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RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

ÁREA: NUTRIÇÃO DE RUMINANTES

ORIENTADORA: Profª. Drª. MARIA ANDRÉIA INKELMANN

SUPERVISORA: Zootecnista Drª. TERESA CRISTINA

MORAES GENRO

Adalberto Carlson Writzl

Ijuí, RS, Brasil

2014

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1

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Adalberto Carlson Writzl

Relatório de Estágio Curricular Supervisionado na Área de Nutrição de

Ruminantes apresentado ao Curso de Medicina Veterinária

da Universidade Regional do Noroeste do Estado do

Rio Grande do Sul (UNIJUÍ, RS), como requisito

parcial para obtenção do grau de

Médico Veterinário.

Orientadora: Profª. Drª. Maria Andréia Inkelmann

Ijuí, RS, Brasil

2014

(3)

Universidade Regional do Noroeste do Estado do

Rio Grande do Sul

Departamento de Estudos Agrários

Curso de Medicina Veterinária

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Relatório de

Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

elaborado por

Adalberto Carlson Writzl

como requisito parcial para obtenção do grau de

Médico Veterinário

COMISSÃO EXAMINADORA:

___________________________________________ Maria Andréia Inkelmann

(Orientadora)

___________________________________________ Lisandre de Oliveira

(Banca)

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3

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família e amigos, por me apoiarem e acreditarem em mim.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus, por guiar meus passos e iluminar o meu caminho, me dando serenidade e força para seguir em frente durante toda esta caminhada.

Em especial, a toda minha família, por estarem ao meu lado, e por todo apoio durante essa trajetória.

Aos meus amigos e colegas pela amizade e companheirismo em todos esses anos, e pelos momentos únicos de estudos e discussões que passamos juntos antes das inúmeras provas e trabalhos realizados ao longo desses 5 anos.

A minha orientadora, Profª. Maria Andréia Inkelmann, pelos conhecimentos transmitidos durante toda minha jornada acadêmica, em especial na orientação deste estágio os quais foram de extrema importância.

A todos os professores que me acompanharam durante minha caminhada acadêmica e contribuíram para a minha formação e em especial aos meus orientadores de bolsa de estudos de iniciação cientifica Profº, Adriano Rudi Maixner, Dagmar Camacho Garcia, Lisandre de Oliveira, e a todos os professores pertencentes ao Departamento de Estudos Agrários (DEAg), em especial aos Prof. Leonir Terezinha Uhde, Sandra Beatriz Vicenci Fernandes, os quais de uma forma ou outra sempre me auxiliaram juntamente com a equipe do laboratório de produção vegetal da UNIJUI, em minha caminhada a Iniciação Científica.

Aos meus supervisores de estágios curriculares Thiago Nicanor de Deus (estágio clinico l), Santos de Jesus Braz da Silva e Paulo Airton Denardin (estágio clinico ll), Alessandra Nazario Viana (estágio extra curricular), Drª Teresa Cristina Moraes Genro (estágio final), que estiveram sempre dispostos a esclarecer dúvidas e passar seus conhecimentos durante essa importante etapa que complementam os conhecimentos teóricos adquiridos em sala de aula com o trabalho prático tanto a campo como em laboratório.

A todos os funcionários do HV-UNIJUI e IRDeR pela ajuda e compreensão com as inúmeras aulas que tivemos nesses locais e sempre nos auxiliaram.

A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigado.

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5

RESUMO

Relatório de Estágio Curricular Supervisionado

Curso de Medicina Veterinária

Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM

MEDICINA VETERINÁRIA – ÁREA DE NUTRIÇÃO DE RUMINANTES

AUTOR: ADALBERTO CARLSON WRITZL ORIENTADORA: Profª. MARIA ANDRÉIA INKELMANN

Data e Local da Defesa: Ijuí, 02 de dezembro de 2014.

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado no Centro de Pesquisa dos Campos Sul-brasileiros – CPPSUL, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, também denominado Embrapa Pecuária Sul, Bagé, Rio Grande do Sul, no período de 11 de agosto a 12 de setembro de 2014, totalizando 150 horas, sob orientação da Profª. Médica Veterinária, Drª. Maria Andréia Inkelmann e supervisão da Zootecnista Drª. Teresa Cristina Moraes Genro. No período correspondente ao estágio, foram acompanhadas diversas atividades relacionadas a nutrição e manejo alimentar em bovinos de corte da raça Hereford, manejados em pastagens de campo natural, campo natural adubado e campo natural melhorado. O período de Estágio Curricular Supervisionado, permitiu vivenciar e colocar em prática conteúdos programáticos da Faculdade de Medicina Veterinária, também acompanhar técnicas e pesquisas relacionadas a melhoramento forrageiro e avaliação de pastagens de campo nativo, tanto a campo como em laboratório de atividades forrageiras. Estas atividades estão descritas, com o auxílio de tabelas. Mais detalhadamente serão abordados dois assuntos relacionado a bovinocultura, os quais foram acompanhados durante esse período.

