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INSERÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO AMBIENTE ESCOLAR

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Curso de Ciências Biológicas

INSERÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO

AMBIENTE ESCOLAR

Belo Horizonte – MG 2010

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Camila Amaral Santos-10700611

INSERÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO

AMBIENTE ESCOLAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado junto ao Curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, como requisito para obtenção do titulo de Licenciatura em Ciências Biológicas.

Orientador: Denílson Diniz Pereira

Belo Horizonte – MG. 2010

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Centro Universitário Metodista de Minas Izabela Hendrix

INSERÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO

AMBIENTE ESCOLAR

Denílson Diniz Pereira 1 Camila Amaral Santos 2 Resumo: Os programas educativos relacionados à conscientização sobre a crise

ambiental demandam novos enfoques integradores de uma realidade contraditória e geradora de desigualdades (Jacobi, 2003). Assim para a escola, enquanto instituição com função social e formadora de valores é essencial trabalhar a Educação Ambiental a partir de uma compreensão da complexidade dos fatos que estão manifestos na relação sujeito-sociedade e ambiente, revendo as bases de sustentabilidade do planeta, (Bortolozzi, 1999). O objetivo deste trabalho é descrever como a Educação Ambiental está sendo desenvolvida no ambiente escolar e quais as dificuldades apresentadas pelas práticas aplicadas, permitindo identificar os problemas em sua operacionalização.

Palavras-Chave: Educação Ambiental, Sustentabilidade, Ambiente escolar.

Abstract: Educational programs related to awareness of the environmental crisis

demands new approaches to integrating a contradictory reality and promoted inequality (Jacobi, 2003). So for the school as an institution with a social function and forming values is essential to work on environmental education from an understanding of the complexity of the facts that are manifest in the subject-society and environment, reviewing the basis for sustainability of the planet, (Bortolozzi , 1999). The aim of this paper is to describe how environmental education is being developed in the school environment and what the difficulties presented by the practices applied, allowing to identify the problems in its operationalization.

Keywords: Environmental Education, Sustainability, School environment.

1.Professor do Centro Universitário Metodista de Minas Izabela Hendrix e Mestre em Educação e em Ensino de Ciências na Amazônia..

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1. Introdução

A questão ambiental está cada vez mais presente no cotidiano da sociedade contemporânea, sobretudo no desafio da preservação da qualidade de vida da população.

Casseb & Trufem (2009, p.3), afirmam que nesse cenário “o processo educativo pode conduzir a formação de atores sociais que conduzirão a uma transição em direção a sustentabilidade socioambiental”. Nesse sentido desponta-se a Educação Ambiental (EA) como uma oportunidade de abertura de novos conhecimentos, metodologias e habilidades numa visão multidisciplinar, apresentando-se como um instrumento essencial para a transformação do padrão de degradação ambiental.

Para Luzzi & Jacobi (2004), a relação entre meio ambiente e educação para a cidadania ambiental assume papel cada vez mais desafiador, demandando a emergência de novos saberes para aprender os complexos processos sociais e os riscos ambientais que intensificam dia a dia.

Conforme Jacobi (2003), as políticas ambientais e os programas educativos relacionados à conscientização sobre a crise ambiental demandam crescentemente novos enfoques integradores de uma realidade contraditória e geradora de desigualdades que transcendem a simples aplicação dos conhecimentos científicos e tecnológicos disponíveis. Isto implica em estimular um processo de reflexão e tomada de consciência dos processos socioambientais emergentes que priorizam a participação social nos processos de tomadas de decisões, visando a prevenção e a busca de soluções de problemas ambientais.

“A realidade atual exige uma reflexão cada vez menos linear, e isto se produz na inter-relação dos saberes e das práticas coletivas que criam identidades e valores comuns e ações solidárias diante da reapropriação da natureza” (JACOBI, 2003, p. 191).

Jacobi (2004, p.31) afirma que: “A escola pode se transformar no espaço onde o aluno poderá analisar a natureza dentro de um contexto entrelaçado de práticas sociais, parte componente de uma realidade mais complexa e multifacetada”. Sendo que a busca

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por soluções viria a partir de um novo conceito formado pela visão abrangente da historicidade da natureza.

