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A MEDIAÇÃO DO ENSINO DE GEOGRAFIA UTILIZANDO DIFRENTES LINGUAGENS

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Academic year: 2021

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JESUS, Uerlei de Universidade Federal de Goiás-Regional Jataí uerlley@hotmail.com AGUIAR, Rosilene Carvalho de Paiva Universidade Federal de Goiás-Regional Jataí rosilenecpa@hotmail.com

A MEDIAÇÃO DO ENSINO DE GEOGRAFIA UTILIZANDO DIFRENTES LINGUAGENS

RESUMO

O presente artigo tem como finalidade apresentar diferentes linguagens como recurso didático no processo de ensino-aprendizagem em geografia. Discute a importância do recurso didático, bem como a melhor forma de seu uso na sala de aula, se atentar para o uso banal de linguagens no ensino de geografia e propõe uma reflexão acerca do uso de diferentes linguagens no ensino de geografia. Desta forma, elegemos dentre as diversas formas de linguagens existentes como recurso didático para discussão na prática docente, pensando nisso, o presente trabalho analisa diferentes bibliografias que trata do tema do uso de linguagens no ensino de geografia. O objetivo é revelar a importância das linguagens no ensino de geografia como facilitador na mediação em sala de aula no processo de ensino-aprendizagem. Os resultados demonstram que é possível usar diferentes linguagens no ensino de geografia, e para isso, é preciso associar cada linguagem com a realidade de cada turma para alcançar resultados positivos.

Palavras-chave: Educação, Ensino-aprendizagem, Recurso didático.

INTRODUÇÃO

As linguagens no ensino de geografia são utilizadas há tempos, mas, atualmente com a revolução técnico-científica passa a ter mais possibilidade no seu uso, devido à disseminação de aparelhos eletrônicos digitais e transmissões via satélite. Segundo Santos (2008), os progressos técnicos que, por intermédio dos satélites, permitem a fotografia do

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planeta, permitem-nos uma visão empírica da totalidade dos objetos instalados na face da terra. Essa tecnologia pode proporcionar condições para usar diferentes tipos de linguagens no ensino de geografia.

O ensino de geografia com o uso de linguagens vem para facilitar a compreensão dos conteúdos, sobretudo para chamar a atenção dos (as) alunos (as) e buscar uma melhor forma de envolvimento e de compreensão por parte deles. A esse respeito Dias (2012, p. 11) ressalva que, “Ensinar geografia utilizando múltiplas linguagens como recurso metodológico é uma estratégia para que as aulas se tornem mais interessantes e, assim, despertem a atenção dos alunos”. A inserção de novas tecnologias amplia a maneira de usar diferentes linguagens, sendo assim, o professor pode conseguir adaptar a linguagem utilizada com a realidade do (a) aluno (a).

Dessa maneira, para utilizar de forma qualitativa os diferentes tipos de linguagens, sejam eles cartuns, imagens, dramatizações, TV/filmes, músicas entre outros, é preciso adequá-los a realidade de cada turma, para que possa ser útil no processo de ensino-aprendizagem. Neste sentido, Pontuschka, Paganelli e Cacete (2009, p. 216) afirma: “Esses recursos, se adequadamente utilizados, permitem melhor aproveitamento, [...], maior participação e interação aluno-aluno e professor-aluno”. Para que seja profícuo o uso de diferentes linguagens, é preciso que haja relação entre os conteúdos e as linguagens utilizadas no ensino de geografia, não basta usar este recurso apenas para preencher horário vago.

A pesquisa foi desenvolvida a partir de leituras bibliografias que abordasse o tema de linguagens no ensino de geografia, com o objetivo de obter informações sobre a prática docente em sala de aula.

A disciplina de geografia possui um grande potencial para a inserção de diferentes linguagens no processo de ensino-aprendizagem, o seu uso pode ser bem aproveitado nos conteúdos que tratam de geologia, climatologia, globalização e etc.. Para isso, o (a)

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educador (a) precisa conhecer diferentes tipos de linguagens para adaptar a realidade de cada turma. Neste sentido, pretendemos contribuir para o trabalho docente proporcionar condições para que o estudante tome consciência do estudo escolar e possa compreender o conhecimento geográfico com o auxílio de diferentes linguagens.

