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O Legado Templário nas Lojas Maçónicas

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Academic year: 2021

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O Legado Templário nas Lojas Maçónicas

O relacionamento havido entre a Ordem do Templo e a cultura dos povos árabes, judeus e cristãos ortodoxos Orientais do Império Bizantino, proporcionou aos Cavaleiros Templários uma visão do mundo mais alargada, mais moderna e mais consentânea com a realidade deste, até então, limitada ao cristianismo católico romano, que durante a Idade Média, não admitia qualquer outro conhecimento que fosse divergente do que preconizavam os doutores da Igreja, e quem arguisse sobre este conhecimento, corria sérios riscos de sofrer os suplícios da Santa Inquisição.

Todavia, mesmo o conhecimento do sagrado, pode ter várias interpretações, pelo menos, a do Iniciado, que conhece os mistérios, e a do profano, que observa os símbolos sem conhecer o seu significado. Pelo que com os alicerces submersos neste princípio, pensa-se que o conhecimento Templário se dividia numa sabedoria exotérica e numa sabedoria esotérica. Estando este último saber, apenas reservado a alguns membros da Ordem do Templo e, muito provavelmente, a membros que integravam uma Ordem Interna, dentro da Ordem Externa, que sob juramento de absoluto sigilo e de obediência cega, em rituais secretos, obtinham a sua filiação. Aliás, até é muito provável, que alguns membros desta restrita Ordem Interna tivessem sido Iniciados nas escolas de mistério do Oriente, onde por certo, lhes foi revelada a sabedoria secreta do passado, que muito contribuiu, tanto para o saber Templário nas diversas disciplinas do conhecimento, como para a sua vocação de grandes mestres construtores.

Na verdade, o conhecimento secreto recebido da cultura do Médio Oriente, permitiu aos Cavaleiros Templários interiorizar que construir significava muito mais do que edificar uma estrutura, uma vez que construir significa ter a capacidade de gerar espaços e lugares que propiciam a união da Terra ao Céu, o que faz com que através da construção, o Homem se ligue ao Divino e ao Sagrado, formando deste modo a unidade. Pelo que os Cavaleiros Templários tiveram a interiorização e o conhecimento necessário para

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compreender os valores harmónicos que emanam de uma construção religiosa e, em particular, os valores harmónicos que emanam de uma Catedral gótica.

Porém, não é necessário sermos Iniciados nos mistérios dos Cavaleiros Templários, para sentirmos o sagrado de uma Catedral gótica, uma vez que este emana tanto nas suas dimensões e volume, como emana da sua bizarra decoração, ou da luz filtrada que a jorros é projectada para o seu interior. Na verdade, nos seus Estados, os Cavaleiros Templários ficaram conhecidos, tanto como disciplinados guerreiros, como por grandes construtores, dado que nos seus Estados souberam dinamizar e providenciar a construção de muitos castelos fortificados, portos, pontes, estradas, celeiros e moinhos, bem como alojamentos para as suas tropas, estábulos e oficinas e até fundaram povoações, que viriam a transformar-se em cidades históricas, como por exemplo: foi o caso das cidades de Tomar e Castelo Branco. Aliás, diversas ruínas situadas no Sul da Europa e na Palestina demonstram ainda hoje, porque razão os Cavaleiros Templários eram conhecidos como grandes engenheiros construtores e porque eram conhecidos também por “Fratres Salomonis”.

Assim, por consequência dos Cavaleiros Templários terem dirigido os trabalhos de construção nas mais variadas obras públicas, ou simplesmente por terem exercido a função de Mestres com funções de supervisão destas obras, com a inerente competência de instrução dos Aprendizes maçons. Muitos destes Cavaleiros receberam também a Iniciação de Companheiros maçons, tornando-se por consequência, tanto Cavaleiros Guerreiros, como Companheiros da Arte Real. Como prova concreta desta dualidade de qualidades, temos o facto de na cidade de Metz, ter havido uma fraternidade de maçons que se reunia na Comendadoria dos Templários.

