• Nenhum resultado encontrado

PARECER JURÍDICO SINTEGO - SINDICATO DOS TRABALHADORES NA EDUCAÇÃO DO ESTADO DE GOIÁS Assunto - GREVE SERVIDORES PÚBLICOS Data - 15 de maio de 2015

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "PARECER JURÍDICO SINTEGO - SINDICATO DOS TRABALHADORES NA EDUCAÇÃO DO ESTADO DE GOIÁS Assunto - GREVE SERVIDORES PÚBLICOS Data - 15 de maio de 2015"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

PARECER JURÍDICO

SINTEGO - SINDICATO DOS TRABALHADORES NA EDUCAÇÃO DO ESTADO DE GOIÁS

Assunto - GREVE SERVIDORES PÚBLICOS Data - 15 de maio de 2015

ASPECTOS JURÍDICOS SOBRE A GREVE DOS TRABALHADORES NA EDUCAÇÃO DO ESTADO DE GOIÁS

I- INTRODUÇÃO

Este parecer tem a finalidade de instruir juridicamente o SINTEGO e sua categoria acerca dos aspectos jurídicos sobre a greve no serviço público, suas implicações e consequências judiciais, direitos e seus limites, a fim de instruir nesse campo a greve deflagrada pelos trabalhadores da educação da rede estadual de ensino do Estado de Goiás.

Como direito conquistado pelos trabalhadores, o direito de greve no Brasil nem sempre foi concedido aos servidores públicos. Na história constitucional brasileira apenas a Constituição de 1988 garantiu o direito de greve aos servidores públicos.

A partir da Constituição de 1988, deixou para o legislador a incumbência de regulamentar o direito de greve dos servidores públicos, contudo até hoje o poder legislativo não cumpriu esta regulamentação.

O Brasil tornou-se signatário da Convenção n˚ 151 da Organização Internacional do Trabalho, esta convenção trata das relações trabalhista no serviço público, mas a assinatura desta norma não garante efetivamente que tais regulamentações serão cumpridas internamente, devida a inúmeras dificuldades culturais e a própria legislação que ainda não se adequou aos princípios que norteiam aquela Convenção.

(2)

Uma das dificuldades é o cumprimento do artigo 8˚ daquela Convenção estabelecendo como princípio a criação de meios adequados de negociação entre as partes para um processo que dê garantias de independência e imparcialidade, tal como a mediação, a conciliação ou a arbitragem. No serviço público brasileiro não há esse processo de resolução de conflitos entre os trabalhadores e o Poder Público, na maioria das vezes, mesmo que se atenda às reivindicações dos grevistas, esbarra-se no complicado processo legislativo brasileiro.

A demora do Poder Legislativo em regulamentar o direito de greve, levou o STF, ao julgar os MIs 670, 708 e 712, onde reconheceu, por analogia aplicar a Lei 7.783/89, que cuida da greve no setor privado. Não é a ideal, pois atende especificamente ao setor privado e há muitas dificuldades para se aplicar o direito de greve dos servidores públicos.

Este parecer cuida de analisar os aspectos da Lei 7.783/89, a partir da decisão do STF, onde os tribunais têm reconhecido o seu alcance para regulamentar a greve deflagrada pelo SINTEGO no dia 13/05/2015.

II- O DIREITO DE GREVE NA LEI 7.783/89

Para deflagrar a greve, caberá aos trabalhadores decidirem sobre a oportunidade de exercê-la e sobre os interesses que devam por meio dele defender, desde que o Sindicato correspondente, na forma de seu Estatuto, em assembleia geral, defina as reivindicações da categoria e delibere sobre a paralisação. 1

Este requisito foi atendido pelo SINTEGO, a greve foi deflagrada mediante convocação de assembleia geral, nos termos do seu Estatuto onde foi

1 Art. 1ºÉassegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir

sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.

Parágrafo único. O direito de greve seráexercido na forma estabelecida nesta Lei.

(…)

Art. 4ºCaberáàentidade sindical correspondente convocar, na forma do seu estatuto, assembléia geral que definiráas reivindicações da categoria e deliberarásobre a paralisação coletiva da prestação de serviços.

(3)

definida a pauta de reivindicações e deliberada a paralisação coletiva da prestação de serviços.

Outro quesito adotado pelo SINTEGO foi a tentativa de uma solução pacífica do conflito através da negociação direta, satisfazendo o disposto no artigo 3˚2 da referida lei, que falta ao Poder Público a possibilidade de resolução do conflito via arbitral contrariando os princípios da Convenção 151 da OIT.