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LISTA DE ABREVIATURAS

% – Porcentagem CA – Carga Animal CH4 – Gás Metano

CN – Campo Nativo

CNA – Campo Nativo Adubado/Fertilizado CNM – Campo Nativo Melhorado

CO2 – Gás Carbônico

CPPSUL – Centro de Pesquisa dos Campos Sul-brasileiros DEAg – Departamento de Estudos Agrários

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária FDA – Fibra em Detergente Ácido

FDN – Fibra em Detergente Neutro g – Grama

GMD – Ganho Médio Diário ha – Hectare

HV – Hospital Veterinário

IRDeR – Instituto Regional de Desenvolvimento Rural kg – Quilograma mg – Miligrama MM – Material Morto MS – Matéria Seca MV – Material Verde OF – Oferta de Forragem PV – Peso Vivo SF6 – Hexafluoreto de Enxofre TA – Taxa de Acúmulo UA – Unidade Animal

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7

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resumo das atividades desenvolvidas em laboratório de forrageiras realizadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Nutrição de Ruminantes no CPPSUL – EMBRAPA Pecuária Sul, no período de 11 de agosto a 12 de setembro de 2014... 13 Tabela 2 – Atividades desenvolvidas a campo, realizado durante o

Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Nutrição de Ruminantes no CPPSUL – EMBRAPA Pecuária Sul, no período de 11 de agosto a 12 de setembro de 2014... 14

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Peso vivo (kg) de novilhos Hereford mantidos em campo nativo (CN), campo nativo fertilizado (CNA) e campo nativo com fertilização e introdução de azevém e trevo vermelho (CNM)... 20 Figura 2 – Ganho médio diário de novilhos Hereford mantidos em

campo nativo (CN), campo nativo adubado (CNA) e campo nativo adubado e com introdução de azevém e trevo vermelho (CNM)... 22 Figura 3 – Emissão de metano entérico de novilhos Hereford

(kg/animal/ano), mantidos em campo nativo (CN), campo nativo adubado (CNA) e campo nativo melhorado por adubação e sobressemeadura de azevém e trevo vermelho... 24

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9

LISTA DE ANEXOS

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 11

2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 13

2.1 Descrição de atividades ... 14

2.1.1 Uso de n-alcanos como marcadores de consumo e indigestibilidade de matéria seca ... 14

2.1.2 Uso de hexafluoreto de enxofre como gás traçador para quantificar a emissão de metano através da eructação dos bovinos ... 15

3 DISCUSSÃO ... 17

3.1 Efeito do melhoramento de campo nativo na produção de bovinos de corte ... 17

3.2 Produção de metano pela cadeia produtiva da bovinocultura de corte ... 23

4 CONCLUSÃO ... 27

5 REFERÊNCIAS ... 28

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11

1 INTRODUÇÃO

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado no Centro de Pesquisa dos Campos Sul-brasileiros – CPPSUL, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, na área de Nutrição de Ruminantes, no período de 11 de agosto a 12 de setembro de 2014, perfazendo um total de 150 horas, sob a supervisão da Zootecnista Drª Teresa Cristina Moraes Genro e orientação da Profª. Drª. Maria Andréia Inkelmann.

A Embrapa Pecuária Sul desde 1937 vem contribuindo para o avanço tecnológico para a prosperidade e evolução da bovinocultura nos campos sul-brasileiros, a qual teve sua origem quando a Fazenda Cinco Cruzes foi adquirida pelo Governo Federal, passando a se chamar Fazenda Experimental de Criação “Cinco Cruzes”, no entanto, há 77 anos a pesquisa agropecuária na região sul desempenha um importante papel em busca de novas tecnologias tanto como referência em melhoramento genético, manejo nutricional de ruminantes como também em melhoramento de pastagens cultivadas e campo nativo (EMBRAPA, 2014). A EMBRAPA esta localizada as margens da BR 153 - Km 603, município de Bagé, estado do Rio Grande do Sul, Brasil, onde possui uma área de aproximadamente 2.600 ha destinadas a pesquisas com plantas forrageiras, bovinocultura de corte, bovinocultura de leite e ovinocultura.

A estrutura física da Embrapa Pecuária Sul é ampla, contendo uma Biblioteca com um grande acervo de bibliografias, as quais estavam a nossa disposição durante o estágio, Laboratório de Nutrição Animal e Forrageiras, Laboratório de Reprodução Animal, Laboratório de Genética Animal, Laboratório de Ciência e Tecnologia de Carnes, Laboratório de Helmintologia, Laboratório de Endo e Ectoparasitologia, Laboratório de Estatística e Genômica, Laboratório de Estudos e AgroEcologia e recursos Naturais, Herbário (CPPSUL, 2013).

Dentre os mais de 2.600 ha, existem vários experimentos tais como: o uso de diferentes manejos em pastagens de campo nativo usufruindo de uma grande diversidade de espécies forrageiras; uso de diferentes ofertas de forragem por Kg de peso vivo (PV) de bovino maximizando a atividade pecuarista; experimentos com a introdução de espécies forrageiras de inverno sobressemeadas em campo nativo e

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ainda com uso de adubação química para otimizar o ganho de peso vivo (PV) por área, permitindo assim uma maior carga animal (CA) por ha, fazendo com que a atividade pecuária torne-se mais rentável e competitiva; experimentos com integração lavoura pecuária e agrosilvopastoril; melhoramento genético em bovinos de corte e leite; melhoramento genético em ovinocultura com o uso do Gene Booroola; avaliação de emissão de Gás Metano pelo processo digestivo de ruminantes sob diferentes ofertas de forragem; experimento com o uso de n-alcano como marcador de ingestibilidade e digestibilidade de forragens de campo nativo.

