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PC 5083
.C7Copy
COMPENDIO
ORTHOfttAPHIA.
&
%|
IR
<< 319IS3m
3ffe
3ۤ
<*3ÉÉI
3flBCOMPENDIO
ORTHOGRAPICO
OU
ORTHOGRAFIA
RESSJIIIil.%
PARA
USODOS
MENINOS
NO EXERCÍCIO das primeiras letras,
í PARA TODOS AQUELLES QUE DELLA PRECISAREM,
OFFERECIDAAOSMESMOS MENINOS
POR***
BAHIA
DE CAMILLODELELLIS MASSON &C,
fc
«TflOGRâPilIA
IIIIID1.
PARTE
PRIMEIRâ.
CAPITULO
I
P.
Que
cousa he Oiihografia?R.
He
uma
parte da Gramática, que ensina escrever correctamente.P.
Em
que partes se divide a Orthografia? R.Em
duas: a 1.a
Em
Qualidades dasLe-iras e Accidentes: a 2.a
Em
Pontuação,
CAPITULO
ILDas
Letras do Abecedario, sua Divisão^Qualidade e Accidentes.
P.
Que
cousa he Letra?R.
He
acomprehensão
deum
som
indivisível,P.
De
que consta a Letra?R.
De
três accidentes:Nome, Figura
eVa-lor.
P.
De
quantas Letras, oucaracteres secom-põem
o nosso Abecedario Portuguez?R.
De
vinte cinco, que são: a, b, c, d, e, f,3>
K
O
h
h
ígi),h
h
m,
n, o, p, q, r, s, t9 ;(*) O h, chamdo aspiração çnâo Leira, porque janto com4
a, v, (vê), x.y, (y pisilo/i), z, (til): (Testas*
umas
sao vogaes, e outras consoantes.P. Q-uaes sao as vogaes?
R. Estas: a, e, i
y o, u, y. (*)
P.
De
que servem as vogaes?R.
De
formarsyllabas e dithongos.P.
Que
cousa he syllaba?R.
Re
a comprehensão deum
som
perfeitocomposto
deuma
ou mais Letras,como Amar,
que consta de duas syllabas:
A
mar.
P.
De
que Letras secompõem
as syllabas?R.
Ou
deuma
só vogal,como
a, e, t\ o, u,ou
de dithongoscomo
ei9 ou de vogaescom
consoantes,
como
Amarei;
a syllaba ou hebreve, ou longa.
P. Qual he a syllaba longa?
R.
He
aquella que na pronunciaçao gastadous tempos,
como
nas primeiras syllabasem
Pobre
eDera,
(**)algumas das vogaes não tem valor, mas cTelle nos servimos
frequentemente n'aquellas palavras, que são escriplas coml.
ou n, aspiradas com h, como Filho, Ninho, e outras muitas
da mesma natureza, nas quaes o Ih, en/t, junto com
algu-mas dasvogaes tem som diverso dasmesmas consoantes não
aspiradas, como lho delo,nho de no,oque não suecede com
asoutras consoantes, poistanto s6a lha,como Tá: Rha,
co-mo Ra: Pha, Fa.
(*) O y grego também he contado no numero das vogaes,
porém ffelle i>ouco necessitamos, porque tanto sôa ftlayo,
Syllaba, com y grego,como Sillaba, Maio como t latino.
O k também he desnecessáriona Língua Portugueza, pois
com elle só seescrevem palavrasgregas,
O
Longa he toda aquella que soar com som de acceuleI
í>.
Que
aousa he syllaba breve?R.
He
aquella syllaba, que na pronunciarãogasta
um
só tempo,como
nas ultimas syllaba?das referidas palavras
Pobre
e Dera.F.
Que
cousa he dithongo?R.
He
o ajuntamento de ditas vogaes dentrode
uma mesma
sytlaba] queformão
osom
tn-wparavelj
como
Dai, Não, Causa, que fazemdithongos de ai, ao, au.
P. Quantas espécies ha de dithongos na
Lín-gua Portugueza?
R.,Duas: próprioseimpróprios: próprios são:
ne, ai, ao, au, ei, eo, eu. io, iu, oe, oi, ou,, ui,
como
Vai, Cousa, Lei, Breu, Foi, Fui, etc.:
impróprios são ao, ães, ao, ões,
como
Irmão,Capitães, Torção, Opiniões, etc.
