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A política comercial de angola e a participação brasileira/ The angola commercial policy and brazilian participation

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 19254-19279 oct. 2019 ISSN 2525-8761

A política comercial de angola e a participação brasileira

The angola commercial policy and brazilian participation

DOI:10.34117/bjdv5n10-154

Recebimento dos originais: 10/09/2019 Aceitação para publicação: 11/10/2019

Júlio Cavalheiro Kopf

Mestre e Doutorando em Desenvolvimento Regional junto ao PPGDR da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUI).

E-mail:julio.kopf@hotmail.com

Argemiro Luís Brum

Professor Titular do Mestrado e Doutorado do PPGDR da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUI).

Doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris (França). E-mail:argelbrum@unijui.edu.br

RESUMO

O tema deste artigo é a política comercial externa de Angola. O problema central é o de se verificar como se caracteriza a política comercial externa deste país africano. Afinal, com o crescimento expressivo, tanto das exportações como das importações, e as sucessivas quebras de recordes favoráveis na balança comercial angolana, um montante cada vez maior de empresas começam a se aventurar no mercado mundial, visando não somente o aumento de suas receitas, mas também a sua sobrevivência no setor. Com isso surgem oportunidades para empresas atuantes nos processos que envolvem o comércio internacional. O objetivo central é compreender e analisar a estrutura da política econômica externa de Angola e algumas relações com o Brasil. A metodologia utilizada foi a da recuperação bibliográfica e estatística de dados sobre o tema, de forma a permitir uma análise que respondesse ao problema posto. Dentre as conclusões, nota-se que Angola deveria fortalecer parcerias comerciais com um maior número de países, pois sua economia não é diversificada e alguns produtos acabam custando muito caro para serem produzidos, servindo especialmente para favorecer grupos econômicos específicos. Um sistema de livre comércio mais amplo, principalmente com Portugal e Brasil, seria recomendável

Palavras-chave: Comércio exterior; Balança comercial; Angola, Exportações, Importações.

ABSTRACT

The theme of this article is Angola's foreign trade policy. The central problem is to verify how the foreign trade policy of this African country is characterized. After all, with the significant growth of both exports and imports, and successive favorable record decreases in the Angolan trade balance, an increasing number of companies are starting to venture into the world market, aiming not only to increase their revenues, But also their survival in the industry. This gives rise to opportunities for companies involved in the processes that involve international trade. The central objective is to understand and analyze the structure of Angola's foreign economic policy and some relations with Brazil. The methodology used was the bibliographical and statistical recovery of data on the subject,

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 19254-19279 oct. 2019 ISSN 2525-8761 in order to allow an analysis that responded to the problem posed. Among the conclusions, it should be noted that Angola should strengthen trade partnerships with a greater number of countries, because its economy is not diversified and some products end up being very expensive to be produced, serving especially to favor specific economic groups. A broader free trade system, especially with Portugal and Brazil, would be advisable.

Keywords: Foreign trade; Trade balance; Angola, Exports, Imports.

1 INTRODUÇÃO

No atual cenário comercial mundial o acirramento da competitividade faz com que diversas organizações e países se movimentem em busca de vantagens competitivas. Desta forma, a intensa movimentação de capital proporciona diversas oportunidades e ameaças a seus participantes.

Como alternativa de crescimento e sustentabilidade econômica, atualmente, os países travam batalhas pelo montante de dinheiro movimentado mundialmente, a fim de manterem suas balanças comercias em níveis que lhes possibilitem o crescimento interno e o atendimento das necessidades de suas populações.

Assim sendo, o comércio internacional figura como importante e decisivo mecanismo de geração de riquezas de um país, considerando-se o atual ambiente de globalização e competitividade. Angola está ciente da necessidade de participar mais ativamente deste mercado internacional, todavia vem enfrentando diversas barreiras para se tornar um país realmente atuante e chegar a níveis significativos de participação no mesmo.

Por outro lado, o comércio internacional, por sua própria dinâmica, sujeita seus participantes a um constante aprimoramento de seus conhecimentos, a um rígido controle de suas operações e a uma vigília constante sobre os acontecimentos nacionais e mundiais, para que se evite problemas que possam resultar em prejuízo financeiro ou de imagem, cujos efeitos afetam negativamente a performance dos mesmos, com reflexos diretos ao conjunto de seus países (VAZQUEZ, 1998 pg. 23).

Neste contexto, o tema deste artigo é o comércio internacional e a política comercial externa de Angola. O problema central é o de se verificar como se caracteriza a política comercial externa deste país africano. Afinal, com o crescimento expressivo, tanto das exportações como das importações, e as sucessivas quebras de recordes favoráveis na balança comercial angolana, um montante cada vez maior de empresas começam a se aventurar no mercado mundial, visando não somente o aumento de suas receitas, mas também a sua sobrevivência no setor. Com isso surgem oportunidades para empresas atuantes nos processos

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 19254-19279 oct. 2019 ISSN 2525-8761 que envolvem o comércio internacional. O objetivo central é compreender e analisar a estrutura da política econômica externa de Angola. Enfim, a metodologia utilizada foi a da recuperação bibliográfica e estatística de dados sobre o tema, de forma a permitir uma análise que respondesse ao problema posto.

2 ECONOMIA INTERNACIONAL: ASPECTOS TEÓRICOS

Durante os séculos XV e XVII a Europa passou por uma série de transformações políticas, intelectuais, religiosas e geográficas. No que se refere à transformação política, o século XVI viu surgir o Estado Moderno, que passa a coordenar todas as diferentes forças ativas das nações. Já a transformação intelectual refere-se à Renascença, tanto no âmbito da arte, quanto na literatura e na ciência. No cenário religioso, assiste-se a Reforma Protestante. As transformações geográficas, por sua vez, são marcadas pela expansão marítima, dando origem a um grande fluxo de metais preciosos.

