CENTRO DE C I Ê N C I A S FÍSICAS E MATEMÁTICAS CURSO DE P õ S - G R A D U A Ç S O EM F1SICO-QUÍMICA
M A G N E T I S MO DE S U P E RF Í C I E P A R A MODELOS FERROMAGNÉTICOS A N I S O TR ö PI C O S
DI S S E RT A Ç Ã O SUBMETIDA Ã U N I V E R S ID A D E FEDERAL DE SANTA C AT AR I N A PARA
, ' i , O BT ENÇSO DO G RA U DE M E S T R E EM CIÊNCIAS. J O A Q U I M N E ST OR BRAGA DE MORAES FLORI A NÓ PO LI S S A NT A C A T A RI N A - BRASIL JULHO - 1990
ANISOTRóPICOS
JOAQUIM NESTOR BRAGA DE MORAES
ESTA D IS S ER T A Ç SO FOI JULGADA ADEQUADA PARA A OBTENÇÃO DO T ITULO DE
"MESTRE.EM CIÊNCIAS'
E S P EC I A L ID A D E EM FISICO-QUIMICA E APROVADA EM SUA FORMA FINAL PELO CURSO DE PôS-GRADOAÇXO
PROB. ADEMIR NEVES, DR. COORDENADOR.
B A NC A E X AMINADORA
PROF. WtarÈR FIGUEIREDO, DR.
A l ^ C u r X T f á ^ ' .
PROF. SÍLVIO ROBERTO S Â L I N A S , DR,
A GRADECIMENTOS
Ao D ep a rt a m e nt o de F ísica da UFSC.
Ao P ro fe s so r W a g n e r F i g u ei r ed o pelo p a ci en te e minucioso t ra balho de o ri e nt aç So e pelo incentivo constante.
à M a ri l en a pelo a po io e incentivo.
Ao N o rberto Majlis pelas valiosas discussões.
RESUMO
C on s i d e r a m o s neste trabalho um modelo de H e i s e n b e r g a ni s ot ró pi co em uma rêde c úbica s e m i- i nf i n i ta dentro do f o rm al is mo das funçSes de Green na A p r o x im a ç ã o de Fases Aleatórias ÍRandom Phase A p p r o x i m a t i o n ). A n al i s a mo s as difere n te s p o s s í v e i s c o nf i g u r a ç S e s para os p a r â me t r o s de a n is o t r op i a da superfície e do volume. Por simplicidade c o ns i de r a m os em nossos cálculos que a m a gn e t i z a ç ã o do terceiro plano viá é igual à do volume. O b t i v e m o s o perfil da m a gnetização de superf íc ie e o espectro de energia das ondas de spin para d i fe r e n te s c on fi g ur a ç 3 es dos p ar â m e tr o s de anisotropia. Em particular compar am os n o ss os resultados p a ra os p ontos m u l t i c r i t i c o s , obtidos via funçSes de Green, com os o b ti do s por Mariz, C o st a e T s a l l i s ^ ^ ^ através de cálculos de G r u p o de R e n o r m a l i z a ç ã o .
ABSTRACT
In this work we c on si de r an a ni so tr op ic H e is en b er g model on a s e m i - i n f i n i t e cubic lattice within the G r een's function formalism a nd R an d o m P h as e Approximation. We analyse the different possible c o n f i g u r a t i o n s for the surface and bulk a n is ot ro p y parameters. In o ur c a l c ul a ti o n s we have assumed for simplicity that the m a g n e t i s a t i o n of the third plane equals the bulk value. For the d i f f e re n t c o n fi g u r at i o n s of the a n i so tr o py parameters we have o b t a i n e d the p r of i le of the surface m a gnetisation and the e nergy s p e c t r um for the spin-waves. In particular we have c om pared our G r ee n 's funct io ns results for the m ul t ic ri ti ca l points with the R e n o r m a l i s a t i o n G r o u p c alculations p e rf or me d by Maris, Costa and T s a l l i s ao> .
L IS T A DE ILUSTRAÇÕES P A G . F IG U R A 1 - T e m p e r a t u r a c rí t ic a reduzida (r ) em função C do p a r â m e t r o de anisotropia (£) . ... 20 F IG U RA 2 - M a g n e t i z a ç ã o (<$">) em função da t em pe ra tu ra r e d u zi d a (t ) para diferentes valores do
p a r â m e t r o de a n i s o tr o p i a ( £ ) ... 20
FIGURA 3 - Relaç ão de d i sp er sã o para as ondas de spin em função do p ar â m e t r o A(k„) para £=0.50 e
~Y~ = 0.179 ... 21 C
FIGURA 4 - Rel açã o de d i s p er sã o para as ondas de spin em função do p ar â m e t r o A(k„) para £-0.50 e
= 0.774 ... ... ... 21 C
FI GUR A 5 - Rel açã o de d isp ers ão para as ondas de spin em função do p a râ me tr o A(k„) para £=0.50 e
-j- = 0.976 ... '... 22 C
F IG U RA 6 - R e la ç ã o de d i s p e rs ã o para as ondas de spin em função do p a râ m e t r o A (k„) para £=0.30 e v ários v a l o r e s de T/T : -£-=0.213 ; — i-=0.870 ; C i 1 c c T =0.994 ... 22 T C
F IG U RA 7 - E squema das interações de interc â mb io ... . . 24
F I G U RA 8 - M a gn e t iz aç ão ( < S Z>) em função da t e mperatura
reduzida ('O p a r a <£„=0.50 ; ^ v=0.50 ;RJ=2.00 ... 48
F IG U RA 9 - M ag n et i za ç ã o (<$">) em função da temper at ur a
r eduzida (t ) p a r a ^ c=0.50 ; e v=0 . 10 ; R.J=5.00 48
F IG U RA 10 - M a gn e t iz aç ão ( < S Z>) em função da t emperatura
r eduzida (t) p a ra £^-0.30 ; *?w=0.50 ; RJ=2.00 51
F IG U RA 11 - T em pe ra tu ra c r í t i c a de superfície (t*) em
função do p a r â m e t r o RJ p a ra e^=0.50 ; £ - 0.10 51
F IG U RA 12 - T e m pe r a t ur a c r í t i c a de superfície (T *)
função do p a r â m e t r o RJ p a r a e =0.30 ; £^= 0.50 52
F IGURA 13 - T e m p er at ur a c r í t i ca de superfície relativa (t"/tv ) em f u nç ão do p a râ me t ro de anisotropia
C C
de superfície (£ ) para: £ - 0.10 ; RJ = 4.09 . . 52
S V c
F I GU RA 14 - Parâmetro de a c o p l a m e n t o de superfície (RJ) em função dos p a râ m et r o s de a nisotropia de
superfície (£ ) e de v o lu me (£ ) ... 54
F IGURA 15 - M a g n et i z a ç ã o ( < $ z>) em função da t emperatura r ed uzida (t) para £ =0.50 ; £ =0.50 ;
Si V
RJ=1.00 e d i f e r e n t e s valores do parâmetro de
inter c âm bi o e n tr e a superficie e o 2 a plano (Jj_) 59
FIGURA 16 - Energia n o r m a l i z a d a das ondas de spin , (F) em funçSo do p a r â m e t r o A(k„) p a r a £^=0.30 ;
