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Remoção de ferro e manganês em água com CFN. Limoeiro do Norte Bolsista da FUNCAP

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Academic year: 2021

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Remoção de ferro e manganês em água com CFN

Jéssica Roberta Pereira Martins1; Renata Chastinet Braga2;Hosineide de Oliveira Rolim2 ; Maria Juciene Lima Chaves³

1

Graduanda do curso de Tecnologia em Saneamento Ambiental– IFCE campus Limoeiro do Norte Bolsista da FUNCAP Email:jessica.r16-0@gmail.com

2

Professora Doutora – IFCE campus Limoeiro Norte Email: rchastinet@ifce.edu.br 2

Professora Doutoranda – IFCE campus Limoeiro do Norte Email: hosineide@ifce.edu.br

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Especialista em Gestão Hidrica. Email: jucienelima.juju@gmail.com

Resumo: Os lançamentos de efluentes industriais tais como os gerados em indústrias extrativistas de metais, indústrias de tintas e pigmentos, especialmente, as galvanoplastias acarretando danos irreversíveis à saúde humana, aos ecossistemas, principalmente aos aquáticos e prejuízos econômicos, no caso de tratamento de remoção para abastecimento de água. A técnica específica para a remoção destes compostos são realizados com carvão ativado, aeração, entre outros, que se apresentam como uma tecnologia de alto custo. Constantemente a procura de técnicas eficientes de baixo custo está sendo muito desenvolvidas. Um dos metais que mais se busca remover é o Fe2+. O presente trabalho tem por objetivo remover de forma sustentável e de baixo custo, íons de Fe2+ e íons Mn+2, utilizando a cinza da folha de Nim (CFN). Foram feitos testes de adsorção avaliando a influência da temperatura, pH e agitação. Foi verificada uma eficiência de 100% na adsorção nos testes padrões. A adsorção não foi influenciada pela agitação e variação do pH inicial. Com variação de temperatura houve uma diminuição da adsorção com a diminuição da temperatura. Nos testes realizados, o material apresentou-se muito eficiente com excelente potencial de utilização.

Palavras–chave: CFN (cinza da folha de nim), metais tóxicos, adsorção.

1. Introdução

Os efluentes industriais como de formulação de compostos orgânicos e de elementos e compostos inorgânicos, industriais de couros, peles e produtos similares entre outros, quando lançados inadequadamente nos corpos hídricos, ou por meio da

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lixiviação das jazidas por meio das águas subterrâneas, contribuem efetivamente para poluição dos ecossistemas aquática.

De acordo com a legislação os padrões de concentração de metais considerados tóxicos para classificação de águas naturais bem como para o lançamento de efluentes são estabelecidos pela legislação ambiental vigente no país de acordo com o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) em sua Resolução n°. 357 (BRASIL, 2005) e em sua resolução n°. 397 (BRASIL, 2008). O Ministério da Saúde (MS), por sua vez, na Portaria n°. 2914 de 2011, também estabelece valores máximos permitidos de metais para água de consumo humano e seu padrão de potabilidade.

Metais tóxicos em excesso podem causar muitas doenças e sérios problemas fisiológicos, já que é acumulativa no corpo humano, intoxicação por metais tóxicos provoca um conjunto especifico de sintomas e um quadro clínico próprio, desde a formação de complexos com os grupos funcionais das enzimas ou bioacumulação, combinando-se com as membranas celulares. O contato com a pele pode causar dermatite alérgica e, mais raramente, provocar ulcerações na pele formando cicatrizes, perfurações do septo nasal, câncer, distúrbios afetivos, irritação neuromuscular, cefaléia, náuseas e desmaios. Há também suspeitas de que possam afetar o sistema imunológico de seres humanos (JIMENEZ et al, 2004).

O ferro e o manganês encontram-se frequentemente associados, eles são dissolvidos pela água subterrânea que tem um alto conteúdo de CO2 e um baixo pH. Os limite legais para ferro é no máximo 0,3mg/L e 0,05mg/L de manganês, em concentração elevada contribuem para a dureza da água, causando manchas em roupas e em objeto de porcelana além de causar um saber adstringente na água ( RICHERTER 2009).