A CPPSUL possui uma grande equipe de trabalho para cada área de ação, como por exemplo, a nutrição de bovinos e manejo de campo nativo, é composta por vários colaboradores, entre eles: técnicos agrícola, zootecnista, médico veterinário e bolsistas de iniciação cientifica e bolsistas EMBRAPA e de outras instituições, sob supervisão da Drª Teresa Cristina Moraes Genro.

A escolha da Embrapa Pecuária Sul para a realização do estágio se deu pela possibilidade de acompanhar profissionais capacitados e competentes para dar continuidade ao meu aprendizado que obtive na graduação, e por apresentar uma infraestrutura adequada, possibilitando uma melhor qualificação profissional.

O referido estágio teve como objetivo por em prática os conhecimentos adquiridos durante a graduação e laboratório de pesquisas forrageiras, bem como vivenciar a campo todo o significado de um correto manejo nutricional em bovinos mantidos sob pastejo de campo nativo, permitindo-me assim maior capacitação para atuar no mercado de trabalho.

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13

2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As principais atividades desenvolvidas e acompanhadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária realizado na Embrapa Pecuária Sul foram direcionadas ao manejo nutricional em bovinos de corte, na qual foram acompanhadas avaliações de taxa de acúmulo de forrageiras de campo nativo, campo nativo fertilizado e campo nativo melhorado, juntamente com ajuste de carga animal com OF de 12 Kg de forragem para cada 100 Kg de PV, com avaliação visual e com testes laboratoriais para definir o percentual de MS presente nas diferentes fases vegetativas das plantas forrageiras. Outros trabalhos acompanhados a nível de campo e laboratório foram o uso de n-alcanos como marcadores de indigestibilidade e digestibilidade em bovinos de raça Hereford e a emissão de gás metano (CH4) pelo processo digestivo dos ruminantes. As atividades acompanhadas

durante este período estão expostas resumidamente abaixo na forma de tabelas.

Tabela 1 – Resumo das atividades desenvolvidas em laboratório de forrageiras realizadas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Nutrição de Ruminantes no CPPSUL – EMBRAPA Pecuária Sul, no período de 11 de agosto a 12 de setembro de 2014

Atividade Nº de horas %

Pesagem de amostras (campo nativo)

Separação Botânica (MM e MV) 30 9 10,3 34,4

Pesagem de amostras após separação

Colocação de amostras em estufa (forragem) 3 2 3,4 2,3

Composta de fezes coletadas (n-alcanos) 9 10,3

Colocação de composta de fezes em estufa 2 2,3

Moagem de fezes secas 6 6,9

Reunião semanal (discussão de artigos) 8 9,1

Limpeza dos tubos coletores de gás metano

Montagem dos buçais (coleta de gás metano) 3 3 3,4 3,4

Moagem de feno para os bois fistulados 6 6,9

Moagem das amostras forrageiras secas 6 6,9

Total 87 100

MM: Material morto; MV: Material verde; %: Em relação ao tempo utilizado para cada atividade em laboratório.

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Tabela 2 – Atividades desenvolvidas a campo, realizado durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Nutrição de Ruminantes no CPPSUL – EMBRAPA Pecuária Sul, no período de 11 de agosto a 12 de setembro de 2014

Atividade Nº de horas %

Ajuste de carga animal Aplicação de Alcanos (C32) Aplicação de Antiparasitário Avaliação visual (% MS) Caminhamento em 9 potreiros Coleta de fezes Comportamento animal 6 10 3 6 6 5 12 9,5 15,8 4,7 9,5 9,5 7,9 19

Corte de amostras forrageiras 6 9,5

Colocação dos buçais (CH4) 3 4,7

Colocação de tubos coletores (CH4)

Retirada dos tubos coletores de CH4

2

2 3,1 3,1

Pesagem dos animais (tratamentos) 2 3,1

Total 63 100

C32: Carbono 32; MS: Matéria seca; CH4: Gás metano.

2.1 Descrição de atividades

A seguir serão descritas duas atividades acompanhadas durante o período de estágio que são constituídas de técnicas fundamentais para a realização de experimentos na área de nutrição de ruminantes, assim como para a otimização da produção animal. Tais técnicas têm aplicação tanto em experimentação quanto na rotina das unidades de produção.

2.1.1 Uso de n-alcanos como marcadores de consumo e indigestibilidade de matéria seca

O uso de marcadores internos e externos como indicadores de consumo e compostos estruturais das pastagens, vem se destacando como método de avaliação do consumo animal, o qual é de grande importância na pecuária nacional, a qual utiliza as pastagens naturais como a base da alimentação. Tais indicadores

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15

podem ser representados por substâncias indigestíveis produzidas naturalmente por alguns componentes da dieta.