£ v= 0 .50 ;R J = 1 ,12 t = 0.0189 ; = 0 . 0 8 3 9 ___ 61
F IGURA 17 - E n ergia n o r m a l i z a d a das ondas de spin (F) em função do p a r â m e t r o A(k„) p a r a ^ = 0 . 3 0 ;
e =0.50 ;R J = 1 .12 ; t = 0.0837 ; t v = 0.0839 .... 61
V c
F IGURA 18 - Energia n o r m a l i z a d a das ondas de spin (F) em função do p a r â m e t r o A(k„) p a r a -£^=0.30 ;
£ = 0 . 5 0 ; R J = 0 . 5 6 ; r = 0 . 0 8 3 7 ; t v = 0 . 0 8 3 9 ... 63
V C
FIGURA 19 - Energia das o n da s de spin (E^ ) em função da **• $*
te m p er a t u ra r e d u zi d a (t ) p a r a <s^=0.30 ;
* v=0.50; R J = 1 . 96 ; ít„( 0,0,0) ... . 63
FIGURA 20 - Energia das o nd a s de spin ( E+ ) em função da
*•
t e mp e ra t u r a r e du zi da (t ) p a r a £ fi=0.30 ;
SUMÁRIO PAG . A g r a d e c i m e n t o s ... iii R e s u m o ... iv A b s t r a c t ... ... ... v . Lista de F i g u r a s ... vi C AP ITULO 1 - I n t r o d u ç ã o ... 01
CAPITULO 2 - F unção de G r e e n para u m Sistema F er ro m ag né ti co de H ei s e n be r g A n i s o t r ó p i c o ... 06
CAPITULO 3 - F unção de G r e e n para um S i stema F er ro m ag né ti co de H e is en b e rg S e m i - I n f i n i t o ... 23
CAPITULO 4 - R e s u l t a d o s ... 47
CA P ITULO 5 - C o n c l u s S e s ... 66
A P Ê N D I C E . . . ... ... 70
C AP I T UL O 1
INTRODUÇXO
Nos ú lt im o s anos tem havido um grande interêsse t e ó r i c o ^
( 16 ” 21)
e experi me nt a l nos p r ob le ma s relativos ao o r d e na me nt o m ag n ético de superfícies. Do ponto de v is ta teórico, d iv ersas técnicas têm sido u t i l i z a d a s no estudo do m a g n e t is m o de superfície: Teorias de C a mp o E f e t i v o ^ ^ ? ExpansSes em Séries de Altas
/ e \ / 7 \
T em p e ra t ur a s , S i mu la ç ã o de Monte C ar io , G ru p o de R e n o r m a l i z a ç ã o ^ M ét o d o das FunçSes de G r e e n ^ ^ Do ponto de vista e x p e r im e nt a l d i v e r s a s técnicas têm sido e m p r e g a d as que p er m it em a n al is ar a m a g n et i z a ç ã o das p r i m e ir a s camadas de uma amostra magnética. Entre as técnicas mais u s a da s d e s t a c a m o s a difraçSo de e lé tr on s p o l a r i z a d o s de baixa energia, e s p e c t r o s c o p i a de captura de elétrons, r es s on â n c ia de spins eletrônicos, etc.. Uma revisSo d es t e s m ét od os pode ser e n co nt ra da nos t r a ba l h o s de
(22 ) ( 2 3 )
N.Majlis e C e l o t t a e P ierce . Uma r evisão sobre os d iv ersos tratamentos t e ór i co s com ê nfase partic u la r p a ra o modelo de Ising,
(24)
pode ser e n c o nt r a d o no trabalho de Binder , v o lume 8 d a coleção Domb e Lebowitz.
Um dos p r o b le m as mais interessantes no m a g n e t i s m o de super f íc ie s é o a pa r ec i me n t o de uma fase f e r r o m a g n é t i c a acima da t emperatura c r í t i ca de volume. Por exemplo, c o n s i d e r a n d o - s e uma rêde s e m i - i n f i n i t a de á to mo s magnéticos, é p os sí v el obter, a partir de uma d a da temperatura, uma configuração do sistema, na qual apenas os p l an os p ró xi m os à superfície estão ordenados, enquanto
c o m p o r t a m e n t o tem sido o b se rv a do em d if er en te s experi me nt os r e a l i z a d os nos últimos anos. Por exemplo, para o íon terra rara
C i g )
gadolíneo. o bs e rv ou -s e que a t e m p e ra t u r a critica desse cristal é de 293K , enquanto que o o rd e na m e n to m ag né ti co de superfície p er s i st e até uma t e mp er at ur a de 307K . Esse tipo de c o mp o rt am en to também tem sido observado em outros elementos, como por exemplo, no terbio ( T b ).
D e ve m os ressaltar que e mb or a jiá exista uma c o n s id e rá ve l q u a n t i d a d e de informaçSes sobre este tipo de ordenamento, os m e c a n i s m o s b á si co s que levam a essas transiçSes nSo sSo s u f i c i e n t e m e n t e conhecidos. Por exemplo, informaçSes acerca do tipo de o r d e n am e n t o (ferro ou a n t i f e r r o m a g n é t i c o ), m a gn itude dos d i f e r e n t e s a c op la me nt os de i n te rc âm bi o e se o m e ca ni sm o de o r d e n a m e n to é d evido a spins locali za d os ou itinerantes, não são ainda s u fi c i e n t e m e n t e conhecidos.
Por isso, a maioria dos c ál cu l os r e al iz ad os até o p r es en te n e ss a á r ea f or necem apenas i n fo r m aç õe s q u a l it at i va s sobre o c o m p o r t a m e n t o experimental. Na m a i o r i a das situaçSes consideradas, o modelo de spins localizados tem sido o mais estudado, com ênfase p a r t i c u l a r nas p r op r ie d ad e s do m odelo de Ising em siste ma s
(24)
s e mi - i n f i n i t o s . 0 estudo do m od el o de H e is e nb e r g em siste m as s e m i - i n f i n i t o s é muito interessante, pois além de podermos e st udar os a s pectos relativos ao o r d e n a m en t o de superfície, podemos também obter i n fo rm a çS es sobre o e sp ec tr o de e n e r g i a das ondas de spin. Neste caso, a análise é um p ou co mais complexa, pois d e v id o à q u e b r a d a s i m et ri a t r anslacional em três dimens3es, p od eremos agora ter ondas de spin cujas a m pl it u de s d e c r e s c e m rapidamente a p artir
da superfície. Isso nos p er mi te d i s t i n g u i r modos de excitação l ocalizados d a q u e l e s que se e s tendem por sobre todo o volume c r i s t a l i n o .
