Universidade Federal do Rio de Janeiro
Observatório do Valongo
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O aglomerado deestrelas Plêiades é o conjunto estelar mais notável da esfera celeste. Ele pode ser visto a olho nu, mesmo nas grandes cidades, ao lado de outro famoso aglomerado, as Híades, na constelação de Touro. Nesta imagem feita pelo astrofotógrafo Rafael Compassi (refrator apocromático 80mm f7 + filtros LRGB e câmera ASI 1600MM-C), as estrelas azuladas e jovens das Plêiades ficam em evidência. Ao redor destas, as interessantes texturas das nebulosas que refletem a radiação estelar preenchendo a imagem de um colorido hipnotizante.
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J é o segundo mais
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antigo observatório astronômico em atividade do Brasil (fundado em 1881) e sede
do primeiro curso de graduação em Astronomia do país, criado em 1958. Seu
campus, localizado no Morro da Conceição, centro da cidade do Rio de Janeiro, é um
espaço promotor de ensino, educação e cultura, abrigando um acervo astronômico
de enorme riqueza. Além de seus compromissos acadêmicos, o OV oferece ao
público diversas atividades, como visitas guiadas às suas instalações, sessões de
observação dos astros com telescópios, palestras, cursos de introdução à
Astronomia, atividades com telescópios e planetário inflável em escolas, eventos
agregando arte e Astronomia, além de uma série de atividades online. Neste
calendário de efemérides astronômicas para 2021, listamos as datas e os períodos
com as melhores oportunidades para observação dos astros e indicamos, também,
alguns de nossos eventos e atividades programadas para o público.
Neste ano, o OV comemora
140 anos
de história e de contribuição
inestimável para a Astronomia brasileira nos campos da extensão, ensino e pesquisa.
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Ladeira do Pedro Antônio, 43, Morro da Conceição, Saúde, Rio de Janeiro-RJ
Tel. (21) 2263-0685, extensao@astro.ufrj.br, ov@astro.ufrj.br
www.ov.ufrj.br
https://www.twitter.com/ValongoUFRJ/
https://www.facebook.com/ValongoUFRJ/
https://www.instagram.com/Valongo_UFRJ/
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foi dividida em 4 partes. Na primeira, exploramos as efemérides que
ocorrerão mês a mês ao longo do ano, indicando as particularidades de cada uma,
bem como as dicas de como observá-las. A segunda parte apresenta as cartas
celestes para observação do céu nos períodos médios de cada estação do ano. Na
terceira, indicamos outros fenômenos de interesse como a lista de chuvas de
meteoros mais relevantes, bem como o calendário das fases lunares. A última parte
contém um pequeno glossário com termos astronômicos utilizados ao longo do
texto. Esta publicação é ainda enriquecida com as imagens de inúmeros fotógrafos e
astrônomos amadores brasileiros que autorizaram o uso de seus registros para esta
edição. A lista dos colaboradores se encontra no final desta publicação. O
Observatório do Valongo agradece a todos que contribuíram para a produção deste
conteúdo.
O Telescópio refrator Zeiss (coudé) 150mm f15 é um dos telescópios históricos do Observatório do Valongo da UFRJ, tendo sido adquirido da Alemanha na década de 1960. Ao longo dos anos ele tem sido utilizado para a pesquisa, em trabalhos de conclusão de curso e para as atividades de extensão e divulgação da Astronomia. Na imagem acima, a cúpula do telescópio em noite de observação dos astros contra o belo fundo estelar em movimento, devido a rotação da Terra, em janeiro de 2020. Créditos para o astrofotógrafo Igor Borgo e o Observatório do Valongo da UFRJ.
A Lua Cheia, fotografada e agrupada em forma de mosaico pelo estudante Lucca Schwingel Viola na cidade de Matupá, Mato Grosso, durante o outono de 2020. Essa imagem do nosso satélite natural foi obtida com um telescópio refletor de 114mm e uma câmera ASI 120MC. É notável a riqueza de detalhes da superfície como o belo contraste entre as regiões claras e escuras, as regiões mais brilhantes entre as crateras de impacto e os conjuntos de montanhas.
A primeira imagem acima (câmera Canon EOS 500D e lente Canon EFS 18-55mm), feita pelo astrônomo Daniel Mello, mostra a região do centro da nossa galáxia, a Via Láctea, contrastando com as nuvens do horizonte e as cactáceas da Área de Preservação Ambiental da Restinga de Maricá (RJ), em julho de 2020. A segunda imagem é um registro do fotógrafo Rodrigo S. Coelho (câmera Nikon D7200) para o eclipse lunar total, ocorrido em julho de 2018, no Rio de Janeiro. Em primeiro plano, a enseada de Botafogo. Ao fundo, os Morros da Urca e do Pão de Açúcar, a Lua e o planeta Marte (ponto brilhante no canto superior direito).
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(
((*todos os termos com asterisco estão explicados no glossário, na parte final)
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Terra no periélio (ponto de maior aproximação com o Sol);
09
Conjunção* entre os planetas Mercúrio e Saturno. Os planetas estarão a oeste, no
crepúsculo vespertino, separados de 1,5º.
10
Conjunção entre os planetas Mercúrio e Júpiter. Os planetas estarão a oeste, no crepúsculo
vespertino, separados de 2º. Neste mesmo dia, Mercúrio, Júpiter e Saturno formarão um
encontro triplo na linha do horizonte antes do anoitecer.
11
Conjunção entre Lua e Vênus a leste, antes do amanhecer, na constelação de Sagitário.
14
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Conjunção entre a Lua e Mercúrio a oeste, durante o crepúsculo vespertino.
Em 1647, nasce em Danzig, Polônia,
Elisabeth Catherina Koopmann-Hevelius
,
considerada uma das primeiras astrônomas da era moderna.
