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A educação ambiental no ensino fundamental para a construção de uma sociedade sustentável

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Academic year: 2021

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1 SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS

DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ

A educação ambiental no ensino fundamental para a

construção de uma sociedade sustentável

Ana Paula Batista do Carmo

Professora de Ensino Técnico Profissionalizante ETEC – Escola Técnica Estadual – “Centro Paula Souza”

pauladicarmo@gmail.com Katia Cilene Buonacorso Messias

Professora do Curso Técnico de Informática e Coordenadora de Área ETEC – Escola Técnica Estadual – “Centro Paula Souza”

kbuona@gmail.com Maria Stella Lopes Bueno

Professora do Curso Técnico de Informática e Diretora Administrativa ETEC – Escola Técnica Estadual – “Centro Paula Souza”

stellaete@gmail.com Sonia Regina da Silva Santi

Professora de Informática Colégio “Presidente Kennedy”

santi.sonia@gmail.com

Este simpósio tem o apoio da Fundação Fernando Eduardo Lee

Resumo:

Com a evolução tecnológica e a globalização, a espécie humana experimenta atualmente um sério problema de desequilíbrio ambiental. Assim, vivemos uma época de mudanças, à qual se exige do indivíduo a necessidade de ver o mundo ao seu redor não mais como uma simples passagem, onde não se

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2 tem nenhuma responsabilidade sobre o futuro. Hoje, evidencia-se a necessidade de se trabalhar a educação ambiental para uma mudança global, a médio e longo prazo. E essa proposta se fortalece no ambiente escolar, por ser um espaço promissor para a formação de cidadãos conscientes e capazes de participarem da construção de uma “sociedade sustentável”. O presente artigo apresenta um breve histórico da educação ambiental, os desafios dessa temática, e os direcionamentos necessários para a aplicação significativa da educação ambiental nas escolas, mais especificamente nas séries iniciais do ensino fundamental.

Palavras-chaves: Educação Ambiental. Ensino Fundamental. Desafios. Seção 3 – Curso de Pedagogia (Presencial e EAD)

Apresentação: oral

1 Introdução

Esse artigo tem como tema os desafios da educação ambiental nas escolas, mais especificamente nos primeiros anos do ensino fundamental.

Este tema se justifica, pois a escola consiste em um espaço privilegiado para o desenvolvimento da Educação Ambiental (EA), possibilitando a realização de um trabalho sistematizado e planejado. Neste contexto, a educação ambiental no ensino fundamental deve favorecer a construção de conhecimentos que contemplem a formação de uma consciência ecológica, baseados em valores éticos, atitudes e comportamentos nos níveis individual e coletivo, focados na melhoria da qualidade de vida.

A questão que move esta pesquisa é indagar como a educação ambiental pode ser aplicada ao ensino fundamental para a formação de uma sólida consciência ecológica, iniciando assim a construção de uma “sociedade sustentável”.

O objetivo deste artigo é permitir a percepção da importância da educação ambiental, seus desafios e os direcionamentos necessários, no sentido de contribuir para a formação de cidadãos conscientes e críticos, preocupados com a realidade socioambiental e responsáveis pela mudança do cenário atual.

A metodologia utilizada é a pesquisa bibliográfica em textos conceituados da literatura da área (especial atenção aos artigos on-line sobre EA).

Segundo Jonas (2006) o papel da educação é de formar a consciência acerca da realidade, demonstrando os perigos que podem ocorrer se a sociedade continuar trilhando os mesmos caminhos percorridos até hoje, assim deve ser traçado uma verdadeira ação pedagógica para o nosso tempo quando se trata de EA. “O diagnóstico crítico das questões ambientais e a autocompreensão do lugar ocupado pelo sujeito nessas relações, são o ponto de partida para o exercício de uma cidadania ambiental.” (Carvalho, 2011).

Este artigo apresenta um breve histórico da educação ambiental, os desafios da educação ambiental nas escolas e os direcionamentos necessários para a aplicação desta temática nas séries iniciais do ensino fundamental, objetivando a criação de uma “sociedade sustentável”.

