2. AS AÇÕES COLETIVAS NA AMÉRICA LATINA
PAULO ROBERTO BINICHESKI
Mestre em Ciências Jurídicas pela Universidade de Lisboa
Professor de Direito do Consumidor – IESB
Promotor de Justiça de Defesa do Consumidor – MPDFT,
Doutorando em Justiça Administrativa – UFF.
Introdução
Trata o presente ensaio a apresentação para a disciplina de
Justiça Administrativa no Curso de Doutorado em Justiça Administrativa na
Universidade Federal Fluminense. A apresentação, segundo as diretrizes
fixadas previamente pelo Professor
Doutor Ricardo Perlingueiro, consiste
em analisar as leis dispostas constantes de um livro sobre o procedimento
administrativo e processo administrativo latino-americanos
– compilação de
leis nacionais1, destacando os artigos das diversas leis e no que tange ao
meu trabalho, abordar o assunto das ações coletivas.
Ab initio cabe destacar, ação coletiva é aquela que envolve
um conjunto de pessoas ou até mesmo toda a sociedade e isso decorre da
razão de a decisão a ser adotada em sede de ação coletiva afetará além dos
sujeitos constantes da ação, mas em princípio a todos que estiverem na
situação julgada e poderiam ajuizar uma ação com a mesma pretensão da
causa de pedir.
2Destarte, pode-se dizer que a ação coletiva é uma espécie
de ação judicial proposta
por um legitimado autônomo (legitimidade), em defesa
de um direito coletivamente considerado (objeto), cuja imutabilidade do comando da
sentença atingirá uma comunidade ou uma coletividade (coisa julgada). Ainda,
1Perlingeiro, Ricardo and Affonso, Flávia Martins and Machado, Graziela De Caro Reis and Frazão, Alice and Costa, Anna Gabriela and Arruda, Carmen Silvia and rosa, Mônica Ventura, Procedimento Administrativo e Processo Administrativo Latino-Americanos: Compilação de Leis Nacionais (Judicial and Extrajudicial Administrative Dispute Resolution in Latin America: The Compilation of National Laws) (2017). Rio de Janeiro: Escola da Magistratura Regional Federal - EMARF, 2017 . Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=2911697. Acesso em 23 jun. 2017.
2IDEC. Saiba o que são ações coletivas. Disponível em
<http://www.idec.org.br/consultas/dicas-e-direitos/saiba-o-que-sao-acoes-coletivas> Acesso em 28 jun. 2017.
direitos coletivos lato sensu sos direitos coletivos entendidos como gênero, dos
quais são espécies: os direitos difusos, os direitos coletivos stricto sensu e os
direitos individuais homogêneos.
Em
conhecida
sistematização
doutrinária,
haveria
os
direitos/interesses essencialmente coletivos (difusos e coletivos
em sentido estrito) e os acidentalmente coletivos (individuais
homogêneos).
3Entre nós, há uma variedade de leis, as quais serão adiante
abordadas, com a afirmação de que em uma visão passageira em cima dos
textos colacionados diversos países latinos não tratam diretamente do tema.
No entanto, ao deitar os olhos com maior profundidade nos textos legais,
podemos afirmar, em alguma partida, referências gerais a uma perspectiva
de resolução de situações nos moldes de solução dada em ação coletiva.
Vamos aos países, adotando a ordem preferencial
encontrada no livro base.
ARGENTINA
Observando os textos colacionados da Argentina, pode ser
afirmado a advertência do legislador a exigência do esgotamento da via
administrativa antes da propositura de uma ação judicial
4. Com efeito, as
leis analisadas aduzem a exigência da prévia reclamação junto a
administração pública como condição de acesso ao sistema judicial. Não
sendo possível obter o direito objetivado, passa ao interessado a
possibilidade da ação.
3Tolomei, Fernando Soares; Souza, Gelson Amaro de. Apontamentos sobre as ações coletivas no Direito Brasileiro. Disponível em <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9861 > . Acesso em 23 jun. 2017. Para os diversos conceitos de ação coletiva, vide por todos LEAL, Mário Flávio Mafra. Ações coletivas: História, Teoria e Prática. Porto Alegre, Sergio Antonio Fabris, 1998, p. 39-52.
