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RESPOSTA AO RECURSO Nº 001/2017 CENTRO DE EXTENSAO, TREINAMENTO E APERFEICOAMENTO PROFISSIONAL S/C LTDA CETAP

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RESPOSTA AO RECURSO Nº 001/2017

1. DA INTERESSADA:

CENTRO DE EXTENSAO, TREINAMENTO E APERFEICOAMENTO PROFISSIONAL S/C LTDA – CETAP

2. DO RECURSO:

Ocorre que a Recorrente entende, data vênia, que não há como se admitir a manutenção da habilitação da empresa INAZ CONCURSOS PÚBLICOS LTDA. uma vez que descumpriu os itens 8.3.1, 8.3.2 e 9.1, todos do instrumento convocatório, bem como a admissibilidade do preço postos, pois notoriamente inexequível, em violação aos termos do item 11.2.2.1.1 e 11.3.5, do edital.

DA AUSÊNCIA DE REQUISITOS DE HABILITAÇÃO.

Analisando os documentos de Habilitação da empresa INAZ, verificamos que os seguintes itens do edital não foram atendidos, quais sejam:

a) 8.3.1) Atividade do Cartão do CNPJ diferente do objeto da licitação;

b) 8.3.2) Alvará de Licença Municipal está em cópia simples, violando o subitem 8.5 do edital;

9.1) Qualificação Técnica:

- Imprestabilidade do Atestado do Instituto Federal de MG, pois a prestação do servido não engloba a elaboração de prova, sendo portanto diferente do objeto da licitação;

- Imprestabilidade do Atestado do Instituto Federal de TO, pois a prestação do servido não engloba a elaboração de prova, sendo portanto diferente do objeto da licitação;

- Imprestabilidade do Atestado da CREFITO-12, pois desprovido de data e da firma do signatário reconhecida em cartório;

- Imprestabilidade do atestado do CORPO DE BOMBEIROS MILITAR, pois desprovido da firma do signatário reconhecida em cartório;

- Imprestabilidade do atestado do Município de Terra Alta, pois desprovido da firma do signatário reconhecida.

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Ante o exposto, tendo ocorrido o descumprimento dos mencionados itens do edital, deve a empresa ser desabilitada e desclassificada do certame.

DA APRESENTAÇÃO DE PREÇO INEXEQUÍVEL.

A proposta de preços apresentada pela licitante INAZ é notoriamente inexequível, pois o valor proposto não cobre os custos para a execução dos serviços constantes do objeto.

Considerando a quantidade de inscritos estimada, 5.000 candidatos, teríamos uma arrecadação de R$55.000,00 (cinquenta e cinco mil reais).

A fim de demonstrar tal inexigibilidade, apresentamos abaixo um demonstrativo de calculo e simulação de despesas.

Receita

Estimativa de Inscritos 5000

Valor proposto por

candidato R$ 11,00 Arrecadação Total R$ 55.000,00 Estudo de Custos

1 - CUSTO COM PESSOAL PARA O DIA DE APLICAÇÃO DE PROVA

Total de Salas de Aula para Aplicação de provas (em torno de 35 candidatos por sala) 142

Quantidade de Fiscais por Sala 2

Valor pago por fiscal (valor colocado é abaixo do mercado, consequentemente

qualidade de mão de obra é pior) R$75,00

Valor líquido com fiscal

R$

21.300,00 Custo com encargos trabalhistas (20% Imposto)

R$

25.560,00 Fiscal de Corredor e Banheiro (pelo menos um a cada 4 salas) 36

Valor pago por fiscal R$ 70,00

Valor líquido com fiscal de sala

R$

2.520,00 Custo com encargos trabalhistas (20% Imposto)

R$

3.024,00 Coordenação de local de prova (1 coordenador para cada 12 salas) 12

Valor por Coordenador de local de prova

R$

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Valor Líquido Gasto com Coordenadores

R$

3.600,00 Custo com encargos trabalhistas (20% Imposto)

R$

4.320,00 Auxiliar de coordenação (1 auxilixar para cada coordenador) 12

Valor por Coordenador de local de prova

R$

200,00 Valor Líquido Gasto com Auxiliares de Coordenação

R$

2.400,00 Custo com encargos trabalhistas (20% Imposto)

R$

2.880,00 Custo Básico com Pessoal para o dia de Aplicação de Prova

R$

35.784,00 Todos os custos e quantidade de pessoal colocados acima estão abaixo do mercado, porém é um mínimo para que o serviço possa ser realizado. É importante ressaltar que com os valores e pessoal reduzidos a qualidade do serviço fica compremetida.

