ENEM Caderno Rosa. Resolução da Prova de História

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ENEM 2014 - Caderno Rosa

Resolução da Prova de História

5. Alternativa (E)

Uma das características basilares do contato entre jesuítas e os povos nativos na América, entre os séculos XVI e XVIII, foi o objetivo dos europeus de criar mecanismos de mediação para catequização dos grupos originários por meio do ensino dos dogmas católicos. Os estudiosos jesuítas aprenderam as línguas locais para poderem se comunicar com os povos e passar os valores do cristianismo. Uma das formas de colocar isto em prática foi por meio da elaboração e sistematização de uma língua geral, baseada no tupi, para poder se comunicar melhor com grande parte dos indígenas sul-americanos.

7. Alternativa (A)

A literatura histórica recente tem relativo consenso em colocar a construção da identidade nacional europeia entre meados do século XVIII e início do século XIX, quando as monarquias absolutistas se dissolviam lentamente e se transmutavam no princípio de identidade coletiva iluminista. Em outras palavras, não mais pelos aspectos monárquicos e/ou religiosos e, sim, pela ideia de soberania popular, ou seja, de participação e reconhecimento mútuo das populações nacionais. Sendo assim, a ideia da Praça da Concórdia, isto é, um espaço público como local de defesa ou de proposição de uma unidade, torna-se cada vez mais significativo, pois é cada vez mais necessário justificar as ideias de coesão francesa em um momento de diversas turbulências para a ideia de coesão nacional baseada na Monarquia, conforme podemos perceber entre 1789 e 1848, período conhecido como Era das Revoluções, quando os ideais liberais manifestam-se nas vozes de diversos grupos sociais contrários aos remotos valores do Antigo Regime.

8. Alternativa (D)

Segundo o sociólogo alemão Max Weber, a constituição e a consolidação do Estado Nacional Moderno estão ligadas ao direito que esta instituição teria de utilizar o “monopólio legítimo da violência” em detrimento de outros grupos sociais, como a nobreza, a população pobre, as quais deveriam reconhecer o direito exclusivo do Estado. Sendo assim, é um dos princípios básicos do Estado, no caso o Estado Imperial Brasileiro, defender as instituições estatais e os espaços públicos quando há ameaça a tais locais e para conservar e reforçar o seu “poder legítimo” o Estado precisa utilizar das forças repressivas para dissipar outros agentes que não teriam o direito de tomar o uso da força violenta para si, pois isto seria um das prerrogativas exclusivas do Estado que o utiliza por meio da polícia ou do Exército.

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A Frente Negra Brasileira (FNB) foi fundada em 1931, em São Paulo, com o objetivo político de lutar pelos direitos sociais dos negros, sendo transformada em partido político em 1936. Também coube a ela produzir importantes espaços de sociabilidade aos negros, produzindo uma identidade de luta em comum. Foi fechada em 1937, pelo Estado Novo, no contexto onde se inaugurava a ditadura varguista, que acabou fechando todos os partidos políticos brasileiros.

12. Alternativa (B)

O fenômeno do Imperialismo, também chamado de Neocolonialismo, destacou-se na segunda metade do século XIX e levaria o mundo à 1ª Guerra Mundial, que eclodiu em 1914. Correspondendo à segunda etapa da Revolução Industrial e ao Capitalismo Monopolista Financeiro, nessa fase as potências industriais se lançaram em busca de novos mercados para seus produtos, partilhando a África e a Ásia, por exemplo. O surgimento de “potências tardias” no cenário (como a Alemanha) levou ao acirramento das disputas territoriais, que acabaram levando ao grande conflito do início do século XX.

A crise do capitalismo de 1929 afetou profundamente a economia brasileira que, naquele momento, era uma economia predominantemente agroexportadora e tinha o café como principal produto. Sofrendo os efeitos dessa crise, o Brasil passou pela Revolução de 30, onde se criou, no país, um estado de compromisso entre diversos setores da sociedade comprometidos com a industrialização brasileira, em que a indústria passou a ser uma alternativa a fragilidade da economia agroexportadora.

