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Getúlio Vargas: um estudo comparativo entre a revista ilustrada “Careta” e a imprensa comunista (1945-1954)

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Getúlio Vargas: um estudo comparativo entre a revista 

ilustrada “Careta” e a imprensa comunista (1945‐1954) 

 

 

 

   

 

 

Resumo 

Utilizando  como  fontes  a  revista  “Careta”  e  os  periódicos da imprensa comunista, buscar‐se‐á fazer  um estudo comparativo de como essas publicações  desenharam  a  figura  de  Getúlio  Vargas  no  período  de  1945‐54.  Traços,  conceitos  de  caricatura  e  charge, abordagens, público‐alvo, busca do riso, da  ironia e da denúncia serão abordados neste texto.    Palavras‐chave: Getúlio Vargas; “Careta”; Imprensa  Comunista; Caricatura; Charge.          Alberto Gawryszewski  Doutor em História Econômica pela  Universidade de São Paulo. Professor do  Programa de Pós‐Graduação em Comunicação,  da Universidade Estadual de Londrina.  Brasil  agawry@sercomtel.com.br                    Para citar este artigo:   GAWRYSZEWSKI, Alberto. Getúlio Vargas: um estudo comparativo entre a revista ilustrada  “Careta” e a imprensa comunista (1945‐1954). Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 9,  n. 20, p. 186 ‐ 229. jan./abr. 2017.               DOI: 10.5965/2175180309202017186 http://dx.doi.org/10.5965/2175180309202017186 

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Getúlio Vargas: um estudo comparativo entre a revista ilustrada “Careta” e a   imprensa comunista (1945‐1954)   Alberto Gawryszewski     Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 9, n. 20, p. 186 ‐ 229. jan./abr. 2017.     

p.187

&

Argumento

Getúlio Vargas :a comparative 

study of the illustrated 

magazine " Careta” " and the 

communist press (1945‐1954) 

 

Abstract 

Using  as  sources  the  magazine  “Careta”  and  periodicals  of  the  communist  press,  we  will  seek  to  make a comparative study of how these publications  drew a picture of Getulio Vargas in the period of 1945‐ 1954.  Traits,  cartoon  and  comedic  strips  concepts,  approaches, target audience, the search for laughter,  irony and delation will be addressed in this text.    Keywords: Getúlio Vargas; “Careta”; Press  Communist; Caricature; Cartoon.    

 

Getúlio Vargas :un estudio 

comparativo de la revista 

ilustrada "Careta" y la prensa 

comunista (1945‐1954) 

 

Resumen 

Utilizando  como  fuentes  de  la  revista  "Careta"  y  las  revistas de la prensa comunista, buscan hacer acá un  estudio  comparativo  de  cómo  estas  publicaciones  dibujaron  la  figura  de  Getulio  Vargas  en  el  período  1945‐1954. Traces, conceptos de caricatura, enfoques,  público objetivo, buscar la risa, la ironía y la denuncia  se abordará en este texto.    Keywords: Getúlio Vargas; "Careta"; Prensa  Comunista; Caricatura; Viñeta.    

 

         

Introdução 

Getúlio Vargas foi, provavelmente, um dos políticos brasileiros mais retratados em  caricaturas e charges, não só pela sua figura “caricaturável”, mas principalmente por sua  longevidade  política  (COSTA,  2011;  FLORES,  2001;  GARCIA,  2005;  SILVA,  2014,  entre  outros). 

Este  trabalho  visa  fazer  uma  comparação  entre  traços,  temas  e  abordagens  de  duas  fontes  diversas:  a  imprensa  comunista  brasileira  (em  especial  as  publicações  editadas na cidade do Rio de Janeiro), com seus periódicos diários, semanários e mensais,  direcionados  às  classes  pobres,  sindicalizados,  intelectuais,na  maior  parte  contrários  ao  político Vargas, e o periódico “Careta”, uma revista comercial, semanal, direcionada a um  público variado, destacadamente de médio e alto poder aquisitivo, com um lado cômico  importante  e,  também,  crítica  à  figura  de  Vargas  em  todo  o  período  estudado.  Nos  primeiros, encontramos cerca de 60 charges e caricaturas de Vargas e, no segundo, um  número  altíssimo,  já  que  era  uma  revista  eminentemente  ilustrada  e  tinha  em  Getúlio  Vargas um de seus objetos preferidos de retratar.  

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Evidentemente,  não  poderíamos  colocar  neste  trabalho  todas  as  charges  localizadas;  assim,  optamos  por  fazer  uma  seleção.  No  caso  da  imprensa  comunista,  procurou‐se  mostrar  aquelas  que  sintetizassem  as  principais  mensagens  dos  artistas  e  redatores  do  Partido  Comunista  do  Brasil(PCB).  Serão  apresentadas  por  ordem  cronológica e por tema. No caso da revista “Careta”, procurou‐se, igualmente, apresentar  as  principais  linhas  de  construção  da  imagem  de  Vargas  e  como  se  desenvolveu  com  o  tempo.  Ao  fim,  discutir‐se‐á  o  conceito  de  charge  e  caricatura  e  buscar‐se‐á  mostrar  as  semelhanças  e  diferenças  pontuais  entre  as  formas  e  as  mensagens  pretendidas  e  construídas nessas duas imprensas diversas. 

 

Um ligeiro histórico das fontes ora utilizadas 

A partir de 1945, na volta à legalidade, o PCB deu início à construção de uma vasta  rede  de  publicações  nacionais  e  regionais,  revistas,  romances,  discursos,  pensamentos,  clássicos  do  marxismo  (Lênin,  Marx  etc.),  jornais  e  panfletos.  Tal  rede  foi  chamada  de  Imprensa  Popular.  A  composição  desta  era  ampla  e  buscava  atingir  diversos  setores  da  população.  Para  os  leitores  comuns  e  setor  de  massas,  a  “Imprensa  Popular”  (antes  “Tribuna Popular”); para o simpatizante e militante, a “Voz Operária”; e para o militante,  “A Classe Operária”. O primeiro, diário, com notícias da cidade, do mundo e do Partido. O  segundo,  semanário,  com  notícias  sobre  o  movimento  agrário,  operário  e  sobre  os  partidos comunistas do Brasil e do mundo. Também existia o “Gazeta Sindical”, editado  na cidade do Rio de Janeiro pela Frente Sindical. Para os jovens, “Novos Rumos”, e para  os intelectuais, as revistas culturais, como "Fundamento", "Seiva" e "Esfera".  O jornal diário “Tribuna Popular”, editado na cidade do Rio de Janeiro, chegou às  bancas em maio de 1945. Em seu primeiro número, na primeira página, encontra‐se uma  carta de Luiz Carlos Prestes, dirigente máximo do PCB: "O povo terá enfim o seu jornal, a  tribuna popular que reclamava e de onde poderá expor suas reivindicações e debater os  grandes  problemas  nacionais  e  que  só  ele  pode  de  fato  resolver".  Nessa  missiva,  acompanhada  pela  sua  foto,  incluía  outros  escritos  que  tinham  por  mesmo  objeto:  “Saúdo [...] o advento em nossa terra de uma nova imprensa ‐ a imprensa popular capaz 

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Getúlio Vargas: um estudo comparativo entre a revista ilustrada “Careta” e a   imprensa comunista (1945‐1954)   Alberto Gawryszewski     Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 9, n. 20, p. 186 ‐ 229. jan./abr. 2017.     

p.189

&

Argumento

de  esclarecer,  orientar  e  unir  o  nosso  povo  no  caminho  da  democracia  e  do  progresso”(“A  saudação  de  Prestes",  Tribuna  Popular,  22/05/45,  p.01).  A  referência  aqui  não é somente ao jornal, mas à imprensa popular, ou seja, uma nova rede de jornais que,  ao contrário da então existente, seria um espaço para o povo propor e resolver os seus  problemas. Mas a orientação correta seria dada pelo PCB. 

No  mesmo  jornal  acima  citado,  no  seu  editorial  intitulado  "O  jornal  que  o  povo  espera", lemos outras frases que iam ao encontro dos dizeres de Prestes. 

 

Nosso  jornal  chega  na  hora  certa.  Chega  quando  o  povo  necessita  de  uma tribuna a que possa assomar com a sua voz clara e firme, e através  da  qual  receba  mais  diretamente  a  palavra  orientadora  de  seus  guias.  Jornal que quer ser companheiro, amigo de todos, sem outro desejo que  o  de  falar  a  verdade,  esclarecer  dúvidas,  pôr  fim  a  confusões,  indicar  o  rumo seguro das aspirações comuns dos brasileiros [...]. ("O jornal que o  povo esperava”.Tribuna Popular, 22/05/45, p.03) 

 

Se  havia  espaço  para  o  povo  expor  suas  ideias,  debater,  quem  daria  a  palavra  orientadora  e  definitiva  seriam  os  guias.  Como  uma  publicação  de  um  partido  que  se  intitulava seu representante, o sentido da "Tribuna Popular" era esclarecer as dúvidas do  povo,  pôr  a  cabo  as  confusões  existentes  nas  mentes  dos  brasileiros,  enfim,  orientar,  conforme as palavras de seus guias (Prestes – "guia de todos os brasileiros" – e Stálin –  "guia de todos os povos"). 

