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Relação entre saúde emocional e qualidade de vida no trabalho de professores universitários: revisão da literatura / Relationship between emotional health and quality of life at work of professors: literature review

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Academic year: 2020

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p. 75058-75075, oct. 2020. ISSN 2525-8761

Relação entre saúde emocional e qualidade de vida no trabalho de professores

universitários: revisão da literatura

Relationship between emotional health and quality of life at work of professors:

literature review

DOI:10.34117/bjdv6n10-071

Recebimento dos originais: 08/09/2020 Aceitação para publicação: 05/10/2020

Evelyn Schulz Pignatti

Formação acadêmica mais alta: Mestre em Ortopedia e Traumatologia e Doutoranda em Motricidade Humana, Especialidade Ergonomia pela Universidade de Lisboa

Instituição: Universidade de Rio Verde

Endereço: Fazenda Fontes do Saber, Caixa Postal 104, CEP: 75901-970, Rio Verde - Goiás E-mail: schulzeve@yahoo.com.br

Catarina Maria Gomes Duarte da Silva

Formação acadêmica mais alta: Doutora em Motricidade Humana, Especialidade Ergonomia pela Universidade de Lisboa

Instituição: Universidade de Lisboa

Endereço: Estrada da Costa, Cruz Quebrada, 1499-002, Dafundo Portugal E-mail: csilva@fmh.ulisboa.pt

RESUMO

A docência é uma profissão que apresenta o enfrentamento diário de desafios inerentes à prática da procura pela excelência no ato de vivenciar, transmitir e buscar o conhecimento, além da confrontação com os desafios pertinentes aos diversos relacionamentos interpessoais que a profissão exige. Portanto, essa profissão apresenta uma condição de maior vulnerabilidade para o desencadeamento de transtornos mentais, com eventuais consequências em todas as esferas, inclusive nas relações com discentes e com a própria organização. Assim, foi desenvolvida uma revisão bibliográfica sobre a temática saúde mental dos professores universitários, destacando os transtornos de ansiedade, depressão e estresse, e suas relações com a Qualidade de Vida no Trabalho destes profissionais. Procura-se compreender o problema e delinear perspectivas de intervenção que possam atenuar as consequências desta dificuldade no contexto da gestão das universidades brasileiras.

Palavras-chave: Ergonomia, Ansiedade, Depressão, Estresse, Qualidade de Vida no Trabalho e

Professor Universitário.

ABSTRACT

Teaching is a profession that faces daily challenges inherent to the search for excellence in the act of experiencing, transmitting and seeking knowledge, in addition to facing challenges pertinent to the various interpersonal relationships that the profession requires. Therefore, this profession presents a higher degree of vulnerability for the onset of mental disorders, with possible consequences in all spheres, including relations with students and with the organization itself. Thus, a bibliographic review was developed on the mental health issue of university professors, highlighting anxiety disorders, depression and stress, and their relationship with the Quality of Life

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p. 75058-75075, oct. 2020. ISSN 2525-8761 at Work of these professionals. The goal is to understand the problem and outline intervention perspectives that can mitigate the consequences of this difficulty in the context of managing Brazilian universities.

Keywords: Ergonomics, Anxiety, Depression, Stress, Quality of Life at Work and University

Professor.

1 INTRODUÇÃO

No contexto atual de um mundo globalizado, repleto de mudanças, novas tecnologias, aceleração da produção, e outros fatores que corroboram para uma constante reforma e restruturação dos sistemas educativos, surgem novos desafios e exigências aos docentes, seja em relação ao trabalho que desempenham, como também em suas relações profissionais e sociais (Carlotto & Câmara, 2007).

De Meis, Velloso, Lannes, Carmo e De Meis (2003) discorrem sobre a ideia de que o docente do ensino superior deve comprovar continuadamente a sua capacidade, adequar-se a sobrecargas de trabalho, além de dar resposta às constantes exigências de realizar produção científica, e estar em constante aperfeiçoamento cognitivo e intelectual, condições estas susceptíveis de gerar sintomas de ansiedade, estresse e sofrimento mental.

A afetividade negativa é representada por um tendência individual em vivenciar experiências emocionais de forma aversiva, nas quais dentre vários estados emocionais destacam-se a ansiedade, a depressão e o estresdestacam-se (Martins, Silva, Maroco, & Campos, 2019).

A ansiedade é caracterizada por antecipação a longo prazo de eventos negativos. Pode ocorrer de maneira adaptativa ou como transtorno psicológico, sendo o tempo de permanência e a severidade desta condição o que determina a diferença destas ocorrências.