Neste t ra balho c o ns i d e ra m os um modelo de H e i se n be r g a ni s o tr ó pi co nume rede c úbica semi infinita. 0 modelo que estudamos p er m it e que, a través de uma e s colha c o nv e ni en te dos p a râ me t r o s de an i s ot r o p ia de interc â mb io na s up er fí ci e è no volume, p o ssamos d et e r m i n a r d i f e r e n t e s c o n f ig ur aç Se s p a ra os ordena m en to s da superf í ci e e do volume. A lg um as s i tu aç S es são d i sc ut i da s èm detalhe, como por exemplo, q u an do a s up er fí c i e e o volume são d e sc r i t os por m od el o s de Heisenberg, d e vido às consequências
( 25 ) teóricas r e la tivas à a pl ic aç ão do t e or e ma de M ermin e Wagner a s is temas s e m i - i n f i n i t o s .
(26) Em n o ss a análise u t i l i z a m os o m é to do das F u nçSes de Green , com o d e s a c o p l a m e n t o RPA ("Random Phase A p p r o x i m a t i o n ” )
Além disso, c o n s i d er a mo s que a m a gn e t i z a ç ã o é u n iforme dentro de cada plano e que o terceiro plano a partir da superfície se c om porta como se p e r t e n ce s se ao volume^ . Como p ar âm et r o s v ar i áveis em nosso modelo, tomamos os graus de a n is o tr o pi a da s uperfície e do v olume e as relaçSes entre os acopla me nt os de intercâmbio d a s u pe rf íc ie e do volume.
No c ap ít u lo 2 deste trabalho e s tu da m os o c om po rt am en to da m ag n et iz aç ão em função da t em pe ra tu ra p a r a um modelo de H e i s e n b e r g an i so tr óp ic o em função do p a râ me tr o de anisotropia, para u m a rêde cúbica simples sem s u pe r f íc ie s delimi t ad o ra s. Além disso, o b ti ve mo s os c o r r e s p o n de n t e s e sp ec tr os de energia. Isso se faz necessário, pois p a ra se estudar as excita ç Se s na s u pe rf íc i e d e vemos c o nh ec er o valor da m a g n et i z a ç ã o para cada t e mp er at ur a considerada. Isso é
i ntegrado ao v o lu me do sistema.
No c ap ítulo 3 , d e s e n v o l v e m o s d e t a l h a d a m e n t e todo o formalismo d as F u nçSes de Green aplicado ao estudo das e xc it aç Se s de ondas de spin no s i stema s e m i - i n f i n i t o . Em p a r ti c u l ar d er iv a mo s expressSes p a r a as m a g n e t i z a ç S e s dos dois p r i m ei r os p lanos em função da temperatura, e calcul a mo s o espectro de e n ergia dos magnons locali z ad os p r óx im o à superf í ci e cristalina. 0 f o rm al i sm o deve ser a pl i ca do com muito cuidado, s e pa ra n do -s e c o nv en ie n t e me n te as r eg i Be s abaixo e acima da t em p er a t u ra c rí ti ca de volume. As e x pr e s s õe s obtidas formam um c on junto de e qu aç Se s integrais, não lineares e a co pl ad as que deve ser r es olvido a ut oc on s i s te n te m e n te p a r a cada valor de t em p e r at u ra e dos p a râ m e t r o s d a H a m i l t o n i a n a .
No capít ul o 4, a p r e se n ta mo s os p ri m ei r os resul ta do s obtidos a p ar t ir da análise das equaçSes d er iv a da s no c a pítulo 3. M o st ra m os que através de uma escolha c o nv en i en te dos p a râ m e t ro s é possível obter uma m a g n et i z a ç ã o de superf íc ie acima de um volume p a r a m a g n é t i c o . D is cu t i mo s as s i n g u l a ri d a d es obtidas para a m a g n e t i z a ç ã o de superf í ci e na t e mp e r at ur a c rí t ic a de volume, no c on texto de teorias e fe tivas de Campo Médio e do Grupo de R e n o r m a l i z a ç ã o ^ ^ ^. T am b é m obtivemos um d i a g r a m a p ar a os a co p l am e nt o s críticos de super fí ci e em função dos graus de a ni s o t ro p ia do volume e d a superfície. S ur pr ee nd entemente, nossos resultados, b a seados no m étodo das F un ç Se s de Green, são c om p a r áv e i s à q u e l e s obtidos a través de G r up o de R e n o r m a l i z a ç ã o . M o s t ra m o s ainda que através da análise dos e sp ectros de e n ergia p a r a os modos localizados, p od emos também inferir sobre o o r de n a me nt o m a g n ét ic o de superfície. No c ap ít ul o 5, aprese n ta mo s
as p ri nc ip a i s c o n c l u s 3 e s deste trabalho e as p e r s p e ct i v a s de d e s e n v o l v i m e n t o de futuros trabalhos empregando o f o rm al i sm o das FunçSes de G r e e n . F i n a l m en t e . apresentamos no apênd ic e uma d is c us s ão sobre a a p li ca ç ão do t eorema de Mermin e W a gn er para s istemas s e m i - i n f i n i t o s .
C A PÍ TU LO 2
F U N Ç 20 DE G R E E N PARA UM SISTEMA F E R R O MA G N É TI C O DE HEISENBERG A N IS OT Rö PI CO
N este c a p í t u lo a p r e se n t a mo s o c á lc ul o da m a gn et iz aç ão de um
m é t o d o d a F u n ç ã o de Grêen.
I n i c i a l m e n t e é e s t a b e l e c i d a u ma r elação entre a m a g n et i za ç ã o e a d e s c o n t i n u i d a d e da F un çã o de Green. Em seguida, a p ar t ir da H a m i l t o n i a n a a d ot ad a e da e q ua ç ão de m o vi m e n t o da Função de Green o b t e m o s a F u n çã o de G r e e n de interesse u ti l iz a n d o a a p r o xi m aç ão das f ases aleató r i as , RPA ("Random P hase A p p r o x i m a t i o n " ). Fazemos uma c o m p a r a ç ã o e nt re os v a lo r es das t em p er a tu r a s críticas obtidas com os a p r e s e n t a d o s na literatura. D e te r mi na mo s as curvas de m a gn et i za ç ã o , a t e mp e r a t u r a c r ít i ca e a r elação de' d is pe rs ão das o ndas de s p i n p ar a d i f e r e n t e s graus de a n i s o t ro p ia cristalina.
A magnetização, d e f i n i d a como sendo a m édia t ér mi c a do o p e r a d o r de spin S z , isto é,
a b s o l u t a e a H a mi l t o n i a n a de spins do sistema, pode ser c a lc u la da a t r a v é s do uso das F u nç Se s de Green se c on si de ra rm os que o o p er a do r c r i s t a l f e r r o m a g n é t i c o i n finito p a r a o caso de spin=l/2 através do
Tr
T r
e f i í íf
(
2
-1
)V
onde / ^ ( K T) K sendo a c on st a n t e de Boltzmann, T a t em pe ra tu ra
co m o
s : = ± i s r
(2 - 2 )
L e m b r a n d o q u e : ,
( s ;)2 = ( $ D 2 + (ií)2+ (ií)*= I (síif ♦ $:.$!) + ($í>2 ,
(2-3) e q u e
[ í * ; s : ] - 2 $;
£
; s ;j; = 2 s* + s: $; ,
(2-4) p o d e m o s e s c r e v e r queS f = f $ i )
8
- ( $ I
)2
- S : $ í
e.<$r> = <(si)
2
>-<($f)
2
> - < s :s '> r
sis+i)- <(slf
)-($:& >.