A revista “Careta”, junto com a revista “O Cruzeiro”, é uma das publicações mais  usadas  hoje  como  fonte  de  pesquisa,  em  especial  iconográfica  (uma  busca  simples  na  internet ajuda a visualizar tal afirmação). Muitas razões existem para isto, seja a facilidade  de  encontrá‐la  completa  (em  Bibliotecas  no  formato  impresso  ou  em  sites,  no  formato  digital),  seja  pela  sua  longevidade  (52  anos  ininterruptos),  e  logicamente  pela  grande  quantidade  de  imagens  contidas  (fotografias,  charges,  caricaturas  e  propagandas).  Seu  conteúdo atrai pesquisadores de diversas áreas de pesquisa. 

“Careta” foi criada em 1908 na cidade do Rio de Janeiro, em um momento distinto  de nossa história e da história da imprensa. A cidade carioca tinha passado por profundas  transformações  urbanísticas  e  arquitetônicas  na  perspectiva  de  mostrar  ao  mundo  um 

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novo Brasil, mais dinâmico e moderno. “Careta” fazia parte desse novo mundo, dividindo  espaço  com  outras  publicações  ilustradas  (em  especial  “Fon‐Fon”  e  “O  Malho”)  que  surgiram  nesse  período.  O  desenvolvimento  de  novas  técnicas  de  impressão,  que  possibilitavam  a  inclusão  de  imagens,  até  em  cores,  e  grandes  tiragens,  levou  ao  barateamento  do  valor  unitário  das  publicações  e  à  capacidade  de  atingir  um  público  inédito  e  variado,  tanto  local,  como  nacional  e  internacional.  Além  da  grande  tiragem  possível, a expansão da propaganda – com uso de imagens e diversos formatos de fontes  –  ajudou  na  arrecadação  monetária  para  as  revistas,  dando  um  caráter  profissional  e  permanente aos seus colaboradores. 

Fundada pelo empresário Jorge Schmidt, ex‐diretor e fundadorde outras revistas  ilustradas,  “Careta”era  um  semanário  (saía  aos  sábados),  com  cerca  de  40  páginas,  e  tinha um caráter eminentemente comercial, como dito no próprio editorial de abertura:  "Todavia, nossa esperança é justamente que o público morra pela Careta, a fim de que ela  viva. E, feita cinicamente essa confissão egoísta [...]". Ainda conforme este: "[...] Careta é  feita para o público, o grande e respeitável público, com P maiúsculo!" (Careta Ano I, nº  01,  06/06/1908,  p.03).Este  seria  um  público  seleto,  formador  de  opinião,  intelectual  e  refinado. Mas não quer dizer que seu alvo também não fossea população mais humilde.  As charges e caricaturas coloridas em sua capa, a qualidade gráfica, as colunas variadas  (criadas  no  decorrer  do  tempo),repletas  ou  não  de  fotografias  (de  festas,  bailes,  esportes, solenidades, etc.), caricaturas, charges, charadas, tiradas de humor,etc. atraíam  um  público  maior  do  que  a  elite  financeira  e  intelectual,  seja  pelo  acesso  direto  pela  compra,  seja  pelo  acesso  indireto  em  locais  públicos  (barbearias,  engraxates,  etc.).  Portanto,  o  alcance  da  revista  “Careta”  foi  extraordinário  para  o  período  de  sua  existência.  Deve‐se  dar  destaque  ao  fato  de  que  a  maioria  da  população  brasileira  era  analfabeta  e,  assim,  as  imagens  possuíam  um  potencial  de  atração  e,  também,  de  uma  interpretação diferenciada. 

Se  no  início  a  proposta  da  “Careta”  era  unicamente  fazer  "caretas",  isso  foi  mudado no decorrer do tempo, em especial a partir de 1930, quando a situação política a  exigiu  menos  humorística.  Na  realidade,  o  debate  político,  econômico  e  social  do  país 

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Getúlio Vargas: um estudo comparativo entre a revista ilustrada “Careta” e a   imprensa comunista (1945‐1954)   Alberto Gawryszewski     Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 9, n. 20, p. 186 ‐ 229. jan./abr. 2017.     

p.191

&

Argumento

adquiriu  um  maior  papel  em  seu  conteúdo,  incluindo  o  uso  da  charge  e  da  caricatura  nesse viés.  

Em  editorial  de  1953,  “Careta”  escreveu:  "[...]Fomosanti‐revolucionários  em  1930  como  em  32;  em  1935  como  em  45  e  sê‐lo‐emos  hoje  como  amanhã.  Do  mesmo  modo,  somosanti‐comunistas  pelos  mesmos  motivos  por  que  somos  anti‐fascistas  e  anti‐ nazistas, e porque somos anti‐franquistas, anti‐peronistas e anti‐getulistas" (Careta, 01‐04‐ 1953, p.03).Assim, “Careta” nunca foi imparcial, promovendo debates sob sua óticasobre  o que estava ocorrendo no país nas áreas econômica, social e, especialmente, política. 

No período da ditadura de Getúlio Vargas ("Estado Novo", 1937‐45), a imprensa foi  duramente  reprimida.  Para  o  lançamento  ou  manutenção  de  uma  publicação,  era  necessária  a  concordância  do  órgão  regulador  do  Estado,  em  especial  no  período  do  Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Assim, a partir de 1940, 420 jornais e 346  revistas foram interditados, fechados ou impossibilitados de existir (SILVA, 2014, p. 17). 

Na órbita da criação da charge e da caricatura, o “Estado Novo” foi frustração; o  sentimento reinante para os caricaturistas de humor no Brasil foi o da decadência de seu  campo  de  produção,  atribuída  à  violência  da  censura.  A  caricatura  política  deixou  de  existir  para  ceder  lugar  à  caricatura  de  costumes  (SGARBI,  1942,  p.  27).  Álvaro  Cotrim  (1965, p. 25), famoso caricaturista brasileiro, sobre o mesmo período disse: 

 

A  partir  de  1937,  com  a  implantação  do  celerado  DIP,  a  caricatura,  especialmente  a  política,  que  havia  dado  tão  belos  frutos,  perdeu,  naturalmente, seu ímpeto, [...]. Como na França de Luiz Felipe, em 1834,  ao rigor da censura, os nossos caricaturistas também se voltariam, como  seus  ancestrais  franceses,  para  a  caricatura  de  costumes,  um  tanto  anódino. 

 

Lima  (1963,  p.  30)  também  reforça  essa  tese  da  liberdade  de  criação  do  caricaturista citando um de nossos maiores caricaturistas, J. Carlos: 

Era  assim  que  em  pleno  Estado  Novo,  falado  à  Revista  da  Semana,  em  agosto  de  1944,  o  mesmo  J.  Carlos  afirmava  categoricamente  a  decadência  vertiginosa  da  caricatura,  entre  nós,  por  falta  de  ambiente  propício,  porque  ‘reproduzir  nos  jornais,  deformando‐a,  a  cara  de  pessoas  ilustres,  famosas  ou  conhecidas  por  qualquer  motivo  não  tem  nenhuma significação. ’[...]. 

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Portanto,  tanto  o  PCB,  que  se  encontrava  na  ilegalidade,  com  seus  principais  líderes  presos,  como  a  imprensa,  em  geral,  sofreram  com  a  repressão  e  a  censura  no  período estadonovista. 

 

Getúlio Vargas e a revista “Careta” 

Viu‐se no item anterior que “Careta” foi atingida em cheio com a censura e com a  frustração no criar. A figura de Getúlio Vargas, um personagem constantemente presente  nas  capas  e  páginas,  tinha  desaparecido  (GARCIA,  2005,  p.  140).  Com  a  crise  do  regime  ditatorial  estadonovista  e  com  a  fragilização  da  censura,  uma  abertura  ocorreu  possibilitando uma reação da imprensa, em especial, no caso, de “Careta”.Esta, em maio  de  1945,  em  sua  capa,  apresentava  um  desenho  de  um  bolo  de  15  anos.  "Quinze  anos,  formosa  idade!  Tanta,  tanta  mocidade  que  chega  tão  cedo  ao  fim!  Abandonada,  esquecida,  terás,  encerrando  a  vida,  a  mesa  vazia  assim?"  (Careta,  12/05/1945,  capa  "O  Bolo".)Nesse  mesmo  número,  a  seção  Loopingthe  loop  voltava  a  ser  publicada,  com  o  artigo "os semi‐deuses", no qual relatavaa calamidade de uma nação que tivesse por líder  alguém que se achasse insubstituível, um iluminado com atributos de semideus. Citava os  exemplos de Alexandre, Cesar, Aníbal, Mussolini e Hitler.Ao pé do artigo informou que o  mesmo havia sido censurado pelo DIP, em julho de 1942, com a alegação de que "em casa  de enforcado não se fala de corda!". A partir dessa censura,a revista resolveu suprimir a  coluna (Careta, 12/05/1945, p.03. Assinado pelo pseudônimo N.R).  Não só colunas voltaram a ser publicadas em 1945, mas a figura de Vargas também  voltou  a  ser  caricaturada  e  chargeada.  Nesse  sentido,  uma  campanha  que  desejava  a  realização de uma Constituintecom a manutenção de Getúlio no poder (Queremismo) foi  amplamente contestada pela “Careta”. Essa questão se somou à crítica anterior, segundo  a qual o país não precisava de um "semi‐deus". 

