra-Estruturas, do Ordenamento do Território e Habitação (MIOTH) para o desenvolvimento dos referidos projetos. Encerra-se o elenco das principais atividades de representação institucional do FAMR, fazendo-se referência a duas reuniões realizadas com a equipa do Banco Mundial responsável pelo Transport Sector Reform Project, isto no âmbito do Acordo de Empréstimo entre a Associação Internacional para o Desenvolvimento (AID) e a República de Cabo Verde, aprovado por via do Decreto nº 6/2017, de 2 de novembro. No que respeita às atividades realizadas pelo Conselho Diretivo, verifica-se que ao longo do ano de 2018 foram realizados um total de nove reuniões, tendo sido oito delas ordinárias e uma extraordinária. Das reuniões realizadas lavraram-se um total de oito atas e resolveram-se duas deliberações, que tiveram por principal objetivo aprovar e submeter para homologação e/ou conhecimento da tutela o Regimento Interno do CD do FAMR e o Plano Anual de Manutenção Rodoviária (PAMR) para o ano económico de 2019. Dentre os principais assuntos abordados nas reuniões e registadas nas atas aqui referidas encontram-se, entre outros, a necessidade de revisão dos Estatutos do FAMR e da legislação que distribui a TSMR; o investimento nas plataformas de gestão da restituição da TSMR (GRT) e do PAMR; a apreciação do Plano Estratégico do FAMR e dos seus documentos de prestação de contas; a decisão de contratar por prestação de serviço um colaborador; e a análise dos impactos no FAMR das diretrizes estratégicas do Orçamento de Estado (OE) para o ano económico de 2019. O CD do FAMR, teve, outrossim, um importante papel na avaliação prévia de duas importantes medidas de reforma institucional, envolvendo a transformação do Instituto de Estradas

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4 em entidade pública empresarial e a criação de uma sociedade anónima de capital público com a missão de promover a infraestruturação sustentável de Cabo Verde. 2.1.2 Suporte à gestão administrativa e operacional

Durante o ano de 2018 o FAMR operou a partir do que nos finais do ano retrasado passou a representar o seu novo endereço oficial, sito no 1º piso direito do edifício do MIOTH, localizado na Rua Judice Biker, Ponta Belém/Plateau, cidade da Praia – Cabo Verde. A instalação satisfaz adequadamente o que são as necessidades físicas de acomodação e possibilitam a boa prestação dos serviços administrativos e operacionais do FAMR. No entanto, em abril de 2018, o FAMR recebeu uma proposta de reinstalação dos seus serviços por parte da Direção Geral de Planeamento, Orçamento e Gestão (DGPOG) do MIOTH, ao qual optou por aceitar e dar seguimento na condição de que seus serviços encontrassem sede no edifício do Estado localizado no bairro do Palmarejo – Avenida Santiago, nº 28 e popularmente conhecido como “Prédio da Ordem dos Engenheiros”. Tal opção foi fundamentada tendo como base o fato de ser atualmente a única instituição do Estado de Cabo Verde com foco e missão ligado às infraestruturas rodoviárias a operar em outro endereço que não ao novo proposto. Atualmente, tanto o Instituto de Estradas (IE) como o Transport Sector Reform Project (TSRP) encontram-se instalados no “Prédio da Ordem dos Engenheiros”.

Relativamente aos serviços de apoio administrativo, operacional, logístico, contabilístico e jurídico, entre outros considerados indispensáveis ao adequado funcionamento do FAMR, continuaram durante o ano de 2018 a carecer do devido suporte técnico e financeiro do IE, conforme estabelece o Artigo 8º do Decreto-Lei nº 9/2017, de 6 de março, que altera e republica os Estatutos do FAMR, aprovados pelo Decreto-regulamentar nº 7/20151, de 21 de setembro. Por forma a permitir que tais

serviços fossem passíveis de serem assegurados pelo IE, o Decreto-Lei nº 63/2016, de 23 de dezembro, que estabelece e regula a distribuição das verbas do FAMR provenientes da TSMR, por via da alínea b) do Artigo 4º, estabelece que 2% (dois por cento) dos recursos devam ser destinados à participação nas despesas de funcionamento daquela entidade. Considerando-se ainda que por uma grave deficiência estatutária, que impede o FAMR de dispor de um quadro de pessoal salvo o cargo de Gestor executivo, remetendo a responsabilidade dos apoios técnico e administrativo da entidade ao IE, citam-se aqui os pontos 1 e 2 do Artigo 33º dos

1 O Decreto-regulamentar nº 7/2015, de 21 de setembro, que aprova os Estatutos do FAMR, foi

novamente alterado por via do Decreto-Lei nº 37/2017, de 29 de agosto, com vista a ampliar o leque de operações permitidas na prossecução do seu objetivo.

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5 Estatutos do FAMR, a solução para o devido exercício das funções organizacionais indispensáveis à consecução dos objetivos da organização, passou-se pela contratação na modalidade de prestação de serviço dos seguintes serviços:

 Administrativo – realizado por um Assistente Administrativo que acumula as funções de secretariado executivo;

 Operacional – realizado por um Assistente Operacional que assegura as operações da TSMR e do PAMR;

 Contabilístico – terceirizado para uma empresa de contabilidade;

 Informático – garantido por uma empresa de design e desenvolvimento de software e pelo Núcleo Operacional da Sociedade de Informação (NOSi);

Atendimento Front Office – assegurado por via da Casa do Cidadão conforme Acordo de Nível de Serviço datado de 2 de fevereiro de 2018.

