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ESCRAVOS, TERRAS E TROPAS: COMPOSIÇÃO DA RIQUEZA DOS GARCIA DE MATTOS NA REGIÃO CAFEEIRA DA ZONA DA MATA MINEIRA (XIX).

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Academic year: 2021

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MATTOS NA REGIÃO CAFEEIRA DA ZONA DA MATA MINEIRA (XIX).

Tiago de Castro Braga

INTRODUÇÃO

O tropeiro foi de fundamental importância para o desenvolvimento econômico da Zona da Mata no século XIX, seu protagonismo está relacionado ao processo de escoamento da produção agrícola para abastecimento da Corte antes da chegada das estradas de ferro. Com o desenvolvimento da cafeicultura, os burros e bestas foram utilizados para transporte do café para o porto, na província do Rio de Janeiro. Além do transporte de produtos, os tropeiros exerceram outro papel, o de transportar também informações, as notícias.

Nesta pesquisa será utilizada a metodologia de perseguição nominativa. O historiador Carlo Guinzburg nos alerta que “o fio de Ariana que guia o investigador no labirinto documental é aquilo que distingue um indivíduo de um outro em todas as sociedades conhecidas: o nome”( GUINZBURG, 1989: 174) Através deste método será possível localizar os vários membros da família Garcia de Mattos na Zona da Mata de Minais Gerais: suas terras no Livro de Registros Paroquiais de Terras e suas fortunas percebidas através dos Inventários

Post-mortem. Esses documentos nos permitem analisar a origem de suas terras e a

composição da riqueza desses indivíduos, sendo sua atividade principal o tropeirismo.

Dos muitos tropeiros que cruzavam Minas Gerais no início século XIX, estava José Garcia Pereira, oriundo das ilhas portuguesas que se deslocou para a Colônia, ele veio a se casar em Santa Rita do Ibitipoca, deixando numerosa descendência. Francisco Garcia de Mattos, um de seus filhos, residente de Santa Rita do Ibitipoca em 1810, se prontificou a ser o

Mestrando em História do Brasil pela Universidade Salgado de Oliveira – Niterói-RJ. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

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inventariante do seu finado irmão em Chapéu D’Uvas1, alegando que o seu pai, João Garcia Pereira, não poderia sê-lo pelo fato de se encontrar em vários lugares (GUIMARÃES, 2006: 204).

No decorrer do século XIX o arraial de Santo Antônio do Paraybuna foi tomando importância econômica e política, suas fronteiras foram se ampliando e em 1850 quando o arraial foi elevado a vila, iam do “distrito sede até a fazenda de Francisco Garcia de Mattos - o velho, passando as terras deste tropeiro a circunscrição administrativa do novo município”. Foi nesta cidade que Francisco Garcia de Mattos viveu seus últimos dias, falecendo em abril de 1866 (GUIMARÃES, 2006; 204).

Os movimentos dos Garcia de Mattos dentro da Zona da Mata mineira provavelmente seguiram uma lógica econômica, foi através da acumulação de capital que essa família foi se espalhando por várias localidades, sendo o Sertão Leste da mata onde eles se estabeleceram em várias freguesias. Na cidade de Juiz de Fora, no dia 26 de julho de 1866 o inventário de Francisco Garcia de Mattos foi aberto e nele é apresentando a localidade onde seus filhos estavam residindo na época da morte do pai. Os filhos Manoel Garcia de Mattos e Francisco Garcia de Mattos estavam morando em São Paulo do Muriahé. Joaquim Garcia de Mattos residindo em Angú, vila de Leopoldina; Francisco José Garcia casado com D. Rita Francisca Pires (falecida) residindo em Largo do Carangola e Mariano Garcia de Mattos, que havia falecido, também estava morando no Largo do Carangola, sendo que Mariano havia deixado filhos; Antônio Garcia de Matos casado, sendo morador em Chapéu D’Uvas, por fim D. Maria, casada que foi com Antônio José Reis, falecida e deixando filhos, mas não constando no inventário onde residiam.2

ORIGEM DAS TERRAS

1 A freguesia Chapéu D’Uvas neste período pertencia a Barbacena, assim como Santo Antonio do Paraybana, e com a emancipação de Santo Antonio do Paraybuna, em 1850, passou a pertencer ao mesmo.