(2 - 6 )
Em p a r t i c ul a r , p a r a s = 1/2 , obtemos
< $ ? > - i - < $ : Si* > .
P a r a q u e p o s s a m o s u s a r a técnica da Função de G r ee n devemos c o n s i d e r a r os o p e r a d o r e s e na repre s en t aç ão de H ei se n b er g
d e p e n d e n t e s do t e m p o e da t e mp e r a tu r a , são defin id as para os o pe r a d o r e s S * e $. na s e g ui n t e forma : Cir ct,f) = - i e l t - t ) < [ $; ■ ( « , £ ] tf)] > * - ; e ( t - t ) . - < $ í ( f i s : < t > > } = « s / c t j , $i' (t’) » r , 12 9) = i © < [ S r « ) , $ [ » ' ) ] > = S ^ a ' ) > - < £ } <-t'J £ ! « ) > } - « , (
2
-1 0
)onde 3(t) é a f u nç ão de Heaviside e as funçSes
F' (t,t" ) = <$.'(t)S. (t')> e F ' (t ,t" ) = <S. (t')S.‘ (t) > são as funçSes t J- ; i -.j. de c o r r e l a ç ã o o u as m é di as t ér mi ca s do p r od u t o dos o pe ra do re s 5^(t) e S . (t ') . O u seja,
xS^c-t)
- 2
r L
e
Si (o) e
e
J ,
(2
-1 1
)onde Z=Tr ^ e j é a f unção de partição.
L e m b r a n d o q u e o t ra ço do produto de operadores é invariante sob p e r m u t a ç ã o c í c l i c a d e ss es operadores, vemos que:
F * ( t , t o = F ~ T ( t - t ' } - + (2 - 1 2 ) e que, c o n s e q u e n t e m e n t e
Q r
( i ,
t’
) =r
(Gir (t -t')
,
(2-13)Este fato n o s p e r m i t e introdusir a t r an s fo rm a da de Fouriér t em p or al p a r a as F u n ç S e s de G r e e n e p ar a as funçSes dé correlação: r *° ° i
7P
f
i E (t-t )
CUÍE-) « —
(Q (t-t') e
d c t - O
,
2 T T I J-co • + CD (2-14) /rs , i - Í E (t “ *') ,Ij (t -t'j r
Cf) e
o
L
f
-COonde <S(t - t') p o d e r e p r e s e n t a r as FunçSes de G r ee n a v ançada e retardada. Temos a i n d a que:
+ oo
r +
,
I '
-xoJCt
-t')
I
(t-t) =
J
cuj
) 6
d to
'"CO (2-15) ' j M OO iNas e qu aç Se s acima, é a c h a m a da função densi d ad e e s p e c t ra l e pode ser e x p r e s s a como:
+ oo —p i I J— ~+ A C Ü Í t . - ^ )
J c oj) -
_L_
I
f- ct-t’)
e
d c t - t ')
' - C O (2-16) C o n s i d e r a n d o as d e fi ni ç Se s de F , F e de GCt-t'), e fazendo t'=0 , p o demos escrever:^
r+0°
r
Ç,.
(E)= _ L
[ - x©cti
2 tT+
00 iEr^ lie
d t =
~ CO Qjirm — I d-0-> cJ Cw) C s — 1 ) | ©£
—► o1
-
2
íT J
0 <50 à(e - ■ ,r ,, . •>,-i d L J. ( B -cú+ -COx (E - co
4
-
ie.)
(2-17) “■£t. +onde o fator e (£ -» 0 ) é i n troduzido para g a r a nt i r a c o n v e r g e n c i a da integral q u an do t -*■ oo . p o r t a nt o temos: - + CO J(u,> ( e ^ - l ) cico
( E - CJ + 1 d )
«L (2-18) P a r a a Função de G r e e n a v a n ç a d a t e r e m o s :(Ç (E) = J L
a
27r
r +c0iec-t]
e E t i t /_ 00 (2-19).e, por um p r o c e d i m e n t o a n ál og o ao caso a nt er i o r c h egamos a: f ■+ CO = 1 L 2TT £ o* -co
■Jto) (
e fí - i ) d(E -
cü
■- i£ )
.
OJ (2 - 2 0 )A d e s c o n t i n u i d a d e da F un çS o de Green pode ser relacionada com a f unçSo d e n s i d a d e e s pe ct r al J(<*>) p o r m e io da seguinte r e p r e s e n t a ç ã o p a r a a funçSo <5(x):
i
(2
-2 1
)£ —► O
•X + X£ Teremo£ + 00 21rJ(u,) ( e ® " i ) i i m
1
____L
1 '-00 + 00£ -*. O"1- I E - cü - i.£
E -
to + i£
- 1 J ( w ) l ) 2 t f * C> ( E - u j} cloü -00
d
cü
5-(2 - 2 2 ) e ^ - i Ê “* 0 ' (Gj (E + x£) - Cj fE - i£) (2-23)A p a r t i r das equações (2.7) , (2.15) e (2.23) tomadas para t=t', p o d e m o s d e t e r m i n a r a m a gn e t i za ç ão de e q ui l íb r i o por spin p a ra o sistema:
r +°° i____ b m Í Q ( E + í & ) " ^ ( E- a E) e (3 E _ i £ _ ^ 0+ cJe • (2-24) A d e t e r m i n a ç ã o da m a gn e t i z a ç ã o depende agora u n i c am en te do cá l cu lo das F u n ç S e s de G r e e n © (e ), o que será feito a t r a v é s de suas r es p ec ti va s e q u a ç S e s de movimento. Temos portanto:
l d- = i A __ í-i 6 Ct-t') <■ r $ ! ( * ) . 2 - < ^ > 1 y 1
d t
r
at I
*
' m
J
4 ftn :d-
<G
C M ' ) = A Ã - ,
d t * & i e ( t - t ) < [ $ ! ( « , (2-25)onde c o n s i d e r a m o s que os operad or es $^(t) e S (t') p o de m estar
l m
a ssoci ad os a d i f e r e n t e s p o n t o s da rede.
+00
L e m b r a nd o que
ô(t-t'):J
<5(t-t')dt , e qued s £ -oo
dt-— = | s + (t) ,sej é fácil verificar que
;
d-
(Ej (t
,t’)
=
i d-
da Ct,t*
)
=
i
cl
(Ç
(t ,t’)
A i .
r
,.
