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1. Ano: Banca: CESPE - Órgão: Polícia Federal - Prova: Escrivão da Polícia Federal

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Academic year: 2021

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Questões de Concursos – Tudo para você conquistar o seu cargo público www.qconcursos.com ] 1 Direito Penal- prof. Gílson Campos , Juiz Federal (TRF da 2ª Região)

1. Ano: 2013 -Banca: CESPE - Órgão: Polícia Federal - Prova: Escrivão da Polícia Federal

No que concerne a infração penal, fato típico e seus elementos, formas consumadas e tentadas do crime, culpabilidade, ilicitude e imputabilidade penal, julgue os itens que se se guem.

Considere que João, maior de dezoito anos de idade, tenha praticado crime de natureza grave, sendo, por consequência, processado e, ao final, condenado. Considere, ainda, que, no curso da ação penal, tenha sido constatado pericialmente que João, ao tempo do crime, tinha reduzida a capacidade de compreensão ou vontade, comprovando-se a sua semi-imputabilidade. Nessa situação, caberá a imposição cumulativa de pena, reduzida de um terço a dois terços e de medida de segurança.

Certo Errado

Comentários: Em relação ao semi-imputável, o nosso código penal, em seu art. 98, admite a substituição da pena de reclusão por medida de segurança, senão vejamos: “Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º.” Atendendo à vocação despenalizadora do código penal atual, uma vez presente a necessidade, aplica-se a medida de segurança no lugar da pena. O nosso código passou, portanto, a adotar o sistema “vicariante”, que quer dizer “substitutivo”, não mais admitindo o sistema duplo binário, que quer significar o paralelismo (duplo binário quer dizer os dois trilhos de trem) ou aplicação a simultânea da pena e da medida de segurança.

Gabarito : errado

2. Ano: 2013- Banca: CESPE - Órgão: Polícia Federal- Prova: Escrivão da Polícia Federal No que concerne a infração penal, fato típico e seus elementos, formas consumadas e tentadas do crime, culpabilidade, ilicitude e imputabilidade penal, julgue os itens que se seguem.

Considere que Aldo, penalmente capaz, após ser fisicamente agredido por Jeremias, tenha comprado um revólver e, após municiá-lo, tenha ido ao local de trabalho de seu desafeto,

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Questões de Concursos – Tudo para você conquistar o seu cargo público www.qconcursos.com ] 2 sem, no entanto, o encontrar. Considere, ainda, que, sem desistir de seu intento, Aldo tenha se posicionado no caminho habitualmente utilizado por Jeremias, que, sem nada saber, tomou direção diversa. Flagrado pela polícia no momento em que esperava por Jeremias, Aldo entregou a arma que portava e narrou que pretendia atirar em seu desafeto. Nessa situação, Aldo responderá por tentativa imperfeita de homicídio, com pena reduzida de um a dois terços.

Certo Errado

Comentários: O iter criminis ou o caminho que é percorrido até que o crime se consume pode ser dividido em uma fase interna e outra fase externa. A fase interna se subdivide em cogitação, deliberação e resolução, que ocorrem no âmbito da mente do agente. Já a fase externa, que se apresenta por meio de atos, constitui-se da manifestação, da preparação e da execução. Segundo dispõe o inciso II do art. 14 do Código Penal: “Art. 14 - Diz-se o crime: (...) II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.”. Nesses termos, os atos preparatórios ainda que inequivocamente reveladores da intenção do agente, no caso, o posicionamento do agente no caminho normalmente utilizado pelo seu desafeto, não são puníveis nem a título de tentativa. Nosso código, que adotou critério lógico-formal, apenas pune a título de tentativa quando o agente tiver praticado os atos executórios do delito, mas não atingiu o resultado por circunstâncias alheias a sua vontade. A fim de se aferir se os atos executórios foram iniciados deve-se levar em conta se os atos praticados pelo agente eram aptos a provocar, caso não fossem interrompidos, o resultado pretendido pelo

agente. Assim, no caso, não há sequer que se falar em tentativa imperfeita, na qual o agente é impedido de realizar todos os atos executórios que visava perfazer com o intuito de atingir o resultado por ele inicialmente visado.

Gabarito: errado

3. Ano: 2013- Banca: CESPE - Órgão: Polícia Federal -Prova: Escrivão da Polícia Federal

No que concerne a infração penal, fato típico e seus elementos, formas consumadas e tentadas do crime, culpabilidade, ilicitude e imputabilidade penal, julgue os itens que se seguem.

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Questões de Concursos – Tudo para você conquistar o seu cargo público www.qconcursos.com ] 3 antijurídico, em estado de absoluta inconsciência, em razão de estar voluntariamente so b a

influência de álcool. Nessa situação, Bartolomeu será apenado normalmente, por força da teoria da actio libera in causa.

