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CO 01: Paratextos editoriais como elementos para análise das obras de André Perez y Marin

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Academic year: 2021

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CO 01: Paratextos editoriais como elementos para análise

das obras de André Perez y Marin

Adriana de Bortoli UNESP-Rio Claro/ FATEC- Lins adrianadebortoli1@hotmail.com

Resumo

Este trabalho tem como objetivo apresentar elementos que compõem a análise das obras didáticas produzidas pelo professor de Matemática, André Perez y Marin, docente de um importante estabelecimento de ensino no município de Campinas, Colégio Culto à Ciência. Esses elementos são chamados paratextos, e já foram sugeridos por alguns autores como possibilidade metodológica em livros didáticos. Além disso, temos a crença de que a análise do livro didático deve ir além do conteúdo por ele apresentado. Dessa maneira, tecemos considerações sobre elementos presentes na estrutura do livro didático tais como: títulos, indicação do conteúdo, pareceres adoção e preços dos exemplares. Elementos estes encontrados em um conjunto de obras produzidas pelo professor André Perez y Marin com o objetivo de caracterizar o autor, seu estilo de escrita, mesmo ciente de que tais elementos, chamados por Gérard Genette de paratextos, sejam frutos de escolhas não necessariamente autônomas e individuais do próprio autor e que também revelam de certa forma uma leitura que nos é proposta diante de vários interesses; do próprio autor, editoriais, políticos e ideológicos. Dentre uma vasta lista de paratextos possíveis de serem analisados propostos por Genette atentaremos especialmente para as capas e as páginas iniciais das obras por estar de acordo com alguns autores que consideram esses elementos como lugares estratégicos para encontrarmos elementos paratextuais. Vale ressaltar que este trabalho é parte de uma pesquisa de doutorado em andamento, que tem a finalidade de analisar as obras didáticas produzidas por um professor de Matemática, André Perez y Marin e contribuir dessa maneira com História da Educação Matemática. O referencial teórico-metodológico utilizado para este estudo consta principalmente de dois textos, o primeiro que discorre essencialmente sobre paratextos, Gérad Genette e o segundo, proposto por Bruno Alves Dassie que pondera sobre paratextos editorias e uma leitura de livros didáticos. Nas considerações finais, apresentamos os acréscimos que nossas análises receberam em função do emprego dos paratextos. Com isso, foi possível observar fatos importantes para as leituras e análises incluindo elementos implícitos e outros que estão silenciados nos livros didáticos pesquisados, bem como as questões editoriais que não são expressas no interior do livro e que só podem ser reveladas a partir de uma análise que contempla elementos não textuais, os chamados paratextos.

Palavras-chave: Paratextos, Livros Didáticos, História da Educação Matemática.

Introdução

O tema em questão é um recorte da pesquisa de doutorado em andamento, de cunho historiográfico, que tem como objetivo principal analisar as obras didáticas produzidas por um professor de Matemática, André Perez y Marin, docente de um importante estabelecimento de ensino no município de Campinas, Colégio Culto à Ciência.

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2 André Perez y Marin foi um professor de matemática espanhol que lecionou no Colégio Culto à Ciência de 1901 até o seu falecimento, em 1928. Nessa instituição ingressou na cadeira de Aritmética e Álgebra, mas, em 1910, assumiu a regência interina da 11ª cadeira de Mecânica e Astronomia. Em 1926, requereu sua transferência para a mesma e como não foi atendido em sua solicitação, submeteu-se aos 68 anos de idade ao concurso da referida cadeira sendo aprovado em primeiro lugar. Sua nomeação como efetivo se deu em 02 de dezembro de 1926.

Durante o período em que lecionou no colégio ele teve uma produção de dez obras, sendo oito de sua autoria e dois escritos em parceria com Carlos Francisco de Paula, que também era professor do Colégio Culto à Ciência. Suas obras são: Elementos de Álgebra, Soluções Algebricas, Arithmética Teórico-Prática, Lições de Aritmética 1ª Parte, Lições de Aritmética 2ª Parte, Soluções Arithméticas, Lições de Algebra, Lições de Mecanica e Astronomia e as escritas em colaboração com Carlos Francisco de Paula são: Elementos de Trigonometria Rectilínea e Elementos de Geometria.