Por outro lado, sabe-se que pelo facto dos obreiros da Arte Real estarem ao serviço desta Ordem, recebiam como contrapartida, o reconhecimento de serem artesãos de mestres francos, ficando por isso isentos de muitos impostos, ao mesmo tempo que gozavam de imunidades, que lhes permitia

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viajar e exercer livremente o seu ofício, o que naquela época acontecia com frequência e ciclicamente, tanto por motivo de guerras, como de pestes, ou outros flagelos, o que fazia com que muitas construções fossem interrompidas.

Assim, por consequência do livre trânsito destes maçons entre os diversos Estados da Europa, permitiu que os Companheiros da Arte Real ganhassem o nome de franc-maçons, ou de pedreiros livres, cujas associações, confrarias, ou grémios destes acabaram por ser o alicerce da Maçonaria que hoje conhecemos.

Na verdade, as Confrarias de Pedreiros tiveram uma estreita ligação com a Ordem do Templo. Não só porque os seus membros acompanhavam os Cavaleiros Templários nas suas construções, como também, porque o seu corpo especializado em construções e fortificações as integrava.

Assim, por consequência da acção da “Santa Inquisição”, após a aparente dissolução da Ordem do Templo, as Confrarias de Pedreiros foram o abrigo seguro para muitos Cavaleiros Templários. Pelo que a ligação da Maçonaria com a Ordem destes Cavaleiros tem vindo a ser aceite por muitos investigadores, não apenas na qualidade de iniciadora, mas também como depositária das principais tradições.

Naturalmente, com a evolução dos acontecimentos históricos, todos aqueles que tinham justos motivos para se ocultarem dos rigores da Igreja, juntaram-se aos Maçons, como foi o caso dos Rosacruzes, Alquimistas, Pitagóricos, Astrólogos, Cabalistas... etc.

Outro marco que regista a influência Templária na Maçonaria, é o facto das Catedrais góticas esconderem na sua arquitectura mistérios que estão muito para além do culto cristão e, os quais estão mais consentâneos com os cultos sagrados pagãos, o que nos leva a supor, que os construtores destes belos Templos de pedra talhada, eram Iniciados nos antigos cultos esotéricos e, deste modo, parece que os obreiros da arte real tinham um evidente relacionamento com os Cavaleiros Templários. Aliás esta hipótese é reforçada,

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pelo facto da pedra considerada como fundamental em toda a construção de uma Catedral gótica, ser um cubo perfeito, na qual, segundo a lenda, os construtores faziam inscrições misteriosas, orações e desenhos cujo significado era somente do seu conhecimento. Ritual, que nos leva a associá-lo à pedra cúbica dos Templários e dos Maçons

Na verdade, ainda hoje, podemos encontrar o legado Templário nas Lojas Maçónicas. Ora vejamos: podemos descortinar a cruz pátea, em muitos estandartes e brasões destas Lojas; podemos também ver na decoração destas Lojas os losangos negros e brancos que derivam da bandeira Templária; bem como podemos ver a orla dentada; a bandeira de guerra marítima com a caveira e duas tíbias cruzadas, bem como muitas outras tradições Templárias que impregnam muitos ritos maçónicos, como sejam:

• No Rito Escocês Rectificado – rito nitidamente ligado à "Tradição Templária" e à "Gnose Cristã", que mais do que um rito maçónico, é um regime coerente e uno da tradição Templária, que culmina na Ordem Interior, designada também como Ordem dos Cavaleiros Benfeitores da Cidade Santa. Aliás, este Rito é aquele que mais próximo está da Maçonaria Operativa de origem Medieval.

• No Rito Sueco – Toda a maçonaria nórdica que segue este rito, afirma ter a sua descendência nos Templários.

• No Rito de Menfis-Misraim – Todos os que seguem este rito, também reconhecem a sua proveniência Templária.

• No Rito de York (Americano) – Os seus Altos Graus, culminam no Grau de Grão Cavaleiro Templário.

• No Rito Escocês Antigo e Aceite – composto por trinta e três graus e, onde existem vários graus dedicados aos Templários.

• No Rito Inglês - ou de Emulation, retracta a Lenda Templária.

Em suma, a Maçonaria não esqueceu a sua origem Templária. Pelo que através tanto dos eus símbolos, lendas, costumes e tradições, honra esse passado lendário.

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Referências

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