Na charge 01, de junho de 1945, a revista denunciava a falsa mobilização popular  em  apoio  à  permanência  de  Getúlio  Vargas  no  poder.  O  "QG",  abreviaturageralmente  associada  a  Quartel  General,  poderia  ter  na  charge  um  sentido  diverso,mas  também 

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Revis Getúlio Varg imprensa co  Alberto Ga sta Tempo e A poderia es que os cab   Na  desmistific acesso  ao matreiro, f associá‐lo  demonstra gas: um estud omunista (194 awryszewski    Argumento, F star ligado  bos eleitora   charge  0 cação  do  m os  itens  bá  faz uma lei   ao  do  " ava um Get do comparativ 45‐1954)    Florianópolis,   ao movime ais estão no Ch 02,  de  ago movimento ásicos  da  v itura muito "queremos túlio "cego C vo entre a rev  v. 9, n. 20, p.  ento "Quer o "QG" simp harge 1, Care osto  de  19   queremist vida  (alime o particular  ".  Com  o " para os p harge 2, Car vista ilustrada    186 ‐ 229. jan  remos Getú plesmente  eta, 23/06/19 945,  a  crít ta  e  na  den entação,  h  do movim o  título  s roblemas d reta, 11/08/19 a “Careta” e a n./abr. 2017.  úlio". No c  pela"gaita 945, P.08  tica  ainda  núncia  da  abitação  e ento reivin ugestivo  d  da populaçã 945 P.17   a   aso, procur " (dinheiro)     é  mais  c situação  da e  salário).  dicatório d de  "Os  'q ão.   rou demon ).  contundent a  populaçã   Getúlio  Va  da populaçã queremista   nstrar  te  na  ão  no  argas,  ão ao  as'...",   

p.193

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Argumento

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Ain possibilida 1949, 1951 sonha em  jovem  e  p primeiros  Paulo,  Ade eleitoral n Vargas. Es de  um  su Constituiç Charg   P Eduardo pedreir 1945,  t interna de "tra que  ser nda  dentro ade da perm . A charge   ser presid poderia  esp   meses  do emar  de  B os EUA par ste respond uposto  de ão.  ge 3, Careta Para as ele o  Gomes  ( ro, Vem vot tratavam  d cionais, com nscrever" o ria  o  partid

o  dessa  pr manência d  03, também ente da re perar  30  a   governo  arros,  com ra aplicar n deu:"Onde  sejo  de  c , 25/08/1945 ições de 19 ("O  Brigade tar no briga da  econom mo o fim d  o discurso  do  do  ex‐di

roblemática  de Getúlio n m de agost pública, e o nos.Na  cha   democrátic mentou  com as eleições  é que vai h ontinuísmo    5. P. 17       946, “Caret eiro  é  o  Ta adeiro" –Car mia  e  das 

a guerra. O  de Vargas:

tador,  o  Pa

a,  a  preoc  no poder f

o de 45,sem  o pai respo

arge  04,  d co  de  Varg m  Vargas  q

s de 1955, q  haver eleiç o  de  Varg

                ta” apoiou  al"  –Careta reta, 01‐12‐4   questões  O editorial "  "Atrapalh artido  Atra cupação  d  foi uma con m a presen onde que e e  junho  de gas  (1951‐5 ue  pensava quando iriam ções em 195

as  no  pod

   Charge 4, C  abertamen ,  10‐11‐45,  p 45, p. 17). O   sociais  bra  "Ele Disse" adores do  apalhista  Br a  revista  nstante;ass ça do ditad la teria cha e  1951,  ou  4),  o  gove a  em  estud m escolher  55?". Fica c der,  em  n Careta, 16/06 nte o candi   p.  17;  "Larg Os editorais asileiras  ou , de agosto  Brasil [...]" rasileiro.  Tr   “Careta”co sim foi em  dor, uma cr ance, já qu   seja,  ainda ernador  de dar  propag r o substitu  clara a den não  respeit 6/1951, p. 42  idato Briga ga  essa  es s, desde ma u  das  que o de 1954,tr ". Uma sáti rata‐se  de  om  a   1945,  riança  e era  a  nos  e  São  ganda  to de  úncia  tar  a      deiro  cada,  aio de  stões  ratou  ra do    "uma 

(10)

Revis Getúlio Varg imprensa co  Alberto Ga sta Tempo e A organiz membr Vargas: solidari 08‐1954 Per eleito Get críticas  pe charge  05 cometido  conversare Senado. O Getúlio Va república,  pode  uma trabalhar?    Na  setembro, gas: um estud omunista (194 awryszewski    Argumento, F zação  criad ros".  Com  t  "Aos pobr edade ao s 4. p.02).  rdeu o Brig úlio Vargas ela  “Careta 5  parece  q   em  elegê‐l em na rua. O outro não argas onde   após cinco a  pessoa      mesma  li , logo após do comparativ 45‐1954)    Florianópolis,  da  com  o   tal  ironia,  p res de espír  sentimento gadeiro as e s para o Se ”,  em  espe que  tem  o 

lo.Datada  d . Um pergu o tinha cert  ficava o Pa o anos legis   receber  sa Ch nha  de  cr s a homolo vo entre a rev  v. 9, n. 20, p.    objetivo  procurou  d rito eu me   que inspiro  eleições pa nado Fede ecial  quand   propósito    de  novemb untou ao o teza, mas d alácio Monr slando não alário  e  o harge 5, Care rítica,  uma  gação da v vista ilustrada    186 ‐ 229. jan    de  disput enunciar  o  dirijo para  ou e domin ra a presid eral. Sua qu do  de  sua 

  de  lembra bro  de  1950 utro onde   disse que se roe. Ou seja  saber ond outros  "ext eta, 11/11/195   capa  de   vitória de V a “Careta” e a n./abr. 2017.  tar  cargos  o  caráter  de  agradecer  nou todo o  ência em 1 uase ausênc   eleição  par ar  aos  ele 0,  veem‐sed  seria a pos eria necess a, como ser de ficava se traordinário 50. P. 08    “Careta”  Vargas pelo  a     e  vantag emagogo  e  a grande m  meu gover 945 e, no a cia no carg ra  presidên itores  o  er dois  person sse de Getú sária uma p ria possível u local de t os"  por  ci     (charge  06  TSE, coloc gens  para  e  reacionár  manifestaçã rno" (Caret  ano seguin go foi motiv ncia  em  19 rro  que  tin nagens  côm úlio, se ser  pessoa avis l um senad  trabalho? C inco  anos  6),  do  mê cava em dú   seus  rio  de  ão de  ta, 14‐ te,foi  vo de  50.  A  nham  micos  ria no  ar ao  or da   Como    sem  ês  de  úvida,   

p.195

&

Argumento

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frente ao  ameaçar  perguntav ao que o m do Catete  uma  placa demaios  d estava  se apresenta "polaca" d está fora d C   Ma publicação questão. E  seu históri a  recente  va ao condu  mesmo res  e tendo co a  muito  su de  outubro elecionando va  a  possi  de 1937. Ge  de moda?". Charge 6, Car as  afinal,  qu o  contrária   Em agosto  co político   democrac utor (cobra spondeu: "À omo motor ugestiva  do o."Em  outra o  o  mode

ibilidade  da etúlio pergu    reta, 09/09/1 uem  seriam   ao  Vargas  de 1950, pu , a capacid cia  brasileir ador Vargas Às vezes".  rneiroo pre o  que  pode

a  charge  d elo  a  ser 

a  transform untou ao Ca 1950       m  os  eleito s,  “Careta”  ublicou a se dade de Var ra,  como  s) se o bon  Um bonde esidente Du eria  ocorre de  capa  (ch   usado  pe mação  da  apanema: "               

ores  de  Var   tinha  uma eguinte fra rgas de cum   já  visto.  N nde passava e sem passa utra. Todos  er  nas  eleiç harge  07),  la  jovem    Constituiçã  "Você acha

        Charge 7

rgas  e  por  a  posição  c ase: "Haver mprir a Con Na  charge, a pela rua d ageiros, ind  sorriem. A ções  próxim   de  maio  d   constituiçã ão  democr a que esse  , Careta, 26/   que  votari clara  e  pon rá mesmo e nstituição e ,  uma  sen  da Constitu do para o b Ao fim do b mas:  "Lou   de  1951,  Va

ão.  O  des rática  de  4  modelo de /05/1951  am  nele?  C ntual  sobre  eleitorado n  e não  nhora  uição,  bairro  onde  curas  argas  senho  46  na  e 1937    Como    essa   neste 