P. Todas asvezes que
concorrem
duas vogaesem
uma
palavra diremos que ha dithongo?R, Não; masfieprecisoqueas vogaes se
unão
em uma
só syllaba,como
em
Paulo, etc, e nãose unindo não haverá dithongo,
como
em
Saú-de, Caetano, que consta a primeira palavra de
três syllabas Sa-ú-de, e a segunda de quatro. (*)
P. Quaes são as letras consoantes?
O
Osantigosusavao dedouspontinho-?, um além dooutro?íebre aquellas vogaes que querião mostrar se não unia© em
ílithongo, e se dcviâopronunciar por si só,como (in Saúde9
Meróes,-Poeta, etc, aos quaes chaniayao Apisis ou.Diére&fy
(y
R. Estas b, ç, 9,f, g,
h
yj, k, /, m, n,p, 7, /s, í, i\
x
7z; destas duas são dobradas X, Z,
porque cada
uma
delias vale por duascon-soantes (x por es, z por ds), e por isso
nenhuma
palavra se escreve
com
x, ou zt dobrado: e duasliquidas í, r; porque
perdem
a força do seusom,CAPITULO
IILDo
differente som, que tem a letra C,mies
das vogaes.
P.
Como
devemos
pronunciar oC
antes das vegaes?U.
O
C
antes das vogaes a, o, u,tem
som
de Q,
como
Carne, Couro, Cubro, etc: antesdas vogaes e, i, tem
som
de S,como
Cercar,Circular, etc: e
também
antes das vogaes a,o, U, sendo plicado,
como
Çapateiro, Açougue,Açucena, etc. (*)
ADVERTÊNCIA.
Os
nomes
acabadosem
êce,com
a penúltimalonga, serão escriptos
com
c, e nãocom
s,como
( for plica se entende uma breve risquinha, como uma
virgula por baixoduç:hc errograndeplicaro çantes das vo-gaes e, i, porque com plica ou sem çllo, sempresoa cora comg e.m Ç&ero, etc,
Velhice,
Smdic^
Parvoíce, etcAs
palavrasacabadas
em
écecom
apenúltimatambém
lon-ga se escreverão
também
com
c, e nãocom
$,como
Amanhece,
EscureceEnfraquece
etc,que são opresente do indicativo dos verbos
per-tencentes á segunda conjugação acabados no in-finito
em
cer longo,como
Amanhecer,
Enfra-quecer, Escurecer, etc;
também
se escreverãocom
ctod®s ostempos
de suasvozes,como
Ama-nheci,Amanheço,
Enfraqueci, Enfraqueço,etc: a excepção dos pretéritos imperfeitos do
cwjtmctivo, que
em
todos os verbos seescre-vem com
s,como
Enfraquecesse(com
dous sspor não se confundir
com
osom
de Z),Escu-recesse, Enriquecesse,
Amasse,
Ensinasse, etcCAPITULO
IV.Do mesmo
preceitoda
LetraG-P.
Como
devemos
pronunciar a LetraO
an-tes das vogaes?
R.
O
G
antes das vogaes a, o, u,tem
som
degue,
como
Gama, Gomo,
Gume,
etc: antesdasvogaes e, i,
tem
som
de gicomo
Geraldo,Gi-gante, etc, e interpondo-se u, as
mesmas
vo-gaes e, i, soacomo
gue,como
Guedes, Guiar\
8
ADVERTÊNCIA.
Todas
as vezes que as palavras forem ítmacabados
em
gem, se escreverãocom
g, e naocom/,
como
Ferragem,
Linhagem,
Bagagem.
etc. : asque forem verbos, que
formarem
opre-sente do infinito
com/,
o conservarãoem
todosos
tempos
de suas vozes,como
Festejar,Fes-tejo, Festejem, Sobejar, Sobejo, Sobeje, So>
hejem, etc,
CAPITULO
V.Do
I vogal, ou consoante, P. QualéoJ
vogal?R.