A EDUCAÇÃO E A PRÁTICA DO ENSINO

A educação de qualidade que no Brasil infelizmente sempre foi um privilégio de poucos, o sistema educacional brasileiro não dá condições para as pessoas: crianças, adultos e idosos, terem compreensão dos direitos a eles estabelecido. A educação deve proporcionar condições para que as pessoas tenham consciência de seus direitos e deveres como cidadão, para que possa entender e atuar frente à estrutura social na qual está inserido. Mas, para isso, de acordo com Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 133), “a educação deve ser entendida como fator da realização da cidadania, como padrões de qualidade da oferta e do produto, na luta contra a superação das desigualdades sociais e da exclusão social”. Portanto, a educação tem um papel muito importante na construção social do cidadão, neste caminho o papel do profissional da educação é de extrema importância social.

No caminho de uma educação de qualidade é importante o (a) educador (a) ter consciência da precariedade da educação no Brasil, entender a importância do seu trabalho, e com isso, buscar na prática do ensino minimizar esse descaso. A utilização de linguagens no ensino de geografia deve ser usada para aumente à qualidade, e a compreensão dos conteúdos estudados.

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As linguagens constituem recursos didáticos que necessitam ser utilizados no mundo atual, seja na instituição escolar, seja em outros caminhos ou lugares, porque, por meio delas, os horizontes do conhecimento se abrem para jovens, professores e cidadãos que já passaram pela escola em tempos anteriores.

Nessa perspectiva, os saberes devem ser integrados com os diferentes tipos de linguagens para que os horizontes do conhecimento se abram, para a compreensão dos diferentes grupos e faixa etária de estudantes.

Em um país onde a educação é um privilegio de poucos, professores e professoras têm que buscar diferentes formas para atrair os estudantes para tomada de consciência através do estudo, sobretudo pelo fato que vivemos em uma sociedade de classes e a classe dominante pouco se interessa por uma educação libertária e progressista, os conteúdos são ensinados para os alunos de forma “bancária” 1, onde pouco se reflete o que está aprendo.

As linguagens como recurso didático no processo de ensino-aprendizagem vêm para facilitar a compreensão dos conteúdos, sobretudo pela pelo fato da precariedade que se encontra as escolas públicas. Numa sociedade de classes, a classe dominante não quer que os proletariados e seus filhos tenham acesso à leitura2.

No processo de ensino-aprendizagem a escola deve proporcionar condições para que o (a) educador (a) tenha condições de trabalhar com várias linguagens no ensino de geografia, que seja um local onde professores e estudantes tenham a liberdade de ensinar e aprender de forma satisfatória.

A MEDIAÇÃO DO CONHECIMENTO NO ENSINO DE GEOGRAFIA

UTILIZANDO DIFRENTES LINGUAGENS

1 Sobre educação bancária, ver Pedagogia do Oprimido. Paulo Freire (2012).

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O ensino de geografia pode fazer uso de diferentes tipos de linguagens na prática do ensino, esses recursos didáticos podem alcançar diferentes públicos, conforme a intensão pedagógica que se queiram atingir. Dessa forma, Silva (2010, p.163) afirma que os diferentes tipos de linguagens proporcionam “o exercício da imaginação permitem fazer a mediação dos conteúdos escolares específicos de acordo com os objetivos educacionais que se queiram alcançar”. Portanto, para cada conteúdo é possível adaptar algum tipo de linguagem, para que possa ser usada na sala de aula no processo de ensino-aprendizagem. Ainda a referida autora ressalva o uso de quadrinhos e charges. “Nas tirar de quadrinho e charges é possível estudar conteúdos da geografia escolar, como, por exemplo, categorias geográficas” (2010, p. 166).

