• Nenhum resultado encontrado

Artigo Original. Qualidade de vida do laringectomizado traqueostomizado. Quality of life in laryngectomy with tracheostomy. Resumo

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Artigo Original. Qualidade de vida do laringectomizado traqueostomizado. Quality of life in laryngectomy with tracheostomy. Resumo"

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

Thalita Augusta Borges Fernandes Gomes 1 Flávia Melo Rodrigues 2

Resumo

Introdução: O câncer laríngeo é responsável por

aproximadamente 75.300 mortes por ano em todo mundo, numa incidência de aproximadamente 136.000 novos casos/ ano. Os procedimentos cirúrgicos de remoção do tumor laríngeo, (Laringectomias Totais ou Parciais), geram mutilações definitivas ou temporárias para o paciente em função de uma traqueostomia associada: respiração, deglutição, digestão, gustação, olfação, fala, aparência, e alterando sua qualidade de vida. objetivo: O

objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade de vida do paciente laringectomizado traqueostomizado, a partir de um questionário específico traduzido e validado para o português em pacientes submetidos à laringectomias parciais ou totais que estejam traqueostomizados e, avaliar possíveis diferenças entre os escores médios deste questionário com faixas etárias e sexos diferentes. método: Estudo quali-quantitativo de verificação

da qualidade de vida de 31 pacientes laringectomizados e traqueostomizados, utilizando-se como instrumento o WHO-QOL versão 4, correlacionando-o com a faixa etária e sexo dos pacientes. Resultados: alterações importantes na fala e

deglutição, principalmente nas mulheres, tendo sido considerada como boa à qualidade de vida global. Conclusão: Qualidade de

vida é um termo amplo, subjetivo e tem sido objeto de interesse da comunidade científica relacionada à saúde, sendo fundamental estudar seu impacto para promover melhora da terapêutica a ser utilizada.

Descritores: Laringectomia; Traqueostomia; Indicadores de

Qualidade de Vida; Perfil de Impacto da Doença; Qualidade de Vida.

AbstRACt

Introduction: The laryngeal cancer is responsible for

approximately 75,300 deaths per year worldwide, an incidence of approximately 136,000 new cases per year. The surgical removal of laryngeal tumor (Total or Partial laryngectomy), create temporary or permanent mutilation for the patient due to a tracheostomy associated: breathing, swallowing, digestion, taste, olfaction, speech, appearance, and changing their quality of life. objective: The aim of this study was to evaluate the quality

of life of laryngectomized patients with tracheostomy., From a questionnaire translated and validated into Portuguese in patients undergoing partial or total laryngectomy in 31 patients who also are tracheostomized and to evaluate possible differences between the mean scores this questionnaire with age and gender different. method: A qualitative and quantitative monitoring of the

quality of life of laryngectomized patients with tracheostomy, using as instrument the WHO-QOL, version 4, also calculates it to age and sex. Results: Significant changes in speech and swallowing,

particularly women, have been seen as a good overall quality of life. Conclusion: Quality of life is a wide term, subjective and has

been the subject of interest to the scientific community related to health and is essential to study their impact to promote improved treatment to be used.

Key words: Tracheostomy; Quality of Life; Laryngeal Neoplasms;

Larynx.

1) Mestre em Ciências Ambientais e Saúde. Professora da UEG-GO; Fisioterapeuta do H. Araújo Jorge - ACCG. 2) Doutora em Genética. Professora da UEG - GO Professora da PUC-GO.

Instituição: Hospital Araújo Jorge. Goiânia / GO – Brasil.

Correspondência: R. 227, nº 380 – Apto. 901 –Setor Universitário - Goiânia / GO - Brasil – CEP: 74605-080.

Recebido em 07/06/2010; aceito para publicação em 27/09/2010; publicado online em 16/11/2010.

