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GOVERNO DO RIO DE JANEIRO Secretaria de Estado de Cultura Plano Estadual de Cultura

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INTRODUÇÃO

A Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro (SEC) está coordenando a elaboração do Plano Estadual de Cultura, a partir do diálogo com gestores públicos dos 92 municípios do estado,

agentes culturais, artistas, Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa e o Ministério da Cultura para apontar diretrizes e estratégias de políticas públicas de cultura para os próximos 10 anos, no Estado do Rio de Janeiro.

Além dos encontros que estão ocorrendo em todas as regiões do estado para discutir Lei e Plano Estaduais de Cultura, a SEC está promovendo também discussões sobre 11 setores e linguagens artísticas (Artes Visuais, Audiovisual, Circo, Dança, Design, Música, Livro e Leitura, Museus, Patrimônio Material, Patrimônio Imaterial; e Teatro).

O texto a seguir foi proposto pela Superintendência de Cultura e Sociedade da Secretaria de Estado de Cultura e tem por objetivo estimular o debate sobre as políticas públicas para esse setor. Além deste, outros textos, encomendados pela SEC, estão disponíveis na página do Plano na internet (http://www.cultura.rj.gov.br/projeto/plano-estadual-de-cultura), desde agosto de 2012.

Qualquer pessoa ou entidade pode enviar seus comentários e sugestões através dessa página. Após um período de debates pela internet haverá uma reunião pública para cada setor, cujas datas serão amplamente divulgadas, onde os textos serão apresentados e discutidos também presencialmente.

Esperamos que a discussão em torno das ideias trazidas aqui estimule a apresentação de propostas de diretrizes e estratégias a serem incorporadas pelas políticas setoriais do Plano Estadual de Cultura.

GOVERNO DO RIO DE JANEIRO

Secretaria de Estado de Cultura

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Superintendência de Cultura e Sociedade Coordenadoria de Economia Criativa da Secretaria

Plano Estadual de Cultura

Proposta de politica setorial para o DESIGN no Estado do Rio de Janeiro

Apresentação

O design é considerado uma ferramenta estratégica de geração de soluções inovadoras em produtos, processos, serviços, empresas, ambientes e cidades, aliando o processo criativo à identificação das necessidades centradas no usuário e à resolução dos problemas percebidos na interação do ser humano com os objetos e ambientes do seu entorno. É uma atividade transversal que vai da comunicação à moda, do urbanismo às mídias digitais, dos processos industriais ao uso eficiente de recursos naturais. Pelo seu potencial inovador e propositivo, tem sido protagonista de transformações econômicas, culturais e tecnológicas, desempenhando papel importante na

geração de startups e novos modelos de negócios. Produtos como YouTube, KickStarter, Instagram e Android, são alguns exemplos de empreendimentos que tiveram designers entre seus sócios fundadores.

Historicamente, políticas públicas de promoção do design ampliaram-se no período do pós-guerra, em um momento em que o design desempenhou papel importante na reconstrução das cidades, na melhoria da qualidade de vida e no fortalecimento da indústria e da economia. Nesse contexto, foram criados os primeiros programas e instituições de promoção e apoio ao design, como o Design Council na Inglaterra (1944), o Conselho Internacional das Sociedades de Design Industrial – ICSID (1953) e o Conselho Internacional de Associações de Design Gráfico – ICOGRADA (1963). Com o avanço das tecnologias e da globalização no final do século XX, programas e instituições de suporte ao design foram fortalecidos em diversos países como forma de criar condições propícias para a competitividade de empresas, como é o caso da Premsela na Holanda, do Design Forum Finland na Finlândia e do Seoul Design Centre na Coréia do Sul.

No Brasil, o Programa Brasileiro de Design, lançado em 1995 pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, foi a iniciativa mais recente, de abrangência nacional, no sentido de estabelecer um conjunto de diretrizes para o desenvolvimento da atividade de design no país. Em 2001, o SEBRAE criou o Programa Via Design, criando centros de design em 15 estados Brasileiros, observando a experiência do Centro de Design do Paraná, com a finalidade de sensibilizar micro e pequenas empresas sobre a importância da incorporação do design de forma sistemática e planejada no empreendimento e apoiá-las na conexão com designers e escritórios de design.

Apesar das ações empreendidas em iniciativas de promoção do design no país – tanto pelo poder público quanto pela iniciativa privada, associações de classe e escolas de design – faz-se necessária a integração de esforços no sentido de construir uma política de design nacional, duradoura, abrangente e eficaz, bem como sua inserção definitiva na agenda de desenvolvimento do país.

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No final da década de 1990, o conceito de Economia Criativa começou a ser evidenciado na Inglaterra, chamando atenção para um recorte de atividades que tem origem nas artes e na cultura e se estende para outras atividades baseadas na criatividade e na geração de conteúdo simbólico – setor este com forte potencial para geração de riqueza. A partir de então, áreas como o design, a moda, a arquitetura e a publicidade vêm sendo incorporadas em estratégias de

promoção da economia criativa de diversos países e regiões, de forma associada às politicas para as artes, música, literatura, teatro, dança, cinema, artesanato, museus e patrimônio histórico e cultural, entre outras atividades.

