2017
Nathália Stivalle Gomes
Direito do
Consumidor
Organizadores
Frederico Amado | Lucas Pavione Coleção
Resumos
ä
para
Concursos
38
2
ª
revista,NOTA DA AUTORA À 2ª EDIÇÃO
É com muita satisfação que apresentamos a 2ª edição da obra de Direito do Consumidor revista e atualizada com as recentes decisões dos tribunais superiores, em especial STF e STJ, sobre matéria con-sumerista. A obra faz referência ao posicionamento de doutrinadores renomados visando contribuir para um estudo mais aprofundado dos temas tratados.
ʹ͐ ±Ù × (Lei nº 13.425/2017, que altera o rol de cláusulas abusivas do CDC), ±Ù Àϐ Ùȋ͑ͳ͵ǤͶͷͷȀʹͲͳǡ que estabelece ao fornecedor o dever de informar o consumidor, em local e formato visíveis, eventuais descontos oferecidos em função do prazo ou do instrumento de pagamento utilizado.)
A obra não tem a pretensão de esgotar temas e discussões, mas de ǡ ϐ o candidato nas provas dos principais concursos e OAB.
Capítulo
1
INTRODUÇÃO AO DIREITO
DO CONSUMIDOR
\ Leia a lei:
ͳ Arts. 1º e 7º do CDC; arts. 5º, inciso XXXII, 170, inciso V, da CF e art. 48 de suas Dispo-sições Transitórias
1. NOÇÕES INICIAIS
O Código de Defesa do Consumidor (Lei n° 8.078/90) constitui um microssistema jurídico, de natureza principiológica, de ordem pú-blica e interesse social, que estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, nos termos dos arts. 5º, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal/1988 e art. 48 de suas Disposições Transitórias.
O CDC protege o consumidor, que é a parte vulnerável na relação de consumo, objetivando, assim, o reequilíbrio da relação jurídica en-tre fornecedor e consumidor, invariavelmente desigual.
2. DEFESA DO CONSUMIDOR E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL
A defesa do consumidor tem respaldo na Constituição Federal de 1988, a saber:
¾ Art. 5º, inciso XXXII: estabelece a defesa do consumidor
vol. 38 – DIREITO DO CONSUMIDOR • Nathália Stivalle Gomes 20
¾ Art. 170, caput e inciso V: estabelece a defesa do consumidor
como princípio da atividade econômica: “a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre inicia-ǡϐ² ǡ os ditames da justiça social, observados os alguns princípios”, dentre eles, a defesa do consumidor;
¾ Art. 48 da ADCT: determinou a elaboração do CDC.
Defesa do consumidor e a CF/88 ԘÆ ¾ Direito fundamental;
¾ Princípio da ordem econômica;
3. PECULIARIDADES DAS NORMAS DE PROTEÇÃO AO CONSUMIǧ DOR
O CDC tem as seguintes peculiaridades: ¾ CDC é um microssistema jurídico; ¾ CDC é lei principiológica;
¾ CDC contém normas de ordem pública e de interesse social.
3.1. Microssistema jurídico
JOSÉ GERALDO BRITO FILOMENO (2014, p. 12) assinala que o CDC é um microssistema jurídico por conter:
¾ “(a) princípios que lhe são peculiares (isto é, a vulnerabilida- ǡǡ ϐ-tos e serviços, de outro);
¾ (b) por ser interdisciplinar (isto é, por relacionar-se com inú-meros ramos de direito, como constitucional, civil, processual civil, penal, processual penal, administrativo, etc.);
¾ (c) por ser também multidisciplinar (isto é, por conter em seu bojo normas de caráter também variado, de cunho civil, pro-cessual civil, propro-cessual penal, administrativo, etc.)”.