‘a.
rr-dt
d t
(2-26)
O b temos a s s i m a s e g u in t e equação de movimento:
 - Ç
"i*.*’» = &
<■*-*"> <
[ S r “’*
+ « [ s r w ^ l
•
d t
(2-27)
E« $ :; $1», = ^ < [>*«■>, s ; (o] > t « [Sj:
$
J . $i >>B •
(2-2 8) *
N e st e t r a b a l h o c o n s i d e r a r e m o s a seguinte Hamiltoniana, numa rêde c ú b i c a simples, p a r a v al o re s de spin s=l/2:
o n d e a s o ma é c o n s i d e r a d a p a r a todos, os pares de spins vizinhos mais p r ó x i m o s l o ca li z ad os nos pontos t e j da rêde, J
*7
"7
é oi j
p a r â m e t r o de troca, h é a e n e r g i a a ss oc ia da ao campo magnético e x t e r n o e £ é um p a r â m e t r o q u e permite controlar a anisot r op ia de n o s s o modêlo. Em p ar ti cu l ar , se £=0.5 obtemos o modelo de H e i s en be rg , e se £->-0, o b t e m o s o m o delo de Ising.
D e v e - s e r e s s a l t a r q u e o v al or fi=0, que em nosso caso r e p r e s e n t a r i a u m m od e l o de Ising puro, deverá ser evitado uma vez q ue o c á l c u l o d a m a g n e t i z a ç ã o > via Função de Green, se b a s ei a na d e t e r m i n a ç ã o das funçSes de c o rr e la çã o < $ + (t),$ (t') > e < $ ( t ) , $ + (t') > , e q u e £=0 elimina de nossa H a mi l t on ia na j u s t a m e n te os o p er a d o r e s S + e S ; p or essa razão, em nossos c á l c u l o s subsequentes, t o m a r e m o s o valor de £=0.01 como sendo o l i mite p a r a o m od el o de Ising.
E x p r i m i n d o a H a m i l t o n i a n a em termos dos operadores e $ t e r e m o s :
I n tr o du z i n do e s t a H a mi l t o ni a n a na equação (2.28) e e f e t u a n d o - s e um d e s a c o p l a m e n t o através da aproximação RPA ("Random P h a s e A p p r o x i m a t i o n ” ) obtemos:
[
e
-
Ç
C
u
-
o
<
s
Ç > - k ] «
= j r
< S ! > L . - Ç Jrr £ <s;> «
K
; S l » e
JL l im i (2-31)
A e x i s t ê n c i a de s i m e t r i a translacional no cristal infinito p e r m i t e i nt ro du z i r a t r a n s f o r m a d a de Fourier para a Função de G r e e n
( G <E>) na f o r m a :
t
i
K.( £-/vw )
/
(2-32)
o nd e N é o n ú m e r o de c é l u l a s u n it árias do cristal e os v etores K são os v e tores de o n d a d a 1- zona de Brillouin. Devido à s im etria t r a n s l a c i o n a l ,< S z >=< $ z > , independentemente do ponto da r ê d e .
l
C o n s id e r a nd o que a f u n ç ã o <5 pode ser expressa na forma: l m liT.íA p o d er e m o s e s c r ev e r a F u n ç ã o de Green <B^(E)como: K
(R . ( £ ) - < í a>
1
(2-33)"
TI'
E - Erí
(2-34)onde
E - =
e
<T < ï 2 > [ L - d - £ (T-] + k
(2-35) e y = — y ± z L 1 ti"7* 1?> K e 1- v ' é o f at o r de e s tr u t u r a da rêde, sendo z on ú m e r o de v i z i n h o s mais p r ó x i m o s de u m dado spin. A e q uaçSo (2.35) dá os poios da F un ç So de Green, que sSo identificados com as
(12 26) e ne r gi as de e x c i t a ç S o das ondas de spin do sistema ’
I n t r od u zi n d o -s e a e x p r e s s ã o de <B (e ) na equação (2.32), e k
-y
fa z e n do - s e rn-i t e remos a Função de G r e e n que necessitamos:
N TT
K
/
(2-36)
e q u e permite, portanto, a o bt ençSo de uma expressSo para a m a g n e t i z a ç ã o < $ z > p or m e i o da e q uação (2.24): + oo
2
- CO _ d £ _ j b me se- l
E
< s *>
i H V K E " F i? + i £ E - eK ' Í£. (2-37) ou seja , < £ * > = i / 2 i + 2 4> (2-38) onde d e fi ni mo s que -L * 7 (2-39)C o l o c a n d o - s e h=0, na e qu aç ã o (2.35), p odemos d et er mi na r a m a g n e t i z a ç ã o e s p o n t â n e a como função da temperatura.
A d e t e r m i n a ç ã o de < $ z> em função d a t e mp e r a tu r a pode ser r e a l i za d a a t ra v é s do c ál c ul o autoco n si st en te das equaçSes (2.38) e (2.35) . A soma sobre os v e tores de onda k foi e f et ua da usando-se o M E T O D O D O S P O N T O S E S P E C I A I S (1 4 1 2 7 ) .
A e x p r e s s ã o da t e m p e r a t u r a c r itica de v ol u m e em função do p a r â m e t r o s é o b t id a impondo-se a condi ç ão de que p a r a h=0 ,
< $ z>— > 0 q u a n d o T — > T c . P o de mo s e s c r e v e r que:
(2-40)
<7
L e m b r a n d o que, q u a nd o < S ^>— > 0 , E-» — > 0, p o demos expandir
ftEtt c o t g h ^ —
2
~J e
't o m a r ° P r i m e i ro termo da expansão: L + 2 § iz _ L _ ^ N K V ^ . E íT > ^ K p T c_______ I _ y ( [ - t - t i f fZ J
<sz>
NI
V
Portanto, obtemos p a r a s = 1/2 := J L
1
____________
(2-41) -L Y ( L )’ Kj ' * N k (2-42)TT rn f B ‘c
onde T = --- =— e a temoer a tu ra critica reduzida. n z J
P a ra o uso do método dos pontos espec ia is devemos fazer a a p r o x i m a ç ã o :
•n
onde os k são os pontos e s p e c i a i s .d e te r m i n a d o s através das p r op r i e d a d e s de simetria da rede, p e rt e nc e n t es à p r imeira zona de
—>
B ri l lnuin e o são os ossos associados aos oon.tos . k .
Para uma. rede cúbica siitmies os D o n t o s k oodem ssr escritos na forma k = i'x,y,z) onde x . y ,z são os 16 D r i m e i r o s
n úm e r os impares positivos, compondo assim um conjunto de 816 v et o re s irredu t ív ei s dentro da p r im ei ra zona de Brillouin.
Temos 16 vetores do tipo (a.a,a) . com peso Civr4^gg" ’ ^40 do A
tipo ( a . a , b ) com peso ^ ^ g q g e 560 do tipo ( a , b , c ) com peso
6
a.