É neste cenário que nasce o mercantilismo: conjunto de ideias e práticas econômicas que perdurou durante três séculos em toda a Europa. A ideia metalista era uma delas. Para os mercantilistas, o ouro e a prata eram o mais perfeito instrumento de aquisição da riqueza ou, em outras palavras, o ouro e a prata eram, para a nação, as formas iminentes da riqueza. Essa manifestação do pensamento mercantilista coincide com a descoberta e a exploração das minas de ouro na América, a partir da Espanha. Para acumular o máximo de ouro e prata, a Espanha toma uma série de medidas intervencionistas. Os mercantilistas compreenderam também a importância das trocas entre nações: o comércio internacional. Surge a noção de "balança de comércio" que vai, aos poucos, substituir a de "balança de controle". A concepção mercantilista se alarga: admite-se a entrada e saída do ouro, contanto que ao mesmo tempo seja tomada uma série de medidas indispensáveis, tendente a assegurar ao país uma "balança de comércio credora" (SINGER, 1969 pg. 45).

Na França, o mercantilismo foi conhecido como forma "industrialista" ou "colbertismo", por causa do ministro francês Colbert. Preservando os mesmos objetivos que o mercantilismo da Espanha, a França, apenas difere a forma utilizada para obtenção de metais preciosos: a industrialização. A indústria é preferida à agricultura. Para isto o Estado toma numerosas medidas intervencionistas, a fim de colocar os produtos nacionais em condições vantajosas no mercado internacional. Favorecendo assim as exportações e o estoque metálico nacional. Para aumentar o volume das exportações de objetos de luxo limita-se o seu consumo no mercado interno. Na Inglaterra, por sua vez, o mercantilismo reveste a forma chamada

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 19254-19279 oct. 2019 ISSN 2525-8761 "comercialista", onde era permitido tanto a entrada quanto a saída de metais.

Todavia, como se exige, para que a balança seja favorável, serem as importações de ouro e prata superiores às exportações, todo um sistema de regulamentação é elaborado: o estado regulamenta a produção, fiscaliza as exportações e controla as vendas no exterior. (HUGON, 1969, pg. 76-88). A fiscalização das exportações também objetiva a saída de matérias-primas que possam ser úteis à defesa do país ou à condução da guerra.

O mercantilismo alemão é conhecido pelo nome de "camaralismo". Seckendorff, um dos mais importantes comercialistas, defendia a ideia de que as importações deveriam ser reduzidas, preconizando medidas para aumentar a produtividade da agricultura e das manufaturas. Beckers, por sua vez, condena as exportações e as importações recomendando a construção de sociedades comerciais estatizadas.

O comércio exterior é também considerado na Alemanha como parte principal da riqueza da coletividade. O mercantilismo reveste, nos primórdios do século XVII, a forma judiciária, tendo como um dos principais representantes John Low, o qual afirmava que era o volume de moeda que aumentava a riqueza pública. Todavia, Low cometeu um grave erro ao colocar como centro do sistema o volume de moedas em circulação, sem considerar a procura efetiva dessa moeda em função do real desenvolvimento da riqueza.

2.1 COMÉRCIO INTERNACIONAL

Lembrando que nenhum país é suficientemente capaz de produzir todos os bens que necessitam neste caso subtende-se que o monopólio é certamente incomum, portanto cada país deve apreender os esforços naquilo que sabe fazer melhor investindo em mão de obra e em tecnologia com isso possibilitando uma economia de escala, e viabilizar os seus bens e serviços as outras nações de maneira que estas possam recompensar com os outros bens e serviços desejados, o autor vai salientar que

O comércio internacional representa o conjunto de atividades que conecta a compra, venda e troca de bens e serviços, assim como também da circulação de mão-de-obra e de capitais entre países em todas as relações comerciais.” (KEEDI, Samir 2004.p.20)

O Comércios internacional para Maluf (2000.p.50) caracteriza-se pela troca de bens e serviços entre países e entre empresas de diferentes países, e tem suas origens na impossibilidade de um país ser autossuficiente o bastante para produzir todos os bens e

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 19254-19279 oct. 2019 ISSN 2525-8761 serviços que sua população precisa para sua sobrevivência. Isto é justificado em função das diversas particularidades de cada nação, seja de clima, de recursos naturais e, atualmente, de nível tecnológico.

Portanto esses países ou nestes processos terão abertamente os fatores que irão influenciar quer seja no ponto negativo quer seja positivo através de uma série de complexidade de fatores tais como o clima, políticas, bem como os fatores de produção.

No entanto segundo KEEDI Samir, (2002.p.40) completa dizendo “que o comércio internacional significa o intercâmbio de bens e serviços entre países, e é resultante das vantagens comparativas dos países e sem função das especializações na divisão internacional do trabalho, visando sempre uma integração econômica mundial”

Neste contexto, ou seja, a ideia apresentada pelo autor acima citada e depois o economista David Ricardo vai salientar com mais veemência demonstra uma preocupação com os fatores de produção em que o trabalho e a especialização tem grande implicância no resultado da produção desde os custos e vai até nas diferenças de produtividade frente as outras nações. Penso que aqui é um dos pontos onde se concentra o sentido do comercio internacional.

Nestas diferenças que envolvem o comércio internacional para WERNECK Paulo (2005, pg.23) completa que:

A grande diferença entre o comércio nacional e o comércio exterior, é que os agentes envolvidos estão situados em países diferentes e a operação está sujeita a normas internas de cada país interveniente e as leis internacionais, e dependem fundamentalmente da autorização desses países

Portanto temos uns aspectos a ser analisado quando se trata do comercio internacional este aspecto chama-se: a Logística que vai se enquadrar, mas especificamente no processo de importação e exportação. Segundo JUNIOR, Trade. (2009) “E globalização é de primordial importância para os países que desejam inserir-se no Comércio Internacional.”

A globalização é um grande fenômeno que permite uma grande participação dos países na economia mundial, portanto podemos observar que:

Os países que mantiveram isoladamente e não acompanharam o movimento da globalização sofrem hoje com a falta de desenvolvimento tecnológico, humano e social, e também com a total falta de estrutura no espaço comercial e industrial, tais

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características são de grande relevância para as nações que buscam o desenvolvimento. (BEZERRA Diego, 201-?).

Portanto, o comercio exterior tem uma grande importância na vida econômica e social de um ou mais países oferecendo condições e estreitamento de relações com os demais países. Neste contexto podemos observar o seguinte:

Não há como falar em desenvolvimento do comercio exterior, em aumento de exportações e melhoria da qualidade dos produtos de determinados países, se estes não possuem políticas claras de relacionamento e de abertura comercial em proporções globais. (BEZERRA Diego, 201-?).