Certo Errado

Comentários: A embriaguez só afasta a imputabilidade do agente quando for fortuita ou em razão de força maior. Quando for não acidental, o agente é plenamente imputável,

conquanto ao tempo da conduta não seja capaz de compreender seu caráter ilícito e não tenha capacidade de se determinar de acordo como esse entendimento. Aplica-se nos casos de embriaguez voluntária o critério da actio libera in causa, ou seja, considerando-se que agente quis se embriagar, ele deve ser culpado por qualquer conduta delitiva que praticar nesse estado. Assim, nos termos do inciso II do art. 28 do Código Penal dispõe: "Não excluem a imputabilidade penal: (...) II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou

substância de efeitos análogos§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez

completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (...)”

Resposta: Certo

4. Ano: 2013- Banca: CESPE - Órgão: Polícia Federal - Prova: Escrivão da Polícia Federal No que concerne a infração penal, fato típico e seus elementos, formas consu madas e tentadas do crime, culpabilidade, ilicitude e imputabilidade penal, julgue os itens que se seguem.

A responsabilidade penal da pessoa jurídica, indiscutível na jurisprudência, não exclui a

responsabilidade de pessoa física, autora, coautora ou partícipe do mesmo fato delituoso, o que caracteriza o sistema paralelo de imputação ou da dupla imputação.

Certo Errado

Comentários: O art. 3º, p.único da Lei 9.605/98, estabelece: “A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato”.

Os artigo 173 § 5º e 225 § 3° da CF, por sua vez, permitem a punição criminal de pessoa jurídica em razão de ato praticado contra a ordem econômica e financeira e também contra a economia popular e crimes contra o meio ambiente: “artigo 173, §5° - Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. (...) § 5º - A lei, sem prejuízo da responsabilidade

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Questões de Concursos – Tudo para você conquistar o seu cargo público www.qconcursos.com ] 4 sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticadoscontra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular; e artigo 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia

qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. (...) § 3° - As condutas e atividades

consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.”

Parte considerável da doutrina entende não ser possível a imputação da pessoa jurídica uma vez que seria contrária à própria natureza do direito penal (entendimento que se expressa no brocardo latino societas delinquere non potest).

O STJ (Resp. nº 969160 STJ, Quinta Turma), entretanto, vem admitindo a teoria da dupla imputação ou teoria das imputações paralelas, que apenas permite a responsabilização penal da pessoa jurídica quando associada a da pessoa física. Ou seja, a pessoa jurídica sofre a chamada responsabilidade penal por ricochete ou por empréstimo (sistema francês de responsabilização penal da pessoa jurídica). Com efeito, pelo mesmo crime podem se responsabilizar as pessoas jurídica e física ou só a pessoa física, jamais só a pessoa jurídica. Resposta: Certo.

Certo Errado

5. No que concerne a infração penal, fato típico e seus elementos, formas consumadas e tentadas do crime, culpabilidade, ilicitude e imputabilidade penal, julgue os itens que se seguem:

Considere que um estuprador, no momento da consumação do delito, tenha sido agredido pela vítima que antes tentara subjugar. A vítima, então, de posse de uma faca, fere e imobiliza o agressor, mas, pensando ainda estar sob o influxo do ataque, prossegue na reação, infligindo-lhe graves ferimentos. Nessa situação, não é cabível ao estuprador invocar legítima defesa em relação à vítima da tentativa de estupro, porquanto aquele que deu causa aos acontecimentos não pode valer-se da excludente, mesmo contra o excesso.

Certo Errado

Comentários: A conduta descrita no enunciado da questão consubstancia a chamada “legítima defesa sucessiva”, que consiste na reação ao excesso da legítima defesa (art. 23, p. único do Código Penal). Com efeito, ela ocorre quando a vítima de um crime em andamento passa do limite e, depois de repelir a injusta agressão ao seu bem jurídico, passa a agredir o bem jurídico do agressor originário que, consequentemente, passa a ser vítima de crime (vide p. único do art. 23 do Código Penal). É importante deixar bem claro que, uma vez cessada a agressão, a vítima

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Questões de Concursos – Tudo para você conquistar o seu cargo público www.qconcursos.com ] 5 originária não está mais legitimada a ferir o bem jurídico do agressor originário. No caso em tela, a vítima do estupro se excedeu no exercício da legítima defesa e sua agressão direcionada ao autor passou, por esse motivo, a ser injusta, ainda que fosse culposa. Portanto, essa agressão sofrida pelo agressor originário (estuprador) será passível, também, do exercício da legítima defesa. Sendo assim, nada impede que o então estuprador passe – malgrado não se exima da responsabilidade penal pela tentativa de estupro – a ser considerado vítima e, a partir de então, estar amparado pela justificante de legítima defesa. A assertiva, portanto, está errada, vez que o estuprador pode se defender do excesso de legítima defesa da vítima.

Resposta: Errado

6. Julgue os itens subsequentes, relativos à aplicação da lei penal e seus princípios.

A contagem do prazo para efeito da decadência, causa extintiva da punibilidade, obedece aos critérios processuais penais, computando-se o dia do começo. Todavia, se este recair em domingos ou feriados, o início do prazo será o dia útil imediatamente subsequente.

