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O embalsamento egípcio: homenagem a Rómulo de Carvalho no Museu Arqueológico de Odrinhas. URI:

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Academic year: 2021

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O embalsamento egípcio: homenagem a Rómulo de Carvalho no Museu

Arqueológico de Odrinhas

Autor(es):

Araújo, Luís Manuel

Publicado por:

Centro de História da Universidade de Lisboa

URL

persistente:

URI:http://hdl.handle.net/10316.2/23961

Accessed :

14-Jun-2021 16:57:12

digitalis.uc.pt impactum.uc.pt

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O EMBALSAMAMENTO EGÍPCIO:

HOMENAGEM A RÓMULO DE CARVALHO

NO MUSEU ARQUEOLÓGICO DE ODRINHAS

Foi inaugurada no dia 26 de Setembro de 2007 uma exposição de temática egiptológica no Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas, que contou com a presença do novo embaixador do Egipto, Dr. Amgad Abdel Ghaffar, do presidente da Câmara Municipal de Sintra, Dr. Fernando Seara, do vereador da Cultura, Dr. Luís Patrício, do presidente da «Sintraquorum», Dr. Mário João Machado, e outras entidades, nomeadamente representantes dos vários museus que ce- deram peças para a interessante mostra.

O tema é «O Embalsamamento Egípcio», e pretende ser uma justa homenagem ao Professor Rómulo de Carvalho, insigne cientista e pedagogo, que foi também um notável poeta conhecido pelo pseu- dónimo de António Gedeão. No dia da inauguração estiveram presen- tes antigos alunos do homenageado, entre os quais o Professor Doutor Nuno Crato, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que no final da visita evocou o seu mestre.

Rómulo de Carvalho nasceu em Lisboa em 1906 e licenciou-se em Ciências Físico-Químicas na Universidade do Porto, tendo sido professor no Liceu Pedro Nunes em Lisboa durante muitos anos. Foi director do Museu Maynense da Academia das Ciências de Lisboa, de quem era académico efectivo.

As suas primeiras publicações de vulto, que hoje estão esgota- das, foram A Ciência Hermética (1947), e O Embalsamamento Egíp-

cio (1948). Como empenhado publicista e divulgador da ciência pôs

ainda à disposição do público uma série de monografias: História do

Telefone (1952), História da Fotografia (1952), História dos Balões

(1953), História da Electricidade Estática (1954), História do Átomo (1955), História da Radioactividade (1957), Que é a Física (1959). Pro- curou também divulgar vultos da ciência e da técnica como o famoso Albert Einstein (Gazeta de Física, 3-4, 1956) e os menos conhecidos

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NOTAS E COMENTARIOS

Ferreira da Silva (1953) e Joaquim José dos Reis, construtor das má- quinas de física do Museu Pombalino da Universidade de Coimbra ( Vértice, 177, 1958).

Acrescentem-se ainda outras obras como Regras de Notação e No-

menclatura Químicas (1950), A Física como Objecto de Ensino (1959), História da Fundação do Colégio Real dos Nobres de Lisboa (1959).

Depois de deixar a actividade docente por limite de idade conti- nuou os seus trabalhos de investigação, e nos últimos vinte anos de vida publicou Relações entre Portugal e a Rússia no Século XVIII (1979), A Actividade Pedagógica da Academia das Ciências de Lisboa

nos Séculos XVIII e XIX (1981), A Física Experimental em Portugal no Século XVIII (1982), A Astronomia em Portugal no Século XVIII

(1985), História do Ensino em Portugal (1986), A História Natural em

Portugal no Século XVIII (1987), D. João Carlos de Bragança, 2a du-

que de Lafões, fundador da Academia das Ciências de Lisboa (1987), O material didáctico dos séculos XVIII e XIX do Museu Maynense da Academia das Ciências de Lisboa (1993), O material etnográfico do Museu Maynense da Academia das Ciências de Lisboa (2000).

O notável cientista teve ainda colaboração dispersa em diversas publicações periódicas, das quais se salientam o Boletim da Socieda-

de de Língua Portuguesa, Gazeta de Física, Gazeta de Matemática, Ocidente, Revista da Faculdade de Ciências de Coimbra, Revista Filo- sófica e Vértice.

Rómulo de Carvalho faleceu em 19 de Fevereiro de 1997, tendo a sua viúva estado presente no Museu Arqueológico de Odrinhas no dia da inauguração da exposição sobre «O Embalsamamento Egíp- cio», mais uma das muitas homenagens que evocaram este distinto pedagogo e cidadão.

A exposição, que deve muito ao dinamismo do director do Museu Arqueológico de Odrinhas, Dr. José Cardim Ribeiro, e ao eficaz apoio dos seus colaboradores, entre os quais a Dr® Teresa Simões, mestre em Arqueologia, Dr. José Lourenço Gonçalves e a Dr® Marta Ribeiro, teve como consultor científico o autor deste texto evocativo. Inicial- mente estava previsto que a exposição terminasse em finais de 2007, mas perante o sucesso até agora obtido, com um número significativo de visitantes, foi decidido que ela se mantivesse até inícios de Março de 2008, com a generosa aquiescência das entidades e instituições que cederam as peças expostas.

Entre os vários grupos que têm acorrido ao Museu é de registar a presença de muitos estudantes, desde turmas do ensino básico ao

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NOTAS E COMENTÁRIOS

ensino superior, merecendo algum destaque a visita efectuada no dia 15 de Dezembro por membros da Associação Cultural de Amizade Portugal-Egipto, com a presença do seu presidente Embaixador Fran- cisco Grainha do Vale.