4
Entre nós, vige o Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição (o day in court), e o esgotamento da via administrativa ou a via administrativa é uma mera faculdade ao interessado e não há impedimento de o interessado buscar desde logo a sua pretensão pela via judicial. Cabe referir, no entanto, a passagem pela chamada Justiça Desportiva antes do ingresso na Justiça Comum, ex vi do art. 217, § 1º, da Constituição Federal: O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. Ainda, por exemplo, a lei do habeas data (Lei 9.507) prevê o exaurimento da via administrativa antes de interpor a ação própria e a atual Lei do Mandado de Segurança (Lei 12.016/09), mas não impede em tese a via primeira da tutela judicial.
Destaco a Lei 3.952, no qual resta extraído a exigência da
prévia decisão administrativa
5e na mesma linha, a lei de procedimento
administrativo da Cidade de Buenos Aires.
6Pode ser extraído dos textos
examinados a ideia subjacente de espécie de procedimento semelhante a
uma ação coletiva no âmbito da administração pública, pois indica um
método de resolução de vários conflitos em um único procedimento.
Portanto, nas leis trazidas dos hermanos não há referência
direta a ação coletiva. Por lealdade acadêmica, temos conhecimento de
alguma referência a ação coletiva na Argentina em sede de proteção ao
consumidor. O conhecimento decorre da nosso exercício profissional a partir
de uma apresentação feita aos colegas fiscais da Argentina, ocasião em que
a fiscalia buscava angariar elementos para melhor delimitar a defesa do
5 LEY 3.952, DE 27 DE SETEMBRO DE 1900. Ley de demandas contra la Nación. Artículo 1°. Los tribunales federales y los jueces letrados de los territorios nacionales conocerán de las acciones civiles que deduzcan contra la Nación sea en su carácter de persona jurídica o de persona de derecho público, sin necesidad de autorización previa legislativa, pero no
podrán darles curso sin que se acredite haber producido la reclamación del derecho controvertido ante el Poder Ejecutivo y su denegación por parte de éste. (Artículo
sustituido por art. 1º de la Ley Nº 11.634 B.O. 17/10/1932). Artículo 30: El Estado nacional o sus entidades autárquicas no podrán ser demandados judicialmente sin previo reclamo administrativo dirigido al Ministerio o Secretaría de la Presidencia o autoridad superior de la entidad autárquica, salvo cuando se trate de los supuestos de los artículos 23 y 24.
6DECRETO DE NECESIDAD Y URGENCIA Nº 1.510, DE 22 DE OCTUBRE DE 1997. Ley de procedimiento administrativo de la Ciudad Autónoma de Buenos Aires (texto consolidado al 29.2.2016 por la ley n° 5.666 - BOCBA 5014 del 24-11-2016). [omissis]. Artículo 26. Deberes y facultades del órgano competente. El órgano competente dirigirá el procedimiento procurando: [omissis]; c) Establecer un procedimiento sumario de gestión mediante formularios impresos u otros métodos que permitan el rápido despacho de los asuntos, en caso que deban resolver una serie numerosa de expedientes homogéneos. Incluso podrán utilizarse, cuando sean idénticos los motivos y fundamentos de las resoluciones, cualquier medio mecánico de producción en serie, siempre que no se lesionen las garantías jurídicas de los interesados; [omissis] Artículo 97. Órgano competente. Serán competentes para resolver los recursos administrativos contra actos de alcance individual, los organismos que se indican al regularse en particular cada uno de aquéllos. Si se tratare de actos dictados en cumplimiento de otros de alcance general, será competente el organismo que dictó la norma general sin perjuicio de la presentación del recurso ante la autoridad de aplicación, quien se lo deberá remitir en el término de cinco (5) días. [omisis] 3.
Cuando se trata de actos administrativos de alcance general, es necesario el agotamiento de la instancia administrativa por medio de reclamo, siendo de aplicación lo
dispuesto en el artículo 8º de este código 4. Cuando se trate de actos administrativos de alcance general a los que se le haya dado aplicación mediante actos administrativos definitivos o equiparables, es necesario el agotamiento de la instancia administrativa por medio de las vías recursivas pertinentes; CAPITULO II ACUMULACIÓN DE PROCESOS Artículo 170. Procedencia. Procede la acumulación de procesos cuando haya sido admisible la acumulación subjetiva de pretensiones de conformidad con lo prescripto en el
Capítulo X del Título II y, en general, siempre que la sentencia que haya de dictarse en uno de ellos pudiere producir efectos de cosa juzgada en otro u otros. Aires (texto consolidado al 29.2.2016 por la ley n° 5.666 - BOCBA 5014 del 24-11-2016). Artículo 3º. De las Condiciones de Ejercicio.
consumidor na Argentina em sede coletiva e aclarar as lacunas legislativas
daquele país.