A depressão é considerada um transtorno psicológico de complexa etiologia, composta de uma diversidade de sinais e sintomas, como a diminuição da autoestima e a perda do significado e sentido de vive (Vignola & Tucci, 2014). A depressão está associada a perda da capacidade de experimentar prazer nas atividades em geral, redução do interesse, além de frequentemente existir a sensação de fadiga ou de perda de energia, caracterizada pela queixa de cansaço exagerado. (Del Porto, 1999)

Outro aspecto alusivo à saúde emocional é o estresse, que segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) é uma epidemia global caracterizado como um fenômeno de alta complexidade (De Andrade & Cardoso, 2012).

O estresse ao ser visto sob uma perspectiva clínica, destaca-se como um fenômeno psicofisiológico decorrente da percepção individual de desajustes entre as exigências e a capacidade

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p. 75058-75075, oct. 2020. ISSN 2525-8761 de resposta do indivíduo (Reis, Fernandes, & Gomes, 2010) e caracteriza-se por um estado de tensão gerador de desequilíbrios intensos nos sistemas corporais (Lipp, 2001).

De acordo com Paschoal e Tamayo (2004) o estresse ocupacional pode ser definido como “um processo em que o indivíduo percebe as demandas do trabalho como estressores, os quais, ao exceder sua habilidade de enfrentamento, provocam no sujeito reações negativas”. Este é um fenômeno muito complexo, que não deveria ser tratado como uma variável, mas sim como uma área de pesquisa.

Oliveira (2006) refere ainda que existem inúmeras evidências de correlação etiológica entre estresse e aspectos fisiológicos da emoção e o desencadeamento de doenças que podem permanecer latentes por longos períodos.

Dados espidemiológicos destacam os transtornos de ansiedade como as desordens mentais de maior prevalência, sendo estes a sexta principal causa de incapacidade em todo o mundo, e estão diretamente correlacionados com a baixa qualidade de vida e dificuldades em enfrentar os desafios de ordem psicossocial (American Psychiatric Association, 2013; De Costa & Manfro, 2019) .

Segundo dados da OMS (2020), o Brasil lidera o índice mundial de indivíduos acometidos pela ansiedade, com 9,3% da população e para o acometimento da depressão calcula-se o valor de 5,8% dos brasileiros.

No Brasil a depressão constituí umas das principais causas de absenteísmo, além de representar 10% da população mundial acometida por este diagnóstico. Dados estimam que exista a perda anual de um trilhão de dólares por produtividade decorrentes da depressão e da ansiedade, o que não condiz com a desproporção de investimentos no tratamento destes transtornos mentais, principalmente nos países de baixa e média renda. (Razzouk, 2016).

A Associação Internacional de Gerenciamento de Estresse - Isma Brasil (2020) estima que os gastos públicos do Brasil relacionados aos transtornos mentais como ansiedade e depressão correspondem a 7% das despesas médicas.

O Isma Brasil informa que 70% da população já apresentou ou possui sintomas de estresse, e destes 69% apontaram o trabalho como a principal causa.

O prejuízo na saúde mental de um cidadão compromete todo o seu potencial de desenvolvimento pessoal e de contribuição para a sociedade, e o contexto da qualidade de vida no trabalho (QVT) (como causa ou efeito) não pode ser desvinculado do conceito de qualidade de vida geral, onde as variáveis relacionadas ao trabalho se somam aos fatores externos, como os apectos da vida pessoal, saúde, lazer e estado emocional (Ferro, 2012).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p. 75058-75075, oct. 2020. ISSN 2525-8761 Dentre os fatores que fundamentam a relevância, atualidade e expressividade desta temática está a realidade do enfrentamento constante de desafios em situações nas quais o profissional muitas vezes não está devidamente preparado e amparado para agir e reagir.

Este contexto de vulnerabilidade afeta não só a vida individual, mas também relacional do docente, dos estudantes e das universidades envolvidas. E estas consequências podem ser agravadas e potencializadas na existência de sintomatologia referida de transtornos emocionais por estes profissionais.

