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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ. Vanessa Schlösser

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Vanessa Schlösser

A IMPORTÂNCIA DE AÇÕES EDUCATIVAS NA

PREVENÇÃO DA PAIR

CURITIBA 2011

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A IMPORTÂNCIA DE AÇÕES EDUCATIVAS NA

PREVENÇÃO DA PAIR

Trabalho de conclusão do curso apresentada ao Curso de Especialização em Audiologia Clínica: enfoque prático e ocupacional da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná como requisito parcial para a obtenção do Título de Especialista em Audiologia.

Orientadora: Denise Maria Vaz Romano França.

CURITIBA 2011

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1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA ... 05

2. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ... 07

3. OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS ... 08

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 09

4.1 OS EFEITOS DOS NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA ELEVADOS ... 09

4.2 PREVENÇÃO DAS PERDAS AUDITIVAS INDUZIDAS POR NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA ELEVADOS ... 11

5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 14

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 22

6.1 RESULTADOS COM RELAÇÃO AO AMBIENTE SONORO DA EMPRESA... 22

6.2 RESULTADOS DO LEVANTAMENTO DO PERFIL AUDIOLÓGICO ... 24

6.3 INVESTIGAÇÃO DAS CRENÇAS E ATITUDES SOBRE PROTEÇÃO AUDITIVA ... 28

6.3.1 Queixas com o uso do protetor auditivo ... 28

6.3.2 Análise das respostas do questionário antes e depois da ação educativa... 28

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 40

REFERÊNCIAS ... 42

BIBLIOGRAFIA INDICADA... 46

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA POR SETORES NA

INDÚSTRIA - ANO DE 2010 ... 22

TABELA 2 – RESULTADOS POR ÁREA TEMÁTICA ANTES E APÓS AÇÃO EDUCATIVA ...

29

TABELA 3 – RESULTADOS DO TESTE DE IGUALDADE DE DUAS PROPORÇÕES PARA COMPARAÇÃO DOS ESCORES MÉDIOS, POR ÁREA TEMÁTICA ...

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – PERFIL AUDIOLÓGICO DOS COLABORADORES DA

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1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

O ruído é um dos mais significativos agentes nocivos a saúde dos trabalhadores e principal causa da perda auditiva ocupacional. (KLAUTAU, 2010)

Infelizmente, as consequências da exposição ao ruído ainda recebem pouca atenção por parte da maioria da população, inclusive da classe mais atingida pelo problema, constituída pelos trabalhadores. (SARTORI, 2005)

Considerando-se o elevado número de queixas de saúde e a possibilidade de alterações auditivas decorrentes da exposição ao ruído ocupacional, fica evidente a necessidade de avaliação audiológica para o diagnóstico precoce da PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruído) ou PAINPSE (Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados), assim como ações preventivas e coletivas, visando a conservação da audição e da saúde dos trabalhadores. (LOPES, 2009)

Dentre as alternativas para prevenção da perda auditiva estão os chamados Programas de Prevenção de Perdas Auditivas (PPPA), que consistem em um conjunto de ações desenvolvidas com o objetivo de minimizar a exposição a agentes de risco, evitando assim o desencadeamento ou agravamento de perda auditiva relacionada ao trabalho. (MANJABOSCO, 2005) Nesses programas (PPPA), grande importância é atribuída ao desenvolvimento de estratégias educativas sobre proteção auditiva e ao uso do protetor auricular que, quando utilizado corretamente pode prevenir o aparecimento de alterações auditivas decorrentes da exposição ao ruído no trabalho.

No entanto, a simples utilização do Equipamento de Proteção Individual (EPI) não implica na eliminação do risco de o trabalhador vir a sofrer diminuição da audição. Para serem eficazes, os protetores auriculares deverão ser utilizados de

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forma correta, obedecendo aos requisitos mínimos de qualidade, apresentando atenuação suficiente, sendo devidamente testados por órgão competente. (SALIBA, 2008)

Manjabosco (2005) destaca ainda que é muito importante que o indivíduo esteja consciente dos riscos a que se encontra submetido para que tome as devidas precauções a fim de preservar a audição.

Com isso, conclui-se ser fundamental que o colaborador tenha um conhecimento básico sobre os efeitos do ruído no organismo, visando sua conscientização quanto a importância do uso dos protetores auriculares.

A preocupação com a audição dos colaboradores de uma empresa atendida pelo Serviço Social da Indústria de Jaraguá do Sul (SESI/SC), expostos ao ruído ocupacional, conduziu ao seguinte questionamento: o conhecimento dos trabalhadores sobre os efeitos nocivos do ruído na sua audição e a utilização adequada dos EPI’s pode ser melhorado após a implementação de ações educativas? Esse questionamento motivou a pesquisa, cujo objetivo principal foi analisar o grau de conhecimento que os trabalhadores possuíam antes e após o desenvolvimento de ações educativas sobre efeitos do ruído na audição e prevenção de perdas auditivas ocupacionais.

Levando-se em consideração os efeitos negativos que uma perda auditiva pode ocasionar aos indivíduos, torna-se primordial o desenvolvimento de estratégias que objetivem a prevenção e promoção da saúde auditiva dos colaboradores, visando melhoria em suas qualidades de vida e, como conseqüência, melhor desempenho profissional.

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2. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

O conhecimento dos trabalhadores sobre os efeitos nocivos do ruído na sua audição e a utilização adequada dos EPI’s pode ser melhorado após a implementação de ações educativas?

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3. OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS

3.1 OBJETIVO GERAL:

Analisar o grau de conhecimento sobre efeitos do ruído e proteção auditiva, que os colaboradores de uma indústria de máquinas e equipamentos possuem antes e após a implementação de ações educativas.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Analisar as audiometrias da empresa, realizadas pelo SESI de Jaraguá do Sul/SC, através do banco de dados do Winaudio 7.4.5;

- Investigar os setores com maior ocorrência de achados sugestivos de PAIR; - Identificar possíveis casos de agravamento e desencadeamento de perda

auditiva, de acordo com setor;

- Pesquisar quais ações educativas já foram implementadas pela empresa visando a saúde auditiva dos colaboradores;

- Aplicar o questionário “Crenças e Atitudes sobre Proteção Auditiva”, versão A. - Realizar oficina sobre ruído e proteção auditiva aos colaboradores da

empresa;

- Realizar nova aplicação do questionário “Crenças e Atitudes sobre Proteção Auditiva”, versão A.

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4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1 OS EFEITOS DOS NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA ELEVADOS

O avanço tecnológico industrial trouxe benefícios e uma série de implicações que podem comprometer a saúde e a qualidade de vida do trabalhador. O ruído, considerado como o agente físico mais freqüente no ambiente de trabalho, pode causar alterações auditivas conhecidas como Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR), que afetam a comunicação e a qualidade de vida dos trabalhadores. (LOPES, 2009)

A nocividade do ruído está ligada diretamente ao seu espectro de frequência, ao nível de pressão sonora, a duração da exposição diária, bem como a suscetibilidade individual. (SILVA; GOMEZ; ZAHER, 2010)

O ruído é potencialmente capaz de levar a lesões graves e irreversíveis no aparelho auditivo. A deterioração gradual da sensibilidade auditiva, devido a exposição a intensidades sonoras maiores que 85dB durante 8 horas diárias por longo período de tempo pode desencadear danos cocleares, levando a perda auditiva induzida pelo ruído no trabalhador. (SANTOS; FERREIRA, 2008)

Dentre os prejuízos da exposição ao ruído intenso, Gonçalves et al (2010) referem efeitos auditivos (perdas auditivas e zumbidos), efeitos cumulativos, efeitos secundários e terciários (estresse, risco de hipertensão e infarto, dentre outros), efeitos socioculturais e econômicos (isolamento social, queda da qualidade acústica na vizinhança, depreciação do valor dos imóveis).