A EA nesta perspectiva, segundo Loureiro (2004, p.16) possibilita determinar “uma prática pedagógica contextualizada e crítica, que explicita os problemas estruturais de nossa sociedade, as causas do baixo padrão qualitativo da vida e da utilização do patrimônio natural como uma mercadoria”. Essa complexidade configura a necessidade de se viabilizar ações sócio-educativas que relacione a sustentabilidade com ações conservacionistas devido à vasta interferência humana.

A EA em uma perspectiva crítico-transformadora, como uma educação para a sustentabilidade precisa de uma tematização de valores que vise à formação dos seres humanos.

“Se o objetivo maior da EA é o de promover uma mudança de comportamentos que contribua na transição para o desenvolvimento sustentável, que estes novos comportamentos sejam desenvolvidos e exercitados no ambiente imediato que é a escola, não em situações de simulação, mas em situações reais, onde as mais diversas variáveis e conflitos apareçam e tenham que ser trabalhadas em uma atividade democrática, progressiva e dinâmica, fundamentada pela práxis, e que resulte na real redução dos impactos causados”, (ANDRADE, 2000).

Assim, a idéia de sustentabilidade implica na definição de uma limitação nas possibilidades de crescimento e um conjunto de iniciativas que levem em conta a existência de interlocutores e participantes sociais relevantes e ativos através de práticas educativas e de um processo de diálogo informado, o que reforça um sentimento de co-responsabilização e de constituição de valores éticos. Portanto, o objetivo deste trabalho é descrever como a Educação Ambiental está sendo desenvolvida no ambiente escolar e quais as dificuldades apresentadas pelas práticas aplicadas, permitindo identificar os problemas em sua operacionalização.

Segundo Dias (1992), as escolas constituem espaços de integração do conhecimento, que podem promover a conscientização sobre a problemática ambiental e propiciar atividades com ações orientadas em projetos e em processos de participação que levem à autoconfiança, a atitudes positivas e ao comprometimento pessoal com a proteção ambiental implementada de modo interdisciplinar.

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Para Tristão (2004) “na estrutura conceitual de currículo, por disciplinas, não se sabe muito bem onde encaixar a educação ambiental. Sua natureza antidisciplinar provoca uma inserção por meio de projetos e/ou atividades extracurriculares”. Por isso, a análise de como a EA é desenvolvida no ambiente escolar e como os contextos interferem na produção de significados e de racionalidades mostram-se essenciais para “compreender a mediação feita pelos professores e alunos sobre sentidos, representações e racionalidades geradas para além do conhecimento escolar”.

De acordo com Lima (2009), a veiculação de uma EA interdisciplinar permite uma aprendizagem significativa e abrangente, porém essa ainda se encontra como uma proposta pedagógica distante seja por falta de interesse dos professores ou pelo fracionamento dos conteúdos.

Conforme Andrade (2000), para implementar a EA em uma escola deve-se reconhecer essa instituição como uma unidade impactante e trabalhar sua rotina no sentido de reduzir tais impactos, além de, perceber a escola como mantenedora e reprodutora de uma cultura que é predatória ao ambiente. Assim a busca por mudanças em seu currículo e metodologia devem não só diminuir tal influência, mas talvez invertê-la por uma que traga consequências benéficas ao mesmo.

Effting (2007) relata a existência de grandes dificuldades nas atividades de sensibilização e formação, na implantação de atividades e projetos, e principalmente, na manutenção e continuidade dos já existentes. Conforme Andrade (2000), fatores como a área escolar, números de docentes e discentes, empenho dos professores para passar por uma capacitação e executar um projeto ambiental que altere a rotina escolar, se apresenta como uma tarefa exaustiva, além desses fatores de integração ainda outros podem servir como obstáculos à implementação da EA.

“A Educação Ambiental não se dá por atividades pontuais, mas por toda uma mudança de paradigmas que exige uma contínua reflexão e apropriação dos valores que remetem a ela, as dificuldades enfrentadas assumem características ainda mais contundentes”, (EFFTING, 2007, p. 27).

De acordo com Andrade (2000), a escola deve situar-se através de “um processo de implementação que não seja hierárquico, agressivo, competitivo e exclusivista, mas que seja levado adiante fundamentado pela cooperação, participação e pela geração de

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autonomia dos atores envolvidos”. Devem ser viabilizadas alternativas que promovam a conscientização e que induza uma mudança da mentalidade, para que a EA em seu âmbito de comunhão seja eficaz e culmine, segundo Effting (2007, p. 29), “com atividades e projetos não meramente ilustrativos”.