2 METODOLOGIA

Foram selecionados artigos e livros que tratavam da temática saúde emcional, bem como a sua influência na QVT em professores universitários. Não houve restrição de idiomas. A revisão de literatura foi realizada por buscas entre as datas de 1999 a 2019, a partir das bases de dados on-line MEDLine, LILACS – Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Web of Science, jornais e livros especializados. Os seguintes descritores foram selecionados no banco de terminologia em saúde da Bireme DECS: Ergonomia, Depressão, Ansiedade, Estresse, Distúrbios Afetivos, Qualidade de Vida no Trabalho, Docente Universitário. Os descritores em inglês foram: Ergonomics, Depression, Anxiety, Stress, Affective Disorders, Quality of Life at Work, Professor.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR

O exercício da docência implica conhecimentos do domínio científico e técnico, competências profissionais e pedagógicas que somados às exigências do sistema de ensino e determinações estruturais da sociedade, constituem um processo complexo e desafiador aos docentes do ensino superior (Dias, Chaveiro, & Porto, 2018).

O trabalho do docente contempla uma grande diversidade de funções, não se restringindo apenas as ações exercidas em sala de aula. É necessário o desenvolvimento de relações sociais, elaboração do planeamento de projetos pedagógicos, participação em reuniões e conselhos, projetos de pesquisa, projetos de extensão, produção científica e outras, o que acaba por gerar ritmos acelerados de trabalho, sobrecargas laborais e riscos para a saúde física e mental (Sanchez, 2015).

Neste contexto de readequação dos docentes a esta diversidade de funções, a produção docente é mensurada, tipificada e qualificada em critérios quantitativos, tornando-os reféns destes critérios, onde muitas vezes a extensão é mercantilizada e a escassez de recurso para o ensino e

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p. 75058-75075, oct. 2020. ISSN 2525-8761 pesquisa se naturalizam. Sendo assim, o resultado desta dinâmica acarreta consequências na vida do docente, como o estresse, estado permanente de cansaço, depressão e até suicídio (Bosi, 2007).

Uma pesquisa realizada por Marqueze e Moreno em 2009, com o objetivo de investigar o grau de satisfação de docentes universitários, permitiu identificar que os maiores índices de insatisfações estavam relacionados com o excessivo volume de trabalho, a instabilidade no emprego e o grau em que a instituição absorve as potencialidades que os mesmos julgam ter.

No estudo de Jager, Rohde e Dias (2013), foi identificada insatisfação dos professores universitários quanto ao tempo disponível para repouso. Neste estudo os docentes referiram precisar de mais tempo para dormir e descansar, denotando baixa satisfação com o tempo disponível para o lazer, convívio familiar e social. Na verdade, com o advento das inovações tecnológicas, o professor muitas vezes tende a realizar atividades laborais em casa, comprometendo seus horários de descanso e convívio (Mancebo, Maués, & Chaves, 2006; Fernandes & Da Rocha, 2009).

Outro fator importante a ser considerado neste contexto é o processo de desvalorização da profissão docente, que acompanhado da expansão de suas funções acarretam um aumento do número dos estressores e níveis de estresse nesta classe profissional (Carlotto, Braun, Rodriguez, & Diehl, 2014). Estes mesmos autores discutem as diferenças significativas no processo de adoecimento dos professores suscitadas pelo gênero. De acordo com os resultados obtidos as mulheres destacam-se por apresentarem maiores pontuações na dimensão exaustão emocional.

Outro aspecto relevante são as questões de segurança e contrato de trabalho horista, além das mudanças constantes no plano de carga horário do professor. A cada semestre são necessárias novas implementações de gestão horária, criando um clima favorável à competitividade entre os próprios professores, que pode configurar um cenário de disputa por horas de trabalho que garantam a supressão das necessidades salariais destes profissionais (Coutinho, Magro e Budde, 2011).

As consequências resultantes do excessivo volume de trabalho e instabilidade laboral foram identificados como fatores que conduzem a maiores índices de sofrimento psíquico e afastamento do trabalho em professores universitários. A satisfação no trabalho e a maior capacidade de trabalho num contexto de menor ansiedade e estresse, estão diretamente relacionados às oportunidades do trabalhador encontrar significado na sua atividade laboral e às atitudes positivas para enfrentar desafios (Marqueze & Moreno, 2009).

No trabalho do professor a exigência de responsabilidade deveria ser compensada pelo reconhecimento do trabalho, fato que muitas vezes não se concretiza ou não se torna perceptível, transformando esta responsabilidade em sobrecarga e conflito. (Lemos, 2005).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p. 75058-75075, oct. 2020. ISSN 2525-8761 Compreender o funcionamento mental e a profunda relação entre saúde mental, física e social é fundamental, pois estes conceitos estão estreitamente entrelaçados e profundamente interdependentes. À medida que cresce a compreensão desse relacionamento, torna-se cada vez mais evidente que a saúde mental é indispensável ao bem-estar geral dos indivíduos, das sociedades e dos países (Cunha, Neves, Moreira, Hehn, Lopes, Ribeiro, & Watanabe, 2009).