No entanto considera se o relacionamento como um fator de extrema importância neste novo cenário em que a globalização é o motor que está a proporcionar forças e posturas competitivas no mercado internacional. Desta feita segundo o (BEZERRA, 201-?). A globalização e o comercio caminham juntos em favor de um mercado mundial onde a maioria das nações possam se beneficiar com intercambio de produto ou serviços.

Neste caso segundo JUNIOR, (2009) O alcance da globalização não tem limites. Ela pode alterar muitas fronteiras internacionais antes encontradas. Os indivíduos, participantes desta globalização, mudam sua forma de agir, movem-se em todas as direções. Deixam de lado o “local” para participarem do que agora é “global”. A globalização amplia espaços físicos, sociais, econômicos, políticos, globais.

Portanto, falando do comércio internacional não podemos esquecer de mencionar as três correntes que sempre influenciaram a dinâmica do comércio internacional, bem como a sua aplicabilidade.

2.2 ASPECTOS TEÓRICOS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

O objetivo primordial da Teoria do Comércio Internacional é oferecer explicação à existência do comércio entre os países, a diferenciação nos bens produzidos por ele e a barreiras comerciais impostas sobre o comércio internacional. Um dos mecanismos utilizados pelo comércio internacional é a taxa de câmbio e a balança comercial.

A primeira é conceituada como a medida pela qual a moeda de um país qualquer pode ser convertida em moeda de outro país. Quanto maior a taxa de câmbio, maior volume que as empresas desejam exportar. Quanto menor a taxa de câmbio, menor o volume que as empresas desejam exportar.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 19254-19279 oct. 2019 ISSN 2525-8761 Já do lado das importações, a situação se inverte. No que tange a fixação da taxa de câmbio, é necessária a intervenção do governo. Outra medida adotada pelo comércio internacional é a balança de pagamento: Registro contábil de todas as transmissões de um país com outros países do mundo.

A forma “bullionista” das ideias mercantilistas buscava nas alterações do câmbio as causas dos desequilíbrios na balança comercial. Um tipo de câmbio mais alto, a moeda de circulação no interior do país e aumentando o déficit comercial. Uma balança comercial deve estar sempre em equilíbrio.

No que diz respeito ao comércio internacional mercantilista ele se dava de forma unilateral e agressiva uma vez que o lucro de um país só era possível com a perda de outro. Em contraposição a isto, os clássicos elaboraram a teoria das “Vantagens Comparativas”, a qual afirmava que duas nações têm relações comerciais quando apresentam custos de produção diferente, exportando o produto produzido com custos relativamente menores que outro.

O resultado disso era que o comércio entre duas nações era vantajoso para ambos. Porém, isto só é de fato possível com um comércio internacional livre e sem barreiras alfandegárias sem tarifa, sem restrições à importação ou à exportação.

As práticas mercantilistas não utilizam estas medidas, ou seja, o comércio não era livre, o Estado intervia com protecionismo alfandegário, bem como restrições à importação. Por isto mesmo não conseguiu perceber as vantagens que duas nações poderiam obter comerciando entre si.

Por outro lado, as alterações nos padrões de produção dificultam ou mesmo impossibilitam a adoção de uma política livre de comércio sem restrições à importação e a exportação. No entanto, não é isso o que se observa barreiras alfandegárias, que dificultam a exportação de produtos industriais por parte dos países subdesenvolvidos.

Alguns economistas como Raul Prebisch da CEPAL, concluíram que já não há relações comerciais sem barreiras alfandegárias, tarifas e quotas de importações, o ideal seria que os países subdesenvolvidos dirigissem seus investimentos para a produção de bens consumidos no mercado interno e não para a exportação.

Isto levou os governos dos países subdesenvolvidos a fortalecessem o mercado interno através do aumento dos investimentos industriais e proteções tarifárias. No mercantilismo o Estado adotou uma política comercial protecionista protegendo a navegação.

Na economia capitalista, "o governo passou a ser uma força integrante e onipotente".

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 19254-19279 oct. 2019 ISSN 2525-8761 os capitalistas. Os órgãos reguladores têm ampliado e protegido as firmas oligopolistas, à custa das firmas médias e pequenas. A interferência do governo na economia diminui a capacidade de concorrência das médias e pequenas empresas com as maiores e mais poderosas empresas da economia. Além de como já foi visto, dificultar a existência de um comércio internacional livre.

Adam Smith, desenvolveu a teoria das “vantagens absolutas” como a base do comércio internacional. A vantagem absoluta de um país na produção de um bem resulta de uma maior produtividade deste determinado bem, ou seja, da utilização de uma menor quantidade de insumos para produzir esse bem gerando menores custos e, consequentemente, a especialização de cada nação na produção de bens que podem ser exportados e importados através do comércio internacional.

Smith também postulou que nem sempre é necessário que um país obtenha excedentes de comércio exterior para que as trocas comerciais internacionais sejam vantajosas, e que as trocas voluntárias entre países podem beneficiar todos os envolvidos na operação.

Portanto Smith vai salientar o seguinte:

Eis uma máxima que todo chefe de família prudente deve seguir: nunca tentar fazer em casa aquilo que seja mais caro fazer do que comprar. O alfaiate não tenta fabricar seus sapatos, mas os compra do sapateiro. Este não tenta confeccionar seu traje, mas recorre ao alfaiate. O agricultor não tenta fazer nem um nem outro, mas se vale desses artesãos. Todos consideram que é mais interessante usar suas capacidades naquilo em que têm vantagem sobre seus vizinhos e comprar, com parte do resultado de suas atividades, ou o que vem a dar no mesmo, com o preço de parte das mesmas, aquilo de que venham a precisar. (SMITH, 1985:380).

No entanto Smith, na sua obra Riqueza das Nações (1976), clara a ideia de que especialização advinda da divisão social do trabalho é um ponto fundamental para aumento da produtividade do trabalho na economia e assim da sua riqueza material. A partir desta base analítica Smith nos apresenta uma teoria das trocas internacionais fundamentada na ideia de Vantagem absoluta ou vantagem absoluta de custos.