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3 A exploração do tema nos permitiu concluir que a EA deve estar vinculada a uma educação crítica, e a uma abordagem interdisciplinar preferencialmente baseada em projetos; sendo o alicerce deste processo professores capacitados e focados no mesmo objetivo.

2 Desenvolvimento

“Estamos produzindo um mundo que nenhum de nós deseja...” (DIAS, 2004). A espécie humana experimenta atualmente um sério problema de desequilíbrio ambiental, devido ao mundo tecnológico e globalizado que está vivendo. Assim, envolvidos por essa nova “era”, nos tornamos uma sociedade individualista e consumista, que acaba ignorando as consequências ecológicas de seus atos.

Na conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92), essa situação foi reconhecida e, os países envolvidos formulam um plano de ação para o século XXI com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável. Também reconhecem que o desafio fundamental para a construção de uma sociedade sustentável é a Educação. 2.1 Breve histórico da educação ambiental

A Educação Ambiental é um processo permanente no qual “os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que os tornem aptos a agir e resolver problemas ambientais, presentes e futuros” (DIAS, 2004, pg.523).

Historicamente, o termo Environmental Education (Educação Ambiental) surgiu em 1965, durante a Conferência em Educação na Universidade de Keele na Grã-Bretanha. Nesta época, iniciavam uma série de discussões ambientais em vários países, devido inquietações decorrentes das consequências do desenvolvimento econômico adotado pelos países ricos, como: níveis crescentes de poluição atmosférica nos centros urbanos, rios envenenados por despejos industriais, erosão por perda de cobertura vegetal da terra, perda de fertilidade do solo, entre outros.

No Brasil, a Educação Ambiental aparece na legislação desde 1973, como atribuição da primeira Secretaria do Meio Ambiente (Sema). Mas, é principalmente nas décadas de 80 e 90 que a EA impõe um ritmo mais intenso. Neste contexto, algumas políticas públicas precisam ser destacadas:

 1988: Inclusão da EA como direito de todos e dever do Estado;

 1992: Criação dos Núcleos de Educação Ambiental pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e dos Centros de Educação Ambiental pelo Ministério da Educação (MEC);

 1994: Criação do Programa Nacional de Educação Ambiental (Pronea) pelo MEC e pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA);

 1997: Elaboração dos Parâmetros Curriculares definidos pela Secretaria de Ensino Fundamental do MEC, em que “meio ambiente” é incluído como um dos temas transversais;

 1999: Aprovação da Política Nacional de EA pela Lei 9.795.

Também merece destaque um significativo evento não governamental que ocorreu em 1992 no Rio de Janeiro, o Fórum Global, que muito contribuiu para o fortalecimento da EA no Brasil. Nessa ocasião, as ONGs e os movimentos sociais de todo o mundo reunidos no evento formularam o

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Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis, cuja

importância foi definir o marco político para o projeto pedagógico da EA. O documento inicia reconhecendo o papel central da educação na formação de valores e na ação social, elementos essenciais para um processo de transformação visando à criação de sociedades sustentáveis.

Consideramos que a educação ambiental para uma sustentabilidade equitativa é um processo de aprendizagem permanente, baseado no respeito a todas as formas de vida. Tal educação afirma valores e ações que contribuem para a transformação humana e social e para a preservação ecológica. Ela estimula a formação de sociedades socialmente justas e ecologicamente equilibradas, que conservam entre si relação de interdependência e diversidade. Isto requer responsabilidade individual e coletiva em nível local, nacional e planetário.

(Tratado de EA para Sociedades Sustentáveis – Rio 92) 2.2 Desafios da educação ambiental nas escolas

Segundo Jonas (2006), o papel da educação é de formar a consciência acerca da realidade, demonstrando os perigos que podem ocorrer se a sociedade continuar trilhando os mesmos caminhos percorridos até hoje, assim deve ser traçado uma verdadeira ação pedagógica para o nosso tempo quando se trata de Educação Ambiental. Neste contexto, é fato que a escola se torna um espaço privilegiado para a Educação Ambiental, pois possibilita a realização de um trabalho sistematizado e planejado. Mas, como operacionalizar a EA nas séries iniciais do ensino fundamental? Quais desafios e direcionamentos necessários, nesta fase escolar, no sentido de contribuir para a formação de cidadãos conscientes e críticos, responsáveis pela mudança do cenário atual, rumo a uma “sociedade sustentável”?