Conflito de interesse: não há. Fonte de fomento: não há

Artigo Original

Quality of life in laryngectomy with tracheostomy

Qualidade de vida do laringectomizado

traqueostomizado

INtRoDuÇÃo

O câncer laríngeo, classificado de acordo com as regiões anatômicas: glote, supraglote e subglote, repre-senta cerca de 25% dos tumores malignos de cabeça e pescoço e acomete principalmente homens, entre a 5º e a 6º décadas de vida, com uma incidência por sexo de

7:1 (masculino – feminino) - a maior diferença em com-paração com qualquer outro sítio anatômico do corpo humano, mais frequente nas cidades brasileiras as cida-des de Goiânia e São Paulo1,2,3.

Em relação ao tratamento, os procedimentos cirúrgi-cos realizados para a remoção do tumor, representados tanto por Laringectomias Totais quanto Parciais, são

(2)

apre-sentados como forma de tratamento na fase avançada da doença e geram mutilações definitivas ou temporárias para o paciente, determinando uma modificação completa com relação às funções biológicas: respiração via traque-ostomia, deglutição, digestão, gustação e olfação4,5.

Assim, os aspectos estéticos negativos, a dor local, a dispneia acompanhada muitas vezes de secreção ama-relada, espessa e mal cheirosa, a fadiga crônica, a tosse intermitente, a disfagia e a disfonia, a ansiedade, a de-pressão e a não-aceitação da imagem corporal, que co-laboram para a perda da auto-estima e isolamento social, dificultam o processo de reabilitação, encorajamento fren-te à doença e alfren-teram na qualidade de vida5,6,7,8,9,10.

O termo qualidade de vida foi definido como uma avaliação subjetiva que as pessoas fazem sobre os di-ferentes aspectos de suas vidas em relação à sua saú-de, envolvendo a vida pessoal como um todo, estando aproximada ao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e à própria estética existencial6,11.

Deste modo, avaliar a qualidade de vida torna-se fundamentalmente importante do paciente portador de câncer laríngeo nareintrodução ao ambiente social e fa-miliar durante e após o tratamento oncológico.

O objetivo desse estudo é avaliar a qualidade de vida do paciente laringectomizado traqueostomizado, a par-tir do questionário UW-QOL versão 4, para as sequelas provenientes apenas de uma cirurgia de traqueostomia e também avaliar se há diferença significativa entre os es-cores médios do UW-QOL versão 4 para pacientes com faixas etárias e sexos diferentes.

MÉTODO

O presente estudo tratou-se de um estudo descriti-vo, exploratório e de revisão bibliográfica, que foi reali-zado num hospital referência em Oncologia do Estado de Goiás, integrante da ACCG (Associação de Combate ao Câncer em Goiás), tendo sido aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Araújo Jorge, sob o protocolo de número 064/08 após ciência e assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE), bem como o termo de Consentimento de Participação da Pessoa como Sujeito.

Foram incluídos nesta pesquisa 31 pacientes porta-dores de câncer de laringe, que realizaram cirurgia de laringectomia total ou parcial e que estiveram também traqueostomizados de ambos os sexos, sem limite de idade, capazes de compreender comandos verbais, lota-dos no Serviço de Fisioterapia do referido Hospital, du-rante os meses de abril a julho 2009.

Os pacientes incluídos na pesquisa responderam a 9 das 12 perguntas pertinentes apenas à avaliação das sequelas provenientes da realização da uma cirurgia de traqueostomia, contidas na versão validada em portu-guês do Questionário de Qualidade de Vida da Univer-sidade de Washington (UW-QOL versão 4) descrito na literatura1019,20,21

Como critérios de exclusão tem-se os pacientes que não foram capazes de responder ao questionário de qualidade de vida e/ ou não aceitaram assinar o TCLE ou ainda os que não atenderam aos demais critérios de inclusão citados anteriormente.

Para e elaboração dos resultados utilizou-se o teste T de Student e os dados obtidos nos questionários foram tabulados através de gráficos. Todas as análises esta-tísticas foram realizadas através do programa Bioestat versão 5.0.