Tendo vista a sua visão de riqueza, como capacidade de compra, aquilo que se pode comprar com dinheiro, no entanto Smith coloca que o comercio internacional trás o bem-estar ampliando à sociedade quando permite que este adquire produto no exterior, para satisfação do indivíduo. Além disso o mais importante ainda, devido a propensão da natureza humana a trocar, negociar produtos, que é limitado pelo tamanho do mercado o que fundamenta o

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 19254-19279 oct. 2019 ISSN 2525-8761 aumento da produtividade do trabalho a partir da divisão social do mesmo, a expansão do comercio internacional aumenta o mercado para produtos, produzidos pela economia nacional, permitindo aprofundamento da divisão do trabalho e contribuindo para incremento da riqueza de qualquer nação.

Portanto segundo a visão de SMITH Adam (1999, pg.93) salienta que:

Os países exportam os produtos nos quais seus custos de produção absolutos sejam menores e importam aqueles nos quais seus custos de produção absoluto sejam superiores a de seus parceiros comerciais. O resultado seria aumento da produção, da riqueza das nações e do bem-estar mundial, como um todo.

Assim a lógica por trás da teoria das vantagens absolutas está ligada a especialização a absoluta, ou seja, cada país deveria dedicar esforço naquilo que sabe fazer melhor com menor custo e tempo.

Segundo o GONÇALVES (2005), pondera que não obstante a relevância da contribuição de Smith com a sua análise via custo absoluto muitas questões permaneciam não respondidas, tendo em vistas as diferenças das estruturas produtivas dos países seus graus de desenvolvimento distintos.

Então para dar respostas a questão não respondida, dentro da teoria das vantagens absoluta, entra um novo conceito complementando a anterior que vai dar embasamento até hoje (ainda com algumas atualizações), a teoria ou conceito de Vantagens Comparativas.

Segundo OLIVEIRA (2007), David Ricardo foi quem primeiro advertiu sobre a insuficiência analítica da teoria Smithiana do comercio internacional. Ricardo observou que a ideia de vantagens absolutas pode ser utilizada para se determinar o padrão do comercio interno de um país que apresente perfeita mobilidade dos fatores de produção, mas não para comercio internacional, onde há presença de imobilidade (ou baixa mobilidade) dos fatores de produção.

Portanto nas ideias de GONÇALVES (2005) é que a tese de Smith e na verdade uma ocorrência particular da abordagem mais geral de Ricardo. O autor irá colocar, então que mesmo se um país for produtivamente superior a todos os outros com quem pode comerciar, ou seja mesmo se ele tiver vantagem absolutas de custo para todos os produtos que produz e consome, haverá benefícios para que este país se engaje nas trocas internacionais e melhore, assim, o bem-estar de sua sociedade como um todo.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 19254-19279 oct. 2019 ISSN 2525-8761 relação a Smith é a analise a partir de bases relativas de produtividade entre as nações, sendo estas a chave, para o entendimento do porquê da existência de comercio internacional de bens como padrão de trocas comerciais entre nações. Assim o David RICARDO David (1996, p.10-27) apresentou a seguinte situação:

Dos custos de produção de vinho e tecido em Portugal e na Inglaterra neste caso Portugal teria custo de produção quanto de vinho como de tecidos mais baixa que a Inglaterra, mas mesmo o comércio entre os dois países geraria benefícios mútuos, fundada na análise das vantagens relativa ou comparativas.

Sendo assim, podemos ter um entendimento em que segundo (RICARDO, David 1996, p.11). Nesta ilustração, Portugal necessitava de menos horas de trabalho-homens para produzir vinho e tecidos do que a Inglaterra. Mas em Portugal, o custo de oportunidade para abrir mão da produção de uma unidade de vinho a fim de produzir tecidos era maior do que especializar-se na produção de vinho e comprar os tecidos da Inglaterra. Na Inglaterra, o mesmo raciocínio funcionava de maneira simétrica: abrir mão de uma unidade de produção de tecidos era menos eficiente que especializar-se na produção de tecidos e comprar o vinho de Portugal.

Desta maneira, o comércio internacional sob condições de livre concorrência faria ambos os países se especializarem na produção dos bens em que tinham maiores vantagens comparativas, e aumentaria o potencial de acumulação em ambos. No entanto, a teoria das Vantagens Comparativas de Ricardo foi a base para a construção de toda uma vertente de teorias de comércio internacional que dominou por muito tempo o debate econômico.

3 O COMÉRCIO INTERNACIONAL DE ANGOLA

A política comercial de Angola possui três objetivos: (1) o desenvolvimento das exportações; (2) a diversificação das exportações; e (3) a substituição de importações nos setores nos quais a produção interna possui vantagens comparativas.

Angola permanece altamente dependente das exportações de petróleo bruto e, em menor medida, das de diamantes.

3.1 BALANÇA COMERCIAL DE ANGOLA (2000-2014)

Conforme a definição do Banco Central do Brasil (Bacen), a balança comercial é o resultado das exportações menos as importações. As exportações e importações são

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 19254-19279 oct. 2019 ISSN 2525-8761 consideradas pelos valores Free on Board (FOB), ou seja, livre dos custos internacionais de transporte e seguro.

Com relação ao momento do registro das exportações utiliza-se o Sistema Geral, que leva em consideração a fronteira física de um país. Para as importações utiliza-se o Sistema Especial, ou seja, o momento do despacho aduaneiro (liberação alfandegária) da mercadoria. A metodologia e cobertura utilizadas na apuração estatística de comércio exterior no Brasil estão baseadas nas recomendações internacionais.

A balança comercial de Angola é compilada em dólares estadunidenses, pelo Banco Nacional de Angola (BNA), mandatado por Lei, em conformidade com as recomendações do Manual da Balança de Pagamentos e da Posição de Investimento Internacional, 6ª Edição (MBP6) do Fundo Monetário Internacional (FMI). (DNA,2013).

A tabela a seguir apresenta os dados da balança comercial de Angola, durante o período analisado (2000 a 2014), onde se verifica os totais gerais de exportação, importação e o saldo nos respectivos anos em estudo.

Tabela 1 – Balança comercial de Angola (2000-2014).