Primeiramente, é importante destacar que para subsidiar o trabalho docente em relação à Educação Ambiental, há um amparo legal. No Brasil, é a Lei 9795/99, e de acordo com artigo 2º temos:

“A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal”. Também merece destaque, os Parâmetros Curriculares Nacionais que nortearão a ação docente constituindo um referencial de qualidade no processo educativo. Um dos objetivos gerais dos PCN nas primeiras séries do ensino fundamental, é que os alunos sejam capazes de: “perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente”. (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, 1997).

A Educação Ambiental está definida nestes parâmetros como um dos

Temas Transversais, ou seja, questões e problemáticas sociais que são

integradas na proposta educacional; possibilitando a construção da cidadania voltada à compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação à “vida pessoal, coletiva e ambiental”. Estes temas não são apresentados como novas áreas do conhecimento ou

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5 disciplinas, eles deverão ser incorporados no trabalho didático, por isso o nome transversalidade.

Assim, percebe-se que apesar da escola possuir os subsídios e as orientações necessárias para aplicação da EA, é preciso elaborar um projeto pedagógico que permita tratar as questões relativas ao meio ambiente de forma plena, e não apenas “conservacionista”, ou com ações isoladas. Para isso, há dois grandes desafios a serem trabalhados, a inserção da EA de forma interdisciplinar, buscando a maneira mais adequada de abordar essa temática em cada disciplina, e a capacitação dos educadores para que estejam preparados, integrados e focados no mesmo objetivo: educar para uma “sociedade sustentável”.

2.3 Direcionamentos para aplicação da educação ambiental nas séries iniciais do ensino fundamental

Educadores e toda a comunidade escolar devem adotar uma postura crítica diante da realidade quando o assunto é Educação Ambiental. Esta postura associada a práticas docentes adequadas contribuirão para a formação de cidadãos mais conscientes, a médio e longo prazo.

Nas séries iniciais do ensino fundamental essa ação crítica se torna promissora, pois nesta fase os alunos estão em processo de descoberta e de transformação. Desta forma, nós como educadores podemos introduzir a questão ambiental de maneira a sensibilizá-los, motivando-os a tomar uma postura que possibilite a percepção acerca da necessidade do cuidado e respeito para com a natureza.

A educação ambiental por sua vez, requer estudos em diversas áreas do conhecimento para que possa ser compreendida e propostas possam ser estruturadas para mudança do cenário atual. Neste contexto, a EA exige um trabalho interdisciplinar, ou seja, integrando todas as áreas do conhecimento. A interdisciplinaridade segundo Carvalho (1998 p. 21), “é uma maneira de organizar e produzir conhecimento, buscando integrar as diferentes dimensões dos fenômenos estudados”. Para isso, os professores devem ser capacitados para se tornarem “sujeitos ecológicos”, capazes de direcionar adequadamente o trabalho com a EA, e propor atividades e discussões que envolvam toda a comunidade escolar de forma agradável e interessante.

Trabalhar com projetos também será uma ferramenta muito útil no sentido de incentivar as crianças na adoção de uma postura crítica, permitindo que a interdisciplinaridade seja ainda mais significativa.

Além das metodologias, a educação ambiental deve fazer parte do dia a dia da rotina escolar, sendo que diversas atitudes “dentro” da escola poderão contribuir para tornar ainda mais eficaz a formação de uma “sociedade sustentável”. Como exemplo, temos: não desperdiçar água ao escovar os dentes após o lanche, apagar as luzes da sala ao sair, usar o verso da folha como rascunho, descartar o lixo utilizando os cestos de coleta seletiva. Esses comportamentos farão com que as crianças tornem-se multiplicadores “fora” da escola, transformando gradativamente as atitudes da comunidade onde vivem.

