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Diarreia em transplante renal: Leandro Miranda

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Academic year: 2021

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Diarreia em transplante renal

Diarreia em transplante renal

Leandro Miranda

Leandro Miranda

Agosto, 2017 Agosto, 2017

(2)
(3)

Definição

Definição

Alteraç

Alteração na

ão na motilidade intestinal caracterizada pela

motilidade intestinal caracterizada pela

eliminação de fezes não formadas ≥ 3 vezes em 24 horas (ou

eliminação de fezes não formadas ≥ 3 vezes em 24 horas (ou

a passagem de >

(4)

Definições

Definições

Classificação temporal

Classificação temporal

 –

 –

Diarreia

Diarreia aguda -

aguda - duração

duração <14 dias.

<14 dias.

 –

 –

Diarreia per

Diarreia persistent

sistente -

e - duração 1

duração 14-29 dias.

4-29 dias.

 –

 –

Diarreia crônica -

Diarreia crônica - duração ≥ 30 dias.

duração ≥ 30 dias.

Disenteria -

Disenteria - infecç

infecção do trato int

ão do trato intestinal, result

estinal, resultando em diarreia

ando em diarreia

contendo sangue ou muco (não inclui

contendo sangue ou muco (não inclui sangue oculto).

sangue oculto).

Gastroen

Gastroenterite

terite -- geralmen

geralmente se

te se ref

refere a in

ere a infecção

fecção viral auto-limit

viral auto-limitada

ada que

que

acomete estômago e intestino, resultando em diarreia aquosa ou

acomete estômago e intestino, resultando em diarreia aquosa ou

vômito.

(5)

Fisiologia

(6)

Distinção fisiopatológica

Diarreia osmótica: ↑ exagerado da osmolaridade na luz intestinal, atraindo

água para a luz ( causada por vírus, bactérias, carboidratos).

Diarreia secretora : patógenos não-invasivos agridem o intestino delgado com

toxinas que promovem secreção abundante de água e eletrólitos

Diarreia motora: alteração da motilidade intestinal – hipermotilidade ou

hipotonia

Diarreia exsudativa: processo inflamatório que sugere infecção por agentes

(7)
(8)
(9)
(10)
(11)

Micofenolato

O efeito adverso mais comum do micofenolato é a diarreia

 –

36% dos pacientes tratados.

 –

Dependente da dose;

 –

Relacionada ao dano direto dos enterócitos.

(12)

Uma hipótese proposta é que as células epiteliais GI podem

ser parcialmente dependentes da via “de novo” da síntese

de purina para crescimento e proliferação.

O ácido micofenólico (MPA) pode, assim, inibir a replicação

e reparação do epitélio intestinal, levando a diarreia.

Micofenolato

(13)

Objetivo:

• Avaliar a tolerabilidade de EC-MPS e MMF em receptores de transplante renal.

Métodos:

• Estudo retrospectivo, multicêntrico, com pacientes submetidos a transplante renal

entre 07/01/2004 e 31/07/2007 em 18 centros brasileiros.

Resultados:

• A incidência de eventos avaliados no desfecho composto de eficácia não foi diferente

entre os grupos ao final de 24 meses de acompanhamento (22,9% para EC-MPS versus 19,9% para MMF, p = 0,203). Os pacientes tratados com EC-MPS apresentaram maior incidência de eventos adversos gastrointestinais comparados com os tratados com MMF (57,7% vs. 52,5%, p 0,2 ). Não houve diferença nos valores médios tolerados no final do primeiro (1187 ± 344 mg vs. 1209 ± 426 mg, p = 0,294) e segundo ano (1172,3 ± 347mg vs. 1197,4 ± 430,6 mg, p = 0,241) pós-transplante.

(14)

Alguns estudos sugerem que o tratamento com MPS

melhora a tolerabilidade gastrointestinal (GI) em

comparação com o micofenolato mofetil (MMF).