Aquelle, que nãodesce do regrado (I, i) oqual
em
algumas palavras soa separadamente,iazendo sylíaba por si só,
como
em
Una
(Cida-de)Uta
(grego) etc.: ejuntocom
alguma
vogalforma
um
dithongo,como
ioFeio, etc. C) P. Qual é o J consoante?R.
É
aquelle, que ferea vogal seguinte,co-mo em
José, Jericó, Desejo, Sujeito, etc. : suafigura deve ser rasgada para baixo do regrado
(J, j) e por differença lhe
chamamos
§i.O
O V greS° também l.c contado no numero das vogaes.ainda que sua figura he rasgada, como os Jj; porém segut
ADVERTÊNCIA.
Não
temos palavras escriptascom
Ji, ecom
Je
só as seguintes: Jesus, Jerusalém, Jejum,Jericó, Jeronymo, Jerarchia, J,essó, Jebusos,
Jédo,Jendo, Jenei, Jenupar, Jeropimonga,
Jc-ropiga, Jerogliphico, Jesuítas, Jenipapo, e os
seus derivados; iodas as mais serão escriptas
com
G; va g.:Gemer,
Geraldo, Gigante, etc.Para tirar da duvida naquellas palavras, que são
escriptas
com/,
e nãocom
g, intermédio, dizMadureira
:Que
as palavras escriptascom
/
in-termédios são poucas, e derivadas do Latim, e
compostas de Jacio,
como
Abjecção, Aãjcção,Interjeição, Objeção, Projeição, Sujeição, e
seus derivados : todas as mais serão escriptas
com
g, e nãocom
/,como
Reger, Regenerador^Magestoso, etc.
CAPITULO VL
Do
preceito da Letra 11.P.
Quando
estivermosem
duvida sedevemos
escrever
com
m
ou n, que regra nos determinaa Orthografia?
R
Que
antes das letras b, p, m,sempre
sees-creva m, e não n,
como
em
Ambrósio,consoaa-fO
íes
sempre
seescreva nf e não m,como
Ensino,Confesso, Cantilena., etc; adverlindo, que as
palavras compostas da preposição Cireuni, e do adverbio
Bem,
sempre
se escrevacom
m
(porcausa da composição)
como
Circumstancia,Cir-cumfereneia,
Bem
feitor, Bemquisto, etc. (*)CAPITULO
VIL
Do
clifferentesom
que tem a Letra R.1\
Como
devemos
pronunciar a letraR?
R,
Com
som
forte (som deerre) no principiodas palavras,
como
Rosa, Roque, Rito, etc; etambém
no meio das palavras depois da letraconsoante,
como
Honra,
Genro, Israel, ttc;entreletras vogaes
com
som
brando (som de èrejcomo
Marianna,
Hora, Fira, etc.capitulo
viri.Da
Letra S.í\
Como
devemos
pronunciar aletraS^
Aspalavrasque acabarem no som nasal de m, nunca ?c
íiualisecom n.cornoem Imagem, Ferragem, etc,enão
Ima-gen. Ferragen, etc; assim tambémas preposições em, ecom.
<|ue90 nãoescrevão comn,comoemLisboa,comsaúde,e nã*j
enLisboa, c&n saúde, etc no que muito errão os
íí
R.
No
principio das palavrascom
seusom
na-tural , corno Saúde, Santa, Singular, etc, e
também
no meio depois de outra consoante,co-mo
Ensino,Mamo,
Conselheiro,etc. : entrele-tras YOgaes
com som
de z,como
Cansa
Casa-cão, Casamento, etc.
CAPITULO
IX.Da
LetraV
consoante e vogal.P.
Que
differençatem
oE/voguldoconsoante? R.(U
u) vogal não soacom
outra vogal, se nãoem
dithongo,como
em
Vivar, ai, etc,ou porsi só, fazendo syllaba,
como
em
Urania,Usara,
etc.P. Qual he o
V
consoante?R. Aqueile que fere a vogal seguinte;
pa-ra poderformarsyllaba
(V
v)como
em
Conven-to, Venâncio, etc, o que não pode fazer o
pri-meiro (u) por ser vogal.
CAPITULO
X.Do
Z
final,P.