RESULTADOS

No período de abril de 2009 a julho de 2009, 31 pacientes com o perfil do estudo compareceram ao Ambulatório de Fisioterapia do referido Hospital e res-ponderam ao Questionário de Qualidade de Vida da Uni-versidade de Washington (UW-QOL- versão 4). Destes, 6 eram mulheres e 25 homens, sendo a média de idade de 60 anos, com desvio padrão +/- 7,98, com idades que variaram entre 33 e 72 anos. O participante mais velho tinha 82 anos e o mais novo, 39 anos.

Todos os entrevistados eram portadores de carcino-ma espinocelular de laringe em qualquer sítio anatômico e em qualquer estádio clínico (pois em 17 prontuários não havia especificação do sítio primário do tumor e em 9, do estadiamento clínico), sendo submetidos à larin-gectomia parcial ou total, estando invariavelmente tra-queostomizados, com 5 a 7 dias de pós-operatório. Além disso, nenhum dos entrevistados havia iniciado qualquer tipo de tratamento radioterápico ou quimioterápico adju-vante.

A qualidade de vida global dos pacientes foi analisa-da somando-se os pontos de caanalisa-da domínio do questio-nário da UW – QOL versão 4. As médias mais altas fica-ram com os domínios atividade e recreação e as médias mais baixas situaram-se nos domínios fala e deglutição (Tabela 1).

A Tabela 2 mostra o escore médio do UW-QOL ver-são 4 segundo o sexo dos pacientes, onde o domínio atividade obteve a maior pontuação, seguida do domínio fala, que obteve a menor pontuação, tanto para homens quanto para mulheres, sendo esta diferença estatistica-mente significante (p < 0,05).

Os escores médios do UW-QOL versão 4 segundo a idade dos pacientes (acima e abaixo dos 60 anos) está descrito na Tabela 3. Foram, ao todo, 18 pacientes en-trevistados que possuíam idade acima dos 60 anos e 13 entrevistados tinham menos que 60 anos. Foi observado que entre todos pacientes, que o melhor escore médio foi no domínio atividade para os acima de 60 anos e para os entrevistados abaixo dos 60 anos,. Já o pior escore se deu no domínio deglutição para os paciente acima dos 60 anos e o domínio fala para ao pacientes com ida-de inferior aos 60 anos.

As Figuras de 1 a 9, a seguir, mostram as respostas dadas por cada participante em relação a cada domínio específico do UW-QOL versão 4.

(3)

mo antigo, 3% afirmam estar frequentemente cansados e 3% relatam ficar apenas em casa (Figura 3).

A Figura 4 mostra a distribuição das respostas para o domínio recreação, onde a maioria (48%) descrevem não haver limitações para tal e 3% dos entrevistados afirmam não ter condições de fazer nada que seja agra-dável.

O domínio deglutição apontou somente 6% dos en-trevistados afirmando conseguir engolir tão bem como sempre e a maioria (55%) afirmam que conseguem co-mer apenas comidas líquidas (Figura 5).

tabela 1. Qualidade de Vida Global em Relação a cada

domínio do UW-QOL versão 4.

Domínios Média ± Desvio-Padrão Variação Importância Escore UW-QOL versão 4 do domínio (%)

Dor 74,2 ± 23,7 25-100 6 Aparência 54,8 ± 24,5 0-100 6 Atividade 82,3 ± 20,6 0-100 0 Recreação 77,4 ± 27,7 0-100 0 Deglutição 41,8 ± 25,9 0-100 12 Mastigação 50 ± 34,2 0-100 18 Fala 33,2 ± 25,9 0-100 42 Humor 55,6 ± 35,8 0-100 3 Ansiedade 50,5 ± 40,3 0-100 12

tabela 2. Escores médios do questionário UW-QOL

ver-são 4, segundo o sexo dos pacientes, com os respecti-vos valores de p (Teste t de Student).

