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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

MODELO DE ACEITAÇÃO DE TECNOLOGIA (TAM) APLICADO AO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE (BVS) NAS ESCOLAS

DE MEDICINA DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

PATRÍCIA MARIA DA SILVA

João Pessoa, PB. 2008

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

MODELO DE ACEITAÇÃO DE TECNOLOGIA (TAM) APLICADO AO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE (BVS) NAS ESCOLAS

DE MEDICINA DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

PATRÍCIA MARIA DA SILVA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal da Paraíba, como exigência para obtenção do Título de Mestre. Área de Concentração: Informação, Conhecimento e Sociedade; Linha de Pesquisa: Memória, Organização, Produção e Uso da informação.

Orientador: Professor Dr. Guilherme Ataíde Dias.

Co-orientador: Professor Dr. Manoel Raimundo de Sena Junior.

João Pessoa, PB. 2008

(3)

S586m

SILVA, Patrícia Maria da.

Modelo de aceitação de tecnologia (TAM) aplicado ao Sistema de Informação da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) nas Escolas de Medicina da Região Metropolitana do Recife. Patrícia Maria da Silva. – João Pessoa, 2008.

156 f.: il.

Dissertação: Curso de Pós-Graduação em Ciência da Informação – Universidade Federal da Paraíba.

Orientador: Dr. Guilherme Ataíde Dias.

Co-orientador: Dr. Manoel Raimundo de Sena Junior. 1. Modelo de Aceitação de Tecnologia. 2. Biblioteca

Virtual em Saúde. 3. Usuários. I. Título.

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Patrícia Maria da Silva

Modelo de Aceitação de Tecnologia (TAM) aplicado ao sistema de informação da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) nas escolas de medicina da Região Metropolitana do Recife

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal da Paraíba, como exigência para obtenção do Título de Mestre. Área de Concentração: Informação, Conhecimento e Sociedade; Linha de Pesquisa: Memória, Organização, Produção e Uso da informação.

Aprovado em: ______/______/______.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________________________ Membro Externo: Prof. Dr. Lucídio dos Anjos Formiga Cabral

Universidade Federal da Paraíba

______________________________________________________________ Membro Interno: Prof.ª Drª. Francisca Arruda Ramalho

Universidade Federal da Paraíba

____________________________________________________________ Orientador: Prof. Dr. Guilherme Ataíde Dias

(5)

Dedico esse trabalho primeiramente a Deus por me possibilitar todas as oportunidades de crescimento profissional e espiritual. Aos meus pais Manoel (In

memoriam) e Laura, que me educaram com princípios

éticos e morais bem consolidados, para que eu pudesse atuar dignamente na área acadêmica e profissional. A querida Paula, grande incentivadora, sem a qual esta conquista não seria possível. Aos verdadeiros amigos que se fizeram presentes em palavras, gestos, ações e pensamentos.

(6)

No momento de finalização de um projeto de vida, é essencial e inevitável lembrarmos-nos de todos que estiveram presentes nesta caminhada, por isso:

Agradeço primeiramente a Deus, que sempre nos surpreende quando compreendemos um pouco mais a sua Criação, pela vida, pelos momentos bons, como os alegres e os felizes, bem como os momentos difíceis que me ensinaram a conviver melhor, respeitando as diferenças e aprendendo a enfrentar os obstáculos impostos na minha jornada;

Ao meu orientador Guilherme Ataíde Dias, a quem aprendi a respeitar devido a sua grande dedicação profissional, principalmente, na orientação desse trabalho, juntamente com o empenho e apoio nos momentos difíceis;

Ao meu co-orientador Manoel Raimundo de Sena Júnior, por me mostrar uma nova visão do mundo, pela paciência e pela orientação que dedicou a esse trabalho;

Ao novo amigo Josemir Almeida, pelas observações sempre pertinentes com relação à metodologia escolhida na pesquisa;

À UFPB e ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, que me proporcionou um ensino público gratuito de excelente qualidade;

Aos professores Gustavo Freire, Carlos Xavier, Eliany Alvarenga, Miriam Aquino, Francisca Arruda e Antônio (secretário do PPGCI) que sempre estiveram dispostos a ajudar nas atividades do curso;

À Banca Examinadora que aceitou o convite de avaliar este trabalho e apresentar suas considerações;

As minhas amigas de Mestrado Dirlene, Daise, Cristina, Luciana, Meriane e Ana Virgínia, pelos momentos de descontração e de dificuldade que passamos juntas;

A minha mãe, pelo exemplo de vida e pelo apoio que alicerçou minha caminhada e por me despertar o gosto pelos estudos e por me ensinar a me importar com o próximo;

Aos meus familiares, amigos e a todos que me apoiaram e colaboraram para a realização desse trabalho.

(7)

Enfim, a todos os que, direta ou indiretamente fizeram e fazem parte da minha caminhada.

(8)

“Porque eu, o SENHOR teu Deus, te tomo pela tua mão

direita; e te digo: Não temas, eu te ajudo.”

(9)

questões fundamentais no uso dos sistemas de informação que compõem a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). O estudo foi realizado com os estudantes de graduação do curso de medicina das escolas médicas da Região Metropolitana do Recife (PE), utilizando como ferramenta o modelo teórico de aceitação de tecnologia TAM. Caracteriza-se como pesquisa exploratória e descritiva, com coleta de dados realizada por meio de aplicação de questionário. Como resultado foi possível detectar que houve o treinamento no sistema, porém com a análise dos dados, concluiu-se que o mesmo não foi adequado. Com relação à arquitetura da informação do website, constatou-se que a mesma apresenta problemas em sua estrutura. Identificou-se que o construto utilidade percebida teve a maior relevância na avaliação da aceitação do sistema. O estudo também caracterizou qual a influência externa na intenção de uso do sistema, vislumbrando que os professores são os que mais incentivam os alunos na utilização do sistema. Evidenciou-se que existe a intenção de uso do sistema da BVS no futuro pelos respondentes. Ao se reconhecer o grau de satisfação dos usuários, foi observada uma grande insatisfação pelos serviços oferecidos. Futuras pesquisas podem estabelecer comparações entre diferentes tipos de usuários, já que o estudo ajuda a compreender como as organizações podem relacionar-se com os clientes, pois não basta satisfazê-lo, sendo necessário encantá-lo.

Palavras-chave: Modelo de Aceitação de Tecnologia. Biblioteca Virtual em Saúde. Estudos de Usuário.

(10)

information systems that make up the Virtual Health Library (VHL). The research was conducted on undergraduate students of the medicine courses from medical schools in the Recife (PE) metropolitan area, the theoretical model adopted was the Technology Acceptance Model (TAM). This work is characterized as a descriptive and exploratory research with survey and literature review on the subject. The data collection was performed through the application of a questionnaire. The data collected demonstrated that the users were trained but the training was not appropriate. Analysis from the information architecture on the VHL website, detected problems in its structure. It was identified that the construct perceived usefulness had the greater relevance in the acceptance of the systems by it users. The study also demonstrated which external factor influenced in the system usage intention. The teachers were considered the most encouraging factor for the use of the system by the students. It was detected that there is an intention to use the VHL system in the future by the respondents. In regard to the user satisfaction degree, it was observed a high level of dissatisfaction with the services offered. Further research may draw comparisons between different types of users. The study helps to understand how organizations can establish a relationship with its customers, because satisfaction it is not enough, it is necessary to enchant them.