21
Conjunção entre a Lua e Marte na constelação de Áries a oeste, às 21h.
Conjunção entre Marte e Urano na constelação de Áries. Os planetas estarão separados de
2º. Urano pode ser visto apenas com binóculos e telescópios em céus escuros.
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Mercúrio em máxima elongação* a oeste, durante o crepúsculo vespertino.
Saturno em conjunção com o Sol.
Júpiter em conjunção com o Sol.
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Chuva de meteoros* Alfa-Centauridas (visível durante toda a madrugada – direção sul)
Mercúrio em conjunção inferior com o Sol.
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Conjunção entre a Lua e Saturno na constelação de Capricórnio, a leste, antes do amanhecer.
11
Conjunção entre Vênus e Júpiter. Os planetas estarão separados de 40’ na constelação de
Capricórnio a leste, antes de amanhecer. A observação será, entretanto, difícil, pois os planetas
estarão na linha do horizonte, durante o crepúsculo matutino.
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Quatro planetas (Saturno, Mercúrio, Vênus e Júpiter) poderão ser vistos antes do amanhecer,
embora com condições de visibilidade semelhantes à do dia 11.
Conjunção entre Lua e Marte, a oeste, no começo da noite.
Nasce na Polônia, em 1473,
Nicolau Copérnico
, responsável pela Teoria Heliocêntrica.
23
Mercúrio, Júpiter e Saturno formarão belo trio planetário a leste, antes do amanhecer.
A Via Láctea e sua região central apinhada de estrelas, nebulosas e poeira interestelar. Essa imagem foi obtida pelo professor e astrofotógrafo Danilo Malvezi, no céu escuro da cidade de Pedro de Toledo (SP), em outubro de 2020. Uma longa exposição com uma Nikon D750 e lente Sigma 28mm em f3.2, revelou essa magnífica imagem nos limites das constelações de Escorpião, Sagitário, Coroa Austral, Escudo, Ofiúco e Águia. No canto superior central, figura ainda os planetas Júpiter (mais brilhante) e Saturno.
O Cometa Neowise se tornou o astro de destaque em 2020, ao proporcionar, principalmente para os habitantes do hemisfério Norte, noites consecutivas de brilho, beleza e esplendor. Depois de sua passagem próxima ao Sol em finais de junho, o cometa pôde ser visto a olho nu durante as primeiras semanas de julho. Nesta imagem, ele foi flagrado pelas lentes (Sony NEX-5 em 55mm) do professor e astrofotógrafo Caio Correia, ainda durante o crepúsculo vespertino na Serra do Vital, em Cajazeiras (PB).
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Encontro entre Marte e o aglomerado de estrelas Plêiades na constelação de Touro a
oeste, durante o começo da noite.
Conjunção entre Júpiter e Mercúrio. Os planetas estarão separados de 20’ na
constelação de Capricórnio a leste, antes do amanhecer.
06
Mercúrio em máxima elongação, a leste, durante a madrugada.
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Lua, Mercúrio, Júpiter e Saturno poderão ser vistos antes do amanhecer, formando
uma bela sequência na constelação de Capricórnio.
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Mercúrio, Júpiter e Saturno estarão quase alinhados a leste, durante a madrugada.
Nasce em 1750,
Caroline Lucretia Herschel
, primeira mulher a receber um
salário como cientista e a publicar suas descobertas nas Philosophical Transactions of The
Royal Society, importante periódico da Inglaterra.
Conjunção entre Marte e a Lua na constelação de Touro a oeste, no começo da noite.
Ambos os astros estarão próximos também da estrela Aldebaran e o aglomerado das
Híades.
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Começo do outono no hemisfério Sul (equinócio de outono) às 12h22min
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Vênus em conjunção superior com o Sol.
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Conjunção entre a Lua e Saturno a leste, durante a madrugada, na constelação de
Capricórnio.
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Conjunção entre a Lua e Júpiter a leste, durante a madrugada, na constelação de
Capricórnio.
Nasce na Holanda, em 1629, o astrônomo
Christiaan Huygens
, descobridor dos
anéis de Saturno e de seu satélite Titã.
17
Conjunção entre Marte e Lua a oeste na constelação de Touro, no começo da noite
18
Mercúrio em Conjunção superior com o Sol.
22
Chuva de meteoros Liridas, que poderá ser vista (em céus escuros) durante toda a
noite.
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Lua Cheia em evento de Superlua*. O fenômeno poderá ser visto durante toda a
noite entre os dias 26 e 27. A Lua estará na constelação de Escorpião.
Momentos do crepúsculo – A transição entre dia e noite ou noite e dia é um momento mágico. Durante o crepúsculo vespertino, por exemplo, a atmosfera terrestre passa do azul para a transição de cores mais rubras na direção do pôr do Sol e mais tarde, lentamente, a escuridão toma a noite. Há muitos fenômenos astronômicos pra serem fotografados nessas condições. Nesse painel, uma amostra dessa riqueza. Da esquerda para direita e de cima para baixo em sentido horário: a conjunção entre Lua e Vênus pela psicóloga Ângela Nunes no bairro de Copacabana, Rio de Janeiro, em setembro de 2020; A Lua e a felina Pagu, da janela do professor Gustavo Pinheiro, bairro de São Cristóvão, Rio de Janeiro, em outubro de 2020; O rastro das estrelas tomado a partir do crepúsculo vespertino no mirante para o Dedo de Deus no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Teresópolis (RJ), em agosto de 2015, pelo servidor público e fotógrafo Raphael Pizzino; A conjunção entre a fina Lua crescente e o planeta Mercúrio, em imagem realizada pela graduanda em Astronomia Sophia Fonseca na cidade de Pindamonhangaba (SP).