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A Comissão Nacional da Verdade (CNV) foi oficializada em 2011 e criada em 2012 pela presidenta Dilma Rousseff. O objetivo da CNV é buscar os crimes de violação aos direitos humanos cometidos entre 1946 e 1988, dando ênfase especial aos crimes cometidos durante a ditadura, entre 1964 e 1985. A comissão brasileira é análoga a outras como as que existem na Argentina, no Chile, na Guatemala e no Uruguai, que buscam revelar os crimes cometidos pelas Ditaduras de Segurança Nacional latino-americanas. Diversos movimentos sociais e ONGs defendiam que o nome da comissão deveria ser Comissão Nacional da Verdade e da Justiça, mas forças opositoras dentro do governo e do Congresso conseguiram impedir a palavra “Justiça” no nome da comissão, alegando ser algo que poderia levar a culpabilização dos agentes repressivos que mataram, torturam, estupraram e sequestraram pessoas durante a ditadura civil-militar brasileira. Tal postura poderia entrar conflito com a Lei de Anistia de 1979, que protege os crimes cometidos pelos agentes da ditadura e que ainda está em vigor no Brasil.

Na república velha, os militares, principalmente, possuíam uma política de integração territorial e modernização do Brasil. Assim, no governo do general Hermes da Fonseca (1910-1914) se realizaram esforços de integração territorial, tendo o Major Cândido Rondon como protagonista de missões militares que acabaram por instalar quilômetros de linhas telefônicas pelo interior do Brasil.

No governo de Campos Sales (1898-1902), se inaugurou no Brasil a Política dos Governadores, que acabou se tornando a sustentação política das oligarquias regionais em nível nacional. Essa política pressupunha um pacto político entre o presidente da república e os governadores dos estados, assim, concretizando a troca de favores entre as partes.

Parte da rede de ferrovias do Brasil foi construída durante o Segundo Reinado (1840-1889), em Minas Gerais e São Paulo, para serem utilizadas no escoamento da produção cafeeira do interior para o litoral. Durante a República Velha (1889-1930), as ferrovias passaram a ter novas finalidades e importância para a integração e ocupação do território nacional, além de escoar a produção agrícola para a exportação.

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No século XX, os meios de comunicação de massa difundiram-se pelo mundo e passaram a ser utilizados como instrumentos de mobilização política para as mais diversas causas. O presidente da França Charles de Gaulle, por exemplo, em 1961, fez um discurso famoso transmitido pelo rádio e televisão que foi essencial para impedir um golpe que estavam tentando dar para derrubá-lo. Na década de 1970, Aiatolá Khomeini, futuro líder da Revolução Iraniana que estava no exílio na França, gravava seus discursos que eram levados e divulgados pelos seus seguidores no Irã.

Muitos apoiadores da ditadura civil-militar, que se instaurou no Brasil em 1964, justificam seu apoio a tal movimento pelas perspectivas de “Razão de Estado”, ou seja, por defenderem o combate à inflação, à corrupção, ou para justificar o crescimento econômico e de infraestrutura que, segundo tais apoiadores, só poderiam ter tido êxito com um movimento liderado pelos militares. Outros apoiadores da ditadura justificam o seu apoio ao golpe enfatizando mais a defesa da “Soberania Popular”, ou seja, explicam que a melhor maneira de defender a democracia seria paradoxalmente por meio de uma intervenção militar, pois, segundo tais apoiadores, haveria o “perigo vermelho” que estaria prestes a acabar com os valores democráticos brasileiros na década de 1960.

Com a vinda da família real para o Brasil em 1808, houve um processo de interiorização da metrópole, que acabou sendo um fator importante para a consolidação do processo de Independência do Brasil. Isso acabou criando contradições políticas irreversíveis na colônia, e uma das consequências foi o fato de a elite colonial acabar se reunindo em torno do príncipe D. Pedro I e afirmando a independência brasileira em 1822.

40. Alternativa (C)

A crise do Segundo Reinado, iniciada em 1870 no Brasil, foi gerada por uma série de fatores. Entre eles podemos elencar a questão política, onde diversos políticos começaram a se organizar em torno da causa republicana e federalista. Exigiam mais autonomia para as províncias, desejo que seria atendido apenas na República Velha, com a implantação do federalismo e mais autonomia para os Estados.

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A Guerra do Paraguai (1864-1870) gerou uma série de consequências para o Brasil. Uma delas foi o crescimento da luta abolicionista, pois os escravos que lutaram no Exército Brasileiro foram alforriados, e, ao voltarem a seu país, se depararam com a dura realidade da manutenção da escravidão sobre seus parentes. Essa contradição entre a libertação de alguns e a manutenção da escravidão sobre seus semelhantes, acirraria a luta contra a escravidão e pela abolição.

43. Alternativa (C)

Os relatos dos viajantes da Idade Moderna são fonte riquíssima de estudo para os historiadores, pois trazem uma série de elementos que marcaram a época, como o gosto pela aventura, o fascínio pelo fantástico, os valores religiosos etc. No trecho citado na questão, destaca-se o temor do desconhecido, devido aos perigos e acidentes fatais que ele podia representar para esses navegadores.