A análise das obras do referido autor possui vários vieses, sendo que aqui apresentaremos apenas um item, com o intuito de observar fatos importantes para as leituras e entendimento das mesmas, incluindo elementos implícitos e outros que estão silenciados nos livros didáticos pesquisados, bem como as questões editoriais que não são expressas no interior do livro e que só podem ser reveladas a partir de uma análise que contempla elementos não textuais, os chamados paratextos.

Para Gérrad Genette (2009, p.9-10), “[...] o paratexto é aquilo por meio de que um texto se torna livro e se propõe como tal a seus leitores [...]. Mais do que uma fronteira estanque, trata-se de um limiar [...] que oferece a cada um a possibilidade de entrar, ou de retroceder”.

Sendo assim, dentre uma vasta lista de paratextos possíveis de serem analisados propostos por Genette (2009) atentaremos especialmente para as capas e as páginas iniciais das obras relacionadas anteriormente. Deste modo, Dassie (2011) considera esses elementos como lugares estratégicos para encontrarmos elementos paratextuais. E, nesses lugares contemplaremos os itens: títulos, indicação do conteúdo, pareceres adoção e preços dos exemplares.

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3 Desenvolvimento

Ao iniciarmos nossas observações nas obras de Perez y Marin, atentamos primeiramente ao paratexto “títulos”. Verificamos que em todos os volumes aparecem como o primeiro elemento da capa. Vale considerar que observamos um padrão quanto ao local do título, ainda que as obras não tenham sido todas publicadas pela mesma editora. Segundo Genette (2009, p.73) os títulos apresentam funções: identificar as obras, identificar seu conteúdo e valorizá-lo.

Em nossa análise, verificamos que os títulos das obras apresentam a função de identificar seu conteúdo, e foram por nós identificados como títulos genéricos: Elementos de Algebra, Aritmética Teórico-prática, Lições de Arithmética, Soluções Algébrica. O título Elementos de Algebra, assume a função de identificar um texto que aborda assuntos algébricos e, isso pode ser confirmado se ampliarmos nossas observações para o índice da obra; os livros de resolução de exercícios e problemas eram chamados de “Soluções”, cuja função é anunciada pelo próprio título.

Vale a pena considerar que, a obra Aritmética Teórico-prática apresenta em seu título elementos que nos remetem a sua função, bem como intenção, ou seja, existia no período em que a obra foi elaborada uma indicação de que os livros deveriam ter uma característica prática. No entanto, ao observar o índice dessa obra, notamos apenas um capítulo sistemas metrológicos, números complexos que tratava um pouco mais de elementos com características de prática. Talvez esse título tenha sido elaborado para atender as “exigências” de um ensino com características práticas, existentes naquele período.

Ainda sobre títulos, a obra Soluçções Algebricas 2ª edição (1927) nos fornece a ideia de que irá tratar das soluções de exercícios de problemas algébricos, o que pode ser atestado com a informação (também encontrada na capa), de que a obra contem todas as questões da última edição dos Elementos de Algebra do mesmo autor. Além do que, podemos inferir a relação entre as obras do tipo “Elementos” com as obras do tipo “Soluções”. O mesmo ocorre com as obras, Aritmética theórico-prática1 e Soluções Aritméticas.

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Embora esse título não contemple a palavra Elementos, era a obra que abordava todo o referencial teórico sobre aritmética, por isso a classificamos como as obras que tinham a palavra elementos no título.

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4 Além disso, foi possível também notar, na capa, localizado bem próximo ao título uma função de indicação do conteúdo. Por exemplo, em Elementos de Algebra “Esta obra contem toda a matéria distribuída pelos tres annos do programma do gymnasio nacional” (Perez y Marin, 1909). O que nos leva a perceber uma forma de ser dada credibilidade a obra uma vez que este estabelecimento de ensino (gymnasio nacional) desde 1901 foi recomendado como ginásio modelo em âmbito nacional.