Tendo em conta a persistência ao longo dos anos da situação acima relatada, que se traduz num deficit a nível operacional da instituição e em elevado risco no tange à preservação da sua memória, recorde-se que por Lei o Gestor executivo estaria no limite e na melhor das hipóteses sendo substituído a cada seis anos, ao longo de 2018 trabalhou-se numa proposta de reforma institucional que implicaria a extinção por integração do FAMR no IE e posterior transformação desta em entidade pública empresarial, dando assim origem à Estradas de Cabo Verde, E.P.E. O dossier da proposta de reforma institucional foi avaliado nos finais de 2018 pelo Ministério das Finanças e pelo MIOTH, que prometem levar o assunto à discussão a nível do Conselho de Ministros em 2019. Realça-se por fim o fato de que a eventual materialização desta proposta de reforma, estaria indo de encontro com o que foram as opções estratégicas traçadas para o setor das infraestruturas rodoviárias no Programa do Governo da IX Legislatura.

2.2 Auditorias e ações de inspeção e fiscalização

No ano económico de 2018 foram auditadas as contas do FAMR para o ano económico de 2017. Tal ação de auditoria foi promovida pelo Banco Mundial, entidade que paralelamente ao FAMR financia um conjunto de contratos de Reabilitação e Manutenção por Desempenho e Obrigação de Resultados (REMADOR), que visam o desenvolvimento e a preservação da rede rodoviária de Cabo Verde. A Ação de auditoria foi levada a cabo pela multinacional PricewaterhouseCoopers (PwC) no papel de auditor independente, cujo relatório de opinião conclui que “as demonstrações financeiras anexas apresentam de forma verdadeira e apropriada, em todos os aspetos materiais, a posição financeira do Fundo Autónomo de Manutenção Rodoviária em 31

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6 de dezembro de 2017 e o seu desempenho financeiro e fluxos de caixa relativos ao ano findo naquela data de acordo com as Normas de Contabilidade e Relato Financeiro adotadas em Cabo Verde através do Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro”.

Uma ação de controlo ao FAMR foi outrossim promovida pela Inspeção-Geral das Finanças (IGF) ao longo do ano de 2018. Desta resultou a produção de um Relatório de Auditoria Financeira e de Conformidade que conclui que “O Fundo Autónomo de Manutenção Rodoviária (FAMR) tem funcionado de forma regular, com uma gestão prudente, com ganhos de produtividade e de eficiência no último ano económico, com a introdução de meios tecnológicos na gestão da entidade, garantindo ainda maior acessibilidade e, a necessária transparência na condução dos negócios públicos, permitindo um melhor controlo social”.

Em matéria de inspeção e fiscalização, realça-se o fato de que pela primeira vez na história do FAMR, foram promovidas ações de inspeção às contas das empresas distribuidoras de combustível, com vista à salvaguarda do interesse público e de acordo com o estabelecido no Artigo 16º do Decreto-Lei nº 7/2014, de 12 de fevereiro, que altera e republica o Decreto-Lei nº 16/20082, de 2 de junho, alterado pelo

Decreto-Lei nº 47/2010, de 1 de novembro. A ação de inspeção às contas das petrolíferas foi realizada com o apoio da IGF, serviço competente do Ministério das Finanças que se prontificou em responder a solicitação de apoio do FAMR. Da referida ação a IGF conclui que “A arrecadação das receitas da TSMR pelas petrolíferas VIVO ENERGY e ENACOL, enquanto substitutos legais do Estado e, sua respetiva transferência para o FAMR, pelos mecanismos instituídos, oferecem a transparência e credibilidade necessárias ao processo”.

Outra importante ação de fiscalização promovida pelo FAMR foi realizada no âmbito do controlo daqueles agentes económicos individuais e coletivos a quem é garantido, de acordo com o Artigo 15º do Decreto-Lei que estabelece a TSMR, o direito à devolução da taxa devida pela prestação do serviço público de conservação e manutenção de estradas, isto quando provarem ter adquirido combustível com finalidade outra que não a de circulação rodoviária e em cujo preço esteja embutido a taxa. Foram um total de 69 (sessenta e nove) requerentes inspecionados presencialmente em 5 (cinco) ilhas do país, isto de um universo de 143 requerentes marcados com status “ativado” na Plataforma GRT, meio por via do qual os pedidos de restituição e as devoluções são realizados. A ação de inspeção resultou na conversão para o status “desativado” de um

2 Estabelece a taxa devida pela prestação do serviço público de conservação e manutenção de estradas

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7 total de 5 (cinco) requerentes, dentre os quais alguns de significativo porte em termos de montante médio mensal de TSMR restituída. As razões que levaram à desativação das contas destas entidades foi a verificação de um deixou de operar e de que as demais se encontravam em dívida para com o Estado, algo que foi passível de ser constatado por via da apresentação da certidão de situação fiscal emitida pelas repartições das finanças locais. Será possível constatar, na secção 3.2 do presente relatório, a significativa redução das restituições que tais ações de inspeção presencial possibilitaram ao FAMR.