Cap. 1 • INTRODUÇÃO AO DIREITO DO CONSUMIDOR 21
\ ATENÇÃO
O CDC é um microssistema jurídico que disciplina as relações de consumo, o que não ŝŵƉĞĚĞ͕ŶŽĞŶƚĂŶƚŽ͕ĚĞŽũƵůŐĂĚŽƌƐĞƐŽĐŽƌƌĞƌĚĞŽƵƚƌĂƐĨŽŶƚĞƐůĞŐŝƐůĂƟǀĂƐ͕ƋƵĞĚŝĂ-ůŽŐĂŵĞŶƚƌĞƐŝ͕ƉĂƌĂƐŽůƵĕĆŽŵĂŝƐũƵƐƚĂĚŽĐŽŶŇŝƚŽ͘ƐƐĂƚĠĐŶŝĐĂĠĚĞŶŽŵŝŶĂĚĂƉĞůĂ doutrina como diálogo das fontes.
ƚĞŽƌŝĂĚŽĚŝĄůŽŐŽĚĂƐĨŽŶƚĞƐĨŽŝĚĞƐĞŶǀŽůǀŝĚĂƉĞůŽĂůĞŵĆŽƌŝŬ:ĂLJŵĞĞĚŝĨƵŶĚŝĚĂŶŽ Brasil pela doutrinadora Claudia Lima Marques.
EĂƐůŝĕƁĞƐĚĞ&>s/KdZdh;ϮϬϭϰ͕Ɖ͘ϭϱͿ͕ĂĞƐƐġŶĐŝĂĚĞƐƐĂƚĞŽƌŝĂĠ͞ĚĞƋƵĞĂƐŶŽƌ-mas jurídicas não se excluem – supostamente porque pertencentes a ramos jurídicos ĚŝƐƟŶƚŽƐ Ͳ͕ ŵĂƐ ƐĞ ĐŽŵƉůĞŵĞŶƚĂŵ͘ EŽ ƌĂƐŝů͕ Ă ƉƌŝŶĐŝƉĂů ŝŶĐŝĚġŶĐŝĂ ĚĂ ƚĞŽƌŝĂ ƐĞ ĚĄ ũƵƐƚĂŵĞŶƚĞŶĂŝŶƚĞƌĂĕĆŽĞŶƚƌĞŽĞŽͬϮϬϬϮ͕ĞŵŵĂƚĠƌŝĂĐŽŵŽƌĞƐƉŽŶƐĂďŝůŝĚĂĚĞ ĐŝǀŝůĞŽŝƌĞŝƚŽŽŶƚƌĂƚƵĂů͘;͘͘͘Ϳ͘ƉŽƐƐşǀĞůƋƵĞĂŶŽƌŵĂŵĂŝƐĨĂǀŽƌĄǀĞůĂŽĐŽŶƐƵŵŝĚŽƌ esteja fora da própria Lei Consumerista, podendo o intérprete fazer a opção por esse ƉƌĞĐĞŝƚŽĞƐƉĞĐşĮĐŽ͘͟
Segundo o doutrinador, a teoria do diálogo das fontes tem como fundamento legal o Ăƌƚ͘ϳΣĚŽ͕ƋƵĞĂĚŽƚĂƵŵŵŽĚĞůŽĂďĞƌƚŽĚĞŝŶƚĞƌĂĕĆŽůĞŐŝƐůĂƟǀĂ͘
KĂƌƚ͘ϳΣĚŽĞƐƚĂďĞůĞĐĞƋƵĞ͞ŽƐĚŝƌĞŝƚŽƐƉƌĞǀŝƐƚŽƐŶĞƐƚĞĐſĚŝŐŽŶĆŽĞdžĐůƵĞŵŽƵƚƌŽƐ ĚĞĐŽƌƌĞŶƚĞƐĚĞƚƌĂƚĂĚŽƐŽƵĐŽŶǀĞŶĕƁĞƐŝŶƚĞƌŶĂĐŝŽŶĂŝƐĚĞƋƵĞŽƌĂƐŝůƐĞũĂƐŝŐŶĂƚĄƌŝŽ͕ da legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades admi-ŶŝƐƚƌĂƟǀĂƐĐŽŵƉĞƚĞŶƚĞƐ͕ďĞŵĐŽŵŽĚŽƐƋƵĞĚĞƌŝǀĞŵĚŽƐƉƌŝŶĐşƉŝŽƐŐĞƌĂŝƐĚŽĚŝƌĞŝƚŽ͕ ĂŶĂůŽŐŝĂ͕ĐŽƐƚƵŵĞƐĞĞƋƵŝĚĂĚĞ͘͟
3.2. Lei principiológica
O CDC é lei principiológica das relações de consumo.