2 Inventario de Francisco Garcia de Mattos. Arquivo Histórico da Universidade Federal de Juiz de Fora, 1866.

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Ao registrarem suas terras em Santo Antônio do Paraybuna (Juiz de Fora), Francisco Garcia de Mattos e seus filhos Manoel Garcia de Mattos e Francisco Garcia de Mattos Junior declararam serem “senhor e possuidor de uma sorte de terras” no lugar denominado Boa Esperança e no caso de Francisco Garcia de Mattos também em Boa Vista3. Seu outro filho, Antônio Garcia de Mattos registrou uma sorte de terras na Fazenda Vertente no lugar denominado Mato Virgem4. Em São Paulo do Muriahé, Francisco Garcia de Mattos Junior e José Garcia de Mattos declararam que a origem de suas terras era compra. Francisco declarou que a fazenda denominada Três Barras do rio Muriaé fora comprada e uma parte dela foi feita uma “berganha” com seu irmão Manoel Garcia de Mattos5.

Nos registros de São Paulo do Muriahé são apresentados um número maior de informações com quem confrontam as suas terras e o que cultivam. Esta localidade estava em plena expansão da cafeicultura, entretanto, não é feita a menção nos registros o cultivo do café, mas sim de milho, utilizado na produção da farinha e do angu. O milho também pode ser utilizado como alimento para animais, principalmente equino. Com esses dados pode-se considerar que apesar desses indivíduos estarem em uma região onde a predominava o cultivo do café, eles não se inserem no perfil de grandes cafeicultores da Zona da Mata, apesar de possuírem significativas extensões de terras. Na década de oitenta aparecem algumas plantações de café de membro da família, sendo de pequena projeção no montante da riqueza.

COMPOSIÇÃO DA RIQUEZA

A composição da riqueza dos Garcia de Mattos será definida por uma tríade, se caracterizando como parte principal e fundamental de seus ativos, definida por escravo/terra/tropa. Um perfil diferenciado ao que é apresentado por Rita Almico, que aborda a composição da riqueza com base nos inventários de 1870 a 1914, para Juiz de Fora, revelando um perfil econômico baseado na tríade escravo/terra/café (ALMICO, 2001: 87).

3 Registro Paroquial de Terras – Santo Antônio do Paraybuna (1855-1856). Arquivo Público Mineiro. Folha 21. 4 Registro Paroquial de Terras – Santo Antônio do Paraybuna (1855-1856). Arquivo Público Mineiro. Folha 7. 5 Registro Paroquial de Terras – São Paulo do Muriahé (1854-1857). Arquivo Público Mineiro. Folha 37-38.

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Em 1841 faleceu D. Ana Francisca Pires mulher do tropeiro Francisco Garcia de Mattos, deixando sete filhos todos casados6. Após o pagamento das dívidas o seu monte mor era de 53:296$00 contos de reis. Na composição da riqueza é apresentado os bens do casal e os que o viúvo havia adquirido até o processo de inventário e partilha bens de sua mulher em 1848.

Tabela II

Composição da riqueza de Ana Francisca Pires 1848

Bens Contos de réis %

Dinheiro 689$000 1,29 Escravos 20:680$000 38,8 Animais 5:420$000 10,16 Móveis 288$740 0,54 Bens de raiz 25:363$840 47,59 Dívida ativa 1:218$360 2,28 Total 53:296$100 100

Fonte: Inventário de Ana Francisca Pires. Arquivo Histórico da Universidade Federal de Juiz de Fora, 1848.

O casal possuía 58 escravos no ano da morte de D. Ana Francisca Pires em 1841, doze estavam com os filhos, não sendo inventariados. Em 1848 havia nascido mais cinco escravos sendo vistos e avaliados no valor de 890$000 contos de réis e três estavam doentes não possuindo valor. O tropeiro Francisco Garcia de Mattos também havia comprado, após a morte de sua finada mulher mais nove escravos no valor de 20:680$000 contos de réis.

