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A NORMATIZAÇÃO DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE AOS AGENTES DE SEGURANÇA PÚBLICA COM ÊNFASE NA NECESSIDADE DE SUA UNIFICAÇÃO NO POLICIAMENTO OSTENSIVO | Anais do Congresso Acadêmico de Direito Constitucional - ISSN 2594-7710

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Anais do I Congresso Acadêmico de Direito Constitucional Porto Velho/RO 23 de junho de 2017 P. 281 a 307

A NORMATIZAÇÃO DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE AOS AGENTES DE SEGURANÇA PÚBLICA COM ÊNFASE NA NECESSIDADE DE SUA UNIFICAÇÃO

NO POLICIAMENTO OSTENSIVO.

Frederico Carneiro dos Santos1 Vinicius de Assis2

RESUMO

Este artigo tem como objeto de estudo a normatização do adicional de periculosidade aos agentes de segurança pública com ênfase na necessidade de sua unificação nas atividades de policiamento ostensivo. Assim, procura-se estabelecer um paralelo entre os riscos sofridos nas atividades de segurança pública com os riscos das atividades prevista na legislação trabalhista, legislação esta que garante a percepção do adicional de periculosidade, enfatiza-se ainda os riscos sofridos pelos policiais que atuam no policiamento ostensivo, o que possibilitará fazer uma análise acerca do tema bem como da necessidade de normatização que regule de maneira uniforme essa matéria.

Palavras-Chave: Periculosidade. Segurança Pública. Polícia. Dignidade da Pessoa Humana. Isonomia.

ABSTRACT

This article has as object of study the normalization of the additional of dangerousness to the agents of public safety, with emphasis on the necessity of its unification in the activities of ostensive police. Thus, it seeks to establish a parallel between risks suffered in public safety activities and the risks of activities provided for in labor legislation, legislation that guarantees the perception of additional dangerousness, Emphasizing also the risks suffered by police officers acting in ostensive policing. This will make it possible to analyze the subject as well as the need for standardization to regulate this matter in a uniform way.

1

Acadêmico do Curso de Direito da Faculdade Católica de Rondônia – FCR. Email: fredy_faro@hotmail.com.

2

Docente das disciplinas de direito do Trabalho e processo do Trabalho na Faculdade Católica de Rondônia. Orientador do trabalho. Email: Vinicius_assis26@hotmail.com

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Keywords: Hazard, Public security, Police, Dignity of human person, Isonomy.

INTRODUÇÃO

O Estado para coibir o crescimento da violência e garantir a segurança como um direito de todos, utiliza a polícia, para que esta no exercício de suas funções venha preservar a ordem publica e a incolumidade das pessoas.

Para a garantia desse direito, os policiais são os únicos agentes públicos que no exercício de sua atividade tem o oficio de suportar o risco de perderem a própria vida se preciso for. Destacam-se nesse sentido aqueles que desempenham atividade de policiamento ostensivo (policiais militares), que exercem sua profissão submetendo-se a riscos permanentes, pois esta atividade faz com que este risco esteja presente de forma constante em sua vida, tanto dentro como fora da função, ainda fazendo-se presente na vida de seus familiares.

No entanto, verifica-se que mesmo a atividade policial sendo considerada atividade de risco permanente, ainda não se reconhece o direito ao adicional de periculosidade a estes profissionais. O mesmo está previsto de forma geral aos trabalhadores na Constituição Federal de 1988, todavia verifica-se que sua regulamentação aos policiais ainda é omissa ou às vezes inexistente, o que acarreta consequências diretas em sua autoestima, como por exemplo, a sensação da falta de valorização no que concerne o reconhecimento de seus direitos.

Nesse contexto, o presente artigo aborda a problemática da normatização do adicional de periculosidade devido aos agentes de segurança pública, enfatizando a necessidade de sua unificação no tocante a atividade de policiamento ostensivo, discorrendo sobre a conceituação e condições para recebimento do adicional de periculosidade, tendo em vista a omissão e até a inexistência de regulamentação do mesmo nas atividades de segurança pública.

Para isso, foram realizados levantamentos bibliográficos, estatísticos, jurisprudenciais, bem como pesquisa de campo com os objetivos de demonstrar o reconhecimento da função policial como atividade perigosa; evidenciar que legislações de alguns Estados já trazem às atividades de policiamento o reconhecimento do adicional de periculosidade em contrapartida a outros em que a

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regulamentação inexiste; verificar o entendimento dos órgãos legislativos e judiciários quanto à periculosidade na atividade policial.

Nessa sintonia, busca-se discutir sobre a importância de o Estado garantir o direito de recebimento do adicional de periculosidade, regulamentando-o de forma unificada aos profissionais de segurança pública como forma de justiça, pautado no reconhecimento dos princípios da dignidade da pessoa humana e da isonomia.

1. DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

A palavra periculosidade deriva do termo perigo, perigoso, que tem seu significado de acordo com o Dicionário Aurélio “como aquele que tem risco ou pode causar dano; ariscado; estado, situação de uma pessoa que corre grandes riscos”. (Aurélio, 2017).

Conforme a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, periculosidade também é conceituada na área de segurança e saúde do trabalho como aquilo que causa risco ou ameaça à integridade física do trabalhador. Sendo assim, faz referencia às atividades ou operações que por sua natureza e métodos de trabalho venham implicar um risco acentuado, pois colocam o trabalhador em condições agressivas que podem danificar sua saúde, com potencial capacidade de causar danos irreversíveis ou até a morte repentina.

Cabe destacar ainda que nos termos da Instrução normativa DPF n° 23/2005 também se faz referência ao conceito de atividades de risco, conforme seu art. 18, §2°:

§2°. É considerada atividade profissional de risco, nos termos do inciso I do §1° do art.10 da lei 10.826 de 2003, além de outras, a critério da autoridade concedente, aquelas realizadas por:

I – servidor público que exerça cargo efetivo ou comissionado nas áreas de segurança...