A Nebulosa da Carina – Uma das mais belas nebulosas de todo o firmamento, a Nebulosa da Carina é uma fábrica incessante de novas estrelas. Nesta imagem, feita pelo engenheiro químico Victor Basile Astuto (com refletor Celestron 150mm F5 e Canon T6i) na cidade de Santos (SP), é possível notar regiões mais claras, escuras e uma intensa coloração avermelhada. Enquanto as regiões mais claras denotam as estrelas e as interações destas com o material da nebulosa, as regiões escuras são regiões de grande concentração de gás e poeira, ainda pouco alterados energeticamente. O vermelho é o atestado mais direto da presença do Hidrogênio, constituinte primário de nebulosas e estrelas. O Objeto mais brilhante nessa imagem (região superior central da figura) é a estrela Eta Carinae, uma das mais luminosas da Via Láctea.
As crateras lunares são os alvos preferidos das observações visuais de nosso satélite natural, assim como dos registros fotográficos. Nessa imagem, feita pelo engenheiro Carlos Alberto Palhares no Observatório Zênite (Monte Carmelo – MG), o destaque é a cratera Aristarco (nomeada em homenagem ao astrônomo grego Aristarco de Samos), um exemplar de cratera brilhante no hemisfério Norte da Lua, com 40 quilômetros de diâmetro.
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Conjunção entre a Lua e Saturno na constelação de Capricórnio a leste, durante a
madrugada.
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Chuva de meteoros Eta-Aquaridas (visível a leste, a partir de 02h).
Conjunção entre a Lua e Júpiter na constelação de Aquário a leste, durante a madrugada.
Nasce, em 1900, a astrônoma britânica-estadunidense
Cecilia Helena Payne
, que primeiro
propôs em 1925, em sua tese de doutorado, que as estrelas deveriam ser compostas
principalmente de hidrogênio e hélio.
13
Conjunção entre Lua e Mercúrio na constelação de Touro a oeste, no crepúsculo vespertino.
Neste mesmo dia a Estação Espacial Internacional (ISS) passará próxima dos dois astros.
15
Conjunção entre Lua e Marte na constelação de Gêmeos a oeste, no começo da noite.
26
Lua Cheia em evento de Superlua. O fenômeno poderá ser visto durante toda a noite entre
os dias 26 e 27. A Lua estará na constelação de Escorpião.
Eclipse lunar total: a totalidade será visível na Nova Zelândia, parte da Austrália, Oceania,
extremo Alaska e Antártida. Brasil ocorrerá eclipse lunar penumbral em grande parte dos
estados. No Rio de Janeiro, o fenômeno terá início às 05h47 e término às 06h17.
28
Embora a conjunção entre Vênus e Mercúrio ocorra no dia 29, neste dia os planetas estarão
melhor posicionados para as longitudes brasileiras e poderão serem vistos juntos (com
separação de 45’) a oeste, durante o crepúsculo vespertino.
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Conjunção entre a Lua e Saturno na constelação de Capricórnio a leste, durante a
madrugada.
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01
Conjunção entre a Lua e Júpiter na constelação de Aquário a leste, durante a madrugada.
10
Eclipse solar anular: A faixa da totalidade passará pelo Canadá, Groenlândia, extremo ártico,
extremo nordeste da Rússia (Sibéria). Eclipse invisível no Brasil.
Mercúrio em conjunção inferior com o Sol.
12
Conjunção entre Lua e Vênus na constelação de Gêmeos a oeste, durante o começo da
noite.
13
Conjunção entre a Lua e Marte na constelação de Câncer a oeste, durante o começo da
noite.
21
Começo do inverno no hemisfério Sul (solstício de inverno) às 06h 16min
23
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Encontro entre o planeta Marte e o aglomerado de estrelas Presépio (M 44) na constelação
de Câncer a oeste, no começo da noite.
Nasce na França, em 1730, o astrônomo
Charles Joseph Messier,
conhecido pela
publicação de um importante catálogo de objetos de céu profundo, o Catálogo Messier.
O Sistema Solar é apenas um pequeno pedaço da Via Láctea. Entretanto, é nele que se processam os fenômenos dinâmicos e astrofísicos de maior relevância para a Terra e para nosso processo de compreensão do Universo. Extremamente mutante, o Sistema Solar é repleto de beleza, cores, energia e embora possa ser apenas um entre tantos sistemas planetários já descobertos, ele é único em seu processo de formação, com o Sol, seus planetas e o conjunto de pequenos corpos. Neste painel, uma rápida viagem fotográfica por astros que despertam a curiosidade humana há séculos. Na parte superior, duas imagens obtidas em terras cariocas: a Lua em quarto crescente (esquerda), obtida pelo Analista de TI Carlos Ayres em outubro de 2020, com indicação das curiosas formações da superfície, o X e o V lunar (visíveis apenas com condições de iluminação solar adequada) e o planeta Saturno, fotografado pela professora Renata Rodrigues durante o período de oposição com o Sol, em julho de 2020. Abaixo, à direita, Marte. O planeta vermelho se tornou o alvo preferido dos astrofotógrafos em outubro de 2020. O pesquisador em saúde pública Paulo Borges, aproveitou o momento para registrar Marte e seus detalhes na cidade de Visconde de Mauá (RJ). No canto inferior esquerdo, um visitante interplanetário: o cometa Lemmon (C/2019 U6), que passou próximo da Terra no final de junho de 2020 e pôde ser visto por binóculos e telescópios amadores. O registro do momento de maior atividade do cometa foi feito pelo bancário Jorge Oliveira no distrito de Tinguá, Nova Iguaçu (RJ).