\ 4096
No q uadro abaixo aprese n ta mo s os v a lores obtidos a t r a v é s do m ét o do das F u nç Se s de Green e por outros m é to d o s para a temperatura c r í t ic a ( K T /zJ ) do modelo de H ei s e n be r g ( 3f : - 2J ^ S S. )
B C Zj . ^ J
< v j>
A p r o x v m a ç a o d © C a m p o M e d i o E x p a n s ã o e m S e r i e s d e A l t a s T e m p e r a t u r a s < A ) Q r u p o d e R e n o r m a l v z c u j ã o - M i g d a l K a d a n o f f < B > F u n a o d e G r e e n < C > H e t s e n b e r g 0 . 5 0.28 0 . 26 0.33 1s t n g 1.0 0.75 ■ 0 . 75 0.99 e = 0.01 (A) <B> <C>
M . F ^ y k e s , D . S . G aunt and M.Glen. J.Phys. A 9 , 97 (1976') F.Lie, H.H. Chen and H.C. Tseng , Phys.Rev. B 38 , 508 <"1988) R e su lt a do s obtidos neste trabalho
Na f i gura 1 apresentamos o g rá fi co da m a gn e ti za çã o espontânea em f u nção da t em p e r at u r a para d i ve r so s valores do parâmetro de
*
a n i s o t r o p i a £ . A temperatura crítica d e cresce monoto ni ca me nt e d e s d e s — *■ 0 ('modélo de Ising) at.é = 0.5 (modêlo de H e i s e n b e r g ) . O bs er ve que os valores de T c são quatro vezes menores que aqueles aprese nt ad os na tabela 1 . devido à. forma como e s c r ev e m o s a n o s s a H a mi lt on ia n a de p artida . Na figura 2 , exibimos o c o m p o r t a m e n t o da magnet iz aç ão espontânea , como uma função da t e m p e r a t u ra p ar a d i fe re nt es valores do p a râ metro de anisotropia c ,
A curva A foi d e te r mi n a d a também u t il iz a nd o o método das Funções de Green . p or ém evitamos tomar explic i ta me nt e = 0 em nossos c ál c u lo s , pois as equaçSes de m ov im en to para as FunçSes de Green não e s ta ri a m d e fi n id a s . Devido a isso tomamos explicitamente o v al o r £ = 0.01 como sendo o limite para o loodêlo de Ising .
Nas figuras 3.4 e 5 repres e nt am os a relação de dispersão das o n da s d e.spin para o modêlo de H e i se nb er g (' s = 0.5 ). Esse gráfico é u ma r ep re s en t aç ã o da equação (2.35') para h = 0 . Note que a abcissa e escrita em função de A(k„) = 1 - cos aK^ + cos a K j , por isso os dois limites corres po nd em aos v alores de k =0 e k = ±- n . Esse
tipo de r e p r es en t aç ão é conveniente p a ra se comparar p o st er io r me nt e as e xc i ta çS es de ondas de spin no volume com aquelas dos modos de superfície. Podemos verificar que à m ed i da que nos aproximamos da t em p e r at u r a crítica, as energias de e xc it a çã o vão progre s si va me nt e diminuindo. Isto é de certa forma esperado, pois as energias de e x ci ta çã o são p ro po rc io na i s à m a gn e ti z aç ã o d entro da a proximação de fases aleatórias que estamos considerando. Finalm e nt e na figura 6 é exibido o compor ta m en to da relação de d i sp e r s ã o para o modêlo de H e i s e n b e r g a nisotrópico ( s = 0.3 ) para três valores d i fe re nt es da temperatura. 0 comportamento observado é semelhante ao caso do m odêlo de Heisenberg. Nos próximos capítulos esses resultados serão u t i l iz a do s para d es cr ev er o c om po r t a me n to da m agnetização de s u pe rf íc ie bem como as respectivas relaçSes de dispersão dos modos de superfície.
FIGURA 1 - Temperatura critica reduzida (t ) em funçSo do K oT
parâmetro de anisotropia (c) . Tc~ z~J~
FIGORA 2 - Magnetização ( < S 2>) em funç2o da temperatura reduzida (T ) para diferentes valores do parâmetro de
K T . anisotropia (c) , t=— 2_—
z J
# CDRVAS: A - *=0.01 (Ising) ; B - £=0.30 ; C - £=0.50
T
T.
.Na figura, ^=0.50 (Heisenberg) = 0.179 .
A
(S.)
FIGURA 4 - RelaçSo de dispersão para as ondas de spin em funçïo
do parâmetro A(»c„) = [1 -
.Na figura, c=0.50 (Heisenberg)
2~ ( cos °X-x+ cos >KZ)] 0.774 .
FIGURA 5 - RelaçSo de dispersSo para as ondas de spin em funçSo do parâmetro A(k,.)= [1 -
.Na figura, c=0.50 (Heisenberg)
■j-( cos ttKx+ cos
= 0.976 .
FIGÜRA 6 - RelaçSo de dispersSo para as ondas de spin em funçSo
do parâmetro A(ie„)= [1 - — ( cos °Kx+ cos a^z)3
.Na figura, *=0.30 (Heisenberg anisotròpico) ,
K T
t =— V -=0.169. c z J RegiXoA f
-£-=0.213]
, RegiSoB f
0.8701
e ^ c c RegiSo C [ -y-0.994 JF ÜN Ç S O DE G RE EN PARA ÜM SISTEMA_ FERROMAGNÉTICO DE H E I S E N B E R G S E MI -I NF IN IT O
Neste c a p í t u l o são a p r e s e nt a d o s os cálculos que p e r m i t e m a d e te r m in aç ão da m a g n e t i z a ç ã o do primeiro plano (superfície) e do segundo plano de u m c r i s t a l ferromagnético serai-infinito, tendo sido c o ns i d er ad o que a p a r t i r do terceiro p l an o do c r i s t a l a m a g ne ti za çã o é a m e s m a q u e a do cristal i n fi n it o c a l c u l a d a anteriormente. Os c á l c u l o s foram feitos para o caso de spin = 1/2 através do m é t od o da F u n ç ã o de Green com d e sa co p la m en t o RPA .
Em função de que p a r a determinados valores dos p a r â m e t r o s empregados se o bt e m m a g n e t i z a ç ã o diferente de zero para o p r i m e i r o e para o s eg un do plano, m esmo para tempe ra tu ra s a c i m a da te m pe ra tu ra c r í t ic a de v o l u m e ( t > t v ) , os c á lc u lo s feitos f ò ra m
C
específicos p a r a c ad a r e g i ã o de temperaturas: p a ra t < t v q u a n d o se C
co n si de ra que a p a r t i r do t e r c ei r o plano a m a g n et i za ç ã o é igual á de um volume infinito e p a r a r > t v quando se c o n s i d e r a , já. no
C
início dos cálcu lo s , q u e a m ag ne ti za ç ão do v olume é nula. F oram t ambém obtidas as r el aç S e s de dispersão das ondas de s pi n p a r a cada uma das regiSes de temperatura.