Quaes
são as palavras, quevem
acabarem
z
y e não
em
s?n
Vaz, Vez,
Dà,
Noz, Luz, etc. : as palavrasque
tem
accento agudo, ou circunflexo^ naulti-ma
syllaba,como
Tenaz, Torquez, Verniz,A-Iroz, Arcabuz, ele. : todas as palavras que
for-marem
o pluralcom
zes, acabarão no singularcom
k, e não com,?,como
Tenaz-cs, Portuguez*es, Nariz-es, Feroz-es, Arcabuz-es, etc.
CAPITULO XI
Do
Til.V.
De
que serve o til?R.
De
supprirom,
oun,quando
o nao 6guramos,
como
em
Ex,
ê, pio, (e por em);mas
seo
m,
ou n,ferir avogal seguinte,como
em
amar,nao se poderá supprir
com
o til; porque acon-soante vai ferira vogal seguinte,
como
em
E-mi~nr-te, Amã-te, Grã-ma-ti-ca, etc.
R.
De
que serve mais o lifíR.
De
signal de abreviaturaem
muitas pa-lavras introduzidasno
nosso idioma,como
em
21, i, z Martins : F, r, z, Fernandes : S.
-Senhor : q
Í3
Exemplo
de alguns breves dosnomes
dos Tilalos e Dignidades, os quaes
sempre
appare-cem
em
breve, e sedevem
escreverpor
ex-tensoquando
são dirigidosá
mesma
pestoicom
quem
se faliaSS. Santíssimo.
s. Santo.
/V. Sant.e Vossa Santidade.
V.
M.
I. Vossa Magestade ImperialIv. M. Vossa Magestade.
«\V.
A. Vossa Alteza.£
Y.Em.
a
Vossa Eminência.
fc-W. Ex.a Vossa Excellencia.
a
V. s. Vossa Senhoria.O
V. Rev.mt Vossa Reverendíssima* V, P. Vossa Paternidade.W.
m.
Vossa Mercê. Ex.mo Excellentissimo Rev.mo Reverendíssimo D.Dom,
ou Dona. F. Freiou
Frade. P,e Padre. M.e Mestre. V. g.; por Exemplo. (*)(') Osbreves forão inventados para facilidade de se poder melhor gravar em bronze, e outras matérias duras, em
qm
14
CAPITULO
XiL
Das
Letras choradas.P.
Alguma
palavra principia, ou acabacom
letra dobrada?
R.
Não
: só aspalavrasIrmã,Manhã,
he queantigamente acabavao
no
som
nasal, oudithon-go de dous aa, (*), que ja se não usa.
P.
Quando
he quedevemos
dobrar asletras?R. Só as consoantes heque
devemos
dobrarno
meio das palavras, entre letras vogaescomo
em
Acção, Differença; etambém
entreuma
vo-gal e
uma
liquida,como
Aggravar, Af/Ugi)\ Supplicar, etc.P.
Quando
he, quedevemos
dobrar o II!R.
Entre
letrasvogaes,quando
necessitamosdelle
com
som
forte(som
de erre)como
em
Fer-ro, Barra, Torreão, etc, advertindo, quedepois
de letra consoante
nunca
se dobra o r,como
em
Honra,
Israel, Henrique, etc.P.
Quando
he quedevemos
dobrar o S?R.
Também
entreletras vogaes,como
em
As-seguro, Confesso, Cassulêta; ele, advertindolambem,
quedepois deletraconsoantenunca
se(M Estas palavras vem do Castelhano, que as escrevem
Manhana, Irmana, Una, Âlguna, etc. Osantigos mudavão
o.ncma, c as pronunciavão com um som muito nasal,
co-mo Manhaã, Jrmaã, assim como escreviáo Tcem, Ycern, .i)cem,clc.t cemlodos ossons nasacscomdousacr,
16
dobra o s,
como
em
Ensino, Conservo,Man-so, etc.
CAPITULO
XIII.Do
modo
de escrcver-se osnomes
próprios.V.
Como
devemos
escrever osnomes
pró-prios?
K
Com
as suas letras originaes,como
Ckris-to, Job,
David, haac,
Judit, Rhetorica,Phi-losophia;
porém
Joseph, já se escreve Jõsé eoutras muitas palavras.
CAPITULO
XIV.Do
preceitoda Leira
grande.P.
Quando
devemos
escrever leira grande?R.