Saldo R$ 19.216,00

2 - CUSTO ELABORAÇÃO DE PROVA

Qtde. Cargos Nível Questõe s Gerais Questões Específica s Total de Questões 1 Fundamental 50 0 50 1 Médio 50 0 50 2 Médio/Técnico 20 30 80 1 Superior 20 40 60 TOTAL DE QUESTÕES: 240

Valor Estimado do Custo por questão R$100,00

Custo líquido com elaboração de Questões R$ 24.000,00

Custo com encardos trabalhistas (20% Imposto) R$ 28.800,00 O custo por questão inserido neste documento está muito abaixo do praticado por boas empresas do mercado, o que compromete qualidade e segurança do serviço prestado.

Saldo -R$ 9.584,00

Os dois grupos de gastos apresentados nos 2 itens acima não são suficientes para

finalizar a prestação de serviço, e já comprometem mais que 100% do valor do contrato, ou seja, o valor é inexequível.

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Existem vários outros custos que envolvem a aplicação de um certame com o apresentado nesta licitação. Seguem abaixo:

1 - Custo com Bancário na compensação de cada Boleto de Candidato. (varia entre R$ 1,40 a R$ 5 reais dependendo do convênio da empresa com o Banco Arrecadador.

2 - Imposto sobre o Valor do Contrato. (depende da forma de tributação da

empresa contratada)

3 - Correção das provas objetivas.

4 - Contratação de equipe técnica para correção da prova subjetiva.

5 - Gasto com logística para aplicação de prova em 3 cidades distintas. 6 - Impressão de provas, Cartões respotas e material para aplicação de

prova.

7 - Assessoria Jurídica para dar apoio ao contratante às demandas judiciais. 8 - Site para Inscrições e informação (adaptação, provedor, segurança,

suporte técnico)

9 - Impressão de relatório final.

10 - Divulgação.

11 - Custos com Escritório (interenet, pessoal de atendimento, luz, telefone,

etc... )

Resta evidente, portanto, que o interesse público não estará resguardado quando da

execução do concurso público em valor tão ínfimo e insuficiente para minimamente cobrir os custos dos serviços a serem executados.

3. DO PEDIDO

Isto posto, REQUER à esta D. CPL que conheça do presente recurso, julgando-a totalmente procedente para afastar a habilitação da empresa INAZ CONCURSOS LTDA ou, caso assim não entenda, que reconheça que o preço ofertado é inexequível e o desclassifique.

4. DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

Por ocasião da realização de Pregão para contratação de empresa especializada em processos de seleção de recursos humanos para concurso público de provimento de cargos efetivos e de Cadastro de Reservas do Quadro de Pessoal do Conselho Regional de Nutricionistas 7ª Região. Pois bem, o presente parecer analisará o recurso apresentado e suas alegações, uma a uma.

Em relação ao recurso apresentado pela empresa vemos que a mesma versa sobre um tema: a inexequibilidade de preço da proposta apresentada pela licitante vencedora. Incialmente cumpre-nos fazer algumas considerações a respeito do instituto da inexequibilidade de preço, em se tratando de pregão. O artigo 48, §1º da Lei nº 8.666/93, determina que são manifestamente inexequíveis as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% do menor de dois outros valores:

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(...)

II - propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com preços manifestamente inexeqüiveis, assim considerados aqueles que não venham a ter demonstrada sua viabilidade através de documentação que comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e que os coeficientes de produtividade são compatíveis com a execução do objeto do contrato, condições estas necessariamente especificadas no ato convocatório da licitação.