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Revis Getúlio Varg imprensa co  Alberto Ga sta Tempo e A país?  Não  coluna Loo Ass padrão) o a ausência Na  pistas sob para este t     Pel (charge  0 este  arti gas: um estud omunista (194 awryszewski    Argumento, F   acreditam opingthe lo sim, “Caret u sua exist a da mulher  série "Que bre a visão d  texto serão as caricatu 8),  assinad ista),  tem do comparativ 45‐1954)    Florianópolis,  mos."  (Caret op, curiosa   A  popular exclusivam operário  malandro  a trabalha   a” navegav ência, mas  r eleitora na em é seu ca  da revista a o escolhido C uras acima  das  por  Lui mos  exem vo entre a rev  v. 9, n. 20, p.  ta,29‐07‐195 mente, des ridade  que  mente  dest   (feitas  as  e  [...]. Estão c ar ainda men va entre an  um eleitor a imagem.  ndidato" (f  a respeitod s e juntado Charge 8, mo  (ou quadri is  Carlos  (n mplos  de  vista ilustrada    186 ‐ 229. jan  50,  p.38).U screveu o e   o  ex‐ditado te  fato;  o 

exceções  q  convencidos nos e ganhar não existên r cooptado   foram publ do assunto. os (montag ontagem do  nhos), pub não  foram    quem  s a “Careta” e a n./abr. 2017.  Um  mês  an  eleitor de Va

or  goza  nos   sr.  Getúlio ue  todas  a s de que, se r ainda mais ciade um e  por motiv licadas em  . Cada tira  em) apena  autor  blicadas ent   obtidas  m seriam  os  a  

ntes  da  not argas:     meios  prol   Vargas  tr as  regras  co  isso aconte .... (Careta, 0 eleitor (pelo os torpes.   número de  possuía trê s alguns.  tre julho e  maiores  info s  eleitores tícia  anter letários  pro ransformou  omportam)  ecesse, pass  08‐06‐1950,p o menos em  Por fim, cu e cinco), há ês quadros,  agosto de  ormações  s s  de  Va ior,  a  omana    cada    num  ariam  p.03.)  m seu  uriosa   mais  , mas       1950    sobre  argas:   

p.197

&

Argumento

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bicheiros,t molduras, ladrões  de respectiva elétricos e puxa‐saqu manifesta fundação  Alencastro dividida po desenho d a  “Careta” acordos  c mesmo co ditadura  Paralelo a  estatal par E co           1  Interessan comercia para a ele trabalhado achacadore e  galinhas  amente:  Nã  e não mais  uismo  ofici r;  pela  cen   de  um  par o  entre  ou or ainda ir p  de cada qua ”  denuncio om  bicheir om alguns l estadonov  isso tudo a ra o culto à omo votara        nte  é  consult ante  ganancio evação do cu res,tubarõe es  do  com   (classe  di ão  seriam   em Marias ial;  por  nã nsura  do  D rtido  de  grã utros),  e,  fi  para a cade adro deixav ou  a  atuaç ros,  achaca  ladrões de  ista,  inclus  ainda houve à personalid am as dema C        

tar  o  verbete oso,  que  se  v sto de vida.   es  dos  mércio,revis ividida).  Po   perseguido s Fumaças;  ão  serem  DIP,  que  fa ã‐finos  mili inalmente,  eira, enqua va claro co ão  de  Varg adores,  ladr  galinha. A sive  denun e espaço pa dade.  ais classes p Charge 9, m

e  no  dicioná   vale  de  quais

 

  lucros  sores  dos  or  que  vot os  pela  po  o "pai dos   molestado acilitava  se ionários  (P   a  classe  d nto os ladr mo se repr gas  no  tem

rões  de  ca Alertava par nciando  as ara a crítica  populares? ontagem do ário  Aurélio.  squer  meios  extraord   jornais  ce tariam  ass olícia;  por  s pobres" f

os  e  a  im eu  serviço;

TB,  com  M dos  ladrõe rões de cas resentam. A mpo  do  “E asaca,  atrav ra a censur scondições a aos puxa‐   o autor    Verbete:  tub   para  aument dinários1,fa ensurados,  im?  As  res   andarem  e oi a "mãe  mprensa  im ;  pelas  neg Marcondes  s  de  galinh aca continu  Assim, de m stado  Nov vessadores  ra à impren   de  vida  sacos e ao  barão  ‐  Bras. tar  os  seus  lu

bricantes    novos  ric spostas  se espremidos  dos ricos"; mpedida  d gociatas  e    Filho,  Napo has  que  es uavam solt  maneira cô vo”,  quando   do  comér nsa na époc   da  popul  uso da máq .  Fig.  Industr ucros,  contrib   de  cos  e  eriam,  s  nos   pelo  de  se    pela  oleão  staria  tos. O  mica,  o  fez  rcio  e  ca da  ação.  quina    rial  ou  buindo 

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Getúlio Vargas: um estudo comparativo entre a revista ilustrada “Careta” e a   imprensa comunista (1945‐1954)   Alberto Gawryszewski     Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 9, n. 20, p. 186 ‐ 229. jan./abr. 2017.     

p.199

&

Argumento

Nos  quadros  acima  (charge  09),  chama  a  atenção  a  ausência  de  negros.  No  primeiro  quadro,  está  escrito:  "Nós,  os  pobres,  votaremos  no  Brigadeiro  que  não  tem  casa própria e sempre morou em vila, como qualquer de nós. Vargas é milionário e amigo  de  magnatas!...".  Quem  mais  não  votava  em  Getúlio?  Citam‐se:  os  torcedores  que  não  queriam  o  estádio  municipal  como  sucursal  do  DIP;  o  soldado  da  borracha,  que  morreu  nos  seringais  da  Amazônia;  a  dona  de  casa  que  sofreu  com  a  queima  do  café  e  a  exportação de carne na época da guerra; o "Jeca" que relembrou uma frase de Vargas na  época  da  ditadura:"voto  não  enche  barriga";  os  funcionários  públicos,  que  tiveram  o  aumento na carga de trabalho, o fim da licença‐prêmio e a anarquização da repartição e,  por fim, o açougueiro, que ganhou com o câmbio negro, mas perdeu com os achacadores  que  com  este  vieram.  Em  síntese,  apenas  um  voto  era  para  o  Brigadeiro  que  era  uma  pessoa  comum,  diferente  do  milionário  Vargas;  os  demais  apenas  afirmaram  que  não  votariam em Vargas pelas suas ações ou omissões.Noves fora, Getúlio Vargas receberia os  votos  dos  homens  das  negociatas,  desonestos,  contraventores  e  do  povo  humilde  que  obteve  melhorias  ridículas  (de  trem  movido  por  carvão  para  trem  movido  por  energia  elétrica). 

“Careta”novamente apoiou, para as eleições de 1950, o Brigadeiro Eduardo Gomes  por  meio  de  charges  (na  capa  e  no  seu  interior),  com  editorais  ("cidadão  ínclito  e  patriota")  e  com  frases  soltas  no  pé  da  página.  Da  mesma  forma,  foi  assim  com  os  adversários do Brigadeiro: Getúlio seria "um politiqueiro matreiro e insincero" ou"Quem  tiver saudade do mercado negro da gasolina não deixe de votar em Getúlio Vargas". 

Com a eleição de Getúlio Vargas ou com mais uma derrota de seu candidato,restou  à“Careta”  a  manutenção  de  uma  posição  crítica  e  a  denúncia  por  meio  da  escrita  e  da  imagem  chargística  do  governo  Vargas.Já  foi  vista  a  denúnciaà  ideia  de  continuísmo  de  Vargas,  incluindo  o  desrespeito  à  Constituição,  mas  vejamos  outras  no  mesmo  sentido.  Com  a  manutenção  da  crise  alimentícia,  habitacional,  de  transporte e  falta  de  água  que  vinha desde o “Estado Novo”, “Careta” se posicionou na relembrança desse período e da  falta  de  palavra  de  Vargas  ao  não  cumprir  promessas  eleitorais.  Nessa  linha  seguem  as  charges abaixo, publicadas bem no início do governo Vargas, em janeiro e abril de 1951.  