Outro exemplo, a obra Elementos de Geometria (1912) “contem toda a matéria constante de programma de admissão á Escola Polytechnica do Rio de Janeiro”. Mais um exemplo, a obra Elementos de Trigonometria Retilínea s/d “contendo toda materia do programma dos gymnasios do Pedro II”. Lições de Arithmetica 3ª edição (1939) “contendo a matéria dos programas de admissão aos gymnasios”. Dessa forma, percebemos uma constante preocupação do autor em contemplar em suas obras os assuntos que eram indicados principalmente nos programas do Ginásio Nacional.

Ainda nas capas, é possível notar paratextos relacionados à avaliação das obras. Em Elementos de Algebra de 1928 “Obra approvada pelo governo do Estado de S. Paulo e Conselho Superior de Instrucção Publica do Estado de Minas Gerais” informação esta também encontrada em Aritmética Teórico-Prática de 1939.

A importância dessa aprovação pode ser notada pelas palavras de Bittencourt (1990, p.120) “[...] Além do Estado ter o poder de credenciar as obras escolares, ele era também o principal comprador das obras didáticas por sua política de distribuição de livros para “alunos pobres” [...]”.

E ainda, havia um decreto nº248 de 26/07/1894 “Artigo 17. No ensino ministrado pelas escolas publicas serão adotados somente os livros que o Conselho Superior aprovar. que dizia que no ensino ministrado pelas escolas públicas só seriam adotados somente os livros que o conselho superior aprovar” (COSTA, 2011, p.739), o que nos leva a refletir sobre a importância dos pareceres inclusive por questões editoriais e políticas de vendagem, ou seja, os livros só seriam adotados pelas escolas públicas se fossem aprovados pelo conselho superior, como constatamos no decreto e isso também servia como uma propaganda para as demais escolas, já que o livro recebeu tal aprovação.

Ainda observando as capas, outro elemento foi considerado: as editoras. Notamos que a maioria das publicações de Perez y Marin aconteceu pela editora, Escolas

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5 Profissionais Salesianas2 e, pelas Escolas Profissionais do Lyceu Coração de Jesus, também em são Paulo. (Soluções Algébricas).

Já as obras Elementos de Geometria e Elementos de Trigonometria Rectilínea, de co-autoria com Carlos Francisco de Paula publicadas pela editora Melhoramentos de São Paulo e a obra Lições de Mecânica e Astronomia de 1928 impresso na Machina duplicadora “Gestetner” do Instituto Cesario Motta.

A observância sobre as editoras nos remete a verificação das possibilidades de escrita e estilo do autor. Em nossas análise podemos constatar que mesmo não tendo suas obras publicadas por uma mesma editora que o autor mantinha um mesmo estilo de escrita e também escolha de abordagem dos temas.

Consideramos também, que as obras de Geometria e Trigonometria não foram publicadas pelas editoras católicas uma vez que estas editoras davam ênfase maior para aritmética e álgebra. Essa observação é comprovada por Dalcin (2010, p.266) que afirma não ter localizado nenhuma menção a livros de geometria e trigonometria publicada pela Livraria Salesiana Editora. Ainda de acordo com a autora essa ausência está ligada ao ensino primordialmente prático nas escolas salesianas por volta de 1920.

Ademais, adoção das obras que consta nas capas, é outro elemento paratextual que nos traz informações sobre a função de identificação do conteúdo e a quem se destinava as obras. Em Elementos de Algebra, (6 ª ed., 1928) consta “[...], para uso dos Estabelecimentos de ensino secundário”. Já em Aritmética teórico-prática (10ª ed., 1939) “[...] adotada em grande número de Ginásios Escolas de Comércio e Escolas Normais do Brasil”.

Com essa segunda informação, percebemos uma intenção de que a obra não fosse usada apenas como um material de apoio aos alunos do próprio autor e sim, que esta atingisse um público muito mais amplo, como o curso de formação de professores em nível secundário, a Escola Normal. Como também pode ser verificado em Elementos de Geometria tanto no volume de 1912 como 1917 temos “Obra destinada aos Gymnasios e Escolas Normaes”.

Por fim, consideramos sobre a função de identificação da obra, os livros de respostas. Tudo indica também que se destinavam aos alunos e professores, uma vez que

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Aritmética Teórico-prática, Lições de Aritmética parte 1 e Lições de Aritmética parte 2, Soluções

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6 no prefácio de Soluções Aritméticas o autor se pronuncia “[...] julgamos ser útil aos estudiosos e aos professores [...]”.