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A exposição concomitante ao ruído do trabalho e fora dele é uma possibilidade real, que só faz aumentar o risco de PAIR para o indivíduo. (FERREIRA JUNIOR, 1998)

A PAIR é definida por Ferreira Junior (1998) como sendo uma doença crônica e irreversível, resultante da agressão as células ciliares do Órgão de Corti, decorrente da exposição sistemática e prolongada ao ruído, cujos níveis de pressão sonora (NPS) são elevados.

A PAIR geralmente é bilateral e simétrica, do tipo neurossensorial, sendo que o grau da perda pode preponderar em um lado em relação ao outro. A perda auditiva geralmente não produz alterações maiores que 40dB(NA) nas baixas frequências (500,1 e 2KHz) e que 75dB(NA) nas altas freqüências (3,4,6 ou 8KHz). A perda auditiva inicia e predomina nas freqüências de 3, 4 ou 6KHZ, progredindo para as demais freqüências. (FERREIRA JUNIOR,1998)

A Portaria 19, anexo da NR-7, do Ministério do Trabalho e Emprego (de 09/04/1998, publicada em 22/04/1998) utiliza como critério de análise dos audiogramas as duas médias das freqüências de 500, 1000 e 2000Hz e 3000, 4000 e 6000Hz, classificando os audiogramas em limites aceitáveis, sugestivos de perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados, não sugestivos de perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados, sugestivos de desencadeamento de perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados e sugestivos de agravamento de perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados.

Nudelmann et al. (1997) comentam que os sintomas da PAIR podem ser divididos em sintomas auditivos (perda auditiva, zumbidos, dificuldade no entendimento da fala e outros sintomas) e sintomas não-auditivos (transtornos na

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comunicação, alterações no sono, transtornos neurológicos, vestibulares, digestivos, comportamentais). Ainda, outros sintomas como transtornos cardiovasculares e hormonais são mencionados pelos autores.

A perda auditiva pode interferir na qualidade de vida, restringindo a habilidade de interação social, provocando constrangimento e fadiga, aumentando o estresse e filtrando uma grande quantidade de experiências sonoras que oferecem prazer e significado a vida. (NEVES, 2007)

4.2 PREVENÇÃO DAS PERDAS AUDITIVAS INDUZIDAS POR NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA ELEVADOS

Existe uma variedade de alternativas que podem ser adotadas visando a redução do ruído no ambiente de trabalho. Dentre elas, está o controle na fonte, o controle na trajetória, ou como terceira opção, a utilização do protetor auricular.

A Norma Regulamentadora (NR) 6 do Ministério do Trabalho e Emprego destaca a importância do uso adequado dos Equipamentos de Proteção Individual, dentre os quais encontra-se o protetor auricular. Como responsabilidades, a lei estabelece que cabe ao empregador: adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade, aprovado pelo órgão nacional competente; orientar/treinar o trabalhador quanto ao seu uso e manuseio; exigir seu uso; substituir quando necessário; registrar seu fornecimento. Por outro lado, é responsabilidade do empregado: usar corretamente o EPI; cuidar adequadamente do mesmo; comunicar o empregador no caso de irregularidades; ter cuidados adequados com o mesmo.

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O nível de atenuação não deve ser o único critério para a escolha do protetor auricular. Outros fatores devem ser observados, como: conforto, adequação ao ambiente de trabalho, necessidade de comunicação e higiene. (MORAES, 2007)

Ferreira Junior (1998) ressalta que na maior parte das situações, o protetor ideal deve, não apenas seguir as melhores especificações técnicas, mas sim, deve ser aceito e utilizados pelos indivíduos expostos ao risco. O trabalhador deve ser orientado visando o conhecimento do que é a PAIR, fatores causais e agravantes, predisponentes e complicadores, mecanismo de prevenção, fases do Programa de Conservação Auditiva (PCA) em andamento na empresa, resultados das audiometrias, dentre outros. Ainda, deve ser instruído no sentido de participar do PCA, guardando, higienizando, trocando e manuseando corretamente seu protetor auditivo. Deve receber treinamento quanto a colocação adequada e sobre a importância de utilizá-lo durante o tempo em que permanecer em áreas ruidosas.

Estudos evidenciam que em torno de 10% a 15% dos indivíduos que usam protetores tem atenuação abaixo do limite inferior da capacidade de redução dos protetores, destacando-se entre as causas os erros no posicionamento, manutenção e trocas inadequadas. (KLAUTAU, 2010)

Por esse motivo, pode-se concluir que o colaborador deve ser ativo em todo processo, e para tal, necessita receber informações e orientações adequadas, visando a conscientização quanto as consequências da não utilização ou má utilização dos protetores auditivos.

A empresa não deve se limitar apenas a realização de audiometrias, mas também deve propor atividades que visem preservar a saúde auditiva de seus colaboradores através da implantação de um PCA eficaz e ativo, capaz de gerar

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mudanças no comportamento dos trabalhadores, visando a pró-atividade para a prevenção da PAIR.

Klautau (2010) destaca que os programas educativos têm o objetivo de levar ao conhecimento dos trabalhadores os riscos da exposição ao ruído e as medidas de proteção que devem ser adotadas, buscando um envolvimento destes na implementação e execução do Programa de Preservação Auditiva.

Um programa voltado a saúde do trabalhador permite a conservação auditiva, prevenindo futuros danos auditivos e promovendo o monitoramento de possíveis perdas ou de sua evolução. Dessa forma, as empresas diminuirão os gastos com ações indenizatórias por parte do empregado. É importante destacar que a conservação auditiva depende do trabalhador. Esse deve estar consciente dos riscos que corre e utilizar os equipamentos de proteção individual. (SANTOS; FERREIRA, 2008)

Por fim, Zocoli;Morata (2010) destacam que hábitos ou comportamentos são adquiridos ou modificados por meio de campanhas educativas, conscientização e orientação. A consciência da pessoa sobre o problema, os riscos a saúde e a maneira de se proteger é uma etapa importante em todas as formas de trabalho preventivo.

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5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

5.1 TIPO DO ESTUDO

Estudo observacional retrospectivo e descritivo.

5.2 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL E POPULAÇÃO

A empresa estudada tem por atividade principal a fabricação de estruturas metálicas como fôrmas para produzir postes, tubos e pré-moldados em concreto, estruturas para pontes rolantes e máquinas especiais e equipamentos para construção civil. A empresa projeta e desenvolve equipamentos, usinando e preparando matéria-prima como barras, perfis e chapas metálicas, soldando, montando, pintando, realizando montagem final e despachando máquinas e estruturas acabadas para clientes.

A indústria foi fundada em 1979 e começou a ser atendida pelo SESI de Jaraguá do Sul (SC) em 1999. Possui um total de 111 colaboradores, distribuídos em 13 setores e 32 funções, sendo que 103 trabalhadores são homens e 8 mulheres. Na pesquisa em questão foram avaliados trabalhadores locados em 12 setores da empresa, os quais possuíam audiometria no SESI Jaraguá do Sul (SC).