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  Na  “Careta”  açambarca Polícia  Es identificad com  sua  le redações d paramenta Nunca pen "Desgraça do Estado o presiden de  exceçã ditador na A  c momentos das  eleiçõ casas  para Jeca plant se o Walde   charge  10   alertava  p ador  (câm special  (po dos, o rico  entidão  e  b  da imprens ada. Getúlio nsei encont adamente  t  de sítio e d nte eleito, n ão.  Mas  com ada valia e s charge  11t s, um antes ões)  –  Eu  c a  morar!”.  tar mais feij emar coloc Ch 0,  intitulada para  o  peri bio  negro  olítica),  se  açambarca   burocracia, sa com as n o, com os b trá‐los vivos   temos  que   da Polaca, c  não poderia mo  já  foi  v  suas prome ambém  po s das eleiçõ conheço  um   No  segund jão, o feijão ar mais tijo harge 10, Car a  "Revendo igo  da  vol   dos  alime ja  pela  ce dor, a eleg ,  o  corpule  notas de ce  braços ergu s e gozand   lamentar  a  com seu fa a contar co isto,  a  Con essas eram  ossui  um  ões e outro m  meio  de  do  diálogo, o cairá de p olos, teremo reta, 13/01/19  

o  os  bons, lta,  ou  per entos),  da  ensura  do gante e obe nto  agente ensura e, po uidos dand o tanta saú   a  morte  da moso 177!. m a Constit nstituição  p  em vão.    título,  apr o depois. N   termos  fe ,  o  “Getúlio  preço, se c os onde mo 951. pp. 28/9 ,(sic)  temp rmanência,   burocracia o  antigo  D esa inflação e  da  PE,  o  or fim, a sin o vivas aos úde!...". Ent a  Censura,  d ..". Enfim, n tuição de 19 poderia  ser  resenta  a  o primeiro  eijão  barato o  (depois  d riar mais bo orar...".   

pos  e  velho ,  da  misér ,  da  repre DIP.  Todos o, o velho B   agente  do  nistra mort s velhos am tão, o DIP a   do  Tribuna  nem tudo e 937e nem c   mudada,  a   fala  de  V  diálogo, o  o,  carne  em da  chuva  d ois, teremo os  conheci ria,  inflação essão,  seja  s  devidam  Barnabé (D   DIP  a  visit te, devidam migos: "Ora  advertiu Ge al  de  Segur  eram flores  com um trib   a  palavra  d Vargas  em   "Getúlio (a m  abundân e  votos)  –  os mais car   dos",  o,  do    pela  mente  DASP)  tar  as  mente   viva!  etúlio:  ança,  s para  bunal  o  ex‐   dois  antes  ncia  e    Se  o  nes e 

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Revis Getúlio Varg imprensa co  Alberto Ga sta Tempo e A   O c um  vaque presidente vaqueiro,  Mais uma  era  pela  investimen atravessad Estado,  do remuneraç demagogo Ou  seja,  p então.  Na  na capa de Na Charge de  26  de  sobre  os  “Papai No mas  você  você...".  C gas: um estud omunista (194 awryszewski    Argumento, F  chargista Th

eiro  e  um  e dos dema  com ar des

 vez a conta   baixa  pro nto  em  est dores, do c o  excesso  ção  adequa o de Vargas projetava‐se  mesma lin e “Careta” e 12, um exe   dezembro    dois,  um  t oel – Não se   prometeu Considerand do comparativ 45‐1954)    Florianópolis,  Cha héo aprese   pedreiro,  a ais persona sanimado, e a recaía sob odutividade trada,  cons câmbio neg   de  emissão

ada  etc.  A  s antes das e  a  manute

ha, encont , Papai Noe emplo que    de  1953,  v título  ("Faz ei por que,  ...;  Papai  N do  a  conju

vo entre a rev  v. 9, n. 20, p.  arge 11, Caret enta uma u além,  é  cla agens. Jeca  e o pedreiro bre o povo e  do  trab strução  de gro, do tab o  de  moed   charge  foi s eleições e enção  dos  tra‐se um p el. Este com  atingiu dir veem‐se  as  zendo  conf  mas todos Noel  ‐  Eu  n untura  eco vista ilustrada    186 ‐ 229. jan  ta, 03/03/195 rna sobre a aro,  da  figu  lavrador f o Waldema o. Assim, a c balhador,  n e  silos,  arm

elamento d das,  do  des

i  direto  ao  e uma falta    problemas personagem m suas cart retamente    figuras  de fusão...")  e s esperam q não  promet nômica  e  a “Careta” e a n./abr. 2017.  51. pp. 6/7   a qual "cho ura  de  Var icou de boc ar (outro Je  culpa da fal nada  relac mazéns  de   dos preços svio  de  din   ponto  da   de solução s  sociais  e  m que apar tas, estas p  o president e  Papai  No e  um  diálog  que eu faça ti  coisa  alg   social  de  c  a   ovem" voto rgas.  Desto ca aberta, p eca) com ol lta de alime cionado  co   estocagens , da falta d nheiro  públ   existência  o para depo   econômico eceu quase  pedindo pã te Getúlio V el  e  Vargas go  entre  o a milagres!; guma.  Quem

crise  que  v

os; um lavr oa  o  sorris  paralisado; lhar de esp entos e mo om  a  falt s,  existênc  de repressã

lico,  da  falt   de  um  disc ois das mes os  que  exis

e todos os  ão, leite, ca  Vargas. Na  s,  cartas  ca os  persona ; Getúlio –  m  promete vivia  o  país

  rador,  so  do  ; Jeca  anto.  oradia  a  de  ia  de  ão do  ta  de  curso  smas.  stiam   anos  rne...   capa  aindo  gens:   Bem,  eu  foi  s  e  o   

p.201

&

Argumento

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momento  Vargas.  De políticos  b casava com   Se  uma const a mesma f um  person figura de T por exemp qual  nos  f quando  Va apoio do B disse  a  Ge  festivo do estaca‐se  a brasileiros,  m a descriç   durante  o  tante na ca  foi perdend nagem  bem  Tio Sam nã plo, foi pou   faz  lembra argas  conq  Brasil aos A etúlio  que  o Natal, ess a  palavra  e   que,  em  ção acima d   período  d pa e no int do espaço.  m  presente ão predomi uco explora ar  o  períod quistou  a  s Aliados. Na c   não  tinha  sa charge a em  negrito"   geral,  não  e Vargas, a Charge 12, C a  Segunda terior de “C  Como uma e,  inclusive  nou na est ado, quando

do  da  apro iderúrgica   charge 13, d   soldados  p atingia de m "prometeu   cumprem  ao denomin  Careta, 26/12 a  Guerra  (1 Careta”, a p a revista de   em  muita tudada pub o se pôde e oximação  d   de  Volta  R  de julho de para  enviar maneira gra u".  Um  verb   o  tratado ná‐lo como  2/1953  937‐45)  a  t partir de 194 nominada d s  capas  no blicação. O   encontrar, p do  Brasil  co Redonda  co  1951, Estilla r  para  a  Co ave a figura bo  comum o.  Assim,  e  "insincero"     temática  in 46 e, em es  deanticomu o  período  4  tema da gu  pelo menos

om  os  EUA omo  moeda ac Leal, Min oreia,  ao  qu a do presid m  nas  bocas essa  image ".  nternaciona special, de  unista, Stál 46‐50.  Mes uerra da Co s, uma char A  nos  ano a  de  troca nistro da G ue  o  presid

dente  s  dos  m  se  al  era   1950,  lin foi  mo  a  oréia,  rge, a  s  40,    pelo  uerra  dente 

(18)

Revis Getúlio Varg imprensa co  Alberto Ga sta Tempo e A respondeu para“Care político‐ide "Adeus  'd economia    A  em“Careta em  1953,  (charge  14 explicou  p americano aquele em sua  surpre "cuento" e gas: um estud omunista (194 awryszewski    Argumento, F u:"Mas,  se  eta”,  o  apo eológico,  m ivisas'",  ou  brasileira. 

crítica  à  p a”,  e  igualm   na  capa,  T

4).  O  conto para  o  Jec os.O Jeca, d mpréstimo, c esa,  o  mini  e sim "cuen do comparativ 45‐1954)    Florianópolis,    você  não oio  ou  não mas  apenas u  seja,  iron

 

política  ec mente  à  p Théo  conte

o  do  vigár ca  que  foi  de boca ab  certamente stro  respon nta". Mais u vo entre a rev  v. 9, n. 20, p.  o  manda  s o  do  gover s  com  a  ne

iza  tal  form

Charge 13,

conômica  olítica  econ emplou  os 

io?  Para  qu i  um  gran berta e feliz e imaginand ndeu:  "Par  uma vez,est vista ilustrada    186 ‐ 229. jan  oldados  el rno  aos  am ecessidade  ma  de  entr

, Careta, 12/0 de  Vargas nômica  ext   leitores  da uem?  O  M de  golpe,  z, exclamou do investim ra  pagar  ao ta ficou par a “Careta” e a n./abr. 2017.  les  não  m mericanos  n   de  dólares rada  de  dó 06/1951. P.39 s,  como  v terna,  conf a  revista  c inistro  da    já  que  to u "Oba!" e  mentos para os  american ra o Jeca pa  a   andam  din   nada  tinha s  ao  país.  C lares  (ou  a   9  visto,  foi  u forme  char com  a  char   Fazenda  O omaram  30  perguntou a melhorar  nos!...".  Por agar.  nheiro!".  A a  com  o  id   Curioso  o  t ao  contrário

uma  const rge  acima.  rge  "El  cue Oswaldo  Ar 00  milhões u para que  r a sua vida. rtanto,  nad Assim,  deário    título  o)  na  tante    Mas,  ento"  ranha  s  dos   seria  . Para  da  de   

p.203

&

Argumento

(19)