O método utilizado para estimar o consumo e a indigestibilidade da Matéria Seca, acompanhado parcialmente em meu estágio, foi o uso de n- alcanos (C32) os

quais são hidrocarbonetos saturados presentes naturalmente nas cutículas das plantas. Tal método pode ser usado, tanto para estimar a ingestão quanto a composição botânica das pastagens ingeridas pelos ruminantes, a partir de testes laboratoriais em amostras de fezes e de forragens.

A etapa inicial do experimento teve como objetivo a estabilização da concentração do marcador (C32) nas fezes, portanto foram administrados cinco dias

de alcanos (10 aplicações) e a partir do sexto dia foram realizadas as coletas de fezes através de toque retal, duas vezes ao dia, por um período de cinco dias (manha e tarde, totalizando 10 amostras). Portanto foram 10 dias de administração de alcanos na forma de péletes de celulose. Com o uso de equipamento específico para aplicação de péletes intra-esofágico, com uma concentração individual de 200 mg de C32.

As amostras foram coletadas individualmente, separadas e congeladas, para serem processadas posteriormente. Após a última coleta, foram feitas as compostas de aproximadamente 500g de fezes de cada animal teste. Essas compostas foram secas em estufa de circulação forçada de ar, a uma temperatura de 60ºC até a estabilização do peso das mesmas, para posteriormente serem moídas e feitos os testes laboratoriais.

Juntamente com a análise das fezes dos animais, também foram testados os cortes de forrageiras das quais os bovinos se alimentavam durante o período do experimento. Estas amostras foram coletadas após a simulação de pastejo, e foram secas, moídas e analisadas quanto ao perfil de n-alcanos presentes nas forragens.

2.1.2 Uso de hexafluoreto de enxofre como gás traçador para quantificar a emissão de metano através da eructação dos bovinos

O uso da técnica de hexafluoreto de enxofre como traçador para a determinação de metano produzido pelo processo digestório de ruminantes é

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bastante utilizado, pois o metano é produzido naturalmente através do processo fermentativo ruminal. Neste processo as bactérias que colonizam o rúmen, degradam os carboidratos encontrados nos vegetais, principalmente as fibras (celulose, hemicelulose e lignina), transformando-as em fontes proteicas de boa qualidade nutricional.

A forma do gás traçador, consiste em uma cápsula de metal contendo uma placa porosa em uma das extremidades. A qual esta carregada com o gás hexafluoreto de enxofre, que já tem conhecida a sua taxa de liberação, em testes realizados em banho-maria. Esta cápsula é inserida no rúmen através de fístulas ruminais ou então por via oral.

Já o método de coleta de metano, é realizado através de tubos coletores presos a buçais que foram colocados, estrategicamente, uma semana antes do período de coleta, para habituar os animais evitando transtornos como perda de materiais de coleta. Após o período de adaptação de uma semana, foram colocados os tubos de metal nos bovinos e no ambiente de pastejo. Os tubos se encontravam com uma pressão negativa em seu interior e foram acoplados a uma mangueira fina e uma válvula reguladora na extremidade, a qual era posicionada próxima as narinas do animal. A coleta de gás foi realizada pelo período de cinco dias de avaliação.

As concentrações de metano e hexafluoreto de enxofre são determinadas por cromatografia gasosa. A quantidade emitida de metano é calculada em comparação com a taxa de emissão da cápsula de hexafluoreto de enxofre presente no rúmen.

(18)

17

3 DISCUSSÃO

A seguir está descrita uma revisão bibliográfica sobre dois experimentos que se utilizam das técnicas descritas acima, as quais foram acompanhadas durante o período de estágio.

3.1 Efeito do melhoramento de campo nativo na produção de bovinos de corte

A pecuária representa uma fonte importantíssima e insubstituível de alimento, da qual mais de um bilhão de pessoas dependem para sobreviver, sendo que 70% dos 880 milhões de pessoas que vivem na zona rural dependem em parte das criações de animais para subsistência. No entanto discute-se muito sobre o impacto que a bovinocultura acarreta ao meio ambiente, fazendo com que novas linhas de pesquisas sejam desenvolvidas para minimizar essa ação que é decorrente do uso inadequado do manejo, tanto dos animais como também das pastagens, exercendo uma forte pressão sobre os recursos naturais. Sendo assim, pesquisas inovadoras estão se destacando, com o objetivo de maximizar a produção forrageira, e consequentemente tornando a pecuária mais sustentável e competitiva.

Nas últimas décadas, a pecuária teve um grande desenvolvimento, tanto a nível nacional como mundial. Alguns fatores, no entanto, podem colocar em risco esse setor, tais como: alto custo da alimentação animal e insumos, degradação dos recursos naturais, mudanças climáticas e exigências do mercado consumidor e comprador. Vieira e Quadros (2010) afirmam que para ter um crescimento na cadeia produtiva da bovinocultura de corte e consequente aumento na rentabilidade, devem-se levar em conta fatores como o melhoramento genético, os fatores ambientais, nutrição e manejo sanitário dos animais.