A
primeira leira da primeira palavra dequalquer Escripturação, Discurso, Paragrafo,
Capitulo, e Verso; todos os
nomes
próprios de Deos, Anjos, Santos,Homens,
Impérios,Rei-nos, Provindas, Cidades, Villas, Montes, Rios,
eic; os fabulosos Deozes cio paganismo,
Cupi-do, Júpiter,
Diana,
etc.P.
Quando
maisusaremos
da letra grande?16
Úignidades, ete.;
como
o Nosso Â- gasto eSo-berano
Monarcha
oSenhor
J).Pedro
II,Impe-radorConstitucional,Protectorc Defensor
Per-petuo do Brazil.
A
Sereníssima !enhoraPrin-ceza Imperial.
A
SereníssimaS
nhora
Infan-ta,
Duque,
Marquez, Conde, Visconde, Barão,Bispo, Cónego, etc. : todos os
nomes
deTribu-naes,
como
Secretaria d'Estado, Tribunalda
Relação,
Supremo
Tribunal deJustiça, etc:to-dos os
nomes
das Sciencias e Artes Liberaes,como
Grammatica,
Rhetorica, Pintura,Ar-cliitectbira, ela
P.
Quando
maisdevemos
escrever letragrande?
R.
Todos
osnomes
deOfficios,como
Alfaia-te, Carpinteiro,etc. : todos. os
nomes
deParen-tesco,
como
Pai, Tio, Primo, etc. : depois dedons pontos,
quando
se allega o Dicto, ouSe/i-tença de
algum
Author,como
dizia Séneca :Quem
não sabebem
calar, não sabebem
fal-tar. (O dito depois de dous pontos principia por
letra grande);
também
depois de ponto final,ponto de interrogação, ponto de admiração; e
também
por politica naquelias cousas, que res-peitão as pessoascom quem
se falia : v. g., \\Magz,
V. A.,V^Ex.%
V. ò'., V. M.,Senfyr
Doutor, Benemérito, Sapiente, etc.
P.
Quando
maisusaremos
de letra grur*17
ft.
O
SantíssimoNome
deJESUS
por maiorveneração escreveremos
com
todas as letrasgrandes, e
também
por belleza os Titulas dosLivros, Epitáfios das Sepulturas, e luscripçóes
de
alguma
Obra,etc.PARTE
SEGUNDA.
CAPITULO
l
Da
Divisão das palavras,V.
Quando
não couberno
fimdas regrasuma
palavra inteiraque
devemos
fazer?R.
Devemos
passar o restante d^ella para a regra seguinte.P.
Como?
R. Dividiremos as consoantes, passando
li-mas, e ficando outras,seguindoás vogaes á que
pertencerem, e nesta divisão
poremos
ama
(f)risquinha, e por este signal
vemos
que apala-vra continua na regra seguinte,
como
em
ftLoUle^ Fer-ro,
In-m-
centeio, etc.P.
E
se vierno
meio
das palavrasuma
èóconsoante
como
as dividiremos?R.
De
maneira, que fiquesempre
aconsoan-te
com
a vogal, que fereno
som
e soajunta-mente na
pronunciação das syllabas,como
em
18
i\ Sc vier no
meio
das palavrasuma
letramuda
o outra liquida,como
as dividiremos?Pi. Passarão
ambas
para a regra seguintecomo
em
A-bril, re-fle-ctir, etc.P.
Quando
nomoio
das- palavrashouverem
as letras s, <j,
m,
p, e juntascom
alguma
con-soantescomo
as dividiremos?R. Passarão
lambem
ambas
para a regrase-guinte,
como
em
Cós-me, Nas-cer, Di-gno,Dam-no,
Es-cri-plii-ra, Fa-cto, etc. (*)P.
Quando
no meio das palavrashouverem
asletras c, n, I, p, t, aspirada
com
h,cumo
asdividiremos?
R
Passarãotambém ambas
para a regrase-guinte,
como
em
Fa-cha,
Mu-lhêr,Ma-nhã,
E-pi-pha-n
ià
7 Me-tho-do,
etc.
P.
Como
dividiremos as palavrascomp
stas?R.
Nas
partes de que secompõem,
coom
:Des-bo-tar, Re-pro-var, Trans-por-tar,
Sub-stan-tivo, etc.