  Por campanha combate a os  govern incompetê advertia:    r  fim,  entr a  do  "Petr  a um Estad nos  pós‐30  ência  admi   C re  tantas  róleo  é  no o intervent   tinham  se  inistrativa  Já  estava tornasse  p país,  inte realmente França. Ela pagarão  j 48, p.39)  Charge 14, Ca   opções,  u osso!".  Pela tor na econ   caracteriza   –,  mais  um a  tardando    pedra  de  es eressar  aos e,  adquiriu  r as serão, po uro  módico    areta, abril d um  tema  p a  linha  edi nomia – vis ado  pelo  e ma  estatal

  que  o  Pet scândalo,  co s  negocista   refinarias,  la orém, explor   ao  governo  de 1953  palpitante  itorial  prop sto que, pa empreguism l  não  seria róleo  (escr omo  sucede as  sem  es ançando  mã radas por fel o,  ficando  c     na  época  posta  de  a ra os edito mo,  falcatru

a  bem  vist

evamos  com   com  tudo  q crúpulos  ( ão  de  saldo

lizardos con om  os  lucro

  estudada alinhament ores de “Ca uas,  imobil ta.  Já  em  m  maiúscul   que  possa,  ...)  O  Gov os  congelad nsessionários os.  (Careta,    é  a  to  ao  reta”  ismo,    1948  la)  se    neste  verno,  os  na  s, que    30‐10‐

(20)

Revis Getúlio Varg imprensa co  Alberto Ga sta Tempo e A   No  palpitante cumprime Luxembur preço  da  edição de  Res temerária) gas: um estud omunista (194 awryszewski    Argumento, F   mês  segu es  para  o  m

ntos.  Entr rgo, Stálin e   água  mine  fevereiro d sumindo,  “ ) aomonop do comparativ 45‐1954)    Florianópolis,  Cha uinte  ao  e momento,  re  pergun  etc., há um eral?"  A  res  de 1953, ou    Em  um  p natural qu estatal',  s para os p de  um  litr recear gas 02‐53, p.15   “Careta”,  n pólio estata vo entre a rev  v. 9, n. 20, p.  rge 15, Caret escrito  acim   deixando  a tas  sobre  ma pertinen sposta?  Be  seja, cinco 

aís  em  que ue tenhamos

ejamos  forç reços da ba ro  de  gasolin

solina cara e 5)  no  decorre al do petról vista ilustrada    186 ‐ 229. jan  ta, novembr ma,  em  um   ao  leitor  a   a  bomb te à questã m,  ela  pod  anos depo

e  meia  garra s razões par çados  a  pag anana e conf na.  E  depois  e ordinária,  r  de  1948  leo por con a “Careta” e a n./abr. 2017.  ro de 1948  ma  capa,  J s  possíveis a  atômica ão presente de  ser  enco ois, onde se

afa  de  água ra recear que gar  gasolina  fortemo‐nos s  digam‐nos  com o 'petr   a  1954,  po nsiderar qu  a     J.  Carlos  m s  respostas a,  ataque  e: "Teremo ontrada,  po  pode ler:  a  Caxambú  e amanhã, c   a  Cr$5,00  o s com o pre s  se  temos  o róleo é noss osicionou‐s e as prátic misturou  t s,  com  dire   da  URSS os petróleo or  exempl     custa  Cr$3,  com o 'mono

  o  litro...  Ate eço real (Cr$   ou  não  razõ so' .... (Caret se  contrária cas do desv emas  eito  a    por  o pelo  o,  na  ,00,  é  opólio  entem  $0,80)  ões  de  ta, 14‐ a  (ou  vio de   

p.205

&

Argumento

(21)

verbas,  abrigo  de  parentes  e  políticos,  incompetência  na  gestão  da  estatal  não  traria  vantagens para o país, que tinha muito para investir em educação, saúde etc., e que não  dispunha  de  verbas,  pessoal  qualificado  e  tecnologia  para  manter  de  forma  lucrativa  a  Petrobrás. 

  Vejamos, no item a seguir, como Vargas foi visto pela imprensa comunista.   

Getúlio Vargas na imprensa comunista 

Em  1945,  o ditador  Getúlio  Vargas anistiou os presos  políticos  do  “Estado  Novo”  (1937‐45). Era um novo momento político para o país. O Partido Comunista do Brasil (PCB)  foi  legalizado  e  Luiz  Carlos  Prestes,  que  havia  passado  10  anos  em  cárcere,  despontou  como  um  dos  políticos  mais  populares  de  então.  Preocupado  com  as  forças  que  considerava  “reacionárias”,  desejando  derrubar  o  poder  constituído  e  visualizando  um  futuro mais “seguro” com uma constituinte com Getúlio, o PCB aderiu ao movimento que  pedia  a  permanência  do  ditador  até  a  confecção  de  uma  nova  Constituição  ("Queremismo"). 

Vitorioso o golpe que destituiu Vargas, ao PCB restou seguir uma linha conciliatória  denominada  “ordem  e  tranquilidade”,  apostando  em  uma  possível  aliança  entreburguesia  e  camadas  proletárias.  A  luta  era  pela  ocupação  dos  espaços  democráticos  existentes  nas  casas  legislativas  e  nos  cargos  do  Poder  Executivo  para  realizar  seus  projetos  políticos,  econômicos  e  sociais,  ou  seja,  as  mudanças  seriam  executadas  em  plena  democracia  burguesa.  Ocupar  esses  espaços  exigia  organização  popular e combate nas esferas do debate político; lutava‐se por votos pelo crescimento  do  PCB.  Vargas,  líder  popular,  surgiu  como  elemento  a  ser  combatido,  ou  melhor,  desmascarado por todos os tipos de linguagem (escrita, falada e visual).  

Assim,  Vargas  somente  apareceu  na  imprensa  comunista  carioca  em  janeiro  de  1947, às vésperas das eleições para os Governos Estaduais e Municipais, Câmaras Federal,  Estadual e Municipal, quando estava estruturando o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e,  em discurso, teria dito que “Ele” era a esperança dos humildes. À semelhança de Dutra,  tinha sido poupado de ser caricaturado até então. 

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Revis Getúlio Varg imprensa co  Alberto Ga sta Tempo e A   As  primeira p caricaturas ajudavam  um  anjo,  c segurança o desmasc nenhum m população   gas: um estud omunista (194 awryszewski    Argumento, F   caricaturas página, mas s  que  unid  a transmit   com  seu  in a), afirmand caramento, momento te o brasileira  do comparativ 45‐1954)    Florianópolis,  Charge  s  que  estã s cada uma das  formam tir a mensa nseparável  do que era  , no qual o  eria feito q  (“boca de s Charge  vo entre a rev  v. 9, n. 20, p.   16, Tribuna P ão  acima  fo  em um ca m  uma  cha gem deseja   charuto,  co  ainda a úni  ex‐preside ualquer de  siri”), desca  17, Tribuna  vista ilustrada    186 ‐ 229. jan   Popular”, 11/ oram  coloc nto. Uma n arge,  ou  se ada. De um om  uma  ân ica esperan ente, neste  claração ou ansando ca  Popular, 14/ a “Careta” e a n./abr. 2017.  /01/1947, p. 0 cadas  isola  notícia as s eja,  havia  m lado, Varg ncora  na  m nça dos hum  momento  u denúncia  almamente 01/1947, p. 0  a    01.  adas,  ou  se eparava. N   uma  ruptu gas aparec mão  esquer mildes. De o  Senador da  frente às n  em sua cad 02.    eja,  estavam a realidade ura,mas,  un ceu na form rda  (símbo  outro lado, a República  necessidad deira senat   m  na  e, são  nidas,  ma de  lo  de  , vem  a, em  es da  tória.   

p.207

&

Argumento

(23)

 

Em  coluna  do  “Tribuna  Popular”,  de  11  de  janeiro  de  1947,  no  mesmo  dia  das  charges  acima,  duas  páginas  após,  o  editorialista  escreveu  sobre  Vargas,  considerando  que sua estrela política estaria empalidecendo a olhos vistos, ou seja, era um político sem  futuro.  Não  negou  que  em  certo  momento  Vargas  tenha  marchado  com  o  povo,  como  quando se colocou ao lado dos anseios deste, enviando a FEB para combater o fascismo.  Entretanto,  afirmou  que  não  se  podia  deixar  de  lado  o  seu  caráter  autoritário,  “demagógico golpista”: 

Quando  se  lança  numa  campanha  pelo  fortalecimento  de  um  falso  Partido  Trabalhista  Brasileiro  dos  Marcondes  Filho,  dos  Borghi,  dos  Pasqualini,  dos  Alencastro  Guimarães  e  outros  tubarões,  ele  visa,  unicamente,  a  salvação  dos  interesses  de  sua  classe,  da  classe  dos  fazendeiros  reacionários,  das  negociatas,  dos  patrões  imperialistas  que  mais  servem  aos  seus  interesses.  (“O  desmascaramento  de  Vargas  nas  eleições”,Tribuna Popular, 11/01/1947, p.03.) 

 

Por fim, acusou‐o de ser o principal responsável pela carestia, fome, salários baixos  em  que  vivia  a  população  brasileira,  encobrindo  suas  responsabilidades  com  “chavões  demagógicos”. 