Domínios Homem Mulher P

Dor 80 67 0,0909 Aparência 57 42 0.0839 Atividade 84 75 0,1726 Recreação 79 71 0,2626 Deglutição 40 56 0,0983 Mastigação 48 58 0,2575 Fala 39 11 0,0082* Humor 58 46 0,2318 Ansiedade 53 39 0,2186 Média Geral 60 52 0,1843

tabela 3. Escores médios do questionário UW-QOL

ver-são 4, segundo a idade dos pacientes, com os respecti-vos valores de p (Teste t de Student).

Domínios Acima de Abaixo de p

60 anos 60 anos DOR 72 77 0,2972 APARÊNCIA 51 60 0,1826 ATIVIDADE 79 87 0,1451 RECREAÇÃO 75 81 0,2877 DEGLUTIÇÃO 37 51 0.0668 MASTIGAÇÃO 50 50 0,5000 FALA 39 25 0,0798 HUMOR 53 60 0,3039 ANSIEDADE 59 38 0,0797 MÉDIA GERAL 57 59 0,4285

Em relação ao domínio dor, na Figura 1, 35% dos entrevistados afirmaram não sentir dor e apenas 6% consideram-na como severa, utilizando-se de medica-ção para controlá-la.

No domínio aparência, a maioria afirmou que são in-comodados por causa da aparência, mas permanecem-se ativos e 32% afirmam que a mudança na aparência foi mínima. (Figura 2).

Para o domínio atividade, 42% dos entrevistados afirmaram estar tão ativos como sempre, porém, 52% consideram que às vezes não conseguem manter o

rit-Figura 1. Distribuição de respostas em relação ao domínio dor

(4)

Figura 3. Distribuição de respostas em relação ao domínio atividade. Figura 4. Distribuição de respostas em relação ao domínio recreação.

Figura 5. Distribuição de respostas em relação ao domínio deglutição. Figura 6. Distribuição de respostas em relação ao domínio

mastiga-ção.

Em relação ao domínio mastigação, 23% descre-vem mastigar tão bem como sempre, 55% afirmam po-der comer alimentos sólidos leves mas não conseguem mastigar algumas comidas líquidas e 23% consideram não comer nem mesmo alimentos leves, como mostra a Figura 6.

Para o domínio fala, na Figura 7, somente 3% dos entrevistados não consideram haver alteração na sua fala e 52% descrevem que somente a família e amigos podem entendê-los (Figura 7).

A Figura 8, relacionada ao domínio humor demonstra que 23% dos participantes possuem um humor excelen-te e não são afetados em relação ao câncer e 16% estão extremamente deprimidos em relação ao câncer.

No domínio ansiedade, 29% afirmam não estar ansiosos em relação ao câncer, 23% estão um pouco ansiosos, 19% consideram-se ansiosos pela doença e 29% descrevem estar muito ansiosos pelo câncer (Fi-gura 9).

Quando foi perguntado aos pacientes sobre qual ou quais os problemas considerados os mais importantes nos últimos 7 dias, a maioria se referiu ao domínio fala, seguido da mastigação e da deglutição (Tabela 4).

A Tabela 5 apresenta a qualidade de vida relaciona-da à saúde compararelaciona-da com o mês antes do desenvol-vimento do câncer e as respostas foram: 3% afirmaram que a qualidade de vida está muito melhor, 10% um pou-co melhor, 48% afirmam que está mais ou menos a

(5)

mes-ma, 23% um pouco pior e 16% consideram a qualidade de vida muito pior.

Quanto à qualidade de vida relacionada à saúde nos últimos 7 dias, a maioria (58%) consideram-na média e apenas 3% afirmam estar muito ruim, como mostra a Ta-bela 6.

Considerando todos os fatores que contribuem para o bem estar físico e mental, como família, amigos, ati-vidade, lazer e espiritualidade, a Tabela 7 apresenta a qualidade de vida global nos últimos 7 dias. A maioria (42%) admitem estar boa, 29% consideram média e 19% acham que a qualidade de vida geral está ruim.

Figura 7. Distribuição de respostas em relação ao domínio fala. Figura 8. Distribuição de respostas em relação ao domínio Humor.

Figura 9. Distribuição de respostas em relação ao domínio ansiedade.

tabela 4. Problemas relatados pelos pacientes como os

mais importantes nos últimos 7 dias.