Neste contexto a Embrapa Pecuária Sul conduz pesquisas nesse âmbito visando resultados que contribuam para o crescimento da pecuária no estado.

Dentre os experimentos conduzidos durante o período de estágio foi possível acompanhar parte das avaliações realizadas no potreiro 18, que constitui um dos

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sítios experimentais da CPPSul. O potreiro 18 conta com uma área total de 61 ha, a qual é destinado a avaliações com uso de alcanos como marcadores de indigestibilidade, produção de gás metano pelo processo digestório de bovinos de corte e melhoramento de campo nativo com espécies hibernais sobressemeadas.

A forma utilizada na Embrapa Pecuária Sul, para avaliar a TA para posteriormente ajustar a OF para uma CA adequada, é a observação visual, denominada caminhamento, onde são percorridos os 9 piquetes do potreiro 18, com avaliações ao acaso em 10 pontos diferentes. Tizziani (2008) concorda que, as avaliações de OF podem ser feitas por métodos visuais ou corte, e pesagem da amostra coletada. No entanto, o método mais comumente utilizado em propriedades é a avaliação visual, sendo que esta deve ser realizada por profissionais treinados.

No experimento acompanhado, juntamente com a avaliação visual foi feita a medição da altura do dossel forrageiro em 3 amostras representativas dentro e fora das gaiolas de exclusão, as amostras (03) são cortadas como auxílio um quadro medindo 0,25 m², em seguida é realizado a pesagem da amostra total, separação botânica em MV e MS, secagem em estufa a 60ºC, pesagem (MS), e moagem para testes laboratoriais. Os piquetes do potreiro 18 possuem uma área de 7 ha, onde cada um destes é enumerado, respectivamente de 1 a 9 e ainda subdivididos em sítios, conforme o tipo de relevo. Os piquetes possuem manejos diferenciados entre si com três repetições: campo nativo, campo nativo fertilizado e campo nativo melhorado, com ajustes de CA principalmente em duas estações do ano (verão e inverno), conforme a produção de forragem existente.

Segundo Nabinger (2006), no Rio Grande do Sul a principal forma de produção pecuária é a exploração dos campos nativos, o qual corresponde a 74% das áreas destinadas a esse fim. No entanto, a maior dificuldade encontrada com esse manejo são as estações mais frias do ano, com formação de geadas e consequentemente baixando a quantidade e a qualidade das forrageiras. Em consequência disto ocorre frequente queda de peso e em casos extremos a morte dos bovinos em algumas propriedades.

Essa diminuição da taxa de crescimento das pastagens em determinadas estações do ano, requer estratégias para evitar a subnutrição, diminuindo os prejuízos causados pela redução da fertilidade do rebanho.

(20)

19

Nabinger (2006) relata ainda que a OF de forragem é utilizada para descrever a quantidade de pasto disponível diariamente aos animais e a disponibilidade é algo que não podemos manter em um sistema de pastejo contínuo, mas podemos ajustar a CA em função da produção de forragem, fazendo com que aumente a eficiência produtiva tanto das pastagens, quanto dos animais.

O processo de revitalização de campo nativo no CPPSul teve seu inicio no mês de março de 2007 com trabalhos de melhoramento forrageiro, com aplicação de 80 kg/ha de fósforo e 100 kg/ha de cloreto de potássio nos piquetes de CNM, CNA. No mês de abril de 2007, a estratégia para o CNM, foi além do uso de fertilizantes, a introdução de azevém (Lolium multiflorum Lam.), na proporção de 25 kg/ha e trevo vermelho (Trifolium pratense L.) 8 kg/ha. Desde 2007, anualmente foram aplicados 50 kg/ha de nitrogênio no outono e primavera em todos os piquetes dos tratamentos CNA e CNM. A partir de agosto de 2012, essa área de experimento, foi utilizada para terminação de bovinos da raça Hereford em sistema de pastejo contínuo. A CA utilizada foi de 3 animais testes por piquete e animais reguladores mantendo uma OF de 12% de PV (ROSSETTO et al., 2014).

Além do uso de insumos e ajuste de CA para uma OF de 12 kg para cada 100 kg de PV, o experimento objetivou investigar quais são as espécies forrageiras mais selecionadas pelos animais. Para isso foi subdividido cada piquete em sítios os quais continham diferentes espécies forrageiras naturais adaptadas às condições de relevo, por exemplo: áreas baixas com plantas mais tolerantes a umidade e até mesmo a terrenos alagadiços e nas áreas mais altas, forrageiras tolerantes a terrenos mais secos.

No entanto é imprescindível um trabalho de comportamento ingestivo para podermos estimar o quanto de cada espécie forrageira cada bovino esta consumindo, para que se possa analisar a eficiência alimentar. Esses resultados, na CPPSul são coletados com a avaliação de comportamento animal, na qual é quantificado o tempo de permanência de cada bovino teste em cada sitio. Além disso avaliou-se também o comportamento dos bovinos, considerando pastejo, ruminação e outras atividades. Com esses dados tabelados, podemos fazer os cortes de amostras forrageiras diferenciadas em cada sitio, levando em conta a porcentagem de tempo de cada animal teste em pastejo e assim teremos uma amostra representativa do produto que cada bovino esta ingerindo.