A exposição inclui peças emprestadas pelo Museu Nacional de Arqueologia, com destaque para um significativo conjunto de esta- tuetas funerárias de várias épocas (chauabtis e uchebtis), que teste- munham alguns dos materiais usados no seu fabrico (faiança e

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NOTAS E COMENTÁRIOS

racota pintada), uma múmia de falcão, uma estatueta de Ptah-Sokar- -Osíris, estatuetas funerárias, um cone funerário, amuletos, uma esteia funerária, entre outros materiais; o Museu da Farmácia contribuiu com dois vasos de vísceras; o Museu Arqueológico do Carmo (Associação dos Arqueólogos Portugueses) cedeu uma múmia destro do respectivo sarcófago; do Museu da Sociedade de Geografia de Lisboa vieram algumas estatuetas funerárias e duas tampas internas de sarcófago; o Museu Condes de Castro Guimarães, em Cascais, emprestou amuletos e escaravelhos. Registe-se ainda o empréstimo de alguns objectos por coleccionadores privados, entre os quais Miguel Barbosa, que possui um pequeno acervo de antiguidades egípcias, já publicado na revista

Cadmo (n.e 8/9, 1998-1999, pp. 69-106).

Uma das vantagens desta mostra reside no facto de muitos dos objectos expostos serem inéditos, porque habitualmente se conservam nas reservas dos respectivos museus e agora pela primeira vez podem ser vistos num espaço apropriado e bem adaptado para o efeito.

O circuito expositivo começa por apresentar um sarcófago de madeira pintada da Época Greco-Romana contendo uma múmia em deplorável estado, esventrada e já sem cabeça, que pertenceu a uma dama cujo nome não consta na incompleta inscrição hieroglífica pre- sente no sarcófago. Depois podem ser apreciados dois vasos de vis- ceras de pedra feitos para o alto funcionário Uahibré-meriptah (XXVI dinastia), uma múmia de falcão, uma estatueta funerária de Ptah-Sokar- -Osíris (que no seu sincretismo evoca o nascimento, morte e ressur- reição), e duas tampas internas de sarcófago que já cobriram múmias pertencentes a duas damas da região tebana que exibem nos textos hieroglíficos, bem conservados, os seus títulos de cantoras de Amon

(chemait net Amon) e donas de casa (nebet-pei).

Seguindo para a parte final do percurso, os visitantes podem apreciar um grande mostruário onde se expõem estatuetas funerárias (chauabtis e uchebtis) de faiança e de terracota pintada, algumas de- las com inscrições hieroglíficas com o nome e os títulos dos proprie- tários, sendo de sublinhar uma bela estatueta de faiança azul feita para Hori, sacerdote do deus Amon, com uma curta versão do capítulo 6 do «Livro dos Mortos». No mostruário seguinte estão amuletos, figu- ras de divindades, três escaravelhos (um dos quais com uma inseri- ção na base), bronzes figurativos, um fragmento de envolvimento de múmia em cartonagem mostrando a representação dos pés com san- dálias, outros fragmentos decorativos de sarcófagos, duas etiquetas de madeira para identificação de múmias (uma com inscrição demótica

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NOTAS E COMENTÁRIOS

e outra em copta), rematando, num expositor vertical, com uma esteia funerária de calcário com o nome de Rai (XVIII-XIX dinastia) e um cone funerário inscrito do alto funcionário Meri (XVIII dinastia).

Nas paredes da sala foram colocados grandes painéis, mos­ trando um deles uma imagem da múmia de Seti I e outro a múmia de Ramsés II (as imagens correspondem a fotografias tiradas no século XIX). Outro painel a cores tem a imagem de um túmulo tebano, vendo- -se o deus Anúbis a cuidar do corpo de um defunto.

Na sala seguinte estão expostas obras relacionadas com o tema em apreço, com destaque para livros dos séculos XVI e XVII com textos de Heródoto e Diodoro Siculo, volumes do século XVIII, entre os quais um raro sobre a colecção egípcia do Museu do Vaticano, aberto em páginas que mostram materiais ligados à mumificação,

Parte superior de uma tampa interna de sarcófago da XXI dinastia, pertencente a uma dama que foi dona de casa e cantora de Amon (séculos Xl-X a. C.)

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NOTAS E COMENTÁRIOS

expondo-se na mesa seguinte obras dedicadas à farmacopeia, onde se enaltecem as qualidades do «pó de múmia» tão apreciado na Eu- ropa. A mostra bibliográfica termina de forma significativa ao exibir um requintado volume intitulado O Egypto, de Georg Ebers, datado de 1901, com tradução de Oliveira Martins, e o Dicionário do Antigo

Egipto, saído em 2001, aberto no artigo sobre os vasos de vísceras.

Esta última vitrina mostra também a obra de Rómulo de Carvalho intitulada O Embaisamamento Egípcio (1948), que é justamente o tema da exposição.

O Museu Arqueológico de Odrinhas, com o apoio da «Sintraquo- rum», procura agora os necessários apoios para se poder reeditar o livro sobre O Embaisamamento Egípcio, esgotado desde há muito tempo, e, sobretudo, a publicação de um catálogo que descreva as peças do antigo Egipto expostas na secção arqueológica e os livros patentes na secção bibliográfica.

Ao longo do circuito vários painéis de grande visibilidade propi- ciam diversas informações ao visitante, partindo de textos selecciona- dos de Heródoto e outros autores clássicos, do Dicionário do Antigo

Egipto, e também da obra de Rómulo de Carvalho, o douto cientista

que é nesta exposição muito justamente homenageado.

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