Em 1841 a tropa era composta por 28 bestas arreadas vistas e avaliadas por 1:600$000 contos de réis. Já em 1848 Francisco Garcia de Mattos havia comprado mais 40 animais, destas, 27 eram bestas arreadas, cinco eram bestas arreadas inferiores, seis eram bestas brabas, uma besta velha e um cavalo no valor de 2:298$000 contos de réis. O aumento da tropa

6 Seus filhos eram: Manoel Garcia de Matos, Francisco Garcia de Matos, Mariano Garcia de Matos, Maria casada com Antônio Gonçalves, Joaquim Garcia de Mato, Antônio Garcia de Matos, Rita casada com Francisco José Garcia.

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provavelmente está relacionado ao aumento da atividade e também do desenvolvimento econômico da região.

Após a morte de Anna Francisca Pires (1841), Francisco Garcia contraiu segundas núpcias com Theodora Maria de Souza, e desse consórcio não houve filhos. O tropeiro Francisco Garcia de Mattos faleceu em 1866, é possível perceber através de uma análise comparada entre o inventário de sua primeira mulher e o seu inventário, como a sua fortuna havia crescido neste período. Mesmo com a partilha dos bens com seus sete filhos.

Tabela III

Composição da riqueza de Francisco Garcia de Mattos 1868

Bens Contos de réis %

Utensílios domésticos 512$880 0,67 Semoventes 2:798$000 3,68 Escravos 53:045$000 69,89 Animais 792:000 1,04 Bens de Raiz 18:743:000 24,69 Total 75:890$880* 100

*Conta feita na pesquisa chegou ao número diferente do que é apresentado no monte mor. Fonte: Inventario de Francisco Garcia de Mattos. Arquivo Histórico da Universidade Federal de Juiz de Fora, 1866.

Após ser feitos os pagamentos das dívidas passivas o Monte mor do finado Francisco Garcia de Mattos era de 68:093$200 contos de réis. Possuindo setenta e seis escravos, esse foi o ativo que teve maior relevância do seu Monte mor, com 69,89%. Os escravos no período eram, sem dúvida, uma mão de obra muito cara. Um mancípio adulto apto para o trabalho com idade entre 18 e 30 anos custava em média 2:000$000 contos de réis.

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Os seus semoventes eram sessenta e dois, uma tropa bastante significativa, levando em consideração que a tropa era dividida por lotes variando entre 9 a 12 animais, Francisco Garcia de Mattos possuía entre quatro e cinco lotes de animais. Para cada lote seriam necessárias três pessoas, os escravos que estavam diretamente ligados com suas tropas seriam aproximadamente doze (12) escravos envolvidos com a tropa.

Em 1879 Manoel Garcia de Mattos que era casado com Thereza Maria de Jesus Garcia veio a falecer, deixando dez (10) filhos7, sendo estes, seus legítimos herdeiros. Manoel Garcia de Mattos nesse período já era residente em São Paulo do Muriahé, possuía uma fazenda denominada Boa União, localizada no rio Preto. Nesta propriedade vivia-se em um ambiente caracterizado por um perfil comunitário, residindo os filhos já casados, os filhos solteiros e também seus escravos.

No inventário do finado Manoel Garcia de Mattos, é apresentado os seus bens móveis que são utensílios pessoais e da casa. Nos semoventes encontra-se a tropa, todos animais nominados, designando sua cor e seu valor, de um total 50 animais, entre burros e bestas 48 eram arreados e apenas dois eram sem arreio, o gado também era nominado num total de 20 cabeças, provavelmente são animais de carro. Seus escravos eram trinta e três entre jovens aptos para trabalhos, velhos e crianças. A matrícula de 1872 está anexo ao inventário, nesse período Manoela Garcia de Mattos possuía 38 escravos, sendo que dois haviam sido emprestados para seu genro, Sr. Antônio Pinto Monteiro e por ele fora matriculados. Neste inteirem alguns escravos faleceram e sua escravaria não fora ampliada. Nos bens de Raiz se encontram casa de vivenda, senzalas, paiol e produtos já colhidos, plantações etc. Os serviços foram trabalhos prestados pelo fiando, as dívidas ativas foram os empréstimos feitos a pessoas e as dez ações da Estada de Ferro do Carangola.