Por último, importa informar que em 2018 foram realizadas algumas ações de fiscalização in loco dos projetos financiados pelo FAMR no âmbito da implementação do Plano Anual de Manutenção Rodoviária (PAMR). À semelhança do que aconteceu para com a fiscalização dos requerentes da TSMR, esta ação de fiscalização foi possibilitada após a contratação por prestação de serviço do atual Assistente Operacional do FAMR, que acompanhou os Gestores de Obra do Instituto de Estradas num total de 5 (cinco) ilhas com vista a averiguar a execução física dos projetos contemplados no PAMR. Dos Memorandos elaborados das visitas realizadas, o Assistente Operacional concluiu que decorreram com normalidade os trabalhos de manutenção, reabilitação, melhorias e urgências financiados pelo FAMR.

2.3 Resumo das despesas de funcionamento

O Gráfico 1, apresentado abaixo, avalia a evolução do total das despesas de funcionamento do FAMR para o período 2014 e 2018, um total de 5 (cinco) anos de atuação da entidade. Tais despesas são atualmente financiadas pela TSMR, sob amparo legal previsto na alínea c) do Artigo 5º dos Estatutos do FAMR, que estabelece quais são os encargos elegíveis ao financiamento da instituição. Por sua vez, o Decreto-Lei nº 63/2016, de 23 de dezembro, regula a distribuição das verbas do FAMR provenientes da TSMR, especificando no seu Artigo 4º qual o percentual a ser destinado por categoria de despesa.

Da análise do referido gráfico é possível evidenciar que as despesas de funcionamento do FAMR passaram de 37.406.206 CVE em 2014 para 30.634.027 CVE em 2018, uma redução acumulada para o período de 18%. Em média, entre 2014 e 2018 as despesas do FAMR reduziram-se em 5% ao ano.

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8 Gráfico 1 - Evolução das Despesas de Funcionamento do FAMR

Fonte: FAMR

A seguir, o Gráfico 2 apresenta a evolução das despesas do FAMR por categoria para o período 2014-2018, permitindo compreender melhor quais são as características das despesas de funcionamento da instituição.

Com uma representatividade média de 11% do total das despesas de funcionamento ao longo do período em análise, as despesas com o pessoal incluem, sobretudo, o salário do pessoal do FAMR e demais gastos relacionados como as contribuições para a segurança social, os seguros de acidentes de trabalho e doenças profissionais, os subsídios permanentes, etc. Estas despesas totalizaram 4.334.877 CVE em 2014, passando para 3.735.036 CVE em 2018.

A categoria das despesas com aquisições de bens e serviços3 é a segunda de menor

impacto no total das despesas de funcionamento da entidade, representando em média cerca de 12% destas para o período que está sendo avaliado. São representativas de de despesas tais como honorários com a contratação de serviços especializados,

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9 rendas e alugueres, deslocações e estadas, etc. Tais despesas totalizaram o montante de 2.778.058 CVE em 2014, passando para um total de 3.735.036 CVE em 2018. Passando para a categoria de maior peso nas despesas de funcionamento do FAMR, as transferências4, observa-se que estas totalizaram o valor de 21.929.279 CVE em

2014, passando para o montante total de 11.515.602 CVE em 2018. O grosso destas transferências corresponde aos montantes destinados em dar cobertura às despesas de funcionamento do IE, no quadro do apoio prestado por esta entidade na gestão do Plano Anual de Manutenção Rodoviária (PAMR).

Por fim, o Gráfico 2 avalia também a evolução das outras despesas5, a segunda

categoria de maior impacto nas despesas de funcionamento do FAMR. Estas despesas são representativas, principalmente, dos esforços empregues nas operações de cobrança e de restituição da TSMR, não incluindo, no entanto, os montantes efetivamente restituídos aos operadores passivos à circulação rodoviária, cuja análise será realizada na secção 3.2 deste relatório.

A nível das operações de cobrança estas outras despesas estão previstas no Decreto-Lei nº 16/2008, de 2 de junho, alterado pelo Decreto-Decreto-Lei nº 47/2010, de 1 de novembro e pelo Decreto-Lei nº 7/2014, de 12 de fevereiro. O Artigo 14º da referida legislação prevê a compensação de custos às empresas fornecedoras de combustível, atualmente VIVO ENERGY e ENACOL, no correspondente a 1,5% do montante da TSMR arrecadada e entregue ao FAMR.

A nível das despesas anuais associadas ao custeio dos serviços de restituição da TSMR, vigorou até o final de 2017 um contrato assinado com os CORREIOS DE CABO VERDE, SARL (CCV) no valor de 3.000.000 CVE anuais, que passava para esta entidade a responsabilidade de realizar os serviços de front office para FAMR no âmbito do atendimento às entidades que requerem a devolução da TSMR. Com o desenvolvimento da Plataforma GRT e da mudança do parceiro de front office para a Casa do Cidadão, oficializado com o Acordo de Nível de Serviço assinado aos 2 de fevereiro de 2018, o custo destas operações de serviço de restituição passaram para o montante de 881.496 CVE anuais, uma redução significativa de nomeadamente 70%. Em suma, da análise do gráfico abaixo apresentado vê-se que em 2014 as outras despesas totalizaram o montante de 8.364.072 CVE, passando em 2018 para o montante total de 10.371.997, muito devido ao aumento significativo das receitas ao

4 ** Incluem também o pagamento das quotas a organismos internacionais.

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10 longo deste mesmo período, como poderão ver da análise realizada no próximo capítulo do presente relatório.