Foram realizadas várias negociações com a Secretaria de Educação, conforme comprovam os ofícios expedidos pelo Sindicato e mais a resposta da Secretária de Educação, que é a responsável pela negociação com o SINTEGO. No entanto, as reivindicações da categoria não foram atendidas, razão pela qual o movimento paredista foi deflagrado.

Outro aspecto seguido foi a comunicação da paralisação, sendo o serviço público educacional essencial, assim, o prazo para comunicação é de 72 horas, conforme artigo 13 da lei em comento 3. A Secretaria de Educação foi comunicada no dia 08/05/2015 e a greve deflagrada a partir do dia 13/05/2015.

A Lei 7.783/89 limita a greve nas atividades consideradas essenciais, porém o seu artigo 9˚ estabelece os tipos de serviços imprescindíveis, os quais se tem entendimento judicial que todos os serviços publico, em especial a Educação, sejam essenciais à comunidade.

O artigo 114 da lei prevê a possibilidade de um acordo entre o SINTEGO e a Secretaria de Educação, para garantir a prestação mínima de serviços durante o movimento grevista.

2Art. 3ºFrustrada a negociação ou verificada a impossibilidade de recursos via

arbitral, éfacultada a cessação coletiva do trabalho.

3Art. 13 Na greve, em serviços ou atividades essenciais, ficam as entidades

sindicais ou os trabalhadores, conforme o caso, obrigados a comunicar a decisão aos empregadores e aos usuários com antecedência mínima de 72 (setenta e duas) horas da paralisação.

4Art. 11. Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores

e os trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.

(4)

Todavia, o Poder Público não abre canais de negociação desse porte sendo que geralmente é realizado pelo Poder Judiciário. Por maioria das vezes a garantia de continuação aos serviços essenciais é feita com percentuais variando entre 30% a 50% dos trabalhadores

III- CONTRATOS TEMPORÁRIOS

Na legislação, os chamados temporários não possuem qualquer garantia de estabilidade no emprego, sendo seu contrato especial com tempo determinado e que pode ser rescindido a qualquer tempo e modo.

A Lei 7.783/89 diz em seu artigo 6º que não poderá haver violação ou constrangimento ao direito e garantia fundamental de cada grevista. O direito de paralisação uma garantia Constitucional.

Assim sendo, a rescisão do contrato de trabalho nesta fase caracteriza ilegalidade, muito embora não tendo ainda qualquer pronunciamento do Poder Judiciário neste aspecto.

Mesmo que não haja garantias de estabilidade de emprego do professor ou trabalhador em regime de contrato temporário, não é comum o Poder Público rescindir o contrato antes do tempo determinado. Além de ser considerado um ato ilegal, haveria muita dificuldade de contratar novos profissionais durante a greve.

IV - ESTÁGIO PROBATÓRIO

Dúvidas quanto à situação do trabalhador em estágio probatório surgem aos que querem aderir ao movimento grevista, preocupados sobre o resultado da sua avaliação profissional que está em andamento, levando em consideração que ainda não estáveis em seu cargo.

A resposta que se dá é negativa, a greve não constitui elementos para avaliação do servidor em estágio probatório, tampouco, sua conduta não

(5)

será considerada desabonadora, conforme entendimento em Súmula 316 do STF, e tema já pacificado no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás.5

Os que estiverem em estágio probatório não poderão sofrer qualquer sanção administrativa ou má avaliação ao fim do estágio caso venham aderir ao movimento grevista.

V - CORTE DE PONTO

Esta é a maior interrogação do trabalhador que adere à greve convocada pelo Sindicato. A dúvida consiste em saber se haverá, por parte do Poder Público, o corte de ponto dos dias que faltar ao serviço em função da greve.

Não há na legislação constitucional ou infraconstitucional qualquer garantia de que não haverá descontos dos dias parados. A Lei 7.783/89 não tratou deste assunto e o Poder Judiciário também não unificou o entendimento nesse sentido.

No âmbito do Superior Tribunal de Justiça, o entendimento é de que os descontos são considerados legítimos, mesmo que a greve não seja abusiva, ou seja, garante o direito à greve, no entanto, permite ao Poder Público efetuar os descontos dos dias parados.

No Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, órgão a quem cabe decidir sobre a greve em questão, o entendimento não é pacífico, ora entende-se que não poderá haver corte de pontos se a greve não é considerada ilegal, ora

5MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. PROFESSORES

GREVISTAS AINDA EM ESTÁGIO PROBATÓRIO. GREVE. DIREITO INSERIDO NA CARTA MAGNA. DESCONSTITUIÇÃO DO ATO COATOR. POSSIBILIDADE. Estando o direito de greve

assegurado na Constituição Federal (arts. 9ºe 37), com aplicação da Lei Federal nº7.783/89, impossível aplicar sanção ao servidor que, mesmo em estágio

probatório, aderiu ao movimento. Ademais, não se pode considerar sua

participação em movimento paredista desabonador de sua conduta, mormente por estar equiparado ao servidor estável, conforme precedentes do Supremo Tribunal Federal. SEGURANÇA CONCEDIDA.

(TJGO, MANDADO DE SEGURANCA 129774-43.2012.8.09.0000, Rel. DES. FAUSTO MOREIRA DINIZ, 6A CAMARA CIVEL, julgado em 11/12/2012, DJe 1208 de 19/12/2012)

(6)

entende-se que o Poder Público tem o poder de descontar os dias parados, sendo a greve abusiva ou não.67

6AÇÃO DECLARATÓRIA. DISSÍDIO COLETIVO DE SERVIDOR MUNICIPAL. REGULAMENTAÇÃO DA

LEI DE GREVE DOS TRABALHADORES EM GERAL. LEI Nº7.783/1989. COMPETÊNCIA PARA A CAUSA. ABUSIVIDADE E ILEGALIDADE DA GREVE. DESCONTO DOS DIAS PARADOS.

IMPROCEDÊNCIA. I- Por força do julgamento dos Mandados de Injunções nos 670/ES e 708/DF, firmou-se o entendimento de que, em casos de dissídios coletivos no serviço público, a legislação aplicável, considerada a omissão legislativa à espécie, éa que regulamenta o direito de greve dos trabalhadores em geral, Lei nº7.783/1989, como modo de preservar a qualidade desse direito, topologicamente consagrado na Constituição Federal de 1988 como uma garantia fundamental;

exegese do art. 9ºe inciso VII do art. 37. Também nesses julgados teve-se por firmado, enquanto perdurar a lacuna legislativa, ser de competência do Tribunal de Justiça Estadual as paralisações no âmbito da jurisdição estadual e

municipal, se a controvérsia estiver adstrita a uma unidade da federação, ou a greve for de âmbito local municipal ou estadual. II- Havendo mostras de que o movimento paredista derivou da inércia contumaz da Alcaide do Município de Valparaíso de Goiás, que se negava àcomposição dos interesses e direitos, de naturezas econômico-jurídicos, dos professores da rede pública municipal, como modo de alienação àforça de trabalho, sendo dela a atitude reprovável, não se pode declarar abusiva a greve que se arrima justamente na busca desses direitos negados e interesses desatendidos; movimento esse que se mostrou único meio de impulsionar a devida garantia constitucional. III- Apesar do art. 7ºda Lei nº 7.783/89 dispor que a participação em greve suspende o contrato de trabalho, assentando a ausência de segurança quanto ao desconto ou não dos dias parados, certo éque, no caso em comento, o dissídio levantado em sede coletiva, cuja abusividade não se reconheceu, descabe o desconto dos dias não trabalhados. AÇÃO DECLARATÓRIA JULGADA IMPROCEDENTE.

(TJGO, ACAO DECLARATORIA 187225-94.2010.8.09.0000, Rel. DES. LEOBINO VALENTE CHAVES, 1A CAMARA CIVEL, julgado em 15/02/2011, DJe 788 de 29/03/2011)

7AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. TUTELA ANTECIPADA. AUSÊNCIA DOS

REQUISITOS. DESCONTOS PELOS DIAS PARADOS DOS SERVIDORES EM GREVE. LEGALIDADE. AUSÊNCIA DE FATOS NOVOS. 1- Conforme jurisprudência reiterada do Superior Tribunal de Justiça não háilegalidade dos descontos realizados nos vencimentos dos servidores públicos em greve. 2- Confirma-se o ato judicial recorrido quando não foram atendidos os requisitos do artigo 273 do Código de Processo Civil, quais sejam, prova inequívoca do direito alegado e o juiz se convença da verossimilhança da alegação. 3. O agravo de instrumento érecurso secundum eventus litis, de modo que a matéria nele tratada atém-se a análise do acerto ou desacerto da decisão agravada. 4. Deve ser mantida a decisão monocrática agravada quando o recorrente não apresenta fatos ou fundamentos novos aptos a modificar os fundamentos ali expendidos pelo relator 5. Agravo regimental conhecido e desprovido.