(11)

Quadro 1 – Modelos da Abordagem Alternativa...41

Quadro 2 – Construto Utilidade Percebida x Variáveis...54

Quadro 3 – Construto Facilidade Percebida x Variáveis...56

Quadro 4 – Construto Variáveis Externas x Variáveis...57

Quadro 5 – Construto Intenção de Uso x Variáveis...58

Quadro 6 – Conversão das Leis de Ranganathan para a web...77

Quadro 7 – Sistemas na Arquitetura da Informação...77

Quadro 8 – Analisando o Website da BVS a partir do Sistema de Organização...82

Quadro 9 - Analisando o Website da BVS a partir do Sistema de Navegação...83

Quadro 10 - Analisando o Website da BVS a partir do Sistema de Rotulação...84

Quadro 11 - Analisando o Website da BVS a partir do Sistema de Busca...84

Quadro 12 – Questionários Distribuídos x Respondentes por Escolas de Medicina...108

Quadro 13 – Questionários Respondidos x Períodos...109

Quadro 14 – Local de Acesso ao Sistema da BVS...109

Quadro 15 – Canais de Informação Utilizados em Pesquisas Acadêmicas...110

(12)

Figura 1 – Teoria da Ação Raciocinada...45 Figura 2 – Teoria do Comportamento Planejado...47 Figura 3 – Modelo de Aceitação Tecnológica...51 Figura 4 – Indicando os Componentes da Arquitetura da Informação na Tela Principal do

(13)

Tabela 1 – Teste de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO)...98

Tabela 2 – Teste de Esfericidade de Bartlett´s...98

Tabela 3 – Cumunalidades das Variáveis...100

Tabela 4 – Variabilidade Total Explicada...101

Tabela 5 – Percentual da Variância Explicada para Cada Fator...101

Tabela 6 – Matriz Fatorial com Rotação Varimax...102

Tabela 7 – Houve Treinamento na Utilização do Sistema da BVS x O Tipo de Treinamento Fornecido foi Adequado...114

Tabela 8 - Chi-Square Tests...114

Tabela 9 - A1 - Houve Treinamento...116

Tabela 10 - A2 – O Tipo de Treinamento foi Adequado...116

Tabela 11: Intenção de Uso...124

(14)

Gráfico 1 – Navegabilidade no Sistema da BVS...118

Gráfico 2 – Rotulação no Sistema da BVS...119

Gráfico 3 – Busca no Sistema da BVS...120

Gráfico 4 – Organização no Sistema da BVS...121

Gráfico 5 - Percentual da Variância Explicada para Cada Fator...123

Gráfico 6 – Intenção de Uso...124

Gráfico 7 – Influências Externas na Utilização do Sistema da BVS...126

Gráfico 8 – Grau de Satisfação com o Sistema da BVS...128

(15)

ABP - Aprendizagem Baseada em Problemas BIREME - Biblioteca Regional de Medicina BVS - Biblioteca Virtual em Saúde

CI - Ciência da Informação

CEP - Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos EPM - Escola Pernambucana de Medicina

PEU - Facilidade de uso percebida FCM - Faculdade de Ciências Médicas

IMIP - Instituto Materno Infantil Prof. Fernando Figueira IBM - International Business Machines

WI-FI - Internet por redes sem fio KMO - Kaiser-Meyer-Olkin

MIT - Massachusetts Institute of Technology MBA - Master in Business Administration OPAS - Organização Panamericana de Saúde SI - Sistemas de Informação

SSCI - Social Science Citation Index TAM - Technology Acceptance Model TI - Tecnologia da Informação

TIC - Tecnologias de Informação e Comunicação TRA - Teoria da Ação Raciocinada

TPB - Teoria do Comportamento Planejado UFPE - Universidade Federal de Pernambuco PU - Utilidade percebida

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CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO

...18 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS...19 2 OBJETIVOS...23 2.1 Geral...23 2.2 Específicos...24 3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO...25

CAPÍTULO II – REFERENCIAL TEÓRICO

...27

1 A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO COMO CIÊNCIA SOCIAL...28

2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO...30

3 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO...32

3.1 Recuperação da Informação...35

4 ESTUDOS DE USUÁRIOS...38

5 TEORIAS SOBRE ACEITAÇÃO DE TECNOLOGIA...43

(17)

CAPÍTULO III – MODELO DE ACEITAÇÃO DE

TECNOLOGIA

...48

1 TECHNOLOGY ACCEPTANCE MODEL (TAM)...49

1.1 Utilidade Percebida (Perceived Usefulness - PU)...54

1.2 Facilidade de Uso Percebida (Perceived Ease of Use – PEU)...55

1.3 Variáveis Externas (External Variables)...56

1.4 Intenção de Uso (Behavioral Intention)...58

2 BARREIRAS ASSOCIADA A NÃO ACEITAÇÃO TECNOLÓGICA...59

3 A IMPORTÂNCIA DA CULTURA NACIONAL NA ACEITAÇÃO TECNOLÓGICA...62

CAPÍTULO IV – ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO DA

BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE (BVS)

...66

1 A BIBLIOTECA E SUA EVOLUÇÃO...67

1.1 Biblioteca Virtual...69

2 BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE...71

(18)

4 ANALISANDO O WEBSITE DA BVS PELO PRISMA DA ARQUITEURA DA

INFORMAÇÃO...79

CAPÍTULO V – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

...87

1 INTRODUÇÃO À METODOLOGIA...88

2 UNIVERSO, SELEÇÃO DOS SUJEITOS E AMOSTRA...93

3 ANÁLISES DOS DADOS...97

4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA...104

CAPÍTULO VI – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS

RESULTADOS

...105

1 GRADE CURRICULAR E CATEGORIZAÇÃO DOS SUJEITOS...106

1.1 Grade Curricular...106

1.1.1 Centro de Ciências de Saúde da Universidade Federal de Pernambuco...106

1.1.2 Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco...107

1.1.3 Associação Educacional de Ciências da Saúde – Escola Pernambucana de Medicina...107

(19)

foi Adequado...112

2.2 Examinar, a partir da Arquitetura da Informação, o Sistema da BVS...117

2.2.1 Sistema de Navegação...118

2.2.2 Sistema de Rotulação...119

2.2.3 Sistema de Busca...120

2.2.4 Sistema de Organização...121

2.3 Identificar os Fatores que Influenciam a Decisão dos Usuários em Aceitar a Utilização Efetiva do Sistema da BVS...122

2.4 Evidenciar a Intenção de Uso do Sistema da BVS...124

2.5 Identificar qual é a Influência Externa na Utilização do Sistema da BVS...125

2.6 Conhecer o Grau de Satisfação dos Usuários em Utilizam o Sistema da BVS...128

CAPÍTULO VII – CONSIDERAÇÕES FINAIS

...130

1 CONCLUSÕES...131

2 REFERÊNCIAS...135

3 APÊNDICE A – Questionário Aplicado na Pesquisa...150

(20)

“O seu Deus o ensina, e o instrui acerca do que há de fazer.”

“O seu Deus o ensina, e o instrui acerca do que há de fazer.”

“O seu Deus o ensina, e o instrui acerca do que há de fazer.”

“O seu Deus o ensina, e o instrui acerca do que há de fazer.”

(Isaías 28:26)

CAPÍTULO I

(21)

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Estudos e pesquisas sobre aceitação de tecnologia, por indivíduos e organizações, têm sido escritos nos últimos anos sob as mais diversas abordagens, apresentando um forte crescimento nessas iniciativas a partir da segunda metade da década de 90. Estes estudos são realizados com o intuito de buscar melhorias constantes, e identificar fatores intrínsecos e extrínsecos envolvidos nas decisões, intenções e satisfação dos indivíduos, quanto à aceitação e ao uso da tecnologia da informação, através de vários testes e métodos de avaliação (DIAS; ZWICKER; VICENTIN, 2003; VENKATESH; MORRIS; DAVIS; DAVIS, 2003; SILVA, 2005; LÖBLER, 2006). O crescimento das pesquisas se justifica pelo significativo uso dos sistemas de informação nas mais diversas atividades, modificando a relação em todas as esferas sociais (BURGARELE; CARVALHO, 2007).