Embora essa obra tivesse como público alvo alunos de segundo grau, o autor faz também uma indicação de possibilidade de uso pelos alunos das escolas primárias. Perez y Marin inclusive afirma que o compêndio era dotado de alguns assuntos que tinham aplicação à vida prática, o que vai de encontro com as recomendações governamentais que tais obras deveriam ter essas características.

Nas escolas primarias isoladas e nos grupos escolares, onde entendemos não se dever usar nenhum compendio de Arithemetica, e sim ser o ensino ministrado de viva voz pelo professor, auxiliado por uma grande copia de exercícios, esperamos que este livro será de grande utilidade, e, com este fito, augmentamos o numero das questões, especialmente nas partes referentes aos números inteiros e decimaes, fracções ordinárias e systema métrico decimal, além de uma longa serie de problemas arithemtico-geometricos, de frequente applicação à vida prática. (MARIN, 1910, Prefácio)

E também, identificamos as obras como possíveis textos de referências a professores:

Que este trabalho possa ser de alguma utilidade para o aprendizado deste ramo da sciencia geométrica e para a digna classe do Professorado a que tanto nos orgulhamos de pertencer, é a nossa aspiração. (MARIN; PAULA, n/d, Prefácio). Outras informações paratextuais encontradas na parte interna das obras são os chamados por Gennete (2009) de composição e tiragem, que dizem respeito a sua realização material: a composição e a escolha do papel que diretamente se relacionam com os preços dos exemplares.

Na obra Elementos de Geometria de 1912, antes do prefácio, tem-se uma lista de obras de Perez y Marin com seus respectivos valores:

Tabela 1.1- Relação de obras do autor e respectivos preços

OBRAS PREÇO

Aritmética Theórico prática (2ª ed.) 5$000 Elementos de Algebra (2ª ed) 5$000

Soluções Aritméticas 6$000

Soluções Algebricas 5$000

Elementos de Geometria 7$000

Elementos de Trigonometria 3 4$000 Fonte: elaborado pela autora, 2014

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As duas últimas obras mencionadas foram elaboradas em coautoria com o professor Carlos Francisco de Paula.

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7 Quanto ao preço das obras, Bittencourt (1993, p.113) afirma “[...] uma obra erudita era normalmente encadernada e seu preço variava entre 5$000 a 10$000 réis. Enquanto os didáticos eram cartonados, em papel de pior qualidade, possibilitando preços entre 5$00 a 2$000 réis”.

De acordo com a informação anterior, ligada aos preços observados na tabela 1.1 podemos inferir que o sucesso e reedições das obras de Perez y Marin não estavam respaldados em baixo custo dos exemplares. A nosso ver existiam outras estratégias de vendagem, como a divulgação dos títulos anteriores em contra capas dos livros, pareceres das obras e comentários elogiosos incorporados nas edições sequenciais dos livros.

Para evidenciar tal situação, temos na obra Elementos de Algebra 1909 considerações sobre seu trabalho anterior Aritmética Theorico-prática:

Pelo prof Sr. André Perez y Marin, lente cathedrático de Arithmetica e Algebra no Gymanasio local. É uma obra de real merecimento e que por mais uma vez põe em alto destaque o não vulgar conhecimento e invejável preparo do provecto lente, innegavelmente um dos bellos ornamentos no magistério do Estado. O volume, esmeradamente confeccionado nas Escolas Profissionaes Salesianas da capital, compõe-se de 350 páginas, abrangendo todo o programma official dos Gymnasios. (Commercio de Campinas 26-1-1909).

Ademais, segundo Bittencourt (1993, p.114) além dos autores enviarem exemplares aos jornais a fim de incorporarem os comentários elogiosos, outra formas foram suscitadas para divulgação, aproveitar a contra-capa dos livros para apresentação de catálogos das obras já publicadas pelos autores.

Mesmo a editora Weiszlfog Irmãos que publicou Elementos de Geometria também usou a contra-capa para a divulgação das obras anteriormente publicadas por Perez y Marin em coautoria com Carlos Francisco de Paula.