Em um contexto de rápidas transformações culturais, sociais, econômicas e tecnológicas, o conceito de economia criativa se insere como forma de gerar valor, conteúdo e diferenciação a partir da produção intelectual, criativa e inovadora frente à alta competitividade global. Assim, cidades e países têm apostado na Economia Criativa como forma de revitalizar e reorientar suas bases produtivas, criando ambientes favoráveis para o seu desenvolvimento, atraindo empresas, investidores, talentos e profissionais globais.

Segundo o americano Richard Florida 1, as cidades e países que obtiverem uma maior atração de artistas, empreendedores, pesquisadores, advogados, engenheiros, músicos, designers e demais profissionais da chamada Classe Criativa, cuja atuação tem por base o conhecimento, serão os lugares que terão mais chance de prosperar e se desenvolver neste novo século. Para o autor, as cidades com maior diversidade, tolerância para as diferenças e efervescência cultural são as mais propensas a atrair os melhores talentos criativos globais.

O Estado do Rio de Janeiro é historicamente um dos principais territórios criativos do mundo e representa a imagem do país internacionalmente. Possui expressiva e histórica vocação como polo cultural, acolhedor de grandes talentos da cultura nacional e lançador de tendências na moda, na arquitetura e na música, para o Brasil e o mundo. Berço da primeira escola de design do país, a ESDI – Escola Superior de Desenho Industrial, estabelecida em 1963, das primeiras bienais de design no Museu de Arte Moderna, nos anos 60, e mais recentemente, do primeiro programa de doutorado em Design do país, na PUC-Rio, o Rio de Janeiro é fonte inesgotável de grandes nomes do design brasileiro, além de reter uma grande concentração de profissionais, escolas, escritórios e lojas de design.

Nesse novo cenário, onde cidades estão competindo para atrair investimentos e talentos globais, o design tem papel fundamental para a transformação e modernização da infraestrutura urbana dos municípios, para o posicionamento do Rio como estado criativo, e para a inovação e geração de novos modelos de negócios.

Nesse sentido, o escopo das estratégias de promoção de design vem se ampliando à medida que a disciplina do design também evolui. O uso do design exclusivamente para benefícios industriais foi posto em cheque frente a um reconhecimento crescente do potencial das estratégias de design

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de cidades. (Raulik-Murphy, 2010)2

Cabe registrar iniciativas de suporte à atividade, promovidas recentemente no Estado do Rio de Janeiro. A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços realiza, desde 2008, a semana Rio + Design, envolvendo empresas e profissionais do setor, indústrias e lojistas em exposições, seminários e rodadas de negócios, além de organizar uma mostra de design do Rio de Janeiro, anualmente, na Feira de Milão. Outra iniciativa importante foi o Edital de Apoio ao Desenvolvimento do Design em Empresas sediadas no Estado do Rio de Janeiro, iniciativa conjunta da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro – FIRJAN, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas –, SEBRAE-RJ e da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro – FAPERJ, que apoiou, em 2011, projetos integrados entre designers e empresas produtoras de bens e serviços.

Diante desse quadro, deve-se ressaltar a importância de uma gestão multifacetada das políticas públicas de design, envolvendo as áreas de cultura, ciência, tecnologia, inovação, desenvolvimento econômico e educação, entre outras, para que a atividade de design seja fortalecida em todos os seus aspectos, de modo a gerar os impactos de desenvolvimento socioeconômicos almejados para o estado.

Com isto exposto, a Coordenadoria de Economia Criativa da Secretaria de Estado de Cultura propõe as seguintes diretrizes e estratégias para o Plano Estadual Setorial de Design:

1. (Diretriz) Promover a excelência em design no estado.

Estratégias:

1.1. Apoiar a modernização dos cursos de design e da infraestrutura das escolas de design no Estado, visando à formação de excelência.

1.2. Estimular a originalidade e a inovação, através do fomento à experimentação artística, tecnológica e de linguagens, pesquisa em materiais e processos, e desenvolvimento técnico.

1.3. Apoiar a implementação e modernização de laboratórios tecnológicos e ampliar o acesso aos laboratórios existentes, com a finalidade de promover as atividades de pesquisa e capacitação em design.

1.4. Apoiar a realização de intercâmbios entre estudantes de graduação, pós-graduação e cursos técnicos, no Brasil e exterior.

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RAULIK-MURPHY. A Comparative Analysis of Strategies for Design Promotion in Different National Contexts. University of Wales Institute. Cardiff, 2010.

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1.5. Promover ações de integração entre universidade e empresas, estimulando a inserção de estudantes no setor produtivo, por meio de estágios supervisionados.

2. (Diretriz) Ampliar o mercado de design no setor produtivo

Estratégias:

2.1. Estimular e qualificar a sensibilidade do público consumidor fluminense para produtosde qualidade estética e funcional, produzidos nacionalmente, com materiais e processos

ambientalmente responsáveis.