A Lua é o único satélite natural da Terra. Formada possivelmente como o resultado de um grande impacto asteroidal com o nosso planeta há bilhões de anos, a Lua é o astro cujos detalhes podem ser muito bem explorados, mesmo em fotografias amadoras, devido à sua proximidade com a Terra. Neste painel, uma amostra da riqueza lunar com os registros do historiador Aldo Gusmão na cidade de Curitiba - PR (imagem inferior, em close), e das superluas do professor Fabrizzio Montezzo, de Rio Claro - SP (superior esquerdo) e do jornalista Wyllian Torres da cidade de Seropédica – RJ (superior direito).
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Encontro entre Vênus e o aglomerado de estrelas Presépio na constelação de Câncer, a oeste,
no começo da noite.
Nasce nos EUA, em 1868, a astrônoma
Henrietta Swan Leavitt
, descobridora da relação
entre a luminosidade e o período de variação de brilho de uma classe de estrelas conhecidas
como Cefeidas. Essa descoberta forneceu aos astrônomos a primeira ferramenta para medir
distâncias até outras galáxias.
05
Mercúrio em máxima elongação, a leste, antes do amanhecer, na constelação de Touro.
Terra no afélio (ponto de maior distanciamento do Sol).
07
Data prevista para o maior brilho do cometa Finlay (15P/Finlay), que estará transitando pela
constelação de Touro, a leste, durante a madrugada, e poderá ser observado com pequenos
telescópios.
08
Conjunção entre Lua e Mercúrio na constelação de Touro, a leste, antes do amanhecer.
11
Nos dias 11 e 12, Lua, Vênus e Marte formarão belo trio no horizonte oeste, no começo da
noite, na constelação de Câncer.
13
Conjunção entre Vênus e Marte na constelação de Câncer, a oeste, no começo da noite. Os
planetas estarão separados de 20’.
25
Conjunção entre Lua e Saturno na constelação de Capricórnio, por volta de 0h.
26
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Conjunção entre Lua e Júpiter na constelação de Aquário, por volta de 0h.
Encontro entre a estrela Regulus e Marte na constelação de Leão, a oeste, no começo da
noite.
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Chuva de meteoros Delta-Aquaridas
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Saturno em oposição com o Sol
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Lua, Vênus e Marte formarão belo trio no horizonte oeste, no começo da noite, nas
constelações de Leão e Virgem.
Conjunção entre Lua e Vênus, a oeste, na constelação de Virgem, no começo da noite.
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Chuva de meteoros Perseidas
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Conjunção entre Marte e Mercúrio na constelação de Leão, a oeste, no crepúsculo
vespertino. Os planetas estarão separados de 10’.
Júpiter em oposição com o Sol.
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Conjunção entre Lua e Saturno na constelação de Capricórnio, a leste, no começo da noite.
Nasce nos EUA, em 1948, o astrônomo
Andrew Franknoi
, reconhecido por sua vida
dedicada a tornar a Astronomia mais acessível e popular, tanto para estudantes quanto para o
público em geral.
As Estrelas são possivelmente os objetos mais numerosos e enigmáticos do Universo em escala visível e macroscópica. Como fornalhas de calor e produção química, elas geram energia para manutenção da vida em sistemas planetários, criam e reciclam a matéria prima que vemos nas galáxias com nossos telescópios. Na figura superior esquerda, estrelas jovens e em processo de nascimento na Nebulosa da Trífida (M 20), como neste registro do técnico nuclear Douglas Abbud, na cidade de Barra Mansa (RJ). À direita, o contraste com as estrelas envelhecidas e bastante concentradas espacialmente do aglomerado de estrelas Ômega Centauri (NGC 5139), em registro do estudante Erik Zampieri, na cidade de Biriguí (SP), em março de 2020. A imagem na parte inferior é um registro do Complexo Molecular de Rho Ophiuchi, nos limites entre as constelações de Escorpião e Ofiúco. Antares, a estrela supergigante vermelha, coração do Escorpião, é a estrela mais brilhante na imagem. Além dela, figuram o aglomerado estelar M 4, regiões de nebulosas de emissão (avermelhadas), de reflexão (azuladas e amareladas) e a nuvem escura de Rho Ophiuchi. Esta imagem foi obtida apenas com câmera fotográfica (Canon 550D + lente Pentax 135mm f2.8) na cidade de Alto Paraíso de Goiás (GO), por ocasião do Encontro Nacional de Astrofotografia (2014).
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Encontro entre Vênus e a estrela Spica na Constelação de Virgem, a oeste, no começo da
noite.
Conjunção entre a Lua e Mercúrio na constelação de Virgem, a oeste, no começo da noite.
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Conjunção entre a Lua e Vênus na constelação de Virgem, a oeste, no começo da noite.
Netuno em oposição com o Sol (melhor momento para observação do planeta, que pode ser
visto com pequenos telescópios na constelação de Aquário à 0h).
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Conjunção entre Lua e Saturno na constelação de Capricórnio, a leste, no começo da noite.
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Conjunção entre Lua e Júpiter na constelação de Capricórnio, a leste, no começo da noite.
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Início da primavera no hemisfério Sul (equinócio da primavera) às 22h 06min.
Nasce, em 1898, a astrônoma estadunidense
Charlotte Emma Moore Sitterly
. Conhecida
por suas pesquisas em espectroscopia, ela identificou no Sol o elemento químico tecnécio,
primeira observação de sua ocorrência na natureza.
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Encontro de Mercúrio com a estrela Spica na constelação de Virgem, a oeste, no crepúsculo
vespertino.
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Marte em conjunção com o Sol.
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Conjunção entre Lua e Vênus na constelação de Escorpião, a oeste, no começo da noite.
Mercúrio em conjunção inferior com o Sol.
Nasce na Alemanha, em 1873,
Karl Schwarzchild
, astrônomo considerado um dos pais da
moderna astrofísica. Entre outras contribuições, introduziu o conceito de equilíbrio radiativo,
processo importante para compreensão do funcionamento das estrelas.