Neste contexto de acordo com Effting (2007), os projetos devem ser dependentes da participação cooperativa de toda a comunidade escolar, para que a mudança de paradigma reflita em atitudes que se estabeleçam e transcendam esse ambiente, sendo refletida na diminuição do consumo, no estabelecimento de novas formas para uso dos resíduos e na busca por “um ambiente equilibrado em harmonia com o meio, com os outros seres vivos e com nossos semelhantes”.

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2. Metodologia

Este trabalho consiste em uma revisão bibliográfica, onde foram usados materiais que veiculam como a EA está sendo desenvolvida no ambiente escolar e quais as dificuldades apresentadas pelas práticas aplicadas. Considerando “tanto sua internalização como objeto de políticas públicas de educação e de meio ambiente em âmbito nacional, como mediação educativa, por um amplo conjunto de práticas de desenvolvimento social em prol da sustentabilidade”, Carvalho (2001).

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3. Referencial Teórico

3.1 Dificuldades de operacionalizar a EA nas escolas

A maioria das atividades realizadas dentro da EA tem sido operacionalizadas dentro de uma modalidade formal, tendo uma participação ainda restrita de órgãos governamentais, conforme aponta Jacobi (2004). Atualmente o desafio da prática ambiental é viabilizar uma prática Educativa que articule ao mesmo tempo a degradação ambiental e os problemas sociais.

O sistema escolar por constituir um espaço que privilegia o desenvolvimento e difusão de práticas ambientais, deve preparar os alunos para uma “formação integral que os conduza ao exercício participativo, fundamental para a busca dos seus direitos”, (Bortolozzi, 1999). A EA sob esta perspectiva deve propiciar uma reflexão sobre as formas de melhorar a qualidade do ensino, buscando inserir contextos compatíveis com as realidades escolares e de seus alunos.

Tristão (2004) argumenta que a EA apresenta dificuldades em seu desenvolvimento, devido à ausência de um trabalho coletivo, na desarticulação entre as áreas de conhecimento e entre a equipe pedagógica. Ainda que o desenvolvimento de reuniões para avaliar as práticas ambientais sejam frequentes, os materiais não são formulados em conjunto, não há uma correlação instrumental entre as disciplinas que possibilite vivenciar as práticas sociais cotidianas, falta a esses professores envolvidos uma mobilização de outros professores, para desenvolvimento de processos mais coletivos.

Para Santos (2001), a forma como vem sendo desenvolvida a EA é através dos projetos escolares, sendo o “caminho que ela encontrou para acontecer efetivamente”. Porém, esses projetos se encontram mal estruturados e a curta carga horária dos professores não permite seu desenvolvimento, além da falta de conhecimento dos professores sobre a temática ambiental. A forma como ocorrem os projetos e as estratégias para seu desenvolvimento (cursos, palestras, seminários) apresentam-se de

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forma descontínua, fragmentados e desarticulados do projeto educativo da escola, sendo executados à margem da operacionalização dos currículos.

Meyer (2001) aponta outros problemas no desenvolvimento da EA no ambiente escolar. Existe uma ênfase no estudo dos problemas “sem, contudo buscar entender a relação do ser humano com o mundo natural do ponto de vista sócio-histórico e cultural”. Há uma tendência em identificar os problemas como de ordem natural “por se apresentarem descolados dos sujeitos e das práticas sociais”.

Outra dificuldade está relacionada às atividades propostas pelas escolas. Muitas vezes elas não conseguem promover uma mudança comportamental que gere novos enfoques sobre a problemática ambiental. Flick (2009) afirma que os currículos possuem vários conteúdos que tratam de ecologia, porém esses se posicionam de maneira pouco atrativa e descontextualizada da realidade do aluno, “não sendo relacionados com as questões ambientais, enfatizando apenas, questões muito mais conceituais e dogmáticas”.

Barreto & Andrade (2006) afirmam que a EA é um componente imprescindível ao currículo que por vezes é tida como uma ciência ecológica, confundindo o conceito de meio ambiente com o de natureza. Essa interpretação faz com que a EA perca seu real conceito, “que é resolver problemas concretos do meio ambiente por meio de enfoques interdisciplinares visando à participação de todos para a utilização racional dos recursos naturais transformando o cidadão em um ser consciente”.