5.3 ASPECTOS ÉTICOS

A empresa foi contatada inicialmente via e-mail, objetivando informá-la sobre o objetivo do trabalho. Posteriormente, foi realizada uma visita para apresentação do

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Projeto de Pesquisa visando a análise do mesmo. Após a aprovação da empresa para execução do projeto, os colaboradores receberam os esclarecimentos acerca da finalidade da pesquisa, com o propósito de ser obtido o consentimento destes, por meio de material informativo específico. (Anexos 1 e 2)

O presente estudo foi aprovado e está registrado junto ao Comitê de Ética da Universidade Tuiuti do Paraná sob o número UTP 12-08.

5.4 FASES DO ESTUDO

O estudo constituiu-se de 6 fases: o levantamento dos dados referentes ao ambiente de trabalho, investigação sobre as ações educativas realizadas anteriormente, levantamento do perfil audiológico dos colaboradores da empresa, aplicação de questionário, realização da ação educativa e nova aplicação de questionário.

5.4.1. Levantamento dos dados sobre o ambiente de trabalho

As informações sobre o ambiente de trabalho foram coletadas do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e do Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho (LTCAT) da empresa.

A avaliação dos níveis de ruído na empresa, de acordo com setor, foi avaliada pela equipe de engenharia do SESI através de leitura instantânea ou dosimetria - sempre que possível -, com a utilização do equipamento Models Quest Noisepro and Metronics DB-4000EZ, da Quest Technologies.

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5.4.2. Investigação sobre as ações educativas realizadas anteriormente na empresa

Como ações educativas visando à saúde auditiva dos colaboradores, a empresa já havia realizado palestra com a equipe de Fonoaudiólogas do SESI através do Orelhão Inflável, equipamento esse desenvolvido pelo SESI/SC que se constitui em uma representação da orelha humana em forma de balão inflável.

5.4.3 Levantamento do perfil audiológico dos funcionários da empresa

O perfil audiológico dos colaboradores da empresa foi traçado com base nos achados das audiometrias realizadas pelo SESI de Jaraguá do Sul/SC no período de 1999 a 2010, por meio do banco de dados do programa Winaudio 7.4.5 instalado na Unidade de Operações Sociais e na Unidade Móvel Audiométrica do SESI dessa mesma cidade.

Como critério de análise dos audiogramas, foi utilizada a classificação proposta pela NR-7, descrita anteriormente: limites aceitáveis, sugestivos de perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados (PAINPSE), não sugestivos de perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados, sugestivos de desencadeamento de perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados e sugestivos de agravamento de perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados.

Por essa norma são considerados dentro dos limites aceitáveis os casos cujos audiogramas mostram limiares auditivos menores ou iguais a 25 dB(A) em todas as frequências examinadas.

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São considerados sugestivos de perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados os casos cujos audiogramas nas freqüências de 3000 e/ou 4000 e/ou 6000Hz apresentam limiares auditivos acima de 25 dB(A) e mais elevados que nas outras freqüências testadas, estando essas comprometidas ou não, tanto no teste de via aérea quanto da via óssea em um ou ambos os lados.

A NR7 determina como achados não sugestivos de perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados os casos cujos audiogramas não se enquadram nas descrições contidas nos itens citados acima.

O perfil audiológico dos trabalhadores foi traçado de acordo com idade, tempo de serviço na empresa e tempo total de exposição ao ruído. O monitoramento auditivo foi desenvolvido através do comparativo entre as audiometrias realizadas entre 1999 e 2010, pelo SESI de Jaraguá do Sul/SC.

O número inicial de sujeitos a serem incluídos no estudo foi de 80. No entanto, devido ao número afastamentos (05), transferências para outras empresas do grupo (04) e demissões (14), ao final da pesquisa, restaram 57 colaboradores, os quais tiveram seus históricos de audiometrias avaliados.

Dessa forma, foram avaliadas um total de 159 audiometrias dos 57 colaboradores estudados, sendo a amostra constituída por 56 homens e 01 mulher, com idades variando entre 19 a 64 anos, e o tempo de exposição ao ruído entre 01 ano e 25 anos.

5.4.4. Investigação das Crenças e Atitudes sobre Proteção Auditiva.

Após a investigação do perfil audiológico dos colaboradores da empresa e identificação dos setores com maior prevalência de PAIR, foi precedida a aplicação

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do questionário “Crenças e Atitudes sobre Proteção Auditiva”, versão A, visando avaliar o grau de conhecimento dos colaboradores sobre proteção auditiva. (Anexo 3)

O questionário em questão foi desenvolvido e aplicado por pesquisadores do National Institute Of Occupational Safety & Health (NIOSH) dos Estados Unidos, o qual foi novamente utilizado após intervenção em forma de oficina educativa. O objetivo da aplicação do questionário foi analisar o grau de conhecimento sobre efeitos do ruído e proteção auditiva que os colaboradores da indústria possuíam antes e após a implementação de ações educativas.

O questionário é composto por 28 questões para avaliar as informações dos trabalhadores no que diz respeito a suas crenças e comportamento com relação a prevenção das perdas auditivas. O questionário é subdividido em 10 áreas temáticas:

1. Percepção de susceptibilidade de adquirir uma perda auditiva (questões 1, 13);

2. Percepção da severidade das conseqüências da perda auditiva (questões 2,14);

3. Percepção de benefícios de uma ação preventiva (questões 5, 16, 24);

4. Percepção de obstáculos para ação preventiva: a) conforto (questões 6, 17, 25);

5. Percepção de obstáculos para ação preventiva: b) atenuação de sons importantes (questões 7, 18);

6. Percepção de obstáculos para ação preventiva: c) comunicação ( questões 8, 19, 26);

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7. Percepção de obstáculos para ação preventiva: d) conveniência e disponibilidade ( questões 3, 9, 20, 27);

8. Intenções de comportamento (questões 10, 21, 28); 9. Normas Sociais (questões 11, 22 );

10. Auto-eficácia (questões 4, 12, 15, 23 ).

As respostas do questionário são dadas em uma escala LIKERT de 1 a 5, com as respostas variando de “Concordo Plenamente”, resposta número 1 a “Discordo Totalmente”, resposta número 5.

Os trabalhadores foram orientados a marcar a alternativa que melhor descrevia sua opinião sobre a frase, sendo informados que não havia respostas certas ou erradas, pois o objetivo da pesquisa era obter suas opiniões. Participaram dessa etapa 50 colaboradores.

No mesmo dia da aplicação do questionário, os colaboradores foram orientados a descreverem suas queixas quanto ao uso dos protetores auriculares, a fim de que medidas posteriores pudessem ser adotadas visando a melhoria na adaptação ao equipamento de proteção individual.

5.4.5 Realização da ação educativa

Alguns dias após a aplicação do questionário foi agendada uma oficina educativa sobre ruído e proteção auditiva, abrangendo aspectos relevantes para preservação da saúde auditiva dos colaboradores (anatomia e fisiologia da audição, ruído e suas implicações na saúde auditiva e na saúde em geral, formas de prevenção da Perda Auditiva Induzida Por Ruído Ocupacional, direitos e deveres dos colaboradores quanto ao uso dos EPIs).