Respostas n % Dor 2 6 Aparência 2 6 Atividade 0 0 Deglutição 4 12 Mastigação 6 18 Humor 1 3 Ansiedade 4 12 Fala 14 42 Recreação 0 0 Total 33 100

n= número de repostas para cada alternativa

tabela 5. Qualidade de vida relacionada á saúde

com-parada a 1 mês antes do câncer.

Respostas n %

Muito melhor 1 3

Um pouco melhor 3 10

Mais ou menos o mesmo 15 48

Um pouco pior 7 23

Muito pior 5 16

Total 31 100

n= número de repostas para cada alternativa

tabela 6. Qualidade de vida relacionada à saúde nos

últimos 7 dias. Respostas n % Excelente 0 0 Muito boa 1 3 Boa 9 29 Média 18 58 Ruim 2 6 Muito Ruim 1 3 Total 31 100

(6)

DISCUSSÃO

Avaliar a qualidade de vida, valorizando os impactos médicos, psicológicos e sociais na vida de cada paciente é tarefa difícil, mas essencial para estabelecer parâme-tros de reabilitação e suporte, pois os aspectos conside-rados importantes para melhorá-la, durante o tratamento oncológico, diferem de pessoa para pessoa6,12.

Neste sentido, o UW-QOL versão 4 é considerado um instrumento seguro e prático para a coleta de dados, bem aceito por pacientes e profissionais e de baixo custo para a pesquisa do estado funcional dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço13.

Os resultados aqui descritos mostram que, epide-miologicamente, os pacientes desse estudo são seme-lhantes à média de pacientes portadores de câncer de laringe: homens, com idade entre os 50 e 70 anos, corro-borando com estudos na literatura2,8,16, também

compa-tíveis na proporção de aproximadamente sete homens para cada mulher com este tipo de câncer.

Os domínios com pior pontuação neste estudo foram fala e deglutição, tanto quando considerados todos os pacientes, como separados por sexo e por idade, sendo exatamente estas as principais dificuldades dos pacien-tes, tanto para adaptação psicossocial, quanto para re-abilitação, que pode ser demorada, explicando um inter-valo de tempo maior para recuperação da sua qualidade de vida, de acordo com vários autores14,15,16,17,18,19..

A pior pontuação no domínio fala é ainda destaque quanto ao sexo feminino, também mostrado na literatura e está fortemente ligada à qualidade de vida, uma vez que a comunicação é um fator essencial de qualquer re-lacionamento13,17,18,20.

A mastigação foi fator para a redução dos escores na qualidade de vida no estudo proposto por autores 14,21,22,

sendo também relevante para este estudo no índice de avaliação da qualidade de vida global nos últimos 7 dias e principalmente em relação ao sexo masculino, corro-borando com outros estudos23.

A presença de uma traqueostomia, ainda que dis-farçada, altera a aparência do laringectomizado, princi-palmente se este for uma mulher; indo de encontro aos resultados obtidos neste estudo, onde se observa um menor escore nesse domínio para as mulheres24.

Deste modo, autores preconizam que a alteração da aparência traz uma profunda dificuldade na adaptação

da nova imagem corporal adquirida, principalmente nas mulheres, o que pode justificar também alterações de humor 23,

A atividade e a recreação neste estudo não afetaram a qualidade de vida dos pacientes nos últimos 7 dias, refutando estudos7, que reiteram que a redução da

ati-vidade e recreação nos pacientes portadores de câncer laríngeo pelo cansaço físico é evidenciada com uma alta porcentagem.

Embora não haja neste estudo uma análise sobre a diferenciação para o tipo e porte cirúrgico (Laringec-tomias Totais ou Parciais), fato este que pode impactar significativamente os resultados em determinados do-mínios, autores25 ainda demonstram que pacientes

la-ringectomizados têm uma boa qualidade de vida global, também observado neste estudo. Os referidos autores sugerem ainda que o impacto da laringectomia na qua-lidade de vida é provavelmente menor que o esperado, pois os laringectomizados aprendem a conviver com as sequelas oriundas do tratamento .

CONCLUSÃO

Em relação aos nove domínios avaliados, o índice de menor escore médio foi à fala, entre todos os pacientes, sendo também considerado na distinção entre homens e mulheres. Inclusive, para as mulheres, tal domínio foi considerado significativamente menor (11).

Nos pacientes acima de 60 anos, o maior problema que afeta a qualidade de vida apontado é a deglutição, enquanto que para os pacientes com idade inferior aos 60 anos, a fala foi considerada o índice de maior impacto, não havendo, porém, diferença estatística para nenhum dos escores entre as duas faixas etárias pesquisadas.

Do exposto, evidencia-se que a qualidade de vida dos pacientes entrevistados neste estudo foi relatada como sendo média.

Espera-se, todavia, que apesar das limitações, este estudo possa contribuir para aprofundar a compreensão da temática proposta, além de oferecer subsídios para o planejamento de intervenções multiprofissionais que visem à melhoria da qualidade de vida do laringectomi-zado traqueostomilaringectomi-zado.

REfERêNCIAS

1. Araújo Filho FJV, Brandão GL, Ferraz RA. Manual do Residente de Cabeça e Pescoço. São Paulo: Keila & Rosenfeld, 1999.

2. Parkin DM, Whelan SL, Ferlay J, Teppo L, Thomas DB. Cancer in-cidence in five continents. Lyon: International Agency for Research on Cancer; 2002.

3. Sartor GS, Neto EJ, Trevier N et al. Riscos Ocupacionais para o Câncer de Laringe. Cad Saúde Pública. 2007;23(6):54-63.

4. União Internacional de Combate ao Câncer - UICC. Manual de On-cologia. Fundação Oncocentro de São Paulo; 1999.

5.Hannickel S, Zago FMM, Barbeira SBC. O comportamento dos la-ringectomizados frente à imagem corporal. Rev Bras Cancerol. 2002; 48(3):333-339.

6.Barros BPA, Angelis CE, Lourenço CTM, et al. Qualidade de vida, depressão e hipertireoidismo após laringectomia total. Rev Bras Cir Cabeça Pescoço, 2006; 35(1):26-31.

Tabela 7. Qualidade de vida Global nos últimos 7 dias.

Respostas n % Excelente 1 3 Muito Boa 2 6 Boa 13 42 Média 9 29 Ruim 6 19 Muito Ruim 0 0 TOTAL 31 100

(7)

7.Coelho FMR, Sawada NO. A Fadiga nos pacientes com câncer de laringe. Rev Latino-Am Enfermagem: 1999; 7(5): 103-107.

8.Mourão FL, Sevilha MAE, Mercuri SAA, et al. Grupo terapêutico-fo-noaudiológico desenvolvido junto a laringectomizados totais: uma ex-periência em situação de Clínica-Escola. Distúrb Comun. 2006;18(1): 51-61.

9.Oliveira, SF, Zago, FMM. A experiência do laringectomizado e do fa-miliar em lidar com as consequências da radioterapia. Rev Bras de Cancerol. 2003;49(1):17-25.

10.Vartanian JG, Carvalho AL, Yueh B, Furia CL, Toyota J, McDowell JA, Weymuller EA, Kowalski LP. Brazilian-Portuguese validation of the University of Washington Quality of Life Questionnaire for patients with head and neck cancer. Head Neck. 2006;28(12):1115-21.

11.Costa Neto SB, Araújo TCCF, Curado MP. Avaliação da qualidade de vida em pessoas portadoras de câncer de cabeça e pescoço. Rev. Acta Oncol Bras. 2000;20(3):96-104.

12.Braz DSA, Ribas MM, Dedivitis RA. Quality of life and depression in patients undergoing total and partial laryngectomy. Clinics, 2005; 60(2):135-42.

13.Matias S.K. Qualidade de vida de pacientes com câncer bucal e da orofaringe através do questionário UW-QOL. (Dissertação). São Paulo:Universidade de São Paulo; 2005.