Tabela IV

7 Os filhos do casal eram: D. Anna Thereza de Jesus casada com Candido José Cerqueira, D. Antônia Maria de Jesus casada com Antônio Pinto Monteiro, D. Maria Thereza de Jesus casada com Francisco Antônio, D. Rita Maria de Jesus casada com Firmino Corrêa de Almeida, D. Maria Verônica do Sacramento casada com Domingos Pereira da Silva, D. Euciana Maria de Jesus casada com Francisco Pereira da silva, Mariano Garcia de Mattos falecido no mesmo anos deixando os filhos menores Antônio de 8 anos, Honório de 5 anos e Marcellina de 3 anos. E seus filhos solteiros Joaquina Maria de Jesus de 13 anos, Mariano Garcia de Mattos de 22 anos e Francisco Garcia de Mattos de 3 anos.

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Composição da riqueza de Manoel Garcia de Mattos – 1879 Bens Valor % Móveis 1:002$000 1,14 Semoventes 4:584$000 5,24 Escravos 35:500$000 40,58 Raiz 43:284$000 49,48 Serviços 350$000 0,40 Dívida ativa 754:300 0,86

Dez ações da Estrada de

Ferro do Carangola

2:000$000 2,28

Monte mor 87:474$300 100

Fonte: Inventário de Manoel Garcia de Mattos. Fórum Tabelião Pacheco de Medeiros. Muriaé, 1879. Maço 79.

Na composição da riqueza de Manoel Garcia de Mattos seus bens de raiz representam 49,48% do monte mor, e seus escravos estão em segundo lugar com 40,58% e em terceiro lugar as suas tropas. Apesar de possuir seus investimentos em tropas, Manoel possuía também ações da estrada de Ferro, levando em consideração que a chegada da ferrovia poderia atrapalhar os seus negócios, talvez esteja relacionado ao sentido de progresso.

Nesse inventário foram declarados 50 mil pés de café na Fazenda Boa União, desse total 8 mil eram pés novos, 28 mil uma lavoura em bom estado e 14 mil pés de café velhos. Outro tipo de cultura que fora declarado por D. Thereza Maria de Jesus, inventariante do seu finado marido, são 160 alqueires de plantação de milho, um moinho para produção do fubá e da canjica. Não fora registrado plantação de cana, mas os indícios nos levam a acreditar que na propriedade havia a produção de cana para se fazer o melado e a cachaça, o que é perceptível pela declaração de um monjolo de cana e uma máquina de moer cana, com três “sentidos” e movidas por boi.

No mesmo ano que morreu Manoel Garcia de Mattos faleceu também o seu filho Marcelino Garcia de Mattos8. Ele era casado com D. Gertrudes Honória Gomes deixando três filhos menores. Com um monte mor pouco significativo de apenas 2:300$000 contos de réis,

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seus bens eram uma casa de vivenda coberta de telhas e uma plantação de seis mil pés de café, sua casa e seus pés de café estão dentro da Fazenda Boa União, com a formação de uma nova família, seu pai Manoel Garcia de Mattos tinha lhe dado uma parte de terras para o seu cultivo como uma forma de começar uma nova “vida”.

O que chama atenção é essa brusca variação da riqueza de um membro desta família. No século XIX a riqueza poderia apresentar-se de maneira diferente de uma geração para outra. Analisando os dados que dispomos para essa pesquisa isso fica perceptível9. Talvez esse pequeno monte mor de Marcelino Garcia de Mattos esteja relacionado ao fato da riqueza da família girar em torno do que se herda e no caso específico de Marcelino, quando morreu não havia recebido a sua herança. Portanto, a herança era uma das principais formas de apropriação de capital, seja ela em terras, escravos ou na transmissão de empreendimentos.