ANO EXPORTAÇÃO (US$ Bilhões) IMPORTAÇÃO (US$ Bilhões) SALDO (US$ Bilhões) 2000 6,17 1,85 4,32 2001 4,94 3,15 1,79 2002 5,90 2,88 3,02 2003 7,21 3,84 3,37 2004 10,30 6,54 3,76 2005 17,90 7,62 10,28 2006 25,80 10,40 15,40 2007 34,50 11,90 22,60 2008 58,40 19,50 38,90 2009 34,10 17,10 17,00 2010 44,50 15,40 29,10 2011 51,70 16,10 35,60 2012 58,40 19,70 38,70

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2013 59,90 22,00 37,90

2014 54,60 25,90 28,70

Fonte OEC, (2016).

Como pode-se notar, a balança comercial de Angola apresentou saldo positivo nas operações de comércio internacional, no período analisado. O saldo acumulado durante os 15 anos pesquisados, totaliza US$ 290,44 bilhões.

Neste sentido, é relevante destacar o ano de 2008, pois é justamente neste período que foram registrados os maiores valores nas operações de comércio internacional de Angola. Neste ano, Angola exportou US$ 58,40 bilhões, ao mesmo tempo que importou US$ 19,50 bilhões, o que resultou no maior superávit da balança comercial angolana (US$ 38,90 bilhões). Isto se deve a forte elevação nos preços internacionais do petróleo, principal produto de exportação do país.

De acordo com o gráfico abaixo, fornecido pela Organização Mundial do Comércio (OMC), verifica-se claramente a disparada dos preços desta matéria-prima.

Gráfico 1 - Petróleo bruto em dólares por barril.

Fonte: Organização Mundial do Comércio (2016).

A partir da análise do preço do barril de petróleo é possível notar que, no ano de 2008, foi registrado o maior valor médio pago por barril (US$ 133,00) no mercado internacional, com picos de até US$ 158,00 em alguns momentos daquele ano. Como Angola é um país exportador de petróleo cru, este aumento no preço do barril fez com que o valor total das exportações e o saldo positivo na balança comercial angolana atingissem os maiores valores no período analisado.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 19254-19279 oct. 2019 ISSN 2525-8761 Ao mesmo tempo, pelo gráfico 2 nota-se que o comportamento das exportações e importações assumem uma mesma tendência. Isso se deve ao fato de Angola ser igualmente forte importadora de produtos básicos, os quais seguiram o mesmo comportamento do petróleo no mercado mundial no período estudado.

Gráfico 2 – Balança Comercial de Angola, de 2000-2014, em bilhões de dólares.

Fonte: elaborado pelos autores, com base em OEC (2016).

No âmbito do desenvolvimento de sua economia, Angola tem enaltecido as importações e a exportações como critério fundamental, priorizando o surgimento de empresas e o alargamento do investimento privado (MINCO, 2013).

3.2 EXPORTAÇÕES

Pela tabela 1 anterior, pode-se verificar que as exportações angolanas passaram de US$ 6,17 bilhões em 2000, para US$ 54,6 bilhões em 2014, registrando durante todo o período pesquisado uma média anual de exportações de US$ 31 bilhões, resultando num montante total de US$ 474 bilhões exportados por Angola nos 15 anos estudados.

Vale destacar que no ano de 2009 foi registrado um recuo nas exportações devido a uma retração na atividade econômica mundial, efeito da crise econômica mundial iniciada em 2007/08. $0.00 $10.00 $20.00 $30.00 $40.00 $50.00 $60.00 $70.00 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Balança Comercial de Angola

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4 EXPORTAÇÕES POR DESTINO

Durante o período pesquisado é possível notar que, embora em graus diferentes, Angola possui relações comercias em todos os continentes, e isto fica evidente a partir da análise do gráfico a seguir, com os principais destinos das exportações angolanas: China US$ 194,6 bilhões; Estados Unidos US$ 116,3 bilhões; Índia US$ 32,8 bilhões; França US$ 21,8 bilhões; Espanha US$ 12,9 bilhões; e Portugal US$ 10,6 bilhões. Juntos, estes países representam mais de 95% do valor total das exportações de Angola. Ou seja, estes seis países representam US$ 390 bilhões do total de US$ 410 bilhões exportados por Angola, durante os 15 anos estudados.

Gráfico 3 – Exportações de Angola por destino, em bilhões de dólares, por ano.

Fonte: elaborado pelos autores, com base na pesquisa (2016).

É relevante destacar que até o ano de 2007 os EUA eram o principal destino das exportações de Angola, acumulando naquele ano US$ 11,4 bilhões. A partir de 2008 o país cai para o segundo posto, perdendo a liderança para a China, que teve como resultado US$ 19,7 bilhões, ganhando relevância nos anos que se seguiram (o efeito crise econômica mundial de 2007/08 explica boa parte deste comportamento). As exportações para a China chegam a atingir o valor máximo de US$ 28,9 bilhões no ano de 2013.

Os outros 5% das exportações angolanas por destino, durante os 15 anos pesquisados, equivalem a aproximadamente US$ 20 bilhões e são representados pelos seguintes países: Holanda US$ 7 bilhões, Brasil US$ 6 bilhões, Alemanha US$ 3,8 bilhões, Japão US$ 2,5 bilhões e Coréia do Sul US$ 2,5 bilhões. Comparativamente, o somatório de todos estes países é o equivalente ao valor total que a Angola exportou para a China somente no ano de 2014.

$0.000 $5.000 $10.000 $15.000 $20.000 $25.000 $30.000 $35.000 200020012002200320042005200620072008200920102011201220132014

Exportações de Angola por país

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5 EXPORTAÇÕES POR TIPO DE PRODUTO

Conforme dados de 2014, disponibilizados pelo Observatory of Economic Complexity (OEC), o setor petrolífero representa 45% do PIB, 70% das receitas fiscais (Impostos e tributos) e 95% das receitas de exportações angolanas.

Tabela 2 – Exportações de Angola por produto, em bilhões de dólares, 2000-2014.

Produtos Acumulado (US$

bilhões) Grãos $0,0191 Produtos de Madeira $0,0513 Alimentos $0,0672 Peixe e Moluscos $0,1751 Crustáceos $0,2057 Metais $0,8539 Máquinas $1,2856 Petróleo refinado $5,7680 Petróleo cru $453,4400 Total $474,3200

Fonte: elaborado pelos autores, com base na pesquisa.