Sempre que o ferro se encontra na água em concentração superior a 0,3mg/L, ou quando o ferro e o manganês, conjuntamente, sumam mais que 0,3mg/L, apresentam-se os seguintes transtornos aos usuários da água: manchas na louça sanitária; gosto metálico adstringente (quando a concentração é superior a 0,5mg/L); perturbações em processos industriais (lavanderias, curtumes, fábricas de bebida e de papel) entre outros (BARROS, 2001).

A CFN, cinza da folha de nim (Azadirachta indica A. Juss.) uma árvore originária da índia que adapta-se bem em climas secos e quentes possui propriedades inseticidas é o aspecto de sua folhagem, o nim é amplamente empregado na arborização

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de cidades. A árvore pode resistir a muitas adversidades ambientais incluindo estiagem, solo infértil, pedregoso, raso ou ácido (HOWATT, 1994).

Diante disso, este trabalho teve por objetivo estudar a eficiência do uso da CFN como adsorvente de manganês e ferro em amostras sintéticas, sendo avaliado estudo de agitação, estudo da temperatura inicial, efeito da concentração inicial e do tempo de contato e influência do pH inicial (pHo). Mediante os resultados obtidos testou-se também a eficiência do material em testes paralelos ao carvão mineral em pó.

2. Material e métodos

Obtenção das cinzas

Inicialmente as folhas frescas foram lavadas agitando-as por alguns segundos em água destilada, em seguida foram colocadas para secar à sombra, estando as folhas secas em estado quebradiço, estas foram processadas no micro moinho para se obter o pó da folha cinco gramas desse material foram colocados em cápsulas de porcelana, a mesma fora posta no forno mufla sofrendo alteração de temperatura até atingir 600°C passando assim três horas na dita temperatura, mediante a obtenção do material desejado iniciou-se os ensaios de adsorção.

Estudo de agitação

Para a verificação a influência da agitação no processo de remoção, utilizou-se 0,5g do material adsorvente e 50mL das soluções sintéticas, na concentração de 50mg/L. As misturas foram deixadas em repouso e outras submetidas à agitação em mesa agitadora orbital, à velocidade de 150rpm por diferentes intervalos de tempo (1, 2, 3 e 24h). As alíquotas coletadas foram determinadas por Espectrofotômetro de Absorção Atômica(EAA).

Estudo da temperatura inicial

Avaliando a temperatura inicial no processo de adsorção, colocou-se 100ml das soluções, em uma chapa aquecedora modificando suas temperaturas (25, 60 e 80 ºC) tendo as condições satisfeitas colou-se 0,2g do adsorvente na solução de 50 mg/L. As amostras coletadas foram determinadas por EAA.

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Influência do pH inicial (pHo)

O efeito do pHo no processo de adsorção foi avaliado em sistemas contendo 100 mL de solução com concentração 50 mg/L dos metais em estudo e 0,2 g de CFN. O pH foi ajustado para valores de 3; 5; 7; 9 e 11 pela adição de soluções 0,1 mol/L de NaOH ou HCl. Os sistemas foram mantidos sob agitação orbital por 30 min a 150 rpm, onde ao final desse processo a primeira alíquota foi coletada, tendo feito o sistema foram mantidos em repouso e após diferentes tempos de contato ( 1, 2 e 24 h). As alíquotas coletadas foram determinadas por EAA.

3.Resultados e discussão

Estudo de agitação

Estudou-se a influência da agitação na remoção do íon metálico, avaliou-se tempos de contato da solução de Fe2+ e Mn2+. Os resultados apresentados no gráfico 1 e 2, mostram que a eficiência de 100% aparte da primeira hora de contato, onde permanece em equilíbrio não apresentando dessorção nos intervalos de tempo observado.