A lei de defesa do consumidor da Argentina, Lei 24.240
7, faz
referência a ação coletiva, mas não disciplina adequadamente como será o
processo coletivo em defesa do consumidor, condenação, execução etc,
diferente do que ocorre no Brasil, e.g., a Lei 8.069/90 (CDC). Importante
destacar que a lei de defesa do consumidor não esteja colacionada na obra
de referência ao presente ensaio, mas dada sua importância ao tema
proposto está sendo apontada nos seus aspectos pertinentes.
Destaco que vieram visitar o MPDFT ―fiscais‖ da Argentina,
para conhecer da Ação Civil Pública em defesa do consumidor e buscar
aprimorar a legislação daquele país, ainda sem um detalhamento mais
aprimorado, quando a diversos aspectos, com destaque ao trâmite, provas,
execução pelos legitimados etc., segundo colhido verbalmente com os
colegas do Ministério Público fiscal. No que tange às reclamações
administrativas, a Lei de proteção ao consumidor condiciona a reclamação
judicial precedida de resolução de conflitos prévia e obrigatória e
acompanhada pelas autoridades administrativas competentes.
BOLÍVIA
Na Bolívia, por seu turno, a Lei 2.341 consagra o Direito de
Petição, muito embora não faça menção a um procedimento semelhante a
7 DEFENSA DEL CONSUMIDOR Ley Nº 24.240, reformada pela lei 26.361/20008 Normas de Protección y Defensa de los Consumidores. Autoridad de Aplicación. Procedimiento y Sanciones. Disposiciones Finales. Sancionada: Setiembre 22 de 1993. Promulgada Parcialmente: Octubre 13 de 1993. CAPITULO XIII DE LAS ACCIONES ARTICULO 52. — Acciones Judiciales. Sin perjuicio de lo dispuesto en esta ley, el consumidor y usuario podrán iniciar acciones judiciales cuando sus intereses resulten afectados o amenazados. La acción corresponderá al consumidor o usuario por su propio derecho, a las asociaciones de consumidores o usuarios autorizadas en los términos del artículo 56 de esta ley, a la autoridad de aplicación nacional o local, al Defensor del Pueblo y al Ministerio Público Fiscal. Dicho Ministerio, cuando no intervenga en el proceso como parte, actuará obligatoriamente como fiscal de la ley. En las causas judiciales que tramiten en defensa de intereses de incidencia colectiva, las asociaciones de consumidores y usuarios que lo requieran estarán habilitadas como litisconsortes de cualquiera de los demás legitimados por el presente artículo, previa evaluación del juez competente sobre la legitimación de éstas. [omissis] En caso de desistimiento o abandono de la acción de las referidas asociaciones legitimadas la titularidad activa será asumida por el Ministerio Público Fiscal. Texto legal disponível em <http://servicios.infoleg.gob.ar/infolegInternet/anexos/0-4999/638/texact.htm > . Acesso em 23 jun 2017.
uma ação coletiva, ao menos na resolução dos conflitos.
8No entanto, na
Bolívia o Decreto Supremo nº 27.113, que regulamenta referida lei, faz
menção a uma categoria de atos especiais, de incidência coletiva, a permitir
a adoção de um procedimento próprio para resolução daqueles conflitos de
natureza geral a partirt do conhecimento de um caso concreto.
9Logo, o
procedimento administrativo em sua solução trará os efeitos de uma
demanda coletiva.
BRASIL
–
Em nosso país há um amplo leque de leis voltadas às ações
coletivas, e o especial destaque é dado a lei 7.347/1985
10, a qual disciplina a
ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao
meio-ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico. Márcio Mafra
11anota que a lei da ação civil
pública não foi propriamente resultado de um movimento social, mas sim uma
revolução de professores e profissionais de Direito, reclamando um
tratamento processual aos conflitos meta-individuais.
Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões
que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, do Fundo de Garantia
8LEY Nº 2.341, DE 23 DE ABRIL DE 2002 Ley de procedimiento administrativo. Artículo 1º. Objeto de la Ley. La presente Ley tiene por objeto: b) Hacer efectivo el ejercicio del derecho
de petición ante la Administración Pública;
9DECRETO SUPREmO Nº 27.113 Reglamenta la Ley N° 2341 de 23 de abril de 2002, de Procedimiento Administrativo, para su aplicación en el Poder Ejecutivo. CAPITULO II EFECTOS DEL ACTO ADMINISTRATIVO Seccion I Actos generales, individuales y
especiales . Articulo 35. Actos especiales. I. Los actos que declaren procedentes peticiones
o solicitudes que tengan incidencia colectiva producirán efecto general. Sus efectos se extenderán a todos los que se encuentren en la misma situación sin que sea necesario
iniciar un nuevo procedimiento para el mismo objeto y por la misma causa.
10LEI Nº 7.347, DE 24 DE JULHO DE 1985 Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por (VETADO) e dá outras providências. Art. 1º. Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: (Redação dada pela Lei nº 12.529, de 2011). l - ao meio-ambiente; ll - ao consumidor; III - a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo. (Incluído pela Lei nº 8.078 de 1990) V - por infração da ordem econômica; (Redação dada pela Lei nº 12.529, de 2011). VI - à ordem urbanística. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001) VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos. (Incluído pela Lei nº 12.966, de 2014) VIII – ao patrimônio público e social. (Incluído pela Lei nº 13.004, de 2014) Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que
envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
do Tempo de Serviço - FGTS ou de outros fundos de natureza institucional
cujos beneficiários podem ser individualmente determinados, segundo
disposto em medida provisória alterando a redação original da Lei
7.347/1985. Pode ser afirmado, a Medida Provisória buscou afastar do leque
protetivo da Lei da Ação Civil Pública uma variedade de demandas contra o
Poder Público, tornando mais deficitária a prestação jurisdicional em sede
coletiva, dado que o objetivo de resolver em uma única ação várias
demandas sofreu arrefecimento.
O livro ainda colaciona a Lei 8.078/90
12, a lei do Código de
Defesa do Consumidor, lei com previsão também às ações coletivas,
trazendo o rol de legitimados e a discussão de quais interesses ou direitos
podem ser amparados pela legislação protetiva do consumidor brasileiro.
Ainda, temos a Lei 8.437/1992, a qual confere um
tratamento mais favorável à administração pública. Efetivamente, a lei
condiciona a concessão de medida cautelar contra atos do poder público
após a oitiva formal do ente público.
13Em alguma partida, a limitação
legislativa referida linhas atrás pode causar algumas interpretações
aberrantes, a exemplo de um caso concreto de um juiz que mandou ouvir o
ente público antes de conceder a liminar para internação e fornecimento de
medicação a um doente que necessitava de cuidados imediatos.
Na mesma linha, a Lei 9.494/1997, altera a redação da Lei
7.347, nomeadamente quanto ao disposto no art. 16 da lei em questão,
12 LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990. Código de Defesa do Consumidor. Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo. Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de: I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base; III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum. Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código poderão propor ação visando compelir o Poder Público competente a proibir, em todo o território nacional, a produção, divulgação distribuição ou venda, ou a determinar a alteração na composição, estrutura, fórmula ou acondicionamento de produto, cujo uso ou consumo regular se revele nocivo ou perigoso à saúde pública e à incolumidade pessoal. 13LEI Nº 8.437, DE 30 DE JUNHO DE 1992. Lei que dispõe sobre a concessão de medidas cautelares contra atos do Poder Público. Art. 2º. No mandado de segurança coletivo e na ação civil pública, a liminar será concedida, quando cabível, após a audiência do
representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no
pondo uma severa restrição quanto ao alcance da sentença judicial, ou seja,
o raio de incidência apenas ao território do órgão prolator.
14Vale mencionar,
tal alteração legislativa causa um enorme prejuízo a Lei da Ação Civil Pública,
pois torna necessário o ajuizamento de demandas idênticas em várias partes
do Brasil e causa ainda disfuncionalidade na interpretação da lei, pois
variadas e contraditórias sentenças são proferidas.