§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo consideram-se manifestamente inexeqüíveis, no caso de licitações de menor preço para obras e serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores:

a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cinqüenta por cento) do valor orçado pela administração, b) valor orçado pela administração.

Conforme é cediço, a licitação visa selecionar a proposta mais vantajosa à Administração Pública, atendendo ao disposto no art. 3º, caput, da lei nº 8.666/936 e 1º e 37, XXI da Constituição Federal de forma que a inexiquibilidade tratada no art. 48 da lei mencionada não devem ser avaliadas de forma absoluta e rígida.

Assim, têm-se que em relação à inexiquibilidade, deve ser a mesma analisada caso a caso, vez que pois, embora haja a disposição legal acima, pode ser que a proposta apresentada seja exeqüível, ou seja, concretamente executada pelo proponente. Dessa forma, há uma presunção de inexequibilidade de proposta não possui caráter absoluto, pois pode facilmente ser elidida por prova em contrário do licitante, demonstrando assim que possui o mesmo condições de contratar com a Administração Pública, fato este ocorrido no presente caso.

O recurso suscitado sobre o fato relativo à lucratividade de empresa licitante, porém, tal fato não é de interesse e responsabilidade do Estado e sim dos empresários, de forma que, se o licitante apresenta proposta inferior a 70% do valor orçado pela Administração, óbvio deduzir que a licitante é conhecedora dos riscos e percepção de lucros que envolvem a futura contratação.

Sobre o tema em questão, interessante destacar o ensinamento de Marçal Justen Filho1, o qual explica que:

"comporta uma ressalva prévia sobre a impossibilidade de eliminação de propostas vantajosas para o interesse sob tutela do Estado. A desclassificação por inexeqüibilidade apenas pode ser admitida como exceção, em hipóteses muito restritas. Nesse ponto, adotam-se posições distintas das anteriormente perfilhadas. O núcleo da concepção ora adotado reside na impossibilidade de o Estado transformar-se em fiscal da lucratividade privada e na plena admissibilidade de propostas deficitárias "

Acrescenta, ainda, o doutrinador, ao interpretar o disposto no art. 48, II e § 1º, a e b, da Lei 8.666/93, in verbis:

"5.1) A distinção entre inexequibilidade absoluta (subjetiva) e relativa (objetiva). Discorda-se do entendimento de que todas

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as hipóteses de inexeqüibilidade comportam tratamento jurídico idêntico. Ao contrário, deve impor-se uma diferenciação fundamental, destinada a averiguar se a proposta pode ou não ser executada pelo licitante, ainda que seu valor seja deficitário. A questão fundamental não reside no valor da proposta, por mais ínfimo que o seja – o problema é a impossibilidade de o licitante executar aquilo que ofertou. A formulação desse juízo envolve uma avaliação da capacidade patrimonial do licitante. Se ele dispuser de recursos suficientes e resolver incorrer em prejuízo, essa é uma decisão empresarial privada. Sob esse ângulo, chega a ser paradoxal a recusa da Administração em receber proposta excessivamente vantajosa. 5.2) A imposição constitucional: admissibilidade de benefícios em prol do Estado. Enfim, seria inconstitucional o dispositivo legal que vedasse a benemerência em prol do Estado. Impor ao Estado o dever de rejeitar proposta gratuita é contrário à Constituição. Se um particular dispuser-se a aplicar seus recursos para auxiliar o Estado, auferindo remuneração irrisória, isso não pode ser vedado por dispositivo infraconstitucional. Cabe admitir, portanto, que o Estado perceba vantagens e benefícios dos particulares. (...) 7) A natureza das regras dos §§ 1º e 2º. Por tudo o que se disse, as regras contidas no § 1º autorizam mera presunção relativa de inexeqüibilidade. Essa é a única interpretação cabível, sob pena de reintroduzir-se, disfarçadamente, a licitação de preço-base. Uma formulação hipotética evidencia os riscos produzidos através da inovação legislativa. Suponha-se que diversos licitantes tenham (indevida e reprovavelmente) realizado composição para obter vitória em uma licitação. Poderiam valer-se da regra do § 1º para obter uma fórmula destinada a excluir outros licitantes. Fariam o seguinte: produziriam a participação de inúmeros licitantes, todos com propostas próximas do valor orçado. Isso permitiria presumir que o limite da inexeqüibilidade passaria a ser de 70% do referido valor. Logo, os licitantes cartelizados formulariam propostas próximas a isso. Todos os que tivessem propostas menores seriam excluídos do certame. Como é vedado licitação de preço-base, não pode admitir-se que 70% do preço orçado seja o limite absoluto de validade das propostas. Tem de reputar-se, também por isso, que o licitante cuja proposta for inferior ao limite do § 1º disporá da faculdade de provar à Administração que dispõe de condições materiais para executar sua proposta. Haverá uma inversão do ônus da prova, no sentido de que se presume inexeqüível a proposta de valor inferior, cabendo ao licitante o encargo de provar o oposto. Por outro lado, é perfeitamente possível que a Administração desclassifique como inexeqüível proposta de valor superior a