Nas lições de NELSON NERY JUNIOR (1999, p. 432), o CDC é uma × ± ǡϐ À-pios fundamentais das relações de consumo.
Segundo o doutrinador, todas as demais leis que se destinarem, de Àϐ ǡÙ -mo deverão submeter-se aos preceitos gerais do CDC.
ϐ ǣDzǡǤǤǡ±ǡ deve obedecer aos princípios gerais estabelecidos no CDC. Não pode, ǡ Àϐ ǡ ǡ ǡ responsabilidade subjetiva para acidentes aéreos de consumo, con-trariando o sistema principiológico do CDC. Como a regra da lei prin-cipiológica (CDC), no que toca à reparação de danos, é a da responsa-bilidade objetiva pelo risco da atividade (art. 6°, n° VI, CDC), essa regra se impõe a todos os setores da economia nacional, quando se tratar de relação de consumo. Destarte, o princípio de que a lei especial derroga
vol. 38 – DIREITO DO CONSUMIDOR • Nathália Stivalle Gomes 22
a geral não se aplica ao caso em análise, porquanto o CDC não é ape-nas lei geral das relações de consumo, mas, sim, lei principiológica das relações de consumo”.
3.3. Normas de ordem pública e interesse social
O art. 1° do CDC estabelece que as normas de proteção e defesa do consumidor são de ordem pública e interesse social, sobrepondo-se a vontade das partes.
As normas de ordem pública são indisponíveis e inderrogáveis por convenção das partes, sob pena de nulidade absoluta.