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A oficina educativa, com tempo médio de duração de 30 minutos foi realizada com pequenos grupos de colaboradores (média de 10 trabalhadores por turma). Foi utilizado equipamento audiovisual para realização de palestra educativa sobre ruído e proteção auditiva, assim como para a apresentação de vídeos educativos sobre proteção auditiva. Ainda, foram utilizadas situações corriqueiras vivenciadas pelos colaboradores em seus ambientes de trabalho a fim de realizar orientações mais específicas. Ao final, os colaboradores elaboraram cartazes informativos sobre proteção auditiva.

O objetivo dessa oficina educativa foi esclarecer o maior número possível de dúvidas sobre audição, equipamentos de proteção auditiva, conseqüências do ruído no organismo e na audição, dentre outros temas relacionados ao assunto.

Ainda, nesse mesmo dia, a Técnica em Segurança da empresa recebeu orientações sobre a revisão dos protetores auriculares dos colaboradores com queixas de adaptação, sendo instruída a efetuar a reavaliação de alguns protetores devido as queixas apresentadas pelos colaboradores.

Participaram da oficina 43 funcionários, sendo que muitos desses não estavam inclusos na pesquisa. Justifica-se a participação dos mesmos na ação educativa devido a solicitação da diretoria em incluir mais pessoas nesse trabalho educativo, uma vez que muitos eram colaboradores admitidos em 2011 que possuíam carência de informação sobre o tema ou mesmo resistência quanto ao uso dos protetores auriculares.

Alguns dias após a oficina educativa foi agendada a última aplicação do questionário “Crenças e Atitudes sobre Proteção Auditiva”, versão A, visando avaliar se havia ocorrido alguma mudança no comportamento e atitudes dos colaboradores após a ação educativa. Participaram dessa etapa 36 colaboradores.

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Como houve divergências nas participações em todas as etapas do processo, devido a afastamentos, dificuldade em se ausentar do setor no dia das intervenções, viagens a trabalho e férias, optou-se em realizar a análise apenas dos questionários dos colaboradores que participaram de todas as etapas do processo de pesquisa: análise do perfil audiológico, questionário I, oficina educativa e questionário II.

Com isso, foram analisados os questionários aplicados em 33 colaboradores da empresa, sendo expressos posteriormente os gráficos comparativos entre respostas do questionário I (antes da oficina educativa) e questionário II (após a oficina educativa), de acordo com as áreas temáticas.

5.4.6 Considerações sobre o questionário

Para a análise dos resultados das questões do questionário, as mesmas foram agrupadas de acordo com as 10 áreas temáticas citadas anteriormente.

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6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com o objetivo de organizar os resultados obtidos e tornar sua leitura mais simples, subdividiram-se os resultados de acordo com as fases do estudo.

6.1 RESULTADOS COM RELAÇÃO AO AMBIENTE SONORO DA EMPRESA

Nos documentos da empresa pode-se comprovar diferentes níveis de ruído, nos diversos ambientes de trabalho, que foram colocados na Tabela 1, abaixo:

TABELA 1 – NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA POR SETORES NA INDÚSTRIA – ANO DE 2010

SETOR RUÍDO dB(A)

Almoxarifado Expedição Manutenção

Montagem Máquinas Especiais Montagem Conjunto Vibratório

Montagem de Formas Montagem Estruturas Metálicas

Pintura Industrial Pós-Vendas Industrial PPCP Projetos/Processos Recursos Humanos Vendas Industrial 75 dB(A) 75 dB(A) 82 dB(A) 88,79 dB(A) 97,7 dB(A) 98,9 dB(A) 89,9 dB(A) 90 dB(A) 90 dB(A) 75 dB(A) 75 dB(A) 55 dB(A) 55 dB(A) FONTE: LTCAT

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Pode-se concluir, portanto, que a empresa possui vários setores com níveis de ruído elevado, podendo chegar a 98,9 dB(A) no setor de Montagem de Formas, o que justifica a realização de ações educativas constantes com relação a proteção auditiva.

Através de conversa com a Técnica em Segurança do Trabalho, obteve-se a informação de que todos os trabalhadores expostos ao ruído acima de 80dB fazem uso de protetores auriculares, sendo utilizados na empresa três modelos distintos, todos fabricados pela 3M do Brasil Ltda: Plug 5745, Concha 14235 e Inserção Moldável de Espuma 5674, com respectivas atenuações de 17dB (NRRsf), 21dB(NRRsf) e 15dB (NRRsf), de acordo com certificado de aprovação (CA) do Ministério do Trabalho e Emprego.

Ainda, conforme dados do LTCAT da empresa - elaborado pelo Engenheiro de Segurança do Trabalho do SESI -, observou-se que além do ruído, constata-se a presença de outras substâncias otoagressivas. No setor de Pintura Industrial constata-se a presença de Etanol, Metil etil cetona,Tolueno, Xileno, Chumbo (Pb) e compostos inorgânicos como Pb, Cobalto e compostos inorgânicos como Co; no setor de Montagem de Formas e no setor de Montagem de Conjuntos Vibratórios a presença de Alumínio metal e compostos insolúveis, Ferro, Óxido, Manganês (Mn) e compostos inorgânicos como Mn (Fumos),o que poderia expor o funcionário à exposições combinadas, potencializando os efeitos no ruído no sistema auditivo.

A interação sinérgica ou a potencialização de muitas toxinas com exposição ao ruído tem sido relatada em muitos trabalhos. Inclusive alguns agentes químicos em altas concentrações podem afetar a audição apesar da ausência de exposição ao ruído. (LACERDA; MORATA, 2010)

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6.2 RESULTADOS DO LEVANTAMENTO DO PERFIL AUDIOLÓGICO

Separando os diversos ambientes da empresa, pode-se observar os resultados das audiometrias, por setores, que foram classificados e demonstrados no quadro abaixo:

QUADRO 1 – PERFIL AUDIOLÓGICO DOS COLABORADORES DA EMPRESA – 2010

SUJEITO SETOR IDADE T.

EMPRESA T. TOTAL EXPOSIÇ ÃO AO RUÍDO AUDIOMETRIA 1 Almoxarifado 36 2 a 10a Limites aceitáveis 2 Expedição 42 2 a 3a Sug.desenc. Painpse 3

Manutenção 40 6 m 9a6m Limites aceitáveis 4 Montagem máq

especiais 37 8 m 5a8m Sug. Painpse 5 Montagem máq

especiais 32 1 a 1a Não sug. Painpse 6 Montagem máq

especiais 42 3 a 18a

Sug.desenc. Painpse 7 Montagem máq

especiais 49 11 a 25a Não sug. Painpse 8 Montagem máq

especiais 41 1 a 21a Sug.agrav.pair 9 Montagem máq

especiais 22 7 m 4a Limites aceitáveis 10 Montagem máq

especiais 19 9 m 2a9m Limites aceitáveis 11 Montagem máq

especiais 30 2 a 5a Não sug. Painpse 12 Montagem máq

especiais 40 6 a 19a Sug.agrav.pair 13

Montagem conj.vibr. 35 6 a 8a Não sug. Painpse 14

Montagem conj.vibr. 40 6 a 9a Não sug. Painpse 15

Montagem conj.vibr. 48 5 a 25a Sug.agrav.pair 16

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Montagem de formas 40 11 m 21a11m Limites aceitáveis 18