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70% do valor orçado. Isso dependerá das circunstâncias, dos preços de mercado, do tipo de objeto.

Em determinados setores, a elevada competição faz com que as margens de lucro sejam extremamente reduzidas e muito menores do que a regra do § 1º induz. Nesse caso, o ônus é da Administração, a quem caberá expor os fundamentos da decisão de desclassificação. Por outro lado, as regras dos §§ 1º e 2º podem ser incluídas em editais cujo objeto não seja obras e serviços de engenharia. Tal conclusão decorre do reconhecimento da natureza da disposição. Como se trata de mera presunção relativa, pode aplicar-se a todos os setores e objetos. " (ob. cit., pp. 601/610, grifou-se)

Têm-se, portanto, que a presunção de inexequibilidade prevista no art. 48, II e § 1ª a e b da Lei nº 8.666/93 deve ser considerada relativa podendo ser afastada caso seja devidamente demonstrada pelo licitante que sua proposta é reduzida, porém exeqüível, no que será a mesma mesmo abaixo dos 70% do valor alçado pela Administração, considerada exeqüível.

Nesse sentido, tem decidido nossos Tribunais:

RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. PROPOSTA INEXEQUÍVEL. ART. 48, I E II, § 1º, DA LEI 8.666/93. PRESUNÇÃO RELATIVA. POSSIBILIDADE DE COMPROVAÇÃO PELO LICITANTE DA EXEQUIBILIDADE DA PROPOSTA. RECURSO DESPROVIDO. 1. A questão controvertida consiste em saber se o não atendimento dos critérios objetivos previstos no art. 48, I e II, § 1º, a e b, da Lei 8.666/93 – para fins de análise do caráter exequível/inexequível da proposta apresentada em procedimento licitatório – gera presunção absoluta ou relativa de inexequibilidade. 2. A licitação visa a selecionar a proposta mais vantajosa à Administração Pública, de maneira que a inexequibilidade prevista no mencionado art. 48 da Lei de Licitações e Contratos Administrativos não pode ser avaliada de forma absoluta e rígida. Ao contrário, deve ser examinada em cada caso, averiguando-se se a proposta apresentada, embora enquadrada em alguma das hipóteses de inexequibilidade, pode ser, concretamente, executada pelo proponente. Destarte, a presunção de inexequibilidade deve ser considerada relativa, podendo ser afastada, por meio da demonstração, pelo licitante que apresenta a proposta, de que esta é de valor reduzido, mas exequível. 3. Nesse contexto, a proposta inferior a 70% do valor orçado pela Administração Pública (art. 48, § 1º, b, da Lei 8.666/93) pode ser considerada exequível, se houver comprovação de que o proponente pode realizar o objeto da licitação. Nas palavras de Marçal Justen Filho, "como é vedado licitação de preço-base, não pode admitir-se que 70% do preço orçado seja o limite absoluto de validade das propostas. Tem de reputar-se, também por isso,