ï ǡϐÀ-cio na apreciação das questões consumeristas.
A ressalva a ser feita diz respeito aos contratos bancários, nos quais, segundo entendimento do STJ, é vedado ao juiz apreciar a abu- Ǥ
Relações de consumo ԘÆ ũƵŝnjĚĞǀĞĂŐŝƌĚĞŽİĐŝŽ
\ POSIÇÃO DO STJ
^ƷŵƵůĂϯϴϭ͗͞EŽƐĐŽŶƚƌĂƚŽƐďĂŶĐĄƌŝŽƐĠǀĞĚĂĚŽĂŽũƵůŐĂĚŽĐŽŶŚĞĐĞƌ͕ĚĞŽİĐŝŽ͕ĚĂĂďƵ-ƐŝǀŝĚĂĚĞĚĂƐĐůĄƵƐƵůĂƐ͘͟
As normas do CDC são de interesse social porque destinadas a tu-telar toda uma coletividade de consumidores, garantindo-lhes o aces-so à justiça tanto de forma individual quanto coletiva.
Cap. 1 • INTRODUÇÃO AO DIREITO DO CONSUMIDOR 23
ͶǤVǧA
Introdução ao direito do consumidor
Defesa do consumidor e CF/88 ʹഩĚĞĨĞƐĂĚŽĐŽŶƐƵŵŝĚŽƌƚĞŵĂŵƉĂƌŽŶĂŽŶƐƟƚƵŝĕĆŽ&ĞĚĞƌĂů de 1988, a saber: ͻഩĂƌƚ͘ϱǑ͕ŝŶĐŝƐŽyyy//͖ ͻഩĂƌƚ͘ϭϳϬ͕ŝŶĐŝƐŽs͖ ͻഩĂƌƚ͘ϰϴĚĂd͘ Peculiaridades do CDC ʹഩKƚĞŵĂƐƐĞŐƵŝŶƚĞƐƉĞĐƵůŝĂƌŝĚĂĚĞƐ͗ ͻഩKĠƵŵŵŝĐƌŽƐƐŝƐƚĞŵĂũƵƌşĚŝĐŽƋƵĞĐŽŶƚĠŵƉƌŝŶĐşƉŝŽƐƉƌſ-ƉƌŝŽƐ͕ĐĂƌĄƚĞƌŝŶƚĞƌĞŵƵůƟĚŝƐĐŝƉůŝŶĂƌ͖ ʹഩ Atenção͗ K Ġ Ƶŵ ŵŝĐƌŽƐƐŝƐƚĞŵĂ ũƵƌşĚŝĐŽ ƋƵĞ ĚŝƐĐŝƉůŝŶĂ ĂƐƌĞůĂĕƁĞƐĚĞĐŽŶƐƵŵŽ͕ŽƋƵĞŶĆŽŝŵƉĞĚĞ͕ŶŽĞŶƚĂŶƚŽ͕ĚĞŽ ũƵůŐĂĚŽƌ ƐĞ ƐŽĐŽƌƌĞƌ ĚĞ ŽƵƚƌĂƐ ĨŽŶƚĞƐ ůĞŐŝƐůĂƟǀĂƐ͕ ƋƵĞ ĚŝĂůŽ-ŐĂŵĞŶƚƌĞƐŝ͕ƉĂƌĂƐŽůƵĕĆŽŵĂŝƐũƵƐƚĂĚŽĐŽŶŇŝƚŽ͘ƐƐĂƚĠĐŶŝĐĂ ĠĚĞŶŽŵŝŶĂĚĂƉĞůĂĚŽƵƚƌŝŶĂĐŽŵŽdiálogo das fontes. ͻഩK Ġ ůĞŝ ƉƌŝŶĐŝƉŝŽůſŐŝĐĂ ƉŽƌƋƵĞ ĐŽŶƚĠŵ ƉƌĞĐĞŝƚŽƐ ŐĞƌĂŝƐ͕ ƋƵĞĮdžĂŽƐƉƌŝŶĐşƉŝŽƐĨƵŶĚĂŵĞŶƚĂŝƐĚĂƐƌĞůĂĕƁĞƐĚĞĐŽŶƐƵŵŽ ;E>^KEEZz:hE/KZ;ϭϵϵϵ͕Ɖ͘ϰϯϮͿ͖ ͻഩKĐŽŶƚĠŵŶŽƌŵĂƐĚĞŽƌĚĞŵƉƷďůŝĐĂ͕ƋƵĞƐĆŽŝŶĚŝƐƉŽŶş-ǀĞŝƐĞŝŶĚĞƌƌŽŐĄǀĞŝƐƉŽƌĐŽŶǀĞŶĕĆŽĚĂƐƉĂƌƚĞƐ͖ ͻഩKũƵŝnjĚĞǀĞĂŐŝƌĚĞŽİĐŝŽŶĂĂƉƌĞĐŝĂĕĆŽĚĂƐƋƵĞƐƚƁĞƐĐŽŶƐƵ- ŵĞƌŝƐƚĂƐ͘ƌĞƐƐĂůǀĂĂƐĞƌĨĞŝƚĂĚŝnjƌĞƐƉĞŝƚŽĂŽƐĐŽŶƚƌĂƚŽƐďĂŶ-ĐĄƌŝŽƐ͕ŶŽƐƋƵĂŝƐ͕ƐĞŐƵŶĚŽĞŶƚĞŶĚŝŵĞŶƚŽĚŽ^d:͕ĠǀĞĚĂĚŽĂŽ ũƵŝnjĂƉƌĞĐŝĂƌĂĂďƵƐŝǀŝĚĂĚĞĚĂƐĐůĄƵƐƵůĂƐƐĞŵƉĞĚŝĚŽĞdžƉƌĞƐƐŽ ĚŽĐŽŶƐƵŵŝĚŽƌ;^ƷŵƵůĂϯϴϭĚŽ^d:Ϳ͘ ͻഩK ĐŽŶƚĠŵ ŶŽƌŵĂƐ ĚĞ ŝŶƚĞƌĞƐƐĞ ƐŽĐŝĂů ƋƵĞ ƚƵƚĞůĂŵ ƵŵĂ ĐŽůĞƟǀŝĚĂĚĞĚĞĐŽŶƐƵŵŝĚŽƌĞƐ͘
Capítulo
2
RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO
\ Leia a lei:
ͳ Arts. 2º, 3º, 17, 26, I e II e 29 do CDC; art. 3º do CTN
1. FORMAÇÃO DA RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO
À ϐ ǡ ×ǡ presentes todos os seguintes elementos:
¾
subjetivoǣ ǡ±ǡ -necedor;
¾ objetivo: diz respeito ao objeto sobre o qual recai a relação
À ǡ±ǡǢ ¾ ϐÀ ǣ Ǧ ϐ ǡ±ǡ ϐǤ ǡ ǣ ^ƵďũĞƟǀŽ
Æ
ĐŽŶƐƵŵŝĚŽƌĞĨŽƌŶĞĐĞĚŽƌ KďũĞƟǀŽÆ
ƉƌŽĚƵƚŽŽƵƐĞƌǀŝĕŽ &ŝŶĂůşƐƟĐŽÆ
ĐŽŶƐƵŵŝĚŽƌʹĚĞƐƟŶĂƚĄƌŝŽĮŶĂůvol. 38 – DIREITO DO CONSUMIDOR • Nathália Stivalle Gomes 26
A doutrina costuma analisar a relação jurídica de consumo me- ǤǤ ͳǤͳǤ ϐ ± ǡ Ǥ Ǥʹ͑ϐ DzϐÀ- À -ϐdzǤ ϐ Ù os doutrinadores em razão de o CDC ter contemplado expressamente À Ǥ
Parcela da doutrina sustenta que o CDC se destina à proteção da pes-ϐÀ ǡǡ ǡ À ÙǦǤ Ù 2 ȋʹͲͳͶǡǤʹȌǣDzȋǤǤǤȌ ± × ×ϐϐ À ± Ǥ ǡ - ϐÀ ǡǦ Ø - ǡ ǡǡ-ǡ² Ǧ ǡ ϐdzǤ À ϐ- Ǥ ± Dz- ϐdzϐ -Ǥ ǣ A)
