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INCIDÊNCIA DE SECA-DA-MANGUEIRA EM POMAR DE MANGA PALMER EM IMPERATRIZ-MA INCIDENCE OF DROUGHT-HOSE IN MANGUEVE OF MANGO PALMER IN

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INCIDÊNCIA DE SECA-DA-MANGUEIRA EM POMAR DE MANGA PALMER EM IMPERATRIZ-MA

INCIDENCE OF DROUGHT-HOSE IN MANGUEVE OF MANGO PALMER IN IMPERATRIZ-MA

Apresentação: Pôster

AMANDA DOS SANTOS CUNHA ¹;Cristiane Carvalho Soares ²;Izabelle Cristina Silva Teixeira ³;Valmir de Lima (Coorientador) José Milton da Silva (Orientador)

DOI: 10.31692/2526-7701.IIICOINTERPDVAGRO.2018.00525

Introdução

No Maranhão, a mangueira (Mangifera indica L.) encontra-se distribuída em toda parte centro Norte do Estado, destacando-se as regiões fisiográficas de transição entre o cerrado e a Amazônia, responsáveis por 60% da produção. Cultivos comerciais das variedades “Tommy Atkins” e “Palmer”, consideradas nobres, são escassos, pois a exploração dessa cultura ainda continua baseada no extrativismo, predominando a variedade “Espada” como a mais cultivada e comercializada (LOPES et al., 2009).

Dentre as doenças que ocorrem em mangueiras, a seca, causada pelo fungo

Ceratocystis fimbriata, está entre as mais importantes, pois pode levar à morte de plantas

(BATISTA et al., 2008). Na década de 90, essa doença encontrava-se restrita ao Brasil (KIMATI et al., 2005), sendo, posteriormente, constatada no Sultanato de Oman (AL- ADAWI et al., 2006), não existindo relatos, até o momento, em outros países. No Brasil, a primeira ocorrência da doença foi detectada na década dos anos 30, no Estado de Pernambuco, e denominada de mal-do-recife (KIMATI et al., 2005). Com o tempo foi constatada em mangueiras de outros Estados brasileiros.

De acordo com Rosseto & Ribeiro (1990), existem dois tipos de mal-do-recife com sintomas típicos e distintos: a seca das raízes e a seca da copa. A seca das raízes é causada pela infecção do sistema radicular pelo fungo e passa despercebida inicialmente. Em estágio avançado, a doença inibe a brotação da árvore, provocando murcha e queda das folhas e termina por causar a morte completa da árvore em poucos meses. Nessas condições, se o tronco da árvore próximo ao solo for descascado, percebe-se uma coloração marrom típica de tecido necrosado, contrastando com a coloração amarelada dos tecidos sadios, em regiões mais altas no tronco da árvore.

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Segundo Ribeiro (1997), a seca da copa inicia-se pelos ramos finos da copa e progride em direção ao tronco, matando a árvore lentamente. Como o fungo não apresenta hábito sistêmico, a única medida de controle recomendada é o corte do galho abaixo da região infectada, seguida de sua queima, salientando que este controle só terá sucesso quando o sistema radicular da planta estiver sadio.

Mediante a escassez de informações acerca do mal-do-recife ou seca, principal doença da mangueira no Brasil, na região Tocantina no estado do Maranhão, a presente pesquisa objetivou relatar a ocorrência da doença e propor medidas alternativas eficazes de controle, uma vez que não há registros na literatura abordando tal assunto na supracitada região.

Fundamentação Teórica

A seca–da–mangueira, causada pelo fungo Ceratocystis spp., antes pertencente ao complexo denominado Ceratocystis fimbriata Ellis & Halsted (VAN WYK et al., 2008), provoca a morte de plantas em diversos estados brasileiros (ROSSETTO; RIBEIRO, 1990). O espectro da resistência varietal a essa doença é grande, sendo observadas diferenças expressivas no comportamento varietal, tanto em porta-enxerto (RIBEIRO et al.1986 b; RIBEIRO, 1993) quanto em variedades utilizadas como copa (RIBEIRO et al., 1984; ZACCARO et al., 1984).

