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Aves-Anilhar para proteger

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Academic year: 2020

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CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA IZABELA HENDRIX

Aves-Anilhar para proteger

Renata Heloisa Diniz 1 ; Maria Esther Macedo 2

RESUMO

O anilhamento consiste em uma técnica utilizada para a marcação e implantação de anéis metálicos chamados de anilhas no tarso das aves, contendo uma gravação da caixa postal do Centro de Anilhamento do País, no caso do Brasil, o CEMAVE/IBAMA (C.P. 034 BRASÍLIA- DF) Além disto, esta anilha traz um código que não se repete e funciona como um documento de identidade para a ave marcada. No Brasil, o código é formado por uma letra e cinco algarismos. Após a anilhagem e levantamento dos dados, a ave é devolvida ao ambiente; o pesquisador e a instituição trabalham com a expectativa desta ave ser encontrada por outros pesquisadores e cidadãos comuns, que ao cruzarem com uma ave contendo uma anilha, possam obter um retorno das informações sendo: para onde esta ave se deslocou, por quais regiões e ambientes ela passou, a idade desta ave, quanto tempo depois ela retorna ao local de anilhamento. A propagação desta técnica serve de motivação e conscientização para que as pessoas façam parte deste processo, informando ao CEMAVE o encontro de uma ave anilhada, sendo isto muito importante para continuidade da pesquisa.

Palavra-chave: Anilhamento. Marcação. Ave. Migração. CEMAVE- Centro de

Estudos de Migração de Aves.

1. Acadêmica do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix; 2. Professora do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix

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1 INTRODUÇÃO

O grupo das aves ocupa a maior distribuição mundial onde são encontradas do Brasil ao Oriente. As aves são coloridas, variando em tamanhos como o avestruz ou pequenas como um beija-flor. Cuidar, preservar e conservar essa rica avifauna mundial é responsabilidade de todo cidadão, sendo que para isso toda e qualquer iniciativa deve ser tomada com muita cautela, determinação e compromisso (SOTELO, 2008).

A presença da população de aves demonstra diretamente a riqueza ou insuficiência de recursos do ambiente em que se encontram. Aprofundar sobre a literatura das aves para preservá-las e protegê-las significa valorizar e respeitar a vida como um todo (PEREIRA, 2009).

O anilhamento consiste em uma técnica de marcação individual com anéis numerados, utilizada mundialmente, que torna possível o acompanhamento dessas aves, a idade, as rotas de migração, ambientes reprodutivos, época de descanso, e muitas outras informações importantes para preservação das diversas espécies e seu habitat. A atual legislação brasileira para este fim está regulamentada pela Instrução Normativa 27/2002 (ARAÚJO, 2010).

Através desta técnica é possível concluir diversos experimentos e estudos relacionados à dispersão, migração, comportamento, dinâmica de populações, aumento na reprodução, monitoramento do ambiente, toxicologia e manejo (TORRES, 2012).

As aves são um dos grupos de seres vivos que mais se movimentam na terra, sendo assim, o anilhamento mostra o declínio ou aumento populacional, a ecologia de paisagem, o efeito de pesticidas e poluição; é importante na conservação das espécies uma vez que anilhar aves é fundamental quando se pretende conhecer melhor as migrações de alguma espécie, pois pássaros previamente anilhados quando recapturados fornecem muitas informações como medidas das asas, peso, sexo, idade, coloração, formato das penas, tamanho do bico e do tarso (MELLO, 2004).

São colocadas redes bem finas quase invisíveis para os pássaros em locais estratégicos com menor visibilidade como sombra e arbustos para capturá-los. Quando caídos nas redes são retirados com bastante cuidado e colocados em sacos

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de pano para serem anilhados. Por norma, as redes são visitadas em curtos períodos de tempo para verificar se foram capturadas e não ficarem em situações de abandono (MISHIMA & BARBIERI, 2009).

Em seguida são apuradas informações da espécie e enviadas para o órgão competente de conservação da natureza, onde são centralizadas numa base de dados e as aves devolvidas ao ambiente identificadas. A anilha serve como uma carteira de identidade da ave contendo em cada anilha cinco números e uma letra que não se repetem. As anilhas coloridas são mais usadas porque a cor mostra a identificação do país de origem da ave; no Brasil a anilha de cor azul prevalece mais. Em cada anilha é gravado um código formado por uma letra e cinco algarismos e o endereço da organização responsável, importante no caso de encontro da ave por algum profissional ou qualquer outra pessoa em determinado local para que a ave possa ser recapturada (MARA & LUIZ, 2006).