Na década final do século XIX, mais especificamente 1886 faleceu D. Thereza Maria de Jesus10 mulher de Manoel Garcia de Mattos. Decorrentes das negações dos herdeiros em serem inventariantes, o Juiz determinou o sequestro dos bens da finada. Apesar de não terem sido avaliados os bens, podemos observar através do sequestro, que o que a mesma possuía estava na Fazenda Boa União. Nesse inventário não será possível uma análise da composição da riqueza de D. Thereza Maria de Jesus, pelo fato de os bens não terem sido avaliados, entretanto, é possível perceber nesse documento o processo de fragmentação da riqueza, decorrente da partilha dos bens deixados pelo patriarca Manoel Garcia de Mattos entre os filhos e genros.

No espólio de D. Thereza Maria de Jesus é declarado 90 alqueires de terras na Fazenda Boa União, uma “casa de vivenda assobradada com escada por baixo do assoalho, quatro janelas no eitão e oito na frente coberta com telhar, com água fartada (sic)”. Apenas um burro velho, quatro bois de carro, três vacas e um novilho, benfeitorias e utensílios de casa. Com a

9 A respeito da variação da riqueza Sheila de Castro Faria afirma que: “As oscilações da fortuna, no Brasil escravista, eram frequentes. Dificilmente a segunda ou terceira geração repetiam o grau da fortuna paterna. De maneira geral, o ditado popular “pai taberneiro, filho barão e neto mendicante” foi a regra. O enriquecimento, tanto no período colonial quanto no imperial, dava-se principalmente pelo comércio, lugar por excelência da acumulação de capital”(FARIA, 1995: 70).

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morte do tropeiro Manoel Garcia de Mattos seus filhos não continuaram a desenvolver atividade de tropeiro e como podemos perceber D. Thereza também não continuou com o empreendimento do marido após a sua morte. As tropas ficaram pelo caminho.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi através da acumulação de capital com a atividade de tropeiro que os Garcia de Mattos conquistaram novas terras dentro de um território geograficamente específico: a Zona da Mata mineira. Muito provável que em alguns casos eles tenham se transferido para outras localidades da Zona da Mata através de novas alianças matrimoniais. Como disse João Fragoso “a nobreza vive em bandos” (FRAGOSO, 2003: 11).

Analisando a composição da riqueza da família Garcia de Mattos, observa-se que ela caracterizou-se por um perfil diferenciado, porque apesar de serem grandes possuidores de terras e de homens, esses indivíduos não se encaixam no perfil de grandes cafeicultores da Zona da Mata. As suas relações com a cafeicultura ocorriam de maneira indireta, não como produtores. De todos os inventários analisados foram encontrados apenas alguns pés de café em São Paulo do Muriahé.

O que se pode observar na análise da composição da riqueza desses indivíduos são as variações de riqueza de uma geração para outra, podendo aumentar ou retroceder. Colocando em questão que a riqueza de um indivíduo pode estar relacionada ao fato de herdar e casar, possibilitando ao nubente o recebimento do dote.

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ALMICO, Rita de Cássia da Silva. Fortunas em movimento: um estudo sobre as transformações na riqueza pessoal em Juiz de Fora / 1870-1914. Dissertação de Mestrado. Unicamp, 2001.

FARIA. Sheila Siqueira de Castro. Fortuna e família em Bananal no século XIX. In: CASTRO, Hebe Maria Mattos. SCHNOOR, Eduardo et al (orgs.). Resgate: uma janela para o oitocentos. Rio de Janeiro: Topbooks, 1995.

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GINZBURG, Carlo; PONI, Carlo. O nome e o como: troca desigual e mercado historiográfico. In: GINZBURG, Carlo. A micro-história e outros ensaios. Lisboa: Difel; Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989. p.169-78.

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MOTTA, Márcia Maria Menendes. Nas fronteiras do poder: conflito de terras e direito agrário no Brasil de meados do século XIX. Tese de doutorado. UNICAMP, 1996.

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Referências

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