14.Bjordal K, Ahlner-Elmqvist M, Hammerlid E, et al. A prospective stu-dy of quality of life in head and neck cancer patients. Laryngoscope. 2001;111:1440-52.

15.Ali AS, Grotti A, Riscala MC. O Níquel e suas ações no organismo humano.Ass. Bras. Dermatol. 1987;62(2):85-96.

16.Moreno AB, Lopes CS. Avaliação da qualidade de vida em

pacien-tes laringectomizados: uma revisão sistemática. Cad Saúde Públ. 2002;18(1):81-92.

17.Antunes JLF, Biazevic MGH, Araújo ME, Tomita NE, Chinellato LEM, Narvai PC. Trends and spatial distribuition of oral cancer morta-lity in São Paulo, Brazil, 1980-1988. Oral Oncol, 2001; 37(4):345-50. 18.Biazevic MG, Antunes JL, Togni J, de Carvalho MB. Immediate im-pact of a primary surgery on health-related quality of life of hospitalized patients with oral and oropharyngeal cancer. J Oral Maxilofac Surg. 2008;66(7):1343-50.

19.Paula CF, Gama RR. Avaliação de qualidade de vida em laringec-tomizados Totais. Rev Bras Cir Cabeça Pescoço, 2009;38(3):177–182. 20.Andrade PF. Qualidade de vida e câncer de boca e orofaringe:valores de referência. (Dissertação). São Paulo: Univesidade de São Paulo; 2008.

21.Rogers SN, Gwanne S, Lowe D, Humphris G, Yueh B, Weymuller EA. The addition of mood and anxiety domains to the University of Wa-shington quality of life scale. Head Neck. 2002;24(6):521-9.

22.Barros BPA, Portas GJ, Quaija SD. Implicações da Traqueostomia na comunicação e na deglutição. Rev Bras Cir Cabeça Pescoço. 2009; 38(3):202-207.

23.LoTempio MM, Wang KH, Sadegui A, et al. Comparison of quality of life outcomes in laryngeal cancer patients following chemoradiation vs. total laryngectomy. Otolaryngol Head Neck Surg. 2005;132(6):948-53. 24.Costa Neto SB, Araújo TCCF, Curado MP. Avaliação da qualidade de vida em pessoas portadoras de câncer de cabeça e pescoço. Rev Acta Oncol Bras, 2000; 20(3):96-104.

25.Vilaseca I, Amy Y, Chen A, Backscheider G. Long-term quality of life after total laringectomy. Head Neck, 2006;10(1):225-263.

Referências

Documentos relacionados

O estudo tem como objetivo discutir concepções de apuração do resultado e evidenciação. Na primeira parte do trabalho, serão discutidos alguns aspectos conceituais, onde se destaca

Então eu acho também bacana, Evelyn, de você trazer essa rede colaborativa para esse nível de escola de você trocar com seus pares, que não é aquela coisa nas portas, ficar

From these questions, I propose an analysis of the narratives which are connected to the episode of the supposed death of the character Sherlock Holmes which is

Synteko TOP Acabamento – Áreas Residenciais e Escritórios Acabamento com muito boa resistência ao desgaste, alta resistência a arranhões, forte resistência à gordura, água,

Os estudos iniciais em escala de bancada foram realizados com um minério de ferro de baixo teor e mostraram que é possível obter um concentrado com 66% Fe e uma

As medidas antiparasitárias devem está voltadas principalmente para os animais jovens de até 2 anos de idade, com tratamento a cada 30, 60 ou 90 dias conforme infestações.

Após 96 horas, houve um aumento no consumo, com o aumento de 100 para 160 ninfas, que não diferiu significativamente da densidade 220; com 280 ninfas disponíveis houve um

Conteúdo nutricional de Ca (a) e Mg (b) em ramos plagiotrópicos (caule + folhas + frutos) de 27 genótipos de cafeeiro Conilon sob dois manejos de água no solo, Irrigação