Atualmente é utilizado um número variado de modelos de anilhas para marcação de aves que se enquadram ao diâmetro e estrutura das patas de determinada espécie. São utilizadas também anilhas coloridas para identificação das aves à distância, como o caso de gansos e sem que seja necessário capturá-las de novo, já que podem ser observadas por binóculos (MARA & LUIZ, 2006).

O movimento migratório das aves está principalmente relacionado com a abundância ou escassez de alimentos como por exemplo em invernos muito rigorosos migram para regiões com um clima mais ameno onde os recursos alimentares lhe são favoráveis. Com a queda acentuada de temperatura os insetos tornam-se menos disponíveis fazendo com que as aves insetívoras migrem (LUIZ, 2005).

Um número considerável de aves são levadas à morte ao migrarem sendo por predadores, más condições climáticas, a caça, atropelamentos e choque com prédios e construções; mas a maior causa são as más condições das zonas de transição de recursos alimentares e manutenção de energia, os chamados stopovers que são locais de parada para um pouso temporário, para alimentação e descanso. Esses locais em que as aves ficam em torno de 1 a 5 dias para recuperar energia e reservas de gordura, são fundamentais para o sucesso da migração (ALMEIDA, 2004).

O ambiente é dividido para as aves nativas e exóticas. Segundo Oliveira (2010) a preservação da avifauna migratória está diretamente relacionada

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com a manutenção e restauração de sítios de alimentação, reprodução e repouso, e que a perda deste pode acarretar na redução e até mesmo no desaparecimento total de alguma espécie.

O zoológico de São Paulo é um dos locais de parada destes animais. Quando o inverno se aproxima, surgem os cisnes negros vindos da Austrália dividindo espaços com as aves permanentes do local, espécies como irerês e marrecas-caneleiras cor de canela, são atraídas por plantas aquáticas, moluscos e ração à base de milho fornecida por este parque (SOARES & PETROSKI, 2007).

O Pantanal é considerado o mais importante sítio reprodutivo de muitas espécies de aves, mas é pouco conhecido sobre os movimentos de migração de espécies neárticas que usam a região por um certo intervalo de tempo ou estação do ano. Foi relatado e comprovado através do anilhamento mudanças de trajetória de uma determinada espécie aquática na América do Sul e o Pantanal e entre as áreas úmidas do rio Paraná, na região sul do Brasil e Argentina (LUIZ, 2005).

As aves migratórias podem ser noturnas, como é o caso de espécies que se alimentam de insetos, outras que se alimentam durante o dia e passam a noite viajando e necessitam acompanhar as mudanças de temperatura provocadas pelo aquecimento do solo ao migrarem e outras como as andorinhas capazes de se alimentarem quando em voo. A maioria das espécies de aves utilizam em sua navegação o Sol, as estrelas, ou o campo magnético da terra, tais conhecimentos são adquiridos de forma hereditária. Outras orientam-se pelos acidentes do terreno (SOARES & PETROSKI, 2007).

As aves migratórias não possuem este padrão de comportamento fixo. Algumas espécies tornam-se migratórias e outras podem perder este hábito como por exemplo, a espécie milheirinha (Serinus serinus) que ocupa grande parte do espaço da Europa (GIUGLIANO & CARNEIRO, 2003).

Outros como o tordo-zornal (Tudus pilaris) que ocupou há pouco tempo a Groelândia tornou-se uma população residente. Há ainda como por exemplo em Portugal, a cegonha-branca (Ciconia ciconia) que mantinha um comportamento permanente de migração, onde surgia em território brasileiro em época de verão e primavera. Já nos dias atuais a maior parte do grupo tornou-se residente (DAMIANI, 2011).

O deslocamento cíclico é uma característica da migração, ou seja, em uma determinada época do ano uma espécie migratória utiliza um certo local para

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reprodução e ao final, a maior parte dos filhotes deslocam para outro local para ser usado como fonte de descanso e alimentação. As aves adultas e em estado de maturação sexual retornam ao primeiro local de reprodução para se reproduzirem novamente, e assim o ciclo se reinicia (LUIZ, 2005).

Segundo Araujo (2010) as etapas do estudo migratório de aves consistem em determinar a existência da migração e suas rotas e estudar os mecanismos fisiológicos, comportamentais e ecológicos que fazem parte deste processo ecológico. Assim tentamos responder às seguintes questões com relação aos migrantes: quantos e quem são, por que e para onde vão?