(TJGO, AGRAVO DE INSTRUMENTO 33824-36.2014.8.09.0000, Rel. DES. GERALDO GONCALVES DA COSTA, 5A CAMARA CIVEL, julgado em 13/03/2014, DJe 1507 de 20/03/2014)

(7)

A fim de sanar as ambiguidades quanto ao posicionamento do nosso Tribunal de Justiça, o Governo do Estado de Goiás se adiantou e quis regulamentar indevidamente o direito de greve dos servidores.

Editou o Decreto n˚ 7.964, de 14 de agosto de 2013, e em artigos 1˚ e 2˚, previam:

Art. 1º Em caso de greve, paralisação ou retardamento na prestação de atividades ou serviços públicos no

âmbito da Administração direta, autárquica e

fundacional do Poder Executivo, os Secretários de Estado e os dirigentes de Autarquias e Fundações promoverão, relativamente aos agentes públicos que participarem de tais movimentos, a adoção imediata das seguintes providências:

I – convocação expressa dos servidores, mediante

publicação no Diário Oficial do Estado, para

reassumirem, de maneira integral e sem demora, o exercício das suas funções;

II – instauração de procedimento

administrativo-disciplinar, na forma da Lei nº 10.460, de 22 de

fevereiro de 1998, e Lei nº 13.800, de 18 de janeiro de

2001, para a apuração de faltas funcionais e aplicação de penalidades administrativas aos faltosos, sem prejuízo das de ordem civil e penal;

III – desconto, na respectiva folha de pagamento, do valor referente aos vencimentos e às vantagens dos dias de falta ao serviço por motivo de greve ou paralisação. Parágrafo único. Somente em caso de acordo celebrado pela categoria profissional com o Poder Público, a fim de que haja a reposição dos dias não trabalhados e após comprovação do efetivo cumprimento da medida, é que será autorizado o pagamento dos valores relativos a vencimentos e vantagens anteriormente descontados da folha de pagamento do servidor.

Art. 2º Serão imediatamente exonerados os ocupantes de cargos de provimento em comissão e dispensados os que exerçam função de confiança ou gratificada que vierem a participar de greve, paralisação ou retardamento na prestação de atividades ou serviços públicos.

Parágrafo único. Os Secretários de Estado e dirigentes de Autarquias e Fundações encaminharão ao Governador do Estado e ao Secretário de Estado da Casa Civil a relação dos servidores que incorrerem nas situações descritas no caput deste artigo, para a adoção das

(8)

comissão ou desligamento da função de confiança ou gratificada.

Porém, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, julgou-o inconstitucional8. O entendimento do tribunal foi que o decreto mais prejudicava do que abonava os servidores públicos em seu movimento grevista, interpretando que o decreto estaria punindo seu direito garantido constitucionalmente.

Como se verifica, o corte de ponto e uma série de retaliações foram considerados inconstitucionais pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, razão pela qual nos leva a acreditar que os descontos dos dias parados não serão efetivados, mesmo sem a necessidade de qualquer ação judicial prévia.

No mesmo dia em que fora deflagrada a greve dos trabalhadores em Educação de Goiás, 13/05/2015, o Tribunal de Justiça de São Paulo conferiu decisão proibitiva de descontar os dias paralisados da greve dos professores daquele Estado, o que nos faz acreditar em uma decisão idêntica no Tribunal de Justiça de Goiás.

8Assim, afiguram-se inconstitucionais as determinações dos arts. 1º e 2º do

Decreto Estadual n. 7.964/2013, posto violadoras do direito constitucional de greve dos servidores públicos estaduais, por permitirem a aplicação de

penalidades administrativas em função de simples participação de servidor público estadual em movimento paredista. VI –Aplicação da técnica da

interpretação conforme àConstituição na espécie. Não cabimento. A aplicação da interpretação conforme a Constituição sóéadmissível se não configurar violência contra a expressão literal do texto e não alterar o significado do texto

normativo, que implicaria uma mudança na própria concepção original do legislador, no caso, do Governador do Estado, como aconteceria no caso em deslinde, no qual o intuito do Decreto vergastado foi unicamente punir os

servidores públicos que participarem de movimentos paredistas, obstando, por consequência, seu direito de greve. Assim sendo, não háfalar em aplicação da técnica da interpretação conforme a Constituição na situação em deslinde, sob pena de estar o Poder Judiciário atuando como legislador positivo, em nítida afronta ao princípio da separação de poderes, previsto no artigo 2ºda