Um trabalho de revisão de literatura sobre saúde mental dos professores realizado por Brognoli, Pagnan e Longeen em 2020, detectou importante similaridade dos dados, nos quais a sobrecarga de trabalho tornou-se um fator de risco importante para o adoecimento mental, somado a escassez de apoio social e psicológico desses professores.

Dentre os diversos transtornos psíquicos está a ansiedade, que é definida como uma sensação vaga ou difusa, desagradável, de tensão ou apreensão, e que pode ser acompanhada de algumas manifestações físicas como tensão muscular, dispneia, sudorese, taquicardia, tremor e outros, e este transtorno está comumente associado a quadros depressivos e de estresse excessivos (Sanchez, Sanchez, Barbosa, Guimarães, & Porto, 2019).

Freitas (2015), apresenta o conceito de ansiedade como uma condição orientada para o futuro, caracterizada pela apreensão relativa, a percepção de não poder prover ou controlar eventos aversivos, tornando algumas pessoas hipervigilantes, que generalizam e antecipam os perigos, e produzem respostas exageradas o que traz sérios sofrimentos no âmbito da saúde mental dos indivíduos acometidos. Este mesmo autor estabelece uma relação entre a ansiedade em contexto laboral e a organização do trabalho, nomeadamente a precarização do emprego, a falta de reconhecimento por parte do governo e da sociedade, baixas remunerações incitando a um segundo emprego, a ausência de perspectivas de carreira e a falta de estabilidade no trabalho.

A ansiedade e a depressão apresentam índices de comorbidade em comum e muitos indivíduos podem apresentar associação dos três sintomas, ansiedade, depressão e estresse, além de que os sintomas psiquiátricos são muitas vezes caracterizados por sintomas somáticos que desempenham papel importante na manifestação de sintomas depressivos (Apóstolo, Figueiredo, Mendes, & Rodrigues, 2011).

Apesar da ansiedade e da depressão habitualmente terem características diferentes, os dois distúrbios têm em comum a presença da afetividade negativa, e como marcador de distinção a afetividade reduzida na depressão e a hiperestimulação fisiológica na ansiedade (Apóstolo, Mendes, & Azeredo, 2006).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p. 75058-75075, oct. 2020. ISSN 2525-8761 A depressão é vista como um transtorno psíquico de etiologia complexa e que envolve muitos sintomas, como a diminuição da autoestima e perda do significado de viver (Vignola & Tucci, 2014).

Os sinais e sintomas da depressão incluem não apenas alterações do humor (tristeza, irritabilidade, falta da capacidade de sentir prazer, apatia), mas também uma gama de outras manifestações, como as alterações cognitivas, psicomotoras e vegetativas. A depressão tem sido classificada de várias formas, na dependência do período histórico, da preferência dos autores e do ponto de vista adotado. Entre os quadros mencionados na literatura atual encontram-se: transtorno depressivo maior, melancolia, distimia, depressão integrante do transtorno bipolar tipos I e II, depressão como parte transtorno bipolar tipos I e II, depressão como parte da ciclotimia, etc. (Del Porto, 1999).

O estresse pode ser definido sob o ponto de vista de um processo de associação do indivíduo ao seu meio ambiente, no qual se tem a percepção do agente estressor como uma situação de ameaça e que vai além da capacidade de enfrentamento do indivíduo (Mendes, Salvi, Moraes, & De Martino, 2019).

A organização mundial de saúde (OMS) afirma que o estresse é uma epidemia global, sendo caracterizado por um estado de tensão, ocasionando uma série de desequilíbrios no organismo e predispondo assim a graves doenças. Trabalhar com doença e estar em constante sofrimento são causas de estresse físico e psicológico que podem levar os trabalhadores ao estresse ocupacional por redução das suas normais capacidades para lidar com os desafios laborais (De Andrade & Cardoso, 2012).

O estresse ocupacional tornou-se uma importante fonte de preocupação e é reconhecido como um risco para o bem estar psicossocial e o bom funcionamento das instituições (Santana, Silva, Mello, Bortollazo, Bento, & Souza, 2017).