O  autor  das  charges  foi  o  artista  plástico  e  crítico  de  arte,  Quirino  Campofiorito,  membro  do  PCB,  que  a  partir  deste  momento  fez  uma  série  de  tiras  de  “Ele  disse...Ele  Fez...” com o objetivo político de desmascarar, mostrar as contradições de Vargas entre  seu discurso e sua prática como político e administrador. Quirino fez críticas diretas ao ex‐ ditador,  pelas  condições  de  moradia,  de  alimentação  e  de  saneamento  básico  em  que  deixou a população brasileira e, em especial, a carioca. Foram publicadas nos dias 12, 14,  15  e  16  de  janeiro  de  1947,  às  vezes  na  primeira  página,  às  vezes  não.  Não  vinham  acompanhadas  de  qualquer  texto,  pois  suas  mensagens  eram  cristalinas:  seus  títulos,  suas imagens e as legendas já davam conta ao receptor da ideia pretendida pelo autor.  

(24)

Revis Getúlio Varg imprensa co  Alberto Ga sta Tempo e A   Com seu  partid charge 18  intervençõ Viação,  e  todos  rico caricaturas Getúlio  só ouvintes  t desmascar “mentiros Apó com  o  go redação e  jornal  “Im governo D Entretanto período de de 1951 no gas: um estud omunista (194 awryszewski    Argumento, F mo  no  edit do,  o  PTB,  a  vemos Mo ões  nos  si   Mário  de  A os,  quase  to s  que  criti ó,  desvincu   trabalhador rar,  destru sas”.  ós  o  ano  d overno  Dut  das oficina mprensa  Po Dutra, no pe

o,  ao  cons e 1947/51, p o  diário “Im do comparativ 45‐1954)    Florianópolis,  Charge torial  anter   associando rvan Figuei ndicatos,  d   Andrade,  ca odos  utiliza icavam  os  ulando  sua res  que  o  P ir o  discurs de  1948,  a  i tra,  com  em as gráficas) opular”,  sub eríodo 1949 ultarmos  o  percebemo mprensa Po vo entre a rev  v. 9, n. 20, p.   18, Tribuna  riormente  o‐os  à  misé iredo, ex‐m diretor  da  andidato  a ando  o  sím   patrões  e a  imagem    PTB  era  o  so  de  Varga

  mprensa  c mpastelam ) e dificulda bstituto  do 9/50, o que os  jornais  “ os a escasse opular”, jus vista ilustrada    186 ‐ 229. jan   Popular, 16/   apresentad ria  e  ao  po ministro do    FIESP,  Ale ao  Senado  mbolo  da  ri e  burguese   dos  “ricos   partido  de as e mostr omunista  c mentos  (inv ades financ o  “Tribuna  e certamen   “Momento ez de imag stamente c a “Careta” e a n./abr. 2017.  /01/1947, p. 0 do,  buscou oder.  Tinha  Trabalho d encastro  G   pelo  PTB,  iqueza,  mu s:  a  cartol s”,  afirman les.  Mais  u rar  suas  “fa

  carioca  sof asão  e  des ceiras. Não    Popular”,  nte limitou  o  Feminino gens de Get com o prim  a    01  u  desmoral   um  efeito e Dutra, re Guimarães,    “testa  de  f uito  comum a.  De  outr ndo  de  seu uma  vez  bu alsas  verdad reu  consta struição  da  nos foi pos   proibido  d  um pouco  ”  e  “Gazet túlio. Só re meiro quadr   lizar  Vargas o  detonado esponsável    ex‐ministr   ferro  da  Li m  nas  charg ro  lado,  ve u  palanque uscou  desn des”,  suas  ntes  probl as  máquina ssível locali   de  circular   nosso trab ta  Sindical” etornou em ro da charg s  e  o  or.  Na   pelas  ro  de  ght”,  ges  e  emos  e  aos  udar,    falas  emas  as  da  izar o    pelo  balho.  ”,  no  m abril  ge 18,   

p.209

&

Argumento

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ou seja, Ge a  seguinte direto ao  do  Brasil” reportage conter  a  interessad governo p Popular, 10     Log possivelm retomou a vinculando Logo abaix nenhuma          2Acreditamo governo  etúlio Varga e  legenda:   cargo de p ”,  onde  an m, que era   alta  do  cu dos na crise pela miséria 0/04/1951, p go  após,  fo ente,  esta   a ideia de Q o‐o à figura xo vinha um  notícia, faz        os que a pres  Dutra pela cr as no palan   “‐  De  prom presidente d nalisou  a  a ilustrada p usto  de  vid e, os “tubar a do povo”  p. 01).  Charge 1 oi  publicad   seria  a  re Quirino e de a do preside ma reporta zia parte de         sente charge  rise social e e nque, mas s messas,  o  p  da Repúbli   crise  econ  pela charge da  e  por  c

rões”. Cham  (“Respons

 19, Imprensa

da  na  prim gra:  as  de emonstrou  ente, semp agem sobre e uma estra  seja de auto conômica.   sem o título   povo  já  es ca, Vargas  nômica  e  e, acusava o colocar  nos mava‐se a r sável o gove a Popular, 11 meira  págin enúncias  co  de forma c pre com um e a exporta tégia da re ria de Matza, o “Ele disse tá  cheio‐”.  fez um dis   social  por   o governo  s  postos‐ch  referida rep erno pela m 1/04/1951, p. 

na  a  charg ontra  o  go  cristalina o a m sorriso no ção de carn dação do jo , visto a seme e” e seu dis   Já  recond scurso no p   qual  pass  Vargas de  have  da  ad portagem:  miséria do p  01  e  19,  demo verno  Varg  aumento d o rosto e co ne, isto é, e ornal.2  elhança com  scurso, mas duzido  por  programa “ sava  o  pa  nada fazer dministraçã  “Responsá  povo”, Imp   onstrando  gas.  O  des do custo de om seu cha  ela não ilus  a charge crít s com    voto  “Hora  aís.  A  r para  ão  os  ável o  rensa    que,  senho   vida,  aruto.  trava  tica ao 

(26)

Revis Getúlio Varg imprensa co  Alberto Ga sta Tempo e A No  Vargas no  qualcritica somente m desse  mo Imprensa P A  c comunista Proibição  ilustraram e do Brasi criar uma i   A c seria  um  gas: um estud omunista (194 awryszewski    Argumento, F   jornal  “Vo  mês de m ava a tentat  mais uma c ovimento  e  Popular, 10/ campanha  a  carioca  n   das  Armas  de forma  l. O Partido  identidade  charge 20, d   exemplo  d do comparativ 45‐1954)    Florianópolis,  oz  Operária aio de 1951 tiva do gov ampanha c era  irreprim /04/1951, p.   pela  Paz  M no  período s  Atômicas  contunden o Comunist  coletiva na Charg  de autoria  da  forma  d vo entre a rev  v. 9, n. 20, p.  a”,  somente , ilustrando verno de p  comunista.  mível  (“Res  01).  Mundial  tom o  estudad s”,  caricatu nte as págin a pretende acional pró‐ e 20, Voz Op  de Jorge B de  express vista ilustrada    186 ‐ 229. jan  e  encontra o uma colu assar a ima  Afirmou, a sponsável  mou  uma  o.  Engajad uristas  e  ch nas dos pri eu traçar as ‐paz mundi perária, 25/0  Brandão, pu são  visual  a “Careta” e a n./abr. 2017.  amos  uma  n una intitulad agem de q ao concluir    o  governo   boa  parte  dos  no  “M hargistas  d ncipais jorn s linhas de  ial.  08/1951, p. 03 ublicada no   da  campan  a     nova  carica da “Força i ue o “Apel  a reportag o  pela  mis

  das  págin Movimento  e  diversas  nais comun  uma polític   3  o “Voz Ope nha.Nela  é  atura  de  Ge   rreprimíve lo pela Paz gem, que a  séria  do  po

as  da  impr o  Nacional    nacionalid nistas do m ca internaci erária” em    possível  v etúlio  l”, na  z” era   força  ovo”,  rensa    pela  dades  undo  ional,   1951,  ver  o   

p.211

&

Argumento

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presidente americano Truman, o Secretário de estado Acheson e o general MacArthur, ao  lado  de  um  saco  com  um  cifrão  marcado,  observando  o  “enrosco”  de  Vargas,  Góes  Monteiro  e  João  Neves.  Na  mão  de  um  desses  personagens  (provavelmente  Góes)  encontra‐se um papel amassado com os dizeres “envio de tropas para a Coréia”, e pela  boca  de  João  Neves  escorre  uma  longa  baba.  Um  enorme  abaixo‐assinado  feito  por  brasileiros  procurava  impedir  que  o  governo  brasileiro  aderisse  aos  anseios  norte‐ americanos. A mensagem é compreensível para o leitor, pois as figuras do governo são  identificáveis  e  mostrou  que  somente  com  a  união  (abaixo‐assinado)  seria  possível  derrotar  a  política  guerreira,  identificada  por  meio  da  bomba,  dos  governos  brasileiro  e  norte‐americano.  O  saco  de  dinheiro  com  seu  cifrão,  tema  constante  das  caricaturas  e  charges,  simbolizava  o  suborno  realizado  ou  empréstimos  sempre  disponíveis  ao  Brasil,  caso apoiasse os interesses norte‐americanos. Assim, ao lado da União Nacional, vemos a  desmoralização de um governo corrupto e belicoso. 