A mudança inicia quando a transformação é motivada, portanto o indivíduo necessita de estímulos para a verificação da necessidade de um novo olhar a frente do futuro imediato. A criança por sua vez, possui uma

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6 abertura nata para o processo de mudança por não encará-lo como desafio; apenas sente o que lhe é proposto e participa das atitudes dos educadores ao seu redor. “Tão logo um indivíduo empreende uma ação qualquer que seja esta começa a escapar de suas intenções [...] A ecologia da ação é, em suma, levar em consideração a complexidade que ela supõe, ou seja, o aleatório, acaso, iniciativa, decisão, inesperado, imprevisto, consciência de derivas e transformações” (MORIN, 2000, pg.87).

A educação do futuro precisa voltar-se às incertezas ligadas ao conhecimento, devido à nova consciência que surge. Assim, haverá a necessidade de um enfrentamento e aprendizado constante para o sucesso da EA e consequentemente da transformação humana e social.

3 Considerações finais

A sociedade mundial já evidenciava uma preocupação com a situação ambiental à aproximadamente 50 anos atrás. Porém, no Brasil efetivamente iniciou-se um processo mais concreto neste segmento a pouco mais de 20 anos. Para o fortalecimento deste processo em nosso país, merece destaque algumas políticas públicas, como a criação da lei 9795/99 e ações de instituições não governamentais como o Rio 92. Assim, a partir da percepção da necessidade de mudanças frente a ações da sociedade com relação ao meio ambiente, evidenciou-se a importância de se traçar uma verdadeira ação pedagógica quando o assunto é Educação Ambiental. Neste contexto, a EA deverá estar vinculada a uma educação crítica, e a uma abordagem interdisciplinar preferencialmente baseada em projetos, desde as primeiras séries do ensino fundamental. Para isso, os educadores precisam ser capacitados para que estejam preparados, integrados e focados no mesmo objetivo, que é a formação de cidadãos para a criação de uma “sociedade sustentável”.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a Educação Ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Diário Oficial, Brasília.

CARVALHO, ISABEL CRISTINA DE MOURA. Em direção ao mundo da vida: interdisciplinaridade e educação ambiental – Brasília: IPÊ Instituto de Pesquisas Ecológicas, 1998.

DIAS, GENEBALDO FREIRE. Educação Ambiental – Princípios e Práticas. 9ª ed. São Paulo: Gaia, 2004.

EFFTING,TÂNIA REGINA EFFTING. Educação Ambiental nas escolas públicas: Realidade e desafios. 2007.

Disponível em:

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/taniar egina.pdf Acesso em: 01/04/2012.

JONAS, H. Pensando uma ética aplicável ao campo da técnica. 2006. Disponível em:

http://www.socitec.pro.br/erints_vol.1_n.2_pensando_uma_etica_aplicavel_a o_campo_da_tecnica.pdf

Acesso em: 01/04/2012

MORIN, EDGAR. Os sete saberes necessários à Educação do Futuro. Ed. Cortez, 2000.

PHILIPPI JUNIOR, ARLINDO; PELICIONI, MARIA CECÍLIA FOCESI.

Educação Ambiental e Sustentabilidade. 1ª ed. São Paulo: Manoele Ltda, 2005.

SANTOS, ELAINE TERESINHA AZEVEDO DOS. Educação Ambiental na escola: Conscientização da necessidade de proteção da camada de ozônio. 2007.

Disponível em:

http://jararaca.ufsm.br/websites/unidadedeapoio/download/elaine07.pdf Acesso em: 05/10/2011.

SATO, MICHÈLE; CARVALHO, ISABEL. Educação Ambiental: Pesquisa e Desafios. 1ª ed. Porto Alegre: Artmed Editora S.a, 2005.

UNIMES VIRTUAL. Universidade Metropolitana de Santos. Manual para Elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso. Santos, 2012.

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