Gráfico 1: Estudo de agitação Fe2+ 50mg/l

1 2 3 4 5 6 20 40 60 80 100 R et enç ão ( % ) Tempo de contato (h) Com agitação Sem agitação

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Gráfico 2: Estudo de agitação Mn2+ 50mg/l

Estudo da temperatura inicial

Os resultados abaixo (gráfico 3), expressa os resultados da CFN em contato com solução sintética de Ferro (Fe2+). Sabe-se que a temperatura modifica o pH do meio, como prescrito no gráfico o adsorvente estudado adsorveu em 100% a da amostra de 50mg/L da solução de Fe2+, sendo uma adsorção estável sem liberação de íons metálicos. Como pode ser observado, mesmo em um tempo de contato pequeno de trinta minutos, a eficiência do material é a mesma de um tempo superior como pode ser visto abaixo.

Gráfico 3: Estudo de temperatura Fe2+ 50mg/l

1 2 3 4 5 6 20 40 60 80 100 R et enç ão ( % ) Tempo de contato (h) Com agitação Sem agitação 5 10 15 20 25 20 40 60 80 100 R et enç ão ( % ) Tempo de Retenção (h) T25 T60 T80

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Os ensaios de temperatura realizados em paralelo com ao teste de ferro, o manganês mostro uma variação de remoção efetiva ao passar o tempo, todavia a variação de temperatura influência na remoção do adsorbato (Gráfico 4).

Na temperatura de 60ºC e 80ºC tem a mesma remoção, porém em uma temperatura de 25ºC no intervalo de 2h a sua remoção é 25% o que diferencia das outras temperaturas testada com uma eficiência de 60%, as três temperaturas mostram resultado iguais na última hora de contato. O resultado encontrado na temperatura de 25°C ou seja na temperatura ambiente, o valor encontrado foi mais baixo que o esperado, possivelmente devido a falta de homogeneização entre o adsorvente e o adsorbato o teste será repetido com agitação para que se possa comprova essa hipótese.

5 10 15 20 25 20 40 60 80 100 R et enç ão ( % ) Tempo de Retenção (h) T25 T60 T80

Gráfico 4: Estudo de temperatura Mn2+ 50mg/l

Influência do pH inicial (pHo)

Os resultados do gráfico 3 mostram que com o aumento do pHo de 3 para 11 o processo de adsorção não sofre alteração algumas chegando a valores de 100% de retenção. Em valores de pHo superiores a 5 nas amostra em branco observou-se que houve diminuição na concentração do soluto.

Os metais em estudo apresentam o mesmo resultado (Gráfico 5 e 6 ) quanto a remoção e o tempo de contato.

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Gráfico 5: Estudo de pH Fe2+ 50mg/l

Gráfico 6: Estudo de pH Mn2+ 50mg/l

4. CONCLUSÃO

A CFN apresentou capacidade máxima de adsorção bastante elevada, mostrando que possui grande afinidade pelos metais testados, nos parâmetros físico-químico estudados a cima tendo um percentual de 100% em todos, e uma adsorção

0 4 8 12 16 20 24 0 20 40 60 80 100 % de R et enç ão Tempo de Contato pH5 pH7 pH9 pH11 0 4 8 12 16 20 24 0 20 40 60 80 100 % de R et enç ão Tempo de Contato pH5 pH7 pH9 pH11

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igual ao carvão mineral em pó. Pode-se então concluir que a CFN, pode-se ser utilizado como adsorvente de íons metálicos em água, em estado de temperatura e pH variados.

REFERÊNCIAS

BARROS, A. R. B.;Remoção de íons metálicos em água ultilizando diversos adsorventes. Florianopolis, Universidade Federal de Santa Catarina, 2001. 105p (dissertação de mestrado).

BRASIL. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução n° 357.

BRASIL. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução n° 397.

HOWATT, K. Azadirachta indica: one tree’s arsenal against pests. Department of bioagricultural sciences and pest management, Colorado State University, 1994 Disponívelem:<www.colostate.edu/Depts/Entomology/courses/en570/papers_1994/ howatt.html>. Acesso em:21 jun.2006

JIMENEZ R. S. DAL BOSCO S.M.,. CARVALHO W. A; Remoção de metais pesados de efluentes aquosos pela zeólita natural escolecita –

Influência da temperatura e do ph na adsorção em sistemas monoelementares, Quim. Nova, Vol. 27, 2004.

Referências

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