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que o licitante cuja proposta for inferior ao limite do § 1º disporá da faculdade de provar à Administração que dispõe de condições materiais para executar sua proposta. Haverá uma inversão do ônus da prova, no sentido de que se presume inexeqüível a proposta de valor inferior, cabendo ao licitante o encargo de provar o oposto" (in Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 12ª ed., São Paulo: Dialética, 2008, p. 610). 4. Na hipótese dos autos, conforme se pode constatar na r. sentença e no v. acórdão recorrido, houve por parte da empresa classificada em primeiro lugar (LEÃO & LEÃO LTDA) e por parte do MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO de que a proposta apresentada por aquela era viável e exequível, embora em valor inferior ao orçado pela Administração. Conforme informações apresentadas pelo ora recorrido, a vencedora do certame "demonstrou que seu preço não é deficitário (o preço ofertado cobre o seu custo), tendo inclusive comprovado uma margem de lucratividade". Além disso, a empresa vencedora vem prestando devidamente o serviço contratado, o que demonstra a viabilidade da proposta por ela apresentada durante o procedimento licitatório (fls. 92/109, 170/172, 195/200 e 257/261). Assim, considerando que as instâncias ordinárias, com base na interpretação do contexto fático-probatório dos autos, entenderam que houve a devida comprovação da viabilidade da proposta apresentada pela empresa classificada em primeiro lugar, não há como elidir a referida conclusão, sob pena de incorrer-se no óbice da Súmula 7/STJ. 5. O Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do RMS 11.044/RJ, de relatoria do Ministro Humberto Gomes de Barros (1ª Turma, DJ de 4.6.2001), consagrou entendimento no sentido de que, "se a licitante vitoriosa cumpriu integralmente o contrato objeto de licitação, afasta-se logicamente a imputação de que sua proposta era inexeqüível". 6. Recurso especial desprovido. (REsp 965.839/SP, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 15/12/2009, DJe 02/02/2010).

"REPRESENTAÇÃO. IRREGULARIDADES EM EDITAL DE PREGÃO ELETRÔNICO. ANULAÇÃO DE OFÍCIO. PROCEDÊNCIA PARCIAL. DETERMINAÇÕES. 1. Os parâmetros de aferição de preços inexequíveis, previstos nos §§ 1° e 2° do inciso II do artigo 48 da Lei n° 8.666/93 podem ser incluídas em editais cujo objeto não seja obras e serviços de engenharia. (...) Voto do Ministro Relator (...)9. A desclassificação de propostas em razão de preço tem por objetivo evitar que administração contrate bens ou serviços por preços excessivos, desvantajosos em relação à contratação direta no mercado, ou inexequíveis/irrisórios, que comprometam a satisfação do objeto almejado com consequências danosas à administração. 10. No que se refere

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à inexigibilidade, entendo que a compreensão deve ser sempre no sentido de que a busca é pela satisfação do interesse público em condições que, além de vantajosas para a administração, contemplem preços que possam ser suportados pelo contratado sem o comprometimento da regular prestação contratada. Não é objetivo do Estado espoliar o particular. Por outro lado, cabe ao próprio particular a decisão acerca do preço mínimo que ele pode suportar. 11. Assim, no contexto da definição de critério para aferir inexigibilidade depreco, julgo que não há prejuízo à transparência e à lisura do certame valer-se dessa fórmula definida no art. 48, inciso II, § 1°, da Lei n° 8.666/93, ainda que para outras contratações de menor preço que não as relativas a serviços e obras de engenharia, uma vez que constitui mais um instrumento para verificação da exigibilidade do preço. Na verdade, esse dispositivo conduz a uma presunção relativa de inexigibilidade de preços. Isso porque sempre haverá a possibilidade de o licitante comprovar sua capacidade de bem executar os preços propostos, atendendo satisfatoriamente o interesse da administração. (TCU, Acórdão 697/2006-Plenário, Rel. Min. Benjamin Zymler, DOU 15/05/2006).