Montagem de formas 35 8 m 10a8m Sug. Painpse 19

Montagem de formas 45 1 a 21a Não sug. Painpse 20

Montagem de formas 32 7 m 7m Não sug. Painpse 21

Montagem de formas 25 8 m 2a8m Limites aceitáveis 22

Montagem de formas 23 11 m 1a1m Limites aceitáveis 23

Montagem de formas 57 1 m 21a Limites aceitáveis 24

Montagem de formas 38 1 m 5a1m Limites aceitáveis 25

Montagem de formas 19 11 m 1a6m

Sug.desenc. Painpse 26

Montagem de formas 23 4 m 2a4m Não sug. Painpse 27

Montagem de formas 28 6 m 1a6m Limites aceitáveis 28

Montagem de formas 39 2 m 17a2m Não sug. Painpse 29

Montagem de formas 27 1 a 2a4m

Sug.desenc. Painpse 30

Montagem de formas 50 11 a 22a Não sug. Painpse 31

Montagem de formas 20 11 m 4a11m Limites aceitáveis 32

Montagem de formas 22 6 m 3a6m Limites aceitáveis 33

Montagem de formas 48 4 m 12a4m Sug. Painpse 34

Montagem de formas 40 11 a 9a11m Limites aceitáveis 35

Montagem de formas 19 11 m 1a5m Limites aceitáveis 36

Montagem de formas 29 1 a 6a

Sug.desenc. Painpse 37

Montagem de formas 35 3 a 3a Limites aceitáveis 38

Montagem de formas 46 6 m 22a6m Limites aceitáveis 39 Montagem de formas 30 11 m 11m Sug.desenc. Painpse 40 Montagem de formas 27 3 a 3a Sug.desenc. Painpse 41

Montagem de formas 21 6 m 2a6m Limites aceitáveis 42

(27)

43

Pintura industrial 29 3 a 6a7m Limites aceitáveis 44

Pintura industrial 28 2 a 4a

Sug.desenc. Painpse 45

Pintura industrial 33 1 m 1a1m Sug. Painpse 46

Pintura industrial 39 2 m 5a2m Sug. Painpse 47

Pintura industrial 35 1 a 1a Não sug. Painpse 48 Pós-vendas –

industrial 40 6 a 21a

Sug.desenc. Painpse 49 Pós-vendas –

industrial 39 1 m 20a1m Não sug. Painpse 50

Ppcp 20 1 a 1a Limites aceitáveis 51

Projetos/processos 21 1 m 6m Limites aceitáveis 52

Projetos/processos 29 7 a 9a Limites aceitáveis 53

Projetos/processos 36 10 a 10a Limites aceitáveis 54

Recursos humanos 64 2 a 2a Não sug. Painpse 55

Vendas industrial 43 8 a 24a

Sug.desenc. Painpse 56

Vendas industrial 42 8 a 8a Limites aceitáveis 57

Vendas industrial 40 2 a 2a Limites aceitáveis

FONTE: O autor

Legenda: LIMITES ACEITÁVEIS = audiogramas normais (limiares iguais ou inferiores a 25dB (NA)); NÃO SUG.PAINPSE = Não Sugestiva de PAINPSE; SUG. PAINPSE = Sugestiva de PAINPSE; SUG.DESENC.PAINPSE = Sugestivo de Desencadeamento de PAINPSE; SUG.AGRAV.PAINPSE = Sugestivo de Agravamento de PAINPSE.

Com isso, pode-se concluir que o perfil audiológico dos colaboradores da empresa no ano de 2010 era de: 43,9% audiogramas dentro dos limites aceitáveis; 24,6% audiogramas Não Sugestivos de PAINPSE; 8,8% Sugestivos de PAINPSE; 17,5% Sugestivos de Desencadeamento de PAINPSE e 5,2% Sugestivos de agravamento de PAINPSE.

(28)

A média de idade dos colaboradores com achados sugestivos de PAINPSE foi de 40 anos de idade, sendo a média de tempo total trabalhado em presença de ruído foi de 12 anos e 5 meses, o que vem de encontro aos achados da literatura, conforme mencionado por Gonçalves (2004), que relata como achado importante o início da PAIR após 5 anos de exposição constante ao ruído.

O setor de Pintura Industrial apresenta 40% dos colaboradores com resultados de audiogramas sugestivos de PAIR, seguido pelo setor de Montagem de Máquinas Especiais com 11,1% e o setor de Montagem de Formas com 7,7%.

Referindo-se aos Desencadeamentos de PAIR, no ano de 2010 a empresa apresentou 10 casos de colaboradores nessa situação, sendo que 50% desses estavam locados no setor de Montagem de Formas.

A empresa apresentou 03 casos de Agravamento de PAIR em 2010: 02 casos no setor de Montagem de Máquinas Especiais e 01 caso no setor de Montagem de Conjuntos Vibratórios.

Cabe aqui ressaltar que a inclusão do perfil audiológico dos colaboradores da indústria na pesquisa teve por objetivo observar se os resultados audiométricos dos participantes poderiam estar influenciando de alguma forma quanto ao conhecimento e atitudes desses trabalhadores no que se refere a proteção auditiva, uma vez que os níveis de ruído da empresa são os mais variados possíveis, podendo chegar a 98,9 dB(A) no setor de Montagem de Formas, conforme mencionado anteriormente.

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6.3 INVESTIGAÇÃO DAS CRENÇAS E ATITUDES SOBRE PROTEÇÃO AUDITIVA

6.3.1 Queixas com o uso do protetor auditivo

Referindo-se as queixas apresentadas pelos colaboradores quanto ao uso dos protetores auriculares temos o seguinte resultado: dos 57 colaboradores pesquisados, apenas 09 (nove) apresentaram queixas quanto ao uso do protetor auricular. As queixas mencionadas foram: prurido ao usar o EPA (03 colaboradores), dificuldades em obter protetores auriculares novos na empresa (02 colaboradores), tamanho inadequado (01 colaborador), desconforto e otalgia (02 colaboradores) e 01 colaborador referiu que o protetor que utilizava não protegia o suficiente.

Desses 09 colaboradores com queixas quanto ao EPA, 02 apresentaram Outras Perdas Auditivas, 01 apresentou achado sugestivo de PAIR, 03 apresentaram exames com achados sugestivos de desencadeamento de PAIR, 01 com achado sugestivo de agravamento de PAIR e 02 com resultado de audiometria normal.

6.3.2 Análise das respostas do questionário antes e depois da ação educativa

Os resultados obtidos mediante a aplicação da versão A do questionário “Crenças e Atitudes sobre Proteção Auditiva”, antes e após a intervenção educativa serão descritos a seguir.