2.2. Sensibilizar empresários e gestores de micro, pequenas, médias e grandes empresas, com vistas a ampliar as fronteiras da cadeia produtiva do design.

2.3. Estimular e apoiar empresas dos setores produtivos na implementação de estratégias de design como ferramenta de planejamento, diferenciação e inovação.

2.4. Fomentar a prestação de serviços, a geração de negócios e a realização de projetos

conjuntos entre escritórios de design e empresas dos setores industrial, comercial e de serviços.

2.5. Fomentar e apoiar a exportação de produtos e serviços de design fluminense.

3. (Diretriz) Apoiar o desenvolvimento dos empreendimentos de design

Estratégias:

3.1. Estimular o empreendedorismo e a criação de novos modelos de negócios que tenham o design como elemento-chave.

3.2. Criar e oferecer mecanismos de suporte aos empreendimentos de design em gestão e planejamento de negócios, formalização, gestão financeira, gestão da inovação,

internacionalização e exportação, entre outros temas relacionados às demandas do setor.

3.3. Fortalecer o uso do sistema de propriedade intelectual como ferramenta de geração de negócios e estimulo à inovação e à competitividade.

3.4. Promover a criação e adequação de linhas de financiamento, fundos de investimento e outros mecanismos de fomento, com vistas a ampliar o acesso de empreendimentos de design a essas fontes.

3.5. Fomentar a criação e manutenção de incubadoras de empreendimentos criativos intensivos em design.

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4. (Diretriz) Promover o design e o design fluminense

Estratégias:

4.1. Sensibilizar a população fluminense a valorizar a importância do design e da atividade projetual em diversos aspectos da vida cotidiana e para a qualidade de vida, como, por exemplo, no mobiliário urbano, sinalização, transportes, espaços públicos de uso coletivo, serviços públicos, estabelecimentos e serviços comerciais, objetos, equipamentos e produtos, entre outros.

4.2. Apoiar a realização de palestras, seminários, oficinas, cursos, exposições, instalações,

concursos, premiações e feiras no Estado do Rio de Janeiro que promovam o design fluminense, o design brasileiro e o design internacional.

4.3. Estimular a participação de estudantes, profissionais, empreendedores, empresas de design e empresas que investem em design, em concursos e premiações de prestígio internacional.

4.4. Fomentar a participação de estudantes, profissionais, empreendedores, empresas de design e empresas que investem em design, em exposições, feiras de negócios e semanas internacionais de design.

4.5. Posicionar o Estado do Rio de Janeiro como polo de referência na produção de design, a partir de ações de projeção mundial, como a realização de uma semana internacional do design do Rio de Janeiro ou a candidatura a chancelas internacionais como o World Design Capital do ICSID.

4.6. Fomentar a consolidação de um espaço ou centro de referência do design do Rio de Janeiro, de projeção nacional, para abrigar exposições permanentes e temporárias da área do design, receber seminários e eventos e promover ações de fortalecimento da cadeia produtiva do setor.

5. (Diretriz) Promover o design na administração pública

Estratégias:

5.1. Estimular a adoção de macro estratégias de design nos municípios do Estado, como forma de qualificar sistematicamente a infraestrutura urbana de espaços e equipamentos públicos,

mobiliário urbano, sinalização, sistemas de acolhimento e recepção de turistas e visitantes, entre outros aspectos.

5.2. Estimular a adoção de estratégias de design por órgãos e equipamentos da administração pública, como forma de qualificar sistematicamente a oferta de serviços públicos em atendimento às demandas do usuário, seja em equipamentos culturais, de educação, saúde, transporte,

previdência social, entre outros.

5.3. Ponderar a realização de licitações de ‘melhor técnica’ ou ‘técnica e preço’ em casos onde o design tenha papel fundamental para a qualidade do bem, equipamento ou serviço licitado.

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5.4. Desenvolver sistema de identidade visual e estratégia de branding para o Estado do Rio de Janeiro visando o fortalecimento da sua marca como estado criativo, contribuindo para a afirmação das identidades locais, promoção do turismo cultural e valorização da diversidade de vocações culturais do Estado.

5.5. Criar estratégias de promoção internacional da imagem do Estado do Rio de Janeiro, associada à diversidade cultural e criativa do estado.

6. (Diretriz) Fortalecer a gestão da política de design do Estado

Estratégias:

6.1. Criar mecanismos de integração entre as Secretarias de Estado de Cultura, de Ciência, Tecnologia e Inovação, e de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Comercio, e de outras instituições e órgãos de suporte e fomento ao design, para a construção e condução de uma agenda convergente no estado.

6.2. Criar mecanismos que promovam agilidade e dinamismo para a condução dos programas e ações da política de design do Estado do Rio de Janeiro, como a criação de um centro de design, composto de governança compartilhada entre pastas do Governo do Estado, instituições de suporte e sociedade civil.

6.3. Viabilizar, fomentar e promover estudos e pesquisas sobre a cadeia produtiva do design, identificando gargalos e oportunidades para o seu desenvolvimento.

Referências

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