O docente como agente que forma e transforma uma sociedade, necessita de cuidados com seu equilíbrio bio-psico-social-espiritual. A autoestima equilibrada do docente reduz seu estresse ocupacional, favorecendo sua saúde mental e de todos com os quais se relaciona (Reinhold, 2009). A alta prevalência de transtornos mentais em professores está relacionada a situações de trabalho com alto teor de exigência associada a uma grande demanda psíquica e baixo nível de controle das situações. Além destes fatores, a elevada carga horária semanal, múltiplos empregos, ritmo de trabalho, ambiente laborais em condições inadequadas além de outros aspectos (Araújo & Carvalho, 2009).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p. 75058-75075, oct. 2020. ISSN 2525-8761 Um estudo realizado por Borsoi e Pereira em 2013, apontou a quantidade e a diversidade das atividades acadêmicas como as causas mais relevantes de sobrecarga em docentes universitários, no qual a dinâmica produtivista ocasiona impactos relacionados aos transtornos mentais como a ansiedade e depressão.

Silvério, Patrício, Brodbeck, e Grosseman (2010), relatam que os estados depressivos estão entre os principais estados relatados pelos professores como consequências das situações vividas, provocando baixa imunidade e repercussões na saúde geral.

Outro estudo (Silva, 2015) identificou e analisou os diagnósticos prevalentes de problemas de saúde mental em professores universitários e concluiu que existem indicadores de aspectos patogênicos do trabalho que acarretam uma maior prevalência para o adoecer de depressão, a partir de um complexo envolvimento afetivo, ético e político nesta classe profissional.

Já Dalagasperina e Monteiro (2016) apresentam o constructo estresse como o principal problema vivido pela categoria de docentes. A partir de um trabalho realizado com docentes do ensino superior, os autores verificaram que os principais fatores relacionados com o estresse são sobrecarga de trabalho, cobranças, dificuldades de relacionamento com a chefia e estudantes, sendo depressão, ansiedade, irritação, sensação de estar sufocado os sintomas psicológicos mencionados pelos participantes.

Estudos sobre a atividade do docente universitário salientam a sobrecarga de trabalho, cobranças e alto nível de exigências que impactam negativamente a saúde destes profissionais, destacando os impactos de ordem psicológica. Isto é confirmado na pesquisa de Abreu, Coelho e Ribeiro (2016), que resultou em dados de que o estresse foi o impacto mais referido pelos professores.

Dentre as diversas atividades laborais, a docência está entre as profissões mais estressantes, pelo alto nível de exigência e envolvimento com pessoas. Tem-se tornado cada vez mais evidente a associação dos vários fatores que conduzem a Síndrome de Burnout nesta classe profissional. Num estudo realizado com docentes universitários destacou-se, de acordo com as dimensões desta síndrome, a exaustão emocional relacionada com a quantidade de cursos que os docentes lecionavam e de alunos com quem tinham contato diário (Prado, Bastianini, Cavalleri, Ribeiro, & Marsicano, 2017).

O esforço principal da maioria dos pesquisadores da área, tem sido identificar quais são os estressores, ou seja, eventos que interferem no bem estar, saúde e desempenho dos indivíduos. Os estressores internos estão relacionados a questões cognitivas, crenças, emoções e características pessoais (Sadir, Bignotto, & Lipp, 2010).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p. 75058-75075, oct. 2020. ISSN 2525-8761 Existem evidências que confirmam a influência dos aspectos intrínsecos do indivíduo na produção do estresse, embora não se possa desconsiderar a influência dos fatores externos à organização e dos relacionados com o ambiente de trabalho. Os mediadores individuais como o estilo de vida, atitudes, estratégias de cooping ou enfrentamento, apoio social, assim como a vulnerabilidade e resistência podem intensificar ou atenuar o estresse (Reis, Fernandes, & Gomes, 2010).

Pais Ribeiro e Marques (2009), referem três abordagens de conceber e avaliar o estresse: as que focam nas causas, as que se focam nas consequências e as que se focam no processo. Avaliar este constructo de estresse é complexo e deve exigir reflexão e cuidados na escolha do instrumento a ser utilizado.

Para o rastreamento da ansiedade, depressão e estresse de forma conjunta, tem sido proposto um instrumento de avaliação psicométrica, a Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS), instrumento este adequado e com capacidade de distinguir estas três vertentes da afetividade negativa tão incidentes e tangíveis no cotidiano da vida de muitos professores universitários (Martins et al., 2019).

3.3 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

Vastas são as críticas relacionadas à falta de clareza nas definições de qualidade de vida no trabalho, retratadas pelas incoerências e divergências entre os teóricos que tratam desta temática (Sampaio, 2012).