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Chuva de meteoros Tauridas do Sul
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Conjunção entre Lua e Saturno na constelação de Capricórnio, a oeste, por volta de 22h
Conjunção entre Lua e Júpiter na constelação de Capricórnio, a oeste, por volta de 22h.
Encontro entre Vênus e a estrela Antares na constelação de Escorpião, a oeste, no começo da
noite.
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Chuva de meteoros Orionidas
Júpiter, o maior dos planetas do Sistema Solar, possui características que o tornam único: extenso conjunto de “luas”, intenso campo magnético, regiões de complexa e alta turbulência atmosférica, grandes ciclones. Nessa imagem, obtida pelo engenheiro e astrofotógrafo Conrado Serodio no Observatório Antares (Santana de Parnaíba - SP) em maio de 2019, notamos o belo conjunto de nuvens, a Grande Mancha Vermelha e o satélite galileano Io (esquerda), o astro com maior nível de atividade vulcânica do Sistema Solar.
O que torna Saturno o planeta “sensação” das sessões públicas de observações com telescópios é seu incrível conjunto de anéis. Formados por inúmeros blocos de gelo e pequenos corpos rochosos, eles giram em torno do planeta gasoso na escala de horas (porção mais interna dos anéis) em uma configuração orbital muito especial. A imagem em questão, obtida em setembro de 2019, revela ainda as faixas de nuvens e a estrutura hexagonal do polo do planeta. Créditos: Observatório Antares e Conrado Serodio, com utilização do telescópio Newtoniano GSO 305mm f/15 e câmera ASI224MC.
As Constelações são bem mais do que agrupamentos de estrelas no céu. Elas representam o modo dos astrônomos dividir o firmamento para ter melhor referência no momento de catalogar, classificar e estudar os astros. Historicamente, elas foram criadas há milênios pelas culturas mais antigas e suas nomenclaturas sobreviveram ao tempo. Na imagem superior, capturada no paraíso ecológico de Capitólio (MG) pelo engenheiro agrimensor Thiago Soares, em agosto de 2020, a magnífica constelação do Escorpião “transpassada” pela Via Láctea com sua miríade de estrelas, nebulosas e poeira interestelar. No painel inferior, o panorama de amplo campo mostra as constelações de Órion e Cão Maior, a partir do céu escuro da cidade mineira de Guiricema, segundo registro do designer gráfico Adilson Silva, em 2019. Enquanto Órion abriga as famosas estrelas Três Marias, o Cão maior possui Sírius, a estrela mais brilhante do céu noturno.
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Data prevista para o brilho máximo do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, que poderá
ser visto com pequenos telescópios, durante todo o mês, transitando pelas constelações de
Gêmeos e Câncer.
Oposição de Urano. O planeta poderá ser visto durante toda a noite na constelação de Áries
com uso de binóculos e telescópios, em céus escuros.
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Conjunção entre Lua e Vênus na constelação de Escorpião, a oeste, no começo da noite.
Nasce no Irã, em 1921, a astrônoma
Ãlenush Teriãn
, considerada como a mãe da moderna
Astronomia iraniana. Liderou o grupo de física solar no Instituto de Geofísica da
Universidade de Teerã, além de participar da fundação do primeiro observatório solar no Irã
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Conjunção entre Lua e Saturno na constelação de Capricórnio, a oeste, no começo da noite.
Conjunção entre Lua e Júpiter na constelação de Aquário, a oeste, no começo da noite
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Chuva de meteoros Leonidas
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Eclipse lunar parcial, que será visível nas Américas, Oceania, Austrália, China, Japão, extremo
oriental do sudeste asiático e nordeste da Rússia. No Rio de Janeiro o eclipse ocorrerá com a
Lua próxima ao horizonte oeste, antes de amanhecer, com início às 04h18 e término 04h45,
quando a Lua ficará abaixo do horizonte.
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Oposição do planeta anão Ceres. O astro poderá ser observado durante todo o mês de
novembro com pequenos telescópios, quando estará transitando pelo aglomerado das Híades,
na constelação de Touro.
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Mercúrio em conjunção superior com o Sol.
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Eclipse solar total. A faixa de totalidade passará apenas pela Antártida e Atlântico Sul, abaixo da
Patagônia. Invisível no Brasil.
Conjunção entre a Lua e Vênus na constelação de Sagitário, a oeste, no começo da noite.
Conjunção entre a Lua e Saturno na constelação de Capricórnio, a oeste, no começo da noite.
Nasce na Pérsia, em 903, o astrônomo
Abd al- Rahman al –Sufi
. Muçulmano, seu trabalho
consistiu em traduzir e expandir as obras astronômicas gregas, especialmente o Almagesto, de
Ptolomeu. Publicou também o Livro das Estrelas Fixas, descrevendo 48 constelações.
Conjunção entre a Lua e Júpiter na constelação de Capricórnio, a oeste, no começo da noite.
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Chuva de meteoros Geminidas
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Início do verão no hemisfério Sul (solstício de verão) às 18h 45min.
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Conjunção entre Vênus e Mercúrio na constelação de Sagitário, a oeste, no crepúsculo
vespertino.
Dois momentos do Cometa NEOWISE. A imagem inferior deste painel foi obtida pelo fotógrafo Eduardo Burichel na zona Rural de Gravatá (PE). Ela registra o cometa NEOWISE (C/2020 F3) em seu melhor momento de observação para o Brasil e também o momento de maior proximidade do cometa com a Terra, em 22 de julho de 2020. Na imagem superior, o cometa NEOWISE se despedindo do Sistema Solar interior e retornando para os confins de nosso sistema planetário em sua órbita de quase sete mil anos. A imagem captada pelo astrônomo Daniel Mello na cidade mineira de Cataguases, em 08 de agosto de 2020, mostra a atividade remanescente da cauda, bem com o intenso brilho e colorido da coma do cometa, quando este se encontrava a quase 150 milhões de quilômetros de distância.