Outra linguagem é a fotografia, o uso dela possibilita outra forma de mediação entre alunos (as) e professores, se utilizada como recurso didático pode vim a facilitar o entendimento do conteúdo por parte dos (as) alunos (as). Portanto, conforme ressalva Mussoi (2008, p. 08):

Utilizada como recurso didático no ensino de geografia, a fotografia desenvolve no aluno sua percepção visual sobre o espaço retratado. Ela não substitui textos ou outras fontes de informações geográficas, mas se agrega a estes recursos cabendo ao professor ao fazer uso de diferentes linguagens, opção de incluir a fotografia como mais uma possibilidade para tornar as aulas mais dinâmicas e prazerosas.

Se trabalhado no ensino de geografia a fotografia de uma rocha metamórfica, o estudante tem a possibilidade de ver as diferentes cores que a rocha possui, tendo assim, uma melhor forma para abstrair o conhecimento sobre a referida rocha.

Como a imagem faz parte do dia a dia das pessoas, seu uso no ensino de geografia é de grande importância, cabe ao professor e a professora aproveitar esse material como recurso didático para chamar a atenção do (a) aluno (a). Rego (2007) fala sobre a

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importância da imagem em que ela expressa a existência do acontecimento, ver algo significa, um pouco, a legitimação da sua existência. Isso mostra algo positivo no uso da imagem, mostrar a realidade tal com é, deve ser o objetivo dos professores em sua prática educativa.

A imagem no ensino de geografia não deve ser mera ilustração, tem que está associada à realidade do (a) aluno (a), tem que ser condizente com o texto estudado. Assim, o (a) profissional da educação precisa saber utilizar esse recurso didático e entender a realidade de cada turma, para que os estudantes possam compreender que a geografia faz parte do dia a dia deles. Segundo Vasconcelos (1992, p.06), “o educador deverá entender o educando, seu ponto de vista, para saber como ajudá-lo na construção do conhecimento”.

Enfim, o (a) educador (a) tem a possibilidade de mediar o conhecimento utilizando a imagem e fazer com que o estudante faça leitura do mundo através desse recurso didática que é a imagem, dinamizando desta forma o processo de ensino-aprendizagem.

O jornal impresso ou da internet é um material muito importante para ser usado no ensino de geografia, sobretudo pela atualidade de seu conteúdo. Se utilizado na sala de aula, o (a) professo (a) pode trazer um tema atual e problematiza-lo, relacionando com o conteúdo e com a realidade dos estudantes. Dessa forma, o estudante poderá entender que um acontecimento pode afetar o país ou a cidade que ele vive. O uso de jornais possibilita o diálogo na sala de aula conforme afirma Anhussi (2009, p. 40), “os jornais trazem as contradições presentes no contexto histórico-social em que o aluno vive, e por meio delas os signos verbais tomam forma e conteúdo, possibilitando o diálogo entre as classes sociais”.

Através do computador conectado a internet, é possível acessar jornais digitais e interagir com eles auxiliado pelo (a) professor (a), esse recurso permite explorar uma gama de conteúdos que auxiliaram a prática docente no processo de ensino-aprendizagem. O

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jornal digital tem a oportunidade de trazer temas relacionados com o município ou com a região na qual o aluno se encontre, evitando assim discursões fora da realidade do estudante.

Segundo Anhussi (2009, p.44):

Com o passar do tempo, as relações foram explorando as oportunidades tecnológicas e as possibilidades informativas da internet, culminando no que conhecemos por webjornalismo. Professores e alunos conectados conhecem as diferentes linguagens de conteúdos multimídia compostos nos jornais digitais como: a escrita, o áudio, o vídeo e a imagem permitindo-lhes explorarem os diversos níveis de interatividade.

Com o uso do jornal digital os estudantes conhecem outra forma de estudar os conteúdos escolares de maneira interativa, permitindo assim a criatividade e a prática da leitura. Com a possibilidade de uso diferentes linguagens o (a) educador (a) tem condições de ministrar as aulas de forma mais diversificada, tornando assim, as aulas mais atrativas e dinâmicas.