Dessarte, uma vez exercida atividade em condições que se exponha a situações de riscos, terá o trabalhador o direito de receber uma contraprestação por esta condição tipicamente mais gravosa. Deste modo, dispõe a Constituição Federal de 1988:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

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[...]

XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei.

O adicional de periculosidade consiste em um acréscimo de 30% sobre o salário básico recebido pelo trabalhador que durante o tempo de execução ou à disposição de sua atividade esteja submetido à condição de risco, conforme estabelece o Art.193, § 1º, Consolidação das Leis do Trabalho – CLT:

Portanto, verifica-se que o adicional de periculosidade é um salário condição, e não uma benesse, devido ao trabalhador enquanto presentes as situações que o ensejam, configurando-se como um direito indisponível do trabalhador, estando fundamentando pelo principio da dignidade da pessoa humana.

2. DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE AOS AGENTES DE SEGURANÇA PÚBLICA.

A Segurança Pública é um direito de fundamental importância no Brasil, figurando como dever do Estado, direito e responsabilidade de todos.

Verifica-se que problemas afetos a segurança pública, tais como: o aumento da violência nos centros urbanos, elevação dos índices das taxas de criminalidade, ineficácia do sistema prisional, corrupção, entre outros, tem elevado à sensação de insegurança sentida pela sociedade.

Sendo do Estado o dever de proporciona-la a todos indistintamente, para cumprimento desse ofício a Constituição Federal de 1988 traz estruturado no art. 144 a composição dos órgãos policiais responsáveis pela preservação da ordem pública.

No tocante a segurança pública ser considerada uma responsabilidade de todos, tem-se que as instituições policiais são as únicas compostas por pessoas do meio da própria sociedade que carregam essa responsabilidade tendo como dever o restabelecimento e zelo pela ordem e a segurança arriscando suas vidas, sendo sua atividade considerada como perigosa.

Portanto, sendo as instituições policiais compostas por cidadãos que também são sujeitos de direito, não podem ser excluídos das garantias de direitos.

Todavia, ainda que a atividade dos órgãos policiais seja considerada como perigosa, verifica-se que o recebimento do adicional de periculosidade pelos seus

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agentes encontra amarras formais que impedem o seu efeito imediato, nesse sentido, a parte final do inciso XXXIII, do art.7° da CF/88 ao fazer referência ao termo “na forma da lei”, faz com que esse direito torne-se dependente da morosidade dos órgãos legislativos em reconhecer sua garantia, isso se dá por expressa previsão do artigo 37 da Constituição Federal que estabelece a observância da administração pública ao princípio da legalidade.

Assim, o direito ao recebimento do adicional de periculosidade de forma absurda não se aplica de forma imediata e integral aos agentes públicos que atuam na segurança publica, pois a legislação que regulamenta tal direito é omissa, em muitos casos inexistente, lacunosa e de entendimento limitado.

Embora a Consolidação das leis do trabalho traga a previsão de pagamento do adicional de periculosidade para aquelas atividades que constam no rol das que são consideradas como perigosas ou que acarretam riscos, tal previsão não se aplica aos agentes de segurança publica, mas somente a iniciativa privada.

Medeiros expõe de forma mais explicativa que (2016):

[...] o adicional encontra-se limitado aos profissionais que trabalham em atividades em contato com agentes explosivos, inflamáveis, com radiação e eletricidade, ou roubos e “outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial”, conforme expressa o art. 193 da CLT, sendo que o adicional é disponibilizado, neste instante, apenas aos vigilantes (profissionais da segurança privada), em total descaso com os agentes da segurança pública.

É preciso trazer a conscientização que a atividade policial, por suas características e por atuar diretamente no cobate a criminalidade e a violência, acaba por submeterem a integridade física dos seus agentes aos mesmos riscos, ou ainda piores.

Conforme exposto, é a afirmação do especialista em segurança pública Nilson Giraldi (Giraldi, 2016):

A atividade policial é altamente complexa, estressante, difícil e mal compreendida. O policial tem regime de trabalho totalmente diferenciado dos demais trabalhadores. Não é regido pela CLT. Não tem número de horas para trabalhar, nem horários fixos. Não recebe horas extras. Não tem horário para se alimentar. Entra de serviço sem saber quando vai terminar.

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No entanto, o legislador no que tange o reconhecimento do recebimento ao adicional de periculosidade, acaba por deixar a desejar ainda mais, ao não prevê-lo de uma forma intergral a todos os agentes policiais. Fazendo com que haja um sentimento de desvalorização a determinadas classes policiais. Cita-se como exemplo, a previsão no Estatuto dos Servidores Civis da União (Lei 8112/90) que abrange somente os órgãos policiais da União.

3. DA ÊNFASE NA NECESSIDADE DE UNIFICAÇÃO DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE NO POLICIAMENTO OSTENSIVO

Passamos nesse tópico a discorrer sobre o policiamento ostensivo e enfatizar sobre a importância da necessidade de regulamentação de forma unificada através de emenda constitucional que trate sobre a garantia desse direito nas atividades de policiamento ostensivo.

Conforme § 5º do art. 144 da CF/88 o policiamento ostensivo se configura como uma atividade de manutenção da ordem pública de competência da Policia Militar, visando à tranquilidade coletiva.

O Policial Militar executa o policiamento ostensivo atuando preventivamente e repressivamente em prol da segurança publica, sendo sua atividade primada pela evidencia, ou seja, o policial militar é o único agente publico que é facilmente identificado pela farda que utiliza, bem como por viaturas caracterizadas, armamentos, insígnias, entre outros equipamentos, o que faz com que esse profissional seja reconhecido em qualquer lugar e a qualquer momento, esteja ele de serviço ou de folga.