Certo Errado

Comentários:

No que toca aos prazos aplicados aos institutos de natureza penal, aplica-se a regra do art. 10 do Código Penal, segundo o qual computa-se o dia do começo na contagem do prazo. Nos prazos de natureza processual, vale dizer, aqueles que são aplicados aos atos atinentes ao transcurso das ações penais, a contagem dos prazos de direito processual se inicia no primeiro dia útil seguinte ao seu marco inicial. No caso de se encerrarem em feriados ou finais de semana o final de sua contagem deve ser prorrogado para o primeiro dia útil subsequente.

Resposta: Errado

7. Configura autoria por convicção o fato de uma mãe, por convicção religiosa, não permitir a realização de transfusão de sangue indicada por equipe médica para salvar a vida de sua filha, mesmo ciente da imprescindibilidade desse procedimento.

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Questões de Concursos – Tudo para você conquistar o seu cargo público www.qconcursos.com ] 6 Comentários: Caracterizam autoria por convicção, segundo Rogério Greco, “as hipóteses em que o agente conhece efetivamente a norma, mas a descumpre por razões de consciência, que pode ser política, religiosa, filosófica, etc.” (Rogério Greco, Código Penal Comentado, Ed. 2013, Ed. Impetus, pag. 97.). Sucede, no entanto, que a equipe médica tem o dever de realizar a transfusão, prescindindo da permissão da mãe, que pode até ser presa por constrangimento ilegal e outros delitos.

Resposta: Certo

8. Julgue os itens subsequentes, relativos à aplicação da lei penal e seus princípios.

No que diz respeito ao tema lei penal no tempo, a regra é a aplicação da lei apenas durante o seu período de vigência; a exceção é a extra-atividade da lei penal mais benéfica, que comporta duas espécies: a retroatividade e a ultra-atividade. Certo Errado

Comentários: A aplicação da lei penal rege-se pela teoria da atividade, segundo a qual aplica-se a lei vigente à época da prática do delito. A teoria da extra-atividade visa explicar as exceções à regra da teoria da atividade (tempus regit actum). Com efeito, por via de exceção, uma lei posterior pode retroagir para beneficiar o réu (novatio legis im mellius) (art. 2º do Código Penal). A ultratividade, por sua vez, permite a manutenção dos efeitos da lei contra quem as violou no período em que vigiam, ainda que esse período já tenha transcorrido pela limitação temporal prevista no tipo penal. Levando-se em conta que o código adota a teoria da atividade, pela qual aplica-se a lei vigente à época do ação ou da omissão, a ultratividade da lei só terá relevância nas hipóteses das leis temporárias ou excepcionais, nos termos do art. 3º do Código Penal, pois aí, a lei mais gravosa mantém seus efeitos, mesmo que não tenha mais eficácia.

Resposta: Certo

9. A falsa atribuição de identidade só é caracterizada como delito de falsa identidade se feita oralmente, com o poder de ludibriar; quando formulada por escrito, constitui crime de falsificação de documento público.

Certo Errado

Comentários: Para responder a questão com acerto, o candidato precisa saber que o tipo penal correspondente ao crime de falsa atribuição de identidade exige o especial fim de agir que consiste na obtenção de proveito próprio ou alheio ou em prejuízo de outrem. No enunciado da questão não consta a presença desse objetivo específico, o que consubstancia um erro. Por outro lado, é importante deixar registrado nesse comentário que, para a caracterização do crime de falsidade ideológica, não basta que a declaração da falsa identidade seja feita por escrito, exige-se, também, que conste ou deixe de constar em “documento” público ou particular. Ou seja, além de ser, ou de deixar de ser feita por escrito, esse escrito deve cumprir determinadas formalidades – as quais se exigem caso a caso, dependendo de sua natureza - para caracterizar-se como documento.

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Questões de Concursos – Tudo para você conquistar o seu cargo público www.qconcursos.com ] 7 Resposta: Errado

10. Os delitos de inserção de dados falsos e de modificação ou alteração de dados não autorizada em sistema de informações só se configuram se praticados por funcionário público autorizado, com o fim específico de obter vantagem indevida para si ou para outrem, ou para causar dano, sendo as penas aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resultar dano para a administração pública ou para o administrado.

Certo errado

Comentários: O enunciado da questão confunde dois tipos penais distintos. O previsto no artigo 313-A do Código Penal, atinente ao crime de inserção de dados falsos e o previsto no artigo 313-B do Código Penal, que é relativo ao crime de modificação ou alteração de dados não autorizadas nos sistemas de informações. Em ambos os casos, os crimes devem ter por sujeito ativo funcionário público.

No caso do crime do art. 313-A do Código Penal, o funcionário autorizado insere os dados falsos com o objetivo de obter vantagem indevida para si ou para outrem. Vale dizer, está presente no tipo penal o especial fim de agir.

No crime do art. 313-B do Código Penal, o servidor apenas altera sistema de informações ou programa de informática sem autorização da autoridade competente. Não se exige neste delito o especial fim de agir no sentido de obtenção de vantagem ilícita como ocorre no art. 313-A do Código Penal. Por fim, o aumento de pena é previsto no parágrafo único do art. 313-B do Código Penal, na hipótese da alteração ou modificação causar prejuízo para a Administração Pública ou para administrado. Não se aplica ao crime previsto no art. 313-A do Código Penal cujo prejuízo à administração pública lhe é inerente. Resposta: Errado.

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