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Centro de Estudos Sociais. Dicionário das Crises e das Alternativas

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Academic year: 2021

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Dicionário das Crises

e das Alternativas

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DICIONÁRIO DAS CRISES E DAS ALTERNATIVAS

autor

Centro de Estudos Sociais – Laboratório Associado Universidade de Coimbra

editor

EDIÇÕES ALMEDINA, S.A. Rua Fernandes Tomás, nos 76, 78 e 79

3000-167 Coimbra Tel.: 239 851 904 · Fax: 239 851 901 www.almedina.net · editora@almedina.net design de capa FBA revisão Victor Ferreira pré-impressão

EDIÇÕES ALMEDINA, S.A. impressão e acabamento

G.C. – GRÁFICA DE COIMBRA, LDA. Palheira Assafarge, 3001-453 Coimbra producao@grafi cadecoimbra.pt Abril, 2012

depósito legal ....

Os dados e as opiniões inseridos na presente publicação são da exclusiva res-ponsabilidade do(s) seu(s) autor(es).

Toda a reprodução desta obra, por fotocópia ou outro qualquer processo, sem prévia autorização escrita do Editor, é ilícita e passível de procedimento judicial contra o infractor.

______________________________________________________ biblioteca nacional de portugal – catalogação na publicação Centro de Estudos Sociais – Laboratório Associado

Universidade de Coimbra

DICIONÁRIO DAS CRISES E DAS ALTERNATIVAS ISBN 978-972-40-4820-8

CDU 316 338

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Excecionalismo norte-americano

nais até 60% dos respetivos PIB (designadas por blue bonds), continuando os Estados a ser responsáveis pela dívida acima do teto permitido pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento (designadas por red bonds). O segundo admite a repartição de responsabilidades, mas é o único que pode garantir emprés-timos a taxas de juro que refl etiriam apenas os custos do fi nanciamento. A maioria de opiniões sustenta, no entanto, que o segundo tipo é impossível sem uma revisão dos Tratados.

Os críticos das euro-obrigações denunciam o “risco moral” nelas implí-cito. Ao aliviarem a “dor” que os ajustamentos em curso implicam, estas estimulariam o aumento da despesa pública, distribuindo o preço da “irres-ponsabilidade” pelos que “cumprem”. Para estes, a contrapartida do euro é a disciplina orçamental em cada Estado da ZE. Já os seus defensores susten-tam que a sobrevivência do euro exige um orçamento europeu reforçado e a capacidade de emitir dívida europeia, a baixas de taxas de juro, para fi nan-ciar o relançamento económico.

Bruxelas avançou recentemente com a ideia de “obrigações de estabi-lidade”. A direita estará na disposição de as aceitar se a estabilidade orça-mental na ZE for condição prévia à emissão conjunta de dívida. Para o europeísmo de esquerda, as eurobonds permitem aos Estados mais frágeis ter acesso ao fi nanciamento em tempos de crise, servem de escudo a estratégias especulativas e podem ser importantes na reestruturação das dívidas sobe-ranas. Melhor do que governos de países sob resgate, a União pode impor aos credores acordos de troca de títulos nacionais por obrigações europeias de baixo juro e com garantia máxima de reembolso.

Marisa Matias

Excecionalismo norte-americano

O excecionalismo norte-americano refere-se à crença dos Estados Unidos da América na sua singularidade e missão universal. Presente na visão da «cidade no cimo do monte» do sermão puritano, na caracterização otimista de Alexis de Tocqueville em Democracia na América (1831), na celebração poética de Walt Whitman, persiste até hoje como instrumento efi caz da hegemonia. À noção de excecionalismo associam-se outras expressões de cunho nacionalista e contorno religioso como o “Destino Manifesto”. Com elas se justifi caram guerras, anexação de territórios e outras intervenções impe-rialistas. Esta «nação entre as nações» invoca Deus para justifi car ações

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militares agressivas ou o uso de armas nucleares, «em defesa da democra-cia», mesmo que o seu verdadeiro fi to sejam os mercados para a exporta-ção, a exploração de mão-de-obra barata, o domínio de pontos geopolíticos estratégicos ou o controlo do petróleo. Entrou tardiamente na 1.ª Guerra Mundial, donde saiu enriquecida; após a 2.ª, partiu à conquista de mer-cados para o seu enorme excedente de produção, transformando o impe-rialismo territorial num impeimpe-rialismo económico. Todavia, a razão da escalada de riqueza e poderio dos EUA não reside numa superioridade intrínseca e natural, de fundamento religioso, nem na superioridade moral da sua democracia, como querem os adeptos do excecionalismo, mas nas condições históricas favoráveis que o seu modelo capitalista encontrou. Apesar da aparente falta de popularidade desta conceção para o ameri-cano culto, o certo é que o excecionalismo ameriameri-cano serviu os propósitos da divisão maniqueísta entre democracia e comunismo durante a Guerra Fria e ainda hoje se refl ete na facilidade com que os EUA empurram a responsa-bilidade da atual crise económica para a Europa, enjeitando o seu próprio papel. É também o excecionalismo que justifi ca que os EUA se assumam como polícia do mundo e principal garante da segurança do Ocidente na batalha contra o terrorismo, afi rmando-se acima das normas legais e éticas aceites por outras nações.

Isabel Caldeira

F

ascismo social

O conceito de fascismo social foi criado por Boaventura de Sousa Santos para dar conta das novas formas de dominação e exploração nas socieda-des contemporâneas. Partindo da analogia com a noção de fascismo polí-tico, o fascismo social manifesta-se como um regime social e de civilização. O fascismo social pode existir tanto em sociedades do Norte como do Sul e caracteriza-se pela crise do contrato social, ou seja, pela ideia de que noções como as de igualdade, justiça, solidariedade e de universalidade deixam de ter valor e que a sociedade como tal não existe mas, sim, simples indivíduos e grupos sociais em prossecução dos seus interesses.

A ideia de fascismo social implica sempre a dominação explícita de um grupo por outro e, contrariamente aos fascismos políticos, assenta nas dinâ-micas sociais e nos tipos de sociedade existentes. O paradoxo é que podem

Referências

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