Gráfico 2 - Evolução das Despesas de Funcionamento do FAMR por Categoria

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3 TAXA DE SERVIÇO DE MANUTENÇÃO RODOVIÁRIA

3.1 Receitas arrecadas provenientes da TSMR

O Decreto-Lei nº 16/2008, de 2 de junho, estabelece a taxa devida pela prestação do serviço público de conservação e manutenção de estradas em Cabo Verde. Esta taxa, que foi oficialmente denominada de Taxa de Serviço de Manutenção Rodoviária (TSMR), funda-se no princípio utilizador-pagador e foi na altura afixada no valor 7,00 CVE por litro de combustível, gasolina ou gasóleo, utilizados veículos motorizados com a finalidade de circular na rede rodoviária do país.

Posteriormente, por via do Despacho conjunto nº 229/2014, de 13 de março, corrigido pela Retificação nº 19/2014, de 28 de março, a TSMR foi atualizada para o valor de 8,00 CVE por litro de combustível, valor qual vigora até a presente data. O Decreto-Lei nº 7/2014, de 12 de fevereiro, alterou o Decreto-Lei nº 16/2008, de 2 de junho, que já tinha sido previamente alterado pelo Decreto-Lei nº 47/2010, de 1 de novembro.

Na versão mais recente da legislação que estabelece a taxa devida pela prestação do serviço público de conservação e manutenção de estradas em Cabo Verde, prevê-se que o valor da TSMR seja atualizado anualmente por Despacho conjunto dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das Finanças e das Infraestruturas, sob proposta do Conselho de Administração, atualmente Conselho Diretivo, do FAMR, e isto a realizar-se de acordo com a evolução da taxa de inflação.

A determinação legal de que a TSMR deva ser atualizado consoante a inflação e não consoante as necessidades reais de realização de intervenções rodoviárias de manutenção, reabilitação, urgências e melhorias identificadas no Plano Anual de Manutenção Rodoviária (PAMR), é um aspeto que prejudica gravemente o que é o objetivo ou a missão do FAMR, que é financiar a preservação do património rodoviário nacional.

A experiência da atuação da instituição no setor evidencia que as necessidades das diversas intervenções rodoviárias passíveis de serem financiadas pelo FAMR não acompanham a inflação, mas sim outras variáveis reais tais como são o das ocorrências de situações de urgência e dos planos de desenvolvimento da rede rodoviária do país. Aconselha-se assim, que para o ano de 2019 seja revista, por completo, a legislação que estabelece a TSMR, ajustando-a às reais necessidades do setor rodoviário em Cabo Verde.

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12 O Gráfico 3, apresentado a seguir, revela os montantes arrecadados da TSMR entre os anos 2014 e 2018. Neste período equivalente a 5 (cinco) anos, as receitas arrecadas6

passaram de 520.228.000 CVE em 2014 para 627.255.740 CVE em 2018, uma variação acumulada positiva de 21%. Entre 2014 e 2018, a taxa média de crescimento das receitas do FAMR provenientes da arrecadação da TSMR foi de 5% ao ano. Mantendo-se constantes todas as condições, prevê-se para o ano económico de 2019 a arrecadação de 658.618.527 CVE.

Gráfico 3 - Evolução das Receitas Arrecadadas da TSMR

Fonte: FAMR | VIVO ENERGY | ENACOL

No Gráfico 4, apresentado a seguir, analisa-se a evolução da arrecadação das receitas provenientes da TSMR por empresas distribuidoras de combustível. Em média, ao longo do período 2014-2018, verifica-se que a VIVO ENERGY foi a responsável pela arrecadação e transferência ao FAMR de 60% do total das receitas provenientes da taxa devida pela prestação do serviço público de conservação e manutenção de estradas em Cabo Verde.

6 Receita arrecadada refere-se a aquela do período de referência, portanto, contabilizada no momento de

ocorrência do fato gerador da receita e não necessariamente a da sua transferência ou recebimento por parte do FAMR (regime de competência).

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13 Gráfico 4 - Evolução das Receitas Arrecadadas da TSMR por Petrolífera

Fonte: FAMR | VIVO ENERGY | ENACOL

Finalizando a presente secção, informa-se que atualmente a TSMR representa a única fonte de receita do FAMR, embora os Estatutos da entidade preveem, na alínea b) do Artigo 23º, constituem fonte de receita da entidade as receitas provenientes da arrecadação do Imposto sobre Consumos Especiais (ICE) a que estão sujeitos os combustíveis, constantes do anexo ao Regulamento do ICE, aprovado pela Lei nº 22/VI/2003, de 14 de julho.

Aos 21 de setembro, através da nota Referência nº 92/FAMR/2018, o FAMR apresentou de acordo com o estipulado no nº 2 do Artigo 23º dos seus Estatutos, uma proposta que demanda a definição, por parte dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das Finanças e das Infraestruturas, do percentual do montante da ICE a que estão sujeitos os combustíveis que deveria passar a ser transferido ao FAMR. A referida nota ainda aguarda por um feedback oficial por parte das duas tutelas.

3.2 Restituições da TSMR

O Decreto-Lei nº 16/2008, de 2 de junho, alterado pelo Decreto-Lei nº 47/2010, de 1 de novembro e pelo Decreto-Lei nº 7/2014, de 12 de fevereiro, ao estabelecer a taxa

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14 devida pela prestação do serviço público de conservação e manutenção de estradas (TSMR), também estabelece por via do Artigo 14º, atualmente 15º, que aquele que provar ter adquirido combustível que não se destine à circulação rodoviária e em cujo preço esteja incluído a taxa, tem direito à restituição do respetivo valor.