Estudo randomizado mostrou melhora dos sintomas GI após

troca de MMF para MPS.

Micofenolato

(15)
(16)
(17)

Além da diarreia esses pacientes podem apresentar:

 –

Disabsorção, desidratação e perda de peso.

Vários padrões histológicos têm sido associados à toxicidade de

MMF-MPA:

 –

Atrofia vilosa duodenal;

 –

lesões inflamatórias semelhantes a Crohn.

• Lesões tipicamente relacionadas a infecção.

• Possível relação com infecção crônica por norovírus.

Micofenolato

(18)

Níveis elevados de tacrolimos estão relacionados a sintomas

gastrointestinais.

A maioria dos efeitos colaterais associados ao tacrolimus

associou um curso leve e raramente requerem

descontinuação do fármaco

Tacrolimos

(19)

Clostridium

Clostridium difficile é uma bactéria anaeróbica formadora

de esporos que causa diarreia pela produção de duas

exotoxinas:

 –

toxina A e toxina B.

Estas toxinas desencadeiam uma resposta citotóxica na

mucosa colônica, o que resulta em infiltração de neutrófilos

e produção de citocinas

(20)

Clostridium

• Principal causa de diarreia no primeiro mês pós transplante (frequente nos primeiros 6 meses). • Fatores de risco: uso de antibióticos (penicilinas, cefalosporinas, clindamicina e as

fluoroquinolonas estão associadas ao maior risco)

• Incidência: de 3.5% a 16% em pacientes transplantados hospitalizados.

• Complicações: megacolon tóxico (Leucocitose, dor abdominal, pancolite em TC), perfuração

intestinal, recorrência.

• Tratamento: Metronidazol 500mg TID por 10-14 dias. Vancomicina 125mg QID 10-14 dias.

Transplante de fezes em casos selecionados.

(21)

Campylobacter jejuni 

, infecção geralmente auto-limitada em

imunocompetentes, porém requer tratamento em imunossuprimidos.

Incidência: 5%-28% dos episódios de diarreia pós transplante renal.

Comum após 6º mês de transplante.

Complicações: Síndrome de Guillain-Barret, bacteremia.

Tratamento: Azitromicina ou quinolona por 5-10 dias.

Campylobacter jejuni 

(22)

Diarreia crônica, esteatorreia, flatulência.

Incidência: 12% de todos os casos de diarreia;

Comum após sexto mês de transplante.

Complicações: síndrome disabsortiva.

Tratamento: Amoxcilina/Clavulanato ou quinolona.

Supercrescimento bacteriano:

(23)

Escherichia coli 

, incluindo as cepas enteropatogênicas (EPEC) e

enterotoxigênica, é uma das principais causas de diarreia dos

viajantes.

Incidência 20-30% de todos os casos de diarreia pós transplante.

Comum após sexto mês de transplante.

Tratamento: quinolona, cefalosporina.

Escherichia coli 

(24)

• Microsporidios são protozoários oportunistas de formação de esporos intracelulares

que causam doença em hospedeiros imunocomprometidos. Enterocytozoon bieneusi é a cepa mais encontrada nos receptores de transplante renal.

• A diarreia aquosa intensa é a principal manifestação clínica.

• 3.6% dos casos de diarreia pós transplante renal.

• O diagnóstico é feito pela identificação de esporos em fezes (coloração tricromio) ou

por PCR, que é o teste com maior sensibilidade.

• Tratamento: Fumagilina, Albendazol

Microsporidiose

(25)

• Cryptosporidia (C. parvum e C. hominis) são protozoários intracelulares.

• Em pacientes transplantados, a criptosporidiose pode levar à diarreia profusa e

persistente, por vezes, levando a má absorção, desidratação profunda e complicações que ameaçam a vida.

• O diagnóstico de infecção por Cryptosporidium é feito principalmente pela presença de

oocistos em uma coloração modificada com ácido fecal.