A quantidade de informação que circula hoje pelos sistemas informatizados é tão vasta que é difícil manipular tal informação sem o auxilio da tecnologia, porém segundo Davis (1989) de nada adiantará um sistema de informação de alta performance técnica, se o usuário, por alguma razão, não adotar e não aceitar a tecnologia disponibilizada. Para Davis (1989) precisamos entender os motivos pelo qual os usuários aceitam ou rejeitam determinados sistemas, para posteriormente prever, explicar e modernizá-los.

A aceitação e o uso de tecnologias da informação é um assunto que tem recebido a atenção de pesquisadores e profissionais na área de Ciência da Computação, Sistemas de Informação e Ciência da Informação, visto que trabalham na perspectiva de que um sistema bem desenvolvido será utilizado, pois partem do pressuposto que boas soluções em software, podem trazer vantagens competitivas às empresas e/ou aos indivíduos (BUENO; ZWICKER; OLIVEIRA, 2004; SALEH, 2004). Porém, um problema perceptível que inquieta as

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atividades de gerenciamento de sistemas de informação, está na incapacidade em mensurar a qualidade dos sistemas entregues, assim como na atitude dos usuários em utilizá-lo (BUENO; ZWICKER; OLIVEIRA, 2004). Entender e criar as condições sob as quais os sistemas de informação são adotados pelas organizações humanas permanece, entretanto, sendo uma área de pesquisa de alta prioridade (VENKATESH; DAVIS, 2000).

Vários modelos teóricos têm sido desenvolvidos e aplicados para estudar a aceitação e o comportamento de uso de tecnologias da informação, entretanto dentre as diversas teorias propostas, o modelo de aceitação de tecnologia, Technology Acceptance Model (TAM) é considerado um dos mais influentes e mais amplamente utilizado pelos pesquisadores para descrever a aceitação, de determinada tecnologia, pelos indivíduos, estudando a influência de fatores humanos na adoção de novas tecnologias (DILLON; MORRIS, 1996; LEE; KOZAR; LARSEN, 2003; SILVA, 2005).

A escolha de se trabalhar com o modelo TAM se deu por ser ele um modelo específico para usuários de sistemas de informação (PIKKARAINEN; PIKKARAINEN; KARJALUOTO; PAHNILA, 2004). Outro fator de escolha se deve a vantagem do TAM ter uma forte base teórica, além do amplo apoio empírico através de validações, aplicações e replicações, pois já foi testado com diferentes amostras e em situações diversas, provando ser válido e confiável (COSTA FILHO; PIRES; HERNANDEZ, 2007). E finalmente fornecer uma solidez para mapear o impacto de fatores externos sobre aqueles internos nos indivíduos em relação à aceitação ou não de tecnologia da informação (SANTOS; AMARAL, 2004; KING; HE, 2006).

Conforme Venkatesh, Morris, Davis e Davis (2003) as inovações tecnológicas precisam ser aceitas e efetivamente utilizadas. Para Dias (2002) o meio eletrônico representa um novo modelo na disseminação da informação e deveria ser explorado de forma integral. O

(23)

processo de disseminação da informação faz parte da missão da biblioteca, independente de seu tipo, seja ela virtual ou tradicional, resultando na criação de novos conhecimentos e gerando novos bens.

Com a consolidação da Internet, como o principal meio de produção das fontes e fluxos de informação científica e técnica, surge a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), em março de 1998, na cidade de São José, Costa Rica, onde se realizou a 5ª Reunião do Sistema Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde, com a participação de representantes dos sistemas nacionais de informação científica e técnica em saúde de todos os países da América Latina e da grande maioria das ilhas do Caribe (PACKER, 2005). A BVS nasceu com a proposta, conforme Packer (2005), de seguir como espaço virtual de convergência na Internet do trabalho cooperativo em informação científica e técnica em saúde. A Internet passa a ser um meio de comunicação científica, superando as seguintes limitações: distância física entre os atores; o transporte físico de documentos entre eles; e as restrições de horário de funcionamento das instituições, particularmente das bibliotecas (PACKER, 2005).

Os estudos sobre o comportamento de usuários sempre foram uma das mais difíceis áreas de pesquisa em relação aos sistemas de informação em bibliotecas virtuais. Assim, a indagação à qual se procurará responder é: qual a aceitação da tecnologia utilizada no sistema de informação da BVS, para as pesquisas técnica-científica, disponível em seu website. Os sujeitos escolhidos desta pesquisa são formados pelos estudantes de graduação dos cursos de medicina, das escolas de saúde da região metropolitana da cidade do Recife.

Uma das causas de fracasso, parcial ou total, das implantações de sistemas de informação é a sua não aceitação pelos usuários, bem como a sua subutilização ou uso inadequado. A importância desta pesquisa reside, antes de tudo, no fato de se analisar o

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componente humano dos sistemas de informação, não somente como a parte que recebe os impactos resultantes da tecnologia, mas também, e principalmente, como um agente ativo e indispensável para o êxito desta tecnologia e, conseqüentemente, para o sucesso da organização. De posse dessas analises será possível tomar melhores decisões estratégicas na atualização do sistema, pois será possível estimar a possibilidade dos usuários adotarem ou não este serviço.

A presente pesquisa propõe colaborar para o aprofundamento do conhecimento sobre algumas questões fundamentais no uso dos sistemas de informação que compõem a BVS, utilizando como ferramenta o modelo teórico de aceitação de tecnologia TAM. Modelo que foi projetado para compreender a relação causal entre variáveis externas de aceitação dos usuários e o uso real do sistema, buscando entender o comportamento deste usuário através do conhecimento da utilidade e da facilidade de utilização percebida por ele.

A relevância desta pesquisa está no fato de que poucos estudos foram feitos testando-se o modelo TAM na avaliação da aceitação de sistemas de informação em bibliotecas virtuais. Assim, este é um estudo bastante singular e que tem como objeto um assunto de relevância atual na área de Ciência da Informação, pois seu foco está nos aspectos humanos, não como elemento que sofre os impactos da tecnologia, mas sim como elemento ativo e fundamental para o alcance do sucesso na implantação de um sistema de informação. Ao se identificar variáveis que possuam relevância, ou mesmo que sejam determinantes para se obter sucessos na utilização de sistemas de informação, obtém-se um instrumento valioso na gestão de projetos associados a estes sistemas. Utilizar um modelo que mensure a aceitação de um sistema, tanto numa fase pré-implantação, quanto posteriormente, num momento de maior estabilidade, ajuda na prevenção de situações que levam ao fracasso do referido processo ou ao uso mais efetivo do sistema após a implantação.

(25)

2 OBJETIVOS

D’Alessando (1998) menciona que os maiores problemas relacionados ao uso dos sistemas de informação nas bibliotecas virtuais em saúde, por parte dos usuários envolvidos (profissionais de saúde e, por conseguinte os estudantes) dizem respeito, principalmente, ao desconhecimento sobre o sistema utilizado e a sua qualidade na recuperação da informação. A falta de prática no uso do computador e nas ferramentas de trabalho associadas a ele foram outras questões levantadas. Nesse sentido Saracevic (1996), Pinheiro e Loureiro (1995) fazem menção a emergência do ensino da informática médica nas escolas de medicina, como forma de diminuir a lacuna existente entre os sistemas de informação e o seu manuseio pelo usuário.

Segundo Dias, Zwicker e Vicentin (2003) alguns autores abordam o comportamento dos usuários com relação à não aceitação da tecnologia como uma questão de resistência às mudanças, sem entender, contudo os motivos de tal resistência. Porém, conforme explica Maia e Cedón (2005), existem outros fatores que também comprometem o comportamento do usuário, como por exemplo: a habilidade técnica especifica desse usuário, que influenciam diretamente na utilização dos sistemas, bem como, o contexto e o espaço onde a pessoa desenvolve o uso.

2.1 Geral

Motivados pelas considerações acima apresentadas, o objetivo geral da pesquisa é analisar o grau de aceitação e utilização efetiva do sistema de informação da BVS, por parte dos envolvidos, através do Techonology Acceptance Model (TAM).