O Gráfico 5, apresentado abaixo, mostra para o período 2014-2018, os montantes totais restituídos aos operadores passivos à circulação rodoviária aquando da compra do combustível nos postos de venda das petrolíferas VIVO ENERGY e ENACOL. A devolução da TSMR totalizou o montante de 82.987.278 CVE em 2014 passando em 2018 para o valor de 51.602.444 CVE, uma queda acumulada significativa para o período de 38%. Em média as restituições têm diminuído a uma taxa de 9% ao ano para o período em análise, isto poderá ser sem dúvida reflexo do aumento gradual do investimento em energias renováveis das entidades industriais requerentes da TSMR. No entanto, a redução significativa das devoluções de 2017 para 2018 (-27%), deveu-se, essencialmente, à entrada em funcionamento da Plataforma GRT no processo de restituição e à realização das ações de fiscalização in loco dos requerentes da TSMR. Foram um total de 69 (sessenta e nove) inspeções realizadas em 5 (cinco) ilhas.

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Fonte: FAMR

De acordo com o Gráfico 67, apresentado a seguir, a ilha do Sal destaca-se

imediatamente como sendo aquela com maiores montantes restituídos da TSMR. Isto deve-se à presença nesta ilha de dois grandes requerentes, a AGUAS DE PONTA PRETA, LDA (APP) e a CABOTEL - HOTELARIA E TURISMO, LDA. Espera-se para o ano de 2019 uma redução das restituições na ilha do Sal na ordem dos 15.000.000 CVE, isto por ter entrado recentemente em funcionamento a central fotovoltaica de geração de energia da APP.

A segunda ilha de maior envergadura no tocante às restituições da TSMR é a ilha de Santiago, muito devido à presença de diversas empresas de construção civil, entre as quais se encontram, principalmente, a ELEVOLUTION ENGENHARIA SA SUCURSAL DE CABO VERDE e a CVC - CONSTRUÇOES DE CABO VERDE, SARL. A ilha de Santiago totalizou o montante de 12.601.796 CVE em restituições no ano de 2018, uma redução significativa em relação aos 19.567.677 CVE de 2017.

São Vicente é a terceira ilha de maior importância quando se avalia as devoluções realizadas da TSMR arrecadada, e isto devido principalmente à presença naquela ilha da construtora ARMANDO CUNHA, CABO VERDE, SA e às padarias como a PADARIA VITORIA, LIMITADA e a Palácio Do Pão - Panificação E Pastelaria,Lda. Destacam-se ainda as ilhas do Maio e do Fogo por possuírem juntas o maior número de requerentes da TSMR em todo o país. Em 2018 foram um total de 105 requerentes dos 208 em todo Cabo Verde. Realça-se o facto de que nestas duas ilhas os requerentes serem na sua grande maioria, mais de 90%, pescadores.

As restituições realizadas às demais ilhas, com a exceção da ilha da Boa Vista, nomeadamente Brava, Santo Antão e São Nicolau, somam montantes poucos significativos, que por exemplo foi de exatamente 93.135 CVE em 2018.

A ilha da Brava isola-se inclusive como sendo a única sem requerentes da TSMR, um fato preocupante pois assinala a falta de informação de potenciais requerentes, isto considerando de por exemplo desta ilha também possuir uma comunidade piscatória importante.

7 O Gráfico 6 não analisa períodos anteriores a 2017 e 2018 porque a anterior gestão do FAMR não

apurava devidamente em seus relatórios oficiais a informação apresentada. Será futuramente desenvolvido um trabalho de fundo com vista ao apuramento dos dados até chegar ao ano de 2012.

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16 Gráfico 6 - Evolução da Devolução da TSMR por Ilha

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4 PLANO ANUAL DE MANUTENÇÃO RODOVIÁRIA

4.1 Resumo anual da execução financeira do PAMR

Os Estatutos do FAMR, aprovados pelo Decreto-regulamentar nº 7/2015, de 21 de setembro, alterado pelo Decreto-Lei nº 9/2017, de 6 de março e pelo Decreto-Lei nº 37/2017, de 29 de agosto, estabelece o dever de se incorporar num plano anual as intervenções rodoviárias de manutenção corrente e periódica, os trabalhos de urgência, os estudos e assistência técnica que integrem os sistemas de gestão e planeamento da conservação, os trabalhos de melhorias e os trabalhos de reabilitação da rede rodoviária nacional e municipal do país.

Ainda de acordo com as determinações estatutárias do FAMR, o IE deve submeter anualmente uma proposta técnica fundamentada do referido plano para a análise e aprovação por parte do Conselho Diretivo do FAMR. Trimestralmente, devem ainda ser elaborados, apreciados e aprovados, relatórios de acompanhamento da execução física e financeira do plano que incorpora as intervenções rodoviárias. Outrossim, é dever do FAMR encomendar periodicamente auditorias técnicas independentes para a avaliação da conformidade da execução financeira e da implementação física do plano. Este plano, que é oficialmente denominado de Plano Anual de Manutenção Rodoviária (PAMR), é o principal instrumento de gestão do FAMR por contemplar todas as intervenções rodoviárias previstas de serem realizadas no país ao longo de um determinado ano e permitir o monitoramento da sua execução física e financeira. As intervenções rodoviárias financiadas no âmbito do PAMR, consomem atualmente e de acordo com o estabelecido e regulado no Decreto-Lei nº 63/2016, de 23 de dezembro, não menos do que 82% das verbas do FAMR provenientes da arrecadação da TSMR. O Gráfico 7, apresentado abaixo, resume a execução financeira anual do PAMR para o período 2014-2018, permitindo avaliar a totalidade dos montantes desembolsados pelo FAMR com vista ao financiamento das intervenções rodoviárias elegíveis ao longo dos últimos 5 (cinco) anos. Da análise do referido gráfico verifica-se que de 2014 para 2018 houve um crescimento acumulado do financiamento das intervenções rodoviárias na ordem dos 22%, passando de 403.299.737 CVE no início do período para 490.094.931 CVE no final do período. Para o período em análise 2016 foi o ano Record no financiamento das intervenções rodoviárias no âmbito do PAMR, totalizando o montante de 510.185.188 CVE. Em média, de 2014 para 2018 o financiamento das intervenções rodoviárias realizadas vem aumentando a uma taxa anual de 6%.