Um mês depois, em setembro de 1951, ”Voz Operária” atacou o presidente Vargas  com  a  charge  21,  denunciando‐o  como  responsável  pelo  aumento  dos  preços  e  pelo  rebaixamento dos salários dos operários.  No pé da imagem,o seguinte texto:"A política  'trabalhista'  de  Getúlio:  enquanto  os  trabalhadores  lutam  por  aumento  de  salários,  os  tubarões são favorecidos com novos aumentos dos preços." A figura clássica de Vargas  com  seu  charuto  à  boca,  olhando  para  o  leitor  e  com  um  sorriso  no  rosto,  como  que  debochando. Puxando os salários para baixo (reduzindo‐os), usa seu peso para conseguir.  O trabalhador (com um macacão) tenta reverter a solução. Aparentemente Vargas está  vencendo.  Utilizando‐se  um  uma  linguagem  visual  simples,  de  fácil  identificação  e  entendimento, não necessitava do texto para fazer‐se compreender. Uma denúncia clara  à  política  econômica  e  social  empreendida  pelo  presidente.  O  texto  apenas  reforça  a  imagem  relacionando  Vargas  aos  interesses  dos  "tubarões"  e  contrários  aos  trabalhadores. 

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Revis Getúlio Varg imprensa co  Alberto Ga sta Tempo e A     A  c este  char culturais e papel  das quedissert frequência que  tal  ilu publicação cotidiano  trabalho  e promessa  três manto gas: um estud omunista (194 awryszewski    Argumento, F   charge  22,  rgista),  pub e pertencen s  condiçõe tava  sobre  a de doença ustração  er o  caberia  d   do  pobre  b e  alimentaç  de campan os, pois a m do comparativ 45‐1954)    Florianópolis,  Charg   de  autoria  blicada  em nte à rede d es  sociais    o  problem as mentais  ra  totalme denunciar  V   brasileiro:  a

ção)  e  a  fa nha. Veja‐s  morte, a ca vo entre a rev  v. 9, n. 20, p.  ge 21, Voz Op   de  DAN  (n m  “Fundam  de publicaç   na  gêne ma  da  saúd

 na União S ente  fora  d Vargas.  No    a  pobreza,  lta  de  esco e que o ch arestia e o  vista ilustrada    186 ‐ 229. jan  perária, 29/0 não  foram mentos”,  u ções comun se  e  evo de  mental   Soviética. A de  sentido.   caso  em  q   a  doença  olas.  Vêm  c argista rep  analfabetis a “Careta” e a n./abr. 2017.  09/1951, p. 12   obtidas  m uma  revist nistas, ilust lução  das   nos  Estado Assim, perce .  Ou  melho questão,  te   (vinculada    cobrar  de  V presentou o smo não qu  a     2  maiores  info a  voltada  rava o artig   doenças  os  Unidos  ebe‐se, ao o or,  em  qua emos  três  p   às  condiçõ   Vargas  o  c  os problem ueriam ser  ormações  s   para  assu go intitulad   mentais",   e  a  reduçã  olhar a ima alquer  luga   personagen ões  de  mor cumpriment mas do povo  extintos. Q   sobre  untos  do "O  ,  em  ão  da  agem,  ar  ou  ns  do  radia,  to  da  o sob  Quem   

p.213

&

Argumento

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us  fins  era denominad  dito tal cou z‐se  necess osições assu   significativ   deixava  de  rensa  com o  como  o    causou  u  (FALCÃO, 1 se  manife toda “Guer  do país foi esas  indust

a  o  povo,  p do  de  "des usa."  Charge 2 sário,  entre umidas pelo va  ocorreu    ser  uma  p unista,  um   “Manifest m  grande    988, p. 378 sto  foi  g rra Fria”. A  abandona triais  e  com

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m  seu  o  que  armos  e uma  a  vez  icado  a  ser  “este  idade  l  de  mento  cos e  izado 

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Getúlio Vargas: um estudo comparativo entre a revista ilustrada “Careta” e a   imprensa comunista (1945‐1954)   Alberto Gawryszewski     Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 9, n. 20, p. 186 ‐ 229. jan./abr. 2017.     

p.215

&

Argumento

em  oito  pontos:  1)  adoção  de  um  governo  democrático  e  popular;  2)  luta  pela  paz  e  contra a guerra imperialista; 3) luta contra a submissão brasileira ao jugo imperialista; 4)  terra  para  quem  nela  trabalhasse;  5)  desenvolvimento  independente  da  economia  nacional;  6)  liberdade  para  o  povo  brasileiro;  7)  condições  melhores  de  vida  para  as  massas  trabalhadoras;  8)  instrução  e  cultura  para  o  povo,  e  9)  criação  de  um  exército  popular de libertação nacional (CARONE, l982, pp.109‐111). 

Impedido de participar das eleições de 1950 para os cargos majoritários e para o  legislativo, a situação do PCB ficou ainda mais delicada. Assim, foi nesse ano eleitoral que  ocorreu  o  grande  rompimento  do  discurso  político  do  partido.  O  governo  Dutra  (1946‐ 1950),  que  já  era  atacado,  foi  definido  no  chamado  “Manifesto  de  Agosto”  como  “uma  ditadura feudal‐burguesa a serviço do imperialismo”, que deveria ser substituída por um  governo  democrático  popular.  Propunha‐se  a  criação  de  um  exército  de  libertação  nacional, sob sua direção para executar essa tarefa. 

Posicionando‐se  pelo  voto  nulo  nas  eleições  de  1950,  o  PCB  se  isolou  mais  ainda  das  massas,  pois  colocou  no  mesmo  lado  da  moeda  pessoas  declaradamente  nacionalistas, democráticas e de defesa dos interesses dos trabalhadores com outras de  caráter  nitidamente  reacionário  e  antipopular.  A  vitória  esmagadora  de  Vargas,  demonstrando  o  fraco  desempenho  político  do  PCB,  não  mudou  a  postura  deste,  acusando  também  Vargas  de  “entreguista”.  Assim,  as  caricaturas  e  as  charges  foram  armas  poderosas  da  imprensa  comunista  carioca  para  construir  uma  visão  sobre  esse  político.  Ao  lado  das  imagens,  expressões  como  “vendilhão’,  “traidor”,  “demagogo”,  “agente do imperialismo” entre outras, tornaram‐se constantes. 

Um  exemplo  dessa  visão  é  dado  na  notícia  seguinte  ("Chegou  a  Washington  a  quadrilha  de  João  Neves",  Imprensa  Popular,  25/03/51,  p.  01),  publicada  no  jornal  “Imprensa Popular”, em quese relatava o envio para Washington, da comissão brasileira  que  participaria  da  Conferência  de  Chanceleres.  O  jornal  chamou  a  comitiva  de  "quadrilha", seus membros de “os vende‐pátria”, pois estariam indo à capital americana  para receber as ordens para a mobilização das forças latino‐americanas para a guerra da  Coreia.Acompanhando  o  texto,  colocado  na  primeira  página  da  edição,  vemos  a  caricatura de três membros da comissão ou "quadrilha", com suas respectivas "relações": 

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Schmidt, d Por fim, no foi chamad inimigos p em  especi 53),  no  q remessa d jornal.     Nes seja, realça los  aos  tr traziam  o  um texto a texto  da  r  da Duperial o título da  do de "laca políticos. Es ial  pelo  car ualfoi  defe de soldados ssa notícia, ando traço raços  de  c   riso,  eram   abaixo dela   reportagem , Santiago,  notícia e e aio", linguag ste político  rgo  que  ex ensor  de  u s brasileiros Charge 2 , podemos  s caracterís caráter.  Ess   cômicas.  A as identifica m. Se  a  ima

 autor do C m seu inte gem própri  foi, juntam ercia  no  go um  alinham s para a gu  23, Imprensa  tomar con sticos físico sas  caricat   A  relação  im ando a “cor agem  trazia  Código de i rior, João N ia da época mente com  overno,  Mi mento  com erra da Cor a Popular, 2 ntato com  os ridículos turas  ilustr magem/tex rporação”  a  o  riso,  o  m

  nvestiment  Neves, "ass a e do PCB,   Vargas, o m nistro  das  mpleto  com reia, como  5/03/1951. P.  um tipo de  dos person ravam  uma xto é muito  a que perte   mesmo  não tos e Bolça salariado da  quando se  mais visado   Relações  E m  o  EUA,  i  bem afirm .01  e caricatura nagens, pro a  reportag o interessan encia a figu o  fazia  o  te

as, da Coca‐ a Standard e dirigia aos o e caricatu   Exteriores  ( nclusive  co ou a matér   a tradiciona ocurando s gem  “denú nte,  pois  te ura e uma c

exto.  A  uni ‐Cola.  d Oil",  s seus  rado,    (1951‐ om  a  ria do  al, ou   somá‐ ncia’,  emos  com o  idade 

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