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2.2 Específicos

Com o plano de se alcançar o objetivo geral definiram-se seis objetivos específicos, onde ao final do estudo pretende-se expor os fatores negativos e positivos na relação usuário/sistema, e baseado no modelo de aceitação de tecnologia (TAM), sugerir ações que possam fomentar a utilização de tal sistema pelos usuários.

 Detectar a existência de treinamento no manuseio do sistema de informação da BVS e se o mesmo foi adequado;

 Examinar, a partir da arquitetura da informação, o sistema disponível na BVS, através do seu website;

 Identificar os fatores que influenciam a decisão dos usuários em aceitar a utilização efetiva do sistema de informação da BVS, sejam eles pela utilidade percebida ou facilidade de uso;

 Evidenciar a intenção de uso do sistema da BVS;

 Identificar qual é a influência externa na utilização do sistema da BVS;

 Conhecer o grau de satisfação dos usuários que utilizam o sistema da BVS em suas pesquisas.

(27)

3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

Este trabalho de pesquisa possui 7 capítulos, onde apresentamos e analisamos de forma detalhada assuntos que consideramos pertinentes a boa compreensão das questões aqui expostas, sendo organizado da seguinte forma:

• Capítulo I – Introdução: Destacamos alguns pressupostos teóricos para a introdução do leitor à pesquisa, bem como os problemas que nos motivaram a estudar o assunto em questão. Apresentamos também neste capítulo os objetivos gerais e específicos de nosso trabalho;

• Capítulo II – Referencial Teórico: Iniciamos o capítulo falando da Ciência da Informação enquanto ciência social, bem como das tecnologias de informação e comunicação, com ênfase nos sistemas de informação e na recuperação dessa informação. Abordamos ainda os estudos modernos de usuários e finalizamos com algumas teorias de aceitação de tecnologia mais significativas na literatura;

• Capítulo III – Modelo de Aceitação de Tecnologia: Neste ponto apresentamos o modelo teórico TAM, onde esmiuçamos os seus construtos e variáveis, em seguida abordamos as barreiras associadas a não aceitação tecnológica que encontramos em vários estudos e por fim a aplicabilidade do TAM em diferentes culturas;

• Capítulo IV – Arquitetura da Informação: Oferecemos os conceitos apresentados da arquitetura da informação em websites, de acordo com os autores da área, bem como seus princípios fundamentais, descrevendo seus principais elementos e processos. Em seguida explanamos sobre a biblioteca e sua evolução, do tradicional ao digital, dando ênfase a biblioteca virtual em saúde;

• Capítulo V – Procedimentos Metodológicos: Neste capítulo fazemos uma introdução sobre a metodologia utilizada, caracterizamos o universo, a amostra e a seleção dos

(28)

sujeitos, explicamos os testes estatísticos empregados para a análise dos dados, e finalmente mostramos quais foram às limitações da nossa pesquisa;

• Capítulo VI – Apresentação e Discussão dos Resultados: Descrevemos e analisamos os dados obtidos tendo como foco os objetivos da pesquisa;

• Capítulo VII – Conclusões: Apresentamos os principais aspectos ressaltados na pesquisa, sintetizando as principais conclusões.

É importante frisar que a motivação inicial para este trabalho surgiu de dois fatores, sendo eles:

 O desdobramento da pesquisa “Sistemas de informação em bibliotecas: o comportamento dos usuários e bibliotecários frente às novas tecnologias de informação”, projeto de Especialização em Gestão Estratégica de Sistema de Informação, do Departamento de Biblioteconomia do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob a orientação da Prof.ª Dr.ª Anatália Saraiva Martins Ramos e publicada na Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação (Universidade de Campinas, São Paulo) no ano de 2007;

 Entender o comportamento dos usuários com relação a aceitar ou não aceitar determinado sistema de informação, em nosso caso, o sistema BVS.

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“Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; e tudo o que mais se deseja não

“Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; e tudo o que mais se deseja não

“Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; e tudo o que mais se deseja não

“Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; e tudo o que mais se deseja não

se pode comparar com ela”.

se pode comparar com ela”.

se pode comparar com ela”.

se pode comparar com ela”.

(Provérbios 8 :11)

CAPÍTULO II

(30)

1 A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO COMO CIÊNCIA SOCIAL

Segundo Campos e Venâncio (2006) a Ciência da Informação (CI) nasceu de uma perspectiva quantitativa e funcionalista a partir da explosão informacional ocorrida após a Segunda Guerra Mundial. Araújo et al. (2007) acrescenta que foi o período em que a CI se percebeu mais bem acolhida pelos pressupostos das ciências exatas. Buscando atingir um conhecimento exato e de inspiração matemática, muito ligada à computação e a recuperação da informação (BRONOWSKI, 1977 apud ARAÚJO, 2003). Nesse momento, para Capurro (2003), surge o primeiro paradigma da CI, o paradigma físico, construído a partir da inspiração da Teoria Matemática de Shannon e Weaver (ARAÚJO et al., 2007).

O segundo paradigma da CI, conhecido como paradigma cognitivo, se dá por volta dos anos 70, Capurro (2003) afirma que esta situação alterou-se, com a aproximação do usuário, “onde o sujeito é visto como o principal ator e objeto dos chamados sistemas de informação” (ARAÚJO et al., 2007, p. 97). Borges et al. (2004, p. 82) acrescenta que: “entra em cena um ator até então secundário, [...] acarretando a mudança de paradigma na área”.

O conceito e a abrangência da Ciência da Informação têm se modificado ao longo do tempo, se dando em processos graduais. Observamos que a Ciência da Informação não se mostra em um primeiro momento como ciência social, mas modifica-se ao longo dos anos, “na medida em que se orienta para uma aplicação em que o sujeito é visto como ator principal e objetivo dos sistemas de informação” (ARAÚJO et al., 2007, p. 97).

Capurro (2003) entende a necessidade de um novo paradigma na CI, o paradigma social (CAMPOS; VENÂNCIO, 2006). Ocorre uma mudança em direção a uma visão mais humana e social na CI, pois ela trabalha com a geração de conhecimento, representado pela

(31)

informação organizada, processada, recuperada, disseminada e disponibilizada, resultando de um processo cognitivo humano afim de que seja compartilhada a nível individual e coletiva. González de Gómez (2000) complementa que a CI recebe das ciências sociais seu traço identificador. De acordo com Le Coadic (1996, p. 21):

A Ciência da Informação é uma ciência social e preocupa-se com a solução e o estudo de um problema prático e “[...] social concreto, o da informação, e voltada para o ser social que procura informação, coloca-se no campo das ciências sociais (das ciências do homem e da sociedade), que são o meio principal de acesso a uma compreensão do social e do cultural.

Nos anos 60 o núcleo da pesquisa era a investigação centrada nos sistemas, na recuperação da informação, visando a eficiência desses sistemas de informação. A partir da década de 70 o foco muda de direção, e os usuários e suas intenções passam a ser o objeto de estudo, a informação começa a ser tratada como uma dimensão da existência humana, ou seja, passou a incorporar contextos mais amplos com os usuários e a interação deles com a máquina (MESSIAS, 2005).

Saracevic (1992) afirma que a base da Ciência da Informação está relacionada com os processos de comunicação humana, oscilando entre esses dois fins, humanos e tecnológicos. É o que também afirma Wersig (1993), que diz que a Ciência da Informação surge da necessidade de se criar estratégias para solucionar problemas causados pela ciência e tecnologia. Para Moraes (2002) o problema ao qual os dois autores se referem, Gernot Wersig e Tefko Saracevic, pesquisadores reconhecidos na área, é a questão fundamental da Ciência da Informação, tornar mais acessível possível o acesso a informação, através das tecnologias da informação e comunicação.