“O exercício constante da observação do ambiente geralmente está ausente dos programas curriculares e das propostas pedagógicas. O olhar é dirigido mais para o livro didático. A tarefa principal é a decoreba. A natureza como um grande laboratório vivo, uma ‘escola’, passa despercebida e é pouco explorada como um espaço educativo importante na formação dos estudantes e dos professores”, (MEYER, 2001, p. 90).

Os atores envolvidos no processo não respondem somente a pressões e impulsos sociais de origem externa, eles são sujeitos ativos de um processo de construção e transformação social que embora mantendo o caráter coletivo, se manifesta nas “expressões individuais do agir, pensar, sentir e existir”, como afirma Ruscheninsky

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(2000). Isso remete a multiciplidade das representações sociais devido à “pluralidade de ações” e âmbitos de compreensão.

Conforme afirma Tristão (2001, p.158), “a abordagem da EA está diluída entre a emergência exigida pela conjuntura da globalização vivida em nível planetário e as técnicas locais”. Isso se deve ao fato que em uma perspectiva individual é possível um comportamento preocupado com o meio ambiente local, sem qualquer compromisso com um pacto solidário global. Assim para a escola, enquanto instituição com função social e formadora de valores é essencial trabalhar a EA a partir de uma compreensão da complexidade dos fatos que estão manifestos na relação sujeito-sociedade e ambiente, (Bortolozzi, 1999).

Essa concepção ressalta como tarefa prioritária em perspectiva pedagógica ambiental, a promoção de uma mudança dos valores culturais como contribuição para a reversão da crise ambiental. Layrargues (2006) assinala que o desenvolvimento de uma perspectiva pedagógica que incorpora a ética ecológica, deve voltar-se à substituição da ética antropocêntrica pela ecológica. Contudo a EA têm-se “revestido majoritariamente da função moral de socialização humana ampliada à natureza, rumo à construção da ética ecológica no terreno da cultura”.

Dessa forma a produção de conhecimento deve contemplar as inter-relações do meio natural com o social. Incluindo, conforme Jacobi (2003), “a análise determinantes do processo, o papel dos diversos atores envolvidos e as formas de organização social que aumentam o poder das ações alternativas de um novo desenvolvimento”.

3.2 A promoção da cidadania pela EA

Para Effting (2007), os inúmeros problemas ambientais se devem em parte pela falta de sensibilização das pessoas “para a compreensão do frágil equilíbrio da biosfera e dos problemas da gestão dos recursos naturais”. Independente do modelo adotado para explicar o estado de agressão ao ambiente, o processo educativo é sempre apresentado como uma alternativa de mudança desse quadro, conforme relata Carvalho (2001).

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“O processo educativo ambiental diz respeito à relação entre cidadania e ambiente, às formas históricas com que a humanidade se relaciona com o ambiente, assim como as formas históricas das relações entre os sujeitos e destes com o ambiente, priorizando a necessidade de participação política dos sujeitos sociais empenhados na transformação social”, (REIS, 2009, p.13). Para isso torna-se necessário que o aluno desenvolva suas potencialidades, como cidadão crítico e participativo colaborando, conforme Freitas e Ribeiro (2007), para “a construção de uma sociedade socialmente justa, em um ambiente saudável”.

Jacobi (2004) afirma que o papel dos professores é fundamental para promover transformações em uma educação que assuma o compromisso social, possibilitando um processo coletivo que se preocupe com a formação de valores de sustentabilidade.

De acordo com Medina (2001, p.20), o professor precisa superar o modelo tradicional de formação, no qual ocorre a incorporação passiva do conhecimento pelos alunos, por uma “modalidade de caráter ativo de construção de conhecimentos” que abra possibilidades para uma ação em busca de alternativas e soluções.

Assim o professor deve atuar como mediador de um conhecimento apropriado para a compreensão da dimensão da natureza e da EA. O caminho apontado por Jacobi (2004, p.34) “implica a incorporação numa prática docente reflexiva das questões envolvidas nas realidades de nossas salas de aula e a análise endógena das mesmas”.