Como agente público representa o braço armado do Estado, tendo como principal função realizar a prevenção de crimes, contravenções penais, violações administrativas, proporcionando o desestímulo de infrações à lei, objetivando estabelecer a sensação de segurança. Sendo assim, executa um serviço indispensável e de primeira importância para a garantia de um direito essencial a todo ser humano.

A atividade policial militar por sua característica ostensiva acaba acarretando uma carga excessiva de perigo a esses agentes públicos que exercem seu compromisso de forma consciente, fazendo valer o juramento de cumprir com o que estabelece seu Estatuto, este sendo o único que prevê na integra o ofício de perder

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a própria vida, neste sentido cita-se como exemplo o art. 34 do Estatuto dos Policiais Militares da Polícia Militar do Estado de Rondônia (Decreto-Lei, nº 09-A, de 09 de Março de 1982).

Essa modalidade de policiamento tem como premissa a atuação preventiva e de forma secundária a repressiva (combativa), no entanto, no Brasil o atual cenário da segurança pública demonstra na pratica o inverso, ou seja, uma polícia muito mais combativa do que preventiva, o que tem feito com que o efetivo policial se torne cada vez mais um alvo vulnerável do crescimento da violência.

O policial militar ao contrário dos demais agentes públicos são os que mais se expõe a riscos, sendo estes permanentes, pois estão diariamente na frente de combate. O que faz com que sua materialização figure nos altos índices das estatísticas seja nos aspectos ativos ou passivos.

No entanto, ainda que se execute atividade de risco e sejam altos os índices de criminalidade e violência contra policiais militares, a estes profissionais não se dá garantia de uma forma unificada quantos aos direitos e garantias trabalhistas, a exemplo do objeto do tema desse trabalho, ou seja, o direito ao recebimento do adicional de periculosidade.

Dos cincos órgãos policiais previstos no artigo 144 da CF/88, a policia militar é a única regida por estatuto separado dos demais, ou seja, a polícia Federal, Ferroviária Federal, Rodoviária Federal, são regidas pelo mesmo Estatuto dos Servidores Civis da União (lei 8112/90), as Polícias Civis dos Estados são regidas pelos Estatutos dos Servidores Civis dos seus respectivos Estados que praticamente seguem os mesmos dispositivos da lei 8112/90, de forma que estas quatro forças policiais, sendo seus agentes considerados servidores públicos civis (PF, PRF, PFF, PC) gozam dos mesmos direitos e garantias trabalhistas.

Por sua vez, não gozam dos mesmos direitos e garantias os policiais militares, ainda que se subordinem assim como as policiais civis aos governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, conforme estabelece o § 6º do art. 144 da CF/88.

As polícias militares de uma forma geral são organizadas pelo Decreto-lei 667 de 02 de julho de 1969 que dispõe em seu art. 24 que os vencimentos, vantagens e regalias do pessoal das Polícias Militares serão tratados em legislação especial de cada Unidade da Federação.

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A Constituição Federal de 1988 em sua redação original trazia um tratamento genérico e comum para servidores públicos civis e militares, de forma que ambos recebiam a denominação de servidores públicos. Verificava-se ainda que além de estar previsto de uma forma geral como direito social do trabalhador, o adicional de periculosidade, Inciso XXIII do artigo 7° da CF/88, também era previsto de forma direta ao servidor público na redação anterior do § 2º do artigo 39 da CF/88, que dispunha “In Verbis”:

Redação Anterior Art. 39 [...]

§ 2º - Aplica-se a esses servidores o disposto no art. 7º: VI; VII; VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII, XXIII e XXX.

Todavia, com as EC 18/98 e 19/88 a CF/88 passou a tratar com diferenças os servidores públicos civis e os militares. A partir dessas emendas ficaram consagradas duas categorias distintas de agentes públicos, conforme já referido, em seções distintas: os servidores públicos de um lado e do outro os militares dos estados, do Distrito Federal e dos territórios.

Observa-se que com a EC 18/98 o constituinte reformador evitou atribuir aos militares a expressão servidores, de forma que a doutrina passou a classifica-los não mais como servidores públicos e sim como uma categoria especial de agentes públicos.

Neste sentido Maria Sylvia Zanella Di Pietro. ( 2014, Pag. 596):

Perante a Constituição de 1988, com as alterações introduzidas pela Emenda Constitucional nº 18/98, pode-se dizer que são quatro as categorias de agentes públicos:

1. Agentes políticos; 2. Servidores públicos; 3. Militares; e

4. Particulares em colaboração com o Poder Público.

Cabe aqui uma referência aos militares. Até a Emenda Constitucional nº 18/98, eles eram tratados como "servidores militares". A partir dessa Emenda, excluiu-se, em relação a eles, a denominação de servidores, o que significa ter de incluir, na classificação apresentada, mais uma categoria de agente público, ou seja, a dos militares. Essa inclusão em nova categoria é feita em atenção ao tratamento dispensado pela referida Emenda Constitucional. Porém, conceitualmente, não há distinção entre os

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servidores civis e os militares, a não ser pelo regime jurídico, parcialmente diverso. Uma e outra categoria abrangem pessoas físicas vinculadas ao Estado por vínculo de natureza estatutária.

A emenda constitucional 19/98 alterou ainda a redação §2° do art. 39 da CF/88 que agora passou a constar na redação do §3° do mesmo artigo 39, “in Verbis”:

Art. 39 [...]

§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).

A promulgação das EC nº 18/98, combinada com a EC nº 19/98 foi vista a principio como uma conquista pelos militares, pois se aspirava como objetivo que a distinção constitucional do regime jurídico entre os Servidores Públicos e os Militares traria mudanças referentes a direitos e garantias que deveriam ocorrer nas Polícias Militares. Infelizmente, isso pouco ou quase nada refletiu de positivo na legislação.