Para análise estatística dos resultados foi utilizado o Teste de Igualdade de Duas Proporções, o qual consiste em um teste não paramétrico que compara se a

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proporção de respostas de duas determinadas variáveis e/ou seus níveis é estatisticamente significante, tendo um nível de significância de 0,05%. Foram utilizados os softwares SPSS V16, Minitab 15 e Excel Office 2007. O objetivo foi comparar a distribuição das respostas entre Pré e Pós ação educativa para as 10 áreas temáticas. Segue a seguir a análise estatística dos dados coletados:

TABELA 2 – RESULTADOS POR ÁREA TEMÁTICA ANTES E APÓS AÇÃO EDUCATIVA PRÉ-AÇÃO % PÓS-AÇÃO % ÁREA TEMÁTICA CT C N D DT CT C N D DT 1.Susceptibilidade de adquirir uma perda auditiva 16,7 11,4 3 7,6 11 16,7 7,6 1,5 5,3 18,9 2.Severidade das consequências da perda auditiva 18,2 9,8 3,0 7,6 11,4 22,0 6,8 2,3 9,8 9,1 3. Benefícios de uma ação preventiva 28,0 37,9 2,3 5,3 1,5 47,0 15,2 2,3 6,1 4,5 4. Obstáculos para ação preventiva (conforto) 13,6 30,3 9,1 15,9 6,1 22,0 16,7 7,6 19,7 9,1 5. Obstáculos para ação preventiva (atenuação) 7,6 15,2 7,6 14,4 5,3 14,4 10,6 3,8 12,9 8,3 6.Obstáculos para ação preventiva (comunicação) 9,1 17,4 4,5 24,2 19,7 12,9 15,2 3,8 28,0 15,2 7. Obstáculos para ação preventiva (conveniência e disponibilidade) 22,7 28,8 13,6 22,0 12,9 22,0 33,3 12,1 22,0 10,6 8. Intenções de comportamento 19,7 25,8 3,0 10,6 15,9 27,3 18,9 3,0 10,6 15,2 9. Normas sociais 6,1 15,2 3,8 14,4 10,6 12,1 11,4 4,5 14,4 7,6

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10. Auto-eficácia 25,0 55,3 6,8 9,1 3,8 42,4 34,1 6,1 13,6 3,8

FONTE: O Autor

LEGENDA: CT = concordo totalmente; C = concordo; N = não concordo nem discordo; D = discordo; DT = discordo totalmente

A área Percepção de Susceptibilidade de adquirir uma perda auditiva foi avaliada por meio das questões 1 e 13. A questão 1 foi: “Penso que posso trabalhar perto de barulho alto sem que isso cause danos a minha audição”. Ao responder o primeiro questionário 42,4% dos colaboradores responderam que discordavam totalmente da afirmação, enquanto que na segunda aplicação do questionário 69,7% discordavam totalmente da questão demonstrando que os mesmos têm conhecimento de que o barulho alto prejudica a audição.

A questão 13 afirmava: “Acredito que a exposição ao barulho alto pode prejudicar minha audição”. Tanto no primeiro, quanto no segundo questionário, 63,6% dos colaboradores referiram concordar plenamente com a afirmação o que demonstra que os mesmos têm consciência do risco da exposição ao ruído elevado.

A área Percepção da Severidade das Consequências da Perda Auditiva foi avaliada através das questões 2: “Seria mais difícil para as pessoas conversarem comigo se eu perdesse parte da minha audição” e da questão 14. Com relação a questão 2, 57,5% dos colaboradores concordaram plenamente com a afirmação. Já no segundo questionário, essa porcentagem aumentou para 75,7% dos colaboradores que referiram concordar plenamente com a afirmação de que seria mais difícil para as pessoas conversarem com eles caso perdessem parte da audição. Isso demonstra consciência quanto a necessidade da integridade auditiva para uma comunicação efetiva.

Na questão 14, o autor afirma “Não penso que seria uma grande desvantagem perder parte da minha audição por ter trabalhado em ambiente muito barulhento” - 36,3% dos colaboradores referiram no primeiro questionário discordar

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totalmente da afirmação, enquanto que no segundo momento a resposta caiu para 33,3% que discordavam da afirmação.

A área Percepção de Benefícios de uma Ação Preventiva foi examinada por meio da questão 5,16 e 24. A questão 5 afirma “Estou convencido de que posso evitar perda de Audição usando protetores auditivos”. Tanto no primeiro, quanto no segundo questionário, as respostas foram iguais para o item concordo totalmente, resultando numa porcentagem de 57,5% de colaboradores que concordam com a afirmação.

Na questão 16 “Não posso proteger minha audição a menos que eu use protetores auditivos em ambientes muito barulhentos”, obtivemos como resposta no primeiro questionário 36,3% dos colaboradores mencionando concordar plenamente com a afirmação, enquanto que no segundo esse número aumentou para 54,5%.

A questão 24: “Se eu realmente quiser manter minha audição, é importante que eu use protetores auditivos todas as vezes que eu estiver perto de barulho alto”, trouxe como resultados 45,4% que concordavam plenamente na primeira aplicação do questionário e 75,7% que concordavam plenamente ao responder pela segunda vez o mesmo questionário.

Com esse resultado, pode-se concluir que os colaboradores possuem um bom conhecimento sobre a importância do uso dos protetores auriculares, melhorada após ação educativa, conforme demonstra o gráfico a seguir:

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A área Percepção de Obstáculos para Ação Preventiva – Conforto também foi avaliada através de três questões. A questão número 6 afirma: “Protetores externos são muito quentes e pesados para eu usar durante meu trabalho”. Houve uma similaridade de respostas durante o primeiro questionário onde 27,2% disseram concordar com a afirmação e outros 27,2% também referiram discordar da questão. Após a ação educativa, essa resposta mudou, sendo que 42,4% já discordavam da afirmação.

Gerges (2000) destaca que os protetores concha são fáceis de colocar corretamente. No entanto, são desconfortáveis em ambientes quentes e para longos períodos de uso. Como problema com relação ao protetor auricular tipo concha, o autor destaca que os mesmos são grandes demais, interferem no uso de equipamentos associados e são impróprios para ambientes quentes, além de serem pesados.

A questão 17 foi “Protetores externos fazem muita pressão em minhas orelhas para serem confortáveis” 39,4% concordavam com a afirmação antes da ação educativa. Após a intervenção, 33,3% discordavam da afirmação.

Gerges (1998) sugere que todos os protetores causam certo desconforto- tanto os tipo plug que causam coceira, dor na orelha – assim como os concha, que,

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pela necessidade em pressionar para obter uma atenuação adequada, podem provocar dor de cabeça. O autor afirma que o desconforto é gerado em decorrência da firmeza com que o protetor deve ser colocado, e, por ser este um elemento estranho no corpo, o indivíduo necessita de um período para se acostumar.

A questão 25 “Protetores podem ser confortáveis se ajustados corretamente” obteve como resultado antes da intervenção 54,5% colaboradores concordando com a afirmação, enquanto que após a ação educativa obtivemos uma melhora na percepção dos colaboradores, sendo que 63,6% passaram a concordar totalmente com a questão de que os protetores poderiam ser confortáveis se ajustados corretamente. Isso demonstra que as orientações fornecidas na ação educativa podem ter colaborado para melhor percepção quanto a necessidade de ajustes dos protetores auriculares, e como conseqüência, melhor conforto oferecido, conforme demonstra gráfico abaixo:

A área Percepção de Obstáculos para Ação Preventiva – Atenuação de Sons Importantes foi avaliada através das questões 7 e 18.

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A questão 7 foi “É difícil para ouvir sinais de advertência como back-up beeps se eu estiver usando protetores auditivos”. Antes da intervenção 39,4% discordavam da questão. Após a oficina educativa 42,4% passaram a discordar da afirmação.

A questão 18 comentava “Usar protetores não me priva de ouvir sons importantes feitos pelas ferramentas ou máquinas”. Ao aplicar o primeiro questionário, obtivemos como resultado 36,3% dos colaboradores concordando da afirmação, sendo que após a intervenção a porcentagem mudou para 48,5% dos colaboradores que passaram a concordar totalmente com a afirmação.

A área Percepção de Obstáculos para Ação Preventiva – Comunicação foi avaliada por meio das questões 8, 19 e 26.