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18 Gráfico 7 - Evolução da execução financeira do PAMR

Fonte: FAMR | IE

4.2 Execução do PAMR em 2018

A Tabela 1, mostrada a seguir, evidencia por ilha e por tipo de intervenção rodoviária o total do montante empregue ao longo do ano económico de 2018 com vista à implementação do PAMR. Á semelhança dos demais períodos apresentados no Gráfico 7, o financiamento do PAMR ao longo do ano em análise também foi inteiramente sustentado pelas verbas provenientes da arrecadação da TSMR, que de acordo com o Decreto-Lei nº 63/2016, de 23 de dezembro, estabelece à partida que dos 82% da verba destinada à realização de despesas de investimento em intervenções na rede rodoviária, 60% seja com destino às obras e serviços de manutenção, 20% ao financiamento das obras de urgência (Trabalhos de urgências) e 20% para o financiamento das obras em estradas municipais (intervenções municipais). Outra informação relevante na análise da Tabela 1 e do Gráfico 8, posteriormente apresentados, é saber que as intervenções rodoviárias financiadas no âmbito do PAMR contemplam as Estradas Nacionais (EN) e Municipais (EM) que constam do Anexo I do Decreto-Lei nº 54/2015, de 1 de outubro, que estabelece a classificação administrativa e a gestão das vias rodoviárias de Cabo Verde, bem como define os Níveis de Serviço

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19 a que as mesmas devem obedecer. Para uma melhor compreensão do presente capítulo aconselha-se, portanto, uma breve consulta ou revisão do referido Decreto-Lei. Olhando para a Tabela 1 percebe-se de imediato que, a ilha de Santiago, com cerca de 3638 km de EN e 3179 km de EM, foi a que ao longo do ano económico de 2018 maior

financiamento obteve no âmbito da implementação do PAMR, visando realizar intervenções rodoviárias de manutenção nas suas estradas. Dos 490.094.931 CVE empregues no PAMR 2018, 175.508.196 CVE, o equivalente a 36% da totalidade, destinou-se a dar cobertura à realização de obras e serviços de manutenção, trabalhos de urgências e intervenções rodoviárias municipais na ilha da capital.

A segunda ilha de maior dimensão no âmbito da implementação do PAMR 2018 foi a ilha de Santo Antão, que entre obras e serviços de manutenção, trabalhos de urgências e intervenções em vias municipais recebeu a totalidade de 105.518.439 CVE, o equivalente a 22% do total dos recursos empregues. A ilha de Santo Antão é também a segunda maior de Cabo Verde no que se refere à extensão rodoviária, somando cerca de 250 km de estradas entre nacionais e municipais de acordo com os dados do IE. É importante ainda destacar, observando a Tabela 1, o fato da ilha da Brava não ter sido contemplada em 2018 com um contrato visando a realização de obras e serviços de manutenção das suas EN, tendo naquele ano recebido apenas 3.000.000 CVE com vista à realização de intervenções municipais.

O PAMR 2018 não financiou trabalhos de melhorias e reabilitações (não programadas) dando assim cumprimento ao diploma que estabelece e regula a distribuição da TSMR.

Tabela 1 - Execução financeira do PAMR por Ilha e Intervenção Rodoviária (2018)

Fonte: FAMR | IE

8 Extensão contemplada pelo PAMR.

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20 Analisando o Gráfico 8, apresentado a seguir, é possível constatar que as obras e serviços de manutenção e as intervenções rodoviárias municipais, que podem ser de ordem diversa10, foram as duas modalidades de intervenção na rede rodoviária que

mais consumiram recursos no âmbito da implementação do PAMR, com 57% e 25% da totalidade, respetivamente (ver Tabela 1). Seguem os trabalhos de urgências em EN na terceira e última posição, com 18% do total dos recursos consumidos.

Tanto na análise da Tabela 1 como do Gráfico 8, faz-se necessário esclarecer que “Diversas Ilhas” é representativa das despesas realizadas com intervenções rodoviárias de ordem variada, cujo budget não foi inicialmente programado no PAMR aprovado para uma estrada ou localidade em particular. A seguir à apresentação do Gráfico 8, é realizada uma breve descrição das intervenções rodoviárias contratualizadas e financiadas em cada uma das ilhas apresentadas, inclusive a das “Diversas Ilhas”. Os detalhes da execução física destas intervenções podem ser consultados nos relatórios de execução técnica do PAMR que o IE submete trimestralmente ao FAMR.