Nosso s i st em a s e m i - i n f i n i t o s e r á representado p o r um c o n j u n t o de planos, o p r i m ei r o dos quais, a superfície, será l o ca l i z ad o pelo p ar â me tr o ^=0 (fig. 7.1) . 0 segündo plano c o r r e s p o n d e r á a £=1 e. a p artir do t e r c ei r o p l a n o ( ■£=2 ) inclusive, c o n s i d e r a r e m o s as interações e n tr e os spins do cristal como sendo i d ên ticas às de
u m v olume infinito.
A H a m i l t o n i a n a que u t i l i z a r e m o s agora é a m es ma que usamos p a ra o c r is t al infinito: sendo que a g or a o p a râ m e t r o de t ro c a J' e o p ar âm e tr o , q u e dá. o g r au de a n i s o t r o p i a no m o d e l o , t erão r e sp ec ti v a m en t e as seguintes formas: n o p r i m e i r o p l an o (■£ = 0) t om aremos J„ e £„ ; e nt re a s u pe rf ic ie (■£ = 0) e o s e gu n do plano (-£ = 1) , u s aremos J e £ j_ > a p a r t ir do t e r c ei r o p l an o (■£ = 2) , u s aremos J e ^ .
A n a l o g a m e n t e ao p r o c e d i m e n t o a d otado no caso do c r istal infinito, s u b s t i t u i n d o a Hamiltoniana, e x pr e ss a em termos dos o pe r ad or es $ + e $ , na e qu a çã o de m o v im e n t o da t r a n sf o r m a d a de
l m
F ou r ie r da F un çS o de Green, e e f et ua nd o o d e sa c o p la m e n to R.P.A. ob temos a s e gu i nt e expressão:
[ C - ( 1 - £ ■ ) Ç J r r < o - k ] « s : , $ 1 » , =
=-£- <si>
ff
i
i
!■ rwi^
- £■ E x . <$!>«$: . $■_ »
^r*
x
ü
£
r
>
^ ' i
A (3-2) L e va nd o -s e em c o nt a a s i m e t r ia t r a n s l ac i o n al d entro de cada p l an o do cristal, i n t r o du z i r em o s a t r a n s f o r m a d a de F ou ri er da (12 14) Função de Green na s eg u in te forma J :íiu - ^//)
<Çr»
=
- i - H ^
Ci<„ ,E) e
1 Nc, r* l£frA / (3-3)
* K ii v
4 ^
onde é o n úm er o de p on t o s da rêde n a superfície; i„ e m„ são as
jk.
c o m p o ne nt es dos v et or es í e ™ paralelas aos planos do cristal, enquanto i e ™ são as c o m p o n e nt e s p er p e n di c u l ar e s aos planos e, consequentemente, l o ca li z a m os planos do cristal. Os vetores são os v etores de o nd a a s s o ci a do s à p r i m e i r a zona de B ri ll o ui n da rède quadrada.
U s ando a i nd a a r e p r e s e n t a ç ã o p a ra a f unção <5 "7"^ d ad a por: l m ^ i y~’ ) r (3-4)
í
Ns
^
itm j
e c o ns i de r a n do a in d a que a m a gn e t i z a ç ã o s ej a h o mo gê ne a ao longo de c a da plano: /< s;> = <$*> ,
1 ■c3-6)
p o de re mo s r e es cr e ve r a e q u a ç ã o (3.2) p a r a c ad a k„ como:e q u a ç S e s o b t i d o a t r a v é s d a a p l i c a ç S o d a e q u a ç ã o (3 .6 ) a c a d a p l a n o d o c r i s t a l , a p a r t i r d a s u p e r f í c i e (>-=0 ). T e r e m o s p o r t a n t o :
1=0 (e +[£v/T„H Xjjj -z(i.-£„)
J*]<$o>.-+ £ J . J 1 < $ 0 > S o w ; (3 - 7 ) T T ^ 0TO+ { c - a - £ j J J. < $ oi,>+feJ'zírjj-ii- z C i - £ ) J ] x « < £ * > - ( i - t í j < $ ’ > - k } ^ < g > <3 - 8 , '=2 £ j < $ f > < £ + ( c - U - £ ) T < $ f > + f c j z ï - f - ( H + i ) U - £ ) ] * ^ 'ir* l i ' ft// * < s * > - k R ™ - e - T < $ : > § 3 m = < § £ > . S 2 < m , ( 3 - 9 , & 3 £ j < $ 2 > ® + { E + [ e J z ï-- - ( H + 2 ) ( t - £ - ) J D < S j > -^{Z-L)<w\ Km- k } < l + e J < $ * ><2 n
= _ < £ f > S,
(3-io)
iYn *■ '(í+i)^ J? <yy\ )
o n de c o ns id er am os que a p a r t i r do terce i ro plano (L=2) a m a g n e t i z a ç ã o será. a m e s m a p a r a todos os pontos da rêdé sendo seu
p a r a o v olume infinito. Nas e qu aç õe s anteriores z r e p r e s e n t a o n ú m e r o de v i zi n ho s mais p r óx i mo s de u m dado spin, e ?•'-» é o fator de e s tr ut ur a r ef er en te aos p l a n o s c r is ta li no s dado p or :
0 a c o p l am e nt o e ntre as e q u a ç õ es (3-7) a (3-10) não p e r m i t e que o c ál cu lo da m a g n e t i z a ç ã o da s up er fí ci e ou do s e gu nd o p l a n o seja feito da m e sm a forma q u e foi r e a l i z a d o p a ra o v ol u m e infinito, uma vez que agora não é p o s s í ve l e x p r i m i r as Funções de G r e e n de cada plano na forma de u m a função d e l t a . Utiliz an do a e q u a ç ã o (2-23) q u e dá a função d e n s i da d e e s pe c t r a l em função do salto d a F un ç ão de G r e e n ao c ruzar o eixo real, temos:
v a l o r , < S2> «aquele o bt i do no c á lc u l o que reali za mo s a n t e r i o r m e n t e
(3-11)
C o n s i d e r a r e m o s ainda a segui n te identidade
íl~ r __
±
< ^
0
+
£ - LO 1. is.