As imagens deste painel ilustram a riqueza paisagística do campus do Observatório do Valongo da UFRJ e de seu acervo astronômico, único na Astronomia brasileira. As imagens mostram a Luneta Pazos (canto superior direito) e, a partir desta, em sentido horário, o pavilhão Prof. Luiz Machado com a cúpula do telescópio Cooke & Sons, a cúpula do telescópio Zeiss (coudé), o telescópio Cooke & Sons 300mm, o relógio de Sol, parte do campus em frente à biblioteca Prof. Sílio Vaz e o telescópio Zeiss (coudé) 150mm. Créditos: Daniel Mello e Observatório do Valongo da UFRJ.
As Galáxias são enormes estruturas do Universo, aglomerando grande parte da matéria visível. Essa imagem, de autoria do astrofotógrafo Rafael Compassi, é fruto de uma longa jornada de 10 horas de exposição (filtros LRGB), utilizando telescópios e câmeras dedicadas para Astrofotografia (ASI 1600MM-C e ZWO ASI 183). Ela mostra a galáxia do Escultor (NGC 253), uma colossal galáxia espiral vista de perfil, a quase 12 milhões de anos-luz da Terra. Apesar da distância, ela é uma das galáxias mais próximas da Via Láctea e tem sido bastante estudada. Dados mais recentes mostram que NGC 253 é uma máquina acelerada de formação de novas estrelas e que pode abrigar, em sua região central, um enorme buraco negro, cinco milhões de vezes mais massudo que o Sol.
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Nesta seção, reproduzimos, para o período médio de cada estação, os mapas do céu
para observação dos astros na cidade do Rio de Janeiro, às 20h. Para cada mapa,
indicamos os pontos cardeais para correta orientação e, indicamos também, através
da legenda, os astros em destaque para observação em cada período ou estação.
Sugerimos ainda, para cada mapa, o modo mais satisfatório para observação desses
astros, seja através da observação a olho nu, por meio de binóculos ou telescópios.
Alguns fenômenos, por serem variáveis, não estão indicados nos mapas tais como as
posições da Lua, a posição dos cometas e asteroides e a ocorrência de chuvas de
meteoros. Para estas últimas, recomenda-se a visualização a olho nu. Por outro lado,
para ver detalhes na superfície da Lua como montanhas e crateras, e para
observação de cometas e asteroides, sugerimos o uso de binóculos e telescópios.
A legenda abaixo contém a caracterização dos símbolos que serão utilizados em
cada mapa.
Para utilizar o mapa, coloque-o acima da cabeça e oriente a borda direita na direção
do horizonte do pôr do sol (horizonte Oeste, O). Créditos dos mapas: Chris Peat e
Heavens-Above.com. Adaptação e legenda: Daniel Mello e Observatório do Valongo.
Verão
Marte, constelações de Órion, Touro, Gêmeos, Pégaso (Pegasus), Cão Maior, Carina, Grou
(Grus), Vela, Baleia (Cetus), Erídano (Eridanus), Cocheiro (Auriga) e Andrômeda
O Sol é um lugar incrível, extremamente dinâmico, responsável direto pela vida na Terra e pelo nosso conhecimento mais detalhado sobre o funcionamento das estrelas. A imagem superior deste painel mostra o registro de uma de suas maiores manchas escuras em seu 25º ciclo de atividade magnética, ocorrida em novembro de 2020, pelo astrônomo amador Gilberto Dumont, em seu observatório (Observatório Dumont), localizado na cidade de Pato de Minas (MG). Abaixo, uma captura única do eclipse solar do dia 14 de dezembro de 2020. O engenheiro e fotógrafo Marcelo Feio de Lemos apontou seu telescópio e câmera para nossa estrela e notou que além da Lua, outro objeto eclipsava o Sol. Uma fragata (Fregata magnificens), ave típica do litoral brasileiro, “passeava” sobre o Sol parcialmente eclipsado pela Lua na capital fluminense.
Outono
Marte, Constelações de Órion, Gêmeos, Leão, Cão Maior, Carina, Centauro, Cruzeiro do Sul,
Vela, Virgem, Hydra, Ursa Maior, Corvo e Boieiro
Marte, Nebulosa de Órion, aglomerado Caixinha de Jóias e aglomerado Ômega
Centauri.
Caracterizada como a menor das 88 constelações, o Cruzeiro do Sul tem sido utilizado há séculos para atividades de orientação e localização. Entre suas estrelas mais brilhantes destacamos Rubídea (coloração alaranjada no canto superior direito) e, a partir desta, em sentido horário, as azuladas Pálida, Acrux e Mimosa. Do ponto de vista astrofísico, grande parte de suas estrelas está situada em uma das regiões mais interessantes da vizinhança solar conhecida como a associação de estrelas OB Scorpius-Centaurus. Essa região, importante para os estudos de formação estelar, é rica em estrelas jovens de coloração azulada. É notável a grande quantidade de estrelas no campo, incluindo o aglomerado Caixinha de Jóias, ao lado esquerdo da estrela Mimosa (segunda estrela mais brilhante do Cruzeiro do Sul). Faz parte ainda da constelação, uma extensa nebulosa escura popularmente conhecida como Saco de Carvão (extremo esquerdo da imagem, entre as estrelas Mimosa e Acrux). O registro foi obtido pelo astrofotógrafo Igor Borgo (câmera Canon 6D, lente Nikkor 180mm f/2.8) em 2018.
Inverno
Júpiter, Saturno, constelações de Centaurus, Cruzeiro do Sul, Virgem, Boieiro, Libra, Hércules,
Escorpião, Sagitário, Pavão (Pavo), Águia (Aquila), Corvo, Lyra e Cisne (Cygnus)
Aglomerado Caixinha de Jóias, nuvens e luas de Júpiter, aglomerado Ômega Centauri,
luas e anéis de Saturno e aglomerado M7.
A constelação de Órion é uma das mais fáceis de identificação no céu. Repleta de estrelas brilhantes e objetos de interesse astrofísico, ela é presença notável durante as noites de verão no hemisfério Sul. Nesta imagem (Canon EOS 500D e lente Canon EFS 18-55mm), obtida pelo astrônomo Daniel Mello. em dezembro de 2020, no céu escuro da cidade de Cachoeiras de Macacu (RJ), notamos as famosas três Marias, as brilhantes Rigel (canto inferior direito) e Betelgeuse (canto superior esquerdo), o tênue e extenso arco de Barnard (faixa de coloração vermelha, à esquerda das três Marias), a Nebulosa de Órion e a Nebulosa da Rosetta, que aparece no canto extremo esquerdo da figura, com intensa coloração avermelhada.
Primavera
Vênus, Júpiter, Saturno, constelações de Centaurus, Escorpião, Sagitário, Águia (Aquila), Lyra,
Cisne (Cygnus), Baleia (Cetus), Pégaso (Pegasus), Áries, Andrômeda e Grou (Grus);
Vênus, Nuvens e luas de Júpiter, luas e anéis de Saturno, aglomerado M7, galáxia de
Andrômeda e aglomerado Plêiades
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O mapa desta seção, recomendado para observações com binóculos e telescópios,
contém as principais regiões, vales, montanhas e crateras do lado visível da Lua. Para
a correta utilização do mapa, sugerimos que seja feita uma rotação de 180º para
habitantes do hemisfério sul da Terra. Créditos: Ralph Aeschliman.
Imagem panorâmica da Lua realizada em outubro de 2016 com telescópio refrator Zeiss (coudé) 150mm f/15 e câmera Nikon D3200 no Observatório do Valongo. Créditos: Daniel Mello e Observatório do Valongo da UFRJ.
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Lua Nova
Quarto Crescente Lua Cheia
Quarto Minguante
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28 Jan 16:16
04 Fev 14:37
11 Fev 16:05
19 Fev 15:47
27 Fev 05:17
05 Mar 22:30
13 Mar 07:21
21 Mar 11:40
28 Mar 15:48
04 Abr 07:02
11 Abr 23:30
20 Abr 03:58
27 Abr 00:31
03 Mai 16:50
11 Mai 15:59
19 Mai 16:12
26 Mai 08:13
02 Jun 04:24
10 Jun 07:52
18 Jun 00:54
24 Jun 15:39
01 Jul 18:10
09 Jul 22:16
17 Jul 07:10
23 Jul 23:36
31 Jul 10:15
08 Ago 10:50
15 Ago 12:19
22 Ago 09:01
30 Ago 04:13
06 Set 21:51
13 Set 17:39
20 Set 20:54
28 Set 22:57
06 Out 08:05
13 Out 00:25
20 Out 11:56
28 Out 17:05
04 Nov 18:14
04 Dez 04:43
11 Nov 09:45
10 Dez 22:35
19 Nov 05:57
19 Dez 01:35
27 Nov 09:27
26 Dez 23:23
Todas as fases para o horário de Brasília (DF).
Fonte: IMCCE, Bureau des longitudes, Time and Date
Dois distintos momentos da Lua em 2020. Na imagem superior, o momento exato da ocultação de Marte no dia 05 de setembro, capturado pela técnica em logística Luana Ramys de Souza na cidade de Anápolis (GO). Logo acima, uma paisagem urbana com a Lua crescente no começo da noite no bairro da Lapa, Rio de Janeiro (RJ), com pano de fundo para o Parque Nacional da Tijuca. A imagem foi feita pelo comerciante Emerson Mendes, em junho de 2020.
As duas imagens acima foram realizadas na data nacional de 7 de setembro de 2019. A superior mostra as crateras Aristillus (superior), Autolycus e Archimedes (centro), parte dos Montes Apeninus, detalhes do relevo lunar (regiões A e B com gráfico à direita) e o local de alunissagem da missão Apollo 15, que chegou à Lua em julho de 1971. A imagem inferior mostra parte do Mare Nubium (esquerda) e as crateras Arzachel, Thebit e Purbach, na região tropical sul da Lua. Créditos: Observatório Antares e Conrado Serodio, com utilização do telescópio Newtoniano GSO 305mm f/15.
A imagem acima, à esquerda, mostra um brilhante meteoro fotografado no Observatório do Valongo da UFRJ em abril de 2018. A imagem da direita, feita pelo fotógrafo Eduardo P. Santiago em setembro de 2017, mostra outro belo meteoro contra o fundo das constelações de Centauro e Cruzeiro do Sul, na cidade de São Sebastião (SP). Créditos: EXOSS.ORG e Observatório do Valongo (esquerda) e EXOSS.ORG e Eduardo P. Santiago (direita).
Estes belos registros foram realizados pelo fotógrafo Leonardo Froes no radiotelescópio do Museu Aberto de Astronomia - MAAS (esquerda, com câmera Canon 6D) e no Observatório Municipal de Campinas Jean Nicolini (direita, com câmera Nikon D610), ambos em Campinas (SP). Eles mostram dois meteoros capturados contra o magnífico fundo estrelado, contendo a Via Láctea (direita) e a galáxia de Andrômeda (esquerda).