Daí percebe-se o papel importante do (a) professor (a) em sua prática pedagógica, na qual ele deve buscar ministrar aulas dinâmicas, onde haja interação entre professor e aluno, pois isso é fundamental para o aprendizado dos estudantes, e para isso, salienta-se a importância do uso de diferentes linguagens como recurso didático para o processo de ensino-aprendizagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O uso de linguagens no ensino de geografia é de grande importância para a construção do conhecimento, ela pode proporcionar outra forma de percepção da realidade. As linguagens como recurso didático quando relacionada com o conteúdo no ensino de geografia, traz outra perspectiva de compreensão, dando condições para o estudante

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entenda o conteúdo estudado. Evidente que somente as linguagens não possibilitam a compreensão dos conteúdos estudados, mas se usada como auxiliadora nas atividades em sala de aula, certamente seu uso será profícuo na mediação do conhecimento.

Reforçamos o uso de linguagens como metodologias no ensino de geografia para facilitar e dinamizar o conteúdo estudado, motivar a compreensão dos (as) alunos (as) frente ao processo de globalização mundial. Na atualidade a imensa maioria dos estudantes tem acesso a diferentes tipos de linguagens, sejam elas outdoors, revistas, internet, televisão, música, cinema dentre outras, trazer essa realidade para a sala de aula é de grande importância, sobretudo porque muitas vezes as linguagens são usadas de forma ideológica e/ou manipuladora pelos meios de comunicação. Discutir os conteúdos através de linguagens diversifica a maneira de ministrar aula e possibilita maior interação entre estudantes e professores, além de auxiliar os (as) alunos (as) a construírem um pensamento crítico em relação aos conteúdos e seu cotidiano no dia a dia.

Evidente que aqui não pretendemos diminuir a leitura de textos, pelo contrário, pretendemos incentivar a leitura, sobretudo pelo fato que quando não se entende o que está lendo os alunos tende a não gostar da leitura. Com o auxílio das linguagens é possível que o aluno entenda melhor o que está lendo. Neste sentido, quando a leitura é compreendida certamente (a) o aluno tem prazer em continuar a leitura, dessa forma produzindo conhecimento.

Apesar da precariedade e das dificuldades enfrentadas nas escolas públicas, vemos que é possível o uso de linguagens no ensino, sobretudo pelo fato que o acesso a tecnologias em muitos casos tem baixo custo. Assim é possível a inserção de linguagens no ensino de geografia utilizando diferentes conteúdos.

Entendemos que cada linguagem possui suas especificidades, não sendo exclusivo o uso apenas de uma. Entretanto o uso das linguagens deve ser complementar com outras

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formas de ensino, se relacionada com a leitura de textos certamente será bem mais compreendido pelos estudantes.

REFERÊNCIAS

ANHUSSI, Elaine Cristina. O uso do jornal em sala de aula: sua importância e concepções de professores. Presidente Prudente, SP. UNESP. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual Paulista, 2009, p.159.

DIAS, Angélica Mara de Lima. Ensino de geografia: linguagem representação e símbolos. Campina Grande, REALIZE Editora, 2012, p. 132-145.

LIBÂNEO, José Carlos, OLIVEIRA João Ferreira e TOSCHI, Mirza Seabra. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. 10 ed. São Paulo: Cortez, 2012. 543p. MUSSOI, Arno Bento. A fotografia como recurso didático no ensino de geografia. Guarapuava, 2008. Disponível em http://www.uesb.br/eventos/ixsegeo/arquivos/pdf. Acesso em: 09/02/2014.

PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Lyda; CACETE, Núria Hanglei. Para ensinar e aprender geografia. São Paulo: Cortez, 2009. 383p.

REGO, Nelson; CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos; KAERCHER, Nestor André (Org.s). Geografia: práticas pedagógicas para o ensino médio. Porto Alegre: Artmed, 2007. 148p.

SANTOS, Milton. Técnica, espaço, tempo: Globalização e Meio Técnico-científico-informacional. 5. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008. 174p.

SILVA, Eunice Isaias. Linguagens alternativas no ensino de geografia. In: MORAIS, Eliana Marta Barbosa / MORAES, Loçandra Borges. Formação de professores: conteúdo e metodologias no ensino de Geografia. Goiânia: NEPEG, 2010, p. 155-177.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos S. Metodologia Dialética em sala de aula. In: Revista de educação AEC. Brasília: Abril de 1992 (n. 83).

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