( r -o J )
(3-12)
/ O O \
.onde P indica a parte p r in c i pa l de Cauchy
Usando esta identidade nas equações (2-18) e (2-20) que r e l a ci o na m as Funções de G r e e n r e t ardada e a v a n ç ad a c o m a função
d en s i d a d e e s p e c t r a l obtemos: tr fi rm • + c o (i uJ ( G L ç r j = J _ _ I j ícu, ( e - - i ) 2 Tf" -CO 1 ____
ET —
co
<jcJ = 1 2 tt^ 4-C» -<50 _ /■ /3cJ \ c J f o J ) ( 6 -L
) cJ.cü _(E -OJ)
(3-13) + 00íPf Jfuafe'3-!) do; + i . J i E,(efl-±)
J m ( e - u > ) ' 2. (3-14)
Temos e n t S o que:
<Rl (e>- qtce) = - i j c í ) ( e -t) =
2
i l » (E|(ff
1
jL rm
JL rm
A f unçSo d e n s id a de e s p e c t r a l pode e n tã o ser e s cr it a como:
p J ( E ) = _ 2 f c m I'»"
£ - 0 * ( g ^3 E- _ L ) (3-16)
U t i l i za n do esta e x p re s s ã o de J (e) na e q uaçSo (2-15) com t = t ' ,
l evand o- se em conta a s i m e t r i a de t r an sl a çS o b id im e n s io n al do c r istal e c o n s i d er a nd o - s e m=l, teremos a função de correl a çã o e s c r i t a c o m o : < $ - ■ & > = OT» fi 2 h m £--* 0 + -too r ___ ■—«
f
T
ÍJu $3 <5
(K«(E+i
£) oÍE — CO( e /3E - O
(3-17)Su b s ti t u i nd o esta e x p r e s s ã o d a f u nç ão de correlação na equação C2-7) e escrev e nd o
-J- E ^JLCie','E+i£l = ffir)
^ ti5,E+i’e) '
N S K// / (3-18)
onde e stamos c o n s i d e r a n d o q u e o c r i s t a l está sendo r ep r es e nt a d o por u ma rêde c ú b i c a simples c o m p a r â m e t r o de r^de o- , o b te mo s a seguinte r el a çã o entre a t r a n s f o r m a d a de F ou ri er da F unção de Green e a magnetização:
4 00
< $ Z> =
_L + 2
k m [ d E ( - à j f f I m
ol!
K,
y4 2
£-0+/
i z i r / I (J E
_
(3_19)
- C O
onde n o v a m e n t e c o n s i d e r a m o s que a m a g n e t i z a ç ã o é h o m og ê n e a dentro de cada plano.
Pa r a se obter uma e x p r e s s ã o para a t ra nsformada de F o u r i er da Função de G r e e n , , em função dos p ar âm et ro s a ss oc ia d os ao c r i s t a l ,d ev em o s r e so l ve r o s i st em a de e q uaçSes (3-7) a (3-10). Esse sistema de e qu açSes pode ser r e p r es e n t a d o por um p r o d u t o de matrizes na forma:
[ a r ] . =
£
ji(YT\ , ^ ^ 0 )' <Yr\
Desta forma, p o d e m o s e s c r e v e r a m a g n et i za çã o em c a da p l an o t do c r is ta l como:
<s;>
= onde l / z (3-22) ,+coÓ. c —
-^óyyx
c
LB f
\
£-o+ ir
J
[sLir]
- C Or
X
rxn
C
CK/-/y E-frjg-O cl
Ku
( e/2E
-
1
)
(3-23) A d e t e r m i n a ç ã o da m a g n e t i z a ç ã o depende a gora de se e nc on t ra r uma e xp ressão p a ra o q u e pode ser feito se l em br ar mo s que:-Q-/ - C í *
l JUL - — —D o
(3-24)
onde C,, é o c o f ã t o r de O,, e D é o d e t e r m in a n t e da m a t ri z O
li li o
Para d e t e r m i n a r os ^ * v am os e sc rever a matriz O co n ve n i ê nc i a será. e x p r e s s a n a forma: qu e por
Í1--2
*
O
o
O
lo
O2
,-fc +
-
0-^2
o
O
O
2
t +
2.2.O
O
O
zt
©<
O
O
O
2
-t
(3-25)a (3-10) p o d e m o s e s c r e v e r que:
- z ( í - £ - ) X ] < £ 0
z > f t E j K s * ?
-- [ £ . J Z ^ -- C Z + -- 2 ) ( L -- £ ) j ] < $ 2Z > > <3 - 2 6 ) = — ( í - £ . j j J j . “Cí,, y •+ f £ - J z - z ( ± - £ ) ü " J y — '- ( z * i ) ( i - £ ) J . ] < r s “ >
,
'3- 27>
« * „ - - ( l - £ ) J < S ? > + C i - £ ) T < $ Í >
;
í3-28)
- ^ o t = £ J-JL <
;
£ X J
1
< S * >
,o< =
£
j
< $ ; > ,
2 t = { e + U T h ÍC. - C h + 2 ) ( 1 - £ ) J ] < $ * > - k } • <3 -r\i/ z (3-29) (3-30) (3-31) (3-32) 33) U ti l iz an do o d e s e n v o l v i m e n t o de L&place p a r a r e p r e s e n t a r o d et e r mi n an te da m a tr i z & teremos:x>0-
(
2
t +o.
00
)
3)1
_
,
Í>1. ( 2 t + ' X t ú D z - ^ £ 2 i z 7)3
, ( 3 - 3 5 >Do = (
2 ir
+- °<
2
.
2
.) X) __
2 T>
2 V * J 3 ^ (3-36)
1) = 2 t £ )
~ CX2- D
para N>3 , (3-37)N N + i N + C2.
sendo q u e D^, r e p r e s e n t a o d e te r m i na n te da m at r i z O, de onde foram retiradas as p r im e i r as n linhas e colunas.
C o n s i d e r a n d o que C_ =B, teremos para o ”1 a seguinte
o ú i ao e x p r e s s ã o :
C l ~ l
_ T
_
i
(3-38) oo — --- — --- •-i
tD
o " t v U t i li z an d o a e q u a ç ão (3-34) teremos:D - ~ l -
oo =i
(3-39) 2 "t" ■+• o _ - P . 0 ^ o ) * R e p e ti nd o s u c e s s i v a m e n t e o p r oc e ss o de s u b s t it u i ç ão dos D através das equaçQes (3-34) a (3-37), c h e g a r em o s a:- i
oo —
2 t -f jn.12
P a r a N ^ 3 vemos p e la equaçSo (3-37) que:
C o ns e qu e nt e m e nt e , à m edida que N cresce, a fração tem sua f o r m a r e p e t i d a indefinidamente:
2 t
V
N + K V n + k + 1 D e f i n i n d o o p a r âm e tr o ? ( 0 como: Dh ^N+l X >nj __ _______________ _______________________ (3-42)^M+L
2-t _ ______ ___________
2 t c x 2 3-43) p o d e r e m o s e s c r e v e r O * oo n a forma:X I "
- í
1
_________________
1
____________________________ (3-44)'oo
—2. "t •+ 0<00_ _____ Xlo^ Jflio_______
2 t + CX^ii __ ^ - ^ £ Z 2 t H. ^P r o c e d e n d o de forma a n ál og a obtemos a s eg ui nt e e x pr es sã o para O ' 1 : ii X I " 1 ■*-il -
i
.(3-45) 2-fc + 0 < 00 2 t + 0 ^ 2 2 . - Y — 1 — ± P od e m o s r e e s c r e v e r e na s e guinte f o rm a geral:_ Q _i -
N t (
V
m ~ — 4 — — (3-46)D Cf)
ondeN
0
( f U ? [
(3-47)f
)
-
+ (°<2+
f
^
^
(3-48)I>0?) = a 0 + a j + a z f + a 3 f
+
+ a 5 f
, (3-49)o n de os c o e f i c i e n t e s ai sâo dados por:
(3-50)