(32)

2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E A CIÊNCIA

DA INFORMAÇÃO

É consenso entre os diversos autores que o surgimento da Ciência da Informação se deu na explosão informacional dos anos 50 e conforme Moraes (2002) nos moldes da ciência moderna, identificada pela busca do conhecimento.

Segundo Borko (1968) a Ciência da Informação refere-se a todo ciclo informacional: coleta, organização, armazenamento, recuperação, interpretação, transferência e utilização da informação, configurando-se, portanto, como um conjunto de conhecimentos relativos ao caminho que a informação percorre. E a fim de garantir a otimização desse fluxo, a Ciência da Informação recorre à representação da informação em sistemas naturais ou artificiais, com maior ênfase nastecnologias de informação e comunicação (TARGINO, 1995).

Saracevic (1996) julga que a tecnologia é o elemento crucial no progresso da Ciência da Informação, pois auxília o enriquecimento das teorias para se alcançar os propósitos da CI, em relação aos problemas que ela se propõe a resolver, problemas antigos tais como: armazenar, organizar e recuperar a informação registrada (ALVES, 2007).

Alvarenga (2003) corrobora com o mesmo sentimento de Saracevic (1996) e nos faz refletir sobre o advento dessas tecnologias na perspectiva da Ciência da Informação, em particular na área de armazenamento e recuperação da informação, campos que estão relacionados à cognição humana. Vale salientar que a pesquisa cognitiva na Ciência da Informação focaliza, quase sempre, a interação entre o usuário e o sistema de informação, o que envolve a mediação de outro ser humano, por exemplo, o profissional da informação, ou por uma interface de computador. Robredo (2003) afirma que no contexto atual, dominado

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pela Internet, a Ciência da Informação deve está atenta ao comportamento dos usuários e aos meios utilizados na satisfação das suas necessidades de informação.

Com relação ao desenvolvimento e uso da tecnologia na CI, não podemos deixar de mencionar Vannevar Bush (1945), em seu artigo intitulado “As we may think”, decisivo na história da área, pois já se preocupava com as questões atuais da CI naquela época, tais como:

Qual a maneira eficiente de armazenar e recuperar o conhecimento humano? Como fazer uso apropriado do crescente volume de informações? Como impedir que uma informação relevante passe despercebida em meio a uma abundante geração de conhecimento? Como mecanizar o registro de idéias e experiências de forma a não estacionar no tempo em função da limitada capacidade de memória? (ALVES, 2007, p. 33).

É a partir das considerações acima expostas, que é apresentada as bases teóricas que nossa dissertação se desenvolveu. Ao mesmo tempo em que se incorpora na linha de pesquisa: memória, organização, acesso e uso da informação, pois dá ênfase na relação existente entre usuário e máquina, sempre com destaque no lado humano dessa relação.

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3 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

É perceptível a dificuldade em se definir Sistemas de Informação (SI), pois a sua área de estudo se inquieta com alguns componentes básicos da Tecnologia da Informação (TI), como exemplifica Rodrigues Filho e Ludmer (2005): tecnologia, desenvolvimento, uso e gerenciamento.

Os sistemas de informação, em um passado recente, se baseavam em técnicas de arquivamento e recuperação de informação em grandes arquivos, porém com a popularização da tecnologia da informação essa realidade passou por mudanças profundas, e a quase totalidade dos sistemas de informação de hoje, são suportados por uma base computacional (DIAS, 2006).

Os Sistemas de informação baseado em computador, segundo Stair (1999) são sistemas que empregam hardware, software, bancos de dados, telecomunicações, procedimentos e pessoas para a coleta, armazenamento, transformação de dado em informação e a disseminação dessa informação. Moresi (2000) afirma que os sistemas de informação têm sido desenvolvidos para aperfeiçoar o fluxo de informação relevante no âmbito de uma organização, desencadeando um processo de conhecimento e de tomada de decisão e intervenção na realidade. Rowley (2002) diz que, de modo geral, existe um consenso de que um sistema de informação deve ser estratégico e contribuir para que uma organização possa alcançar os seus objetivos.

Nos sistemas de informação, vários são os instrumentos utilizados para representar o conhecimento de uma dada área do saber, no processo de recuperação da informação, o potencial informativo deve ser avaliado não só pela quantidade, mas, sobretudo pela

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qualidade e possibilidades de acesso à informação, pois, a rapidez com que se pode obter a informação, depende do uso de instrumentos adequados à realidade da clientela. Em suma, sistemas podem ser conceituados como um conjunto de partes inter-relacionadas, interagindo para atingir determinado(s) objetivo(s) (ARAÚJO, 1995). Para Dias (2006), os sistemas de informação devem conter no seu âmbito as informações necessárias para atender às demandas dos seus usuários. Assim sendo, um sistema de informação envolve pessoas, instrumentos e procedimentos organizados para colher, processar, comunicar e difundir elementos que representam informação para o usuário. De acordo com Dias (2006), o usuário assume um papel maior na interação com o sistema, estabelecendo suas próprias opções e construções de saída da informação desejada.

Segundo Dias (2006) na Ciência da Informação, percebe-se que o centro das atenções no que diz respeito à organização da informação nos sistemas de informação é o usuário deste sistema, bem como o seu comportamento de busca. Dentre o estudo sobre o comportamento de busca da informação, procura-se compreender os processos vivenciados pelo usuário na pesquisa, ou seja, o usuário tem um determinado estágio de conhecimento e esse estágio é menor que o necessário para se resolver alguma questão ou problema. Belkin (1980) conceitua esse processo como estado anômalo do conhecimento como critério de busca.

As relações homem-computador têm sido objeto de profundas reflexões e estudos, principalmente na Ciência da Informação, pois trabalha a interface entre homem e computador, com ênfase no lado humano, relevância, utilidade, dentre outros (SARACEVIC, 1996; PINHEIRO; LOUREIRO, 1995). O fato de se dar mais atenção aos sistemas computacionais e na pouca atenção dada aos seus usuários nos aponta para problemas na interação usuários versus sistemas e na subutilização dessas tecnologias (AGNER, 2004). Na verdade todos os esforços estavam mais focados em características técnicas dos sistemas. Hoje já existe uma preocupação em entender que tal ferramenta é utilizada por uma pessoa, e

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posteriormente estudar o comportamento e características desta pessoa, visando tão somente à possibilidade de melhoria no uso desse sistema (MAIA; CEDÓN, 2005).

Essas reflexões e estudos surgiram em função das novas tecnologias para processamento e disseminação da informação e de sua influência no comportamento da sociedade em que vivemos, é o que afirma Heemann (1997). Os sistemas de informação, em sua maioria, foram desenvolvidos, ao longo do tempo, sempre com as atenções voltadas às tecnologias empregadas e não ao uso estratégico ou à adequação aos usuários (STÉBILE, 2001). Arouck (2001) sinaliza que desde a década de 80, foram realizadas periodicamente pesquisas para determinar as questões mais críticas ligada à gestão de sistemas de informação, e dentre os problemas admitidos a avaliação desses sistemas, esteve sempre presente o uso efetivo do sistema, ou seja, a eficácia.

A pesquisa em SI tem tentado identificar inúmeros fatores que afetam o uso de computadores nas organizações (DAVIS; BAGOZZI; WARSHAW, 1989). Assim, inicialmente, procurou-se estudar os fatores que influenciavam o uso de sistemas de informação com o propósito de desenvolver sistemas para as pessoas (DAVIS, 1989).