Entretanto, existem aspectos comuns compartilhados no entendimento da QVT, como o objetivo de apropriação de uma maior humanização no trabalho, aumento do bem-estar dos trabalhadores e maior participação das decisões e problemas relacionados ao trabalho (Sant’Anna, Kiliminik, & Moraes, 2011).

O conceito de qualidade de vida no trabalho relaciona-se com a satisfação geral com a vida no trabalho e com o equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional. Trata da percepção do indivíduo quanto aos pontos favoráveis e desfavoráveis que envolvem um contexto laboral (Ferro, 2012).

Segundo Ramos, Souza, Gonçalves, Pires e Santos (2014), a qualidade de vida no trabalho é o maior determinante da qualidade de vida total, considerando a grande quantidade de horas investidas no trabalho durante toda a vida laboral, e as novas tendências de extensão dos anos ativos no trabalho a partir do aumento da expectativa de vida do trabalhador brasileiro, fatores estes que influenciam na relação entre estes conceitos.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p. 75058-75075, oct. 2020. ISSN 2525-8761 Observa-se que a qualidade de vida e qualidade de vida no trabalho estão vinculadas, pois fatores externos ao contexto de trabalho como a vida pessoal, saúde, lazer e estado emocional e fatores internos ao contexto laboral como as relações interpessoais no ambiente de trabalho, reconhecimento, valorização e remuneração influenciam e somam uma gama de variáveis que podem colaborar com o bem estar, segurança e satisfação dos indivíduos em relação ao contexto e atividade de trabalho.

O crescente interesse no tema QVT estão afeiçoados à diversidade de desafios e problemas recorrentes no ambiente laboral, sejam estes relacionados aos desgastes físicos, psicológicos e altos níveis de insatisfação por parte dos trabalhadores (Klein, Pereira e Lemos, 2018).

Atualmente as organizações vivem num ambiente de extrema competitividade e a procura por resultados torna-se um desafio constante. Este fator reflete-se diretamente na vida do trabalhador, com o aumento do nível de cobranças e constante pressão. Por outro lado, as organizações têm-se preocupado em investir na qualidade de vida no trabalho, visando uma melhoria do bem estar dos seus funcionários, de sua capacidade produtiva, equilíbrio físico, psíquico e social (Gonçalves, Miranda, Neves, Santos, Conceição, Barreira, Chagas, Mattos, & Cardoso, 2015).

A QVT pode ser viabilizada pela ergonomia a partir da perspectiva de promoção da saúde e bem-estar dos trabalhadores. A ergonomia apresenta uma relevância social quando se propõe a atuar na melhoria dos contextos de trabalho, uma relevância organizacional e acâdemica que permitem avançar e evoluir no conhecimento da relação entre o trabalhador e seu contexto de trabalho (Ferreira, 2008).

Considerando a importância da QVT no sentido mais amplo e preventivo, destaca-se a ergonomia da atividade, no qual o olhar teórico e metodológico aplica-se a especificidade do ato de trabalhar de cada ser humano, seja em contextos semelhantes ou não.

Ferreira (2015) analisa a QVT em dois níveis analíticos, macroergonômico e microergonômico. O primeiro nível refere-se às representações dos trabalhadores sobre o contexto organizacional no qual os mesmos estão inseridos, e o segundo nível, de caráter mais aprofundado, por permitir a investigação dos impactos produzidos e as formas de reação frente as demandas enfrentadas no contexto laboral. Portanto, os níveis analíticos do diagnóstico ergonômico se complementam, da aparência a essência das situações e fatores relacionados com a QVT, permitindo uma melhor compreensão e transformação.

Este mesmo autor supracitado destaca os fatores estruturantes das representações de bem-estar e mal-bem-estar no trabalho, no qual a vivência duradoura destes sentimentos constituem

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p. 75058-75075, oct. 2020. ISSN 2525-8761 indicadores para a promoção de saúde ou riscos de adoecimento. Dentre estes fatores destacam-se: as condições de trabalho, apectos relacionados a organização do trabalho, as relações socioprofissionais do trabalho, reconhecimento e crescimento profissional, e elo entre trabalho e a vida social.

Outro aspecto relevante é o conceito do custo humano do trabalho, segundo Ferreira 2012, p.186:

“[...] ele expressa o que deve ser despendido pelos trabalhadores (individual e coletivamente) nas esferas física, cognitiva e afetiva a fim de responderem às exigências de tarefas (formais e/ou informais) postas nas situações de trabalho.”