Temos ainda a Lei 12.016, a que regula o mandado de
segurança individual e coletivo e a Lei 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015, a
Lei que institui o Código de Processo Civil.
Colômbia
Impõe destacar a consagração do direito de petição
constante inicialmente na Lei 1437/2011
15da Colômbia e declarada
inexequível pela Corte Suprema daquele país
16e posteriormente regulada
pela Lei 1.755/2015
17. Em decorrência do direito de petição, tal direito pode
permitir uma espécie de procedimento mais abrangente, por exemplo,
quando o ato administrativo causar efeitos em 20 ou mais pessoas, o pedido
administrativo pode abranger o grupo, desde que um dos elementos do grupo
atingido tenha esgotado a via administrativa.
1814Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência
territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.” Ainda, Art. 2o-A. A sentença civil prolatada em ação de caráter coletivo proposta por entidade associativa, na defesa dos interesses e direitos dos seus associados, abrangerá apenas os substituídos que tenham, na data da propositura da ação, domicílio no âmbito da competência territorial do órgão prolator. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001).
15LEY Nº 1.437, DE 18 DE ENERO DE 2011. Código de Procedimiento Administrativo y de lo Contencioso Administrativo.
16Sentencia C-818/11 de primero (1) de noviembre de dos mil once (2011). SENTENCIA DE
EXEQUIBILIDAD TEMPORAL O INEXEQUIBILIDAD DIFERIDA-Procedencia excepcional/NORMAS DEL CODIGO DE PROCEDIMIENTO ADMINISTRATIVO Y DE LO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO QUE REGULAN EL DERECHO FUNDAMENTAL DE PETICION-Inexequibilidad diferida. Inteiro teor disponível em < http://www.corteconstitucional.gov.co/RELATORIA/2011/C-818-11.htm > . Acesso em 3 julho 2017.
17
.
Texto substituído disponível em < http://www.suin.gov.co/viewDocument.asp?id=30019906>. Acesso em 3 julho 2017.
18 Vide artigos 144 e 145. No original: Artículo 144. Protección de los derechos e
intereses colectivos. Cualquier persona puede demandar la protección de los derechos e
Importante destacar, a Constituição da Colômbia admite a
proteção dos direitos e interesses coletivos mediante lei
19e destaco aqui, à
título de contribuição, a lei 472 de 1998
20, que regula as ações populares e
de grupo, para proteção dos interesses coletivos.
fin de evitar el daño contingente, hacer cesar el peligro, la amenaza, la vulneración o agravio sobre los mismos, o restituir las cosas a su estado anterior cuando fuere posible. Cuando la vulneración de los derechos e intereses colectivos provenga de la actividad de una entidad pública, podrá demandarse su protección, inclusive cuando la conducta vulnerante sea un acto administrativo o un contrato, sin que en uno u otro evento, pueda el juez anular el acto o el contrato, sin perjuicio de que pueda adoptar las medidas que sean necesarias para hacer cesar la amenaza o vulneración de los derechos colectivos. Expresión subrayada
declarada Exequible por los cargos analizados, mediante Sentencia de la Corte Constitucional C-644 de 2011. Antes de presentar la demanda para la protección de los
derechos e intereses colectivos, el demandante debe solicitar a la autoridad o al particular en ejercicio de funciones administrativas que adopte las medidas necesarias de protección del derecho o interés colectivo amenazado o violado. Si la autoridad no atiende dicha reclamación dentro de los quince (15) días siguientes a la presentación de la solicitud o se niega a ello, podrá acudirse ante el juez. Excepcionalmente, se podrá prescindir de este requisito, cuando exista inminente peligro de ocurrir un perjuicio irremediable en contra de los derechos e intereses colectivos, situación que deberá sustentarse en la demanda. Artículo 145. Reparación de los perjuicios causados a un grupo. Cualquier persona perteneciente a un número plural o a un conjunto de personas que reúnan condiciones uniformes respecto de una misma causa que les originó perjuicios individuales, puede solicitar en nombre del conjunto la declaratoria de responsabilidad patrimonial del Estado y el reconocimiento y pago de indemnización de los perjuicios causados al grupo, en los términos preceptuados por la norma especial que regula la materia. Cuando un acto administrativo de carácter
particular afecte a veinte (20) o más personas individualmente determinadas, podrá
solicitarse su nulidad si es necessária para determinar la responsabilidad, siempre que algún integrante del grupo hubiere agotado el recurso administrativo obligatorio.