Das rubricas destacadas na tabela 2, vale apontar que a exportação de máquinas privilegia a construção, a energia elétrica e a terraplanagem. Já os principais metais exportados são o cobre, o alumínio e o ferro. Quanto aos produtos de origem animal, se destacam os crustáceos, peixes e moluscos. Na área dos alimentos, tem-se o tabaco, suco de frutas e farinhas. Os produtos de madeira compreendem a madeira serrada, carpintaria e caixas. Enfim, na área dos grãos destacam-se o café e o malte.

Isto demonstra que Angola possui um baixo grau de diversificação na sua pauta de produtos, sendo o país extremamente dependente das exportações de petróleo cru, o que o deixa bastante vulnerável.

Segundo a Petrolífera Angola (SONANGOL,2013), a China continua a ser o maior comprador de petróleo angolano, com 45% do total de exportações em 2013. A Índia é o segundo maior cliente do petróleo angolano, com 12% do total das exportações, seguindo-se Taiwan. Assim, a Ásia, hoje, é o principal cliente do petróleo angolano.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 19254-19279 oct. 2019 ISSN 2525-8761 5.1 IMPORTAÇÕES

Ainda, de acordo com a Tabela 1, pode-se verificar que durante o período pesquisado, em nenhum momento o valor total das importações de Angola superou o valor total das exportações do país num mesmo ano, o que fez com que durante os 15 anos estudados o saldo da balança comercial fosse sempre positivo. O menor saldo positivo na balança comercial ocorreu no ano de 2001, quando as exportações atingiram US$ 4,94 bilhões e as importações US$ 3,15 bilhões, resultando em um superávit de US$ 1,79 bilhão, sendo este o menor em todo os anos analisados na pesquisa.

No primeiro ano estudado, em 2000, as exportações de Angola marcaram o valor total de US$ 1,85 bilhão, crescendo gradualmente nos anos seguintes, porém, não na mesma proporção das exportações, até atingirem o seu valor máximo em 2008 com US$ 19,5 bilhões. No ano seguinte, devido à crise internacional que fez com que a atividade geral no comércio internacional se retraísse, e as importações caíram em 2009 e 2010, marcando US$ 15,4 bilhões neste último ano. Após este breve período de retração, as importações de Angola voltaram a crescer ano a ano, atingindo em 2014 o valor total de US$ 25,9 bilhões.

5.2 IMPORTAÇÕES POR ORIGEM

Analisando o gráfico 4, a seguir, pode-se notar também a presença dos mesmos parceiros comerciais na exportação, como por exemplo a China, EUA, França e Portugal, embora em diferentes graus de importância como origem das importações angolanas.

Considerando isto, é importante destacar que o maior parceiro comercial de Angola nas importações, no ano de 2014, foi a China, representando US$ 5,96 bilhões, o que representa 22,7% do total das importações angolanas naquele ano. Em segundo lugar, está Portugal, com US$ 4,2 bilhões, representando 16,2% do total exportado naquele ano. Este resultado é motivado pelo fato de Angola ser antiga colônia portuguesa. Em terceiro lugar encontra se a Coreia do Sul com US$ 1,8 bilhão, representando 6,94% do total exportado em 2014. Em quarto lugar estão os EUA com US$ 1,67 bilhão, representando 6,44%, em quinto lugar está a África do Sul com US$ 1,49 bilhão, equivalentes à 5,75% do total importado e apenas no sexto lugar está o Brasil, com US$ 1,26 bilhão, o que representa 4,86% dos valores totais importados por Angola no ano de 2014.

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Gráfico 4 – Importações de Angola por país, 2000 a 2014, em US$ bilhões.

Fonte: elaborado pelos autores, com base em OEC (2016).

Entretanto, esta mesma realidade se modifica um pouco, ao se analisar as principais origens das importações de Angola, em termos de valores acumulados em todo o período considerado, conforme tabela 3.

Tabela 3 – Importações de Angola por origem, acumulado entre 2000 a 2014.

Importações Total Portugal $32,042 China $26,702 África do Sul $14,968 EUA $14,389 Brasil $12,567 Coreia do Sul $10,709 França $8,049

Fonte: elaborado pelos autores, com base em OEC (2016).

Estes sete países representam 65% do total das importações de Angola, no acumulado dos 15 anos considerados. Neste sentido, Portugal passa a ser o principal parceiro comercial de Angola, com US$ 32 bilhões (17,5%), seguido por China com US$ 26,7 bilhões (14,5%), África do Sul com US$ 14,9 bilhões (8,14%), EUA com US$ 14,3 bilhões (7,81%), Brasil com US$ 12,5 bilhões (6,83%), Coreia do Sul com US$ 10,7 bilhões (5,84%), e França com US$ 8,04 bilhões (4,39%).

5.3 IMPORTAÇÕES POR TIPO DE PRODUTO

$0.000 $1.000 $2.000 $3.000 $4.000 $5.000 $6.000 $7.000 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Importações de Angola por origem

Portugal China Africa do Sul

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 19254-19279 oct. 2019 ISSN 2525-8761 A partir da análise da pauta de importações de Angola por tipo de produto, fica evidente a atual realidade socioeconômica do país. Foi somente após a abertura comercial angolana que o país conseguiu diversificar mais seu comércio internacional, com acesso a produtos mais variados, desde industrializados até produtos químicos e alimentos, conforme evidencia o gráfico 5 abaixo.

Gráfico 5 – Importações de Angola por tipo de produto (2000-2014) em US$ bilhões.

Fonte: elaborado pelos autores, com base em OEC (2016).