E, “as revistas pedagógicas tornaram-se importante veículo de divulgação das editoras” (BITTENCOURT, 1993, P.118). Em consonância com tal afirmação, temos uma citação de Baroni, (2008, p.58) “as editoras buscavam espaços variados para difusão e comercialização de seus produtos. As publicações de periódicos, almanaques e jornais traziam sempre propagandas de diversos materiais didáticos à venda em livrarias [...]”.

Segundo Genette (2009, p.185), “[...] Quando o autor quer valorizar seu mérito, talento ou gênio, prefere geralmente não sem razão, confiar essa tarefa a outra pessoa, por meio de prefácio, alógrafo [...]”. Ainda sobre esse tipo de prefácio, Genette (2009, p.235)

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8 afirma ter esse a “função de recomendação”. Pareceres e comentários são paratextos que indicam a avaliação da obra e são encontrados nas páginas iniciais.

Sendo assim, observamos uma série de pareceres e comentários sobre as obras de Perez y Marin, a saber: em Aritmética Teórico-Prática de 1939, 10ª edição “[...] transforma-se de hoje em diante numa necessidade imprescindível para quantos se dedicam do magistério”. Do Estado de São Paulo de 24-4-9094. “[...] com o seu trabalho, presta um serviço extraordinário à mocidade estudiosa e também ao professorado” Do Deutschezeitrang (São Paulo 9-2-1909).

“[...] O Snr. Pérez y Marin acaba de prestar inestimável serviço aos rapazes que frequentam os nossos estabelecimentos de ensino secundário. A ação benéfica do seu livro estende-se ainda aos professores da matéria, [...]” (Da Comarca de Mogi Mirin 28-2-1909).

E ainda, um ingrediente que foi de sedução que incita à compra e/ou leitura:

Esta obra, sendo uma recapitulação pratica do trabalho anterior, favorecerá principalmente aos dignos collegas que nos honrarem com a adoção de nossa

Arithmetica; entretanto, qualquer que seja o compendio adoptado, o presente

livro oferecerá sempre uma colleção ordenada, methodica, gradula e variada de exercícios e problemas, cuja valia ninguém ignora, visto poupar ao professor a improvisação diária de exercícios e problemas, tarefa difficil e penosa (MARIN, 1910, Prefácio).

Com os apontamentos elencados acima consideramos ter indicado alguns caminhos apontados pelas editoras com a finalidade de venda dos livros didáticos produzidos por André Perez y Marin.

Considerações Finais

Em nossas análises, empregando os paratextos podemos observar fatos importantes acerca das obras em estudo, incluindo elementos implícitos e outros que estão silenciados nos livros didáticos do autor André Perez y Marin. Por exemplo, as questões editoriais que não são expressas no interior do livro, e que só podem ser reveladas a partir de uma análise que contempla elementos não textuais, os chamados paratextos editoriais.

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Embora o ano esteja digitado 909 acreditamos que seja de 1909 pelas datas dos demais comentários. De qualquer forma, escolhemos manter como no original.

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9 Com isso podemos ampliar nosso repertório de elementos usados para a análise das obras a fim de verificarmos pontos importantes e contribuir para a escrita da História da Educação Matemática no Brasil.

Referências

BITTENCOURT, M. F. Livro didático e conhecimento histórico: uma história do saber escolar. São Paulo, 1993. Tese (Doutorado em História)- Departamento de História da Faculdade de Filosofia Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

DALCIN, A. O Ensino de Matemática entre 1885 e 1929 no Colégio Salesiano Liceu Coração de Jesus: “bons cristãos, honestos cidadãos”. In: Bolema. Rio Claro (SP), v. 23, nº 35A, p. 241 a 268, abril 2010.

DASSIE, B. A. Paratextos editoriais e História da Educação Matemática: uma leitura

de livros didáticos. 2011. Disponível em:

http://www.apm.pt/files/177852_C11_4dd7a3d450d31.pdf. Acesso em 10 de novembro de

2014.

GENETTE, G. Paratextos Editoriais. Trad. Álvaro Faleiros. Cotia: Ateliê Editorial, 2009. VALENTE, W. R. Livro didático e educação matemática: uma história inseparável. In: ZETETIKÉ – Cempem – FE – Unicamp – v. 16 – n. 30 – jul./dez. – 2008.

Referências

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