4 OBJETIVO

Diante do importante papel ecológico das aves, conhecer a sua distribuição através das rotas migratórias, a importância da conservação das diversas espécies se faz necessário. Com isso objetivou-se com essa revisão relatar a importância do anilhamento das aves como uma forma de conhecer sobre parte da sua biologia, comportamento migratório, contribuindo assim para a preservação das diversas espécies de aves migratórias. Apresentar a importância do anilhamento de aves pois através do encontro das aves contendo anilhas é possível conhecer a idade da mesma após a implantação da anilha, habitat, as rotas de migração, alterações de quantidades da população, entre muitas outras informações que são primordiais ao monitoramento e à elaboração de políticas de conservação das aves e dos locais dos quais elas dependem.

2 METODOLOGIA

Foi realizado um levantamento bibliográfico do período 2002 a 2014, através de artigos científicos sobre técnica de anilhamento, publicados nos bancos de dados da internet e artigos através das palavras chaves “anilhas/anilhamento”. Além de verificar em livros, vídeos e revistas especializadas toda a literatura disponível. Em seguida feita uma investigação sobre quais são os principais objetivos e importância do anilhamento.

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3 DESENVOLVIMENTO

As pesquisas do CEMAVE, Centro de Estudos de Migração de Aves, são voltadas para as aves cinegéticas (que sofrem pressão de caças); aves que sofrem ameaças, raras e endêmicas; aves migratórias; problemas relacionados com espécies que atacam lavouras e colisões com aeronaves (ALMEIDA, 2004).

Todos os anos, o trinta-réis-ártico (Sterna paradisuea), uma avezinha preta e branca, com pouco menos de 40 centímetros, realiza um longo vôo de pólo a pólo. Durante nove meses, ele percorre mais de 20 000 quilômetros, do Círculo Polar Ártico até o limite da Antártida, e retorna, então, ao ponto de partida. Campeão absoluto entre as aves migrantes de longo percurso, o trinta-réis é seguido de perto, nessa maratona aérea, pelo batuiruçu (PIuvialis dominica). Este viaja 12 000 quilômetros, a uma velocidade de até 90 quilômetros por hora desde o Pólo Ártico até os pampas argentinos. Como essas, milhares de aves de diferentes espécies, deixam seus lugares de origem, quando o inverno se aproxima no Hemisfério Norte, à procura de alimentos e temperaturas mais elevadas. Das cerca de 10 000 espécies que existem no mundo, mais de um terço migra, em maior ou menor grau, o que abrange dezenas de bilhões de aves em busca da sobrevivência (OLIVEIRA, 2010).

Esse fenômeno é mais pronunciado no Hemisfério Norte, quando as aves cruzam a linha do Equador dirigindo-se para as áreas tropicais e subtropicais da América do Sul, África e Oceania, viajando sobre mares e desertos, picos nevados e grandes cidades. enfrentando tempestades, furacões e nevoeiros. Esse é o caso das mais de 6 milhões de andorinhas-azuis (Prognesubis) que todos os anos, no outono, batem asas do Canadá, Estados Unidos e norte do México e parte delas vem desembarcar no interior de São Paulo. Também um número incontável de maçaricos-brancos (Calidris alba), que se reproduzem na região ártica e cumprem uma rota migratória anual rumo à Terra do Fogo, costumam parar para um merecido descanso na Ilha de Itamaracá, em Pernambuco, onde se deliciam com moluscos e pequenos crustáceos. Ou então, na Lagoa do Peixe, no Rio Grande do Sul. Também, desde 1983, os arranha-céus paulistanos abrigam, de outubro a fevereiro, um hóspede ilustre que vem da Groenlândia: o falcão peregrino (Falco peregrinus), ave rara com menos de 1000 exemplares catalogados no mundo. Pela dimensão do

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território brasileiro, a chegada de diversas aves migratórias pode passar despercebida para a maioria da população, até porque as condições geográficas não favorecem grandes concentrações num único ponto. Mesmo assim, sabe-se que o país recebe todos os anos cerca de 123 espécies visitantes de longo percurso que aqui desembarcam para férias forçadas. Na mesma época, bandos de biguás (Phalacrocoracx olivaceus) fogem da Argentina para aterrissar no Pantanal ou nos lagos do Sul. Para a Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, convergem periodicamente mergulhões, biguás e diferentes espécies de marrecos (TORRES, 2012).