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Como resultado parcial da observação dos animais foi possível detectar uma tendência de seleção por espécies forrageiras entre a variada quantidade de gramíneas e leguminosas presentes em campo nativo.

Conhecer as espécies existentes em nossos campos é o primeiro passo para o reconhecimento do potencial que estas pastagens representam, pois são cerca de 450 espécies de gramíneas e mais de 150 leguminosas (NABINGER, 2006).

Rossetto et al. (2014) complementam dizendo que a bovinocultura de corte no Rio Grande do Sul é baseada principalmente em sistemas extensivos, e quase que exclusivamente em pastagens nativas, com a utilização de altas lotações durante todo o ano, o que reflete em baixos índices zootécnicos.

No experimento acompanhado foi buscado demonstrar a possibilidade de incremento na produção com o uso de melhoramento de campo nativo, fazendo um comparativo de área em relação a CA suportada, como demonstrado na Figura 1.

Figura 1 – Peso vivo (kg) de novilhos Hereford mantidos em campo nativo (CN), campo nativo fertilizado (CNA) e campo nativo com fertilização e introdução de azevém e trevo vermelho (CNM)

Fonte: Genro et al. (2014).

Segundo os dados representados na figura 1, os bovinos mantidos em CNM obtiveram um PV, superior aos demais, seguido pelos animais mantidos em CNA e CN respectivamente. Porém a partir do mês de agosto de 2013, os animais mantidos em CNA começaram a diferenciar-se dos animais em CN. Esses resultados demonstram que a utilização de fertilizantes e sobressemeadura de espécies hibernais, trazem um incremento, maximizando a produção pecuária sob campo

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nativo nas estações mais frias do ano. Observando estes dados é possível notar maior ganho por área, diferença esta que ultrapassa mais de 100 kg de PV/ha em relação aos animais alimentados somente em CN.

Oliveira (2007) et al. acrescentam que as pastagens brasileiras apresentam produções muito baixas, pois em poucos anos após sua implantação, entra em processo de degradação, em virtude de vários fatores, sendo os principais: manejo inadequado da planta forrageira, exaustão da fertilidade do solo, falta de conservação do solo e como consequência desse processo, diminuição drástica da taxa de acúmulo da pastagem. Entretanto, com a utilização de intensidade moderada de pastejo, propiciando uma oferta em torno de 12% PV, é possível otimizar tanto a produção animal como a vegetal (NABINGER; CARVALHO, 2009).

Ferreira et al. (2011) destacam que o uso de fertilizantes e sobressemeadura de espécies forrageiras hibernais em campo nativo, proporciona maior participação de forragem verde, aumento na altura do pasto e maior produção de forragem, além de aumentar a quantidade e a qualidade dos nutrientes.

Nabinger (2006) complementa ainda que muitas vezes a simples condução correta do pastoreio e o uso de um mínimo de insumos permitiria a muitas espécies nativas serem mais produtivas que as exóticas introduzidas e de forma muito mais sustentável e economicamente viável, viabilizando uma maior CA por ha em sistema de pastejo contínuo ou rotativo.

Nabinger (1998) demonstra que a OF que propiciou maior ganho de PV por área foi de 12% para bovinos alimentados com campo nativo, considerando OF de 4% a 16%. No experimento atual foi realizado estudo semelhante, utilizando uma OF de 12%, que tem os dados expressos na figura 2.

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Figura 2 – Ganho médio diário de novilhos Hereford mantidos em campo nativo (CN), campo nativo adubado (CNA) e campo nativo adubado e com introdução de azevém e trevo vermelho (CNM) Fonte: Rosseto et al. (2014).

Segundo os dados da figura 2 houve um maior ganho dos animais manejados a CNA e CNM nos meses de outubro e novembro de 2012, obtendo um GMD maior do que os animais mantidos em CN. No entanto entre os meses de janeiro a junho de 2013, não houve diferenças significativas entre os três tratamentos para GMD. A partir do mês de abril de 2013 houve uma queda no GMD dos três tratamentos, sendo a queda mais acentuada nos meses de junho e julho, que coincide com os meses de temperaturas mais baixas na região, resultando em diminuição da quantidade e qualidade nutricional das forragens.

Em agosto de 2013 os animais mantidos em CN continuaram a perder peso enquanto os animais mantidos em CNA e CNM ganharam peso, possivelmente pela maior disponibilidade de nutrientes para as plantas forrageiras, via fertilização, o que potencializou o aumento do dossel forrageiro. Época essa que também coincide com o crescimento das espécies hibernais implantadas no tratamento CNM (azevém e trevo vermelho), disponibilizando maior oferta de forragem de boa qualidade nutricional.

Nos meses de Outubro e dezembro de 2013, os resultados de GMD do tratamento com CNM alcançaram ganhos superiores a 1 kg por dia, sendo significativamente superior aos outros tratamentos. Entretanto, apesar dos animais estarem com média de peso de 430 kg, eles ainda não apresentaram gordura de acabamento de carcaça suficiente para o abate (2,9 mm), sendo que a exigência dos frigoríficos é de 3 a 10 mm de espessura de gordura subcutânea.