De acordo com os dados da OEC (2016), ao longo dos 15 anos pesquisados, aproximadamente 80% das importações angolanas são dos seguintes tipos de produtos pela ordem de importância em valores: máquinas (de construção, energia elétrica, telefonia e frigoríficos) com US$ 45,44 bilhões acumulados neste período, o que representa 25% das importações totais nos 15 anos; transporte (carros, caminhões, ônibus, tratores e plataformas de perfuração) com US$ 34,15 bilhões, que representam 18,6%; metais (estruturas e canos de ferro, aço e alumínio) com US$ 21,77 bilhões, o equivalente à 12% do total das importações; alimentos (cerveja, vinho, açúcar, embutidos e massas) com US$ 14,99 bilhões, que representam 8,20% do total; produtos de origem animal (carne bovina, suína, aves e leite) com US$ 9,61 bilhões, o que representa 5,25% do total; minerais (carvão, sal, gipsita e argilas) com US$ 8,85 bilhões, o que representa 4,83% do total; químicos (medicamentos, pesticidas,

$0.00 $5.00 $10.00 $15.00 $20.00 $25.00 $30.00 $35.00 $40.00 $45.00 $50.00 Madeira

Calçados Pedra e Vidro Animal e Vegetal Subprodutos Papel Instrumentos Texteis Plasticos e Borrachas Grãos Produtos Quimicos Minerais Animal Alimentos Metais Transporte Máquinas

Importações de Angola por tipo de produto

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 19254-19279 oct. 2019 ISSN 2525-8761 limpeza e óleos) com US$ 8,62 bilhões, o que representa 4,70% do total das importações de Angola no acumulado entre 2000 e 2014.

A lista de produtos importados segue com os grãos, plásticos e borrachas, têxteis, instrumentos eletrônicos, papeis, subprodutos animais, pedra e vidro, calçados e madeiras, deixando claro que a capacidade de produzir internamente para atender a todas as demandas e necessidades dos cidadãos angolanos ainda não é uma realidade competitiva.

5.3 COMÉRCIO INTERNACIONAL ENTRE ANGOLA E BRASIL

Em relação especificamente ao Brasil, o país africano possui fortes laços históricos, culturais e económicos. Inúmeras empresas brasileiras operam em Angola, tais como Petrobrás, Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão. As empresas brasileiras são responsáveis por alguns projetos de infraestrutura importantes em Angola, caso da Barragem Hidroelétrica de Capanda, no Rio Kwanza.

O Banco do Brasil tem também uma representação em Luanda, sendo que o Brasil tem três linhas de crédito com Angola para financiar a exportação de bens e serviços.

Nas estatísticas anteriores notou-se que um dos principais parceiros de Angola no comércio internacional é o Brasil.

Segundo dados do OEC (2016), durante o período pesquisado as exportações de Angola para o Brasil somaram ao todo US$ 6,14 bilhões, o que representa 1,30% do total das exportações angolanas durante o período. Apesar de, à primeira vista, parecer uma pequena porcentagem, este desempenho coloca o Brasil como oitavo maior destino das exportações de Angola, e, sendo assim, podendo ser considerado com um dos principais parceiros do país no comércio internacional nos dias atuais.

Em termos de produtos negociados entre os dois países, o gráfico 6 a seguir mostra o que Angola vendeu ao Brasil nestes 15 anos estudados.

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Gráfico 6 – Exportações de Angola para o Brasil (2000-14), em milhões de US$.

Fonte: elaborado pelos autores, com base em OEC (2016).

A partir da análise do gráfico fica evidente que o petróleo cru, com US$ 5,37 bilhões, representa 87% do total das exportações angolanas ao Brasil, seguido do petróleo refinado com US$ 736 milhões, o que representa outros 12% do total das exportações angolanas no período. Assim, os dois produtos são responsáveis por 99% das vendas angolanas ao Brasil no período.

É possível também detectar que no ano de 2008 as exportações de Angola para o Brasil atingiram US$ 2 bilhões, o seu valor máximo registrado durante o período de 15 anos. Isso se deveu, obviamente, à disparada do preço mundial do petróleo naquele ano. Já no ano seguinte (2009), as exportações de Angola para o Brasil recuaram para apenas US$ 123 milhões, seguindo a queda nos preços mundiais do chamado “ouro negro”. No que se refere as importações de Angola procedentes do Brasil, o cenário é semelhante ao quadro das importações angolanas em geral com os demais países. No acumulado dos 15 anos estudados as importações somam US$ 12,56 bilhões, correspondendo a 6,90% do total dos valores importados por Angola no período. Estes valores colocam o Brasil na quinta colocação como parceiro comercial de Angola no que diz respeito à venda de produtos para Angola. Portanto, em melhor posição se compararmos com o destino das exportações angolanas, em que o Brasil é o oitavo colocado.

Isto demonstra que o comércio Angola-Brasil carece ainda de maior incremento e diversificação da pauta de produtos negociados.

0.00 500.00 1,000.00 1,500.00 2,000.00 2,500.00 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Exportações de Angola para o Brasil

Petróleo Petróleo cru Alimentos

Metais Máquinas Madeiras

Plasticos e Borrachas Papel Grãos Pedra e Vidro

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Tabela 4 – Importações de Angola oriundas do Brasil no acumulado entre 2000 e 2014, por tipo de produto, em US$ milhões.

Importações Total Armas 4,91 Instrumentos 70,50 Papel 73,40 Subprodutos Vegetais 88,90 Madeiras 97,30 Têxteis 148,00 Pedra e Vidro 217,00 Calçados 229,00 Minerais 245,00 Plásticos e Borrachas 264,00 Produtos químicos 284,00 Grãos 460,00 Diversos 760,00 Metais 1.100,00 Transporte 1.710,00 Máquinas 1.870,00 Alimentos 2.380,00

Produtos de origem animal 2.570,00

Total 12.572,01

Fonte: elaborado pelos autores, com base em OEC (2016).

No período considerado foram importados por Angola, oriundos do Brasil, produtos no valor total de US$ 12,57 bilhões. Deste montante, pode-se destacar os seguintes produtos como os principais importados do Brasil: produtos de origem animal (carne bovina, aves e suínos) com US$ 2,57 bilhões, o que representa 20% do total das importações no período; alimentos (açúcar, malte, tabaco e álcool) com US$ 2,38 bilhões, representando 19% do total das importações; máquinas (grandes máquinas de construção, processamento de pedra, telefonia, energia elétrica) com US$ 1,87 bilhão, que presentam 15% do total das importações; transportes (tratores, caminhões, trailers, aviões e helicópteros) com US$ 1,71 bilhão, que representam 14% das importações no período; e metais (tubos, canos, grades e estruturas de ferro e alumínio) com US$ 1,1 bilhão, que representam 8,7% das importações no período pesquisado.