No inverno, por exemplo, as noites são mais longas. Em função disso, o organismo tem que passar por ajustes metabólicos, e quem os efetua é a glândula hipófise, depois de receber ordens do hipotálamo. Dessa forma, as aves sabem que o inverno se aproxima e é hora de migrar. Para voar milhares e milhares de quilômetros sem escalas, só é possível porque a hipófise dá uma força, ativando funções hormonais que produzem uma camada de gordura debaixo da pele das aves, proporcionando-lhes o combustível necessário. No caso das aves que fazem vôos muito longos, sem paradas (non stop), essa gordura chega a representar mais da metade do peso total de seu corpo. Os maçaricos, por exemplo, são mais resistentes que outras espécies de aves e aumentam em até 6% seu peso/dia reabastecendo seus tanques de combustível rapidamente. Se de um lado essas gordurinhas a mais fornecem energia de outro representam rica fonte de alimentos. Por esse motivo e porque estão cansados da longa viagem, alguns tipos de maçaricos, como os que pousam no litoral paraense, popularmente chamados de pirão gordo, acabam se transformando em presa fácil dos pescadores, que os capturam com redes como se fossem peixes. Estudos mostram cálculos interessantes sobre o rendimento dessas reservas de gordura. Um beija-flor americano, por exemplo, que pesa 2,5 gramas, se ganhar mais 2 gramas de gordura, é capaz de voar durante 26 horas, percorrendo uma distância de 976 a 1040 quilômetros, sem parar (MARA & LUIZ, 2006).

Na América do Sul, particularmente no Brasil, desde a década de 60, este monitoramento é liderado pelo Instituto Evandro Chagas, de Belém e pelo Instituto Adolfo Lutz de São Paulo. A partir de 2002, através da implementação de um acordo-interministerial entre os Ministérios da Saúde, da Agricultura e do Meio Ambiente, anilhadores registrados no Sistema Nacional de Anilhamento tem

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trabalhado em cooperativa a cada ano. Após o anilhamento é recolhido amostras de sangue das aves em vários pontos do país, aumentando o monitoramento e o tornando mais efetivo em cobertura geográfica (DAMIANI, 2004).

Entre os meses de setembro e abril aparece no Brasil, a águia-pescadora (Pandion haliaetus) sendo esta espécie originada na América do Norte, durante o inverno realiza sua migração em direção à América do Sul, sendo vista em todas as regiões brasileiras. Geralmente é encontrada em regiões com grandes rios e lagos à procura de peixes (SOTELO, 2008).

O CEMAVE é um dos 11 Centros Nacionais de Pesquisa e Conservação administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), onde atua em todas as regiões do Brasil. Sua sede está localizada no município de Cabedelo-Paraíba e coordena o programa nacional de marcação de aves chamado de SNA - Sistema Nacional de Anilhamento de Aves Silvestres. É o Centro responsável em avaliar o estado de conservação das aves brasileiras e pela criação e coordenação de Planos de Ação Nacionais (PAN) para monitoramento e conservação destas espécies que correm o risco de se extinguirem e aves com hábito migratório (CEMAVE, 2012).

O Sistema Nacional de Anilhamento de Aves Silvestres (SNA) abrange nacionalmente a coordenação e controle dos seguintes procedimentos:

 Registro e credenciamento dos anilhadores;

 Análise dos projetos de pesquisa e autorização para anilhamento;  Forma de distribuição das anilhas;

 Processo do banco de dados referente ao anilhamento;

 Recolhimento das informações quanto ao encontro de uma ave anilhada.

O CEMAVE foca principalmente no anilhamento de aves em liberdade, com a finalidade de realizar pesquisas com o objetivo de conservar as aves silvestres. Há diferença no trabalho do SNA na implantação de anilhas e controle das aves criadas ou nascidas em cativeiro, criadouros, zoológicos e outros locais desse tipo controlados pelos Órgãos Estaduais de Meio Ambiente ou IBAMA. Após o credenciamento, o anilhador pode requerer a concessão para realizar o anilhamento e as anilhas padronizadas pelo CEMAVE. As anilhas são fornecidas aos anilhadores gratuitamente. Com posse desta concessão e das anilhas, os pesquisadores realizam o trabalho de campo para captura de aves utilizando redes especiais ou

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armadilhas apropriadas para este fim e a anilha é colocada no membro inferior das aves. Antes de fazer o anilhamento das aves, o anilhador deve fazer as anotações (data e local de anilhamento, nome cinetífico da ave, sexo, idade etc.) em impresso próprio, este é encaminhado ao CEMAVE para conferência e processamento (SOARES & PETROSKI, 2003).