Dessarte, podemos citar o artigo 42 da CF/88 que ao tratar dos militares em seu §1º mostra através dos dispositivos sobre os direitos e garantias sociais previstos no art.7° aplicados aos servidores públicos, previstos na redação anterior do § 2°, agora §3° do artigo 39, a forma limitada que se aplicam aos policiais militares.

Dispõe o art. 39, § 1º, CF/88 “In Verbis”:

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

O § 1º do art. 42 da CF/88 ao fazer referencia as disposições do art. 142, §§ 2º e 3° e sobre a reserva a lei estadual específica para dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X. Trata especificamente do tratamento diferenciado que é dado aos policiais militares, de forma que dos incisos previstos no artigo 39, § 3° da CF/88, que trata dos direitos e garantias sociais aplicados ao servidor publico, nem todos são garantidos aos policiais militares.

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No que pese alguns direitos serem vedados aos policiais militares pela Constituição (sindicalização, por exemplo), os direitos sociais não são vedados na sua integralidade, esse é o entendimento que se retira da leitura do artigo 42, §1° da Carta Magna que combinado com o §3°, inc. X, do art. 142 também da Magna carta, diz que caberá a lei especifica de cada Estado (Estatuto dos militares Estaduais) dispor sobre a matéria referente ao ingresso, os limites de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades.

Assim, para os policiais militares dos Estados os direitos, prerrogativas e obrigações decorrem diretamente da Constituição Federal e da Constituição dos respectivos Estados.

Dessa forma, alguns Estados da Federação observando a evolução histórica dos direitos sociais, adequaram os estatutos de suas policias militares trazendo o direito ao recebimento do adicional de periculosidade. Cita-se como exemplo o Estatuto dos Policiais Militares do Estado da Bahia, Lei 7990 de 28/12/2001, que em seu artigo 107 dispõe:

Art. 107: Os policiais militares que trabalham com habitualidade em condições insalubres, perigosas ou penosas farão jus ao Adicional correspondente, conforme definido em regulamento.

Em concordância com este, e o art.52, XV do Estatuto dos Militares Estaduais do Ceará, Lei n° 13.729 de 11/01/2006.

Todavia, verifica-se que tal direito não ocorre em sua completude aos policiais militares da maioria dos demais Estados da Federação, onde se verifica a falta de previsão, o que pode causar uma desmotivação e até uma animosidade entre esses profissionais de segurança publica, Conforme afirma o Deputado Federal Subtenente Gonzaga, (2015):

A lacuna legislativa sobre o adicional de periculosidade tem desestimulado os policiais dos Estados que ainda não regulamentaram essa situação, o que causa verdadeira assimetria entre os integrantes dos órgãos de segurança publica no Brasil.

Este detalhe nos proporciona observar que os estatutos das policias militares que observaram a evolução social pós-constituição de 1988 já trazem no seu bojo o

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direito ao recebimento do adicional de periculosidade, a exemplos dos Estados da Bahia, Rio Grande do Sul e Ceará que tiveram seus Estatutos reformulados nos anos 2001, 2005 e 2006, estando assim atualizados com as necessidades diante do atual cenário de atuação da atividade policial militar.

Todavia, ainda que a atividade policial seja considerada como de risco permanente, ainda não se reconhece esse direito de forma unificada a todos os policiais militares, havendo ainda um entendimento absurdo de que este profissional não faz jus a este direito, por ser o risco inerente à função.

Dessa forma, sendo tal adicional um direito social que na dimensão dos direitos fundamentais, classifica-se como de segunda dimensão, possuindo como característica a proteção da dignidade da pessoa humana, visando uma atuação positiva (ação) do Estado, os policiais militares tem procurado a esfera judicial com a pretensão de ter sua atividade reconhecida como de risco e como consequência o direito ao recebimento do adicional de periculosidade.

Entretanto, no que pese os órgãos judiciários já reconhecerem a atividade policial militar como de alta periculosidade, citando como exemplo os Tribunais de justiça de São Paulo que no acórdão 990100375334/TJSP e STF no julgamento do Mandado de Injunção 1083/DF, ratificaram que a atividade é de fato de alta periculosidade, justificando inclusive a concessão de aposentadoria especial, esta como sendo mais um dos direitos que se almeja retirarem dos militares com a atual reforma da previdência. Ainda entendem de forma absurda os tribunais que o adicional de periculosidade não é devido, sob a fundamentação de que o risco da atividade policial deve ser suportado por ser inerente a função. Neste sentido demonstra-se o entendimento da Turma Recursal de Porto Velho-Ro que indeferiu o adicional de periculosidade policial no julgamento do recurso inominado nº 0004081-41.2012.8.22.0015 (DJ-RO, 2014, Pag.284).

Embora o entendimento de alguns tribunais seja no sentido de que o risco da atividade policial seja inerente à função policial, Tal fato não significa vedação do adicional à categoria em comento, mas, apenas, que o referido direito não se constitui em garantia constitucional de forma expressa para os militares. Vale dizer que a própria Constituição Federal reservou à norma infraconstitucional de cada Estado legislar sobre a vantagem em análise. Verifica-se dessa forma que a

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omissão do legislador infraconstitucional de alguns estados é o que há, fazendo com que haja um tratamento depreciativo deferido as policiais militares.

Cabe ainda dizer que exigir que se comprove uma periculosidade excepcional àquela inerente a função policial militar considera-se um tanto quanto irrazoável e desproporcional. Neste caso, a pergunta que se faz é: qual situação de perigo seria mais excepcional do que perder a própria vida? Qual seria a atividade pública mais arriscada no Brasil do que a profissão policial militar? Não seria o policial militar merecedor do adicional de periculosidade? Vale dizer ainda que o policial militar não exerce a sua função apenas quando está de serviço, pois sua atividade é de dedicação integral e exclusiva.