A sensibilização do aluno nesta perspectiva deve possibilitar a construção de uma convivência harmoniosa com o ambiente e as espécies, partindo de um entendimento crítico sobre os princípios da degradação que tem conduzido ao uso exacerbado dos recursos ambientais.

De acordo com Jacobi (2003, p.192) existe uma demanda para que a sociedade seja mais participativa e capaz de apresentar questionamentos coerentes sobre a falta de políticas sustentáveis num contexto de grandes dificuldades de inclusão social. Trata-se de promover a consciência ambiental permitindo a população participar do processo decisório, como forma de exerce sua “co-responsabilidade na fiscalização e no controle dos agentes de degradação ambiental”.

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Melo (2007) ressalta que o objetivo da EA é o de formar cidadãos capazes de identificar os problemas ambientais, participar ativamente na sua solução, inferir prevenções e contribuir com a preservação dos patrimônios, possibilitando um processo de transformação e resgate de valores ambientais. Trata-se de reapropriar as relações com o mundo físico-natural e social, revendo as bases de sustentação do planeta.

Por essas razões, as práticas ambientais no âmbito escolar devem se empenhar ao máximo para exercer suas funções, respeitando toda dinâmica da comunidade na qual está inserida. Influenciando e transformando conceitos, utilizando-se da função dos professores que devem abrir “caminhos de difusão com os alunos”, permitindo aos alunos se engajarem no processo, compreendendo sua função como cidadão em relação ao meio ambiente, (Flick, 2009).

Santos (2001, p.26) argumenta que para incorporar a EA nas escolas é necessário que o sistema se adapte as suas necessidades, e ela consiga obrigá-los a uma profunda mudança reformulando o currículo, através de um “processo de capacitação de recursos humanos responsáveis pela assessoria e acompanhamento das experiências concretas nas escolas”, e restabelecendo as metodologias de ensino.

“A Educação Ambiental permitirá, pelos seus pressupostos básicos, uma nova interação criadora que redefina o tipo de pessoa que necessitamos formar e os cenários futuros que desejamos construir para a humanidade, em função do desenvolvimento de uma nova racionalidade ambiental. Torna-se necessária a formação de indivíduos que possam responder aos desafios colocados pelo tipo de desenvolvimento dominante, a partir da construção de um novo estilo harmônico entre a sociedade e a natureza, e que, ao mesmo tempo, sejam capazes de superar a racionalidade meramente instrumental e economicista que deu origem às crises ambiental e social que hoje nos preocupam”, (SANTOS, p.26).

Sob esta perspectiva, a EA, para promover uma mudança ambiental necessita de se articular como instrumento de reprodução das condições sociais, portanto deve oferecer alternativas para a formação de sujeitos aptos a modificar a sua realidade, construindo um futuro melhor, (Layrargues, 2006). Assim a ambientalização dos currículos é vista por Jacobi (2004) como um importante elemento da prática, pois estimula a reestruturação social em função de toda a complexidade ambiental.

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Nessa direção é necessário aumentar as práticas sociais fundamentadas no direito de acesso a informação, para que a EA em sua perspectiva integradora na promoção da sustentabilidade, com estímulos as responsabilidades éticas, na mudança comportamental, capacitação e participação dos alunos, consiga se inserir de maneira efetiva, (JACOBI, 2004).

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4. Considerações Finais

A reflexão sobre as práticas sociais como instrumento de construção de uma consciência crítica em um contexto de degradação permanente, precisa gerar comportamentos que atendam a necessidade da sociedade numa perspectiva que priorize a sustentabilidade socioambiental. Para isso, é necessário propiciar conhecimentos ambientais ao aluno e construir os valores ambientais juntamente a ele, para que então ele compreenda sua realidade e seja capaz de operar sobre ela.

Nesse contexto a EA é o meio valorativo de co-responsabilização social encontrado para promover a cidadania. Tornando-se essencial enfrentar as dificuldades encontradas nos sistemas escolares, para que as práticas ambientais sejam efetivadas.

Isso pressupõe uma reapropriação de conhecimentos, práticas e funções, para que sejam repensadas as intervenções sociais, e a função dos professores como mediadores do conhecimento necessário para a formação dos alunos como atores socioambientais em nível global e local, que intervenham para a construção de uma sociedade mais justa com equidade.

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