As exigências físicas do trabalho se referem ao custo corporal relacionados aos gastos fisiológicos e biomecânicos; as exigências cognitivas relacionam-se aos aspectos mentais como custos de memória e de atenção e necessidades de aprendizagem; e as exigências afetivas estão vinculadas ao custo afetivo como as reações afetivas de sentimentos vivenciados e estado de humor demonstrado.

A ergonomia da atividade busca meios e estratégias para uma melhor compreensão dos comportamentos e situações de trabalho. Dentre as dimensões consideradas para este fim, está a compreensão da diversidade e variabilidade interindividual (gênero, idade, dimensões corporais, experiêncais e competências) e intra-individual (transformações físicas e mentais), viabilizando assim uma prática transformadora e norteada por aspectos preventivos, na qual o trabalhador tem um lugar central e deixa de ser apenas uma variável de ajuste conforme os interesses organizacionais. Pelo contrário, na prática da QVT assistencialista o investimento é na maioria das vezes vinculado a estratégias de aumento da resistência física e mental dos trabalhadores com o objetivo de intensificar a capacidade destes suportarem a alta demanda e exigências das organizações.

3.4 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E SAÚDE DOS DOCENTES UNIVERSITÁRIOS Atualmente as universidades são apontadas como um local de eclosão de sofrimento psíquico na prática da docência, seja pelas relações competitivas e/ou pelas escassas redes de solidariedade e reconhecimento do trabalho realizado. Destaca-se neste contexto, muitas vezes, uma dimensão de sofrimento relacionada aos impedimentos para a concretização de ideais éticos e políticos, considerando este um aspecto relevante para o papel do professor universitário no desempenho de suas funções relacionadas ao ensino, pesquisa e extensão (Silva, 2015).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p. 75058-75075, oct. 2020. ISSN 2525-8761 Um elemento importante a ser considerado na questão da saúde dos docentes é a tendência desta classe profissional negar seu próprio adoecimento de uma forma geral, como se este sempre estivesse relacionado a uma questão de inadequação ou dificuldade pessoal, e não a uma tendência coletiva desta classe profissional adoecer frente aos fatores insatisfatórias de qualidade de vida no trabalho (Araújo & Carvalho, 2009).

Both, Nascimento, Sonoo, Lemos, e Borgatto (2010), discorrem sobre a qualidade de vida no trabalho na prática da docência do Ensino Superior, afirmando que os problemas físicos e desgastes emocionais têm sido promotores de mal estar dos docentes, acarretando afastamentos frequentes das atividades laborais, doenças relacionadas com o trabalho e insatisfações com aspectos gerais da educação.

Uma pesquisa realizada com docentes de universidades públicas e privadas na Colômbia, que envolveu a temática QVT, identificou que as condições de trabalho acarretam exaustão, cinismo e efeitos colaterais, além de que a temporalidade dos contratos de trabalho foi naturalizada como uma condição precária de trabalho e um risco psicosocial relevante (Romero-Caraballo, 2019).

Um estudo realizado por Vilas Boas e Morin (2017) avaliou os fatores relacionados com a qualidade de vida no trabalho em docentes do Brasil e Canadá. Os autores observaram que os docentes canadenses possuíam maior autonomia, oportunidades de desenvolvimento profissional e reconhecimento quando comparados aos docentes brasileiros. Estes últimos referiram ainda estar sujeitos a maior carga mental e maior quantidade de horas trabalhadas por semana.

Um outro estudo realizado em 2013 por Jager et al., procurou investigar a percepção de 45 docentes de uma instituição privada de ensino superior em relação à sua qualidade de vida no trabalho. Constatou-se a partir da aplicação de questionário online que o tempo de lazer (na esfera sociológica de relacionamentos) e segurança no emprego (na esfera econômica e política) são aspectos que explicam a insatisfação referida (Jager et al., 2013).

O resultado de um estudo de análise da QVT de abordagem quantitativa com professores docentes do ensino superior público detectou que, das oito dimensões avaliadas, três foram isatisfatórias por parte dos docentes, sendo estas: compensação justa e adequada; oportunidade de crescimento e segurança; e trabalho e espaço total de vida. Quanto as outras dimensões da QVT observaram-se escores de indiferença (Araújo, Fé, Araújo, Oliveira, Moura e Silva, 2019).

Um trabalho realizado com professores universitários da área da saúde avaliou os estressores laborais a partir do modelo Esforço-Recompensa e Comprometimento excessivo e detectou a maior prevalência de transtornos mentais em professores com maior esforço de trabalho

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p. 75058-75075, oct. 2020. ISSN 2525-8761 e que tendem a carregar uma carga de expectativa social de excelência frente as atividades exercidas (Ferreira, Silveira, de Sá, Feres, Souza e Martins, 2015).