Gráfico 8 - Execução financeira do PAMR por Ilha e Intervenção Rodoviária (2018)

Fonte: FAMR | IE

Briefing, por ilha e por tipo de intervenção, dos trabalhos rodoviários contratualizados e financiados no âmbito do Plano Anual de Manutenção Rodoviária (PAMR) 2018:

10 As intervenções municipais subdividem-se, por sua vez, em obras e serviços de manutenção,

trabalhos de melhorias, reabilitações e trabalhos de urgências, conforme necessidade particular de cada Município e dos projetos aprovados pelo Instituto de Estradas.

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21  Santiago

Na ilha da capital foram empregues 81.733.280 CVE em obras e serviços de manutenção financiados no âmbito de dois contratos REMADOR que estiveram vigentes até o encerramento do ano económico de 2018.

Os 27.527.481 CVE utilizados para os trabalhos de urgências foram pagos ao longo do 4º Trimestre de 2018, e também se encontravam contratualizados no âmbito dos contratos REMADOR vigentes em 2018.

A soma de 66.247.435 CVE foi empregue no âmbito dos contratos-programa assinados com os diversos Municípios da ilha, com vista ao financiamento dos projetos por estes apresentados no início do ano económico.

 Fogo

Na ilha do vulcão foi empregue o montante de 39.360.941 CVE para a realização de obras e serviços de manutenção no âmbito dos contratos REMADOR que vigoraram ao longo do ano económico de 2018.

Os demais 12.500.000 CVE empregues no Fogo destinaram-se ao financiamento das intervenções municipais realizadas via contratos-programa assinados com as 3 (três) Câmaras locais, nomeadamente a de São Filipe, Santa Catarina e dos Mosteiros. A ilha do Fogo soma pouco mais de 200 km de estradas, entre nacionais e municipais, contempladas no PAMR 2018.

 Santo Antão

Na ilha das montanhas foi investido um total de 58.122.015 CVE com obras e serviços de manutenção e 28.664.769 CVE em trabalhos de urgências. Os referidos montantes foram desembolsados no âmbito do contrato REMADOR vigente para dar cobertura às estradas nacionais.

Demais 18.731.655 CVE foram utilizados em projetos de intervenção rodoviária financiados aos Municípios de Porto Novo, Paúl e Ribeira Grande.

 São Nicolau

Na ilha de Baltasar Lopes foram utilizados 20.642.487 CVE em obras e serviços de manutenção, repartidos entre um contrato REMADOR e um contrato de Serviços de Manutenção Corrente em Estradas Nacionais (SEMAC-EN) que vigoraram em 2018.

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22 O total de 7.500.000 CVE utilizado em intervenções municipais financiaram contratos-programa assinados com as Câmaras da Ribeira Brava e do Tarrafal de São Nicolau. Entre estradas nacionais e municipais, a ilha totaliza pouco mais de 120 km de estradas contempladas no PAMR 2018.

 Maio

Na ilha do porto inglês utilizou-se no âmbito da implementação do PAMR 2018 o montante total de 22.111.020 CVE para obras e serviços de manutenção, contratualizadas por via de um contrato REMADOR e de um contrato simples que deram cobertura às estradas nacionais.

Os demais 3.000.000 CVE deram cobertura a um contrato-programa assinado com o Município do Maio com vista à realização de intervenções em suas estradas municipais. Entre EN e EM, Maio conta com pouco mais de 55 km de estradas abrangidas no PAMR.

 São Vicente

Na ilha do porto grande as obras e os serviços de manutenção foram abrangidos por um contrato simples que vigorou até junho de 2018, no âmbito do qual foram desembolsados o montante de 3.321.217 CVE. Os demais 5.500.000 CVE utilizados foram com destino à realização de intervenções rodoviárias municipais naquela ilha. Entre EN e EM São Vicente com com uma extensão total de cerca 100 km de estradas.

 Boa Vista

Na ilha das dunas financiou-se o montante total de 25.979.401 CVE por via de um contrato simples e de um contrato SEMAC-EN que deu cobertura à ilha em 2018. O contrato-programa que permitiu a realização de intervenções municipais foi executado na sua totalidade de 3.000.000 CVE. Boa Vista conta com uma extensão rodoviária de pouco mais de 80 km entre EN e EM.

 Sal

Na ilha do aeroporto as obras e os serviços de manutenção totalizaram o montante de 7.476.462 CVE, tendo vigorado a dar cobertura às estradas nacionais 2 (dois) contratos, um simples e um SEMAC-EN.

O financiamento às intervenções municipais na ilha totalizou 4.000.000 CVE. Entre EN e EM o Sal conta com uma rede rodoviária de menos de 60 km de extensão.

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23  Brava

Como já referido anteriormente, as estradas nacionais da ilha das flores, que totalizam cerca de 30 km, não foram contempladas com obras e serviços de manutenção ao longo do ano de 2018. O montante desembolsado naquela ilha foi de 3.000.000 CVE e teve por objetivo a intervenção em estradas municipais, que possuem uma extensão total de cerca 15 km.