• Não existe uma terapia ideal para Cryptosporidium, e o curso clínico frequentemente é

recidivante.

 – Redução da imunossupressão pode ser necessária e a

 – Terapia a longo prazo, incluindo nitazoxanida, azitromicina, espiramicina ou paromomicina.

Criptosporidiose

(26)

Citomegalovírus

Citomegalovírus (CMV) é um vírus humano da família dos

Herpesviridae, um β-herpes-vírus, assim como o HHV-6 e

HHV-7.

A primeira infecção ocorre, em geral, na infância, sendo a

soroprevalência de 70 a 90% da população adulta.

(27)

No transplante, a infecção pode ocorrer sob a forma de primoinfecção

ou de reativação, após um longo período de latência.

A primoinfecção ocorre em receptores D+/R-.

A reativação viral pode ocorrer em receptores portadores do vírus,

Fatores de risco:

 –

Status sorológico

D+/R- –

Uso de anticorpos depletores de linfócitos,

 –

O tratamento de rejeição aguda.

Citomegalovírus

(28)

A infecção pelo CMV pode ser classificada de duas formas, de acordo com

sua apresentação clínica:

 – Infecção ou doença.

Na infecção pelo CMV, há evidências de replicação viral na ausência de

sintomas.

A doença pelo CMV é caracterizada pela

 – Síndrome clínica: febre, astenia, mialgia, leucopenia, trombocitopenia ou alterações

das enzimas hepáticas;

 – Doença invasiva, na qual há evidências de inclusão viral em células de órgãos ou

tecidos, como no trato gastrintestinal, fígado, no próprio enxerto renal, pulmão, medula óssea e retina.

Citomegalovírus

(29)

A infecção gastrointestinal pelo CMV é a doença mais comum

em transplante renal e inclui esofagite, gastrite, enterite e colite.

Os sintomas típicos da colite por CMV são dor abdominal,

diarreia e febre.

Incidência: 5-20% dos casos de diarreia pós transplante.

Comum nos primeiros seis meses, a depender dos fatores de

risco da estratégia de prevenção.

Citomegalovírus

(30)

Diagnóstico:

 –

Antigenemia: pesquisa do antígeno pp65 em leucócitos infectados

por meio de imunofluorescência.

 –

PCR CMV-QNAT (do inglês

quantitative nucleic acid testing

.)

Padrão ouro.

Citomegalovírus

(31)

Tratamento preemptivo

 – Pesquisa da viremia deverá ser realizado através da AgCMV nos pacientes que foram

tratados de rejeição aguda com metilprednisolona e/ou timoglobulina.

 – Realizar semanalmente no primeiro mês e posteriormente de 15 em 15 dias até 90

dias pós pulsoterapia.

 – Tratamento com ganciclovir deverá ser iniciado se CMV doença (alteração clínica e

ou laboratorial) ou CMV infecção ( AgCMV > 5 células positivas)

Tratamento profilático

 – Indicado nos receptores com sorologia para CMV IgG negativa pré transplante e que

receberem rins de doadores IgG positivo ou desconhecido.

 – Iniciar Valganciclovir na dose de 900mg / dia no total de 200 dias.

Citomegalovírus

(32)

Tratamento com Antiviral

 –

Recomenda-se o tratamento em paciente com doença

sintomática, doença invasiva ou em casos assintomáticos se

AgCMV > 5 células ou PCR CMV > 2000 cópias.

 –

A técnica de PCR poderá ser utilizada como método diagnóstico se

alta suspeição de doença clínica na ausência de AgCMV positiva.

 –

Ganciclovir intravenoso é o antiviral de escolha, na dose de

5mg/kg de 12/12 horas para pacientes com Cl Cr > 50 ml/min.

Ajustar a dose de acordo com a função renal.