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Diante do exposto observa-se a necessidade de utilização de estratégias para suprir as exigências nutricionais para cada fase, dentro da cadeia produtiva da bovinocultura. Constata-se que o melhoramento de pastagens de campo nativo, proporciona ótimos resultados em termos de GMD, alcançando ganhos superiores a 1 kg/dia, demonstrando competitividade em relação a pastagens exóticas. Porém ainda não foram corregidas as perdas em decorrência do vazio forrageiro, que é um período de transição entre culturas forrageiras de inverno e verão, causando numerosos prejuízos para a atividade pecuarista.

3.2 Produção de metano pela cadeia produtiva da bovinocultura de corte

Atualmente o Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo, girando em torno de 200 milhões de cabeças, e como toda cadeia produtiva em larga escala, a produção de leite e carne em nosso país não é diferente, pois constantemente são levantadas questões a respeito da sustentabilidade desses meios de produção. Devido alguns fatores a produção agropecuária brasileira vem sendo pressionada tanto pela comunidade interna como externa, como contribuinte ao aquecimento global.

Entre vários assuntos atualmente discutidos, está a produção de metano (CH4), através do processo digestivo dos ruminantes, consequência atribuída em

algumas situações ao tipo e qualidade da nutrição ofertada a esses animais. No entanto, os sistemas de produção animal sofrem críticas permanentemente sobre impactos ambientais gerados por tais atividades, e entre estas, uma das principais é a contribuição para o aquecimento global através da produção de gás de efeito estufa.

Carvalho et al. (2009) relatam que houve tempo em que a produção de ruminantes em pastagens era reconhecido como ecologicamente correto. No entanto, o Brasil com seus 200 milhões de bovinos, passou a estar sob vigilância ecológica mundial, com reflexos evidentes sobre as relações comerciais futuras para a comercialização dos produtos oriundos de pastagens.

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Primaveski et al. (2004) dizem que a agricultura e a pecuária contribuem para a emissão de metano, dióxido de carbono e oxido nitroso, para a atmosfera, fazendo com que aumente a temperatura da superfície terrestre, ocasionada pela destruição da camada de ozônio na atmosfera. A produção de metano de origem metabólica e a emissão de oxido nitroso pelo uso de fertilizantes nitrogenados, em culturas de grãos ou em pastagens são considerados importantes fontes de emissão de gases que contribuem para o aquecimento global.

Visando elucidar parte dessa problemática foi realizado um experimento que quantificou a emissão de CH4. Esse experimento foi desenvolvido na Embrapa

Pecuária Sul. O sistema de coleta do CH4, foi através da técnica do gás traçador

SF6, descrito por Johnson et al. (1994 apud GENRO et al., 2014). Inicialmente foram

colocados os buçais nos bovinos teste com uma semana de antecedência ao inicio das coletas, para adaptação dos mesmos. O armazenamento do gás foi através de tubos coletores conectados à narina de 27 bovinos, mantidos em CN, CNA e CNM. Para a coleta do CH4 do ambiente, foram utilizados 3 tubos coletores dispostos

estrategicamente próximos aos piquetes. Permanecendo para avaliação durante cinco dias, tanto os tubos coletores nos animais, quanto no ambiente. As referidas coletas foram realizadas em: 21-26 de janeiro (verão); 5-10 de junho (outono); 22-27 de julho (inverno); 28 de outubro -2 de novembro (primavera). O gás coletado foi analisado com o auxilio da cromatografia gasosa na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Figura 3 – Emissão de metano entérico de novilhos Hereford (kg/animal/ano), mantidos em campo nativo (CN), campo nativo adubado (CNA) e campo nativo melhorado por adubação e sobressemeadura de azevém e trevo vermelho

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Podemos observar nitidamente nos dados descritos na figura 3, que a primavera foi a estação do ano que mais obteve produção de metano pelo processo digestivo dos bovinos (269,5g), dados estes relacionados a produção de gás de cada animal durante um dia. Dados esses que coincidiram com o período que os animais obtiveram maior ganho de peso corporal. Tais resultados, podemos atribuir ao maior consumo de MS, e consequentemente maior desempenho desses animais na primavera (GENRO et al., 2014). A autora ainda salienta que não foram observadas diferenças significativas na emissão média de metano por animal/ano, sendo os valores médios de 31,60; 42,87 e 46,33 kg de CH4/animal/ano, para os

tratamentos CNA, CNM e CN, respectivamente. Estes resultados estão abaixo dos valores estimados pelo IPCC (2007), para bovinos de corte que é de 49 kg/animal/ano.