Conforme a convenção n° 155 da Organização Internacional do trabalho (OIT) a atividade policial é classificada como uma das profissões com nível de estresse elevado, figurando assim como a segunda em todo mundo, ficando atrás apenas das atividades exercidas em minas de carvão. Nesse mesmo sentido é o entendimento da Organização mundial de Saúde (OMS), que relacionou a atividade policial como insalubre, perigosa, geradora de imenso estresse. Vale ressaltar que esses dados foram confirmados em estudo do Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade de Manchester, que obteve um índice de stress para as pessoas que trabalham em minas (8,3), maior do que a de policiais (7,5), piloto de avião (7,5) e bombeiros (6,3).

Outra estatística que comprova que são altos os índices de violência contra policiais pode ser observada no quadro de estatísticas de policiais vitimas de atos de violência (baleados e mortos) nos anos de 2015 a 2017 no Estado do Rio de janeiro, elaborado por Roberta Trindade (2017):

ANO N° POLICIAIS ÓBITOS MILITARES CIVIL FOLGA SERVIÇ

O 2015 66 28 – 42% 64 – 96,96% 2 – 3,04% 30 – 45% 36 – 55% 2016 390 111- 28% 363 – 93,07% 27– 6,93% 155 – 40% 235-60% 2017 119 55 -46% 114 – 95,79% 5 – 4,21% 60 – 51% 59 -49% TOTAL 575 194 – 33% 541 – 94,08% 34 – 5,95% 245 – 42% 330– 58%

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Vale ressaltar que a estatística referente ao ano de 2015 contabilizou apenas os números até o mês de Novembro, e o Ano de 2017 até o mês de março, primeiro trimestre de 2017, o que demonstra um aumento da violência contra os profissionais de polícia em relação ao ano de 2016 e ao total do decorrer dos três anos.

Minayo, Souza e Constantino (2007), em pesquisa denominada “Riscos percebidos e vitimização de policiais civis e militares na (in)segurança pública”, em quadro comparativo das duas classes policias, ratifica as informações acima citadas, demonstrando também que os riscos são sofridos em maiores índices por militares.

Outro ponto que não justifica a negativa do adicional de periculosidade aos policiais militares é a justificativa de que o risco sofrido é próprio da função, já recebendo este profissional remuneração proporcional aos riscos sofridos, pois se assim fosse, como explicar o fato dos Estados de São Paulo (23°), Rio de Janeiro (24°) e Espírito Santos (27) estarem entre os cincos piores salários das policiais militares? Não superando os três mil reais, conforme dados divulgados pela Associação Nacional das Entidades Representativas do Militares Brasileiros (Anermb), com base em dados de Dezembro de 2016, e em pesquisa divulgada pelo site G1 noticias em 11/02/2017.

O que se objetiva não é demonstrar a diferença salarial das policiais militares, mas evidenciar que não deve permanecer o entendimento de que o risco é inerente à função e o policial militar já recebe remuneração proporcional a este risco. Conforme noticiários e estatísticas: São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo figuram como uns dos Estados com maiores índices de violência contra policiais militares, ocorrendo neste ultimo há poucos meses manifestações da tropa

13%

67% 20%

Policiais vitimas de violência

2015 (11/15) 2016 2017 (03/17)

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reivindicando melhores condições de trabalho, o que ratifica e deixa evidente a irrazoabilidade e desproporcionalidade de tal entendimento.

Verifica-se ainda que legislação trabalhista (CLT) que trata do adicional de periculosidade na iniciativa privada, passou por uma modificação em seus dispositivos. A Lei 12.740/2012 alterou o artigo 193, que antes considerava somente como atividade ou operações perigosas aquelas que implicassem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a inflamáveis e explosivos, passando agora a fazer parte desse rol atividades com energia elétrica e as que exponham o trabalhador a roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial.

Em 2014 com a edição da Lei 12.997/14 houve nova alteração no art. 193 da CLT, dessa vez lhe foi acrescentado o §4°, considerando também como perigosa a atividade de trabalhador em motocicleta.

Dessarte demonstra-se de forma concreta que os policiais possuem todos os requisitos e condições que o fazem ter o direito ao adicional, não se justificando a omissão legislativa diante de tantos fundamentos que demonstram a possibilidade de o Estado garantir-lhes o recebimento do mesmo, uma vez que cuidam da segurança pública que engloba a incolumidade física e patrimonial de cada pessoa de forma geral, além de também utilizar o policiamento motorizado com motocicletas como um dos seus vários processos de execução do policiamento ostensivo. Vale ressaltar ainda que a violência contra esses profissionais não é uma mera fatalidade, mas uma realidade permanente no seu dia a dia.

Outra analise de valor relevante se retira da leitura da Lei 7102/83 que dispõe sobre segurança para estabelecimentos financeiros, estabelecendo normas para constituição e funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores. Esta no seu art. 3° estabelece que vigilância ostensiva e o transporte de valores serão executados por empresa especializada contratada ou pelo próprio estabelecimento financeiro.

Assim sendo, a combinação do art.3° da lei 7102/83 com a nova redação do art. 193 da CLT nos mostra que o profissional que trabalhar nesta função faz jus ao adicional de periculosidade. O que nos leva a pensar que faria jus a tal adicional o militar que viesse a exercer tal atividade, uma vez que a própria lei 7102/83 prevê a

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possibilidade desse exercício de vigilância ser desempenhado pelas Polícias Militares, conforme parágrafo único do art. 3° da lei 7102/83 “In Verbis”:

Art. 3º A vigilância ostensiva e o transporte de valores serão executados:

I - por empresa especializada contratada;

II - pelo próprio estabelecimento financeiro, desde que organizado e preparado para tal fim, com pessoal próprio, aprovado em curso de formação de vigilante autorizado pelo Ministério da Justiça e cujo sistema de segurança tenha parecer favorável à sua aprovação emitido pelo Ministério da Justiça.