P.
Quando
mais usaremos
do signal (-)de
divisão"!
R.
Quando
depois dos verbos seseguirem ospronomes
me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, liai,lhas, o, os, a, as, fos quaes são breves),
como
Man-de-me,
Doa-te, Faz-se, Tra-ze-nos, Ti-rãprlheSj Li-o, etc.49
CAPITULO
II.Ba
Pontuação.I\ Quantas são as partes da pontuação?
R. São sete : Virgula,
Ponto
e Virgula,Bons
pontos,Ponto
deinterrogação,Ponto
deadmiração, Parenthesis, e
Ponto
jinaLP.
Que
cousahe
Virgula?R.
He
uma
breve risquinha da figura deum
pequeno
c (,) as avessas.P.
De
que serve a Virgula?R. Para dividir as orações; pondo-se no fim de cada
uma
delias,como:
Obrarás
bem, seestudares,ete.
P.
Quando
maisusaremos
da virgula?R. Antes dos relativos e das conjuneções,
como
:Homem,
que (*) vive,ha
de morrer,e (**) padecer, senão (***) obrar bem.
P.
Quando
mais
usaremos
da Virgula?R. Entre vozes copuladas,
ou
substantivosjuntos
com
conjuncção,ou
sem
ella,como
:O
homem
rico,nobre, econstante deve applicar-seás Letras, ás
Armas,
e á Piedade, etc.Não
se porá virgula entre substantivos,per-encentes a
um
só sujeito,ainda quevenha
entraH
Queé pronomerelativo.O
E conjuncçãocupulativa.20
elles conjuncçao (e) corno :
Marco
TúlioCíce-ro, ou José António
da
Silva e Menezesy etc.Também
se praticaomesmo
nosnúmeros como:
Doze
mil trezentos e vinte c cinco, ctc.P.
Quando
maisusaremos
da virgula?R. Antes e depois do vocativo,
quando
mos-tra a pessoa
com
quem
sefaliana
Oração,como:
Foge
demim,
ófera, nãome
persigas.Nao
tefaças odioso, ó infeliz.
Também
se porá virgulaantes de &c.(et cetera).
No
lêrsefazem
virgula breve pausa.P.
Que
cousa he ponto e virgula?R.
He
um
pontocom
uma
virgula porbaixo(;>.P.
Quando
devemos
usar delle?R.
Quando
o sentido da oração estiveralgu-ma
cousaindependente do que se segue,como:
Fui
rico; eagora nada
tenho. (*)P.
Quando
maisusaremos
deponto e virgula?R. Antes das palavras
Porque;
Ainda
que;Mas;
Porém;
Com
tanto que;Posto
que;v. g.,Pedro vive;
mas
doente. Paulo sabe;porque
es-tuda. saber he
bom; porém
custa.P.
Quando
maisusaremos
depontoevirgula?R. Entre vozes de significação contraria,
co-mo
:Nesta
vidaha
de trabalharx rir e chorar.
No
lêr se faz maior pausa.O
Hedifficu^osoassignar regracerta para usarmosdepon-toevirgula; porquese entendeopreceito, nãose explica bem asua inteliigennia.—Madureira nasua Ortographia,
P,
Que
cousa he dous pontos?R.
He
um
acima
de outro f:J.P.
Quando
usaremos
de dous pontos? R.Quando
a oração fizerum
sentido quasiperfeito,
como:
os bons não peccão\porque
amão
aDeos
: osmáos
peccão; porque, onão
temem.
P.
Quando
maisusaremos
de dous pontos?R.
Quando
se allega o dictoou
sentença dealgum
Auctor,como
diziaSéneca
:nada
heper-feito no
mundo.
No
ler sefax pausa quasifinal.P.
Que
cousa he Parenthesis^R
. São dous semicírculos da figura dedous
ec abertos (assim) e virados
um
parao
outro. P. Para que serve o Parenthesis?R,
Para
dentro dos dous semicírculos (estes)seescreverem palavras ouorações desnecessárias
ao sentido da oração, de tal sorte, que postas,
ou
tiradas as palavras do parenthesissempre
o
sentido da oração fica perfeito;
como Ninguém
vive contente fdizia Horácio^
com
a sua sorte.P.