 Diversas Ilhas

Em “diversas ilhas” encontram-se contempladas uma série de intervenções inicialmente não programadas em nenhuma estradas ou localidade específica. Destacam-se em diversas ilhas a realização dos seguintes desembolsos:

 Obras e serviços de manutenção e trabalhos e urgências nas ilhas de Santiago e de São Nicolau, transitados do ano económico 2017 e pagos no 1º (primeiro) trimestre do ano económico 2018. Totalizaram 2.983.167 CVE e 17.629.270 CVE, respetivamente;

 Trabalhos de urgências em estradas nacionais de Santo Antão pagos ao longo do 3º (terceiro) trimestre de 2018 com valor correspondente a 687.232 CVE;  Obras e serviços de manutenção ao longo do 4º (quarto) trimestre de 2018 no

valor de 18.099.189 CVE, isto distribuído pelas ilhas de Santiago, Fogo, São Vicente e Boa Vista. Sempre no mesmo período, foi desembolsado para trabalhos de urgências o montante de 12.277.910 CVE para a ilha de Santiago.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer do ano de 2018 o FAMR viu resolvida uma de suas principais preocupações com vista à melhoria dos aspetos institucionais e de funcionamento. Nomeadamente, a entidade passou a estar munida do seu órgão deliberativo, o Conselho Diretivo, que com regularidade reuniu-se para analisar matérias e decidir sob assuntos de sua competência. O Gestor executivo, de acordo com as suas competências estatutárias, dirigiu técnica e administrativamente o FAMR assegurando a normalidade de sua gestão corrente. Em diversas ocasiões que requeriam e sob instruções da tutela o Gestor executivo representou, o FAMR e o MIOTH, em missões de trabalho nacionais e internacionais que tiveram como objetivo a melhoria do setor das infraestruturas em Cabo Verde. Embora dificultado pela arquitetura legal inadequada que suporta a sua gestão, o FAMR conseguiu, ao longo do último ano económico encerrado, trabalhar com suporte adequado à sua gestão administrativa e operacional, isto tanto a nível material quanto em relação aos recursos humanos. Em 2018 as contas do FAMR foram auditadas pela PwC e a sua gestão foi alvo de uma ação de controlo da IGF, do qual resultou um Relatório de Auditoria Financeira e de Conformidade para o FAMR. Os resultados das auditorias foram satisfatórios, com particular destaque para o relatório da IGF que apontou melhorias substanciais na gestão da entidade por parte de sua nova liderança. O FAMR realizou pela primeira vez, ao longo de 2018, ações concretas de inspeção e fiscalização às contas das entidades petrolíferas, aos requerentes da TSMR e ao estado de implementação do PAMR, todas trazendo resultados satisfatórios e com impactos positivos, sobretudo, no que tange à disponibilidade dos recursos financeiros colocados à disposição da entidade. No passado ano importa ainda informar que os custos de funcionamento da entidade tiveram redução em relação ao ano imediatamente anterior, e se manteve estável se considerado os últimos cinco anos, período levado em conta na análise realizada por este relatório.

Embora estejam previstas nos estatutos outras fontes de receita, ao longo do ano económico de 2018 a TSMR continuou a representar a única fonte por via do qual o FAMR arrecadou recursos financeiros com vista a custear o seu funcionamento e a financiar a preservação do património rodoviário de Cabo Verde. O último ano económico encerrado foi positivo em relação ao montante arrecadado da TSMR, contudo, houve uma ligeira queda em relação ao ano imediatamente anterior. As receitas do FAMR foram na sua totalidade transferidas por parte das empresas

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25 distribuidoras de combustível que se encontram em atividade no país. Relativamente às restituições da taxa devida pela prestação do serviço público de conservação e manutenção de estradas os resultados são inspiradores de confiança, pois houve uma queda Record das devoluções da TSMR em 2018 devido à entrada em funcionamento da Plataforma GRT. As ilhas do Sal, Santiago e São Vicente, continuam sendo as principais no que toca aos montantes restituídos da TSMR.

Em relação à execução do PAMR, foi satisfatório verificar que em 2018 aumentou significativamente as verbas efetivamente empregues nas atividades de preservação do património rodoviário nacional. As “obras e serviços de manutenção” foi a categoria de intervenção rodoviária que mais consumiu os recursos utilizados, seguidas das intervenções em estradas municipais e dos trabalhos de urgência. Os trabalhos de melhoria e as reabilitações careceram de financiamento por parte do FAMR e as ilhas de maior extensão rodoviária, nomeadamente Santiago e Santo Antão, foram as que mais receberam financiamento para a preservação de suas estradas. As estradas nacionais da ilha da Brava foram as únicas que ficaram ao londo do ano de 2018 sem a cobertura de um contrato de obras e serviços de manutenção.

Resumidamente, para o ano de 2019 prevê-se o seguinte:

 Uma profunda reforma institucional que resolveria a inadequada legislação que suporta a gestão do FAMR;

 Uma redução à taxa média de “crescimento” dos últimos cinco anos das despesas de funcionamento;

 O aumento das receitas à taxa média de crescimento dos passados cinco anos;  O desenvolvimento de um software de apoio à arrecadação das receitas que

permita o cruzamento de dados e melhor fiscalização às entidades distribuidoras de combustível;

 A redução à taxa média de “crescimento” dos últimos cinco anos para as restituições da TSMR;

 A redução do protagonismo da ilha do Sal no panorama das restituições;

 O aumento à taxa média de crescimento dos últimos cinco anos dos recursos destinados a financiarem o PAMR;

 A cobertura da ilha da Brava com obras e serviços de manutenção para as suas estradas nacionais.

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26

ANEXOS

Lista de documentos anexados ao “Relatório de Atividades do Fundo Autónomo de Manutenção Rodoviária (FAMR): Ano Económico de 2018”:

1. Conta Anual de Gerência (CAG) do FAMR para o ano económico de 2018;

2. Balancete mensal e trimestral / Quadro de Execução Orçamental para ano económico de 2018;

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Referências

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