Parágrafo único. Nos estabelecimentos financeiros estaduais, o serviço de vigilância ostensiva poderá ser desempenhado pelas Polícias Militares, a critério do Governo da respectiva Unidade da Federação.

Outro fato que demonstra o descaso do legislador com as policias militares se observa com o tratamento desigual dado aos policiais do Estado de Minas Gerais que não recebem o adicional de periculosidade enquanto policiais, entretanto o governador do Estado sancionou a Lei n° 20.025/2012 a qual concede gratificações de 40% do vencimento básico para militares colocados à disposição do Tribunal de Justiça de Minas Gerais e para policiais que prestem serviços para o centro de segurança institucional. Conforme redação dos artigos 4° e 5° da refida lei, “In Verbis”:

Art. 4° Fica instituída a Gratificação de Serviços de Segurança, a ser paga:

I – aos militares do Estado e aos servidores policiais civis que, no exercício de suas funções, sejam colocados à disposição do Centro de Segurança Institucional – Cesi – do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais;

II – aos militares do Estado que, no exercício de suas funções, sejam colocados à disposição do Tribunal de Justiça Militar do Estado de Minas Gerais.

Art. 5° A gratificação de que trata o art. 4° corresponde a 40% (quarenta por cento) do vencimento básico do servidor policial civil ou da remuneração básica do militar do Estado.

Pelo exposto busca-se na Constituição Federal de 1988, com base no fundamento da dignidade da pessoa humana que conforme ensinamento de Ingo Wolfgang Sarlet conceitua-se como (Sarlet, 2008, p. 63):

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“Qualidade intrínseca e distintiva reconhecida em cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua participação ativa e corresponsável nos destinos da própria existência da vida em comunhão com os demais seres humanos.”

Com fulcro em um dos objetivos fundamentais, ou seja, a redução das desigualdades sociais e regionais conforme estabelece o art. 3° da Magna Carta e também com base no princípio constitucional da igualdade previsto em seu artigo 5º, caput, objetiva-se fundamentar que o tratamento omisso do legislador configura-se como abusivo e diferenciado, pois estes profissionais demonstram condições idênticas e até maiores aos que possuem o direito de receber o adicional de periculosidade.

O Principio da Igualdade prevê ainda a paridade de aptidões e de possibilidades virtuais dos cidadãos de gozar de tratamento isonômico pela lei. Por meio dele são vedadas as diferenciações arbitrarias e absurdas, não justificáveis pelos valores da Constituição Federal, e tem por finalidade limitar a atuação do legislador, do interprete ou autoridade publica e do particular. Conforme afirma Nery Junior (1999, p.42):

O principio da igualdade pressupõe que as pessoas colocadas em situações diferentes sejam tratadas de forma desigual: “dar tratamento isonômico às partes significa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades”.

Observando estes institutos tem se demonstrado preocupação com o aumento alarmante dos índices de violência contra os agentes públicos responsáveis pela segurança, cita-se como exemplo a edição da lei 12.142/2015 que acrescentou ao rol de crimes hediondos a lesão corporal dolosa de natureza gravíssima e lesão corporal seguida de morte praticadas contra autoridades ou agentes descritos nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública estejam no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição.

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Nesse mesmo sentido, o Congresso Nacional também tem mostrado ações positivas no que se trata do adicional de periculosidade para os policiais, de forma que a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de Lei 6307/09 de autoria do deputado Mauro Nazif, (PSB-RO), que criava o adicional de periculosidade de 30% sobre a remuneração integral para os militares dos estados e do Distrito Federal, no entanto foi arquivada, pois foi rejeitada pela Comissão de Finanças e Tributação em 2013 sob a alegação de que o projeto de lei aumentava as despesas da União, já que essa é que mantém os policiais e os bombeiros militares do Distrito Federal e Conforme a Constituição Federal, leis que aumentem remuneração na administração direta da união são de iniciativa privativa do presidente da República.

Encontra-se ainda em caráter conclusivo, faltando ser votado pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania, o Projeto de Lei 193/15 de autoria do deputado Major Olimpio (PDT-SP). Esse projeto assegura o direito ao adicional de periculosidade a integrante de órgãos de segurança pública, a agentes penitenciários e a policiais legislativos federais (Câmara e Senado). Outro que se encontra em tramite na Câmara dos Deputados é o Projeto de Lei 5492/16, de autoria do deputado Cabo Daciolo (PTdoB/RJ), que já foi aprovado pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, faltando ser analisada pelas comissões do Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Já prevendo que os demais projetos de lei possam vir a ser rejeitados pela comissão de Finanças e Tributação sob a mesma alegação que arquivou o PL 6307/09, é que se encontra em tramite no Senado Federal a Proposta de Emenda Constitucional 58/15 (PEC 58/2015) que altera o § 9º do art. 144 da Constituição Federal, para instituir adicional de periculosidade para os servidores policiais. De autoria do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), aprovada em 30/03/2016 pela A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) encontra-se pronta para deliberação em plenário desde 12/07/2016, aguardando ser incluída em ordem do dia.

Nesse contexto, é visível que a atividade policial militar atende a todos os requisitos e condições que dão ensejo ao recebimento do adicional de periculosidade, devendo sua normatização pautar-se no principio da dignidade da

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pessoa humana e na máxima do principio da igualdade, onde o tratamento isonômico refere-se a tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades.

4. ANÁLISE COMPARATIVA DA PERCEPÇÃO DOS RISCOS NAS ATIVIDADES DE POLICIAMENTO OSTENSIVO (POLÍCIA MILITAR) E NAS ATIVIDADES DE SEGURANÇA PRIVADA (VIGILANTES).

Com o objetivo de demonstrar em que medida está à igualdade/desigualdade no tratamento da atividade perigosa exercida por policiais militares, faremos uma analise dos riscos, estabelecendo um paralelo entre as atividades de policiamento ostensivo realizado por policiais militares e os riscos das atividades da iniciativa privada previstos na CLT como atividades perigosas, neste caso fora utilizado como parâmetro a atividade de segurança privada e patrimonial exercida por vigilantes.