Citomegalovírus

(33)

• O norovírus é uma das principais causas de gastroenterite esporádica e epidêmica em todo o

mundo;

• Estimado em 21 milhões de casos, > 70.000 hospitalizações e 800 mortes por ano em todas as

faixas etárias

• O vírus é altamente contagioso.

• Possui múltiplas rotas potenciais de transmissão

 – A via fecal-oral é o principal meio de transmissão, mas a transmissão vomito-oral também pode

ocorrer;

 – A transmissão pode ocorrer através de vários veículos

• Pessoa para pessoa

• Meio Ambiente

• aerossol

• Ingestão de alimentos contaminados ou água

Norovírus

(34)

Em pacientes imunocompetentes, o norovírus normalmente resulta quadro

curto de náuseas, vômitos e diarreia, seguido de um período mais longo (dias

a semanas) de eliminação assintomática nas fezes (potenciais reservatórios).

O norovírus tem sido cada vez mais reconhecido como uma causa comum de

diarreia aguda e crônica entre os receptores de órgãos sólidos

Alguns pacientes apresentam infecção aguda por norovírus associado a

náuseas, vômitos e diarreia, que evoluiu com diarreia prolongada ou crônica,

às vezes intermitente, que pode ser debilitante e associada ao

desenvolvimento de complicações.

Norovírus

(35)

Entre 41 pacientes com diarreia inexplicável, 20 pacientes foram

rastreados para norovírus, 16 dos quais foram positivos.

Quinze deles (94%) tiveram diarreia crônica.

Quando comparados com infecções bacterianas e parasitárias, as

infecções por norovírus foram associadas a uma maior perda de peso,

uma duração de 8,7 vezes maior de sintomas e uma necessidade mais

frequente de redução da dosagem de micofenolato.

Oitenta e um por cento dos pacientes hospitalizados por diarreia

(36)

Não existe uma terapia específica para a infecção por norovírus.

O tratamento é realizado com sintomáticos e reidratação.

A redução da imunossupressão, MMF ou MPS, pode reduzir o

tempo de infecção.

Nitazoxanida demonstrou eficácia no tratamento de norovírus

com reduções significativas no tempo para a resolução dos

sintomas.

Norovírus

(37)

Abordagem geral

História clínica:

 –

Duração do quadro, características das fezes, presença de febre,

emagrecimento.

Exame físico:

 –

Hidratação; estado volêmico; exame abdominal.

Laboratório:

(38)

Investigação laboratorial para diarreia infecciosa

Exame Quando pedir Observações

Protoparasitológico de fezes Sempre Três amostras

Coprocultura Sempre Meio de cultura específico

Toxina A e B de clostridium Uso atual ou prévio de ATB Uma amostra

 Norovírus, rotavírus e adenovírus Sempre- se disponível Uma amostra

Pesquisa de cryptosporidium, microsporidium e isospora

Após o primeiro mês de transplante Mais comum em diarreia crônica

Antigenemia ou PCR CMV Primeiros seis meses Pedir também em situações de

risco: Pulsoterapia, rejeição, mudança de ISS

Hemocultura Se bacteremia Duas amostras pareadas

(39)
(40)

Antibioticoterapia empírica

Período Esquema* Dose Duração

Atê um mês pós-transplante Ciprofloxacino + ivermectina 500mg, 12/12h, VO 200mcg/kg/dia, VO Sete dias Três dias Entre um e seis meses

pós-transplante Ciprofloxacino + Nitazoxanida ** 500mg, 12/12h, VO 500mg, 12/12h, VO Sete dias Sete dias Após seis meses Ciprofloxacino +

Nitazoxanida **

500mg, 12/12h, VO 500mg, 12/12h, VO

Sete dias Sete dias

*Considerar metronidazol 500mg, VO, 8/8h, se uso de antibiótico ou internação prolongada em qualquer período pós-transplante.

**Na falta de Nitazoxanida: ivermectina + metronidazol.

Referências

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