Um outro estudo objetivou identificar a existência de riscos ocupacionais psicosociais em professores universitários, considerado estes fortes influenciadores na qualidade de vida no trabalho destes profissionais. Evidenciou-se que aproximadamente 95% da amostra admitiu a presença destes riscos com predominância da carga mental em 35% destes casos. Além disto, 87% confirmaram a repercussão destes riscos na saúde, sendo que aproximadamente 39% referiram estresse e 17% ansiedade. Neste caso, a carga mental agregou características do trabalho como: alta exigência temporal, competitividade, desrespeito, manipulação de informações, pressão mental, cobrança, não cumprimento de agendas, excesso de reuniões, complexidade das tarefa e atividades simultâneas(Caran, Freitas, Alves, Pedrão e Robazzi, 2011).

Um aspecto muito discutido na prática laboral do professor universitário é a ambiguidade de função, na qual grande parte do tempo do professor é dedicado as atividades administrativas em detrimento, muitas vezes, das atividades acadêmicas, associado a fatores como a falta de apoio administrativo necessário ao desenvolvimento de suas atividades (Lima, & Lima-Filho, 2009).

Na busca de um maior entendimento da relação entre o trabalho intelectual e défict de qualidade de vida no trabalho relacionada ao sofrimento psíquico, uma pesquisa realizada numa instituição pública de ensino superior detectou que um terço dos professores apresentaram algum problema de saúde após o ingresso na universidade, e destes 15,5% estavam relacionados a fatores de organização do trabalho, 5,6% às condições de trabalho e 2,8% a estes dois aspectos de forma associada. O sofrimento psíquico foi considerado como uma descompensção produzida pela organização do trabalho capaz de provocar angústia, ansiedade, medo, frustração e até infelicidade, o que de certa forma dificulta sua detecção por não ser uma expressão descritiva de um problema como previsto nos manuais e compêndios. Compreender o ambiente laboral universitário como um espaço de sofrimento psíquico e preditor no desencadeamento de transtornos mentais e até mesmo de alienação parece contraditório, incompatível e paradoxal ao sentido e propósito da universidade como um espaço de equilibrio, envolvimento, orientação, discussão e difusão do conhecimento a favor da pesquisa, ensino e extensão, ou também um espaço de produção e difusão de saúde mental (Junior, 2010).

4 CONCLUSÃO

Compreender os fatores que fazem a conexão entre emoção e qualidade de vida no trabalho de professores universitários é um desafio alicerçado na variedade e complexidade dos riscos

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p. 75058-75075, oct. 2020. ISSN 2525-8761 ocupacionais, acrescidos dos fatores intrínsecos que podem predispor às emoções negativas como a ansiedade, depressão e estresse nesta classe profissional.

A partir das revisões bibliográficas realizadas, constata-se que o professor universitário vive uma condição vulnerável a estes transtornos de afetividade. Portanto, torna-se essencial conhecer e discutir a etiologia e as formas de manifestações destes desajustes, no sentido de alcançar um ambiente laboral saudável, que contemple as condições necessárias para o desenvolvimento do trabalho de forma eficaz, valorosa e motivadora, na promoção do saber a serviço da ciência e da sociedade.

Além da relevância desta temática sob o aspecto dos benefícios a saúde do trabalhador, destaca-se a importância da qualidade dos serviços prestados à sociedade e em especial na formação dos acadêmicos que são os futuros profissionais das mais diversas áreas de atuação do país, no qual experienciar uma convivência amparada às emoções positivas de seus mestres e orientadores trará contribuições a este processo.

Cada vez mais as pesquisas confirmam a necessidade de se promover uma logística pautada na autêntica qualidade de vida no trabalhador, no qual não está presente apenas um mero discurso teórico ou uma prática assistencialista, esporádica e ineficaz, mas sim expressividade que garanta transformação, crescimento e evolução na gestão das universidades públicas e privadas do Brasil.

Muitos são os aspectos a serem conhecidos na relação saúde emocional e a temática qualidade de vida no trabalho de professores universitários, respaldo este que permita a viabilização de uma política preventiva efetiva, no qual professores e gestores consigam uma atuação harmônica e condizente contra o processo de alienização e adoecimento muitas vezes vigente no ambiente universitário.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p. 75058-75075, oct. 2020. ISSN 2525-8761

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