Os processos de criação dos sistemas devem ser centrados nos usuários, suas interfaces devem ser projetadas com o objetivo de satisfazer as necessidades dos usuários. Rodrigues Filho e Ludmer (2005) entendem que visão centrada no usuário e não no sistema tem como orientação básica desenhar sistemas com as pessoas e não para as pessoas, trazendo toda a experiência do usuário. Para Oliveira (2004) os sistemas que tendem a incomodar ou frustrar os usuários não podem ser sistemas eficazes, seja qual for seu grau de elegância técnica e de eficácia no processamento de dados. Os casos de projetos para sistemas de informação automatizados que fracassaram são muitos, em geral resultando em não-uso, subuso, ou até em sabotagem do sistema, pois este não atinge os objetivos para os quais foi

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projetado, ou os faz de uma forma diferente da prevista. Tal afirmação nos remete a Lei de Mooers, que fala que um sistema de informação, não será usado se for mais difícil obter a informação, que não obtê-la (MOOERS, 1996; SARACEVIC, 1996; DIAS, 2003). Como exemplo, poderíamos citar Machado (2003) que se refere à quantidade de referências bibliográficas resgatadas em uma busca em um determinado sistema, que muitas vezes excede as possibilidades do usuário de convertê-la em informação.

3.1 Recuperação da Informação

O termo recuperação da informação foi criado por Calvin Mooers em 1951, que o definiu como: “aquilo que abrange os aspectos intelectuais da descrição da informação e de suas especificações para busca e também quaisquer sistemas, técnicas ou máquinas que são utilizados para realizar a operação” (SARACEVIC, 1992, p. 7).

A explosão informacional, geradas e consumidas, aumentou expressivamente a dificuldade de recuperar informação nos sistemas manuais. Para Alves et al. (2007) a preocupação com a recuperação da informação já existia em tempos passados, porém ganhou destaque pela ampla utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), sendo uma constante nos estudos da Ciência da Informação. Lopes (2004, p. 81) ainda faz uma colocação interessante, quando diz que “o processo de recuperação da informação está relacionada com crescimento de publicações eletrônicas disponibilizadas na web, por conta da interface amigável da Internet para os usuários.” Para Teixeira e Schiel (1997) o principal benefício no uso de interfaces gráficas, é que elas simulam as atividades do cotidiano do usuário na realização de alguma tarefa nos sistemas de recuperação da informação.

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Pode-se afirma então que a recuperação da informação nasceu como conseqüência natural de uma mudança de paradigma, onde Lopes (2004) constata que estamos diante desse novo paradigma, no que diz respeito à manipulação da informação, desde o emissor até o receptor. Tal paradigma já se estabelecia com relação à biblioteca convencional, onde a mesma não podia mais satisfazer a “necessidade de armazenar e dar acesso rápido e preciso ao grande número de documentos, de outro lado o advento do computador, visto como a ‘grande solução’ para os problemas de armazenamento e recuperação da informação”, como bem afirma Araújo (1995), veio apenas consolidar a mudança paradigmática.

Saracevic (1996), Lopes (2002), Garcia e Silva (2005) fazem menção à evolução histórica que os sistemas de recuperação da informação apresentam em duas linhas de investigação. Sendo a primeira versando sobre a abordagem computacional e a segunda linha no comportamento de busca dos usuários.

A abordagem computacional, como o próprio nome diz, está mais relacionada às pesquisas na área da Ciência da Computação, porém existem pesquisadores da Ciência da Informação inseridos nesse mesmo enfoque (GARCIA; SILVA, 2005). As investigações de recuperação da informação, na abordagem computacional envolvem o uso de sistemas de recuperação da informação, no que diz respeito à utilização de softwares, ou seja, é focada nos sistemas de recuperação da informação algorítmicos (GARCIA, 2007).

O objeto de maior importância, segundo Garcia e Silva (2005) na visão computacional são os mecanismos de armazenagem e recuperação, isto é, a forma de entrada da informação (input) e como essa informação será posteriormente recuperada (output). Tal linha de investigação nos remete a visão sistêmica, preconizada na década de 50 por Von Bertalanffy, onde postulava uma abordagem de todos integrados, assim a concomitância do surgimento da

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visão sistêmica e o advento do computador, bem como a explosão da literatura, fez emergir e consolidar a entidade sistema de recuperação da informação.

A segunda linha de investigação com relação aos sistemas de recuperação da informação é a linha que trata da abordagem centrada no usuário, onde os estudos e pesquisas se dão no âmbito comportamental de busca dos usuários desses sistemas. Conforme Garcia (2007), Garcia e Silva (2005), na ótica da recuperação da informação centrada no usuário o que se observa é que não é o sistema de recuperação que recupera a informação e sim o relacionamento que ocorre entre o usuário e a máquina, através dos símbolos que esse usuário recebe da máquina. Ou seja, um sistema de recuperação da informação não transforma o conhecimento do usuário no assunto de sua pesquisa, ele simplesmente informa a localização dos documentos relativos ao pedido do usuário (CAPURRO; HJØRLAND, 2003).

Assim, a perspectiva centrada no usuário expande as fronteira do sistema de recuperação da informação com a incorporação do componente humano e do ambiente em que acontece a busca por informações, o olhar se processa agora para os seres humanos que usam sistemas de recuperação da informação (GARCIA, 2007).

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4 ESTUDOS DE USUÁRIOS

Estamos vivenciando um momento onde as necessidades do homem modificam-se com as constantes inovações, principalmente se olharmos do ponto de vista tecnológico. Segundo Carvalho et al. (2001) para a Ciência da Informação acompanhar essas necessidades, deverá dá destaque à figura do indivíduo enquanto potencializador do uso informacional, através de estudos que enfatizam o usuário e suas necessidades de informação.

Para Neves e Carvalho (2000) o tema estudo de usuários tem estado em ascensão na área de Ciência da Informação, Reis (2007, p. 53) considera que “desde meados do século passado a CI vem aperfeiçoando seus fundamentos teórico-metodológicos a fim de compreender melhor o comportamento de busca de informação dos seres humanos”. Teixeira (2004) diz que tais investigações objetivam descobrir seus hábitos para a obtenção da informação, bem como os processos de busca.

E o que finalmente são os estudos dos usuários? A seguir algumas definições encontradas na literatura:

Estudos de usuários são investigações que se fazem para saber o que os indivíduos precisam em matéria de informação, ou então, para saber se as necessidades de informação por parte dos usuários de uma biblioteca ou de um centro de informação estão sendo satisfeitas de maneira adequada (FIGUEIREDO, 1994, p. 7).

Para Sanz Casado (1994) os estudos de usuários são conjuntos de estudos que tratam de analisar qualitativamente e quantitativamente os hábitos de informação dos usuários mediante a aplicação de distintos métodos, entre eles os matemáticos, em relação a seu consumo de informação.

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Duarte (2000) acrescenta que tais estudos, inicialmente se deram por causa da maneira como os cientistas e técnicos procediam para obter determinadas informações ou como esses profissionais usavam a literatura nas suas respectivas áreas. Para Miranda (2006) esses estudos iniciaram-se para responder à explosão de informações científicas e as novas tecnologias.

Os estudos de usuários podem ser considerados como um processo de pesquisa objetiva, onde se compreende as necessidades de informação e os usos da informação (MIRANDA, 2006; WILSON, 2000). Para Borges (2005), Aguiar, Diniz e Medeiros (2002) são investigações que têm o foco no sistema, indivíduos ou grupos beneficiados com os serviços oferecidos por unidades de informações.

Falando um pouco mais sobre as necessidades de informação, poderíamos dizer que o conceito de necessidade de informação é bastante ambíguo e de complexa definição. Conforme Nascimento e Weschenfelde (2002) em algumas condições, a necessidade de informação não pode ser especificada claramente porque não está disponível ou simplesmente porque o usuário não tem consciência desta necessidade e não é capaz de expressá-la. Sua caracterização é um campo clássico da Ciência da Informação. Le Coadic (1996) afirma que as necessidades de informação traduzem um estado de conhecimento no qual alguém se encontra quando se confronta com a exigência de uma informação que lhe falta e lhe é necessária para prosseguir um trabalho. Muda com o tempo sob o efeito da exposição às diferentes informações iniciais e é produzida dinamicamente gerando novas necessidades. As necessidades de informação são definidas no plano pessoal sendo, portanto subjetivas e únicas, devendo admitir o individuo como o centro do fenômeno (MARTUCCI, 1997).