19
Constitución de Colombia: ARTICULO 88. La ley regulará las acciones populares para la protección de los derechos e intereses colectivos, relacionados con el patrimonio, el espacio, la seguridad y la salubridad públicos, la moral administrativa, el ambiente, la libre competencia económica y otros de similar naturaleza que se definen en ella. También regulará las acciones originadas en los daños ocasionados a un número plural de personas, sin perjuicio de las correspondientes acciones particulares. Así mismo, definirá los casos de responsabilidad civil objetiva por el daño inferido a los derechos e intereses colectivos. Disponível em < http://www.jurisciencia.com/vademecum/constituicoes-estrangeiras/a-constituicao-da-colombia-constitucion-de-colombia/582/> . Acesso em 23 jun. 2017.
20 LEY 472 DE 1998 (agosto 5) Diario Oficial No. 43.357, de 6 de agosto de 1998 . ARTICULO 1o. OBJETO DE LA LEY. La presente ley tiene por objeto regular las acciones populares y las acciones de grupo de que trata el artículo 88 de la Constitución Política de Colombia. Estas acciones están orientadas a garantizar la defensa y protección de los
derechos e intereses colectivos, así como los de grupo o de un número plural de personal. ARTICULO 4o. DERECHOS E INTERESES COLECTIVOS. Son derechos e
intereses colectivos, entre otros, los relacionados con: a) El goce de un ambiente sano, de conformidad con lo establecido en la Constitución, la ley y las disposiciones reglamentarias;
b) La moralidad administrativa; c) La existencia del equilibrio ecológico y el manejo y
aprovechamiento racional de los recursos naturales para garantizar su desarrollo sostenible, su conservación, restauración o sustitución. La conservación de las especies animales y vegetales, la protección de áreas de especial importancia ecológica, de los ecosistemas situados en las zonas fronterizas, así como los demás intereses de la comunidad relacionados con la preservación y restauración del medio ambiente; d) El goce del espacio público y la utilización y defensa de los bienes de uso público; e) La defensa del patrimonio
Costa Rica
Na costa Rica, a Lei n. 8.508/2006
21, do Contencioso
Administrativo prevê a possibilidade de um processo unificado, pois é um
momento posterior ao procedimento administrativo, com vistas a proteger
interesses difusos e coletivos.
México
No México, as leis colacionadas no livro não tratam do
processo/procedimento coletivo, mas é importante destacar que no âmbito do
público; f) La defensa del patrimonio cultural de la Nación; g) La seguridad y salubridad públicas; h) El acceso a una infraestructura de servicios que garantice la salubridad pública; i) La libre competencia económica; j) El acceso a los servicios públicos y a que su prestación sea eficiente y oportuna; k) La prohibición de la fabricación, importación, posesión, uso de armas químicas, biológicas y nucleares, así como la introducción al territorio nacional de residuos nucleares o tóxicos; l) El derecho a la seguridad y prevención de desastres previsibles técnicamente; m) La realización de las construcciones, edificaciones y desarrollos urbanos respetando las disposiciones jurídicas, de manera ordenada, y dando prevalencia al beneficio de la calidad de vida de los habitantes; n) Los derechos de los consumidores y
usuarios. Igualmente son derechos e intereses colectivos los definidos como tales en la
Constitución, las leyes ordinarias y los tratados de Derecho Internacional celebrados por Colombia. PARAGRAFO. Los derechos e intereses enunciados en el presente artículo estarán definidos y regulados por las normas actualmente vigentes o las que se expidan con posterioridad a la vigencia de la presente ley. E adiante, ARTICULO 48. TITULARES DE
LAS ACCIONES. Podrán presentar acciones de grupo las personas naturales o jurídicas que
hubieren sufrido un perjuicio individual conforme lo establece el artículo 47. El Defensor del Pueblo, los Personeros Municipales y Distritales podrán, sin perjuicio del derecho que asiste a los interesados, interponer acciones de grupo en nombre de cualquier persona que se lo solicite o que se encuentre en situación de desamparo o indefensión. En este caso será parte en el proceso judicial junto con los agraviados.