Ceratocystis fimbriata é agente causal de doenças em diversas plantas lenhosas e

algumas herbáceas como, por exemplo, em acácia negra (Acacia mearnsii De Wild), batata- doce [Ipomoea batatas (L.) Lam], cacau (Teobromae cacao L.), café (Coffea arabica L.), citrus (Citrus spp.), eucalipto (Eucalyptus spp.), figo (Ficus carica L.), gmelina (Gmelina

arborea Roxb), seringueira (Hevea brasiliensis (Willd. Ex Adr. De Juss.) Muell & Arg),

mangueira (Mangifera indica L.), cenoura (Daucus carota L.) e pinha (Annona squamosa L.) (CARVALHO; CARMO, 2003; FERREIRA et al., 2005; SANTOS; FERREIRA, 2003; SILVEIRA et al., 2006).

Existem dois tipos de seca-da-mangueira com sintomas típicos e distintos: a seca das raízes e a seca da copa (ROSSETTO; RIBEIRO, 2002; PINTO, 2004).

Metodologia

O trabalho foi conduzido no ano de 2016, em área cultivada de aproximadamente 8,0 ha, não tecnificada, com mangueiras (Mangifera indica L), da variedade monoembriônicas

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“Palmer”, na Fazenda incorporada pela Imobiliária Itaqui Ltda, no município de Imperatriz - MA (06º28'25”S, 36º27'36”W e 407 m de altitude). O clima é do tipo tropical chuvoso, com verão seco. A estação chuvosa se inicia em janeiro/fevereiro com término em setembro, podendo se adiantar até maio/junho. A área não foi submetida a tratos culturais e as plantas encontravam-se no estágio de frutificação durante todo o período do experimento.

Durante as observações em campo, constatou-se o secamento de ramos da copa da planta que progrediam da parte superior para a parte basal das plantas infectadas, acabando por matá-las. Em seguida, ramos infectados foram coletados e enviados ao Laboratório de Química e biologia, da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão - UEMASUL, para confirmação do agente etiológico da doença nas plantas.

Para o estudo da porcentagem de infecção de C. fimbriata foram avaliadas 90 mangueiras, escolhidas aleatoriamente, sendo a variedade Palmer muito suscetível a doença, conforme relato dos produtores de manga da região em estudo.

Com relação às medidas de controle do mal-do-recife, estas foram propostas de acordo com a literatura existente para outras regiões produtoras de manga do Brasil, baseando-se nos trabalhos de Cunha et al. (2000) e Batista et al. (2008).

Resultados e Discussões

Confirmou-se que o agente etiológico do mal-do-recife é o fungo Ceratocystis

fimbriata, corroborando as observações de Batista et al. (2008) em outras regiões produtoras

de manga do Brasil.

Durante as primeiras observações em campo se constatou a presença de plantas com sintomas de descoloração das folhas, murcha e seca dos galhos afetados, em contraste aos galhos sadios, confirmando as informações de Kimati et al. (2005) e Batista et al. (2008). Algumas plantas estudadas, encontravam-se em estágio inicial da doença, apresentando descoloração da folhagem em alguns pontos da copa, seguida de murcha das folhas.

Posteriormente, os sintomas evoluíram para seca das folhas, com abscisão foliar ao longo do tempo, e desfolha agressiva dos ramos em direção ao caule, atingindo o tronco da planta e causando a morte da planta, o que vem confirmar os resultados observados por Batista et al. (2008). Nos casos mais severos, observaram-se diversos orifícios de onde escorria uma resina, resultante do ataque da coleobroca, Hypocryphalus mangiferae.

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Verificou-se que 18% de mangueiras apresentavam sintomas da seca. Provavelmente, a variedade “Palmer” apresenta certa resistência ao fungo C. fimbriata, o que requer trabalhos futuros, uma vez que se encontrava nas mesmas condições da variedade “Rosa”.

Como medidas de controle, baseadas em Cunha et al. (2000) e Batista et al. (2008), recomenda-se a prevenção da introdução do patógeno em áreas isentas, seja por medidas legais de Defesa Vegetal ou evitando a aquisição de mudas de regiões onde já tenha sido constatado o problema.

Conclusões

O agente etiológico do mal-do-recife é o fungo Ceratocystis fimbriata. A recomendação feita para o pomar foi de que a poda seria a única saída e que os ramos provenientes desta teriam que ser retirados imediatamente da área sob pena de infestação total do pomar.

Mangueiras da variedade “Palmer” são mais susceptíveis a seca do que as da variedade “Rosa”, nas mesmas condições de igualdade, necessitando de estudos futuros para confirmação do grau de resistência.

Referências

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