Utilizou-se pesquisa de campo, devidamente autorizada voltada à coleta de dados embasados em informações fornecidas pelos profissionais. Como instrumentos de pesquisa fora utilizado um questionário básico de dados demográficos, acrescido de doze questões sobre os riscos percebidos e sofridos na profissão.

O alvo da pesquisa foi inicialmente o quantitativo de policiais militares que atuam no serviço de radiopatrulha (policiamento ostensivo motorizado) dos dois batalhões operacionais da cidade de Porto Velho – RO (1°BPM e 5°BPM) que somados contam com um efetivo de 200 policiais, de um total de 922 para garantir segurança de uma população estimada de 511.219 pessoas, conforme o senso de 2016 do IBGE.

Desse efetivo, foram entrevistados 185 profissionais, motivo pelo se fez necessário entrevistar o mesmo número de vigilantes para que fosse estabelecido um paralelo. Diante do quantitativo do grupo focal, a pesquisa exigiu varias idas as unidades policiais e empresas de vigilância no intuito de cobrir todos os turnos de serviço, com a finalidade de encontrar os profissionais e aplicar o questionário.

Dessarte, passamos agora à apresentação dos dados demográficos dos colaboradores da pesquisa.

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299 Sexo Policia militar % Vigilantes % Feminino 05 2,7 20 10,81 Masculino 180 97,3 165 89,19 Total 185 100 185 100 Idade De 20 a 25 anos 12 6,48 09 4,86 De 26 a 30 anos 35 18,91 34 18,37 Mais de 30 anos 138 74,61 142 76,77 Total 185 100 185 100 Tempo na função 01-10anos 82 44,32 146 79,45 11-20 anos 85 45,94 31 16,75 Mais de 20 anos 18 9,74 07 3,8 Total 185 100 185 100 Estado Civil Solteiro 62 33,51 66 35,67 Casado 116 62,70 107 57,83 Separado 07 3,79 12 6,5 Total 185 100 185 100 Escolaridade Fundamental - - 13 7,02 Médio 113 61,08 152 82,16 Graduado 64 34,59 18 9,72 Pós Graduado 08 4,33 02 1,1 Total 185 100 185 100

Fonte: elaborado pelo autor.

Nos dados da tabela I foi feita a divisão por sexo, idade, tempo na função, estado civil e escolaridade. Quanto ao sexo demonstra-se que 97,3% dos profissionais de policia e 89,19% dos vigilantes são do sexo masculino; a faixa etária de 74,61% dos policiais militares e 76,77 dos vigilantes está acima dos 30 anos de idade; quanto ao tempo na função verifica-se que apenas 20% dos vigilantes têm mais de 10 anos na função em contrapartida mais de 50% dos policiais estão acima desse patamar; quanto ao estado civil, ambas as profissões apresentam índice acima de 50% dos entrevistados para casados e para os solteiros mais que 30%; Quanto à escolaridade, os profissionais das respectivas áreas somam acima dos 90% entre nível médio, graduado e pós-graduado.

Nos questionários fora dada uma definição de periculosidade como “aquilo que causa risco ou ameaça à integridade física do trabalhador. Sendo assim, faz

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referencia às atividades ou operações que por sua natureza e métodos de trabalho venham implicar um risco acentuado, pois colocam o trabalhador em condições agressivas que podem danificar sua saúde, com potencial capacidade de causar danos irreversíveis ou até a morte repentina”. Usando esse conceito foram respondidas as questões seguintes:

Tabela – 2 questões sobre a percepção e vivencia dos riscos na policia militar e empresas de segurança privada e patrimonial.

Considera sua função atividade

perigosa? Policia militar % Vigilante %

Sim 100 100

Não - -

Total Geral 100% 100,00%

Recebe adicional de periculosidade?

Sim - 100

Não 100 -

Total Geral 100% 100,00%

Percepção dos riscos quando de

serviço? Policia militar Vigilante

Constante 184 140 Eventual Não há 01 - 42 03 Total Geral 185 185

Percepção dos riscos quando de folga? Constante 114 50 Eventual Não há 71 - 93 42 Total Geral 185 185

É reconhecido quando de folga?

Constante 84 47 Eventual Não 76 09 101 37 Total Geral 185 185

Já foi vitima de violência na função? Polícia Militar Vigilantes

Sim 111 50

Não 74 135

Total Geral 185 185

Presenciou ou ouviu falar sobre profissional ser vitima na função

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301 Fon te: ela bor ado pel o autor

Uma das questões fora elaborada do sentido de demonstrar a quais atos de violência estão submetidos e que sofrem em maiores índices no dia a dia no exercício de suas funções, ficando da seguinte forma escalonada conforme respostas dos respectivos profissionais das respectivas categorias:

Tabela 3 – Atos de violência submetidos e vivenciados pelas respectivas categorias. Sim, eventualmente Não 54 02 109 18 Total Geral 185 185

Sua profissão influência na segurança de seus familiares?

Sim 185 89

Não - 96

Total Geral 185 185

Já teve problema de saúde decorrente da função?

Sim 130 27

Não 55 158

Total Geral 185 185

Equipamentos de proteção acabam com os riscos?

Sim 07 47

Não 178 138

Total Geral 185 185

O tratamento diferenciado pode trazer o sentimento de desmotivação?

Sim 177 128

Não 08 57

Total Geral 185 185

Polícia Militar Vigilantes

Agressão verbal 95,13% Agressão verbal 87,56%

Agressão física 94,59% Agressão física 72,97%

Tentativa de

homicídio 91,35% Perf. por arma de fogo 63,24%

Acid. Veic dur.