A questão 8 afirma: “Não posso usar protetores porque preciso ouvir as pessoas falando comigo enquanto trabalho”. Antes da ação educativa, 51,5% concordavam com a afirmação. Após a ação, 48,4% passaram a discordar da questão. Tal fato pode ser resultado de melhor percepção de que o protetor atenua os ruídos ambientais, mas não priva de ouvi-los, basta acostumar-se ao uso e dirigir sua atenção ao interlocutor ao se comunicar.

A questão 19 ”Posso entender as falas suficientemente bem para fazer meu trabalho enquanto estou usando protetores” obteve como resultados no primeiro questionário 45,4% dos colaboradores concordando com a afirmação. Após a intervenção, 51,5% passaram a concordar com a questão.

Na afirmativa 26 “Mesmo quando o local não é barulhento algumas vezes é difícil para eu ouvir quando as pessoas estão falando comigo”, 45,4% discordaram da questão. Após a ação educativa, 63,6% passaram a discordar da mesma.

A área Percepção de Obstáculos para Ação Preventiva – Conveniência e Disponibilidade foram avaliadas por meio de quatro questões.

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A afirmação 3 foi: “Onde eu trabalho há protetores auditivos prontamente disponíveis para eu usar”, 45,4% concordaram plenamente com a alternativa. Após a intervenção, 54,5% passaram a concordar com a mesma. Tal fato se deve possivelmente a escassez de informação repassada aos colaboradores quanto aos modelos disponíveis na empresa, necessidade de troca dos mesmos periodicamente, bem como pela carência de conhecimento do colaborador quanto a seus deveres dentro da empresa no que concerne aos equipamentos de proteção individual – como o fato de estar procurando o responsável em casos de dúvidas quanto ao uso e manutenção do EPA.

A afirmação 9 foi: “Conseguir protetores auditivos para usar no trabalho não é conveniente para mim”. Como primeiro resultado, 39,4% dos colaboradores discordaram totalmente, sendo que outros 39,4% também discordaram. Após a intervenção, 45,4% passaram a discordar da alternativa.

A questão 20 foi: “No trabalho, posso escolher entre vários e diferentes protetores para usar”. Tanto antes, quanto após a intervenção 42,4% concordaram com a questão.

Por fim, a afirmação 27 referia: “Protetores auditivos não são muito caros para eu comprar”. Antes da intervenção 36,3% referiram nem concordar nem discordar da questão, enquanto que após a ação educativa, 24% discordavam da afirmação e a mesma porcentagem concordava com a alternativa.

A área Intenções de Comportamento foi avaliada por meio das questões 10, 21 e 28.

A questão 10 foi: “Não pretendo usar protetores quando eu estiver próximo a ferramentas ou equipamentos que produzam altos ruídos”. Os resultados foram idênticos antes e após a intervenção educativa, com 57,5% dos colaboradores

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referindo discordar totalmente da afirmação demonstrando consciência quanto aos prejuízos do ruído ao organismo.

A questão 21 mencionava: “Geralmente uso protetores sempre que estou trabalhando perto de barulho alto ou equipamento barulhento”. Antes da intervenção, 54,5% concordaram com a afirmação, sendo que após a atividade educativa, 60,6% passaram a concordar plenamente.

A questão 28 referia: “Se eu tivesse um protetor auditivo comigo eu o usaria todas as vezes que eu estivesse perto de qualquer barulho que fosse alto o suficiente para prejudicar minha audição”- 48,4% dos colaboradores referiram concordar com a questão antes da intervenção. Após a ação, a mesma porcentagem (48,4%) referiu concordar plenamente com a afirmativa.

A área Normas Sociais foi examinada através das questões 11 e 22.

Na questão 11 é mencionado “Meus colegas geralmente usam protetores quando trabalham em ambiente com barulho arriscado”, sendo que 57,5% concordaram com a afirmação. Após a intervenção, 45,4% dos colaboradores passaram a concordar com a questão. Porém houve uma melhora nas respostas concordo plenamente que passou de 24,4% para 42,4%, o que pode explicar a diminuição na porcentagem de respostas para a alternativa concordo após ação educativa.

A questão 22 foi: “Meus colegas geralmente não usam protetores quando precisam trabalhar em áreas barulhentas”. Antes da intervenção, 48,4% dos colaboradores discordavam da questão. Após, 51,5% passaram a discordar.

A área Auto Eficácia foi avaliada nas questões 4, 12, 15 e 23.

A afirmação 4 foi: “Nem sempre posso dizer quando preciso usar protetores auditivos” 42,4% concordavam com a afirmação antes da ação educativa. Após a

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intervenção 45,4% passaram a discordar da questão. Esse resultado comprova que o treinamento proporcionou maior segurança aos colaboradores no que se refere ao manuseio e uso dos protetores, demonstrando maior garantia do uso correto dos mesmos.

A questão 12 foi: “Acredito que sei como ajustar e usar os protetores auditivos”. Como resultado, 42,4% dos colaboradores referiram no primeiro questionário concordar ou 42,4% também referiram concordar plenamente com a questão. Após a ação, 57,5% passaram a concordar plenamente da afirmação.

A questão 15 menciona: “Posso dizer quando um protetor interno precisa ser substituído”. Antes da ação, 66,6% concordaram com a afirmação. Após, 60,6% passaram a concordar plenamente.

A afirmação 23 foi: “Se meus colegas de trabalho perguntassem, eu poderia mostrar a eles a maneira correta de ajustar e usar protetores auditivos”. Dos colaboradores avaliados, 69,7% concordaram com a afirmação antes da ação. Após, 51,5% passaram a concordar da mesma, sendo que houve uma melhora no item concordo plenamente que antes da intervenção era de 24,2% e passou a ser de 48,4%.

Saliba (2008) comenta em seu trabalho que o treinamento para uso correto, substituição periódica, higienização, obrigatoriedade do uso efetivo, entre outros, são medidas necessárias na busca da eficiência dos equipamentos de proteção auditiva.

O comparativo das repostas da área Auto-eficácia está demonstrado no gráfico a seguir.

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A seguir, mostra-se a comparação entre os escores médios por área temática, demonstrando estatisticamente a significância entre os resultados antes e depois da ação educativa.

TABELA 3 – RESULTADOS DO TESTE DE IGUALDADE DE DUAS PROPORÇÕES PARA COMPARAÇÃO DOS ESCORES MÉDIOS, POR ÁREA TEMÁTICA

p - VALOR

ÁREA TEMÁTICA

Concordo

Totalmente Concordo

Não concordo

nem discordo Discordo

Discordo Totalmente 1.Susceptibilidade de adquirir uma perda auditiva 1 0,267 0,403 0,436 0,058 2.Severidade das consequências da perda auditiva 0,375 0,350 0,698 0,491 0,517 3. Benefícios de uma ação preventiva <0,001 <0,001 1,000 0,788 0,149 4. Obstáculos para ação preventiva (conforto) 0,066 0,006 0,651 0,404 0,346 5. Obstáculos para ação preventiva (atenuação) 0,058 0,232 0,170 0,696 0,310 6.Obstáculos para 0,315 0,605 0,756 0,456 0,313

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ação preventiva (comunicação) 7. Obstáculos para ação preventiva (conveniência e disponibilidade) 0,883 0,425 0,713 1,000 0,566 8. Intenções de comportamento 0,125 0,162 1,000 1,000 0,861 9. Normas sociais 0,071 0,324 0,753 1,000 0,367 10. Auto-eficácia 0,003 <0,001 0,802 0,245 1,000 FONTE: O Autor

Com isso, podemos concluir que existem algumas diferenças estatisticamente significantes da distribuição do Pré para o Pós ação educativa, especialmente nas áreas percepção de benefícios de uma ação preventiva, área obstáculos para ação preventiva (Conforto), e área auto-eficácia. Em algumas áreas temáticas, as correlações ficaram muito próximas ao nível de significância, como nas áreas de susceptibilidade de adquirir uma perda auditiva, área obstáculos (Atenuação) e normas sociais, conforme tabela anterior.