21 LEY Nº 8.508, DE 28 DE ABRIL DE 2006. Código Procesal
Contencioso-Administrativo. LEGITIMACIÓN. Artículo 10. 1) Estarán legitimados para demandar: a)
Quienes invoquen la afectación de intereses legítimos o derechos subjetivos. b) Las
entidades, las corporaciones y las instituciones de Derecho público, y cuantas ostenten la representación y defensa de intereses o derechos de carácter general, gremial o corporativo, en cuanto afecten tales intereses o derechos, y los grupos regidos por algún estatuto, en tanto defiendan intereses colectivos. c) Quienes invoquen la defensa de intereses difusos y colectivos. CAPÍTULO V. PROCESO UNIFICADO Artículo 48. 1) Cuando se trate de la afectación de intereses grupales, colectivos, corporativos o difusos, si en un determinado proceso después de contestada la demanda y hasta antes de concluir el juicio oral y público, el juez tramitador o el tribunal de juicio, de oficio o a gestión de parte, determinará la existencia de otros procesos, con identidad de objeto y causa, y podrá instar a los actores para que se unan en un solo proceso, sin perjuicio de actuar bajo una sola representación.
Código de Processo Civil Mexicano
22existe a previsão de ações coletivas,
semelhantes ao modelo brasileiro.
Peru.
A Lei 27.584/2008
23, prevê a possibilidade de legitimidade
ativa na busca da tutela de interesses difusos, quando a causa da
impugnação junto à administração pública possa ameaçar interesses difusos,
conferindo legitimidade a diversos entes, destacando o Ministério Público e o
Defensor do Povo.
CONCLUSÃO
A presente apresentação não é exaustiva e pode em face de
sua amplitude ter deixado de abordar alguns tópicos, notadamente quanto ao
Código Modelo proposto, sem enfrentamento no estreito limite do tempo aqui
disposto.
Os países que não restaram abordados decorre da ausência
de elementos concretos encontrados para enfrentamento do tema proposto
dado ao corte do campo de pesquisa. Vale lembrar, a ação coletiva existe em
diversos países da américa latina, sendo que Argentina e Uruguai
22 Código Federal de Processo Civil, livro V. Título Único Título adicionado DOF
30-08-2011 Capítulo I Previsiones Generales Capítulo adicionado DOF 30-08-30-08-2011 ARTICULO 578.- La defensa y protección de los derechos e intereses colectivos será ejercida ante los Tribunales de la Federación con las modalidades que se señalen en este Título, y sólo podrán promoverse en materia de relaciones de consumo de bienes o servicios, públicos o privados y medio ambiente. Artículo adicionado DOF 30-08-2011 ARTICULO 579.- La acción colectiva es procedente para la tutela de las pretensiones cuya titularidad corresponda a una colectividad de personas, así como para el ejercicio de las pretensiones individuales cuya titularidad corresponda a los miembros de un grupo de personas. Artículo adicionado DOF 30-08-2011 ARTICULO 580.- En particular, las acciones colectivas son procedentes para tutelar: I. Derechos e intereses difusos y colectivos, entendidos como aquéllos de naturaleza indivisible cuya titularidad corresponde a una colectividad de personas, indeterminada o determinable, relacionadas por circunstancias de hecho o de derecho comunes. II. Derechos e intereses individuales de incidencia colectiva, entendidos como aquéllos de naturaleza divisible cuya titularidad corresponde a los individuos integrantes de una colectividad de personas, determinable, relacionadas por circunstancias de derecho.
23 LEY Nº 27.584, DE 29 DE AGOSTO DE 2008. Ley que regula el proceso contencioso
administrative. Artículo 9. Facultades del Órgano Jurisdiccional. Son facultades del órgano jurisdiccional las siguientes:1. Control Difuso. PARTES DEL PROCESO. Artículo 13. Legitimidad para obrar activa. Artículo 14. Legitimidad para obrar activa en tutela de intereses difusos. Cuando la actuación impugnable de la administración pública vulnere o amenace un interés difuso, tendrán legitimidad para iniciar el processo contencioso administrativo: 1. El Ministerio Público, que en estos casos actúa como parte. 2. El Defensor del Pueblo. 3. Cualquier persona natural o jurídica.