Ferreira (1997) cita que em alguns estudos, o usuário que busca e usa informação, deve estar consciente das fontes e dos serviços de informação disponíveis em seu ambiente,

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bem como que, as suas necessidades de informação são influenciadas pela organização dos sistemas e pelo conteúdo temático disponível, incluindo formato, quantidade e atualização das informações. Ferreira (1997) ainda afirma que os estudos de necessidade e uso da informação evoluíram de uma abordagem tradicional para uma abordagem alternativa, ou seja, baseiam-se em dois tipos de abordagens, como veremos adiante:

 Abordagem conservadora ou tradicional (system-oriented approch): conhecida como aquela centrada no sistema e na observação de grupos de usuários. São caracterizadas principalmente por colocar as atividades técnicas dos sistemas de informação no ponto central das atenções, percebendo assim o usuário como um componente secundário que deve se adequar às características do serviço de informação e conseqüentemente “compreende a informação como algo objetivo, que existe externa e independentemente do indivíduo” (AGUIAR; DINIZ; MEDEIROS, 2002, p. 2). Segundo Ferreira (1995) e Duarte (2000) a abordagem conservadora além de se concentrar nos conteúdos ou na tecnologia, não tem pesquisado os fatores que geram o confronto do usuário com a máquina, nem tampouco as conseqüências desse encontro, considerando apenas, a tarefa de localizar fontes e informações.

Alguns teóricos estudaram as necessidades e usos da informação através da admissão de novas visões, como o conceito de sentido e de percepção. Esses estudos foram denominados, ao longo do tempo, de abordagem alternativa.

 Abordagem alternativa (user-oriented approch): é aquela que coloca o indivíduo no centro e na análise das características de cada usuário. Nessa nova visão, o usuário de um sistema de informação passa a ser observado como um cliente e o seu comportamento e os seus processos cognitivos tornam-se o foco dos estudos

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(DERVIN; NILAN, 1986). Nascimento e Weschenfelde (2002) citam que na abordagem alternativa o foco é o usuário, destacando os aspectos subjetivos da busca da informação, “[...] levando em consideração as tarefas de interpretação, formulação e aprendizagem envolvidas no processo de busca da informação” (FERREIRA, 1995, p. 3). Diferentemente da abordagem tradicional, as características da abordagem alternativa traz o entendimento de que o sistema de informação tem em seu usuário sua “razão de ser”, devendo, pois, se adaptar às necessidades informacionais e aos comportamentos de busca e uso de informação dele (FERREIRA, 1997; AGUIAR; DINIZ; MEDEIROS, 2002).

Ainda dentro da abordagem alternativa, Ferreira (1997) explica que na Ciência da Informação, essa abordagem vem sendo trabalhada a partir de diferentes aspectos, abaixo no Quadro 1, alguns modelos citados pela autora:

Valor agregado da informação (User-values) – Segundo Robert Taylor (1986 apud MIRANDA,

2006), idealizador do modelo, o ambiente de uso da informação é definido como um conjunto de elementos que afeta o fluxo e o uso das mensagens, define entidades ou grupos de clientes e determina o critério pelo qual o valor da informação será julgado em um dado contexto.

Estado de anomalia do conhecimento (Anomalous State-of-Knowledge) – Modelo criado por

Belkin (1980) mostra que os indivíduos em situações problemáticas, ao sentirem inadequação no seu estado de conhecimento, passam a buscar informações. O processo tem início com uma dúvida, que motiva o usuário a buscar informação para suprir sua deficiência (BELKIN, 1980).

Abordagem do processo construtivo (Constructive Process Approach) – Na abordagem proposta

por Carol Kuhlthau (1991), o processo de busca de informação é uma atividade construtivista do usuário para encontrar significado, a partir da informação, a fim de ampliar seus conhecimentos sobre determinado problema ou assunto.

Abordagem da produção de sentidos (Sense-making) – Desenvolvida por Brenda Dervin (1986), o

modelo sense-making demonstra que a realidade não é completa nem constante, sendo permeada de descontinuidades fundamentais e difusas, vazios (lacunas). Busca e uso da informação são vistos como atividades construtivistas, como criação pessoal do sentido individual do ser humano (FERREIRA, 1997).

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Os trabalhos de Taylor (1986 apud MIRANDA, 2006), Belkin (1980), Kuhlthau (1991) e Dervin (l986), apenas para citar alguns, são um dos mais representativos do paradigma centrado no usuário ou paradigma alternativo.

Para Lucas et al. (2008) é importante afirmar a importância dos estudos de usuários, pois as necessidades de informação dos indivíduos estão sujeitas a inúmeras variáveis, que podem atender ou não a expectativa dos mesmos. Conforme Ferreira (1995) identificar as necessidades informacionais torna-se primordial, pois além de dependerem de cada indivíduo que as buscam, mudam com o passar do tempo.

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5 TEORIAS SOBRE ACEITAÇÃO DE TECNOLOGIA

Carvalho (2006) diz que na literatura em Ciência da Computação são mais comuns os estudos voltados para os componentes técnicos dos sistemas, por outro lado a Ciência da Informação veio para modificar essa abordagem, dando mais importância ao uso efetivo dos sistemas e dos atributos de qualidades percebidas pelos usuários. Entender porque as pessoas usam ou rejeitam computadores tornou-se um dos mais desafiadores temas em pesquisas sobre os sistemas de informação (DAVIS; BAGOZZI; WARSHAW, 1989).

Silva (2006) destaca a importância de não se ter apenas um olhar técnico, ou seja, direcionar as atenções aos requisitos oferecidos pela tecnologia, para entender a utilização da tecnologia da informação, mas sim buscar compreender o comportamento de quem irá a utilizar. Na literatura, é possível identificar diversas teorias que tentam prever o impacto da tecnologia no comportamento humano, contudo nessa pesquisa nos aprofundaremos no

Technology Acceptance Model (TAM), modelo plenamente aplicável ao problema da

pesquisa: ser específico para os usuários de sistemas de informação e ter a vantagem de possuir uma forte base teórica, além do amplo apoio empírico através de validações, aplicações e replicações. Entretanto faremos uma breve revisão de literatura sobre duas teorias que se destacaram como teorias de aceitação de tecnologia. São elas: Theory of Reasoned Action (TRA) e a Theory of planned behavior (TPB).

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5.1 Theory of Reasoned Action (TRA)

A Teoria da Ação Raciocinada (TRA) tem a sua gênese na psicologia social, que busca identificar os fatores determinantes do comportamento conscientemente intencional (FISHBEIN; AJZEN, 1979). Definem as relações entre crenças, atitudes, normas, intenções e comportamento, isto é, um determinado comportamento (Behavior), por exemplo, utilização ou rejeição de tecnologia, é fruto de uma intenção (Intention) em realizar o comportamento, e essa intenção é influenciada conjuntamente pela a atitudes (Attitudes) do individuo, sendo essa atitude determinada por crenças (Beliefs) e normas subjetivas (Subjective Norms) em relação ao comportamento visado (QUINTELLA; PELLICIONE, 2006). Para Fishbein e Ajzen (1979) os elementos formadores das atitudes são as crenças, que se referem a informações que o sujeito tem a respeito de um determinado objeto e as normas subjetivas, que é a percepção de uma avaliação externa quanto a adotar ou não determinado comportamento. De acordo com o TRA, a intenção determina o comportamento efetivo, que se refere a atos observáveis (FISHBEIN; AJZEN, 1979).