Dessa forma, pode-se concluir que o treinamento e conscientização dos colaboradores em relação a conservação auditiva são as ferramentas mais importantes para a utilização correta dos equipamentos de proteção auditiva, e como conseqüência, melhor eficácia dos mesmos.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse estudo teve por objetivo analisar o grau de conhecimento sobre efeitos do ruído e proteção auditiva que os colaboradores de uma indústria de máquinas e equipamentos possuíam antes e após a implementação de ações educativas.

Pôde-se constatar que os colaboradores da empresa já apresentavam um bom conhecimento e atitudes positivas quando ao uso dos protetores auriculares, verificados já no primeiro questionário. No entanto, após a oficina educativa, houve uma melhora significativa nas respostas referentes a esses conhecimentos e atitudes, conforme pôde ser constatado nos gráficos e tabelas expostos anteriormente, especialmente nas áreas temáticas percepção de benefícios de uma ação preventiva, área obstáculos para ação preventiva (Conforto), e área auto-eficácia.

Dessa forma, pode-se concluir que o trabalho foi efetivo no sentido de melhorar o conhecimento e atitudes dos colaboradores quanto a importância do uso dos protetores auriculares a fim de evitar perdas auditivas, bem como desmistificar questões quanto ao conforto proporcionado por alguns modelos de protetores auriculares (especialmente o tipo concha ). Ainda, o trabalho se mostrou eficaz no sentido de passar mais segurança quanto ao uso correto dos EPAs, visto que após o treinamento os colaboradores se mostraram mais seguros quanto a colocação e manutenção desses equipamentos, sendo capazes de orientar os colegas de trabalho quando do surgimento de dúvidas referentes a esses aspectos.

Essa melhora pode ser justificada pelas orientações fornecidas durante a ação educativa, a qual abrangeu aspectos de extrema relevância quanto a proteção auditiva, bem como pela participação ativa dos colaboradores na intervenção a qual

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foi de suma importância para que houvesse a melhoria nesse conhecimento, com melhor assimilação do conteúdo abordado.

O uso dos questionários como instrumentos para avaliar o conhecimento apresentado pelos colaboradores antes e após a ação educativa se mostrou eficaz no sentido de verificar a efetividade do treinamento realizado e a necessidade de novas intervenções futuras. Porém, vários participantes da pesquisa referiram que a versão do questionário em português é de difícil compreensão, por apresentar perguntas de difícil entendimento, assim como termos em inglês ou termos técnicos. Ainda, os colaboradores mencionaram ser um questionário repetitivo, com muitas questões similares, além de ser muito extenso, o que acaba gerando distração no momento do preenchimento. Tal fato pode ser constatado em algumas das questões aonde não houve mudança significativa em algumas respostas, o que pode ser um demonstrativo da não-compreensão da questão por parte do colaborador.

Programas educativos têm por objetivo levar conhecimento e informação aos trabalhadores, buscando envolvê-los no processo de conservação auditiva e como conseqüência, fazendo com que estes se tornem difusores das informações recebidas, aumentando a participação dos colegas no processo. Com isso, justifica-se a necessidade de um Programa de Conjustifica-servação Auditiva ativo em todas as empresas que apresentam níveis de ruído elevado, visando, não apenas cumprir a legislação vigente, mas também proporcionar a melhoria na qualidade de vida dos colaboradores, e como conseqüências, benefícios diretos a empresa.

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VIVAN, Ana Gleisi. Conhecimento dos trabalhadores de uma empresa de alimentos sobre ruído e perda auditiva. 2007. 75f. Dissertação (Mestrado em Distúrbios da Comunicação) – Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, 2007.

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ANEXOS

ANEXO 1

TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA

Viemos por meio deste instrumento, informar a empresa ______________________________________________________ a respeito do projeto “A importância de ações educativas na prevenção da PAIR”, realizado pela especializanda em Audiologia Clínica: Enfoque Prático e Ocupacional da Universidade Tuiuti do Paraná – UTP, Vanessa Schlösser, sob orientação da Professora Fonoaudióloga Denise Maria Vaz Romano França, bem como solicitar o consentimento para a execução deste trabalho.

Mediante explicação completa e pormenorizada sobre a natureza da pesquisa, benefícios previstos, potenciais de risco e incômodos que possam ocorrer em decorrência da mesma, atribuindo a Empresa total direito a suspensão da pesquisa sem nenhuma penalização ou prejuízo, solicitamos o manuseio dos exames de audiometria da Empresa, a fim de traçar o perfil audiológico dos colaboradores da mesma e o consentimento para aplicar os questionários sobre proteção auditiva aos funcionários durante o momento que os mesmos estiverem na empresa, assim como realização de oficina educativa sobre ruído e proteção auditiva, mediante agendamento prévio.

Solicitamos ainda, autorização para publicação do presente trabalho, garantindo sigilo absoluto quanto a identidade da empresa e dos colaboradores.

Jaraguá do Sul (SC), _____/_____/_____

Nome do responsável pela Empresa: _____________________________________ Assinatura do responsável pela Empresa: __________________________________ Assinatura da Especializanda:___________________________________________ Assinatura da Orientadora: _____________________________________________

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ANEXO 2

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu, _________________________________________________________, abaixo assinado, portador (a) da Carteira de Identidade/CPF número ___________________________, declaro estar ciente dos procedimentos que serão utilizados na pesquisa intitulada “A importância de ações educativas na prevenção da PAIR”, da Especializanda Vanessa Schlösser, seus objetivos, métodos, benefícios previstos, potenciais de risco, bem como garantia de sigilo das informações envolvidas.

Declaro que aceito participar desse estudo, que envolve a análise das audiometrias realizadas pelo SESI de Jaraguá do Sul (SC), questionário sobre proteção auditiva e posterior oficina educativa sobre ruído e proteção auditiva, finalizando com nova aplicação do mesmo questionário utilizado anteriormente.

Minha participação é voluntária, não receberei nenhum tipo de pagamento por isso, e poderei desistir a qualquer momento sem que isso acarrete qualquer tipo de prejuízo a minha pessoa. Em nenhum momento meu nome será identificado na pesquisa.

Também estou ciente de que os resultados dessa pesquisa poderão ser divulgados na minha empresa por meio de reuniões e/ou treinamentos ministrados pela autora desse estudo, e posteriormente encaminhado para publicação, garantindo sigilo quanto a minha identidade e da empresa.

Qualquer esclarecimento que eu necessite, deverei entrar em contato com a autora da pesquisa, a Fonoaudióloga Vanessa Schlösser, CRFa/SC 8338, no endereço: Rua Walter Marquardt 835, Bairro Barra do Rio Molha, Jaraguá do Sul (SC), telefone: (47) 3372-9409.

Sendo assim, estou consentindo por livre e espontânea vontade a esta pesquisa.

Jaraguá do Sul (SC),_____/_____/_____

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ANEXO 3

Referências

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