“Processo: 02184920074

Julgamento: 17 de Junho de 2008 Relator: GUILHERME PALMEIRA TCU - 02184920074 (TCU) Data de publicação: 17/06/2008

Ementa: REPRESENTAÇÃO. PEDIDO DE REEXAME.

SUPOSTAS IRREGULARIDADES EM PREGÃO

ELETRÔNICO. NÃO-CARACTERIZAÇÃO. MOTIVAÇÃO PARA DESCLASSIFICAÇÃO DE LICITANTE. PROPOSTA INEXEQÜIVEL. ARGUMENTOS INSUFICIENTES PARA ALTERAR A DELIBERAÇÃO RECORRIDA. NEGATIVA DE PROVIMENTO. Conquanto não atenda em sua plenitude as formalidades exigidas, mostra-se motivado o ato da administração que determina a desclassificação de empresa licitante, cuja proposta afigura-se inexeqüível, em face dos parâmetros estabelecidos no próprio edital da licitação.”

Quanto à referência a ausência de requisitos de habilitação da empresa INAZ, considerada a vencedora do cetarme. Aduz que, em relação aos requisitos dos itens de nº 8.3.1, 8.3.2 e 9.1, não teria atendido as disposições contidas no edital, já que teria apresentado cartão CNPJ diferente do objeto da licitação, o alvará de licença municipal teria sido apresentado em cópia simples e, por fim, em relação a habilitação técnica, seriam imprestáveis os atestados do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais, Instituto Federal do Tocantins, CREFITO-12, Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Pará e Prefeitura Municipal de Terra Alta.

Pois bem, conforme informações prestadas pelo pregoeiro do CRN7, vemos que em relação à atividade constante do cartão de CNPJ apresentado pela empresa INAZ, a mesma teria prestado documentação hábil demonstrando que sua razão social e atividade principal é a prestação de serviços de concurso público. Em relação ao Alvará de Licença de Funcionamento, documentação cobrada no item 8.3.2, o mesmo possuiria autenticação eletrônica, devidamente conferida pelo pregoeiro e comissão de

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licitação durante a realização do pregão e por tratar-se de documento eletrônico, restaria sanado tal fato.

Por fim, quanto a imprestabilidade dos atestados do Instituto Federal do sudeste de Minas Gerais, Instituto Federal do Tocantins, CREFITO-12, Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Pará e Prefeitura Municipal de Terra Alta, informa o pregoeiro que além dos 5 (cinco) Atestados contestados pela impugnação apresentada, a empresa INAZ teria fornecido mais 3 (três) atestados que não sofreram contestação, preenchendo assim o disposto no edital.

5. DA DECISÃO

Ante o exposto, é no sentido de que a alegada inexequibilidade de preço pelos recursos apresentados, de acordo com nossa jurisprudência dominante, não deve ser encarada de forma absoluta, podendo a mesma ser afastada uma vez estando comprovada a viabilidade da proposta apresentada pela empresa classificada. No tocante a suposta ausência de requisitos de habilitação da empresa INAZ, em relação a imprestabilidade dos atestados, mesmo estando os atestados supracitados desqualificados ainda restam 3 (três) que viabilizam a qualificação do mesmo, quanto ao Alvará de Licença de Funcionamento, em cópia simples, por o mesmo possuir código de autenticação eletrônica e o mesmo ter sido conferido pelo pregoeiro e equipe de apoio o mesmo possui validade, e referente ao cartão CNPJ diferente do objeto da licitação, conforme o Departamento Nacional do Registro do Comércio

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DNRC a empresa poderá utilizar em seu nome social o objeto social de sua empresa em seu nome empresarial no caso da INAZ o próprio nome empresarial já define o objeto INAZ CONCURSOS PÚBLICOS LTDA.

Portanto a decisão é no sentido de INDEFERIMENTO do recurso apresentado.

Belém, 04 de julho de 2017.

FABIO COSTA DE VASCONCELOS PRESIDENTE DO CRN-7.

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