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Nome da Chuva
Período de vigência
Máximo
Taxa*
Brilho
Liridas 16 Abr – 25 Abr 22 de Abril 18 Intenso
Eta Aquaridas 19 Abr – 28 Mai 6 de Maio 50+ Intenso
Delta Aquaridas 12 Jul – 23 Ago 30 de Julho 25 Intenso
Perseidas 17 Jul – 24 Ago 13 de Agosto 110 Intenso
Orionidas 2 Out – 7 Nov 21 de Outubro 20+ Intenso
Leonidas 6 Nov – 30 Nov 17 de Novembro 10 Intenso
Geminidas 4 Dez – 17 Dez 14 de Dezembro 150 médio
*A taxa se refere ao número médio de meteoros observados em céu escuro durante o período de 60 minutos, na situação hipotética do radiante (local aparente de origem dos meteoros) se encontrar exatamente no ponto mais alto do céu. Fonte: IMO.
Glossário
Aglomerado estelar: Refere-se a um conjunto de estrelas que, em geral, possuem propriedades físicas similares como
idade, distância e brilho de suas componentes.
Conjunção: Instante em que dois astros aparecem alinhados ou bem próximos um do outro, do ponto de vista da
Terra. Uma conjunção pode ocorrer, por exemplo, entre um planeta e o Sol, um planeta e a Lua ou entre dois planetas.
Eclipse lunar: Momento em que Sol, Terra e Lua estão perfeitamente alinhados, com a Terra posicionada entre o Sol e a
Lua. Nessa situação, os raios solares são interceptados pela Terra que projeta na Lua sua sombra, produzindo o eclipse. Os eclipses lunares podem ser totais, quando a Lua é completamente encoberta pela sombra da Terra ou parciais, quando apenas parte da sombra terrestre é projetada na Lua. Há ainda o eclipse lunar penumbral, em que a Lua é levemente obscurecida pela borda da sombra da Terra, embora esse eclipse não seja detectado facilmente.
Eclipse solar: Momento em que Sol, Terra e Lua estão perfeitamente alinhados, com a Lua posicionada entre a Terra e o
Sol. Nessa situação, os raios solares são interceptados pela Lua que projeta na Terra sua sombra, produzindo o eclipse. Tais como os eclipses lunares, os solares podem ser totais ou parciais.
Galáxia: Enorme conjunto ou sistema contendo estrelas, planetas, nebulosas e poeira interestelar. Galáxias como a Via
Láctea ou mesmo Andrômeda, podem conter centenas de bilhões de estrelas.
Máxima elongação: refere-se a uma posição especial para os planetas Mercúrio e Vênus, quando vistos da Terra. Nessa
configuração, esses planetas estão localizados em suas melhores posições para observação, tanto a leste (antes do amanhecer), quanto a oeste (no começo da noite).
Nebulosa: região difusa formada, basicamente, por gás e poeira interestelar. Embora algumas nebulosas possam ser
restos de estrelas mortas, as maiores nebulosas conhecidas são regiões onde novas estrelas estão sendo formadas.
Chuva de meteoros: Momento de maior fluxo de meteoroides em queda na alta atmosfera da Terra, produzindo taxa
extra de meteoros visíveis durante a noite em determinada região do céu.. A maioria das chuvas de meteoros têm origem a partir de restos de cometas.
Oposição: ocorre quando um planeta está em posição oposta ao Sol, quando observado da Terra. Em outras palavras,
indica que o planeta está a 180º da posição solar. O período próximo da oposição é o mais indicado para a observação dos planetas e outros objetos externos à órbita da Terra.
Superlua: Fenômeno que ocorre quando a Lua, na fase nova ou cheia, está em seu ponto de menor distância da Terra.
Geralmente o termo superlua é mais utilizado para a Lua cheia que, devido ao fato de estar, nessa ocasião, mais próxima da Terra, tem brilho levemente maior que as outras Luas cheias ocorrentes durante o ano.
A figura e a legenda abaixo ilustram, para os planetas A e B, as configurações planetárias
mencionadas acima, conjunção, oposição e elongação, com base na órbita e posição da
Terra. Nessa figura, as dimensões das órbitas, do Sol e dos planetas não estão em escala.
Visitas guiadas ao Observatório do Valongo
Terças às sextas-feiras – 11 às 16h
Sessão de observação dos astros com telescópios
Todas as quartas-feiras – período noturno
Contato
Pesquisa e edição
Daniel Rodrigues Costa Mello
Revisão
Rundsthen Vasques de Nader
Ana Beatriz de Mello
Créditos das imagens
Daniel Mello, Conrado Serodio, Rafael Compassi, Igor Borgo, Rodrigo Coelho,
Leonardo Froes, Eduardo P. Santiago, Romualdo Caldas, Lucca Swingel Viola, Caio
Correia, Carlos Alberto Palhares, Renata Rodrigues, Victor Basile Astuto, Aldo
Gusmão, Carlos Ayres, Fabrizzio Montezzo, Wyllian Torres, Jorge Oliveira, Marcelo
Feio de Lemos, Eduardo Burichel, Erik Zampieri, Raphael Pizzino, Thiago Soares,
Emerson Mendes, Ângela Antunes, Gustavo Pinheiro, Adilson Silva, Sofia Fonseca,
Danilo Malvezi, Luana Ramys de Souza, Douglas Abbud e Observatório do Valongo da
UFRJ.
Referências e efemérides
: JPL Center – https://ssd.jpl.nasa.gov/?ephemerides
(https://eclipse.gsfc.nasa.gov)
IMCCE, Bureau des longitudes – https://site.bdlg.fr/
International Meteor Organization IMO – https://www.imo.net/
Timeanddate.com
Imagem de fundo e de capa: ESO/M. –R. Cioni/VISTA/Magellanic Cloud Survey
A magnífica paisagem astronômica obtida pelo astrofotógrafo Igor Borgo em julho de 2017, com câmera Nikon D7000 e lente Rokinon 14mm f/2.8, no Parque Estadual da Ilha Grande, região sul do estado do Rio de Janeiro. Os coqueiros da praia do aventureiro contrastam em beleza com a Via Láctea, o planeta Saturno (ponto mais brilhante no céu) e o céu estrelado desse verdadeiro paraíso ecológico