Portanto, estes cinco grandes grupos de produtos, juntos, são responsáveis por US$ 9,63 bilhões, ou seja, equivalem à 77% do total das importações feitas por Angola com origem no Brasil, no período compreendido entre 2000 e 2014.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 19254-19279 oct. 2019 ISSN 2525-8761 Considerando estes números, é possível elaborar a corrente de comércio entre Angola e Brasil, no período, considerando as exportações angolanas com destino ao Brasil e as importações de Angola com origem brasileira, conforme o gráfico 7.

Gráfico 7 – Comércio internacional entre Angola e Brasil (2000-2014), em US$ mi.

Fonte: elaborado pelos autores, com base em OEC (2016).

Sendo assim, a corrente comercial (exportações + importações) entre Angola e Brasil, no período considerado, movimentou um total de US$ 18,68 bilhões. Um movimento importante, porém, ainda passível de aumento dada a proximidade cultural entre os dois países.

Por fim, os dados até aqui analisados mostram que somente em dois momentos, no período analisado, o saldo da balança comercial entre Angola e Brasil apresentou superávit em favor de Angola. Em 2001, com US$ 12 milhões saldo positivo e em 2008, quando o saldo chegou a US$ 30 milhões. No restante do período, Angola importou mais do Brasil do que exportou para o Brasil. Assim, no acumulado do período o saldo total foi negativo para Angola em US$ 6,45 bilhões, deixando claro que se torna necessário, para os interesses angolanos, um maior equilíbrio no comércio entre os dois países.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A maior abertura comercial que ocorreu entre os países a partir de meados dos anos de 1980, gerou um fenômeno que ficou conhecido como “a nova globalização da economia”, na medida em que aliou os avanços da tecnologia da informação com o aceleramento dos deslocamentos de pessoas e bens. Isso contribui para que as mais diferenciadas formas de

-$1,500.00 -$1,000.00 -$500.00 $0.00 $500.00 $1,000.00 $1,500.00 $2,000.00 $2,500.00 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Exportações e Importações entre Angola e Brasil

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 19254-19279 oct. 2019 ISSN 2525-8761 negócios sejam realizadas todos dias entre organizações e países, não importando as distâncias geográficas existentes.

O movimento reforçou o fato de que o ingresso dos países no mercado internacional se tornou inevitável pois representa uma atividade vital de extrema importância para os envolvidos a fim de manterem a competitividade, considerando que vender para o mercado externo é uma fonte de riqueza e assegura o desenvolvimento.

Neste contexto e dentro do tema do presente estudo, percebeu-se que Angola foi palco dos interesses estratégicos de potências intermediárias da região (África do Sul e Zaire) e de fora dela (Cuba), bem como de potências globais (EUA, URSS e China). Atualmente, Angola é um país que vem sendo observado pelos exportadores do mundo inteiro por ser uma economia em expansão após resolver o conflito bélico interno registrado até o ano de 2002. A partir daí o esforço nacional foca na estabilidade econômica, fato que permitiu melhorar as relações comercias com países regionais bem como com parceiros globais, criando assim um perfil que vem atraindo investimento de capital estrangeiro, principalmente no setor de mineração. Percebeu-se igualmente que a estrutura político-econômica do país está melhor, porém, ainda é preciso adotar uma postura que possibilite explorar outros setores produtivos com maior intensidade.

A política econômica externa de angola precisa ser flexível, melhorando o grau de transparência, principalmente com os seus parceiros globais (China, EUA).

Constatou-se que Angola é rica em recursos naturais, especialmente petróleo, o qual é responsável por mais de 90% das exportações do país. Desde 2002 Angola vem buscando reconstruir a sua infraestrutura, diversificar a base produtiva e, sobretudo, encarar os imensos desafios de superação de um quadro social marcado pela pobreza e desigualdade.

O investimento estrangeiro direto tem sido o motor da expansão econômica do país. O governo angolano promove ativamente o investimento estrangeiro por meio da Agência Nacional para o Investimento Privado, mas esses investimentos carecem de transparência.

No que diz respeito ao Brasil, atualmente dezenas de empresas brasileiras atuam em Angola, especialmente na área de recuperação de infraestrutura. Em termos comerciais, no entanto, ainda há muito a se fazer, já que o volume de negócios pode ser aumentado.

A longa trajetória de cooperação técnica entre Brasil e Angola permite que o Brasil adote, como diferencial de sua política comercial, a combinação entre negócios e soluções de desenvolvimento institucional e social não oferecida pelos Estados Unidos e pela China.

(24)

Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 19254-19279 oct. 2019 ISSN 2525-8761 Espera-se que a construção de infraestrutura facilite ao país diversificar sua economia, algo que ainda é insípido. De acordo com a teoria das vantagens comparativas de David Ricardo, cada país deve se especializar no que de melhor sabe fazer com menor custo. Nesse sentido, Angola ainda precisa desenvolver melhor seu setor produtivo para não ficar na dependência apenas do petróleo e derivados. Nesse sentido, essencial se faz investimentos em tecnologia, mão-de-obra e instituições que funcionem. Apesar dos avanços no período estudado, o futuro da economia angolana ainda é uma incógnita, pois ainda não se apresentam os mecanismos adequados para desenvolver todo o seu potencial.

Para mitigar tal lacuna, Angola deve fortalecer parcerias comerciais com outros países, visando diversificar sua matriz produtiva e superar o atraso provocado por 27 anos de guerra civil. Um bom começo poderia ser aumentar o comércio com tradicionais parceiros, caso de Portugal e do Brasil.

Dito isso, vale destacar que o presente estudo sofreu limitações no que diz respeito ao acesso integral dos dados referentes à economia angolana e suas relações comerciais com o resto do mundo.

Enfim, dentre tantos aspectos importantes a serem estudados no futuro, sugere-se que pesquisas apropriadas desenvolvam análises sobre o impacto que o regime marxista-leninista do MPLA, que governou o país por 27 anos, a partir de 1975 (independência de Angola do colonialismo português), provocou na economia do país em geral e na eficiência do Estado e da vida pública em particular, com consequências diretas na inserção do país à economia mundial globalizada.

REFERÊNCIAS

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Imagem

Tabela 1 – Balança comercial de Angola (2000-2014).
Gráfico 1 - Petróleo bruto em dólares por barril.
Gráfico 2 – Balança Comercial de Angola, de 2000-2014, em bilhões de dólares.
Gráfico 3 – Exportações de Angola por destino, em bilhões de dólares, por ano.
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