Onde
é que está o exemplo?R.
Nas
palavrasDizia
Horácio; porquetira-das,
sempre
o sentido da oração fica perfeito*como
:Ninguém
vive contentecom
asua sorte.P.
Que
cousa he ponto de Interrogação9.R.
He
um
pontocom
uma
risquinha porci-ma,
da figura deum
pequeno
S
as avessa Ç).52
R.
Para pormos no
fimde qualquer oraçao;com
a qual fazemos por meio delia pergunta sv. g.
Gomo
te chamas"!Para
que vives?Ama
a Pátria?
No
lèr se faz pauza de pergunta.P.
Que
cousa he ponto de admiração?R.
He
um
pontocom
uma
risquinha direitasobre elle (!).
P.
Quando
nosdevemos
servir de ponto de admiração?R.
Quando
escrevermosalguma
cousacom
admiração,
como
:Quanto
he estimável avir-tude!
Quão
admirável heDeos
em
todas as suas obras!No
ler se faz pauza de admiração.P.
Que
cousa he ponto final.R.
He
um
só ponto (.)P.
Quando
nosdevemos
servir delle?R.
Quando
a oração finalisar totalmentecom
sentidoperfeito, e independente do quesesegue,
como:
amigo, alegro-mecom
a vossa saúde.Muitas
novidades ha nesta cidade.De
tudo vos farei participante.No
ler se fazpausa
final.Exemplo
de todas aspartes da pontuação.O
homem
só pôde ser felizcom
a riqueza,quando
bem
discorre; porque sabe fazerbom
uso delia: e ser feliz (pergunta o Sábio) consiste só
na
posse da riqueza?Que
projecto enganoso!23
CAPITULO
HL
Da
Explicação dos Accentos.P.
Que
cousa he Accento?Pi. Accento he aquelle tom, que na
pronnu-ciaçaò das palavras faz cada
uma
syllaba,levan-tando, ou deprimindo o
som
das vogaes.P. Quantos são os Àccentos?
R. Três:
Agudo,
Grave
e Circumflexo.P.
Que
cousa he Accentoagudo?
R.
He
uma
breve risquinha, quesahe decima
da vogal inclinada para a
mão
direita (a).P.
De
queserve o Accento agudo?R.
De
fazer soar a vogalcom
toda a forçadooiti, que tem a
mesma
vogalcomo
em
Amar,
Polé,
Vémiz,
Avó, Arcabuz, etc.P.
Que
cousa he Accento grave?R.
He
uma
breve risquinha as avessas doagudo
(à).P.
De
que serve o Accento grave?R
De
fazer pronunciarcom
elle as syllabas breves,como
:Câmara,
Dama,
Fogo,etc; esteac-centoheocculto no nossoidioma,esó usãoldelle
os Latinos naquellas palavras,que
sendoadver-bios,
podem
causar duvidas sesãonomes
(*).(") Toda asyllaba,que tiver som de accento agudo, ou
ctr-cumflexo,(claroouocculto)helongm,como PôdeePôde,etoda
aquella que tiversomdeaccentograve hebreve, como Pôde
Pòudè, etc. Moraes no seu Diccionario usa do accento ew>
24
P.
Que
cousa he Accento circumflexo?R. São duas risquinhas fechadas
em
cima, eabertas
em
baixo (sobre a vogal)que se formão dos accentosagudo
egrave
(ô).P.
De
que serve o Accento circumllexo?R.
De
constituirna
vogalum
meio
tom,como
em
Romano,
Torquêz, Senhora, etc.CAPITULO
IV.Do
uso do Apostrophe.P.
Que
cousahe
Apostrophe?R.
He
uma
breve risquinha,como
uma
vir-gula posta
no
alto (') dealguma
consoante.P.
Para que
serve o Apostrophe?R. Para
supprimir a vogalno
fim dadicção,porlhe seguir outradicção, que
começa
porvo-gal,
como:
d'Almeida,
Affectos d'alma,
des-te,d
yelle, (occultos).Os
Latinoschamão
syrta-lefa,
quando
a vogal lhe he suprimida, e afi-gura (clara
ou
occulta) apostrophe,com
que asuprimem.
MM.
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