Poderíamos exemplificar a TRA em nosso problema de pesquisa da seguinte forma: imagina-se um usuário que tem a intenção consciente de utilizar um determinado sistema de informação, derivado da atitude de uso, que pode ser positiva ou negativa, seguida de normas subjetivas, que refere-se a percepção que o usuário tem da opinião de outras pessoas. Segundo Oliveira Jr. (2006) as pessoas escolhem desempenhar um comportamento, mesmo não estando de acordo com ele e suas conseqüências, caso acreditem que determinada pessoa pensa que este deveria ser seu comportamento e se estiverem motivadas a agradar a esta pessoa.

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O modelo foi utilizado para fazer previsões precisas de escolha humana em situações tão diversas como votar nas eleições e consumo de bebidas alcoólicas, sendo constatada que a teoria se adaptava bem na previsão de escolha entre alternativas (DILLON; MORRIS, 1996).

O modelo TRA é apresentado a seguir na Figura 1:

Figura 1 – Teoria da Ação Raciocinada

Fonte: (FISHBEIN; AJZEN, 1975).

A TRA considera que as pessoas comportam-se de forma racional, avaliando o que têm a perder e a ganhar com a manifestação de suas atitudes. Então, idéias, metas pessoais, valores, crenças e atitudes influenciam o comportamento que emitem no trabalho; se acreditarem, por exemplo, que compartilhar conhecimento lhes trará benefícios, tenderão a ser favoráveis ao compartilhamento (FISHBEIN; AJZEN, 1979; DAVENPORT; PRUSAK, 1998).

A teoria da ação raciocinada já foi extensamente pesquisada e mostrou sucesso na previsão e explicação do comportamento humano em variadas áreas (DAVIS, BAGOZZI; WARSHAW, 1989). Segundo Davis (1986), por ser tão generalizável e também por integrar diversas perspectivas teóricas da psicologia, anteriormente empregadas em pesquisas de aceitação de sistemas de informação, a TRA deveria ser perfeitamente apropriada para o estudo dos determinantes do uso de computadores como um caso específico.

Comportamento Comportamento Comportamento Comportamento Intenção Intenção Intenção Intenção Atitudes Atitudes Atitudes Atitudes Normas Subjetivas Normas Subjetivas Normas Subjetivas Normas Subjetivas Crenças CrençasCrenças Crenças

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5.2 Theory of Planned Behavior (TPB)

Embora a TRA tenha sido muito utilizada para examinar a aceitação do usuário, com relação a tecnologia, outras perspectivas teóricas também foram utilizadas (DILLON; MORRIS, 1996).

Mais de uma década depois da TRA, Ajzen (1991) propõe a Teoria do Comportamento Planejado (TPB), que complementa a TRA, agregando-lhe mais um construto de intenção de uso: controle comportamental percebido (Perceived behavioral

control) (DILLON; MORRIS, 1996).

Segundo Ajzen (1991) a TBP é uma teoria projetada para prever e explicar o

comportamento humano em contextos específicos, como exemplo, em sistemas de informação. O controle comportamental percebido reflete a crença sobre o acesso aos recursos e às oportunidades necessárias para se desempenhar determinado comportamento (OLIVEIRA JR, 2006). Como regra geral, quanto mais forte a intenção de envolver-se em um comportamento, o mais provável deverá ser o seu desempenho.

Ajzen (1991) entende que a intenção de comportamento se reflete no comportamento se a pessoa decidir por vontade própria adotar ou não o comportamento, ou seja, pelo controle percebido que ela tem sobre o comportamento que deseja. O comportamento é produto de uma série de eventos cognitivos e afetivos, precedidos muitas vezes pela intenção consciente de agir.

Para uma melhor compreensão sobre a TPB, pode-se observar, a partir de um diagrama estrutural, a semelhança que essa Teoria tem com a TRA, conforme falado anteriormente, apenas diferindo pelo construto controle comportamental percebido.

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Figura 2 – Teoria do Comportamento Planejado

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““““Pois quando a sabedoria entrar no teu coração, e o conhecimento for

Pois quando a sabedoria entrar no teu coração, e o conhecimento for

Pois quando a sabedoria entrar no teu coração, e o conhecimento for

Pois quando a sabedoria entrar no teu coração, e o conhecimento for

agradável à tua alma, o bom siso te guardará e a inteligência te conservará

agradável à tua alma, o bom siso te guardará e a inteligência te conservará

agradável à tua alma, o bom siso te guardará e a inteligência te conservará

agradável à tua alma, o bom siso te guardará e a inteligência te conservará.”

.”

.”

.”

(Provérbios 2:10-11)

CAPÍTULO III

MODELO DE ACEITAÇÃO DE

TECNOLOGIA

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1 TECHNOLOGY ACCEPTANCE MODEL (TAM)

O Technology Acceptance Model, mais conhecido como modelo de aceitação de tecnologia (TAM), foi proposto por Davis (1989), sendo uma adaptação do modelo da Teoria da Ação Raciocinada (TRA), já mencionada anteriormente. Porém segundo Davis (1989), por ser tão universal, o TRA foi modificado especificamente, para criar modelos de aceitação em tecnologia da informação, como no caso específico do TAM.

A intenção de desenvolvimento do modelo TAM originou-se de um contrato da

International Business Machines (IBM) Canadá com o Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos meados dos anos 1980 para avaliar o potencial de mercado para novos produtos da marca e possibilitar uma explicação dos determinantes da utilização de computadores (DAVIS; BAGOZZI; WARSHAW, 1989).

Davis (1989) propôs o TAM para focar no porquê dos usuários aceitarem ou rejeitarem a tecnologia da informação e como melhorar a aceitação, oferecendo, desse modo, um suporte para prever e explicar a aceitação. Davis (1989) conduziu um survey em um grupo de 112 usuários na IBM do Canadá e em 40 estudantes do Master in Business Administration (MBA) da Universidade de Boston. A validação do modelo TAM foi baseada na aceitação de um software editor de texto (DAVIS, 1989; SÁ, 2006). Silva (2006) acrescenta que Davis (1989) nesta amostra constatou que a utilidade percebida teve maior impacto no comportamento que a facilidade percebida. O modelo TAM tem a vantagem de ser específico para tecnologia da informação e tem uma forte base teórica, além do amplo apoio empírico, como afirma Davis (1989).

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O modelo TAM foi projetado para compreender a relação causal entre variáveis externas de aceitação dos usuários e o uso real do computador, buscando entender o comportamento destes usuários através do conhecimento da utilidade e da facilidade de utilização percebida por eles (DAVIS, 1989). Para Davis (1989) as pessoas tendem a usar ou não uma tecnologia com o objetivo de melhorar seu desempenho no trabalho – utilidade percebida. Porém, mesmo que essa pessoa entenda que uma determinada tecnologia é útil, sua utilização poderá ser prejudicada se o uso for muito complicado, de modo que o esforço não compense o uso – facilidade percebida. Sendo assim, o modelo TAM está baseado basicamente em dois construtos: a utilidade percebida e a facilidade de uso percebida, sendo que ambos mediam completamente os efeitos das variáveis externas, como características do sistema, processo de desenvolvimento, treinamento, na intenção de uso (DAVIS, 1989). A intenção deste modelo é representar o impacto de fatores externos relacionados ao sistema de informação, sobre aqueles internos do indivíduo, como as atitudes e intenções de uso. (DAVIS; BAGOZZI; WARSHAW, 1989; DAVIS 1989; DILLON; MORRIS, 1996; LEE; KOZAR; LARSEN, 2003;VENKATESH et al., 2003).

Davis (1989) define os dois principais determinantes do modelo TAM da seguinte maneira:

• Utilidade percebida - Grau em que uma pessoa acredita que o uso de um sistema particular pode melhorar o seu desempenho;

• Facilidade de uso percebida - É o grau em que uma pessoa acredita que o uso de um sistema de informação será livre de esforço.

O exposto na figura a seguir sugere que os indivíduos usarão uma determinada tecnologia se acreditarem que este uso fornecerá resultados positivos, focalizando-se na facilidade de uso percebida (Perceived Ease of Use) e na utilidade percebida (Perceived

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