Constituição Federal. Ação Direita de Inconstitucionalidade parcialmente procedente. (Ação Direta de Inconstitucionalidade Nº201392965713)

(9)

VI - DA PAUTA DE REIVINDICAÇÕES E AS AÇÕES QUE PODERÃO SER AJUIZADAS

A pauta de reivindicação constante do Ofício n˚ 105/15/PR-SG - SINTEGO/SEDUCE enviado à Secretária de Educação, é a seguinte:

-

Pagamento do PISO aos professores nos termos da Lei 11.738/08;

-

Data base em maio aos administrativos da Educação;

-

Concurso Público para a carreira de professores e administrativos;

-

Pagamento Integral dentro do mês trabalhado;

-

Não implantação das OSs na Educação estadual.

Aos trabalhadores da iniciativa privada, a Lei de Greve 7.783/89 estabelece a competência da Justiça do Trabalho, a solucionar os conflitos advindos da greve, bem como julgar sobre a procedência ou não das reivindicações.

No caso de servidores públicos, não há esta previsão, a competência da corte estadual tem sido tão somente para considerar a greve abusiva ou não, isto porque muitas reinvindicações dos servidores públicos dependem de processo legislativo ou favorecimento orçamentário prévio, sendo que o Poder Judiciário não tem poderes para legislar.

Todavia, algumas das reivindicações elencadas já podem ser buscadas no Tribunal de Justiça, e mesmo que sejam denegadas, não há ou haverá prejuízo ao movimento paredista e ao cumprimento das reivindicações dos grevistas, estaríamos provocando o poder Judiciário a cumprir o princípio da arbitragem e negociação estabelecida na Convenção 151 da OIT, qual o Brasil é signatário.

Das reivindicações pautadas que podem ser, em tese, buscadas judicialmente, temos o pagamento do PISO aos professores, que apesar da necessidade da previsão legislativa estadual, há uma Lei Federal impondo a atualização e pagamento do PISO no mês de janeiro de cada ano. No mesmo sentido cabe ajuizar ação referente ao pagamento da data base dos servidores administrativos.

(10)

Podendo na mesma ação, cumular o requerimento do pagamento integral dentro do mês trabalhado, considerando a existência de uma lei federal que deve ser cumprida.

Com referência aos cortes de ponto, podemos ajuizar medidas para que o servidor não seja prejudicado por lutar por seus direitos estabelecidos em lei e descumpridos pelo atual governo do Estado de Goiás.

Os pedidos serão impetrados e analisados de acordo com a demanda e necessidade em defender a classe trabalhadora da educação perante o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás para que nenhum direito seja lesado.

As demais reivindicações dependem de vontade política e de um processo legislativo amplo.

Sendo assim, o Parecer resta concluso, nos colocando à disposição da categoria e do Sindicato para as providências necessárias.

S.M.J

Goiânia-GO, 15 de maio de 2015.

CARLOS EDUARDO RAMOS JUBÉ MARINA SIMONE SILVEIRA OAB-GO 10.989 OAB-GO 41.351

Referências

Documentos relacionados

Tais análises puderam contribuir de forma mais efetiva para que, por meio das ações sugeridas, possa-se de fato a- tender a demanda de alunos que ainda não se encontram no

6 Usou-se como referência para os fatores contextuais, o que foi considerado no SIMAVE, nas Avaliações Contextuais, aplicadas através de questionários aos alunos do

O Programa de Educação do Estado do Rio de Janeiro, implementado em janeiro de 2011, trouxe mudanças relevantes para o contexto educacional do estado. No ranking do

O Processo Seletivo Interno (PSI) mostra-se como uma das várias ações e medidas que vêm sendo implementadas pela atual gestão da Secretaria de Estado.. Importante

da equipe gestora com os PDT e os professores dos cursos técnicos. Planejamento da área Linguagens e Códigos. Planejamento da área Ciências Humanas. Planejamento da área

O fortalecimento da escola pública requer a criação de uma cultura de participação para todos os seus segmentos, e a melhoria das condições efetivas para

O Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, de 2007, e a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica, instituída em 2009 foram a base

de professores, contudo, os resultados encontrados dão conta de que este aspecto constitui-se em preocupação para gestores de escola e da sede da SEduc/AM, em