Serviço 90,81% Perf. por arma branca 58,37%

Contaminações

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302 Atos de Violência.

Fonte: elaborado pelo autor

Quanto à percepção da atividade como perigosa constata-se que é totalizante no sentido positivo, ou seja, 100% de ambas as categorias consideram sua atividade como perigosa. Referente aos riscos durante o exercício da função, para ambas as profissões os riscos apresentam-se de forma constante, com maior índice para os policiais.

Quanto aos períodos de folga, os policiais militares relataram que constantemente são reconhecidos e que por conta disso os riscos se apresentam também de forma constante nesse período, por sua vez os vigilantes responderam que são eventualmente reconhecidos e que os riscos ocorrem de forma eventual ou quase não ocorrem.

Chama a atenção às respostas referentes aos profissionais já terem sido vitimas de violência em relação à função, onde os policiais militares demonstram um percentual de 60% positivo em contraste aos 72% negativos dos vigilantes, em relação a isso 70,27% dos militares já tiveram problemas de saúde relacionados à função, enquanto 85,40% dos vigilantes nunca tiveram.

Outros dois pontos relevantes demonstrados são os 100% dos pesquisados na policia militar relatarem que sua profissão tem influencia na segurança de seus familiares, em contraste aos 51,89% vigilantes que afirmam que não.

Da analise quantitativa verifica-se que os riscos são percebidos e sofridos de forma mais elevada pelos policias militares, o que é compreendido sem muito esforço pelo demonstrativo da tabela 3, que mesmo submetendo os profissionais aos mesmos atos de violência (riscos), para policia militar se apresenta acima dos 82% para a maioria dos atos, enquanto para os vigilantes apenas um deles apresenta este índice.

Perf. por arma de

fogo 85,40% Acid. Veic dur. Serviço 48,48%

Perf. por arma branca 82,70% Contaminações diversas 38,91% Tentativa de suicídio 21,08% Tentativa de suicídio 11,35%

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303 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Carta Magna de 1988 ao dispor sobre o adicional de periculosidade em um dos incisos do artigo sétimo, traz essa garantia de forma geral a todos os trabalhadores não excluindo assim nenhuma classe, o que ocorre é a diferenciação nas formalidades quanto aos da iniciativa privada em relação aos da administração pública, sendo que para essa ultima classe há a necessidade de previsão em lei especifica ao passo que para os primeiros são regulados pela CLT.

Através da pesquisa foi possível perceber que anterior as EC 18 E 19 de 1998 o adicional de periculosidade era previsto de forma direta aos servidores públicos, inclusive aos militares que assim também eram considerados, no entanto com a vigência destas Emendas Constitucionais perderam a condição de servidores, passando a não desfrutar dos mesmos direitos anteriormente garantidos.

Nota-se ainda que a Constituição Federal com as alterações sofridas pelas emendas citadas não vedou o direito ao adicional de periculosidade aos servidores, o que podemos verificar é que no caso das policiais militares passou a prever que cada estado da Federação iria prever de forma especifica sobre tal direito.

Tal inovação tinha como objetivo trazer melhoras nas conquistas dos direitos das policiais militares, no entanto não foi ocorreu, tendo em vista que não foi esse o efeito causado, ficando essas classes a mercê da mora do Estado no reconhecimento dos seus direitos.

Neste sentido é que os profissionais de policia que atuam ostensivamente (militares) recorrem ao judiciário para que tenham seu direito ao adicional de periculosidade reconhecido, tendo em vista a jurisprudência dos Estados da federação que já fazem jus a tal condição. No entanto o judiciário não tem reconhecido tal direito sob a alegação de que os policiais militares não fazem jus por ser o risco inerente à função exercida. Ressalta-se que o entendimento do judiciário é compreensível, pois não pode estender vantagens com reserva de lei, não possuindo função legislativa na resolução desse mérito.

O fato é que a atividade policial é una e tal diferenciação traz o sentimento desmotivação entre os profissionais que se submetem aos mesmos riscos das atividades previstas como perigosas, no entanto não tem as mesmas garantias, o

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304

que demonstra a violação ao principio da isonomia e da dignidade da pessoa humana.

A pesquisa nos mostra que os policiais formam uma categoria de agentes públicos cujo risco não se constitui em um mero acidente, mas se faz presente de forma constante, abrangendo desta forma todos os momentos e aspectos da vida desse profissional. Notou-se também que a atividade policial militar é a que demonstra os maiores índices de riscos vividos em ralação a todos os outros profissionais de segurança publica e entre as atividades que são consideradas como perigosas. Isso evidencia que no atual cenário da problematização da “in/segurança” publica as consequências da profissão acaba por invadir o social e pessoal do profissional militar, exigindo que este adquira um estilo de vida diferenciado de qualquer outro cidadão.

Neste sentido, sendo o policial militar um agente publico responsável pela segurança coletiva, insta ressaltar que também são agentes públicos sob a tutela da Constituição Federal, devendo lhe ser assegurado integridade física e mental no exercício de seu oficio.

No intuito de acabar com o sentimento de desmotivação sentido por este profissional em decorrência do tratamento diferenciado trazido pela inércia dos respectivos estados da federação em garantir o direito ao adiciona de periculosidade as suas policias militares é que se defende a necessidade da aprovação do projeto de Emenda Constitucional (PEC 58/2015) que propõe a alteração do § 9º do art. 144 da Constituição Federal, instituindo o adicional de periculosidade para todo o profissional de polícia.

Por fim é de suma importância frisar que ao cabe Estado o dever de garantir tais direitos a estes profissionais, figurando como sua obrigação o direito de regulamenta-lo de forma unificada, e que falta desta se traduz em prejuízo sofrido pelos profissionais de segurança como consequência da violação dos princípios da dignidade da pessoa humana e da isonomia.

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Tabela 3 – Atos de violência submetidos e vivenciados pelas respectivas categorias.

Referências

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