Os sistemas brasileiros de produção de bovinos de corte a pasto precisam demonstrar que são acumuladores de carbono e não fontes de emissão de gases de efeito estufa (GENRO et al., 2014). Através do processo digestório dos ruminantes, mais precisamente no rúmen, ocorre a produção de metano, o qual é formado em decorrência da digestão fermentativa durante o metabolismo dos carboidratos do material vegetal ingerido. Nesse processo digestivo, parte do carbono é transformada em gás carbônico (CO2), e a percentagem produzida de CH4, varia

entre 4% e 9% da energia bruta do alimento ingerido e a média encontrada é de 6% (ESTADOS UNIDOS, 2000 apud PRIMAVESKI et al., 2004).

No entanto, a relação entre produção de metano pela digestão do alimento ingerido tem correlação direta com a qualidade e a quantidade da dieta ofertada aos animais, pois quanto maior o tempo de permanência do conteúdo no rúmen para ser digerido, maior será a produção de metano.

Segundo Primaveski et al. (2004) a emissão de CH4 por bovinos leiteiros

alimentados com gramíneas tropicais é superior à emissão de bovinos ingerindo gramíneas de clima temperado. Oliveira et al. (2011) dizem que segundo dados do Inventário Brasileiro das Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa, no ano de 2005, indicou que a emissão total de gases de efeito estufa no Brasil foi de 2.203.362 Gg (1 Gg equivalente a 103 toneladas de gás poluente), de CO2 e apontou a agropecuária sendo responsável por 22% das emissões e a

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A agricultura foi apontada como contribuinte da emissão de metano em nosso país com 71%. A qual confere esta responsabilidade a pecuária, tanto de corte como de leite através da emissão entérica, nas respectivas proporções (54,3% pelo gado de corte e 7,4% pelo gado leiteiro e 1,9% pelas outras espécies), totalizando 63,3%, seguida pela emissão do manejo dos dejetos provenientes de animais confinados, com participação de 5,5%. A grande preocupação demonstrada pela sociedade interna e externa é com o aumento da cadeia produtiva da bovinocultura em nosso país, pois a emissão de metano tende a acompanhar o crescimento do rebanho.

Muito se discute sobre estratégias para continuar aumentando o rebanho de bovinos de uma maneira mais sustentável, sem que sejamos apontados como vilões do meio ambiente. Portanto, com uso correto das pastagens, com uma CA adequada para cada sistema, podemos propiciar maior fixação de carbono no solo e uma maior produção por área, fazendo com que seja menor a emissão de metano por kg de carne ou leite produzido. Importante também chamar a atenção da sociedade para a transformação que a bovinocultura traz, convertendo o carbono retido pelas plantas forrageiras em proteína de origem animal, através do consumo das mesmas.

Genro et al. (2014), acrescentam ainda que, mediante modificação na estrutura do pasto, leva a diferentes níveis de consumo os quais resultam em diferentes processos de digestão. Pois o aumento no nível de consumo reduz as perdas na forma de metano como porcentagem do consumo diário de energia.

No entanto esses resultados são preliminares e não conclusivos, pois faltam mais 4 avaliações de emissão de metano, coleta de solo para análise de estoque de carbono e os resultados das coletas de oxido nitroso e do metano do solo-planta para realizar o balanço de carbono no sistema. Porém, mesmo não sendo resultados conclusivos, nos indicam que são promissores e com o uso e manejo adequado dos campos naturais que ainda restam, haverá menor emissão de metano entérico por kg de carne produzida pelos ruminantes em pastejo.

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4 CONCLUSÃO

Ao término do estágio curricular supervisionado, percebo a importância de um trabalho em equipe, visando um único objetivo, sem medir esforços para alcançar as metas, que vão em busca da sustentabilidade na pecuária mundial.

Tive o privilegio de conviver com uma equipe batalhadora e empenhada em diversas linhas de pesquisas com o intuito de proteger uma das maiores riquezas que ainda temos a nosso alcance. Estou referindo-me aos campos com centenas de espécies naturais, que por muitos anos foram tratado com desprezo e insignificância, perante outras culturas e atividades agrícolas e agropecuárias. Muitas vezes não paramos para analisar oque esta sob nossos pés, e muito menos nos questionamos sobre o potencial produtivo de plantas espontâneas que nascem, crescem, produzem sementes com um baixíssimo custo.

Os campos nativos possuem uma produção de forragem de alta qualidade, e com um dossel forrageiro variado, fazendo com que os animais selecionem o seu alimento. Porém, estas pastagens naturais necessitam de um manejo diferenciado durante as diferentes estações do ano, preconizando um maior GMD de PV e viabilizando uma maior produtividade de forragem de boa qualidade. Que possamos continuar produzindo bovinos de corte como transformadores de carbono e não como emissores de gases de efeito estufa.

No entanto, temos o dever de continuar avançando em pesquisas e atitudes, para não sermos apontados como destruidores dos meios naturais e sim, ocupar estes de forma mais sustentável possível para continuarmos produzindo produtos de origem animal com alta qualidade sem sermos apontados como contribuintes para o risco a vida do planeta.

Conclui-se assim o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Nutrição de Ruminantes, atingindo todos os meus objetivos, o qual me proporcionou colocar em prática os inúmeros conhecimentos transmitidos tanto pelos professores em minha vida acadêmica como os transmitidos pelos meus orientadores e supervisores de estágios.

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5 REFERÊNCIAS

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Referências

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