ǣ ϐÀ-ca ou jurídiǣ ϐÀ-ca que se apresente como ǡ ±ǡ ȋ Ȍ ǡ ×ϐǡ ϐ- ǡǤ
Cap. 2 • RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO 27
ǡ ǡ × -no de sua produção são consumidores ainda que a retirada do produto -ϐϐÀ À Ǥ
AȋʹͲͳǡǤͺͲȌ não enxerga o CDC como uma lei de proteção do mais fraco numa rela- À ± ǡ ǡ À ϐ Ǥ ϐ-ǡ ǡǡï ÙÀ Ǥ dĞŽƌŝĂ DĂdžŝŵĂůŝƐƚĂ
Æ
ĐŽŶƐƵŵŝĚŽƌ͗ ĚĞƐƟŶĂƚĄƌŝŽĨĄƟĐŽÆ
ƌĞƟƌĂĚĂĐĂĚĞŝĂƉƌŽĚƵƟǀĂ ŽďĞŵŽƵƐĞƌǀŝĕŽƉĂƌĂ ŶĞĐĞƐƐŝĚĂĚĞƐƉƌſƉƌŝĂƐŽƵ ƉƌŽĮƐƐŝŽŶĂŝƐB) : considera consumidor toda
ϐÀ À Ø ǡ ±ǡ - Ǧǡ - ×ǡ ǡ ǡ ǡǡ ϐǤȋͳǤ͵ͷʹǤͶͳͻǦǡ ͳͻȀͲͺȀʹͲͳͶȂͷͶͺȌǤ DzǡǦϐ Ø ȋ Ȍǡ ǡ -Ø ǡǡ ǡǡϐǡ- ϐ Ǥǡ ȋ ϐȌ pode ser confundida com relação de insumo (consumidor intermedi-ȌdzǤȋͳǤ͵ʹͳǤͳͶǦǡ ͵Ȁ͵ȀʹͲͳͷȂͷͷȌǤ
vol. 38 – DIREITO DO CONSUMIDOR • Nathália Stivalle Gomes 28 ǡ × ǡ Ǥ ǡǡ -À Ǥ ϐ- ǡ ϐ - Ǥ dĞŽƌŝĂ &ŝŶĂůŝƐƚĂ
Æ
ĐŽŶƐƵŵŝĚŽƌ͗ ĚĞƐƟŶĂƚĄƌŝŽĨĄƟĐŽĞ ĞĐŽŶƀŵŝĐŽÆ
ƌĞƟƌĂĚĂĐĂĚĞŝĂƉƌŽĚƵƟǀĂŽďĞŵŽƵƐĞƌǀŝĕŽƉĂƌĂ ŶĞĐĞƐƐŝĚĂĚĞƐƉƌſƉƌŝĂƐ ATENÇÃOTEORIA FINALISTA APROFUNDADA, ATENUADA, TEMPERADA OU MITIGADA ĂƉŽƐŝĕĆŽĚŽŵŝŶĂŶƚĞŶĂũƵƌŝƐƉƌƵĚġŶĐŝĂĚŽ^d:ƋƵĞƚĞŵĂĚŵŝƟĚŽ ĞŵƐĞƵƐũƵůŐĂĚŽƐŽƚĞŵƉĞƌĂŵĞŶƚŽĚĂƚĞŽƌŝĂĮŶĂůŝƐƚĂ͕ŝƐƚŽĠ͕ƚĞŵĂƉůŝ-ĐĂĚŽĂůĞŝĐŽŶƐƵŵĞƌŝƐƚĂƋƵĂŶĚŽĂƉĞƐƐŽĂũƵƌşĚŝĐĂĂĚƋƵŝƌĞƉƌŽĚƵƚŽŽƵ ƐĞƌǀŝĕŽŶŽĐƵƌƐŽĚŽĚĞƐĞŶǀŽůǀŝŵĞŶƚŽĚĞƵŵĂĂƟǀŝĚĂĚĞĞŵƉƌĞƐĂƌŝĂů͕ ĂŵƉůŝĂŶĚŽ͕ĂƐƐŝŵ͕ĂŝŶĐŝĚġŶĐŝĂĚŽŶĂƐƌĞůĂĕƁĞƐũƵƌşĚŝĐĂƐ͘ &ƌŝƐĞͲƐĞ ƋƵĞ Ă ǀƵůŶĞƌĂďŝůŝĚĂĚĞ ĚĂ ƉĞƐƐŽĂ ũƵƌşĚŝĐĂ ĚĞǀĞ ƐĞƌĐŽŵ-ƉƌŽǀĂĚĂ ŶŽ ĐĂƐŽ ĐŽŶĐƌĞƚŽ ƉĂƌĂ ƋƵĞ ŽĐŽƌƌĂ Ă ĂƉůŝĐĂĕĆŽ ĚŽ ͕ ŵŝƟŐĂŶĚŽŽƐƌŝŐŽƌĞƐĚĂƚĞŽƌŝĂĮŶĂůŝƐƚĂĞĂƵƚŽƌŝnjĂŶĚŽĂĞƋƵŝƉĂƌĂ-ĕĆŽĚĂƉĞƐƐŽĂũƵƌşĚŝĐĂĐŽŵƉƌĂĚŽƌĂăĐŽŶĚŝĕĆŽĚĞĐŽŶƐƵŵŝĚŽƌĂ͘ EĞƐƐĞƐĞŶƟĚŽ͗ ͞;͘͘͘ͿŽŶƐŝĚĞƌĂͲƐĞĚĞƐƟŶĂƚĄƌŝŽĮŶĂůĂƋƵĞůĞƋƵĞ͕ŶŽĂƚŽĚĞĐŽŶƐƵ-ŵŝƌ͕ƌĞƟƌĂŽďĞŵĚŽŵĞƌĐĂĚŽ͘^ĞŐƵŝŶĚŽŶĞƐƐĂůŝŶŚĂĚĞƌĂĐŝŽĐşŶŝŽ͕ Ă ^ĞŐƵŶĚĂ ^ĞĕĆŽ ĂĐĂďŽƵ ƉŽƌ ĮƌŵĂƌ ĞŶƚĞŶĚŝŵĞŶƚŽ ĐĞŶƚƌĂĚŽ ŶĂ ƚĞŽƌŝĂ ƐƵďũĞƟǀĂ ŽƵ ĮŶĂůŝƐƚĂ ;ZƐƉ ϱϰϭ͘ϴϲϳͲ͕ :Ğ ϭϲͬϱͬϮϬϬϱͿ͕ ƉŽƐŝĕĆŽŚŽũĞĐŽŶƐŽůŝĚĂĚĂŶŽąŵďŝƚŽĚĞƐƚĞ^d:͘Porém, a jurispru- ĚġŶĐŝĂ͕ƉŽƐƚĞƌŝŽƌŵĞŶƚĞ͕ĞǀŽůƵŝƵƉĂƌĂĂĚŵŝƟƌƵŵĂĐĞƌƚĂŵŝƟŐĂ-ĕĆŽĚĂƚĞŽƌŝĂĮŶĂůŝƐƚĂŶĂŚŝƉſƚĞƐĞĞŵƋƵĞ͕ĞŵďŽƌĂŶĆŽǀĞƌŝĮĐĂĚĂ Ă ĐŽŶĚŝĕĆŽ ĚĞ ĚĞƐƟŶĂƚĄƌŝŽ ĮŶĂů͕ constata-se a vulnerabilidade ĚŽĐŽŶƐƵŵŝĚŽƌƉƌŽĮƐƐŝŽŶĂůĂŶƚĞŽĨŽƌŶĞĐĞĚŽƌ͘EŽĐĂƐŽ͕ŶĆŽƐĞ ĂƉůŝĐĂĂƌĞĨĞƌŝĚĂŵŝƟŐĂĕĆŽĚĂƚĞŽƌŝĂĮŶĂůŝƐƚĂ͕ƉŽŝƐĂĐŽŶƚƌĂƚĂŶ-ƚĞĚŽƐĞƌǀŝĕŽĚĞƚƌĂŶƐƉŽƌƚĞƐĞƋƵĞƌĂůĞŐŽƵĂƐƵĂǀƵůŶĞƌĂďŝůŝĚĂĚĞ perante a empresa contratada͘ WŽƌƚĂŶƚŽ͕ ƐŽď Ă ſƟĐĂ ĚĂ ƚĞŽƌŝĂ
ĮŶĂůŝƐƚĂ͕ƐĞƌŝĂŽĐĂƐŽĚĞĂŶĂůŝƐĂƌƐĞĂĐŽŶƚƌĂƚĂŶƚĞĚŽƐĞƌǀŝĕŽĚĞ ƚƌĂŶƐƉŽƌƚĞĚĞĐĂƌŐĂĠĚĞƐƟŶĂƚĄƌŝĂĮŶĂůĨĄƟĐĂĞĞĐŽŶƀŵŝĐĂĚĞƐƐĞ ƐĞƌǀŝĕŽ͘ŽŶƚƵĚŽ͕ƵŵĂǀĞnjƋƵĞĂĐĂƌŐĂƚƌĂŶƐƉŽƌƚĂĚĂĠŝŶƐƵŵŽ͕Ž ĐŽŶƚƌĂƚŽĐĞůĞďƌĂĚŽƉĂƌĂŽƚƌĂŶƐƉŽƌƚĞĚĞƐƐĞŝŶƐƵŵŽĮĐĂǀŝŶĐƵůĂ-ĚŽ Ă ĞƐƐĂ ĚĞƐƟŶĂĕĆŽ͕ ŶĆŽ ŚĂǀĞŶĐŽŶƚƌĂƚŽĐĞůĞďƌĂĚŽƉĂƌĂŽƚƌĂŶƐƉŽƌƚĞĚĞƐƐĞŝŶƐƵŵŽĮĐĂǀŝŶĐƵůĂ-ĚŽ ŶĞĐĞƐƐŝĚĂĚĞ ĚĞ ƐĞ ƉĞƌƋƵŝƌŝƌ ĂĐĞƌĐĂĚĂĚĞƐƟŶĂĕĆŽĞĐŽŶƀŵŝĐĂĚŽƐĞƌǀŝĕŽĚĞƚƌĂŶƐƉŽƌƚĞ͘͟;ZƐƉ ϭ͘ϰϰϮ͘ϲϳϰͲWZ͕:ĞϯϬͬϯͬϮϬϭϳʹ/ŶĨŽƌŵĂƟǀŽϲϬϬͿ͘