Cada anilha possui um código com a frase "Avise CEMAVE" em caso de encontro de uma ave anilhada para posterior apuração de informações sobre esta ave. Quando aves que já se encontram anilhadas são encontradas por anilhadores em campo, estas informações também são verificadas. Estes relatos também podem ser feitos por meio de pessoas comuns, pescadores, fazendeiros, etc. que ao encontrar uma ave anilhada devem entrar em contato com o CEMAVE. Estas informações podem ser fornecidas através de carta encaminhada ao CEMAVE pelo telefone, por e-mail ou ainda por meio de formulário eletrônico disponível na internet. Assim estas informações são analisadas, conferidas e processadas para posterior envio de um Certificado de Agradecimento a quem a encontrou e ao pesquisador um Aviso de Recuperação, contendo dados de conservação desta ave (DAMIANI, 2002).

AUTORES FATORES DA MIGRAÇÃO Segundo Sotelo, 2008 - Genéticos

- Endócrino

- Metabólicos ambientais

Segundo Mara & Luiz, 2006 -Hábitos alimentares

Segundo Almeida, 2004 -Reprodução

Segundo Soares & Proski, 2007 -Condições Climáticas

Segundo Giugliano & Carneiro, 2003

-Mudanças Hormonais

-Nidificação

Segundo Luiz, 2005 -Fuga de predadores

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa científica sobre as migrações permitiu concluir que a causa fundamental que leva as aves ao deslocamento é o objetivo de conseguir outras fontes de alimento. Também há interferência da intensidade e duração da luz do sol e pelas condições da atmosfera. Baseando-se na técnica de anilhamento e em muitas experiências, os cientistas conseguem saber a orientação das aves e quais as rotas principais que usam durante este movimento.

A migração é uma mudança que acontece de maneira regular entre lugares de sobrevivência e se relaciona com a diminuição ou aumento de recursos alimentares durante invernos rigorosos em que toda a população de uma determinada espécie se desloca para locais que apresentam uma maior qualidade de temperatura e condições de sobrevivência.

A migração como qualquer outro comportamento animal traz seus riscos e benefícios variando o sucesso de reprodução das espécies nas regiões com um clima mais ameno com abundância de alimento e energia. Uma grande porcentagem de aves desaparece durante a migração devido à ação de seus predadores, más condições climáticas, caça, muitas são vítimas de atropelamentos e colisão com prédios.

No entanto, o fato mais determinante destas mortes para aves com este comportamento é a degradação ambiental e redução dos espaços de transição próprios para recebê-las e fornecer-lhes uma alimentação adequada e saudável. Estes locais onde as aves procuram se adaptar por 1 a 5 dias, para recompor suas necessidades básicas de sobrevivência como reserva de gordura e energia, são essenciais para que a migração ocorra com êxito.

Desde que foi observado este aumento na taxa de mortalidade durante a migração tornou uma preocupação emergente para os estudiosos criarem técnicas de preservação entre elas, o anilhamento.

É importante que se obtenha uma efetiva adaptação da população de aves submetida ao anilhamento; análise da capacidade de reprodução das espécies, propagação de informações sobre a importância da conservação dos habitats e relevância da recuperação do ambiente degradado, obter e analisar com a intenção de aplicar essa tecnologia em espécies que estejam ameaçadas de extinção

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inclusive e incentivar nas comunidades por meio da educação ambiental garantindo assim um patrimônio genético importante para a sobrevivência no futuro.

Hoje, os conhecimentos adquiridos sobre as aves com comportamento migratório tomaram uma maior repercussão devido a diferentes tecnologias de rastreamento. O de maior custo é no acompanhamento por meio de satélites. Assim a técnica mais convencional e mais antiga são as anilhas de plástico ou metal. O órgão responsável no Brasil é o Cemave junto ao Ibama, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente. Os problemas levantados desta técnica é não ser possível um completo acompanhamento da trajetória do animal. Entretanto, a prática do anilhamento é amplamente realizada em todo o mundo.

No momento em que se anilha uma ave, o pesquisador deve anotar em um documento ou impresso os dados de precisão como dia, data e local que foi realizado o anilhamento, número e cor da anilha e medidas de peso e tamanho das asas. Estas anotações serão de extrema eficácia na interpretação de informações adicionais e permitir conhecer a trajetória da ave, em caso de recuperação.

Uma monitoria permanente deve ser realizada anualmente para acompanhar a variação da população dessas aves, sendo possível realizar uma avaliação da queda e aumentos ocorridos com o passar dos anos.

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Um Regulus calendula anilhado e recapturado numa rede vertical.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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